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Profª Ma. Flávia Cutrim EMENTA: Prescrição, leitura e interpretação dos exames laboratoriais solicitados na Atenção Básica e Secundária na assistência de enfermagem, proporcionando aos enfermeiros a capacidade de intervenção, permitindo uma assistência humanizada e qualificada. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade 1: 1. Introdução à interpretação clínica dos exames laboratoriais: 1.1 Considerações gerais. 1.2 Epidemiologia e Bioestatística: aplicações ao laboratório clínico. 2. Exames Hematológicos 1.1 – Série eritrocitária e índices hemantimétricos; 1.2 – Série leucocitária e Leucemias; 1.3 – Trombócitos ou plaquetas e testes de coagulação 1.4 – Velocidade de hemossedimentação (VHS) 3. Dosagens Bioquímicas 3.1 – Eletrólitos; 3.2 – Enzimas. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade 2: 3.3 – Metabolismo dos carboidratos (Diabetes mellitus): Síndrome metabólica 3.4 – Metabolismo das lipoproteínas; 3.5 – Função renal; 3.6 – Função hepática e Hepatites virais; 3.6 – Outras dosagens: Ác. Úrico, Ác. Láctico, Ác. Pirúvico, Transferrina e Ferritina. 4. Urinálise 4.1- Coleta, exame físico, químico qualitativo e quantitativo, sedimentoscopia 5. Interpretação clínica dos exames laboratoriais utilizados no Pré-operatório CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade 3: 6. Função respiratória: Gasometria arterial e estudo eletrolítico 7. Marcadores laboratoriais utilizados nas alterações cardíacas 8. Marcadores laboratoriais nas provas de Inflamação, doenças Auto-imunes e Sorologias 9. O laboratório clínico nas principais endocrinopatias Unidade 4: 10. Fezes 10.1 – Parasitológico 10.2 – Sangue oculto e coprológico funcional 11. Culturas Microbiológicas: Sepsemia 12. Diagnóstico e monitoramento das Infecções Sexualmente Transmissíveis 13. Abordagem de interpretação nos exames de Pré-Natal Bibliografia Básica: DIEUSAERT, P. Como prescrever e interpretar um exame laboratorial: guia prático de análises médicas. 2. ed. São Paulo: Organização Andrei, 2001. FISCHBACH, F.T. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. WALLACH, J. Interpretação de exames laboratoriais. 7. ed. Rio de Janeiro: Medsi & Guanabara Koogan, 2003. Bibliografia Complementar: FERREIRA, A. W. Diagnóstico Laboratorial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. PAGANA, K. D.; PAGANA, T. J. Manual de testes diagnósticos e laboratoriais. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. RAVEL, R. Laboratório Clínico. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. Normalidade x Alterações Significado clínico dos resultados: ATENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA A sensibilidade e a especificidade são as características que, juntamente com a taxa de prevalência do agravo na população estudada, ajudam a determinar a precisão de diagnóstico de um teste ou de uma combinação de testes numa dada população. A escolha de um exame laboratorial ou instrumento de diagnóstico ou a combinação de testes e instrumentos, depende principalmente de outros critérios importantes: 1 Objetivo da detecção do agravo e 2 Prevalência do agravo na população estudada. Sensibilidade: refere-se a precisão com que um teste pode confirmar a presença de um agravo. Um teste com grande sensibilidade dará poucos resultados falsamente negativos. Especificidade: refere-se a precisão com que um teste pode confirmar a ausência de um agravo. Um teste com grande especificidade dará poucos resultados falsamente positivos. 1. Série vermelha ou eritrócitos; 2. Série branca ou leucócitos; 3. Trombócitos ou plaquetas e testes de coagulação 4. Velocidade de hemossedimentação (VHS) Hemácias : Principal componente do sangue Hemoglobina: Transp. de Oxigênio (ferro) Hematócrito: Volume relativo das hemácias dentro do volume do sangue, que é expresso em % ERITROGRAMA A) Contagem das Hemácias Valores normais Homens 4.5 a 6 milhões Mulheres 4.5 a 4.8 milhões Crianças -4.6 a 4.8 milhões B) Hematócrito: Homem -40% a 54% Mulher -37% a 47% C) Hemoglobina: Homem -14% a 17% Mulher -12% a 15,5% OBS: Quando a Hb está baixa indica Anemia ou Hemorragia recente. Aumento da contagem das hemácias - POLICITEMIA relativa ou absoluta. Diminuição da contagem das hemácias - ANEMIA, sobrecarga liquida ou hemorragia, mais de 24 h. São produzidas na M.O na proporção de 2 milhões por segundo. As células velhas são destruídas no BAÇO. Nas maiores ALTITUDES há uma