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Doenças III – Aula 01 Priscilla Anemia das Galinhas e Doença do Bico e da Pena de Psitacídeos Sistema Imune das Aves As aves não tem linfonodos. Órgãos linfoides das aves: timo, que é bastante grande e está presente em toda a extensão do pescoço no animal jovem, o baço nas aves é arredondado, a medula óssea como precursora de todas as células hematopoiéticas, no intestino das aves temos um tecido linfoide organizado que são as tonsilas cecais que ficam bem no inicio do ceco. A bolsa cloacal também involui com a idade (conseguimos avalia-la com a ave viva). Nas aves conseguimos fazer experimentos de imunidade mais fácil que nos outros animais, pois na bolsa cloacal são produzidos os linfócitos B, se retiramos ela, retiramos a imunidade humoral do animal. A bolsa cloacal saudável é toda pregueada e clara. Além destes, temos a glândula de Harder que fica próximo ao olho. O duodeno vai até onde termina o pâncreas, o jejuno vai até o divertículo de Meckel. Anemia das Galinhas Agente etiológico Família Anelloviridae, Genero Gyrovirus, Genoma: DNAss circular. Antigamente pertencia a família Circoviridae. É um vírus extremamente pequeno, com 2,3 kb Seu genoma é circular. São vírus DNA, portando bastante estáveis, e não são envelopados, sendo resistentes no ambiente. Existe um único sorotipo, mas com diferentes patótipos, tenho amostras que são mais brandas e outras mais agressivas. Como é só um sorotipo, o perfil de resposta imune produzido para esse vírus é parecido para os diferentes patótipos. Epidemiologia Transmissão tanto vertical quanto horizontal. A vertical é a principal responsável pelos sinais clínicos, os sinais de anemia, só percebemos nas aves jovens, que apresentam lesões mais graves. A horizontal é importante para manter o vírus no ambiente e disseminar dentro de um sistema. Matrizes portadoras ou infectadas durante o período de produção transmitem o vírus para a progênie, a ave só começa a transmitir quando entra em postura, que é um momento de imunodepressão, fazendo com que nesse primeiro momento de postura ela comece a transmitir o vírus. Horizontal: vírus nas excretas (equipamentos, ambiente e pessoas). Estudos sorológicos e de detecção viral: reprodutoras pesadas soroconvertem naturalmente entre 8 e 12 semanas de idade. A transmissão vertical pode ocorrer de 3 a 6 semanas pós infecção. A doença A doença mais grave acontece em aves jovens, de até 3 semanas de vida. O vírus é capaz de infectar aves de todas as idades, porem do as aves jovens desenvolvem o quadro clinico clássico da doença com atrofia de órgãos linfoides e medula óssea. A anemia acontece pois o vírus destrói todas as células da medula óssea, inclusive da linhagem hematopoiética. Sinais clínicos Ave infectada verticalmente tem a doença mais grave, ou aquelas que foram infectadas nos primeiros dias de vida, quanto mais velha a ave, menor o impacto do vírus. Anemia (hematócrito de 6 a 27% - normal 29%) Prostração Mortalidade de até 30% (12 a 28 dias pós infecção) Imunodepressão: predispõe infecções secundárias Colibacilose. O próprio sistema de criação tem a formação de poeira que a ave inala levando a Colibacilose. Recuperação: 5 a 6 semanas Hemorragia ocorre por conta da trombocitopenia, o vírus causa lesões endoteliais e também podem haver infecções secundárias. Lesões Atrofia de órgãos linfoides: timo (o vírus tem tropismo por linfócitos T e os destrói), medula óssea, bolsa cloacal. Hemorragia: mucosa do proventrículo, músculos. Histopatologia: depleção linfoide. Rim pálido, medula óssea amarelada (substituição por adipócitos). Impacto econômico Falhas na vacinação para outras doenças, pois toda a resposta imune da ave está comprometida, tanto a celular quanto a humoral. Antibioticoterapia: como predispõe a infecções secundárias, o gasto com antibióticos aumenta. Cada vez mais na avicultura tem-se diminuído o uso da antibioticoterapia, pois a sanidade é muito bem controlada. Baixo desempenho: desuniformidade do lote, o que causa muito prejuízo, pois o produtor é pago pela uniformidade. Mortalidade. Diagnostico Sinais clínicos, lesões e hematócrito nos dão a suspeita, mas o diagnostico mesmo é laboratorial. Isolamento viral em célula de cultivo MDCC-MSB1 (estas células são muito difíceis de conseguir), o único laboratório que tem essas células é o da EMBRAPA. Imunoperoxidase: é uma forma de marcar as células para o isolamento. PCR; Imunofluorescencia, ELISA, Soro neutralização: o vírus é muito resistente, mesmo planteis que nunca foram vacinados, tem o vírus circulando, por isso não usamos muito o ELISA. Controle Induzir alto níveis de Ac nas matrizes; Biosseguridade: medidas inespecíficas para controlar o agente dentro do sistema. Vacinação: matrizes de 12 semanas de idade. Ainda hoje a vacinação para a anemia não é feita na rotina, porque é muito cara. Doença do Bico e da Pena de Psitacídeos Circovírus é uma família muito nova. Família Circoviridae, gênero Circovirus, genoma DNAss circular São muito pequenos, com 1,9 kb. DNA circular não envelopado. Epidemiologia Acomete psitacídeos jovens (menos de 5 anos de idade). Aves adultas podem ser carreadoras do agente e disseminar o vírus no ambiente. Transmissão: horizontal e vertical A horizontal ocorre por contato direto, aerossóis, inalação ou ingestão de alimentos contaminados, excretas e penas. A doença Varias espécies de pscitacídeos são susceptíveis. As aves acometidas podem apresentar problemas de pena e de bico, pena ou ambos. Patogenia Alterações de pena: o vírus tem tropismo por células em divisão, sendo assim, afeta com mais facilidade as penas em crescimento levando a uma alteração na circulação sanguínea local. Assim, quanto mais nova a ave no momento de infecção, piores serão os danos. Alterações de bico: o vírus pode agir diminuindo a formação de queratina dos bicos e unhas levando a deformação e favorecendo a contaminação e infecção por agentes bacterianos, fúngicos e parasitários secundários. Imunodepressão: muitas vezes afetam a medula e órgãos linfoides como timo e bolsa cloacal, comprometendo o sistema imune da ave, predispondo infecções secundárias. Principal causa de alta mortalidade. Sinais clínicos Penas: perda, nascimento de penas anormais, maturação anormal (ave que já deveria ter as penas adultas, ainda tem penugem de filhote). Bico: fino, muito grande, quebradiço, com necrose palatina. Imunodepressão: Infecções secundárias Impacto econômico Perda do valor econômico da ave, baixo desempenho, baixa expectativa de vida, mortalidade das aves. Diagnóstico Histórico Sinais clínicos Histopatologia: biopsia de folículos da pena na busca de corpúsculos de inclusão intracitoplasmáticos basofilicos, mas as vezes da negativo em animais positivos. PCR: sangue, penas defeituosas, fezes e órgãos. Tratamento Não tem tratamento e não conseguimos recuperar as lesões de pena e bico. Controle O controle é feito em criatórios, se preconiza a quarentena principalmente de aves importadas, testar as aves por meio de exames moleculares, eutanasiar as aves positivas, pois é fonte de infecção, limpeza e desinfecção rigorosas, testar ambiente antes de introduzir novas aves. Aula 26/09/19 Doença Infecciosa da Bolsa Cloacal – Doença de Gumboro Essa doença na avicultura sofre um controle sistemático, mesmo assim não conseguimos ficar livres. Hoje na avicultura de corte, praticamente abolimos o uso de vacina, porque o ciclo é muito curto e tem alta biosseguridade. Vírus da família Birnaviridae: RNA duplo. Seu genoma é RNA segmentado em 2 segmentos e também é fita dupla. Isso faz com que esse RNA seja mais difícil de ser degradado pelas enzimas celulares, por ser fita dupla, ele é mais estável. Segmento A: VP2, VP3, VP4 e VP5. Segmento B: RNA polimerase. É não envelopado e possui duas camadasde capsídeo, portanto é extremamente resistente no ambiente. Ele resiste a 60ºC por 30 minutos, estável em pH 2,0, resistente a fenol e compostos de amônia quartenária e detergentes. A desinfecção desse vírus da instalação é praticamente impossível. É importante diminuir ao máximo a quantidade de vírus no ambiente para que a ave consiga controlar a pressão de infecção que ela vai sofrer constantemente. Agente etiológico Sorotipo 2 já foi isolado em aves de produção e silvestres, mas não foi associado a doença. O sorotipo 1 que causa a doença. Na década de 60 esse vírus foi descrito pela primeira vez e foi atribuído a ele varias perdas econômicas. Depois disso, eles desenvolveram formas de controle através de vacina, que não é 100% eficiente (vírus RNA sofre mutações constantes), portanto varias vacinas precisavam ser feitas com o passar do tempo. No desenvolvimento das vacinas para gumboro, elas foram ficando cada vez menos atenuadas e estavam controlando a doença, até que na década de 80 surgiu um vírus super virulento vvIBDV que causou alta mortalidade, que chegava a 100%, em animal de qualquer fase de produção. No Brasil foi relatado pela primeira vez em 1995. Surgiu um novo problema para o controle da doença, pois quando esse vírus surgiu, a vacina utilizada não serviu para nada, apesar de ser o mesmo sorotipo. A partir daí, começou-se a fazer as vacinas fortes Estirpes vacinais fortes de IBDV-1. Essa vacina forte tem um problema grave, ela é a única que consegue desenvolver imunidade contra a estirpe super virulenta, mas ela é tão forte que pode causar reversão de patogenicidade. Quando for vacinar, entre os lotes é indispensável que seja feito um controle ambiental para que esse vírus esteja em pressão baixa no ambiente. O uso dessa vacina no plantel de postura, quase nunca deve ser utilizado, pois em período curto de tempo já é identificado uma reversão de patogenicidade. Epidemiologia Uma ave doente excreta o vírus por duas semanas: o ciclo é curto, sempre vai ter ave nova sendo infectada. Não há transmissão vertical: é uma grande vantagem, pois independente do status para gumboro da reprodução, o pintinho de um dia vai ser sempre livre. A infecção ocorre na granja, então temos que evitar ou minimizar o risco desse animal se infectar na granja. Isolado de artrópode, ração e cama (galpão): esse artrópode é de difícil controle porque vive em galerias, quando se usa inseticida no vazio sanitário ele se esconde e sai quando tem ave, é um vetor mecânico e não biológico. Vírus resistente no ambiente: fômites e aves silvestres podem ser vetores mecânicos. Cães: foi encontrado vírus de Gumboro nas fezes de cães, o vírus de Gumboro não replica em cães, só em aves, mas isso mostra que o cão é importante na epidemiologia e a resistência desse vírus que passou intacto pelo TGI inteiro do cão. Sorotipo 1: Gallus Gallus domesticus Nas estirpes clássicas geralmente não tem mortalidade muito alta (30%) e não é aguda. A infecção pode ocorrer em qualquer idade, mas os sinais mais críticos da doença ocorrem entre 3- 6 semanas de idade. O foco alvo de replicação desse vírus é a bolsa cloacal, porque é onde estão os linfócitos B e macrófagos, que são células que o vírus se replica. A bolsa cloacal involui com a idade, portanto na ave jovem a bolsa cloacal está no seu desenvolvimento máximo fase dos principais sinais clínicos, não que não aconteçam antes ou depois, mas com mais intensidade na ave jovem. A estirpes super virulentas vvIBDV causam 100% de mortalidade e acomete todas as idades, tendo bolsa cloacal ou não. É uma doença aguda. Patogenia A doença vai depender do desenvolvimento da bolsa cloacal, sendo mais observada entre 3 e 6 semanas de idade, se replicando em macrófagos e linfócitos B. Um grande titulo de vírus é produzido, o que leva a uma grande produção de complexos imunes que são responsáveis por lesões na bursa, rins e lesões endoteliais que levam a hemorragias. A morte acontece normalmente por insuficiente renal caracterizada pela excreta mais liquefeita, pois o rim não consegue concentrar o ácido úrico (ave com insuficiência renal, o principal sinal clinico é a diarreia). Sinais clínicos Forma aguda e clássica: depressão, diarreia branca aquosa, cloaca suja, anorexia, penas eriçadas, letargia, morte súbita. Forma subclínica: é a forma mais comum, porque a gente não tira essa vacina da rotina, então só animais de produção tem níveis de anticorpos, quando este nível esta alto, não temos a doença, salvo quando não tem outras doenças imunodepressoras, ou fatores nutricionais e ambientais, essa ave mesmo bem imunizada, não vai ter capacidade de responder corretamente a vacina, por isso temos a forma subclínica onde observamos retardo no crescimento e diminuição na capacidade de resposta a vacinas (o vírus destrói os linfócitos B que são os produtores de Ac). Temos o vírus de um lado e Ac de outro, algum nível de Ac sempre vai ter, o que vai determinar a forma subclínica da doença é a quantidade de vírus, se o vírus esta replicando, a pressão de vírus no ambiente esta aumentando, até que ocorre a infecção. Depois de 6 semanas normalmente a ave responde a infecção, não possuindo sinal clinico importante, mas libera o vírus no ambiente. Lesões Algumas lesões são menos específicas. Os três melhores sinais para suspeitar de gumboro são: Hemorragia, lesões renais e lesões na bolsa cloacal. A principal população de células da bolsa cloacal são os linfócitos B que estão sendo destruídos pelo vírus, portanto, ocorre atrofia da bolsa cloacal, mas nem sempre ela vai estar atrofiada, isso depende do momento da infecção, pois no inicio da infecção, por exemplo a bolsa vai estar aumentada de volume, porque num primeiro momento existe uma grande resposta inflamatória ali, depois mesmo com essa resposta imune, o vírus continua destruindo essas células levando a atrofia da bolsa cloacal. Petéquias em músculos esqueléticos e proventrículo; Muco intestinal aumentado; Hepato e esplenomegalia; Rins aumentados com deposição de uratos: o rim tem coloração mais clara (normal marrom escuro) e conseguimos observar o contorno dos túbulos ao corte. Observamos o rim dessa maneira porque o acido úrico é branco e está se acumulando dentro dos túbulos renais. Bursa atrofiada com hemorragias ou aumentada de volume com edema gelatinoso Numa bolsa saldável, tem-se grande quantidade de linfócitos B que se organizam na forma de folículos linfoides, na atrofia da bolsa cloacal, ela perde a arquitetura dos folículos e diminui a população de células. Mesmo uma ave no inicio da doença, ela já tem comprometimento do sistema imune. Diagnóstico Histórico; Lote susceptível: doença aguda típica; Rápido aparecimento, alta morbidade, desuniformidade; Lesões da bolsa cloacal: macroscópicas e microscópicas; Laboratorial: isolamento viral, inoculação em ovo embrionado morte embrionária em 3 a 5 dias, o vírus não causa efeito citopático em células cultivadas, então as alterações em embrião chamam mais atenção para o diagnóstico. Não nascem pintinhos positivos porque eles morrem rapidamente se forem infectados nessa fase. Imunofluorescência ou Imunoperoxidase; RT-PCR. Ovoscopia para ver a viabilidade embrionária inoculação. Necropsia de pintinhos com 18 dias: fígado verde por conta da hemorragia e interferência da bilirrubina. O normal é amarelo porque ele se alimentou somente de vitelo. Controle É uma doença endêmica na avicultura, portanto o controle é importante. O controle é feito na rotina, mas não existe um só protocolo. Existem vários tipos de vacinas para Gumboro: atenuada, inativadas e recombinantes. O uso dessas vacinas é diferente: Vacinas atenuadas: são vacinas vivas, o vírus não é patogênico ou não é tão patogênico quanto o vírus de campo, como é uma vacina viva, aplico na mucosa gotaocular, gota nasal, água, aspersão (mimetiza infecção natural). Se ela é atenuada, esse vírus pode vir a reverter patogenicidade, é um vírus que está vivo então ele continua sofrendo mutação, portanto deve-se adotar medidas de segurança que vão garantir que isso não aconteça. Vacinas atenuadas são usadas em aves jovens (antes de entrar em reprodução). Vacina inativada (morta): sua via de aplicação é intramuscular, feita nas aves em reprodução. Vacinas recombinantes: aplicamos no ovo. Hoje vários incubatórios tem investido na vacinação in ovo, porque mesmo as vacinas atenuadas, podem até ser aplicadas em spray, teria que pegar ave por ave e colocar uma gotinha em cada olho por exemplo, na vacina recombinante todos os embriões são vacinados ao mesmo tempo aos 18 dias de incubação, o que facilita o manejo. Como todas as aves são vacinadas, logico, elas recebem algum grau de imunidade passiva, se a galinha foi imunizada, ela vai passar os Ac para gema que serão usados pelo pintinho. Portanto, a vacinação das reprodutoras é feita de forma sistemática para que hajam Ac passando para os pintinhos. Se os pintinhos receberam grande quantidade de imunidade passiva, eu não preciso vacina-lo no momento em que ele nasce, então vou vacina-lo na granja com 7 dias e 14 dias, agora se o animal não tem imunidade passiva, fazemos as vacinas de incubatório. Agora se eu trabalho numa região que teve surto de gumboro, incluímos nesse protocolo a vacinação de 21 dias. Tem imunidade passiva vacina com 7 e 14 dias. Não tem imunidade passiva vacina no ovo ou 1º dia. Tem imunidade passiva em região de surto vacina com 7, 14 e 21 dias. Não tem imunidade passiva em região de surto vacina no ovo ou 1º dia e com 7, 14 e 21 dias. A vacina na reprodução é muscular, na produção é feita na água de bebida. Nos aviários há um sistema de controle da água, onde se pode fechar a água clorada (prevenção de doenças respiratórias) e liberar a água sem cloro, não posso colocar a vacina na agua clorada, porque é uma vacina viva. O sistema da agua clorada é fechada, as aves ficam em um tempo de jejum hídrico e depois liberam a água sem cloro com a vacina, como as aves vão estar com sede, elas vão consumir a água e esperamos que elas consumam na quantidade adequada. Para ter certeza que a agua com vacina esta chegando nos bebedouros, essa agua tem um corante azul ou branco (leite em pó). Quando acaba a vacina, libera novamente o sistema com cloro. Algumas vacinas vem junto com uma régua chamada bursômetro, a bolsa cloacal é exposta e medida. Na bula da vacina vai estar falando qual o tamanho esperado no momento em que se está vacinando. A ave vacinada vai estar com a bolsa cloacal maior, pois esta havendo um inicio de resposta inflamatória benigna. Controle: localização/isolamento, entrada de pessoas e veículos, introdução de equipamentos e aves, alimentos e água, controle de vetores, destino dos animais mortos e demais resíduos e limpeza e desinfecção. Aula 03/10/19 Doença de Newcastle Doença de notificação obrigatória. No PNSA tem as legislações de como é o controle para cada doença, mas uma parte grande do PNSA é dedicada à Influenza Aviária e a Doença de Newcastle, porque não muito parecidas, não conseguimos diferencia-las somente pelos sinais clínicos, mas sua epidemiologia é totalmente distinta. O agente da DN é constantemente isolado dos nossos planteis, não basta dar o diagnostico do agente, precisamos ver se esse vírus isolado é o vírus que precisa ser erradicado do Brasil. É uma doença altamente contagiosa que acomete a avicultura mundialmente. Faz parte da lista da OIE, e a notificação dos focos da doença é compulsória, inclusive porque é diagnostico diferencial para influenza aviária. Histórico no Brasil Em 1953 foi o primeiro relato, mas acredita-se que antes disso o vírus já estava circulante. Nos anos 70 e 80 era endêmica e um problema sanitário para a avicultura e até hoje temos resquício disso, quando atendemos