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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Avaliação da Aprendizagem Avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação formal é datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua elaboração e aplicação 1 . Introdução A avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas brasileiras, tem se constituído no principal mecanismo de sustentação da lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, legitimador do fracasso, ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os profissionais da educação, alunos e pais. Os métodos de avaliação ocupam, sem duvida espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas. Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina – mas não somente -, à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre que possível. A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes. 2 . Origem da avaliação Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade do seu resultado, porém, a compreensão do processo de avaliação do processo ensino/aprendizagem tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos. A avaliação tem sido estudada desde o início do século XX, porém, segundo Caro apud Goldberg & Souza (1982), desde 1897 existem registros dos relatos de J. M. Rice sobre uma pesquisa avaliativa utilizada para estabelecer a relação entre o tempo de treinamento e o rendimento em ortografia, revelando que uma grande ênfase em exercícios não levava necessariamente a um melhor rendimento. As duas primeiras décadas deste século, de acordo com Borba & Ferri (1997), foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos e influenciados, principalmente nos Estados Unidos, pelos estudos de Robert Thorndike. Nessa época, as pesquisas avaliativas voltavam-se particularmente para a mensuração de mudanças do comportamento humano. Caro apud Goldberg & Souza (1982) aponta várias destas pesquisas realizadas nos anos 20 para medir efeitos de programas de diversas áreas sobre o comportamento das pessoas. Eram realizados experimentos relativos à produtividade e à moral dos operários, à AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR eficácia de programas de saúde pública, à influência de programas experimentais universitários sobre a personalidade e atitudes dos alunos, etc. A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia, sendo que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos. A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos meios que emprega, formativa na intenção que lhe preside e independente face à classificação. De âmbito mais vasto e conteúdo mais rico, a avaliação constitui uma operação indispensável em qualquer sistema escolar. Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem, um caminho a seguir entre um ponto de partida e um ponto de chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto está a decorrer em direção à meta, se alguns pararam por não saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio errado. É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada um dos seus membros, que a avaliação tenta recolher e que é necessária a professores e alunos. A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que objetivos do ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que dificuldades estão a revelar relativamente a outros. Esta informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os alunos a resolver essas dificuldades e é necessária aos alunos para se aperceberem delas (não podem os alunos identificar claramente as suas próprias dificuldades num campo que desconhecem) e tentarem ultrapassá-las com a ajuda do professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação tem uma intenção formativa. A avaliação proporciona também o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a obtenção de produtos ou resultados de aprendizagem. As avaliações a que o professor procede enquadram-se em três grandes tipos: avaliação diagnostica, formativa e somativa. 3 – Evolução da avaliação A partir do início do século XX, a avaliação vem atravessando pelo menos quatro gerações, conforme Guba e Lincoln, apud Firme (1994). São elas: mensuração, descritiva, julgamento e negociação. 3.1 – Mensuração – não distinguia avaliação e medida. Nessa fase, era preocupação dos estudiosos a elaboração de instrumentos ou testes para verificação do rendimento escolar. O papel do avaliador era, então, eminentemente técnico e, neste sentido, testes e exames eram indispensáveis na classificação de alunos para se determinar seu progresso. 3.2 – Descritiva – essa geração surgiu em busca de melhor entendimento do objetivo da avaliação. Conforme os estudiosos, a geração anterior só oferecia informações sobre o aluno. Precisavam ser obtidos dados em função dos objetivos por parte dos alunos envolvidos nos programas escolares, sendo necessário descrever o que seria sucesso ou dificuldade com relação aos objetivos estabelecidos. Neste sentido o avaliador estava muito mais concentrado em descrever padrões e critérios. Foi nessa fase que surgiu o termo “avaliação educacional”. 