maior produção de hemácias. Quando os eritrócitos se rompem (HEMÓLISE) liberam hemoglobina, que é convertida em BILIRRUBINA e eliminada pela vesícula biliar. Obs: Toda alteração nas hemácias será devido a PATOLOGIAS ou incapacidade do BAÇO de retirar da circulação hemácias com mal formação. Eritroblastos: São hemácias nucleadas que podem ter regenerações eritrócitária, ou como consequência de infiltração medular e leucose. Reticulócitos: Reflete estado regenerativo da medula. As VERMINOSES são fator importante na anemia severa. Ancilostomídeos Esquistossomídeos Malária e outros.. Ideal é a ingesta de Ferro com Vit. C SINAIS DE ANEMIA A sintomatologia é proporcional a gravidade. •Hipovolemia •Queda na oxigenação •Hb≤9 g/dl: Irritabilidade, fadiga, palidez e dispnéia a esforços físicos continuados. Pode haver anginas. Hb entre 6 e 9 g/dl: Palidez evidente, sopro anêmico, taquicardia , dispnéia e fadiga a menores esforços. Hb< 3,5 g/dl: Insuficiência cardíaca é eminente, e toda a atividade impossível. ÍNDICES ERITROCITÁRIOS: Ajudam a classificar as anemias. VCM: volume corpuscular médio. 82 a 98 mm³ (avalia a média do tamanho) MICROCÍTICAS: é comum em anemias por déficit de ferro. MACROCÍTICAS: Está associado a presença de grande números de Reticulócitos, ao tabagismo, déficit de Vit-B12 e Ácido fólico. HCM - Hemoglobina Corpuscular média: 26 a 34 pg CHCM- Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média: 31 a 37 g/dl Anemias ferropriva: há uma queda na produção de Hb. Anemia perniciosa ou Megaloblástica: Doença auto imune caracterizada pela falta do fator intrínseco necessário para absorção da Vit–B12 da dieta. VCM > 99 fl e CHCM normal Anemias Hemolíticas: Anemias falciformes, Talassemias, Esferocitose hereditária e etc., são diagnosticadas logo na infância. Paciente com anemia grave. •Baço palpável •Causa: Calazar/ LVA RDW (Redcell Distribuition Width): Observa-se a variação do tamanho da hemácia pela varedura de pulso durante a leitura. • Índice de ANISOCITOSE, que se altera precocemente no déficit de ferro antes da alteração dos demais parâmetros, como na queda da Hb. VHS: Velocidade de Hemossedimentação da hemácias. Indica o resultado entre as forças envolvidas na sedimentação das hemácias e os mecanismos oponentes exercidos por substâncias plasmáticas, especialmente pelo Fibrinogênio e pelas proteínas de fase aguda. Valores: homem: 0 a 10 mm/hora mulher : 0 a 20 mm/hora Nos processos INFLAMATÓRIOS ocorre uma maior agregação das hemácias isso favorece o aumento da velocidade de sedimentação. VSH é útil para monitorar inflamação crônica e a atividade da doença como na artrite reumatóide, mesmo em uso de corticóides. OBS: homens entre 45 e 64 anos e com VHS no limite superior, junto com fatores de risco, tem duas vezes mais risco de morte por doenças das coronárias. Eritrograma: Contagem e morfologia de hemácias (normocíticas e normocrômicas) Gestação: hipocrômicas, de tamanho e formas variadas Valores de referência: Tipo de indivíduo Eritrócitos (x 106/mm³) Hemoglobina (g/dl) Hematócrito (%) Recém nascidos (a termo) 4,0 - 5,6 13,5 - 19,6 44 – 62 Crianças (3 meses) 4,5 - 4,7 9,5 - 12,5 32 – 44 Crianças (1 ano) 4,0 - 4,7 11,0 - 13 36 – 44 Crianças (10 a 12 anos) 4,5 - 4,7 11,5 - 14,8 37 - 44 Mulheres (gestantes) 3,9 - 5,6 11,5 - 16,0 34 - 47 Mulheres 4,0 - 5,6 12- 16,5 35 - 47 Homens 4,5 - 6,5 13,5 – 18 40 - 54 Valores de referência dos índices hematimétricos: VCM: Volume Corpuscular Médio (tamanho) HCM: Hemoglobina Corpuscular Média (peso) CHCM: Concentração de Hemoglobina Corp. Média (cor) Idade VCM (fl) HCM (pg) CHCM (%) Crianças (3 meses) 83 – 110 24 - 34 27 - 34 Crianças (1 ano) 77 – 101 23 - 31 28 - 33 Crianças (10 a 12 anos) 77 - 95 24 - 30 30 - 33 Mulheres 81 – 101 27 - 34 31,5 - 36 Homens 82 – 101 27 - 34 31,5 - 36 * A contagem de LEUCÓCITOS ou leucometria é a principal informação na análise. A contagem diferencial fornece informações específicas sobre o tipo de leucócitos que esta sendo afetado, avaliando a capacidade do organismo de combater infecções e também detectar reações alérgicas, infestações parasitária ou LEUCEMIAS. A contagem pode aumentar ou diminuir na presença de doenças e diminuir em stress, alcoolismo e exercício físicos excessivos. O aumento dos leucócitos indica: Infecção por abcesso, meningite, apendicite, amigdalite, LEUCEMIA, infarto do miocárdio ou gangrena. A LEUCOMETRIA varia de: 5.000 a 10.000 leucocitos/mm³. Diferencial: 100% divididos