avicultores mais velhos e que viveram a DN nessa época, quando veem um problema respiratório, já pensam que é Newcastle. Quando se sabe que é Newcastle, todas as aves devem ser eliminadas. Até que veio a legislação especifica do Ministério da Agricultura para a erradicação pelo menos das amostras de alta patogenicidade e conseguimos. A partir dai tivemos somente alguns casos esporádicos. Teve uma época no Brasil em que teve grande importação de avestruzes, muita gente começou a investir em avestruz. Nessa época os avestruzes eram o Nelore da avicultura. Só que ai o povo começou a ver que não era um investimento tão bom, e acabaram as criações de avestruz. Junto com essas aves importadas, vieram novos casos de Newcastle. Goiás 2001: ocorreu em um assentamento dos “Sem Terra”, onde havia uma criação de aves. Se teve o diagnostico de Newcastle de alta patogenicidade, foi necessário eliminar todas as aves. Os “Sem Terra” não permitiram a entrada da defesa sanitária. Esse assentamento, por azar, ficava ao lado da reprodução de uma grande empresa brasileira de avicultura. Então o pessoal da empresa entrou no meio, negociou com os “Sem Terra”, e eles permitiram a disseminação das aves. Rio Grande do Sul 2006: numa propriedade grande produtora de grãos teve o diagnostico em aves de fundo de quintal, a propriedade foi interditada, ou seja, nada entra e nada sai, isso gerou problemas no comercio da região. Amazonas 2008: um pesquisador da EMBRAPA viu um pato com sintomatologia nervosa e era Newcastle. Em Influenza Aviária as aves migratórias são importantes, é um risco real, mas que é monitorado. No caso de Newcastle, é o oposto, se buscamos esse vírus na avicultura silvestre, vamos isolar esse vírus o tempo todo. Essa doença é problema nos países vizinhos ao Brasil, então as aves migratórias são um problema real. Impacto Econômico Newcastle não tem importância grande na saúde pública, totalmente o oposto de Influenza aviária, que é zoonose e pode causar a morte de humanos. A Newcaslte pode ser transmitida para humanos e estes podem ter sintomatologia clinica, mas são brandas, como conjuntivite, coriza e afecções no trato respiratório anterior que se resolvem rapidamente. Essa infecção é acidental. Controlamos Newcastle principalmente porque é uma barreira comercial para exportação. Portanto, a maior preocupação é o comercio internacional, pois quando a carne fica no mercado, o preço cai e não cobre os custos de produção. Portanto a nossa avicultura é muito dependente desse comércio. Quando essa doença ocorre, está associada a alta morbidade, é transmitida via respiratória, e também causa alta mortalidade. Além disso, diminui a qualidade da carcaça e produção de ovos, sendo o impacto econômico gigantesco. É por conta disso que essa doença é uma barreira comercial. OIE Não basta sabermos que é o vírus da doença de Newcastle, precisamos saber se é o paramyxovirus aviário sorotipo 1 de alta patogenicidade, que é o que deve ser erradicado. Para saber se é o de alta patogenicidade, antigamente utilizava o IPIC – Índice de patogenicidade intracerebral em pintos SPF de um dia de idade. É feito em 10 aves e estas eram acompanhadas durante uma semana, se elas permanecessem saudáveis, recebiam nota zero, se adoecessem recebiam nota 1 e se morressem, nota 2. Somava-se os pontos de todo mundo e dividia pelo número de aves e se esse numero fosse 0,7 ou mais, era de alta patogenicidade. Esse teste era mais demorado. Hoje em dia, esse teste in vivo foi substituído por um teste molecular, extraímos o genoma do vírus que é RNA, fazemos uma amplificação e sequenciamos esse genoma com alguns marcadores. Procuramos uma região rica em aminoácidos básicos do genoma viral na posição terminal “N” da proteína F2 e fenilalanina na posição 117 da posição terminal N da proteína F1. A sequencia de nucleotídeos é lida por computadore formam-se os aminoácidos para que possamos analisar se foram a proteína procurada para diagnostico. Agente etiológico Vírus RNA da família Paramyxoviridae, gênero Avulavirus com nove sorotipos (APMV-1 a APMV- 9). O sorotipo de controle oficial é o APMV-1 – sorotipo 1). É um vírus envelopado, o que é bom, pois são vírus sensíveis Patotipos Didaticamente se divide esses vírus em patotipos, ou seja , de acordo com sua capacidade de causar doença. - Velogenico Viscerotropico: são extremamente agressivos, matando as aves em poucas horas, onde a prevalência dos sinais sistêmicos. - Velogenico Neutropico: agressivos com prevalência de sinais nervosos. - Mesogenico: virulência intermediaria com sinais respiratórios, possui os marcadores de patogenicidade e 0,7 ou mais no IPIC e deve ser erradicado. Na avicultura brasileira erradicamos velogenico e mesogenico. - Lentogenico ou vacinal: baixa virulência, sintomas respiratórios brandos. - Entérico assintomático: avirulento. Essas duas ultimas não causam problemas em aves saudáveis, mas podem levar a infecção por outros agentes. Epidemiologia A severidade da doença pode variar de infecções anaparente até a morte, dependendo não só da virulência do vírus, mas também das condições dos hospedeiros e ambientais. As aves migratórias são consideradas reservatórios de VDN e de influenza aviária. Estas aves participam da propagação do vírus entre países e continentes. Transmissão Não tem transmissão vertical uma vez que o ovo foi posto e incubado artificialmente, esse pintinho de 1 dia é livre. Surtos na avicultura de reprodução não demandam a eliminação dos ovos, pois não tem vírus nesses ovos mesmo que as aves estejam infectadas. Transmissão horizontal através de aerossóis, contato direto, via água, contato direto com produtos contaminados. Pode ser difundido por excretas contaminadas, pois o vírus replica bem no TGI. Então tudo que for contaminado com excreta, será uma possível forma de transmissão. O próprio homem pode dispersar o vírus dentro do sistema ou vários sistemas. Produtos congelados: o vírus permanece viável. Movimento de pessoas com seus calçados, roupa e veículos, transporte e equipamentos. Animais susceptíveis: aves, o homem é um hospedeiro acidental. Todas as aves são susceptíveis a infecção, mas nem todas elas tem a mesma sensibilidade a presença do vírus. Normalmente as aves silvestres, selvagens e de vida livre são mais resistentes e as de produção (galinhas e frangos) são mais sensíveis. As galinhas e frangos adoecem mais rápido do que uma ave de vida livre, mas todas elas participam da transmissão. Sinais clínicos Anorexia, depressão, sinais respiratórios (independente do tipo de amostra, o quadro primário é sempre respiratório), secreção nasal e ocular, rinite, estertores, dispneia, ataxia, convulsões, torcicolo e tremores em todas as idades, acentuada queda na produção de ovos. A ave, como é bípede, se tem uma paralisia de perna, não consegue comer, nem beber, se desidratando muito rápido e chegando a morte. Também ocorrem transtornos gastrintestinais. Torcicolo é o sinal nervoso que mais chama atenção, a ave fica com o pescoço totalmente virado. Normalmente o quadro nervoso evolui rápido. Lesões Dependem da patogenicidade do vírus, os de altíssima patogenicidade não esperamos encontrar nas aves grande numero de lesões porque não da tempo. Então quanto mais intermediaria a patogenicidade, mais lesões podemos encontrar. Edema de cabeça, hemorragias e ulceras na laringe, turvação dos sacos aéreos, hemorragias no coração e aumento do volume do saco pericárdico. Trato digestivo: petéquias na mucosa do proventrículo e no intestino. Hemorragia na transição da moela para o proventrículo, não ocorre somente em Newcastle, mas ocorre em aves com algum problema nos capilares, essa região sofre bastante pressão, sendo fácil ocorrer hemorragia. Traqueíte hemorrágica: não é uma lesão só de Newcastle, na Laringotraqueite também ocorre. Alteração intestinal: pontos de hemorragia no intestino tanto na serosa quanto na mucosa. Tonsilas cecais hemorrágicas; Hemorragia ovariana: as lesões do folículo ovariano são tão graves que não permitem produção de ovos embrionados. Diagnóstico Histórico, exame clínico, lesões. Se é Newcastle tenho que definir se é uma amostra de alta patogenicidade. No laboratório é feito HA/HI que permite a separação entre Newcastle e Influenza Aviária ou outras doenças. Ambos são vírus hemaglutinantes. Fazemos RT-PCR e sequenciamento buscando os marcadores para confirmar se é Newcastle. Se é Newcastle, o Laboratório Nacional para o diagnóstico da Doença de Newcastle determina as ações. O LANAGRO de Campinas é que recebe as amostras com suspeita de Newcastle, sendo o LANAGRO de referência. Tratamento Não tem, fazemos o controle. Controle A partir da propriedade, qualquer pessoa pode notificar a unidade veterinária local que normalmente é o órgão de defesa local. O veterinário do serviço oficial vê se a suspeita é fundamentada ou não, sendo fundamentadas as ações já começam, iniciando a interdição da propriedade. Suspeita fundamentada, manda amostra pro LANAGRO de Campinas, interdita a propriedade e começam as investigações epidemiologias num raio de 7 a 10 km de cada propriedade positiva. Também se procura para onde os produtos daquela propriedade foram, seja no mercado ou container de exportação. Vai para o laboratório positivo para IA/DNC positivo para Newcastle de alta patogenicidade emergência sanitária despovoamento e vazio sanitário de 21 dias no mínimo, mas esse valor poder ser alterado se os agentes de defesa decidirem que é necessário um tempo maior depois desse tempo são colocadas aves sentinelas (pintinhos SPF) para ver se ainda há presença do vírus no ambiente, essas aves são testadas por sorologia, pois não tem Ac para Newcastle, com dois testes consecutivos negativos, é liberado para o repovoamento. Deu positivo, faz tudo de novo, limpeza