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Operações farmacêuticas Profa. Francoise Carmignan Operações farmacêuticas As operações farmacêuticas podem ser definidas como aquelas que tem como objetivo a transformação de um fármaco em uma forma farmacêutica. Operações gerais Pesagem Na maioria dos países vigora o sistema métrico decimal cuja unidade é o kg, com os múltiplos e submúltiplos 1. Precisas – destinam-se à pesagem rigorosa de subst. Prescritas em pequena quantidade e possuem uma sensibilidade média de 0,1 mg. Ex: Balanças analíticas OBS: diferença entre veneno e medicamento está na dose 2. Grosseiras ou aproximadas – destinam-se à pesagem de quantidades de subst. que podem oscilar em unidades maiores de 1g , sem colocar em risco a saúde do paciente. A sensibilidade varia na ordem de 0,1 a 0,2g. Ex. Balança de Roberval (antiga), balança comum. Operações gerais Medição do volume de líquidos Têm gravada uma escala cuja unidade fundamental é o mL Exatos – sempre que seja necessário uma medição rigorosa, podemos utilizar medições: Inteiras – Balão volumétrico, pipeta volumétrica, bureta volumétrica. Fracionadas – Bureta graduada, pipeta graduada. Aproximados – são destinados a medir volume de líquidos que não necessitam de rigor extremo. Ex.: Provetas, Copos graduados (Cálice), Operações gerais Medidas Caseiras: Colher de sopa...........................................................15 mL Colher de sobremesa................................................10 mL Colher de chá...............................................................5 mL Colher de café..............................................................2 mL Cálice..........................................................................30 mL Copo.........................................................................150 mL Medição de doses de medicamentos: Um medicamento líquido para uso interno, como um xarope, raramente é prescrito para ser administrado de uma só vez. Destina-se a ser ingerido em doses fracionadas, as quais são sempre indicadas na respectiva prescrição. Como não é de se esperar que o doente possua em casa os instrumentos de medida usados em laboratórios, é bastante comum utilizarmos certos utensílios caseiros na medição das doses das preparações farmacêuticas. Operações gerais Conta gota: forma de uma pequena pipeta de vidro, cuja parte inferior é um tubo capilar. Este tubo, por onde escorre o líquido em queda livre, deve ter um diâmetro externo de 2 mm e um diâmetro interno de 0,6 mm. Devido a vários fatores que influenciam na medida do peso de uma gota (Densidade, capilaridade, temperatura)), devemos sempre calibrar um conta- gotas, ou um utilizar um conta-gotas normal, que possui as seguintes características: Diametro externo = 2mm; diâmetro interno = 0,6 mm e deve ceder à temp de 15ºC, 20 gotas de água destilada cujo peso deve ser de 1 g. Desse modo evitamos que uma prescrição feita em duas farmácias diferentes, apresentem atividades terapêuticas diferentes. Operações especiais São consideradas operações farmacêuticas propriamente dita, todas aquelas que se praticam com o objetivo de transformar um fármaco em uma forma farmacêutica Operações especiais As operações farmacêuticas podem ser resultantes: 1- operações de ação mecânica 1.1. operação de separação 1.2. operação de divisão 2- operações físicas 2.1. com alteração de temperatura 2.2. com intervenção de líquidos 1- Operações mecânicas • Modificam o aspecto exterior da droga ou do fármaco, sem no entanto alterarem o seu estado físico ou constituição química • Podem ser: 1.1.Operações de separação: 1.1.1. sólidos 1.1.2. sólidos em líquidos/ líquidos imiscíveis 1.2.Operações de divisão: 1.2.1. de sólidos 1.2.2. de líquidos 1.1.Operações mecânicas de separação • SEPARAÇÃO DE CORPOS SÓLIDOS: • Triagem ou monda • Tamisação • SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS OU DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS: • Decantação • Expressão • Centrifugação • Clarificação • Filtração 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE CORPOS SÓLIDOS TRIAGEM OU MONDA • Operação mecânica que se pratica para separar as partes inertes ou alteradas que acompanham por vezes, as drogas vegetais, ou ainda para eliminar as substâncias estranhas fraudulentamente ou não adicionadas àquelas. • Conforme a natureza da droga vegetal a monda faz-se por vários processos: à mão, por crivo, por ventilação, por lavagem. 