em: Eosinófilos–2% a 4 % (60 -320 L/mm³) Linfócitos –21% a 35%( 1.200 –2.400 L/mm³) Monócitos –4% a 8% ( 240 –640 L/mm³) Neutrófilos–Bastões: 3% a 5% (120 –320 L/mm³) Segmentados: 58% a 66% (3.300 –5.200 L/mm³) Basófilos: 0% a 1% ( 0 –80 L/mm³) O fumo, café e obesidade aumenta os leucócitos O álcool diminui. Cada pessoa tem seu próprio número normal, porém a mesma forma leucocitária. NEUTRÓFILOS: •Defesa predominante para Bactérias. Neutrofilia: É o aumento do numero absoluto de neutrófilos (Bastonados e Segmentados), que são células maduras, pós-mitóticas, que fazem diapedese e exercem sua atividade reacional e defensiva nos tecidos e cavidades naturais. Na M.O há um contingente de 10 a 20 vezes superior ao existente no sangue. É a reserva granulocítica medular, com predominância de bastões sobre segmentados na proporção de 3/2, havendo uma preferência hierárquica na liberação dos segmentados para o sangue, assim com domínio na forma leucocitária. Assim, segmentados na sua maioria na corrente sanguínea e bastões na sua maioria de reserva na M.O. É a liberação da reserva medular ( Bastões) por estímulos oriundos das áreas inflamatórias, infeccionadas, traumatizadas ou necróticas. Há dois contingentes, um que circula livre nos vasos e outra que adere ao endotélio na microcirculação. Assim a contagem total seria em dobro. SINAL LEUCÊMICO. BASTÕES SEGMENTADOS Valor relativo 3% a 5 % 58% -66% Valor absoluto 120 -320 3.300 –5.200 LINFÓCITOS: Defesa predominante para Vírus. Linfocitopenia: ↓ no nº de linfócitos Linfocitose: ↑ no nº de linfócitos Valor relativo 21% -35 % Valor absoluto 1.200 –2.400 EOSINÓFILOS Há Eosinofilia, aumento no nº em infestações por: •Parasitoses( Ancilostomose, Estrongiloidiase, Ascaridíase, Filiriase, Esquistossomose, Tricuriase, Larva Migrans) . •Quadro asmático, Renites e Dermatites . Valor relativo 2% -4% Valor Absoluto 60 –320 BASÓFILOS: Constantes nas leucemias e colite ulcerativa. MONÓCITOS: Macrófagos fixos nos tecidos, constantes nas endocardites, hepatites, tuberculose, leishmaniose. Valor relativo 0% -1 % Valor absoluto 0 -80 Leucócitos : 3600 a 11.000 /mm³ Neutrófilos : 40 a 78 % 1700 a 7800 /mm³ Segmentados : 40 a 78 % 1700 a 7800 /mm³ Eosinófilos : 1 a 5 % 20 a 500 /mm³ Basófilos : 0 a 2 % 0 a 200 /mm³ Linfócitos : 20 a 50 % 1000 a 4000 /mm³ Monócitos : 2 a 12 % 20 a 1000 /mm³ Tem origem da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos na M.O. Tem importância na fase inicial da hemostasia, por meio de adesão plaquetária à superfície estranha formando o tampão plaquetário. Qualitativa: Aspecto Morfológico –processos em síndromes mieloproliferativas e destruição periféricas na PTI (Púrpura Trombocitopênica Idiopática). •Quantitativas: Plaquetopenia Hiperplaquetemia VALORES: Adultos – 140.000 –400.000 mil/mm³ Crianças –150.000 –450.000 mil/mm³ TROMBOCITOSE: Aumento do nº de plaquetas, ocorre nas Hemorragias, doenças infecciosas e inflamatórias, anemia ferropriva, câncer, cirurgias recentes, esplenectomia e gravidez. TROMBOCITOPENIA: Queda no nº de plaquetas, ocorrendo nas doenças infiltrativas da M.O, leucemias, aplasia medular, déficit de acido fólico e Vit.B12, destruição por doenças autoimunes ou por drogas, CIVD (coagulação intravascular disseminada), LVA. Indicador de alterações numéricas e funcionais das plaquetas, medindo a duração de um sangramento após uma incisão cirúrgica na pele. VALORES: 3 a 6 minutos Obs: O tempo de sangramento alto pode indicar LLA, CIVD, Hepatopatia grave, e deficit de fatores de coagulação(I,II,V,VII,VIII,IX ou XI) TAP: Tempo de avaliação da Protombina. Exame de escolha para monitorizar terapia com drogas anticoagulantes orais. TAP alto indica patologias que afetam o processo de absorção, síntese e metabolização da Vit. K ou deficiência do fator VII. TAP: VALORES: 10 a 14 segundos. TTPA: Tempo de Tromboplastina Parcialmente Ativada. Avalia defeitos na via intrínseca da coagulação, como deficiência dos fatores de coagulação VIII, IX, XI,XII, com exceção das plaquetas. VALORES: 21 a 35 segundos Glicoproteína sintetizada no fígado , que está envolvida no processo final da coagulação VALORES: 200 A 400 mg/ dl (2 a 4 g/l); O fibrinogênio eleva em processos inflamatórios e infecciosos agudos, traumas, neoplasias, pós operatórios, uso de anticoncepcionais orais, síndrome nefrótica , gravidez e tabagismo. O FIBRINOGÊNIO diminui com a queda da produção hepática, aumento do consumo sem tempo de reposição adequado na CIVD, em complicações obstétricas e traumatismos. É um teste mais importante na CIVD. Coagulograma A Prova do laço avalia a fragilidade capilar (petéquias), deve ser NEGATIVA, num tempo de 5 – 10 min de teste >>>>> Tendência a hemorragias; Tratamento: A HBPM (heparina de baixo peso molecular) e a Heparina convencional não atravessam a barreira placentária. 