e desinfecção de resíduos + 21 dias. Vacinação para Newcastle A decisão de vacinar depende fundamentalmente do nível de risco. Leva-se em consideração o histórico da região (já teve casos, é rota migratória de aves, tem muitas aves silvestres), monitoria sanitária de empresas integradoras, o ponto mais importante dentro da indústria avícola é a exigência de governos/importadores, tem pais que não importa nem ave vacinada, então a decisão de vai vacinar, no caso do sistema de integração, são as empresas. Muitos acham que o Ministério devia se posicionar em relação à vacinação de Newcastle, normalmente nas doenças de notificação obrigatória, o Ministério ou manda todo mundo vacinar ou ninguém vacina. Existem varias vacinas para Newcastle: Vivas: cepas lentogenicas, usadas na produção (frangos de corte e aves de postura jovens), o vírus é capaz de replicar e inclusive causar a doença em alguns casos. Essa vacina é usada em aves jovens porque como a doença é respiratória, os danos dos vírus que tem transmissão respiratória, já se iniciam no trato respiratório, então essa vacina viva vai estimular a imunidade de mucosa, ativando a proteção local para evitar a infecção. Outro motivo importante é que a inativada é uma vacina morta com adjuvante que da no musculo da ave, não sendo viável em frango de corte. Existem varias vacinas vivas no mercado, com a La sota, é a cepa lentogenica ou vacinal, ela é de baixa patogenicidade mas pode levar a sinais respiratórios pode abrir porta para outros problemas respiratórios. Inativadas: feita em aves de reprodução, que já está em produção. Outras: recombinantes, feita no ovo junto com Gumboro. No incubatório as aves são vacinadas com a vacina recombinante ou a vacina viva sem ser a La sota (as outras são mais atenuadas). Na segunda vacinação se usa a La sota, já que a imunidade especifica vai estar boa.A primeira dose é no incubatório e a outra dose aos 14 dias, já na produção. As aves que entram em reprodução tem os níveis de Ac monitorados e quando estas precisam de reforço, é feita a vacina inativada. A inativada é só para reforço e para aves em reprodução. Aula 04/10/19 Erisipela suína Doença importante no abatedouro. Das doenças que causam condenação de carcaça a Erisipela é a única que tem o diagnostico final confirmado por conta de suas lesões de pele em formato de losango. As lesões cutâneas são importantes, pois quando estão presentes, fechamos diagnostico, mas além disse, tem quadro crônico, é uma doença hemorrágica sistêmica e também causa problemas reprodutivos. Agente etiológico Erysipelothrix rhusiopathiae. A infecção em humanos normalmente é causada por S. aureus. A lesão é parecida com a Erisipela suína. Mas humanos também podem se infectar pelo Erysipelothrix rhusiopathiae. É um agente antigo, Pasteur trabalhava com ele. O Erysipelothrix rhusiopathiae. É um bacilo gram positivo de morfologia coco-alongado, ele pode assumir morfologias bem arredondadas, cocos, e morfologias bem alongadas, bacilos. Isso influencia na evolução da doença, pois a mudança na morfologia leva a diferentes respostas imunes pelo hospedeiro. Quando isolamos o Erysipelothrix rhusiopathiae do animal, normalmente ele esta arredondado, a medida que vai sendo cultivado em laboratório, ele vai assumindo uma forma mais alongada. Para produzir vacina, fazemos o cultivo do agente em laboratório, sabemos que se usamos uma colônia muito velha (cultivo antigo) para fazer uma vacina, a resposta imune do animal vai estar prejudicada mesmo que ele seja vacinado. Já foram descritos 28 sorotipos diferentes de Erysipelothrix rhusiopathiae. Possuem antígenos termoestáveis diferentes, o N não tem antígenos termoestáveis, todos os outros são classificados de acordo com as características desse antígeno. Esse antígenos são só para identificar o agente, eles mantém a conformação tridimensional da colônia. A Erisipela é uma vacina utilizada na rotina da granja, mas não necessariamente não protege os animais completamente, pois ela não possui todos os sorotipos. Geralmente é associada com Parvo e Leptospira, são vacinas múltiplas e não da para incluir todos os sorotipos. Por isso, apesar de ser uma doença que é controlada na rotina, ainda podemos ter problemas com ela. A medida que passam os dias, a colônia vai mudando de conformação, passando de uma colônia lisa e arredondada, para uma colônia rugosa e disforme. Em meio liquido a bactéria também tem crescimento diferente, ela deixa o meio turvo, mas a medida que o cultivo envelhece, ele muda a sua forma de crescimento dentro do meio liquido, fica com aspecto parecido com fungos, como se fosse algodão flutuando no meio liquido. Epidemiologia Esse agente já foi isolado de vários tipos de animais (mamíferos domésticos e selvagens, aves, répteis, anfíbios, peixes, golfinho, homem), portanto está distribuído na natureza. O suíno é o animal que mantém esse agente na natureza, os outros animais são hospedeiros acidentais que podem desenvolver a doença sistêmica. A grande maioria das granjas de produção são positivas para o agente. Quanto mais controlado e tecnificado o sistema, menores problemas temos com a doença. É sensível no ambiente, mas resistente na presença de matéria orgânica, salga, refrigeração e defumação (presente em carne defumada ou salgada presunto de suíno que estava num momento de septicemia, pode transmitir erisipela). 30-50% dos suínos saudáveis mantem o agente nas tonsilas e tecidos linfoides. Naqueles animais em que o agente caiu na circulação, este pode ser isolado de fezes, urina, saliva, secreção nasal e vaginal. Quando temos o agente transmitido por fezes, essa transmissão é muito rápida na suinocultura, visto que o volume de dejetos produzidos todos os dias é grande e está passando pelas instalações até que tenha seu destino final, atingindo grande numero de animais muito rapidamente. Suínos com menos de 3 meses (marrãs) e mais de 3 anos de idade são mais resistentes. O animais jovens tem imunidade passiva, então uma fêmea jovem é mais resistente a infecção, essas marrãs vão ser vacinadas para entrar em reprodução, mas esta será neutralizada pelos anticorpos passivos. Isso é bom para os leitões que vão compor a produção, mas não é bom para o manejo reprodutivo. Animais com mais de 3 anos são mais resistentes pois seu sistema imune está constantemente sendo desafiado. Se a imunidade do animal for forte o suficiente ou superior a quantidade do agente no ambiente, este animal é resistente. Claro que em uma situação de estresse, esse animal não conseguirá responder a infecção da mesma forma. Transmissão Principalmente suíno-suíno (fezes, urina, saliva e secreção nasal), roedores e aves, solo, água e ração. Tudo isso ajuda na dispersão do agente dentro do sistema de produção, para ocorrer infecção, a pressão microbiana deve ser superior a imunidade do animal, por isso o contato suíno-suíno é a forma mais importante de transmissão, pois há maior quantidade de microrganismo. Patogenia O agente pode ficar de forma silenciosa no tecido linfoide do animal por muito tempo sem causar sinais clínicos. Para chegar a circulação, o agente usa linfócitos, monócitos e macrófagos, o que é uma forma de escape do sistema imune. Pela circulação o agente chega ao coração, articulação, rins e trato reprodutivo. A lesão renal ocorre por deposição de imunocomplexos, assim como a doença articular. Isso ocorre na doença crônica. Ocorre lesão renal na doença, mas o tempo que esse animal fica na produção é pouco para que possamos observar esses sinais renais. Infecção em humanos Pode causar desde lesões de pele (forma na qual normalmente fica restrita), a entrada do agente geralmente é por feridas. No humano a bactéria pode cair na circulação também levando a lesões parecidas com a do suíno, como artrite, endocardite e septicemia. Pelo consumo de carne suína, a transmissão é baixa, pois o pH do estomago geralmente elimina a bactéria. Isso numa situação normal, mas isso muda no caso de indivíduos imunocomprometidos. Numa condição normal é uma doença ocupacional de pele que pode ser agravada dependendo da condição do hospedeiro. Infecção em suínos Forma hiperaguda: forma rara onde basicamente não vemos nada porque ocorre morte súbita. É rara porque utilizamos vacina e os animais já entraram em contato com o agente. Existem planteis de reprodução que nunca tivera contato com a Erysipelothrix rhusiopathiae, então esses animais podem desenvolver o quadro agudo. Deve-se atentar para a introdução de novos animais na granja, geralmente os animais introduzidos tem uma condição sanitária melhor do que os animais da granja, então é importante vacinar. Forma aguda: a presença da bactéria na circulação vai fazer com que o animal desenvolva quadro febril, levando a apatia, anorexia, inicia a secreção da bactéria por secreção nasal e ocular, ocorrem transtornos reprodutivos em fêmeas gestantes nos terço final da gestação levando ao aborto, orquite em machos e forma cutânea. No feto abortado observamos lesões de pele que se parecem com o crescimento da bactéria em meio de cultivo. As lesões de pele tem forma geométrica, começam rosa claro e vão ficando mais escuras até roxo, podendo evoluir para necrose de pele caso não seja feito um tratamento. Essas lesões ocorrem porque a bactéria forma trombos sépticos dentro da circulação lavando a obstrução de pequenos vasos que irrigam a pele. No dia de ir para o abatedouro, o produtor não envia os animais com lesão de pele, mas o estresse de transporte e espera no abatedouro pode levar os animais sem sinais clínicos a apresentarem as lesões de pele no abatedouro. Forma crônica: vemos nos animais de reprodução, caracterizadapela forma articular, que ocorre pelo acúmulo de imunocomplexo na cápsula articular, fazendo com que o animal