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE CORPOS SÓLIDOS TAMISAÇÃO • Separar mecanicamente, através de malhas de um tecido apropriado, partículas sólidas com diferentes dimensões. • Estabelecer as dimensões das partículas que constituem os pós. • Sendo praticada no campo farmacêutico com esta dupla finalidade. • Os instrumentos utilizados por um aro de diâmetro variável, tendo geralmente 15cm de altura e apresentando uma das extremidades fechadas por um tecido aplicado de modo a ficar bem tenso. 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS OU DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS FILTRAÇÃO • É a separação das partículas sólidas em suspensão num líquido por efeito de uma pressão sobre a superfície porosa ficando o sólido retido e passando o líquido através das aberturas do septo filtrante. • Os materiais filtrantes ou filtros podem ser constituídos pelas mais variadas substâncias que no entanto, devem obedecer a certas condições. Os principais materiais filtrantes utilizados em laboratório quimico-farmacêuticos são: papel de filtro, polpa de papel ou celulose, tecidos, materiais fibrosos (gaze), vidro poroso, membrana Millipore 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS OU DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS DECANTAÇÃO • Trata-se de uma operação mecânica que tem por fim separar um líquido sobrenadante de um sólido ou de um outro líquido imiscível e de densidades diferentes. • Faz-se: por escoamento, por pipeta, por funil de separação ou ampolas de decantação, centrifugação. 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS OU DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS CENTRIFUGAÇÃO • É uma operação destinada a separar sólidos e líquidos ou líquidos não miscíveis. Efetua-se utilizando aparelhos especiais, as centrífugas, que fazem a separação, por meio da força centrífuga de duas ou mais substâncias de densidades diferentes devendo uma delas ser necessariamente um líquido. • É utilizada para avaliar a estabilidade de emulsões e supensões 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS OU DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS CLARIFICAÇÃO • Tem por objetivo separar dos líquidos partículas sólidas finamente divididas ou substâncias de natureza coloidal neles existentes que provoquem a sua turvação. • Ex.: filtração através de carvão ativado, talco, caulin que absorvem as impurezas 1.1.Operações mecânicas de separação SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS OU DE LÍQUIDOS IMISCÍVEIS EXPRESSÃO • É uma operação destinada a separar de um corpo sólido ou de consistência mole os líquidos nele existentes. • É, em regra, praticada a frio, devendo em casos especiais, ser feita em aparelhos aquecidos e além disso, pode ser executada manualmente ou por meio de prensas. • Ex.: óleo de girassol 1.2. Operações mecânicas de divisão • DIVISÀO DE SÓLIDOS - REDUCAO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS (COMINUICAO): • Contusão • Trituração • Levigação • Micronização • Pulverização por intervenção • DIVISAO DE LÍQUIDOS OU EMULSIFICACAO 1.2. Operações mecânicas de divisão COMINUICAO • Operação de redução dos fármacos e excipientes a pó, para quetodos apresentem a mesma granulometria. • Facilita a homogeneidade da mistura 1.2.Operações mecânicas de divisão DIVISÃO DE SÓLIDOS PULVERIZAÇÃO • Divisão de um produto sólido em partículas de tamanho reduzido. • Instrumento: escala pequena - gral ou almofariz – porcelana, vidro, mármore, aço e bronze. Escala maior – moinho manual, moinho de bolas, micronizadores. • Pulverização normal • Pulverização por intermédio: adição de outra substância. Ex: acetona para peróxido de benzoila, álcool para cânfora. 