3.3 – Julgamento – a terceira geração questionava os testes padronizados e o reducionismo da noção simplista de avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação maior o julgamento. Neste sentido, o avaliador assumiria o papel de juiz, incorporando, contudo, o que se havia preservado de fundamental das gerações anteriores, em termos de mensuração e descrição. Assim, o julgamento passou a ser elemento crucial do processo avaliativo, pois não só importava medir e descrever, era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do objeto, inclusive sobre os próprios objetivos. 3.4 – Negociação – nesta geração, a avaliação é um processo interativo, negociado, que sefundamenta num paradigma construtivista. Para Guba e Lincoln apud Firme (1994) é uma forma AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR responsiva de enfocar e um modo construtivista de fazer. A avaliação é responsiva porque, diferentemente das alternativas anteriores que partem inicialmente de variáveis, objetivos, tipos de decisão e outros, ela se situa e desenvolve a partir de preocupações, proposições ou controvérsias em relação ao objetivo da avaliação, seja ele um programa, projeto, curso ou outro foco de atenção. Ela é construtivista em substituição ao modelo científico, que tem caracterizado, de um modo geral, as avaliações mais prestigiadas neste século. Neste sentido, Souza (1993) diz que a finalidade da avaliação, de acordo com a quarta geração, é fornecer, sobre o processo pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que se fizerem necessários em face do projeto educativo, definido coletivamente, e comprometido com a garantia da aprendizagem do aluno. Converte-se, então, em um instrumento referencial e de apoio às definições de natureza pedagógica, administrativa e estrutural, que se concretiza por meio de relações partilhadas e cooperativas. 4 – Funções do processo avaliativo As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de apreciação. 4.1 – Função diagnóstica – A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), busca a determinação da presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem. A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes. 4.2 – Função formativa – A segunda função á a avaliação formativa que, conforme Haydt (1995, p. 17), permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas. Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Outro aspecto destacado pela autora é o da orientação fornecida por este tipo de avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao trabalho do professor, principalmente através de mecanismos de feedback. Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo. Para Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar correção e recuperação. A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução. 4.3 – Função somativa – Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378) determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. Pode ser chamada também de função creditativa. Também tem o propósito de classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento. A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5 – Objetivos da avaliação Na visão de Miras e Solé (1996, p. 375), os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”. Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação, para este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação pode ser considerada como um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’. É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas educacionais, um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança devem ser feitas para garantir sua efetividade. 6 – Modelo tradicional de avaliação versus modelo mais adequado Gadotti (1990) diz que a avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão, sobre a ação. Entende-se que a avaliação não pode morrer. Ela se faz necessária para que possamos refletir, questionar e transformar nossas ações. O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada histórica, sendo que seus fantasmas ainda se apresentam como forma de controle e de autoritarismo por diversas gerações. Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de auxiliar e melhorar o ensino/aprendizagem. A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização do projeto educacional. É ela que sinaliza aos alunos o que o professor e a escola valorizam. O autor, na tabela 1, traça uma comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada a objetivos contemporâneos, relacionando-as com as implicações de sua adoção. Tabela 1 – Comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada Modelo tradicional de avaliação Modelo adequado Foco na promoção– o alvo dos alunos é a promoção. Nas primeiras aulas, se discutem as regras e os modos pelos quais as notas serão obtidas para a promoção de uma série para outra. Implicação – as notas vão sendo observadas e registradas. Não importa como elas foram obtidas, nem por qual processo o aluno passou. Foco na aprendizagem – o alvo do aluno deve ser a aprendizagem e o que de proveitoso e prazeroso dela obtém. Implicação – neste contexto, a avaliação deve ser um auxílio para se saber quais objetivos foram atingidos, quais ainda faltam e quais as interferências do professor que podem ajudar o aluno. Foco nas provas – são utilizadas como objeto de pressão psicológica, sob pretexto de serem um ‘elemento motivador da aprendizagem’, seguindo ainda a sugestão de Comenius em sua Didática Magna criada no século XVII. É comum ver professores Foco nas competências – o desenvolvimento das competências previstas no projeto educacional devem ser a meta em comum dos professores. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR utilizando ameaças como “Estudem! Casocontrário, vocês poderão se dar mal no dia da prova!” ou “Fiquem quietos! Prestem atenção! O dia da prova vem aí e vocês verão o que vai acontecer…”Implicação – as provas são utilizadas como um fator negativo de motivação. Os alunos estudam pela ameaça da prova, não pelo que a aprendizagem pode lhes trazer de proveitoso e prazeroso. Estimula o desenvolvimento da submissão e de hábitos de comportamento físico tenso (estresse). Implicação – a avaliação deixa de ser somente um objeto de certificação da consecução de objetivos, mas também se torna necessária como instrumento de diagnóstico e acompanhamento do processo de aprendizagem. Neste ponto, modelos que indicam passos para a progressão na aprendizagem, como a Taxionomia dos Objetivos Educacionais de Benjamin Bloom, auxiliam muito a prática da avaliação e a orientação dos alunos. Os estabelecimentos de ensino estão centrados nos resultados das provas e exames – eles se preocupam com as notas que demonstram o quadro global dos alunos, para a promoção ou reprovação. Implicação – o processo educativo permanece oculto. A leitura das médias tende a ser ingênua (não se buscam os reais motivos para discrepâncias em determinadas disciplinas). Estabelecimentos de ensino centrados na qualidade – os estabelecimentos de ensino devem preocupar-se com o presente e o futuro do aluno, especialmente com relação à sua inclusão social (percepção do mundo, criatividade, empregabilidade, interação, posicionamento, criticidade).Implicação – o foco da escola passa a ser o resultado de seu ensino para o aluno e não mais a média do aluno na escola. O sistema social se contenta com as notas – as notas são suficientes para os quadros estatísticos. Resultados dentro da normalidade são bem vistos, não importando a qualidade e os parâmetros para sua obtenção (salvo nos casos de exames como o ENEM que, de certa forma, avaliam e “certificam” os diferentes grupos de práticas educacionais e estabelecimentos de ensino). Implicação – não há garantia sobre a qualidade, somente os resultados interessam, mas estes são relativos. Sistemas educacionais que rompem com esse tipo de procedimento tornam-se incompatíveis com os demais, são marginalizados e, por isso, automaticamente pressionados a agir da forma tradicional. Sistema social preocupado com o futuro – já alertava o ex-ministro da Educação, Cristóvam Buarque: “Para saber como será um país daqui há 20 anos, é preciso olhar como está sua escola pública no presente”. Esse é um sinal de que a sociedade já começa a se preocupar com o distanciamento educacional do Brasil com o dos demais países. É esse o caminho para revertermos o quadro de uma educação “domesticadora” para “humanizadora”.Implicação – valorização da educação de resultados efetivos para o indivíduo. Concepção de aprendizagem, avaliação e prática educativa Ao versarmos sobre a aprendizagem, seja formal ou não, devemos tratar da principal capacidade humana que é o pensar. É por meio do intelecto que o ser humano tem a capacidade de compreender e interagir com a realidade. Ao versarmos sobre a aprendizagem, seja formal ou não, devemos tratar da principal capacidade humana que é o pensar. É por meio do intelecto que o ser humano tem a capacidade de AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR compreender e interagir com a realidade, criar significados para fatos, acontecimentos, e a partir daí, ser capaz de dar um significado à sua vida. A aprendizagem pode ser entendida como processo de desenvolvimento da aptidão física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. Transpor o senso comum à consciência filosófica denota passar de uma concepção fragmentária, incoerente e desarticulada a uma concepção unitária, coerente e ativa. Portanto, senso comum e consciência filosófica foram caracterizados por conceitos mutuamente contrapostos, de modo que seja capaz de dispor os seguintes pares antinômicos: fragmentário e unitário; incoerente e coerente; desarticulado e articulado; implícito e explícito; degradado e