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1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY LEUCOGRAMA A parte do leucograma, é uma das partes do hemograma. “Se eu pedir hemograma completo, o que vem nele? Porque, hemograma completo, entende-se que vem tudo que existe no sangue, inclusive todos os marcadores bioquímicos e etc”. Entretanto, isso não é verdade, hemograma só analisa as células do sangue então, envolvem 3 partes: 1. Leucograma; 2. Eritrograma; 3. Plaquetas. Essa definição de “hemograma completo” é porque antigamente, quando o médico solicitava ‘’hemograma”, só era feito a parte de Leucograma e Eritrograma, e quando ele falava “completo”, envolvia as Plaquetas também. Hoje, não existe mais essa atribuição, se pedir “hemograma”, ou “hemograma completo”, vai vir sempre os 3 parâmetros citados. Por isso, criou-se esse nome de “completo” para envolver plaquetas, mas hoje está tudo envolvido. HEMATOPOIESE O processo que envolve a formação de células do sangue, ele se dá o nome de “HEMATOPOIEISE”. Toda produção de células de defesa, de hemácias, de plaquetas, se dá por meio de seus precursores, mas a nível medular. Sua função é de manter os níveis fisiológicos dessas células circulantes. Sabemos que hemácias estão envolvidas no processo de transporte de O2, Plaquetas estão envolvidas no processo de coagulação, e os Leucócitos estão envolvidos na defesa, reconhecimento do próprio e não-próprio, que são as características da imunologia que já estudameos. Portanto, esse processo deve manter esses níveis dentro dos valores de referência sugeridos para que cada uma dessas células possam desempenhar seu papel. Não somente as células de defesa como também a série vermelha e as plaquetas. Essas células, quando presentes no sangue, elas são incapazes de se dividir, ou seja, todo processo de proliferação, e a grande parte do amadurecimento dessas células (com exceção dos linfócitos T, que já vimos que eles terminam esse processo de amadurecimento no timo) ocorre a nível medular. Quando são lançadas na corrente circulatória, já são lançadas com sua função definida,e prontas para exercerem seu papel, sem precisar proliferar, sem precisar amadurecer. Então, para cada uma dessas células de defesa há uma meia-vida e a medula compreende essa meia-vida e vai lançando essas células de defesa à medida que as outras células vão sendo consumidas, ou vão sendo mortas. São consumidas em situações, principalmente de infecções, diante alguma doença como Leucemia, enfim, ocorre esse consumo de uma forma mais intensa. Nesses casos, a Medula também entende essa falha precoce em termos de quantidade, e começa a lançar mais na corrente circulatória. Portanto, é um feedback que a medula consegue perceber, e conseguir lançar mais células de defesa, com o objetivo sempre de manter os níveis fisiológicos circulantes. Lógico que, em muitas situações que serão vistas ao longo da aula, ela não consegue suprir essa carência, a medula não consegue muitas vezes, acompanhar o tanto que está sendo consumido, o tanto que está sendo gasto, principalmente, diante grandes infecções, mas, na medida do possível, ela vai tentando fazer essa reposição produzindo mais células, fazendo com que elas caiam na corrente circulatória. Nessa imagem eu tenho as minhas células-tronco, que vão dar origem à células pluripotentes, essas por sua vez se dividem em linhagem mieloide, e linhagem linfoide. Essas CÉLULAS PLURIPOTENTES que irão dar origem a essas células de defesa por meio de duas linhagens diferentes, a LINHAGEM LINFOIDE, em que o próprio nome já sugere que serão os Linfócitos produzidos por essa linhagem, e a LINHAGEM MIELOIDE, que serão produzidas todas as outras células de defesa, incluindo, células granulocíticas, agranulocíticas, incluindo às próprias hemácias, bem como as Plaquetas. Obviamente, essa Linhagem Mieloide, por ela dar origem a grande maioria das células, elas se dividem ainda em outros precursores. Unidade formadoras de colônias de eritrócitos, que por sua vez vão dar origem às hemácias, os megacariócitos, que por sua vez darão origem às Plaquetas, e diretamente sobre as outras células de defesa, tanto granulocíticas, envolvendo eosinófilos, neutrófilos, DISCIPLINA IMUNOLOGIA AULA 6- LEUCOGRAMA PROFESSOR JULIANA 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY basófilos, quanto os próprios Monócitos que são células agranulocíticas. Ao passo que, a Linhagem Linfoide, ela vai produzir os Linfócitos T e os Linfócitos B. Tirando os Linfócitos B e T produzidos pela Linhagem Linfoide, nós temos todas as outras células de defesa sendo produzidas pela Linhagem Mieloide. É logico que, para que esse processo ocorra, ou seja, para que a Linhagem Mieloide de origem as demais células de defesa, ela tem indução de algumas citocinas, principalmente, IL-3 e IL-6.Já a Linhagem Linfoide, atua muito na presença de IL-7, para produzir tanto Linfócitos B, quanto Linfócitos T. Os Mastócitos, por muito tempo pensou-se que eles tinham a mesma origem dos Basófilos, que vinham dessa Linhagem Mieloide, isso se dava inclusive por eles terem alguns mediadores inflamatórios em comum, e participarem do processo de reações alérgicas, porém, hoje, sabe-se que os Basófilos vem do Progenitor Mieloide, e os Mastócitos, apesar de ter alguns grânulos e alguns mediadores, e por participarem também de reações inflamatórias/reações alérgicas, sabe-se que eles se originam diretamente de células-tronco pluripotentes, e não se originam da mesma linhagem dos Basófilos. Células Dendríticas se originam de Progenitores Mieloides, pode ser que encontremos na literatura Células Dendríticas se originando em Progenitores Linfoides, não é o usual, ainda há uma controvérsia em relação a isso, porém, a literatura adotada na hematologia, sugere essa