1. Eletrólitos; 2. Enzimas; 3. Glicose 4. Outras dosagens POTÁSSIO: Cátion de maior concentração nos liquidos intracelulares e 2% nos LEC. VALORES: LIC : 150 a 160 mEq/L LEC: 3.5 a 5 mEq/L é medido especialmente no LEC, para saber seu excesso ou diminuição e saber a origem das arritmias. SÓDIO É o maior cátion e a principal partícula osmótica do meio extracelular. Assim o mais importante do organismo. VALORES: 135 a 145 mEq/L CÁLCIO: Cerca de 98% está localizado nos ossos e dentes; 2% no fluido extracelular e em outros tecidos, especialmente no musculo esquelético. Desses 2 % , 50% esta ligado a proteínas plasmáticas e 40% estão ionizados ou livres. VALORES: Ca Total –8.2 a 10.2mg/dl Ca Ionizado –4.65 a 5.28 mg/dl CLORETO: Ajuda a manter a pressão osmótica do sangue, pois regula o volume sanguíneo e o controle da pressão arterial. Afeta o mecanismo acido-básico É eliminado pelo rins. VALORES:100 A 108 mEq/L FOSFATOS: São encontrados nos ossos, tecidos moles, ligado a proteinase lipídios e carboidratos. Elevam-se na desidratação e exercícios físicos. É inversamente proporcional ao Cálcio. VALORES: 2.7 a 4.5 mg/dL Crianças: 4.5 a 6.7 mg/d|L MAGNÉSIO: É absorvido pelo intestino delgado, 50% nos ossos, 1% no sangue e tecidos moles 49%. Tem importância para enzimas intracelulares. Seu aumento pode levar a PCR após arritmias cardíacas. Valores abaixo de 1.0 acompanhada da queda de cálcio é sinal de gravidade. VALORES: 1.3 a 2.1 mg/dLTGO -(Transaminaseoxaloacética) Também conhecida com AST(aspartatoaminotransferase), encontradas em diversos órgãos e tecidos, incluindo coração, fígado, mesculoesquelético e eritrócitos Sua elevação indica comprometimento celular mais profundo. Ex: nos hepatócitos, proveniente de hepatites virais agudas, alcóolicas, metástase hepática, necroses medicamentosas e isquêmicas. VALORES: 7 –45 UI/L TGO -(Transaminaseoxaloacética) AST(aspartatoaminotransferase) – Hepatites TGP –( transaminasePirúvica) também em miosites ou miocardites. AMILSE / LIPASE: inflamações na cavidade abdominal e biliar. TGP –( transaminasePirúvica) Também conhecida como ALT(Alaninaaminotransferase) Encontrada abundantemente no fígado Se eleva rapidamente na lesão hepática. Pode-se está elevada também em miosites ou miocardites. No RN pode-se estar elevada devido a imaturidade do fígado. VALORES: 5 –35 UI/L AMILASE: São enzimas que hidrolisam amilopectina, amido e glicogênio na boca, estômago e intestino. É de origem pancreática e de glândulas salivares. Seus níveis tem importância clinica na investigação de função pancreática. 20% das pancreatites cursam com Amilase 4 a 6 x o limite superior. VALORES: 25 A 85 U/L LIPASE: É uma enzima digestiva produzida pelas células do pâncreas exócrino. Tem o papel de hidrolisar as longas cadeias de triglicerídeos no intestino delgado em ácidos graxos e em glicerol. É um melhor marcador que a amilase como marcador pancreático. A Lipase fica elevada na maioria das inflamações na cavidade abdominal e trato biliar. VALORES: abaixo de 160U/L FOSFATASE ALCALINA (ALP): É uma enzima presente em todos os tecidos do organismo, principalmente de túbulos renais, ossos, placenta, TGI e fígado. Influencia no transporte de lipídios e calcificação óssea. É importante na investigação de doenças hepatobiliares, ósseas e metástases. É marcadorde processo obstrutivo hepático, litíase e carcinoma do pâncreas. VALORES: 30 A 85 U/L GAMA GT (Gama GlutamilTranspeptidase): É uma enzima de membrana celular envolvidas no transporte de aminoácidos por meio da membrana celular. Os níveis são de origem hepática e se aumentados por 28 dias, é decorrente de lesão hepática ligadas ao álcool. No pós IAM (infarto) a GGT fica aumentada por 4 semanas. VALORES: •Homens acima de 16 anos: 6 a 38U/L •Mulheres de 16 a 45 anos : 4 a 27 U/L •Mulheres acima de 45 anos: 6 a 37 U/L •Crianças : 3 a 30 u/l FOSTATASE ÁCIDA: São enzimas ativas com um PH de 5. As maiores concentrações na próstata, no fígado e M.O. São marcadores de 50% de carcinomas na próstata. Está elevado em crianças em fase de crescimento e metabolismo ósseo. VALORES: 0 a 