original; mecânico e intencional; passivo e ativo; simplista e cultivado. (SAVIANI, 1986, p. 10). Para que a construção de uma nova proposta pedagógica nas instituições de ensino seja uma realidade fica claro a necessidade do comprometimento de todos aqueles que estão ligados ao processo de ensino-aprendizagem, a fim de garantir a formação do aluno de modo a contribuir para a sua transformação como ser humano. A atuação do professor em relação à aprendizagem pode ser resumida em três competências básicas: planejar a aprendizagem, facilitar a aprendizagem e avaliar a aprendizagem. Planejar a aprendizagem: Manter-se atualizado e em sintonia com as tendências didáticas pedagógicas;Estabelecer objetivos realistas e precisos;Correlacionar conteúdos às necessidades e a realidade;Organizar sequencialmente os conteúdos às necessidades e à realidade da empresa;Propor ações coerentes aos objetivos e aos conteúdos;Dimensionar recursos adequados às atividades propostas;Definir estratégias de avaliação;Registrar esquematicamente sua proposta educativa, abrindo espaço para ajustes. Facilitar a aprendizagem: Manter o foco de sua ação no colaborador (em suas características e necessidades) e na aprendizagem;Observar as ações dos profissionais;Identificar as melhores ações para viabilizar a aprendizagem;Estimular o trabalho independente dos profissionais e valoriza iniciativas;Conduzir o processo estimulando a auto-aprendizagem;Fazer parte de situações-problema que sejam concretas, visando à facilitação da aprendizagem;Usar situações do cotidiano do grupo para possibilitar a (re)construção do conhecimento;Associar teoria, prática e vivência empresarial;Criar estratégias da ação adequada ao assunto, às características e aos interesses dos profissionais;Fornecer informações práticas;Discutir soluções apresentadas pelos profissionais;Rever suas ações; orientar a elaboração de análise e sínteses;Observar e analisa criticamente resultados em todas as etapas do processo;Comunicar-se e interagir com os funcionários, objetivando a efetiva construção do conhecimento;Falar com desenvoltura e clareza; ouvir com atenção; agir como mediador nas discussões, exercendo liderança nos momentos de impasse e/ou dispersão;Manter o foco de atenção no tema;Estimular a interação entre todos os participantes do processo educativo;Estimular o pensamento crítico, a argumentação coerente e a tomada de decisão em grupos;Explorar adequadamente materiais didáticos e recursos audiovisuais;Seleciona o(s) recurso(s) audiovisual(is) de acordo com a atividade a ser desenvolvida. Avaliar a aprendizagem: Estabelecer cooperativamente com os profissionais, critérios para avaliação da aprendizagem;Observa atentamente as ações dos profissionais;Avaliar a aprendizagem dos profissionais de forma constante e variada, sempre sob o enfoque diagnóstico;Comparar os resultados com os objetivos definidos;Analisar os resultados com os profissionais;Propor alternativas para viabilizar a aprendizagem;Criar condições para a auto-avaliação de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. COMO SABER QUE SEU ALUNO ESTÁ APRENDENDO? Na maioria das instituições de ensino os currículos escolares ainda são organizados em torno de um conjunto de disciplinas visivelmente diferentes e isolados de um contexto, dominadas por um conjunto de regras, protocolos, procedimentos escolares inadequados, cujos conteúdos se organizam a partir AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR de uma estrutura rigidamente estabelecida, descaracterizada das experiências dos alunos e pautada na preparação para a lógica dos pré-requisitos. No meu entendimento não se trata aqui de abandonar a utilização da técnica na prática docente, mas, com certeza, haverá momentos na sala de aula em que o professorestará em situações conflitantes e ele não deverá pautar-se apenas nos critérios técnicos pré-estabelecidos. Diante as situações conflitantes que os professores são obrigados a enfrentar exige um profissional competente, acima de tudo a capacidade de autodesenvolvimento reflexivo, sendo assim, a lógica da racionalidade técnica em comparação a prática reflexiva pautada na tutoria opõe-se ao desenvolvimento de uma práxis reflexiva. O professor reflexivo permite-se ser surpreendido pelo que o aluno faz. A posteriori, reflete sobre esse fato, ou seja, pensa sobre aquilo que o aluno disse ou fez e, simultaneamente, procura compreender a razão por que foi compreendido. Em um terceiro momento, procura reformular o problema gerado pela situação. Considera-se em um quarto momento, a efetivação de uma experiência para testar uma nova tarefa e a hipótese que formulou sobre o modo de pensar do aluno. Esse processo de reflexão na ação exige maturidade, responsabilidade com o processo e, acima de tudo com o aprendizado do aluno, logo, exige do docente refletir sobre a reflexão na ação. Para Antonio Nóvoa apud (NEVES, 2007): "A troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente, o