linhagem de Células Dendríticas como essa linhagem de Progenitor Mieloide, então, nós iremos adotar essas sendo vindas de Progenitor Mieloide. HEMOGRAMA Como foi dito, o hemograma se divide em 3 etapas. Temos as células, que vão aparecer em termos qualitativos e quantitativos no hemograma. Já que, pelo hemograma, pela avaliação do Leucograma, é possível tanto quantificarmos, quanto qualificarmos essas células. A quantidade vai se dar tanto em valores absolutos quanto em valores relativos, que é o que iremos tomar como base para diagnóstico de infecções sejam elas bacterianas, virais, fúngicas, e iremos aprender isso hoje. Quanto em termos de qualidade dessas células, já que nesse caso, eu estou fazendo uma “diferenciação celular”, estou dizendo se aquela quantidade aumentada de Leucócitos, se deu a custa de um aumento de Linfócitos, se deu às custas d euma aumento de Neutrófilo, ou se deu às custas de um aumento de Eosinófilos, ou ainda de Monócitos, enfim, independente de qual células diferenciada está ocorrendo/proporcionando esse aumento na leucometria global, que é o aumento no número total de Leucócitos que temos, isso vai me dizer qual a origem dessa infecção, se é uma infecção bacteriana, se é uma infecção viral, fúngica, por um parasito, por um alérgeno. Portanto, o tipo de célula que estiver aumentado dará origem a isso, portanto, no sangue, eu tenho essas células de defesa, só que, no sangue, eu também tenho a parte líquida do sangue, que é chamada de plasma. Quando centrifugamos um tubo de coleta de hemograma, a gente separa células em que essas células se depositam nesse tubo, é o sedimento desse tubo, que são as Células Vermelhas, que é o que temos em maior quantidade no organismo, já que valores de referência de hemácias estão na casa de milhões, nós temos como hemácias só a nível de curiosidade, cerca de 4 milhoes e meio a 5 milhoes e meio de hemácias por milimetro cubico, ao passo que, de Leucócitos, nós temos na faixa de 4 mil a 11 mil. Então, quando centrifugamos esse tubo de coleta, os Glóbulos Vermelhos que são maiores em termos de número quando LINHAGEM MIELOIDE IL-3e IL-6 DEMAIS CÉLULAS DE DEFESA (Ex: Basófilos) LINHAGEM LINFOIDE IL-7 LINFÓCITO B E LINFÓCITO T CÉLULAS TRONCO PLURIPOTENTES ORIGINAM DIRETAMENTE OS MASTÓCITOS PROGENITORES MIELOIDES ORIGINAM DIRETAMENTE AS CÉLULAS DENDRÍTICAS 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY comparados aos Glóbulos Brancos, eles compreendem toda essa parte do sedimento. Entre essas Células Vermelhas e a parte líquida do sangue, eu terei os meus Glóbulos Brancos, é lógico que, para avaliar o Leucograma, quando estamos fazendo hemograma, não centrifugamos a amostra, já que queremos analisar as células, e, centrifugando essa amostra, eu vou sedimentar o que estou querendo, e não irei conseguir avaliar essas células, tanto em termos quantitativos, quanto em termos qualitativos, então, usamos amostra sem ser centrifugada. Isso é só para mostrar que quando essa amostra é centrifugada, ou quando ela é deixada sobre a bancada por algumas horas, é natural o processo de sedimentação dessas células, por isso, vão se sedimentando no fundo do tubo, e por cima fica a parte líquida. • O tubo para coleta do hemograma, que obviamente está incluído o Leucograma, que é tema da aula de hoje, é o tubo de tampa roxa, e o anti-coagulante que tem nele é o EDTA.Existem 3 tipos de EDTA, o Dipotássico, Tripotássico e Dissódio. O Tripotássico é o de escolha, ou seja, é o melhor que tem. O EDTA, para impedir a coagulação dessa amostra, quela o Cálcio, esse, está presente na Cascata da Coagulação tanto na Via Extrínseca quanto na Via Intrínseca (tanto participando junto com o Fator Tecidual na ativação do Fator 7, quanto participando da Ativação do Fator 9 em relação ao Fator 8), por isso, ele quelando o Cálcio, impede que a cascata se desenrole, ou seja, ele impede que ocorra alguma coagulação. Como o objetivo é fazer com que a amostra não coagule para eu poder avaliar essas células do sangue, então, eu tenho que bloquear algum mecanismo que favoreça essa coagulação, e o EDTA ele bloqueia o Cálcio. PERGUNTA: Qual vantagem do EDTA Tripotássico em relaçao ao Dipotássico e ao Dissódio? O Tripotássico facilita maior essa quelação de íons Cálcio, por isso, impedem de uma maneira mais eficaz que essa amostra coagule. • Em relação ao jejum, quando formos solicitar o hemograma do paciente, o ideal é de pelo menos 4horas de jejum, porém, se chegar um paciente acidentado, ou então se chegar um paciente que precisa de forma urgente um atendimento de pronto-socorro ou ambulatorial em que o paciente está mal e que nós precisamos de um resultado mais rápido em que não podemos esperar o jejum, é lógico que podemos solicitar, lembrando que, pode dar uma diferneça em termos dessa Leucometria, principalmente, de cerca de 15% a mais, só que, clinicamente, isso não será siginificativo, por isso, não se pega essa exigência obrigatória do jejum de 4 horas, porém, o ideal, se é um paciente que vai fazer exames de rotina, e, logicamente, nesses casos não tem só o hemograma envolvido, tem outros exames bioquímicos que requerem o jejum de forma obrigatória, como por exemplo, a glicemia, em que pedimos um jejum de pelo menos 8horas, o ideal, se esse paciente puder colher de manhã em jejum é a amostra de escolha, porém, não se tem essa obrigatoriedade, principalmente, se tratando de um paciente em pronto-socorro. LEUCOGRAMA Então, esses LEUCÓCITOS que estão presentes no sangue eles se dividem em 2 grupos, um são os POLIMORFONUCLEARES, e outros são as células MONONUCLEARES. Polimorfonucleares não tem vários núcleos, e sim núcleos de formas variadas, Neutrófilos tem um núcleo só, bem como Eosinófilos, Basófilos, todas as células tem um núcleo só, mas tem algumas células que apresentam