3.7 U/L PSA –(Antígeno Prostático Específico). É uma glicoproteína com atividade proteolítica que dissolve gel seminal depois da ejaculação. Os níveis estão altos no câncer da próstata, hipertrofia benigna da próstata e prostatites agudas ou crônicas. Correlaciona-se diretamente com o tamanho da próstata, com a fase do câncer e resposta ao tratamento. Para fechar diagnóstico se faz com PSA + toque retal + biópsia. VALORES: 40 a 50 anos –2 a 2.8 mg/ml 51 a 60 anos –2.9 a 3.88 ng/ml 61 a 70 anos –4 a 5.3 ng/ml 71 acima –5.6 a 7.28 ng/ml GLICOSE 6 –FOSFATO DESIDROGENASE A G6PD é uma enzima que faz parte da via que metaboliza a glicose. Seu déficit altera a estabilidade das hemácias, tornando-as vulneráveis a desnaturação oxidativa da Hb, levando a Hemólise. A suscetibilidade a hemólise é aumentada pela exposição a agressões virais ou bacterianas e na presença de distúrbios metabólicos. VALORES: 4.3 a 11.8 U/g CK (Creatinoquinase Total): É uma enzima que desempenha o papel de reguladora no metabolismo intracelular dos tecidos contráteis. Está presente no tecido cardíaco, musculatura estriada e cérebro. A maior utilização está na avaliação do diagnóstico das lesões e doenças da musculatura esquelética e no IAM. VALORES: CK TOTAL: Homens: 55 a 170 U/L Mulheres: 30 a 135 U/L CK ↓ CK ↑ CK diminui em: •Perda de massa muscular •Hepatopatias alcóolicas •Artrite reumatóide •Pacientes idosos e acamados CK se eleva nos casos de: •Distrofia muscular •Exercicios extenuantes •Dermatomiosites •Injeções intramusculares recentes •Após crises convulsivas •IAM e cardioversão OBS: No IAM o CK total esta aumentado nas primeiras 4 a 6 horas após o inicio do quadro, com pico entre 18 a 24 horas, ficando alterada por 48 a 72 horas de 3 a 20 vezes o valor normal. A glicose é essencial para função do cérebro e dos eritrócitos. A dosagem tem como finalidade de diagnosticar e acompanhar o tratamento de portadores de algum distúrbio no metabolismo de carboidratos que leva a hipoglicemia ou hiperglicemia. VALORES: 70 A 100 mg/dl * Glicemia < 50mg/dl: Fadiga, mal-estar, nervosismo, alterações de humor, irritabilidade, tremores, cefaleia, fome, sudorese fria, taquicardia, arritmias. Caso não haja correção da glicose ocorre: Vista turva ou dupla, incapacidade de concentração, frauquesa motora, convulsões, danos cerebrais irreversíveis e morte. Diabetes Mellitus: Caracterizada pela hiperglicemia, glicosúria e outras manifestações decorrente do comprometimento do sistema vascular, nervoso, levando a lesões diversos orgãos, olhos, rins e coração. ÁCIDO LÁTICO E PIRÚVICO: Os níveis de Acido Lático estão relacionados com a disponibilidade de oxigênio. É um marcador sensível e confiável de hipóxia tecidual, TROMBOSES PERIFÉRICAS. VALORES: Lactato: 0.93 a 1.65 mEq/L Piruvato: 0.08 a 0.16 mEq/L Causas da elevação: Choque, hipovolemia, IAM, insulficiência ventricular esquerda, edema pulmonar, diabetes mellitus, insuficiência hepática, neoplasias, leucemia, exercícios excessivos e hiperventilação. ÁCIDO ÚRICO: Oriundo do catabolismo das PROTEÍNAS da dieta e fontes endógenas, concentra-se principalmente no fígado. Excretado principalmente por via renal. O níveis são determinados pela relação entre a dieta, produção endógena e os mecanismos e reabsorção e excreção. VALORES: Homem: 3.4 a 7 mg/dl Mulher: 2.3 a 6 mg/dl GOTA: Caracteriza-se por HIPERURICEMIA devido a hiperprodução como na hipoexcreção A alteração da função renal, hipertenção arterial, DM, podem induzir a uma diminuição da velocidade de excreção do AU. CREATININA: A análise quantitativa dos níveis séricos, urinários de creatinina e o “CLEARANCE” avaliam a função Renal. VALORES: N.Urinários: Homem: 1 a 1.9 g/24 hs Mulher: 0.8 a 1.7 g/dl N.Séricos: Homens: 0.8 a 1.2 mg/dl Mulheres: 0.6 a 0.9 mg/dl DEPURAÇÃO: Homens: 85 a 125 ml/min Mulher: 75 a 115 ml/min Para normal função dos Rins é necessário: Fluxo sanguíneo, filtração glomerular, função tubular e permeabilidade das vias urinárias. •A função dos Rins é depurar, equilíbrio hidroeletrólitico e produção de hormônios. •Níveis séricos de creatinina elevados indicam geralmente doença renal que lesou gravemente os néfrons. URÉIA: Principal produto do catabolismo dos aminoácidos e de protéinas. Principal fonte de excreção do Nitrogênio do sangue. VALORES: 8 A 20 mg/dl Causas da Uremia Catabolismo aumentado de proteínas e sua ingesta excessiva, desidratação, infecções, choque hemorrágico. BILIRRUBINAS: São produtos do