papel de formador e de formando." Essa deve ser a tônica do ensino-aprendizagem nesse século XXI a articulação entre o professor e seus estudantes como atores e autores no desenvolvimento de novos saberes, que possibilitem "os alunos trabalharem os conhecimentos científicos e tecnológicos, desenvolvendo habilidades para operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria." (PIMENTA, 2002, p. 81). O processo ensino-aprendizagem possui um caráter dinâmico que exige de todos os profissionais do ensino ações direcionadas ao aprofundamento e a ampliação dos significados para os alunos, baseadas na visão participativa nas atividades de ensino-aprendizagem. Nesse contexto o ensino pode ser entendido como um conjunto de atividades com característica sistêmica, cuidadosamente planejada, em torno de conteúdos e formas que se articulam entre si e, nas quais professores e alunos compartilham fragmentos cada vez maiores de significados com relação ao papel exercido pela escola. O professor, acima de tudo, deve ter uma visão pluralista reconhecendo aspectos particulares de cada aluno e as diversas formas da cognição, reconhece também que as pessoas têm capacidades distintas para adquirir conhecimentos e estilos diferentes de aprendizagem. O agente de transformação, nesse caso, o professor precisa entender que só a exposição, a cobrança e a recompensa é um processo desassociado da realidade. Logo, a sala de aula deve tornar-se laboratório de idéias, onde o debate e a negociação deve ser uma constante, representando a realidade. As salas de aula devem ser entendidas como um espaço de conhecimento compartilhado, os professores e os alunos devem ser vistos como indivíduos capazes de construir, modificar e agregar idéias, interagindo com outras pessoas, deixando claros os objetos e situações que exijam o pensar e reflexão a respeito de procedimentos, instrumentos de aprendizagem e avaliação dos problemas que têm que superar. É incontestável a importância da intervenção e mediação do professor no conjunto dos papéis relativos ao ensino-aprendizagem, agregando um processo de avaliação que possibilite os alunos realizar e resolver problemas, criando condições para desenvolverem competências e conhecimentos. O professor deve guiar suas ações e suas avaliações para que o aluno participe de tarefas e atividades que o façam se aproximar cada vez mais das suas experiências e necessidades. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O primeiro passo para a aplicabilidade da aprendizagem transformacional, consiste em estarmos atentos ao desenvolvimento das habilidades. Por exemplo, se os alunos têm dificuldades em relação à interpretação de textos ou não fazem razoáveis conclusões, não sendo capazes de identificar similaridades e diferenças e apresentando conclusões desvinculadas do ponto central. O que fazer? Devemos centrar aí a nossa ação educativa no desenvolvimento dessas habilidades e a partir daí possibilitar a aquisição de novas competências. A avaliação deve ser entendida enquanto processo, não devendo ser baseada em um único instrumento, nem circunscrito a um único momento, pois somente uma ampla multiplicidade de recursos de avaliação poderá apontar caminhos adequados para a manifestação de múltiplas inteligências, fornecendo condições para que o professor possa analisar e tomar as decisões e providências mais apropriadas a cada um dos alunos. Desta forma, a investigação, a autocorreção e a metacognição (qual o objetivo da busca do conhecimento) devem estar presentes no dia a dia do professor. Essa nova postura avaliativa passa a não unicamente do professor, mas a todos os envolvidos no processo, motivando-os a descobrir e a percorrer os procedimentos do pensar e os caminhos do conhecimento. O professor tem de estabelecer claramente os objetivos ao preparar suas aulas, analisando os conteúdos curriculares propostos se alinham ao projeto pedagógico institucional e verificar se são relevantes para o contexto de seus alunos. O professor deve, deliberadamente, voltar suas ações para a promoção do ensino-aprendizagem em um ritmo capaz de garantir, a todos, um nível bom de desempenho, para tanto, deve rever periodicamente o currículo, o plano de curso, o planejamento das aulas, as estratégias, os métodos e os saberes pedagógicos e práticos que possibilitem atingir os resultados esperados. A avaliação é um processo que deve ser construído na sala de aula, pois ela deve ser diagnóstica, formativa, emancipadora, ela deverá necessariamente contribuir para o desenvolvimento do aluno, não se limitando apenas como instrumento para formalizar e legitimar uma nota classificatória. DÊ EXEMPLOS DA SUA PRÁTICA EDUCATIVA A minha práxis pedagógica em sala de aula é pautada pela prática pedagógica reflexiva que me desafia a buscar uma coerência entre as finalidades e ações, do mesmo modo que permite uma ação pedagógica mais crítica, num exercício que combine razão e paixão, buscando ser mais justa e