tenha dificuldade de movimentar a articulação, o liquido sinovial fica com aspecto gelatinoso, porque diminui sua quantidade, com pouco liquido sinovial, posso começar a ter lesão de cartilagem. A lesão cardíaca também vai ser crônica, porque vai depender de quadro de imunodepressão do animal, quando o agente cai na circulação e constantemente passa pelo coração, levando a lesões em válvula cardíaca atroventricular endocardite. O animal com insuficiência cardíaca vai se demonstrar cansado. Diagnóstico De acordo com histórico, sinais clínicos e lesões: se for a forma cutânea, o diagnostico é imediato, já a forma crônica é difícil. Dentro do histórico é importante perguntar sempre sobre a introdução de animais no rebanho, porque normalmenteos agentes circulantes no rebanho estão controlados e quando introduzimos um novo animal, podemos introduzir um novo sorotipo do agente. Diagnostico laboratorial: isolamento – testes bioquímicos, sorotipagem para corrigir caso necessário o programa de vacinação e para avaliar o manejo de vacinação, porque pode estar acontecendo falha na vacinação ou na vacina já que o sorotipo é o mesmo, a sorologia é feita somente para monitoramento, já que existe a vacinação. Tratamento Quem tratar? Nos casos reprodutivos, não adianta tratar a fêmea porque o aborto já ocorreu, o agente vai voltar para as tonsilas e eventualmente pode ocorrer de novo. Dentro de todos os grupos, os que valem a pena tratar são os que tem lesão de pele, pois conseguimos reverter o quadro agudo. Tratamos parenteral, mas dependendo do acometimento e do comportamento dos animais, pode tentar tratar maçal os outros de forma preventiva, e não é indicado a Penicilina pois ela não é bem absorvida na forma oral. Penicilina e Tetraciclina. Vacinação Esse protocolo de duas doses nas fêmeas jovens é comum a varias doenças. Marrã sempre é um problema no caso de anticorpos passivos na vacinação. Nas porcas, as vacinas comerciais não falam para usar 2 doses e sim 1, pois essa femea vai ser vacinada toda gestação, então ela já tem seu sistema imune preparado, então normalmente as porcas numa vacina comercial recebem uma dose só. O macho recebe duas doses na primeira vez que é vacinado para ter o reforço e depois ele é revacinado anualmente ou semestralmente. Esse protocolo é muito bom quando estamos imunizando os animais contra uma primo-infecção em um rebanho reprodutor, por exemplo, ou é feito em uma granja onde entrou um sorotipo novo. Nesse caso vale a pena fazer a vacinação dos leitões porque eles não receberam os anticorpos da mãe para um sorotipo novo ou é uma granja que tem uma falha na colostragem. Aula 10/10/19 Programa Nacional de Sanidade Suídea – PNSS 18 de Junho de 2004 – Instrução normativa 47 O PNSS é o Programa Nacional de Sanidade Suídea, quando eles planejaram esse nome eles acharam que estariam incluindo todos os suínos (produção e vida livre), depois viram que na verdade não, então talvez esse nome venha a mudar. As atividades do PNSS tem como objetivos principais a coordenação, normatização e o suporte das ações de defesa sanitária animal referentes à suinocultura nacional, visando preservar a sanidade do rebanho suídeo brasileiro. O PNSS existe desde 2004, não quer dizer que antes disso nada era feito. O que aconteceu em 2004, foi um momento em que vários programas foram reorganizados e aí se criou o PNSS e se juntou num único programa tudo o que esta relacionado com sanidade do rebanho suíno brasileiro. Dentro do PNSS tem toda a legislação que rege a suinocultura industrial, não faz parte da legislação do PNSS a suinocultura de subsistência e muito menos os suínos pets. Então esse é um ponto critico dentro do programa, porque são suínos que são susceptíveis aos agentes etiológicos da mesma maneira. No PNSS, dentro do documento vai ter tudo, desde a coordenação do programa em todos os seus níveis, tem um fluxograma mostrando da onde vem a legislação e seus órgãos executores, tem o nome da pessoa responsável, normalmente os fiscais agropecuários que fazem parte da coordenação ficam em Brasília, e ai tem os órgãos estaduais também. Todas as normas estão dentro do programa, as vezes uma norma é substituída ou eles colocam um anexo aquela nota, todas as normas estão dentro do programa, então conseguimos ver o caminho que o programa está seguindo. Toda normativa, seja ela nova ou que vai mudar em parte uma normativa existente, toda normativa fica sob consulta publica no site do Ministério da Agricultura, então conseguimos criticar ou dar ideias para essa normativa. Nenhuma norma é aprovada sem antes passar por consulta pública. Dentro do documento também já está previsto tudo o que é necessário para dar suporte as ações de defesa sanitária animal, então, por exemplo, a gente fala do rifle sanitário, no caso de aves colocamos espuma, mas nos suínos é rifle mesmo, um tiro que se dá no animal para fazer o sacrifício. Se eu preciso fazer o sacrifício do rebanho usando arma de fogo, precisamos da ajuda da policia, ou do exercito, de quem saiba fazer isso. No programa esta dizendo quem procurar no caso de uma necessidade dessa. E no caso do descarte dos animais sacrificados, temos que por exemplo, enterrar e isso tem um impacto ambiental, então precisamos também da liberação dos órgãos ambientais para dizer que podemos abrir uma vala de tal tamanho e profundidade em tal região. Então tudo isso esta no PNSS. Sempre que o Ministério da Agricultura implementa uma normativa federal, os estados tem um tempo para adequar essa legislação estadual, que é o que vai reger esse estado, a única exigência é que nunca uma legislação estadual vai poder ser mais branda do que a federal. Por exemplo, está previsto na legislação federal de suínos que a gente pode utilizar restos alimentares para a alimentação de suínos, desde que tenham passado por tratamento térmico, em Santa Catarina é proibido o uso de restos alimentares para suínos, então é uma legislação estadual que é mais rígida do que a federal. A legislação estadual tem a flexibilidade para adequar a realidade da região, mas nunca pode ser mais branda. Quando pensamos em controle de doenças de suínos, basicamente temos dois focos: impedir a introdução de doenças exóticas ou então controlar ou erradicar aquelas existentes no país. A legislação que impede a entrada de doenças exóticas é aplicada para a PRRS (doença mais importante na suinocultura industrial no mundo) e Coronavirose (TGE e PED). Além disso, temos as doenças que são importantes que a gente controle ou que a gente erradique do nosso território. Sempre que pensamos numa doença e determinado território, o programa começa com o controle e o segundo passo é um programa de erradicação. Brucelose e Tuberculose não são doenças exóticas no Brasil, mas temos um programa de erradicação, então não queremos introduzir os agentes o tempo todo dentro do país. Para essas doenças, os animais que vão ser importados ou sêmen devem seguir a legislação, os animais são submetidos a varias quarentena, tanto no país de origem como aqui e são testados nessas quarentenas para garantir que não tem Ac contra esses agentes. Para nenhuma dessas doenças é feito teste direto, para todos os testes de monitoramento na importação são sorológicos. O PNSS esta dividido em quatro partes, a primeira delas é o reconhecimento e manutenção de zona livres de doenças no Brasil. Esse ponto na verdade, a gente observa que ele esta presente em outros programas de outras espécies, então em PSC vai ficar bem claro esse reconhecimento de áreas livres de doenças no Brasil. Mas trabalhamos também com a compartimentalização da avicultura, na aftosa tem área livre com vacinação e sem vacinação, então no Brasil, é um paisde extensão continental então ele não possui a mesma realidade em todas as regiões, então precisamos disso para atingir novos mercados, mostrar que na verdade o Brasil possui sim realidade diferentes mas o controle dessas diferentes realidades não é igual. Por exemplo, na suinocultura, quando observamos as granjas de Santa Catarina, elas hoje trabalham com tecnologia para suinocultura, por outro lado, temos regiões no Brasil onde a população de suínos predominantes são suínos de subsistência. No Rio Grande do Norte a maior parte dos suínos se concentravam em regiões próximas a lixões, isso não é realidade somente lá, mas temos um pais com granjas com maior tecnologia possível e locais onde os animais se alimentam de lixo. Não podemos incluir todos num mesmo balaio e falar de sanidade, por isso dividimos o pais em áreas livres e áreas não livres. A OIE aceita isso do país ser dividido em regiões sanitárias, ela entende que aquela área livre vai ser trabalhada como um país livre. A OMC (Organização Mundial de Comercio) é quem vai monitorar e intervir nos comércios internacionais, e fala se a barreira que determinado país esta impondo é aceitável ou não. Normalmente eles impõe muitas barreiras sanitárias, e reconhece as áreas livres, mesmo o pais tendo áreas livres se um pais que não tem a doença não quiser comercializar desse pais com áreas livres, a OMC aceita. Por exemplo, a PSC, tem países que são livres dela e esses países podem falar que não querem comprar carne do Brasil, porque não somos livres. A Rússia, que é nosso principal importador de suínos não é livre de PSC, então não podem fazer isso. Outros países também são grandes como o Brasil, como Canadá e Estados Unidos, então porque é tão difícil pra gente ficarmos livres de doenças? Por conta das fronteiras secas com vários países. Além disso, dentro do PNSS temos o programa de certificação e monitoramento das GRSCs (granjas de reprodutores suídeos certificadas). Uma das queixas que existem é a questão de mão de obra na fiscalização sanitária, por conta disso, não tem como o