catabolismo da Hb, 70% é provenientes dos eritrócitos velhos, 15% das fontes hepáticas e 15% das células defeituosas na M.O. VALORES: Adultos: B. Indireta:< = 1.1mg/dl B. Direta: < 0.5 mg/dl B.Total sérica: 2 a 12 mg/dl Neonatos: B. Total: até 1.2 B. Indireta: até 0.8 mg/dl B.Direta: até 0.4 mg/dl Bilirrubinas (Direta e Indireta) Exame: BTF (BilirrubinaTotal e frações); Lesão hepatocelular, fluxo biliar e função de síntese do fígado; É o produto final da destruição da porção "heme" da hemoglobina e outras hemoproteínas (Bilirrubina Indireta ou Não-conjugada); A BI sofre o processo de conjugação no fígado e passa a ser bilirrubina direta ou conjugada; O aumento da Bilirrubina no sangue seria responsável pela coloração amarelada do globo ocular e da pele (ICTERÍCIA); Valores de Referência no Adulto: BT (BD + BI): 0,2 – 1,0 mg/dL BD: 0 – 0,2 mg/dL BI: 0,2 – 0,8 mg/dL TRANSFERRINA: Proteína transportadora de ferro para suprir as necessidades teciduais, minimiza os níveis de ferro no plasma e perdas urinárias. Valores: 200 a 400 mg/dl FERRITINA: Proteína de reserva do ferro, é de FASE AGUDA e se eleva nas infecções, inflamações e traumas. Valores: Homem: 20 a 300 ng/ml Mulher: 20 a 120 ng/ml 6 meses a 15 anos: 7 a 140 ng/ml FERRO: A hemoglobina utiliza cerca de 80% do ferro corporal. Toda doença com sangramento agudo, faz com que haja uma rápida restauração de Hb, causando déficit de ferro. Valores: Homens: 60 a 170 mg/dl Mulheres: 50 a 130 mg/dl ALBUMINA: Proteína mais abundante no plasma; 60% da concentração total das proteínas do corpo. Papel de transporte de substâncias e na manutenção da pressão osmótica. É um marcador do estado nutricional. Valores: Pré-Albumina: 3.5 a 5 g/dl Albumina: 16 a 30 mg/dl Principais Aplicações Clínicas: O teste no sangue é útil na avaliação do estado nutricional e nas doenças com alterações de proteínas. Na urina é importante na caracterização de doenças renais, tanto glomerulares quanto tubulares. Ajuda no diagnóstico de derrames cavitários (pleural, ascítico, pericárdico), diferenciando transudato (proteína inferior a 3g/dL) e exudato (proteína superior a 3g/dL). Colesterol total. Triglicerídeos. Colesterol-HDL. Colesterol-LDL (por cálculo). Relação: colesterol total/colesterol-HDL. Relação: colesterol-LDL/colesterol HDL. Aparência do soro (refrigeração de 18h a 4ºC) Apoproteína B (Apo B). Esterol encontrado em todos os tecidos animais. Ajuda na avaliação dos riscos de aterosclerose e doenças das coronárias. Curva de Tolerância à Glicose ou Curva Glicêmica; Objetivo: identificação de RESISTÊNCIA à INSULINA; O teste é realizado com várias coletas de sangue. A primeira em jejum e as outras 30, 60, 90, 120 minutos após a ingestão de dextrosol (glicose anidra); Valores de referência: 2 horas após 50 - 75g de glicose - Menor que 140 mg/dL >>> Normal - Entre 140 e 199 mg/dL >>> Intolerância à glicose - ≥ a 200 mg/dL >>> Diabetes Mulher, com 57 anos de idade, sem acompanhamento médico regular, é atendida em ambulatório de clínica médica de hospital secundário por queixa de edema de membros inferiores e face e de urina espumosa há três meses. A paciente não refere doenças anteriores e desconhece seus antecedentes familiares. Ao exame clínico encontra-se orientada, normocorada, hidratada, afebril, com edema de face (++/4). Pressão arterial (posição deitada) = 176 x 102 mmHg com pulso = 76 bpm; pressão arterial (posição supina) = 154 x 78 mmHg com pulso = 72 bpm. Frequência respiratória = 18 irpm. Exame cardíaco normal. Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular diminuído nas bases pulmonares, sem ruídos adventícios. Abdome com sinais de ascite moderada, membros inferiores com edema compressível (++/4). Fundoscopia: prejudicada por opacificação do cristalino. Exames laboratoriais complementares: Glicemia de jejum = 283 mg/dL, Creatinina = 1,8 mg/ dL, Ureia = 60 mg/dL. Colesterol total = 312 mg/dL, LDL = 230 mg/dL, HDL = 40 mg/dL, VLDL = 42 mg/dL, triglicérides = 210 mg/dL. Albumina sérica = 1,8 g/dL. Exame sumário de urina: proteinúria (++++/4), glicosúria (++/4), sem outras alterações. Proteína na urina de 24h5,5g. Dosagem de eletrólitos e hemograma normais. Etiologia para o quadro apresentado: Paciente do sexo masculino, 41 anos procurou para check-up. Sem queixas, exceto ganho de peso nos últimos 5 anos (8 Kg). Vida sedentária. Bebe aproximadamente 10 doses de uísque por semana. Refere 1 irmão com coronariopatia aos 50 anos. Exame físico: Alt: 1,75 mts Peso: 85 kg Obesidade tronco-abdominal ACV: fc: 85 bpm pa: 160/105 mmHg Restante do exame sem alterações de importância. EXAMES: Glic. 125mg% Colest total 330mg%, Trigl. 