ética. A tarefa não é fácil, pelo contrário, é árdua. E investigar a própria prática, examinar com severidade e coerência a nossa atuação, avaliar nossas percepções, mas é uma tarefa que nos permite levar a cabo não apenas a disciplina prática do que ensinamos, contudo nos permite refletir e pautar todos os momentos do nosso processo de ensino e aprendizagem. Entendo que a reflexão é um empreendimento colaborativo, buscando compreender os limites, as ações e os resultados de sua prática, das condições aonde trabalha, da elaboração e re-interpretação dos currículos, do processo de ensino e aprendizagem, das relações entre pensamento e ação, individuo e sociedade. A preocupação primaz da avaliação é o crescimento do aluno em relação as suas próprias expectativas e aos objetivos que são propostos pelo professor. Avaliar o aluno somente por meio de provas vem sendo demonstrado ao longo de anos que esse processo de aprendizagem leva a distorção e a acumulação de conteúdos, pois avaliar não é tarefa simples, mas é um processo que demanda coragem, responsabilidade compromisso, comprometimento e amor à profissão acima de tudo. Instrumentos de avaliação utilizados: Aulas expositivas buscando o diálogo e promovendo debates. Utilização de livro texto, artigos de jornais e revistas nacionais e internacionais. Apresentação e discussão de estudo de caso "cases". AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Apresentação de trabalhos individuais e em grupo com a finalidade de desenvolver no aluno a análise (diagnóstico), planejamento e ação (a tomada de decisão), por meio de: 1. Análise situacional com a apresentação de "estudos decaso" (cases empresariais). 2. Apresentação expositiva do arcabouço teórico: - Aulas expositivas e dialogadas, - Textos; - Apresentações em powerpoint; - Apostilas; - Utilização de livro texto (bibliografia básica de acordo com o plano de ensino) 3. Simulação situacional (empresarial, conjuntura econômica nacional e internacional). 4. Discussão em pequenos grupos. 5. Socialização do conteúdo discutido nos grupos (seminários, apresentação individual). 6. Discussão geral entre todos os alunos e mediada pelo professor (após exposições do professor, apresentações individuais e seminários realizados pelos alunos). 7. Leitura, análise de texto relacionado à disciplina e a apresentação por escrito do aluno, quanto ao entendimento e a argumentação sobre o assunto tratado no texto. 8. Avaliações docentes privilegiando questões dissertativas Principais competências a desenvolver: 1. Entender a importância da percepção na tomada de decisões e como estas são realmente tomadas dentro das organizações. 2. Adquirir os conhecimentos que regem a ligação entre a percepção e a tomada de decisões. 3. Adquirir uma visão crítica sobre a ética no processo decisório. 4. Entender como se desenvolvem as questões das decisões financeiras em condições de risco. Principais habilidades a desenvolver: 1. Utilizar os conhecimentos teóricos inerentes ao processo da tomada de decisões no âmbito organizacional. 2. Recorrer aos conceitos disponíveis para a gestão das habilidades requeridas no processo de percepção e tomadas de decisão no âmbito institucional, independentemente do segmento de negócio instituído. 3. Discernir e realizar uma tomada de decisão em suas diversas nuanças. Procedimentos de fixação/avaliação: A avaliação será contínua e processual observando-se aspectos relacionados à ampliação da capacidade do aluno em estabelecer relações entre as informações apresentadas e, consequentemente, o desenvolvimento da sua capacidade em relacionar a sua potencialidade em gerenciar e liderar processos e equipes. Avaliação de aprendizagem: conceitos, fundamentos, funções e finalidades A primeira diferença estabelecida por estudiosos, segundo Teixeira (2008), é o conceito de medir e avaliar: “a medida diz o quanto o aluno possui de determinada habilidade; a avaliação informa sobre o AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR valor dessa habilidade”. A medida descreve os fenômenos com dados quantitativos; a avaliação descreve os fenômenos e os interpreta, utilizando-se também de dados qualitativos. A avaliação, segundo essa perspectiva, pode ou não ser baseada em medida; quando, porém, se baseia nesta, vai além de uma descrição quantitativa, acrescendo, à medida, um julgamento de valor. A avaliação da aprendizagem faz parte do processo educacional. De acordo com Andrade “a avaliação dos alunos pelo professor designa o levantamento cuidadoso e a classificação sistemática, bem como a interpretação apreciativa dos modos de conduta e das propriedades dos alunos”. Para que isso ocorra de forma adequada, é necessária a observação contínua do comportamento do aluno durante o processo de ensino, e a mensuração destes dados por meio de instrumentos de avaliação: testes, trabalhos escritos, além de levantamento de dados anamnésicos (no lar, na evolução e desenvolvimento), e através do diálogo pessoal com o aluno. Alguns autores defendem a ideia que a avaliação não deve ocorrer de forma isolada, deve ser analisada a classe com um todo, o professor, ou outros fatores que podem contribuir para o resultado da avaliação. Segundo Andrade, a avaliação deve ser quantitativa e qualitativa, onde considera-se as atitudes dos alunos, seus interesses, motivações, modos de pensar, adaptação social e pessoal do aluno. Neste aspecto, deve-se apreciar a autoavaliação, onde o aluno terá a oportunidade de julgar sobre o resultado da avaliação pessoal, fazendo-o refletir sobre o que deve ser melhorado, para que seja capaz de superar e avançar na construção do conhecimento. 