diferentes formas desse núcleo, e têm células que apresentam núcleos com formas mais regulares/definidas/únicas. Quem compreende essas células polimorfonucleares são Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos. Ao passo que, Monócitos (ou Macrófagos, mas como estamos hoje falando de sangue, usaremos só Monócitos) e Linfócitos são células que tem núcleos de uma forma só, na teoria, na prática, analisando o sangue propriamente dito, não são aquelas figuras lindas de livro, portanto, vemos Monócitos de diferentes formas, porém, o núcleo, por ele abranger grande parte da célula, por ele ser mais ou menos de forma arredondada, classifica esses Monócitos como Mononucleares, mas eles variam um pouco quando comparamos um Monócito com outro, principalmente quando comparando o que o livro traz para a gente, com a realidade propriamente dita. Então, além da forma do núcleo, eu também tenho células que são classificadas quanto a granulação. Tenho células que tem grânulos no citoplasma, e, por isso, são chamadas de células GRANULOCÍTICAS, e, eu tenho células que não tem grânulos no citoplasma, pelo menos não grânulos visíveis, então, são chamadas AGRANULOCÍTICAS. Células Granulocíticas, por coincidência, são as mesmas células Polimorfonucleares, os Eosinófilos, Neutrófilos, Basófilos, que são células que apresentam grânulos visíveis no 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY citoplasma, e Células Agranulocíticas, são células que não tem grânulos visíveis no citoplasma, que por coincidência, são as mesmas Células Mononucleares, que são os Linfócitos e os Monócitos. Estamos sempre falando dessas 5 células, Linfócitos, Monócitos, Neutrófilos, Eosinófilos e Basófilos, essas são as células circulantes, na aula passada, falávamos muito de Macrófagos e Mastócitos, já que falávamos a nível tecidual, como estamos falando de sangue, essas são as células presentes da circulação, e nós vamos aprender a quantificar essas células e classificar essas células. POOL LEUCOCITÁRIO Nesse meu sangue, temos o que chamamos de pool leucocitário, que está presente no sangue, sendo esse total de Lecócitos, porém, esse pool leucocitário, ele se divide em pool marginal e pool circulante. Pool marginal são as células que estão presentes aderidas ao endotélio, e Pool circulante são aquelas células que aparecem no resultado do leucograma. Portanto, quando soltamos que a Leucometria Global foi de 8000 Leucócitos, é porque está sendo compreendido esse pool circulante, mas não está sendo compreendido esse pool marginal. EXEMPLO*: Quando coletam sangue, na grande maioria das vezes, o técnico garroteia o braço, e manda fechar a mão para que a veia fique mais nítida, porém, é comum também bater na veia, isso, obviamente, está errado, já que os valores de referência estão compreendidos de acordo com o pool circulante, que é o resultado que o Leucograma vai me dar, e se eu bato para ver esse líquido, obviamente, estou fazendo deslocamento do pool marginal e aumentando a quantidade do pool circulante. Algumas batem devagar, mas outras batem bruscamente, e, principalmente, quando a pessoa tem veia difícil de ser coletada. Quanto mais bate, mais estou deslocando Leucócitos que estão no pool marginal, fazendo com que eles caiam no pool circulante. As células que estão mais presentes nesse pool marginal são os Neutrófilos, portanto, estou favorecendo um aumento de Neutrófilos, ou seja, eu estou provocando uma “Neutrofilia”, que é o aumento do número de Neutrófilos, sem que o paciente tenha realmente essa Neutrofilia. Obviamente, quanto mais bate, mais se desloca. Portanto, essa desmarginalização, ela leva a um resultado aumentado dessa Leucometria Global às custas desse deslocamento de Neutrófilos. COMPLEMENTOS DO YURI Para o coletor, existe uma série de “técnicas” para facilitar a coleta, desde o uso de alguns equipamentos (não entendi o nome do exemplo), que fazem a punção a vácuo, até a utilização de diferentes calibres de seringa, visto que, se utilizarmos calibres cada vez menores, temos riscos menores de colabar o vaso sanguíneo. Tem gente que vem com um calibre maior para facilitar a coleta, mas como o fluxo sanguíneo para dentro da seringa é muito rápido/grande, você colabaa veia do indivíduo e não consegue fazer nada. Depois de muito tempo, ele disse que conheceu a técnica correta, e a técnica correta para garrotear uma pessoa é com a utilização de um esfigmomanômetro (aparelho utilizado para aferir pressão). Isso se dá, já que, quando você garroteia com soro, ou com garroteador semi-automático, não muda nada, já que ele é só um “soro gourmet”. A dificuldade de garrotear no “olhômetro”, é que, como você não sabe qual é a força de garroteamento, você pode pegar um coletor que garroteia com muita força, principalmente os rapazes, os uma menina que garroteie mais delicadamente. Se você garrotear com muita força, você impede que o sangue entre e possa encher a sua veia, na hora que o coletor passar a seringa, você não vai colher nada, se você garrotear muito fraco, o sangue atravessa o segmento do garroteamento mas também não irá inflar a veia, portanto, não temos como medir isso. Tanto no soro, quanto no semi-automático (“gourmet”) você não tem como aferir a que pressão está garroteando, portanto, fica no “olhômetro”, por isso, vem esses coletores e sentam a mão como se fosse inflar a veia, mas não vai inflar, para fazer a coleta correta, o certo seria aferir a pressão arterial do indivíduo antes da coleta, já que se você disser que o indivíduo está no momento da coleta com uma pressão 120/100mmHg, se você garrotear acima de 12 o sangue não passa, se você garrotear a menos de 10, o sangue não fica, então, você garroteia a 11, e tem como medir, devido a presença do relógio para medir a quanto de pressão você está