600mg%, HDL 35 mg%, LDL 185 mg% , VLDL 120mg% Glic 2 horas após 75g de Dextrosol V.O.: 180mg% A) Metabolismo de carboidratos? B) E quais os riscos para este paciente. Criança com um ano de idade foi amamentada com leite materno exclusivamente até os seis meses, quando passou a receber alimentação complementar com frutas, papa salgada composta de vegetais, cereais e, às vezes, carne. Na ocasião da consulta de puericultura, por apresentar palidez, o médico solicitou eritrograma que apresentou os seguintes resultados: Hemoglobina = 10,2 mg/dL (valor normal = 11 - 13 mg/dL); Hematócrito = 30,8 % (valor normal = 36-44 %); Volume Corpuscular Médio = 75 fL (valor normal = 77- 101 fL); Hemoglobina Corpuscular Média = 21 pg (valor normal = 23-31 pg); Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média = 26 g/dL (valor normal = 28-33 g/dL) e RDW = 15,5 % (valor normal 14%) A hipótese diagnóstica e exame complementar: Rastrear urina com relação à doença renal ou do trato urinário; Auxiliar na detecção de doença metabólica ou sistêmica não relacionada à desordens renais; Cuidados na coleta: 50 a 100ml, jato médio, higiene prévia. Urina tipo I ou Sumário de urina ou EAS: Aspectos físicos (cor, densidade, odor, pH); Proteínas: traços (+); Repetir em 15 dias (Proteinúria: na gestante: Pré-eclâmpsia) Glicose, corpos cetônicos : DM; Bilirrubina DIRETA: icterícias por danos hepáticos; Urobilinogênio: diminuído ou - = IR; aumentado = icterícias, infecção grave, cirroses; Cilindros: comprometimento dos túbulos renais; ALTO RISCO na gestação!!!! Hemácias: cálculos, traumas, cistites, etc.; Leucócitos: infecções urinárias, acima de 6 p/ campo; Nitrito: infecções urinárias assintomáticas; Células epiteliais: abscessos, cálculos, infecções; Cristais: irrelevantes, exceto os de Ác. Úrico – litíase; Muco: qtde exagerada nas infecções. * Urocultura c/ Antibiograma Pesquisa de Infecção Urinária (IU); Na gestação, tem elevada incidência. (10 a 12% das grávidas;) O aumento do útero pode obstruir parcialmente o ureter e criar condições de estase urinária, A estase é um mecanismo complicador. Protoparasitológico (EPF) Identificar diversas infestações parasitárias (ovos, larvas, cistos); Contaminação grave >>> ANEMIA, obstrução intestinal, etc. Exame em três (03) amostras , colhidas em dias diferentes; Evitar contaminação com urina e coleta em frascos inapropriados; O MIF (Merthiolate-Iodo-Formol) é o líquido conservante (coleta-se as três amostras no mesmo frasco); Taenia solium, T. saginata (teníase, “solitária”) Hymenolepis nana, H. diminuta Shistosoma mansoni (esquistossomose) Enterobius vermicularis (enterobíase, oxiuríase, “sibuí”) Trichuris trichiura (tricuríase) Ascaris lumbricoides (“lombriga”, ascaridíase) Ancylostoma duodenale, A. ceylanicum, Necator americanus (“amarelão”, ancilostomíase) Strongyloides stercoralis Entamoeba coli, Endolimax nana, Iodamoeba butschlii, Chilomastix mesnilli, Trichomonas hominis (amebíase não-patogênica) Entamoeba histolytica (amebíase) Blastocystis hominis Balantidium coli Enterocytozoon bieneusi, Encephalitozoon intestinalis Cyclospora cayetanensis Cryptosporidium parvum Isospora belli Giardia lamblia (giardíase) SEPSE: Infecção sistêmica acompanhada de bacteremia documentada por hemocultura. Alta mortalidade 10-25% em UTI; Sepse Neo Precoce ( até 48h) e Tardia (>48 horas); Microorganismos mais encontrados: S. Coagulase negativo; S. aureus; K. pneumoniae; P. aeruginosa; Enterobacter sp.; Candida sp. Leucocitose freqüente; PorémLEUCOPENIA e a PANCITOPENIA são considerados marcadores de mau prognóstico; AUMENTA A GRAVIDADE Neutrofilia com desvio à esquerda e granulações tóxicas !!! Monócitos vacuolados !!!! Em indivíduos sadios os níveis ficam abaixo de 0,1 ng/mL; Na sepse, podem aumentar de 5.000 a 10.000 vezes; Aumenta consideravelmente em infecções bacterianas e mais discretamente em infecções virais e fúngicas. pH pO2 pCO2 BE Os valores normais dos parâmetros biológicos são representados por faixas, que representam pelo menos 95% dos indivíduos. A avaliação do equilíbrio ácido-base é feita pela determinação do pH, da PCO2, do bicarbonato e da diferença de bases em amostras de sangue arterial. A amostra de sangue deve ser coletada em heparina, em condições anaeróbicas, refrigerada e