2- Conceitos de avaliação De acordo com Aparecida (2008), apud Kramer (2006), “avaliação vem do latim, e significa valor ou mérito ao objeto em pesquisa, junção do ato de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelo individuo.” A avaliação é considerada com um instrumento valioso e indispensável no sistema escolar, onde descreve-se as aptidões, atitudes e conhecimentos que os alunos possuem. Assim, ele serve como paramento para visualizar os conhecimentos adquiridos e as dificuldades do processo de ensino-aprendizagem. Segundo Aparecida (2008), apud Luckesi: Esses casos atestam a possibilidade efetiva de desenvolvimento de pesquisas de vários tipos, até da mais rigorosa pesquisa acadêmica, mesmo nas nossas escolas. É verdade que elas não representam a situação comum das escolas da rede pública no país, como já ficou dito. Mas, guardadas as devidas distâncias, creio que podemos, a partir de seu estudo, discutir um pouco o estado atual da questão do professor-pesquisador e seu saber, tal como vem sendo apresentada por alguns dos seus estudiosos (LUDKE, 2001, p.14). Segundo Aparecida (2008), apud Libâneo: Uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos, são interpretados em relação a um padrão de desempenho e expressos em juízos de valor (muito bom, bom, satisfatório, etc.) acerca do aproveitamento escolar. A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a realização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas proporciona dados que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnostico e de controle em relação as quais se recorrem a instrumentos de verificação do rendimento escolar. (LIBÂNEO, 1994, p. 195). A avaliação é um instrumento permanente do trabalho docente, tendo como objetivo verificar se o aluno aprendeu ou não, podendo assim refletir sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR do aluno quanto do professor, com o intuito de gerar mudanças necessárias para que o objetivo seja alcançado. 3Funções da avaliação A função da avaliação é favorecer o percurso dos aprendizes e regular as ações de sua formação, bem como possibilitar a certificação. Não deve ser punitiva quando os aprendizes não alcançarem resultados satisfatórios nas verificações, mas ajudar os aprendizes a identificar melhor as suas necessidades de formação para que possam empreender o esforço necessário para realizar sua parcela de investimento na sua própria formação. Tradicionalmente, a avaliação é vista como um fator que ocorre no final do processo de produção de conhecimento, quando na verdade ela deve ocorrer em todo o processo de ensino-aprendizagem. Assim, podemos falar sobre três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa. A avaliação diagnóstica é baseada em verificar a aprendizagem dos conteúdos propostos para que se possa prever dificuldades futuras, e resolver as situações atuais. Ela também tem o papel de investigar os conhecimentos anteriores adquiridos pelos alunos. Blaya ao falar da avaliação diagnóstica destaca que: Avaliação Diagnóstica tem dois objetivos básicos: identificar as competências do aluno e adequar o aluno num grupo ou nível de aprendizagem. No entanto, os dados fornecidos pela avaliação diagnóstica não devem ser tomados como um"rótulo" que se cola sempre ao aluno, mas sim como um conjunto de indicações a partir do qual o aluno possa conseguir um processo de aprendizagem. (BLAYA, 2007). A avaliação formativa tem o objetivo de mostrar ao professor e ao aluno o seu desempenho na aprendizagem, bem como no decorrer das atividades escolares localizar as dificuldades encontradas, com a possibilidade de indicar ao professor quais as atividades necessitam de recuperação. Na visão de Blaya a avaliação formativa é: A forma de avaliação em que a preocupação central reside em coletar dados para reorientação do processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma "bússola orientadora" do processo de ensino- aprendizagem. A avaliação formativa não deve assim exprimir-se através de uma nota, mas sim por meio de comentários. (BLAYA, 2007). A avaliação somativa permite detectar o nível de conhecimento, desta forma, pode-se classificar a aprendizagem. Segundo Aparecida (2008), apud Gil: Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de uma ou várias sequências de um trabalho de formação e pode ser realizada num processo cumulativo, quando esse balanço final leva em consideração vários balanços parciais. (GIL, 2006,p. 248). Pode-se compreender, segundo a autora, que a avaliação somativa é o resultado final de um trabalho realizado no decorrer de um período, e é atribuído um valor à aprendizagem. 