garroteando. Não pode nem ser acima da máxima, nem abaixo da mínima, deve ser no meio de máxima e mínima, já que, nesse caso, eu garanto que o sangue vai descer, e não vai subir antes de inflar a minha veia ou artéria. Artéria não tem problema mas veia tem. Se o indivíduo tem 120/100mmHg, garroteando a 11, a pressão de 12 é maior que 11, portanto, com certeza o sangue irá passar, e no retorno, eu estou garroteando a 11, a mínima dele é 10, então, com certeza o garroteamento é maior, do que a pressão de retorno, portanto, estarei impedindo o sangue de voltar, e vai começar a inflar a veia do individuo. Nenhum tipo de via falha, independente do calibre, se você fizer essa técnica. LEUCOMETRIA GLOBAL DE LEUCÓCITOS E CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS 5 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY No Leucograma de laboratório, liberamos a contagem global de Leucócitos, que é o número total de Leucócitos, encontrados em nosso sangue, que é chamado de LEUCOMETRIA GLOBAL, e nós liberamos também a CONTAGEM DIFERENCIAL, essa, envolve todos os subtipos Leucocitários (Neutrófilos, Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos, Basófilos), então, todos esses subtipos de Leucócitos que estão na circulação, a gente libera e a gente chama de “contagem diferencial”, essa contagem global ou diferencial, ela pode ser feita tanto da forma manual, quando automatizada. Lógico que, os grandes laboratórios, sempre utilizam a automação, porque tem recursos para isso, e porque tem demanda para isso. Se eu tenho 500 exames/dia, 500hemogramas/dia para poder processar e liberar, não consigo fazê-los manualmente, visto que, trata- se de uma técnica demorada. Porém, ainda existe já que toda automação requer a boa vontade do aparelho, e essa as vezes falha. Aparelhos estragam, descalibram. Então, se a gente contar 100% somente com automação, uma hora podemos ficar na mão. Um paciente que precise da liberação de um resultado de forma urgente, não dá tempo de mandar amostra para um outro laboratório, por isso, existem as técnicas manuais, visto que, em casos de um ou outro exames, ainda vai ser mais rápido esse método, do que ter que ancaminhar para outro laboratório de apoio. A LEUCOMETRIA GLOBAL: CONTAGEM MANUAL é contada por uma câmara que se chama “Câmara de Neubauer”, e ela faz a contagem manuais desses Lecócitos, por meio de quadrantes, dentro de 2 retículos dessa câmara, e quando colocamos no microscópio, vemos como mostrando na imagem. Nesses 4 quadrantes laterais é que eu faço a contagem de Leucócitos. No meio, fica reservado para contagem de hamácias e plaquetas, e, é claro que para cada segmento que formos contar, seja Leucócitos ou Hemácias, eu uso um reagente que vai lisar as outras células. Por exemplo, se eu estou contando só Leucócitos, eu ainda tenho milhões de hemácias no organismo, e essas irão atrapalhar os Leucócitos, então, nesse caso eu uso um reagente, que vai lisar essas hemácias permitindo que eu veja apenas os Leucócitos. Na LEUCOMETRIA DIFERENCIAL: CONTAGEM MANUAL, fazemos por meio de esfregaço de sangue. Pego uma gota do sangue daquele paciente para fazer um esfregaço na lâmina. PERGUNTA: Por que se faz a Contagem Manual da Diferencial, sendo que o aparelho pode fazer isso por mim? Se o sangue/aquele indivíduo tiver com Leucograma/Hemograma normal, o aparelho pode fazer por mim de forma brilhante, mesmo porque, ele conta inúmeras células, ele vai contar muito mais células do que será visto naquela gotinha de sangue. Então, a Leucometria Diferencial, que é a contagem de cada subtipo de Leucócito manual, ela é ótima por causa da quantidade. Porém, isso se o sangue estiver normal, caso eu tenha um paciente com Hemograma/Leucograma, ou até mesmo Plaqueta alterado, esse aparelho não me fala isso. Por isso a Diferencial Manual, ela é fundamental. É lógico que, os hemogramas normais, que estão com Leucometria Global normal, em que eles não soltaram nenhum flag. Quando tem alguma anormalidade, eles parecem que pertubam a contagem deles, e começa a sair uns valores estranhos, bem como para algumas diferenciais, começa a não sair valor, dar 0, e você sabe que tem alguma coisa errada ali. Portanto, eles de uma certa forma, nos informam que tem uma coisa errada naquele sangue, e então, são nesses pacientes que fazemos as lâminas, com exceção daqueles pacientes de CTI, Centro Cirurgico, que fazemos lâminas para todos, independente do resultado que sai no Leucograma. É IMPRESCINDÍVEL FAZER A DIFERENCIAL MANUAL, SE PUDERMOS, DEVEMOS FAZER PARA TODOS OS PACIENTES Isso se explica já que a Diferencial Manual que irá me dizer as anormalidades que tem nas células de defesa em que o aparelho não vai liberar para mim. Posso ver granulação grosseira em Neutrófilos, posso ver hipogranulação, posso ver uma hipersegmentação, que são processos característicos estruturais de alguns Leucócitos que comprometem o funcionamento dessas células, portanto, eu terei uma “Leucometria Global normal”, porém, com a não funcionalidade, por conta de algumas características que eles adquirem, que o impeçam de exercer função correta. Obviamente, toda característica anormal, terá que ser liberado na observação do laudo, e, a partir disso, o médico interpreta de acordo com a clínica desse paciente. ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DA MICROSCOPIA (CONTAGEM DIFERENCIAL MANUAL) • ESCALONAMENTO DE NEUTRÓFILOS: Uma das atribuições específicas que temos da microscopia, ou seja, da Contagem Diferencial Manual (sempre que eu uso o termo “Contagem Diferencial Manual” significa que eu fui para o microscópio olhar, então, é o que chamamos de microscopia, e, toda vez que tivermos envolvimento da microscopia, temos atribuições específicas dela, uma delas é conseguir escalonar todos 6 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY os Neutrófilos, por exemplo. Temos na imagem, abaixo, Neutrófilos Segmentados, que tratam-se da minha célula funcional normal, ou seja, no sangue de um indivíduo normal, eu só tenho esse tipo de Neutrófilo, esse, é caracterizado como Polimorfonuclear, então, é lógico que esse núcleo, que conta com 3 a 4 lobulações (“emenda da linguiça de churrasco”), é um Neutrófilo normal. Esse núcleo nem sempre adquire essa forma, ele pode estar mais embolado, pode estar mais esticado, mas são núcleos com lobulações, isso é característica dos Neutrófilos. O Neutrófilo Segmentado,trata-de da célula mais madura, ou seja, ela produziu desde o Mielolasto, passou por essas linhagens, até chegar ao Neutrófilo Segmentado, essa é a linhagem que cai na circulação, a medula lança dessa forma na circulação. Porém, em algumas situações, ocorre o aparecimento de células mais imaturas (Bastonete, Metamiolócito, Mielócito, Promielócitos, Mieloblasto). Para os Linfócitos e Eosinófilos se dá da mesma forma, só vão recebendo nomes diferentes, porém, todas essas células passam por esse processo de maturação na medula. No meu sangue, quando começa a cair células imaturas, isso é algo estranho que está acontecendo, e a Leucometria Automatizada Diferencial não libera essas células, ela não vai me dizer que tem Mieloblasto, Promielócito, Mielócito, Metamielócito e Bastão, que são as células imaturas. Um paciente com BLASTO na circulação (seja de Linfócito, Neutrófilo,Monócito, etc), sinaliza que está acontecendo uma Síndrome Mielodisplásica. BLASTO NA CIRCULAÇÃO: SINALIZA QUE ESTÁ ACONTECENDO UMA SÍNDROME MIELODISPLÁSICA Ou seja, um provável paciente com Leucemia, ou com alguma outra desordem, Mieloproliferativa, que não Leucêmica, mas algum problema medular, em que estpa fazendo com que essa medula lance Blasto na corrente circulatória, o que não é normal, não pode acontecer. A diferença do Bastão (ou Bastonete) para o Segmentado é que ele não formou os lóbulos, não tem essa cromatina se afinando em um dos pontos, é uma cromatina que recebe o aspecto arredondado, formato de um C, mas ela ainda não se segmentou. Esse Bastão, não é comumente encontrado na corrente circulatória, mas pode aparecer, principalmente, em processos infecciosos. BASTONETES NA CIRCULAÇÃO: PROCESSOS INFECCIOSOS Isso se explica, já que está sendo gasto mais Neutrófilo (ou qualquer outra célula de defesa), para tentar combater. O Neutrófilo quando fagocita, logo depois ele “morre”, então se está sendo consumido muito Neutrófilo, para tentar combater uma infecção, a minha medula está lançando mais, só que quando ela trabalha de forma acelerada, quando ela trabalha em um tempo mais curto, para produzir muita célula de defesa, ela começa a lançar células imaturas, já que é como se ela não processasse que aquela célula ainda não se desenvolveu, e na tentativa de suprir esses valores fisiológicos que estão diminuindo, ela começa a células imaturas. Quando ela lança células imaturas, isso é um indicativo de que está acontecendo uma infecção no organismo. QUANTO MAIS DISTANTE EU ESTIVER DESSA CÉLULA MADURA, PIOR É Tanto que, no aparecimento de Bastonetes, estão envolvidas infecções como Amigdalite, ou até mesmo uma presença de Pneumonia não tão severa. Agora, se eu começo a aumentar esse número de células ainda mais imaturas na corrente sanguínea, isso significa que pior é o grau dessa enfermidade, bem como quanto mais Blasto, quanto mais Promielócito, quanto mais Mielócito, isso significa mais danos a nível medular. Então, a microscopia me permite ver todas essas células, bem como liberá-las no laudo para o médico, o que facilita demais o diagnóstico. A CONTAGEM DIFERENCIAL AUTOMATIZADA NÃO ME DÁ INFORMAÇÕES SOBRE O ESCALONAMENTO DE NEUTRÓFILOS, POR ISSO, JUSTIFICA-SE A IMPORTÂNCIA DA CONTAGEM DIFERENCIAL MANUAL • Além disso, foi dito que os Neutrófilos podem ser classificados quanto a característica estrutural, não só células imaturas, mas também, modificações na estrutura desses Neutrófilos. FORMA CORRETA DE AVALIAR SE HÁ OU NÃO ALTERAÇÕES DISPLÁSICAS NA SÉRIE ERITRÓIDE (ERITROBLASTOS) E NA SÉRIE LEUCOCITÁRIA (PRESENÇA DE PELGER-HUET OU PSEUDO-PELGER, HIPOGRANULAÇÃO NEUTROFÍLICA, HIPO OU HIPERSEGMENTAÇÃO NEUTROFÍLICA). Nós temos Neutrófilos que são chamados de Neutrófilos PELGER-HUET, são Neutrófilos com apenas dois lóbulos (igual ao Raybann), diferente das outras mudanças estruturais, essa mudança não acarreta danos funcionais, não tem prejuízo do dano, ele consegue, continua fazendo fagocitose como um Neutrófilo com 7 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY mais segmentações. Entretanto, é importante vermos esses Neutrófilos já que algumas vezes, o aparelho conta ele como Bastão, e te libera um flag porque ele não conta Bastão, mas identifica que há algo estranho através da liberação do flag, você vai para a lâmina, e vê que não é Bastão, e isso tem obviamente implicação clínica, já que o Bastonete é um sinal de inflamação, e Peuger-Huet é sugestivo de infecção. A única vez que pode aparecer Bastão em que não é sugestivo de infecção é em bebês prematuros. PEUGER-HUET SÃO NEUTRÓFILOS COM APENAS 2 LÓBULOS, NÃO INTERFEREM NA FUNÇÃO DO NEUTRÓFILO, MAS SÃO CONFUNDIDOS COM BASTÕES PRESENÇA DE BASTÃO NÃO SUGERE INFECÇÃO EM BEBÊS PREMATUROS, BEM COMO METAMIELÓCITO E MIELÓCITO PRESENÇA DE BASTÃO ATÉ METAMIELÓCITOS EM GRÁVIDAS, DESDE QUE EM QUANTIDADES PEQUENAS, NÃO É SUGESTIVO DE INFECÇÃO NEUTRÓFILOS HIPERSEGMENTADOS são aqueles que tem 5 ou mais lóbulos, que o normal é ter de 2 a 4, 5 ou mais é característica de Neutrófilo Hipersegmentado, isso é importante, já que, nesse tipo de célula, ocorreu um problema na síntese do DNA, por isso, o núcleo se tornou diferente, quando ocorre esse defeito, é porque houve uma carência