imediatamente analisada. A verificação do pH indica o estado do equilíbrio ácido base. Um pH abaixo de 7,35 indica a existência de acidose, enquanto o pH superior a 7,45 indica a presença de alcalose. A verificação da PCO2 demonstra o estado do componente respiratório do equilíbrio ácido-base. Se a PCO2 está anormal, a origem do distúrbio é respiratória. Embora na prática, o termo PCO2 seja de uso corrente, a expressão da pressão parcial de gases, deve respeitar a seguinte convenção: PACO2: refere-se à pressão parcial do CO2 no gas alveolar (com A maiúsculo). PaCO2: refere-se à pressão parcial do CO2 no sangue arterial (com a minúsculo). PvCO2: refere-se à pressão parcial do CO2 no sangue venoso (com v minúsculo). A verificação do bicarbonato demonstra o estado do componente metabólico do equilíbrio ácido-base. Se o bicarbonato está anormal, a origem do distúrbio é metabólica. A verificação da diferença de bases permite avaliar a severidade do distúrbio metabólico. Quanto maior o déficit de bases, tanto mais severa é a acidose. Quanto maior o excesso de bases, tanto mais severa é a alcalose. O cálculo do bicarbonato ignora o poder tamponante do fosfato e das proteínas (principalmente a hemoglobina) do sangue e, portanto, não permite quantificar o distúrbio com precisão. A capacidade total de neutralização das bases é melhor refletida pelo cálculo da diferença de bases (excesso ou déficit de bases existentes). Simples – aguda ou crônica Duplos - acidoses e alcaloses mistas, acidose metabólica + alcalose respiratória; alcalose metabólica + acidose respiratória Triplos - acidose mista + alcalose metabólica; alcalose mista + acidose metabólica Embolia pulmonar alcalose respiratória Hipotensão / choque acidose metabólica Vômitos / CNG alcalose metabólica Diarréia grave acidose metabólica Cirrose hepática alcalose respiratória Insuficiência renal acidose metabólica Sepse alcalose respiratória Gravidez alcalose respiratória Uso de diuréticos alcalose metabólica DPOC acidose respiratória Assepsia – Álcool a 70% Artérias preferenciais Heparinização da seringa Coleta em condições de anaerobiose Tempo de espera Máximo 20 minutos Esfriamento da amostra Glicólise anaeróbica se demorar Os eletrodos de pH, pCO2 e de pO2 são contidos em um pequeno reservatório, cuja temperatura é controlada. O aparelho requer calibração prévia para uso. pH 7,35 a 7,45 pO2 80 a 100mmHg (SO2 ≥ 94%) pCO2 35 a 45mmHg HCO3 ou BR 22 a 26mmol/l BE/BD -2,0mEq/l e +2,0mEq/l. Na acidose metabólica a diminuição do HCO3- acarreta diminuição da PaCO2 Esta diminuição pode ser prevista utilizando-se a seguinte fórmula: PaCO2 = 1-1,4 x HCO3- Na alcalose metabólica o aumento do HCO3- acarreta aumento da PaCO2 Este aumento pode ser previsto utilizando-se a seguinte fórmula: PaCO2 = 0,4-0,9 x HCO3- Na acidose respiratória o aumento da PaCO2 acarreta aumento do HCO3- Este aumento pode ser previsto utilizando-se as seguintes fórmulas: HCO3- = 0,1 x PaCO2 na Aguda HCO3- = 0,25-0,55 x PaCO2 na Crônica Na alcalose respiratória a diminuição da PaCO2 acarreta diminuição do HCO3- Esta diminuição pode ser prevista utilizando-se as seguintes fórmulas: HCO3- = 0,2-0,25 x PaCO2 na Aguda HCO3- = 0,4-0,5 x PaCO2 na Crônica Caso clínico de gasometria pH: 7,35 – 7,45 pCO2: 35 – 45 pO2: 80 – 100 HCO3: 18 – 24 Caso 1 - Leptospirose, 76 anos, evoluiu para insuficiência renal. pH= 7,16 pCO2 = 31 pO2 = 86 HCO3 = 14 mEq/L Caso 2 - Paciente de 48 anos, miocardiopatia chagásica, queixa de falta de ar, dispnéia, ausculta pulmonar com estertores creptantes que começam na base até terço médio. pH = 7,36 (7,35 – 7,45) pCO2 = 53 (35 – 45) pO2 = 56 (80-100) HCO3 = 22 (18-24) Caso 3- Paciente DPOC, enfisematoso,pneumonia pH= 7,49 pCO2 = 80 pO2 = 69 HCO3 = 39 SOUZA, A. I.; B. FILHO, M.; FERREIRA, L. O. C.. Alterações hematológicas e gravidez. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., São José do Rio Preto, v. 24, n. 1, Mar. 2002. MILLER, O.; GONÇALVES, R. R. Laboratório para o clínico. 8ª ed. São Paulo: Ed. Atheneu, 1999. FERREIRA, A. W.; ÁVILA, S. L. M. Diagnóstico laboratorial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. GORINA, A. B. A clínica e o laboratório. 16ª ed. Rio de janeiro: Ed. Médica e Científica Ltda, 1996. CAMARGO ME. A sífilis avança. Progride o diagnóstico? Rev Soc Med Bras 1988; 34:19-23. WALLACH Jacques, M. D. - Interpretação de Exames Laboratoriais -7ª Edição – 2003.
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