1.2.Operações mecânicas de divisão DIVISÃO DE SÓLIDOS PULVERIZAÇÃO • Pulverização segundo grau de fineza do pó: contusão, trituração, levigação, micronização • Contusão: repetidos choques contra uma superfície dura. Ex: gral de aço ou bronze • Trituração: comprimir o material através de movimentos circulares com o pistilo • Levigação: movimento de extensão, impulsão ou arraste para obtenção de um pó finíssimo. Normalmente realizada a úmido. Modalidade: porfirização. • Micronização: obtenção de elevada tenuidade. Micronizadores – alto custo – coluna de gás comprimido onde as partículas se chocam. 1.2. Operações mecânicas de divisão • DIVISAO DE LÍQUIDOS OU EMULSIFICACAO • Emulsão é um sistema constituído por 2 líquidos imiscíveis um dos quais está disperso no seio do outro sob a forma de gotículas esféricas. • Em farmacotécnica, os dois líquidos são comumente a água e um óleo ou substâncias afins. • Se a concentração do óleo estiver abaixo de 1% e a agitação for intensa, produzir-se-á uma emulsão estável por certo tempo mas, que lentamente se separa. • Para se obter uma emulsão estável é necessário adicionar uma terceira substância, o agente emulsificante (emulsificador ou emulgente), geralmente um tensoativo. 2.Operações físicas Operações físicas são aquelas que promovem alteração do estado físico do fármaco. Podem ser: 2.1. com intervenção de líquidos 2.2. com alteração de temperatura 2.1. Operações físicas - com utilizações de solventes DISSOLUCAO • mistura de duas ou mais substâncias com a formação de uma única fase. • Dependente: • temperatura • interação soluto/solvente • grau de divisão • forma (cristalina/amorfa) • pH • agitação 2.1. Operações físicas - com utilizações de solventes EXTRACAO • Solução extrativa é resultante da dissolução parcial de constituintes de uma droga vegetal em determinado líquido extrator. • Métodos: • percolação • infusão • decocção • digestão • maceração 2.1. Operações físicas - com utilizações de solventes EXTRACAO • Maceração - é uma técnica de dissolução que consiste em deixar a droga em contato com um solvente por tempo determinado à temp. ambiente. O produto resultante chama-se macerato ou macerado. • Digestão - consiste em deixar a droga em contato com o solvente por um tempo determinado, à uma TEMPERATURA SUPERIOR À TEMPERATURA AMBIENTE, PORÉM INFERIOR À TEMPERATURA DE EBULIÇÃO DO SOLVENTE. O produto resultante chama-se Digesto. 2.1. Operações físicas - com utilizações de solventes EXTRACAO • Decocção ou cozimento - é uma técnica que consiste em colocar a droga em contato com o solvente por tempo determinado à temp. de ebulição do solvente. O produto resultante chama-se Decocto. • Percolação - técnica de dissolução extrativa que consiste na extração de PA solúveis mediante a utilização de solventes apropriados e de aparelhos denominados PERCOLADORES. O produto resultante chama-se de Percolato. • Destilação - consiste em levar um liquido ao estado de vapor e reconduzi-lo ao seu estado anterior através de resfriamento (condensação). 2.2. Operações físicas – com alteração de temperatura - Secagem • Funcao: privar os corpos da umidade neles existentes 1- Gases • Adsorção ou contato com substâncias higroscópicas. • Ex.: gel de sílica 2- Sólidos • Estufa 3- Líquidos • temperatura < ambiente - liofilização • temperatura > ambiente -concentração em evaporator rotatório -estufa -nebulização 2.2.Temperaturas usuais em laboratório, segundo a Farmacopéia Brasileira • Em congelador .................... 0 e -20ºC • Manter sob refrigeração ....... 2 e 8ºC • Local fresco .......................... 8 e 15ºC • Local frio ...............................temp. não deve exceder 8ºC • Temp. ambiente ..................... entre 15 e 30ºC • Local quente .......................... temp. entre 30 e 40ºC • Calor excessivo ................. temp. acima 40ºC • Liofilização - consiste no congelamento do produto, seguido de sublimação do solvente, através de um vácuo intenso. Por este processo conseguimos eliminar 95-99%
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