de Vitamina B12 e Ácido Fólico, os quais estão ligados a Anemia Megaloblástica, já que o início da formação das hemácias precisa desses nutrientes, e o processo final de formação das hemácias precisa de Ferro. Porém, para a síntese de DNA desses Neutrófilos, eu também preciso de Vitamina B12 e Ácido Fólico, portanto, a deficiência desses nutrientes, dá-se um Neutrófilo Hipersegmentado. Ele é um Neutrofilo que devido a essa hipersegmentação, ele pede a característica de fagocitose, ou pelo menos, perde em parte, essa característica de fagocitose. Então, por isso é essencial relatarmos, é muito comum esses Neutrófilos Hipersegmentados em pacientes com Anemia Megaloblástica, já que há uma deficiência de Ácido Fólico e Vitamina B12 nesses paciente, e, obviamente, vai levar a uma Anemia Megaloblásitca, e esses são nutrientes essenciais para uma segmentação normal desses Neutrófilos. Neutrófilos Hipersegmentados (apesar de em pouca intensidade) também podem ser vistos em Inflamações crônicas, bem como em pacientes que fazem uso de corticoides por tempo prolongado. NEUTRÓFILOS HIPERSEGMENTADOS TEM 5 OU MAIS LÓBULOS. INDICAM PROBLEMA NA SÍNTESE DE DNA, RELACIONADA A DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 E ÁCIDO FÓLICO NA ANEMIA MEGALOBLÁSTICA; INFLAMAÇÃO CRÔNICA; USO DE CORTICOIDES POR TEMPO PROLONGADO. • VISUALIZAÇÃO DE ATIPIAS LINFOCITÁRIAS ATÍPICOS HIPERSEGMENTADO PELGER-HUET LINFÓCITOS ATÍPICOS são células que estão reagindo a algum vírus, e quando eles estão reagindo a algum vírus, ocorre uma mudança na conformação estrutural desses Linfócitos. Como ele muda a estrutura/conformação, aparecem diferenças nessas células, a célula se torna maior, no sentido mesmo de tamanho, e o núcleo começa a ir um pouco mais para a extremidade dessas células. Isso porque em uma anormalidade, o núcleo ocupa grande parte do citoplasma, pouco Citoplasma é visto nesse Linfócito. Por conta disso, quando vê-se atipia Linfocitaria ou Linfócito Atípico, tem que relatar já que ser é o Linfócito que está reagindo a um tipo de microrganismo, por exemplo, um vírus, e ele muda a conformação por conta disso, isso está refletindo a fase aguda da doença. DEVE SER LIBERADO PRESENÇA DE ATIPIA LINFOCITÁRIA JÁ QUE SINALIZA UM PACIENTE COM INFECÇÃO AGUDA Quantos % forem vistos de Linfócitos Atípicos, deve ser também liberado no laudo. Todas essas alterações, tudo que é diferente do habitual, vai sempre nas observações do laudo, por isso, um laudo quando visto por nós, tem que ser analisado em sua totalidade, já que essas anormalidades ajudam em um diagnóstico. HEMOGRAMA AUTOMATIZADO LEUCOMETRIA AUTOMATIZADA:CONTAGEM DIFERENCIAL • Nesse laudo, sempre que forem liberar a contagem diferencial, é liberado também um gráfico que é dito feito por “Citometria de fluxo”. Nesse, eles lançam a quantidade de população celular por pontos, e aqui se eu tenho o volume da célula no eixo das ordenadas, 8 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY sobre o diferencial dessa célula no eixo das abscissisas, eu vou ter volume celular; • Bebês e crianças com menos de 1 ano, tem majoritariamente Linfócitos e Monócitos, mas, uma criança maior e adulto, são os valores de Neutrófilos os mais abundantes dentro da Leucometria; • Essa contagem automatizada trará, como dito, algumas desvantagens, já que não irá atribuir escalonamento (desde o Blasto até a Célula Madura), não vai atribuir alterações nos Neutrófilos, como hipersegmentação e Pelger-Huet, tem também a hipogranulação, ou seja, alguns Neutrófilos tem uma quantidade de grânulos menor do que o normal, e esses grânulos são os responsáveis por conter as moléculas microbicidas que irão destruir patógenos na fagocitose, além disso, esses grânulos também aumentam a permeabilidade dos Neutrófilos para favorecer a fagocitose, portanto, se eu tenho Neutrófilos com poucos grânulos, perco o poder fagocítico deles. MENOS GRÂNULOS MENOS CHANCE DOS NEUTRÓFILOS DESTRUIREM O MICRORGANISMO FAGOCITÁRIO • A vantagem da Leucometria Automatizada é que essa faz uma contagem muito maior do que quando fazemos um esfregaço na lâmina, que contamos 100 células, 100 Leucócitos, e fazemos a diferenciação em termos de porcentagens desses Leucócitos. Se a gente contou em 100 Leucócitos, 55 Neutrófilos, será liberado 55% de Neutrófilos, 25% de Linfócitos, ou seja, o que contamos baseado em 100 Leucócitos. A Contagem Automatizada pega um volume muito maior do que 100 Leucócitos, por isso, obviamente, ele amplia a capacidade de precisão dessa diferencial. Em um sangue normal, praticamente não muda, dando menos de 10% de diferenças. • Essa Leucometria Automatizada libera VALORES ABSOLUTOS e VALORES RELATIVOS: Os VALORES RELATIVOS, são valores em porcentagem. Os VALORES ABSOLUTOS são em número real. Obviamente, a soma desses valores absolutos, ou seja, a soma do valor absoluto do Neutrófilo, com o valor abdoluto do Linfócito, com o valor absoluto do Eosinófilo e Monócito, chegam a Leucometria Global, que é liberada em valor absoluto. PERGUNTA: Qual a vantagem do valor absoluto em relação ao valor relativo? Se eu passo o valor de referência dos valores relativos, por exemplo, digo que os Neutrófilos se encontram em 60 a 70% do organismo. No laudo, saiu 65% de Neutrófilo, por esse, parece estar dentro do valor de referência, entretanto, vai depender da Leucometria Global, já que se essa estiver de, por exemplo, 20 000, eu posso ter 65% de Neutrófilo dentro da normalidade, mas o valor absoluto, que faz referência ao Valor Relativo estará muito mais alto, já que a Leucometria Global está elevada. DEVEMOS SEMPRE NOS REFERIR AO VALOR ABSOLUTO, E NÃO AO RELATIVO, A NÃO SER QUE A LEUCOMETRIA GLOBAL NÃO ESTEJA ALTERADA (*repetiu muito isso) • Nessa Contagem Diferencial Automatizada, não vai avaliar o escalonamento, e, portanto, não