ministério da agricultura monitorar tudo, então foi divido: algumas granjas vão ser certificadas e serão consideradas granjas de reprodutores de suínos certificados e essas granjas vão ser monitoradas pelo ministério da agricultura, então uma GRSC ela recebe o agente fiscal agropecuário de 6 em 6 meses e é testada para as doenças. O Brasil possui pouco menos de 200 GRSCs. As granjas de produção são monitoradas pelos órgãos estaduais, ai cada estado tem sua própria legislação, mas cada estado monitora por amostragem, então não necessariamente toda granja vai receber o fiscal sanitário. Para ser uma GRSC a granja tem que obrigatoriamente ser livre dessas doenças: PSC, DA, Brucelose, Tuberculose, no caso de suínos monitoramos sarna, porque o animal perde muito valor econômico quando tem sarne e a Leptospirose. A granja GRSC pode ser livre ou controlada para Leptospirose, a granja controlada vacina para Leptospirose. Para todas essas doenças faz de 6 em 6 meses testes sorológicos, os animais não podem ter Ac para essas doenças, com exceção de sarna, que é feito o raspado e granja controlada para Leptospirose, se for livre faz sorológico, se for controlada não da para fazer sorológico porque com certeza ela tem Ac contra Leptospira, então nessas granjas fazemos testes de identificação direta do agente (observar se tem a bactéria circulando ou não). E o custo disso? Um número considerável de animais será testado para varias doenças numa frequência grande, o custo disso é da granja e na legislação, diz que na suinocultura industrial você só pode comprar reprodutores de uma GRSC, então ele trabalha naquele raciocínio multiplicador: se eu controlo as GRSCs e exijo que o produtor só receba animal de uma GRSC eu estou garantindo que todas as granjas estão recebendo animais com essa qualidade sanitária. Fêmea na suinocultura industrial, ou ela é comprada de uma GRSC ou ela vem do próprio rebanho. Além da GRSC ser livre dessas doenças, normalmente elas são livre de mais doenças do que essas, quando você compra um reprodutor de uma GRSC ele vem com um atestado falando de todas as doenças que ele é livre, as citadas anteriormente são só as obrigatórias, além disso, a granja tem que adotar medidas de biosseguridade. Tanto em avicultura como em suinocultura, biosseguridade é a palavra de ordem, se hoje conseguimos ter rebanhos que tem um nível de sanidade muito melhor do que outros países, é devido a biosseguridade. Nós não temos influenza aviária nem PRRS, então somos superiores que os melhores. Biosseguridade é um programa amplo, para GRSC quando o fiscal vai la fazer a coleta de amostras de 6 em 6 meses, ele também monitora as medidas de biosseguridade da granja. Então ele tem um check-list aonde tem os vários pontos de biosseguridade que ele tem que avaliar, então por exemplo, se essa granja tem uma cerca periférica que cobre todo o perímetro, com uma entrada única, com sistema de desinfecção para pessoas e veículos, se a granja tem ela recebe uma pontuação pela presença do item e pela qualidade desse item. No final das contas, quando preencher o check-list, essa granja vai ter uma nota e vai ser classificada com base nessa nota. Uma coisa que acontece muito com suínos é o embarcador e desembarcador junto a cerca periférica, os animais que vão ter que sair da granja ou entrar, o caminhão que transporta os animais não entra na granja, ele estaciona perto de uma baia que fica junto a carca periférica e faz o embarque e desembarque dos animais. Isso é muito importante para biosseguridade porque é um caminhão que carrega animais, então é um grande risco. O controle de visitas é muito rígido, a legislação exige que as granjas exijam dos seus visitantes um vazio sanitário de pelo menos 24 horas, então a pessoa para visitar uma GRSC teria que ficar 24 horas sem ter contato com suínos, produtos de origem suína ou laboratórios. Isso é o que a legislação exige, mas as granjas normalmente exigem muito mais do que isso. O controle das doenças de suídeos em território nacional objetiva impedir a introdução de doenças exóticas ou controlar ou erradicar aquelas existentes no país. É importante para a suinocultura brasileira que se erradique as doenças existentes no nosso território. É importante desinfecção de tudo que vai entrar dentro da granja e qual o método que é utilizado, a questão de vestiários, normalmente as GRSCs possuem suas barreiras sanitárias, os banheiros onde toda pessoa que for entrar na granja vai ter que obrigatoriamente tomar banho, colocar a roupa da granja para poder entrar. Outra questão importante é a água, se é tratada, como é tratada, qual a fonte dessa água, então isso é muito importante. Em suínos temos um complicador maior quando comparamos com aves que a questão dos dejetos. O volume de dejetos é muito grande na suinocultura, por isso tem se investido muito em biodigestores. A granja vai receber uma nota, dependendo da nota essa granja vai ser A, B, C ou D. A são as melhores, e as D são as granjas altamente vulneráveis. Peste Suína Clássica Talvez seja a doença mais antiga conhecida na suinocultura, foi relatada pela primeira vez nos EUA em 1933. O seu nome já mostra pra gente que é uma doença que dizima populações, é por conta disso que tem grande impacto econômico e vários países se esforçaram para erradica-la. Quando existia a lista de doenças da OIE divida em lista A e B, as doenças na lista A são as mais graves que qualquer país do mundo em qualquer situação devem notificar. Hoje em dia existe somente uma lista da OIE, onde tem uma serie de agentes, é uma lista bem ampla para todas as espécies e se trabalha da seguinte maneira: se um país falar que ele é livre da doença, ele é obrigado a notificar ou se o país está num programa de controle e erradicação da doença,ele tem que notificar também. Agora se o país não controla a doença e não tem nenhum programa que visa à erradicação e tem o agente no território, ele não precisa notificar e aparece vermelho no mapa da OIE (contaminado), pois o agente circula livre lá. Para uma doença ser colocada dento da lista, ela tem que ter algumas características, ser transmissível, com potencial de disseminação rápido e serio. PSC temos um complicador, pois é um vírus que tem diferentes patogenicidades, então é comum de acontecer, entrar dentro de um território de baixa patogenicidade, se disseminar, esse vírus sofre mutações e se torna um vírus de alta patogenicidade, ai percebemos a doença. Quando vamos fazer um inquérito epidemiológico encontramos o vírus em vários locais, pois ele se disseminou em baixa patogenicidade. O vírus da PSC é RNA. É uma doença exclusiva de suínos, não possuindo apelo nenhum em saúde pública, a sua importância é econômica, pro comércio de animais e pro comercio de produtos de origem animal, pois o vírus permanece viável nos produtos processados, curados, salgados. Panorama da PSC Austrália, Bélgica, Canadá, França, Inglaterra, Irlanda, Nova Zelândia, Portugal, Espanha, Suíça e Estados Unidos estes países são livres de PSC e só eles podem usar a PSC como barreira sanitária. Situação do Brasil: em 1992 o Brasil declarou livre de PSC os estados da região Sul. Depois em 2001, esse levantamento epidemiológico terminou em outros estados e se considerou livre além dos estados do sul, os estados do sudeste, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goias, DF, Tocantins, Rondônia, Sergipe e Acre. Essa é a situação sanitária de PSC reconhecida pelo ministério da agicultura. Quando a gente olha esse mapa (é de antes do Acre), é colorido a área livre e tons de cinza a área contaminada, não tem diferença por cor. Quando a gente avalia essa região livre do Brasil e compara com a região que não é livre, sabemos que essa área livre é um pouco mais da metade do nosso território e que essa área livre possui um pouco mais da metade das propriedades de suínos do Brasil, esses dados são relevantes? Quando avaliamos outros dados, vemos que a área livre inclui 78% do nosso rebanho e 87% das nossas matrizes, o que quer dizer que a nossa genética esta em sua maioria em uma área livre. Isso é importantíssimo quando pensamos em exportações, porque 93% das indústrias frigoríficas estão na área livre. Quer dizer que a grande parcela do nosso produto de origem animal sai de área livre, então isso tem um impacto muito grande. Para o Brasil, principalmente pensando em exportação, ter essa área livre é muito importante. A OIE aceitava isso, tratava essa área livre como se fosse um país livre. A PSC é uma doença muito importante, era da lista A, por isso, a OIE em 2015 mudou as regras para PSC. Em 2013 todos os países membros aceitaram essa mudança e em 2015 ela passou a vigorar. Na verdade, hoje, para PSC, os países tem que passar pelo reconhecimento oficial, o pais se autodeclara livre de determinada doença, ai a OIE manda uma comissão para o país para fazer um monitoramento e reconhecer oficialmente a área como livre de PSC. Quando aconteceu isso, o Brasil deu um passo atrás, hoje é reconhecido oficialmente os estados do Sul. Foram preparados os 3 estados do Sul para reconhecimento oficial e hoje eles são reconhecidos como livres, Minas já pediu seu reconhecimento oficial que esta em processo. Quando pensamos em PSC no Brasil, o ultimo surto ocorreu no Ceará no ano passado. Foi encontrado uma propriedade sem vinculo com estabelecimentos comerciais, o Ceará não está na área livre, por isso, isso não impactou no status sanitário do Brasil, mas é ruim para o Brasil. Agente Etiológico Família Flaviviridae, gênero Pestevírus: vírus da Peste Suína Clássica, vírus da Diarreia Bovina a vírus e Doença da Fronteira. O suíno é susceptível a infecção pelo vírus da diarreia bovina e desenvolve anticorpos pra esse vírus e existe reação cruzada entre estes vírus. A