vai avaliar as alterações displásicas (células imaturas jogadas na circulação), confunde Linfócito atípico (Infecções Agudas, bem como alguns casos de Leucemia Linfoide) com Blasto (Leucemias ou Alterações Mielodisplásicas), contam Eritoblastos como Linfócitos, os quais tratam- se de células imaturas das hemácias, só que por ser uma célula grande e ainda com núcleo (hemácia sem núcleo), o Eritoblasto por ainda ter núcleo, acaba sendo contato como Linfócito, e, com isso, no caso de uma Anemia Hemolítica, que está sendo lançado muito Eritoblasto na corrente circulatória, ele confudir isso com Linfócito e não sinalizar problema algum. • Uma das limitações da Leucometria Manual Automatizada, é que ela não faz diferença entre MONÓCITOS SÃO AS CÉLULAS MAIORES LINFÓCITOS SÃO AS CÉLULAS MENORES NEUTRÓFILOS E EOSINÓFILOS SÃO CÉLULAS DE VOLUME APROXIMADO, PORÉM, TENHO A DIFERENCIAL GRANULOCÍTICA, INICIALMENTE, SÃO CÉLULAS AGRANULOCÍTICAS, E DEPOIS CÉLULAS GRANULOCÍTICAS. COMO EOSINÓFILOS SÃO AS CÉLULAS COM MAIS GRÂNULOS VISÍVEIS, ELAS APARECEM POR ÚLTIMO NA CITOMETRIA DE FLUXO. 9 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Eritroblasto e Linfocitos, então, acaba contando esses Eritroblastos como Linfócitos. Nesse caso, acaba superestimando a quantidade de Linfócitos, sugerindo muitas vezes uma infecção viral (característica do aumento de Linfócito) onde na verdade não existe. Tal confusão acontece, já que, quando esse sangue chega no aparelho por uma contagem automatizada, quando ele detecta essa amostra de sangue, ele lisa a célula. Isso se dá, já que primeiro ele irá separar célula nucleada de célula anucleada, ou seja, separa as Hemácias e Plaquetas dos Leucócitos. Leucócitos são células nucleadas, enquanto hemácias são células anucleadas. Lisa a célula primeiro para verificar a presença de núcleo ou não. Como Eritroblastos, apesar de serem os precursores das hamácias, por eles terem núcleo, e por serem células de tamanho até mesmo semelhante aos Linfócitos, eles acabam contando esses Eritroblastos como Linfócitos, e superestimam portanto essa contagem Linfocítica. Com isso, superestimam até a Leucometria Global, já que essa trata-se da soma de todas as diferenciais dos Leucócitos, portanto, se você superestima os Linfócitos, obviamente, estou interferindo no resultado da minha Leucometria Global. Se eu tiver uma população de Eritroblastos muito pequena, clinicamente não muda tanto esse valor de Leucometria Global, porém, em muitos casos, eles estão em números aumentados, e esses valores aumentados interferem nessa Leucometria. • Iremos aprender a fazer a correção, já que no nosso laudo virá liberado que foram vistos x% de Eritroblastos. Em alguns laboratórios, fazem a correção, e então informam, “foram vistos x% de Eritroblastos, Leucometria Global já corrigida”, e então não precisamos fazer cálculo algum, porém, alguns laboratórios não irão fazer essa correção, então irão liberar que foram vistos x% de Eritroblastos sem a observação de que a Leucometria já foi corrigida. Nesse caso, teremos que saber calcular isso. EXEMPLO: No lado de um hemograma, saiu para nós uma Leucometria de 17800, só lembrando, valor de referência para Leucócitos é de 4000 a 11000 Leucócitos/mm3, esse valor de referência pode mudar um pouco de laboratório para laboratório, porque cada um se baseia em alguma referência. Se eu libero um laudo com uma Leucometria de 17800, obviamente, isso estará alterado, já que estamos diante uma Leucometria Global elevada, paciente com uma possivel infecção. Só que, na observação, está descrito que foram encontrados 40 Eritroblastos. Quando fomos contar os 100 Leucócitos (como dito que são contados na manual), dentre esses, ao longo que eu fui passando campo em campo contando 100 Leucócitos, nesse intervalo, eu vi 40 Eritroblastos, então, eu vou anotando se é barato, vou continuar contando a minha Diferencial de Leucócitos, vou contando quantos Neutrófilos tem, quantos Linfócitos tem, quantos Monócitos tem, e vou colocando separado quantos Eritroblastos tem. Supondo que ao longo desses 100 Leucócitos que eu contei, eu vi 40 Eritroblastos, o aparelho contou como se fosse 140 Leucócitos, já que ele contou aquele Eritroblasto como Linfócito. RECAPTULANDO: O que acontece é que, esse 17800 que saiu no laudo, não corresponde a 100 Leucócitos, não corresponde proporcionalmente a 100 células de defesa, já que ao longo dessas, eu contei também 40 Eritroblastos, então, esses 17800, vão fazer referência ao 100 Leucócitos + 40 Eritroblastos, só que, eu tenho que excluir esses Eritroblastos, porque isso não é Leucócito, isso são células precursoras de hemácias imaturas. Portanto, em 100 Leucócitosque é o que eu tenho, e que deveria ser contado, devo usar regra de três simples, e então a minha Leucometria passou para 12000. Ainda sim, o paciente tem uma infecção. Agora, em muitas situações, isso pode se reverter para um quadro de normalidade, do paciente não ter infecção alguma, depois de ter feito essa correção. Portanto, em um laudo, se tiver a presença de x% de Eritroblastos, e não tiver informação de que a Leucometria Global foi corrigida, é necessário fazermos a correção para avaliar e dar esse diagnóstico. 10 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY • Nessa tabela estão os valores de referência, tanto absolutos quanto relativos, que o Oliveira traz. A Leucometria Global varia de 4.000 a 11.000 células/mm3, ao passo que, os Neutrófilos, usam valor de referência de 50 a 70%, e está baseado dentro desse valor de Leucometria Global, lembrando que o valor absoluto é o que deve ser analisado. Visto que, se essa Leucometria Global estiver elevada, obviamente, esses valores absolutos, por serem a soma de todos eles refletidos na Leucometria Global, obviamente, eles também estarão alterados. VALOR NORMAL X VALOR DE REFERÊNCIA • Valor de Referência é aquele liberado pelo laudo, tirado da literatura. Tenho valor de referência para tudo que vou dosar no organismo, tem padrão, uma referência que é o que população normal/saudável tem. A diferença para Valor Normal, é que, eu posso fazer hemograma a minha vida inteira, e o meu resultado de Leucometria Global ser 6.500 Leucócitos/mm3. A vida inteira fiz hemograma, e a vida inteira aminha Leucometria Global foi de 6.500. Um belo dia, eu fui fazer um hemograma, e a minha Leucometria Global estava de 10.500 Leucócitos/mm3. Nesse caso, está dentro da referência, entretanto, para mim NÃO É NORMAL. É lógico que, isso é muito difícil, já que, não acompanhamos sempre o mesmo paciente. Um paciente nosso, temos arquivo das vezes anteriores, mas caso seja a primeira vez de um paciente atendido, não teremos aqueles laudos anteriores. É claro que, nessas situações, sempre o acompanhamento com a clínica será fundamental para sugerir algum tipo de infecção ou não, até porque o 10.500 não é normal para mim, mas está dentro do Valor de Referência, por isso devemos averiguar os sintomas. • Pacientes OBESOS e FUMANTES, fisiologicamente por conta dessa condição, tem níveis de Leucometria maior do que não obesos e não fumantes. Se ele fuma, não irá parar de fumar para realizar o hemograma, já é uma condição dele. Um obeso, não irá emagrecer para fazer o hemograma, então, nesse caso, é uma condição fisiológica já do obeso e do fumante ter essa Leucometria Global maior do que o não obeso e o não fumante. Então, devemos ter cuidado ao abordar valores normais e de referência, já que o conceito é diferente ao abordar essas duas situações. DEVEMOS TER CUIDADO AO ABORDAR VALORES NORMAIS E DE REFERÊNCIA EM PACIENTES OBESOS E FUMANTES, JÁ QUE É UMA CARACTERÍSTICA FISOLÓGICA DESSES UMA LEUCOMETRIA GLOBAL MAIOR HISTOGRAMA No laudo do hemograma, vai sair a Leucometria Global, vai sair o Valor Absoluto, e, vai sair o Valor Relativo. Nos laudos mais modernos de hematologia, tem sido liberados também os Histogramas. Isso facilita muito para aqueles que não querem ficar vendo números a toda hora. Esse Histograma diz para a gente a população desses Leucócitos. É um Histograma que libera o volume da célula no eixo x, em relação a quantidade dessas células. Falando de volume, nós temos as 5 principais: Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos, Basófilos e Neutrófilos. De todas essas células, os Linfócitos são os menores, em relação ao tamanho, em seguida vem, Neutrófilos, Basófilos e Eosinófilos, com tamanhos aproximados, e, Monócitos seriam as células de maior tamanho. EM RELAÇÃO AO TAMANHO: LINFÓCITO (menor) NEUTRÓFILO, BASÓFILO e EOSINÓFILOS (tamanhos aproximados) MONÓCITOS (maiores células) Isso se explica em uma célula íntegra. Entretanto, foi dito que o sangue, ao entrar no aparelho, tem um reativo lisante que rompe a membrana dessa célula para primeiro avaliar se essa célula tem ou não tem núcleo. Quando esse reativo age sobre os Monócitos, fazem com que essas células diminuam de tamanho, então, fazem com que eles fiquem com tamanhos mais próximos de Basófilos e Eosinófilos, e os Neutrófilos como se fossem as células maiores. Por isso, no histograma, eu tenho primeiro representado por uma população Linfocítica, no meio eu tenho Monócitos, Eosinófilos e Basófilos, e, por último, os Neutrófilos. Isso é um histograma clássico. NO HISTOGRAMA: LINFÓCITO (primeira população por trata-se de população com volume menor) EOSINÓFILOS e BASÓFILOS (que deveriam vir junto com os Neutrófilos, porém, como o reativo lisou o Monócito, ele fez com que essa célula especificamente reduza de tamanho) NEUTRÓFILOS (maior célula no histograma) 11 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY PERGUNTA: O Histograma mostrado trata-se do hemograma de um adulto saudável? Não, já que o certo é maior quantidade de Neutrófilos, já o mostrado, por ter maior quantidade Linfocitária, indica infecção viral. Isso facilita muito mais, do que ter que analisar número de laudo em laudo, por isso alguns laudos de hemograma trazem o histograma acompanhado dos Valores Absolutos e Relativos dos Leucócitos. OBSERVAÇÕES- LEUCOGRAMA e contam com pico central aumentado, como ali está envolvendo 3 populações celulares (Monócitos, Eosinófilos e Basófilos), é lógico que teremos que ir para a lâmina analisar qual população está aumentada, ou então, olhar para a Diferencial dos Leucócitos Automatizada para dizer qual população está aumentada. é o Histograma que mais se assemelha a um adulto normal já que os Neutrófilos são a população Leucocitária mais abundante na nossa circulação, porém, não se assemelha tanto porque eu tenho um pico muito elevado dos Neutrófilos, às custas de uma Linfopenia por conta dessa Neutrofilia. eu tenho um aumento de Linfócitos, uma Linfocitose. Então, nesse caso, esse aumento de Linfócitos não é compatível com o laudo do hemograma de um adulto saudável, é sugestivo de infecções virais. Linfócitos aumentados são sugestivos de infecções virais. LEUCOGRAMA NA CLÍNICA EM PREMATUROS OU BEBÊS QUE ACABARAM DE NASCER A TERMO EU TENHO POPULAÇÃO DE LINFÓCITOS E MONÓCITOS MAIS AUMENTADA QUE NEUTRÓFILO, MAS É FISIOLÓGICO. EM GRÁVIDAS OS BASTÕES E META PODEM AUMENTAR UM POUCO LEUCOCITOSES • AUMENTO ABSOLUTO das contagens de Neutrófilos, Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos ou Basófilos. LEUCOPENIAS • DIMINUIÇÃO ABSOLUTA das contagens de Neutrófilos, Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos ou Basófilos. CURVA CENTRAL AUMENTADA: IR OU PARA MISCROSCOPIA, OU ENTÃO PARA DIFERENCIAL AUTOMATIZADA QUE O APARELHO LIBEROU 1 2 3 4 1 2 3 4 Inflamações crônicas (Ex: Tuberculose, Sífilis) monócitos
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