PSC, mesmo em área que não é livre, o controle é através da erradicação também. Como estamos falando de uma doença de notificação obrigatória, não basta vermos somente sinais sugestivos, temos que fazer testes laboratoriais e temos que lembrar que no laboratório, se usarmos um teste sorológico, ele dá reação cruzada com BVD, por isso é importante saber dos outros membros dessa família de vírus. É um vírus RNA que sofre mutações principalmente de patogenicidade, então por isso temos amostras de baixa e alta patogenicidade que podem levar a morte dos animais em horas, sem vermos lesão, mas uma coisa interessante, é que mesmo ele sendo RNA, essas mutações normalmente não acontecem nas proteínas de superfície, então a vacina para PSC é antiga e bastante estável, porque as mutações nunca ocorrem nesse tipo de proteína. É um vírus envelopado, então no ambiente é sensível, mas quando pensamos em produtos de origem animal, ele resiste a vários processamentos da carne. Mas logico que no ambiente se usamos desinfetante e detergente, eliminamos esse vírus do ambiente. Para aves e suínos todas as doenças de erradicação obrigatória são causadas por vírus envelopados. O grande problema da PSC é que quando o vírus entra dentro do sistema, e começa a replicar nesse animal, ele tem vários sítios de replicação possíveis, é um vírus que tem tropismo por vários tecidos. A partir do momento que temos um animal positivo, o vírus vai estar presente em todas as secreções e excreções desse animal: urina, fezes, secreção nasal, oral, vaginal, leite, sêmen. Se eu tiver um animal positivo dentro do meu rebanho, a chance de outros se tornarem positivos vai ser gigantesca até porque a produção de dejetos em suínos é muito grande. Sinais clínicos Dependem diretamente da patogenicidade do vírus, então pode ser um vírus de baixa patogenicidade onde vamos observar os sinais, ou pode ser um vírus de alta patogenicidade em que não vamos observar nenhum sinal pois os animais morrem antes. Mudança de comportamento: animais ficam apáticos, tendem a ficar mais deitados, de cabeça e orelhas baixas, mais amontoados, acontece principalmente por conta da febre. Nos suínos claros conseguimos ver uma hiperemia de pele no caso de febre e também pode ocorrer hemorragia, que pode ser em pontos “salpicados” ou áreas de hemorragia, sufusões por conta da ação do vírus no endotélio dos vasos. Secreção ocular, nasal importante na transmissão. Dificuldade respiratória; Constipação seguido de diarreia, em varias doenças vemos isso, nesse caso, não é o vírus replicando nos enterócitos, normalmente essa sequencia vem de um animal que está com febre, que diminui o consumo e a hidratação, além disso, esta perdendo agua e calor, então ele entra num quadro de constipação por desidratação. Fisiologicamente o organismo manda muita agua para o intestino e acaba levando a diarreia. Cianose em extremidades como focinho e pontas de orelha que podem ficar necrosadas. Sinais nervosos: incordenação, paresia, pedalagem, coma, morte. Na PSC trabalhamos com rebanhos livres, então nossos animais não tem Ac para a doença, se o vírus entra e começamos a ver sinais nervosos, estes vão acontecer em animais de qualquer idade. Transtornos reprodutivos: podem variar muito, principalmente em relação a patogenicidade do vírus e o momento de infecção das fêmeas gestantes. Se for um vírus de baixa patogenicidade, os transtornos que vamos observar são parecidos com os que falávamos para Parvovirose, onde tínhamos leitões em diferentes fases do desenvolvimento. Quando é uma amostra de baixa patogenicidade, os vírus caminha mais lentamente no trato reprodutivo e vai matando os leitões em momentos diferentes. Agora, eu tenho amostras mais agressivas onde os sinais vão ser pontuais, pode ter leitões mortos ou mumificados, mas todos na mesma fase do desenvolvimento.Durante a gestação de uma fêmea bovina com BVD pode nascer o PI, ele nasce porque a fêmea foi infectada por uma cepa de baixa patogenicidade e o bezerro nasce já nasce infectado e tolerante ao vírus. Para acontecer isso, o animal tem que ser infectado na fase de reconhecimento de antígenos próprios. Em suínos isso pode acontecer em PSC, então o animal que entrar em contato durante seu desenvolvimento embrionário com o vírus justamente na fase de reconhecimento de antígenos próprios, para suínos, em torno dos 60 dias, ele pode ser imunotolerante. Lesões O que chama nossa atenção é a hemorragia nos órgãos. Ocorrem hemorragias no intestino, o baço normalmente está aumentado de volume, hemorragia em região de glote, rins, pontos de hemorragias na bexiga, associados a ulceras em forma de botão é um forte indicativo de PSC. Para uma doença dessa, por mais sugestivo que seja, o diagnostico não é feito somente com base no histórico e lesões, temos que mandar para o laboratório. Como é uma doença de notificação oficial, no plano de contingencia da PSC esta escrito quais as amostras que temos que coletar para enviar para o laboratório, então coletamos amostras de sangue e de tecido, porque o primeiro teste que vamos fazer no laboratório é o sorológico, se ele der negativo, esta tranquilo, agora se ele der positivo eu não posso falar com certeza absoluta que é PSC porque existe reação cruzada com outras doenças. Então, primeiro sorológico, deu negativo, beleza, deu positivo, tem que passar para a identificação viral que se coleta dos tecidos. Quando a suspeita é PSC só temos um laboratório para enviar o material, que é o LANAGRO de Recife, que é o laboratório oficial que esta preparado para fazer todas as análises e diagnostico de PSC. Além disso, Recife, não esta na área livre. Prevenção Por sorte as mutações em PSC não ocorrem nas proteínas de superfície e a vacina é bem eficiente, mas desde que se instituiu o PNSS é proibida a vacinação para PSC no Brasil. Nos utilizamos a vacina só em casos liberados pelo departamento de defesa sanitária animal, ele vai ver o comportamento daquele foco e ver se precisa da vacinação ou não. Ele vai ver se tem risco de disseminação para granjas próximas, se a partir de um foco teve outros, se é possível vacinar naquela região ou não, e ai é decidido se é feita vacinação ou não. Quando o ministério decide que vai vacinar, a vacina é feita em duas doses em intervalo de 6 meses, mas tem cidades que não é possível fazer a vacinação (por exemplo em cidades em que os suínos são soltos). Para decidir se vai vacinar ou não, vários aspectos epidemiológicos são levados em consideração. Qualquer pessoa que suspeita de qualquer coisa pode notificar aos órgãos de defesa, isso é importante para garantir a rapidez da notificação e colocar em ação todas as medidas necessárias. Se a suspeita for fundamentada, são coletadas as amostras anteriormente citadas, vai ser mandada para o LANAGRO de Recife, e teremos o resultado. Se for positivo, entra em ação as medidas de emergência sanitária, sacrifício dos animais, destino das carcaças, limpeza e desinfecção do local e vazio sanitário. O consumo pode ser liberado para seres humanos em casos analisados pelos fiscais. Cada caso é avaliado individualmente e as ações podem tomar caminhos diferentes do que aquele padrão que conhecemos. Aula 11/10/19 Doença de Aujeszky É uma doença antiga que faz parte da lista de notificação da OIE desde 1934, só que sempre foi da lista B. A Doença de Aujeszky (DA) tem sim sua importância, mas comparado com a PSC, é menor, até porque o comportamento do vírus dificulta o seu controle. Na historia da Doença de Aujeszky é interessante, como comentamos, Santa Catarina esta um passo a frente na suinocultura, Santa Catarina antes de ter qualquer coisa sobre Doença de Aujeszky, já começou em 2001 o programa estadual de controle e erradicação da DA no seu território. Foi uma decisão estadual para atingir mais mercados. Em 2004 quando estabeleceram o PNSS, decidiram colocar dentro o programa de controle e erradicação da Doença de Aujeszky, mas só em 2007 que aprovaram as normas de controle, erradicação e o plano de contingencia. O PNSS veio como uma forma de unir num só lugar tudo relacionado a sanidade suína, não quer dizer que tudo que tem no programa começou a ser feito logo quando ele foi implementado, e a DA mostra isso. Agente Etiológico Família Herpesviridae, Gênero Varicellovirus, genoma de DNA, envelopado, latência. O controle das herpesviroses é mais complicado porque o vírus causa latência, o que leva a infecção vitalícia. O animal em latência não fica eliminando o vírus por toda a vida, quando o vírus esta na forma latente ele não esta sintetizando nenhuma proteína viral, muito menos vírus inteiros, então durante o grande período, o animal não libera vírus, e se ele não libera vírus ele não estimula a resposta imune do hospedeiro. Então as vezes, dependendo da técnica e se o vírus já esta em latência, não conseguimos detectar grandes quantidades de Ac específicos, então o diagnostico laboratorial não é tão simples. Granjas bem manejadas podem ter DA mas não ter manifestação clinica e não ter eliminação do agente, e se não tem eliminação do agente, não temos estimulo constante do sistema imune para manter os Ac em níveis altos detectáveis. A dificuldade maior para o controle de DA é que existem granjas positivas onde não conseguimos observar manifestação clinica. Então eles tem feito um programa de vigilância ativa: frequentemente o ministério junto com os órgãos estaduais fazem o georeferenciamento dos animais, eles vão coletando amostras e em vários casos são identificadas granjas positivas. Por outro lado, é um vírus DNA, portanto é bastante estável. Epidemiologia O suíno é o principal hospedeiro do vírus, somente ele tem a latência, todas as outras espécies podem se infectar e ter uma doença clinica, mas normalmente ela é aguda e fatal, então quando falamos de latência para DA, ela só acontece no suíno. Felinos e ratos eram indicados em livros antigos como “animais sentinelas” para a doença. A DA foi descrita primeiramente em bovinos, causando sinais nervosos e levando a suspeita de raiva, viram que não era raiva e chegaram a DA. Os sinais nervosos da DA nas outras espécies podem confundir com raiva e além disso o que chama atenção é o prurido intenso, em cães, bovinos mortos por DA, é comum vermos lesões na face decorrente desse prurido, por isso um outro nome para a doença é Peste de coçar. Esses animais não são tão importantes na epidemiologia da doença porque uma vez infectados estes animais desenvolvem os sinais nervosos rapidamente que ficam incomodados, não saem de onde estão e acabam morrendo no local, portanto não são importantes na disseminação do agente. Quando foi descrita no bovino pela primeira vez, chamaram de Pseudoraiva, pois a suspeita era raiva, então esse é um outro nome para a DA. Antes o diagnostico de DA era feito pela inoculação em coelhos e pelo acompanhamento dos sinais nervosos e pela peste de coçar. Transmissão É muito parecida com PSC, quando o vírus esta na circulação ai ele é eliminado por todas as secreções e excreções do hospedeiro. A diferença básica para a PSC e a DA, na PSC o animal uma vez infectado, ele vai liberar o vírus por toda a vida, já no caso da DA não, se ele estiver bem manejado, com boa nutrição, manejo, ambiência, outras doenças controladas, pode ser que a DA não encontre um ambiente propicio para criar uma infecção sistêmica, indo para os gânglios trigêmeos ficando na forma latente (não há produção viral), o vírus será liberado por todas as secreções e excreções somente quando estiver na circulação. O animal latente não transmite. Sinais clínicos Se fossemos falar dos sinais clínicos isolados, veríamos que é bem parecido com PSC, pois temsinal nervoso, reprodutivo, sistêmico, só que em PSC quando tem sinal nervoso pode acontecer em animais de qualquer idade, no caso da DA, já percebemos uma predominância dentro das fases produtivas. Os sinais nervosos se concentram nos animais jovens, portanto encontramos problemas nervosos por DA na maternidade. Um dos sinais mais comuns da DA em uma granja são os sinais nervosos na maternidade. Na maternidade a fonte de vírus para os leitões é a mãe, que passou por uma imunodepressão no terço final da gestação, a infecção as vezes não vai ser suficiente para ter um sinal reprodutivo mas suficiente para o vírus cair na circulação e ser eliminado em todas as secreções e excreções levando a infecção dos leitões até mesmo no momento da passagem do leitão pelo canal do parto. Se não foi no momento do parto, pode ser por meio do leite. Óbvio que se eu comparo uma fêmea jovem com uma fêmea mais velha que já teve vários partos, a fêmea jovem acaba eliminando vírus em maior quantidade, porque ela esta mais exposta ao estresse. A fêmea mais velha já esta acostumada com o manejo da granja e sua imunodepressão será somente fisiológica, já a fêmea mais nova, não passou por isso então tem maior estresse, sendo mais susceptível. Pensando na instalação comum de maternidade não vamos ver esses sinais nervosos nos animais facilmente, porque os leitões costumam ficar no escamoteador, longe dos olhos do tratador, que é o lugar mais confortável pra ele. Na creche pode haver sinais nervosos, normalmente no inicio da fase de creche, depende da exposição dos animais. Os sinais respiratórios, normalmente acontecem na terminação, as vezes começamos a ver no final da creche um ou outro animal com dificuldade respiratória, já tossindo, mas os problemas se concentram na terminação. Normalmente esses sinais respiratórios são mais brandos, secreção serosa, tosse seca, nada indicando quadro respiratório complicado, mas é logico, abre porta para outros agentes. Então pode haver uma secreção purulenta, mas ai é porque já teve infecção bacteriana secundária. No plantel de reprodução haverá transtornos reprodutivos que vão se concentrar no final da gestação, logico que esse é o perfil normal, mas se for introduzida uma fêmea soronegativa em um plantel positivo e ela entrou em contato com o vírus no inicio da gestação, pode ter transtorno reprodutivo nessa fase, essa situação não é rara, acontece quando se compra uma marrã e não se faz uma aclimatação e exposição aos patógenos da granja. As vezes temos animais diferentes do quadro nervoso ou variações individuais. A colostragem ajuda a prevenir bastante esses sinais nervosos na fase inicial, porque se a fêmea tem o vírus, ela tem Ac contra ele, se o vírus caiu na circulação, isso esta ativando a resposta imune dela, é como os reforços que fazemos em vacinação, a gente expõe de novo o sistema imune aquele antígeno para ele ter uma nova resposta. Então na verdade na fêmea, quando o viru cai na circulação no terço final, ela esta estimulando o sistema imune dele também a ter de novo essa resposta, então ela pode passar para seus filhotes altos títulos de Ac, se a colostragem for bem feita. Quando tem falha na colostragem, encontramos situações onde tem animais mais graves porque receberam menos colostro e animais que não apresentam problemas porque foram imunizados passivamente. Outra coisa que pode acontecer é que eles entraram em contato com o vírus por conta da mãe e foi remanejado, então não necessariamente este vai crescer com sua mãe e com seus irmãos. Então pode ter um mais grave que é fonte de infecção para os outros leitões que vão estar em momentos diferentes da infecção. Lesões Nos animais jovens com evolução rápida e sintomatologia nervosa não encontramos lesões sugestivas nem especifica para DA. Nos com sinais respiratórios vemos aumento de secreção serosa nasal e ocular que pode complicar por infecções bacterianas secundarias. Sinais reprodutivos se concentram no final da gestação e como tem vários leitões e não necessariamente todos eles entraram em contato com o vírus durante a gestação, podemos ter nascimento de animais normais juntos com animais mortos na fase final, mas como a gente vê, esses mortos já tem um grau de autólise mas estão grandes, indicando que foi no final da gestação. Portanto, temos três grupos de sinais clínicos: respiratório, nervoso e reprodutivo. O nervoso não temos nenhuma lesão especifica para o vírus, os animais morrem muito rápido. Podemos coletar o sistema nervoso desses animais para buscar a presença do vírus, mas lesão macro a gente não encontra. Fêmeas que tiveram transtorno reprodutivo também não tem nenhuma sequela reprodutiva, uma essa fêmea pode numa próxima gestação não apresentar transtorno reprodutivo nenhum, então não tem nenhuma sequela por conta desse transtorno em determinada gestação, o que vamos perceber serão aborto, fetos mumificados, etc. Acaba que para DA as lesões são respiratórias, e mesmo assim, não temos nenhuma lesão que nos faça suspeitar de DA. Acontece principalmente na terminação, mas a todas as doenças respiratórias tem essa fase como alvo, então confundimos com pneumonia enzoótica e outras afecções. Ocorre pneumonia instersticial, edema pulmonar, que não são específicos de DA. As lesões do fígado não são tão simples de ser observadas, os herpesvírus de uma maneira geral tem a característica das lesões herpéticas, pode ser que no fígado encontramos uma ou outra vesícula que é chamada de vesícula herpética, e ai é fechado o diagnostico fácil, mas na verdade o mais comum da gente encontrar é o fígado com alguns pontos claros, indicando que houve uma lesão prévia que já cicatrizou e vemos esses pontos. Diagnostico Quando encontramos uma doença de alta patogenicidade isolamos a granja e fazemos o rifle sanitário, eliminamos todos os animais, na DA, é uma doença nova e também as medidas de saneamento e controle são totalmente diferentes. Por mais sugestivo que for o diagnostico, sempre temos que fazer o diagnóstico laboratorial, em PSC os sinais eram bastante sugestivos (hemorragias), agora DA não, é muito difícil por sinais e lesões nos suspeitarmos de DA, geralmente é um achado ocasional, por isso hoje em todas as coletas oficiais de suínos, é obrigatório fazer o teste para DA. As amostras de sangue são coletadas de suíno que esteja apresentando algum sinal clínico, fêmeas que abortaram ou que os leitões morreram. Essa amostra de sangue é direcionada, já mostrando que o diagnostico não é tão simples. Na PSC às vezes não vemos sinal clinico porque a amostra é de baixa patogenicidade, mas o vírus continua replicando nos animais, então quando fazemos um teste sorológico ele da positivo, porque o sistema imune dele esta sempre ativado. Na DA isso não acontece, às vezes o animal tem o vírus na forma latente e não conseguimos identificar. Por isso, no plano de contingencia é pedido que a amostra de sangue seja o mais direcionada possível. Na PSC mesmo a sorologia positiva não é confirmatória, pois tem reação cruzada com outro vírus, na DA a sorologia negativa não é confirmatória porque o animal pode estar na forma latente. Em PSC mandávamos a amostra pro LANAGRO de Recife, por conta de área livre, etc. Na DA não tem isso de área livre, então as amostras não precisam ser mandadas para um lugar só, para DA os testes laboratoriais podem ser feitos em qualquer LANAGRO ou em laboratórios credenciados. A DA já colocamos o teste molecular, em PSC não falamos em diagnostico molecular, da pra fazer, mas o mais utilizado é imunofluorescência. Para DA temos PCR padronizado em vários laboratórios. Vacina Existe vacina para herpesvirus e é bastante eficiente, pois é muito estável, é um vírus DNA que não sofre muita mutação, então conseguimos utilizar a vacina sem fazer muitas alterações ao longo do tempo. Mas todas as vacinas
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