4- Finalidades da avaliação Nos modelos tradicionais a avaliação era usada para classificar e rotular os alunos, ou até mesmo como forma de punição. Hoje a finalidade da educação é orientar o avanço dos alunos. Ou seja, é importante encontrar caminhos para se medir a qualidade daquilo que é ensinado aos alunos. Para atingir o objetivo é necessário definir os instrumentos de avaliação para cada situação. O professor precisar observar o que se pretende atingir na aplicação de um instrumento de avaliação, bem como, as características da cada turma. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Mas é preciso levar em consideração que os dois protagonistas são o professor e o aluno - o primeiro tem de identificar exatamente o que quer e o segundo, se colocar como parceiro. É por isso, diz ela, que a negociação adquire importância ainda maior. Em outras palavras, discutir os critérios de avaliação de forma coletiva sempre ajuda a obter resultados melhores para todos. (Revista Nova Escola, 2009) Uma boa avaliação envolve os seguintes passos: • Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico); • Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo (qualificação); • Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa). A avaliação tem que ser um momento de aprendizagem que permita repensar e mudar a ação, um instrumento de comunicação que facilite a construção do conhecimento em sala de aula. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Funções da Avaliação De acordo com os estudos de Bloom (1993) a avaliação do processo ensino-aprendizagem, apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e somativa (classificatória). a) A avaliação diagnóstica (analítica) é adequada para o inicio do o período letivo, pois permite conhecer a realidade na qual o processo de ensino-aprendizagem vai acontecer. O professor tem como principal objetivo verificar o conhecimento prévio de cada aluno, tendo como finalidade de constata os pré-requisitos necessários de conhecimento ou habilidades imprescindíveis de que os estudantes possuem para o preparo de uma nova etapa de aprendizagem. "Para que a avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la comprometida com uma concepção pedagógica. No caso, considerarmos que ela deva estar comprometida com uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta concepção está preocupada com a perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção. A avaliação diagnostica não se propõe e nem existe uma forma solta isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica progressista". (LUCKESI 2003, p.82). Esta forma de avaliação é utilizada objetivando pré-determinar a maneira pela qual o educador deverá encaminhar, através do planejamento, a sua ação educativa. Terá como função estabelecer os limites para tornar o processo de aprendizagem mais eficiente e eficaz. Esta didática pode ser considerada como o ponto de partida para todo trabalho a ser desenvolvido durante o ano pelo educador. Esta forma de avaliação pode ser utilizada antes e durante o processo ensino-aprendizagem, tendo diferentes finalidades. Sendo realizada antes do processo, tem como foco sondar se o aluno apresenta os conhecimentos necessários para que a aprendizagem possa ser iniciada. Se ocorrer durante o processo, será utilizada para identificar as causas das falhas de aprendizagem e possibilitar a implementação de recursos para corrigi-las. É possível observar que a avaliação diagnóstica possui três objetivos. O primeiro é identificar a realidade de cada aluno que irá participar do processo. O segundo é verificar se o aluno apresenta ou não habilidades e pré-requisitos para o processo. O terceiro objetivo está relacionado com a identificação das causas, de dificuldades recorrentes na aprendizagem. Assim é possível rever a ação educativa para sanar os problemas. b) A avaliação formativa(controladora) é aquela que tem como função controlar, devendo ser realizada durante todo o período letivo, com o intuito de verificar se osestudantes estão alcançando os objetivos propostos anteriormente. Esta função da avaliação visa, basicamente, avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem, antes de avançar para outra etapa subsequente de ensino-aprendizagem. É com a avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estimulo para continuar os estudos de forma sistemática. Para que esta forma de avaliação ocorra é necessário que seja controlada, porque orienta o estudo do aluno ao trabalho do professor, também podemos dizer que é motivadora porque evita as tensões causadas pela as avaliações tradicionais. A avaliação formativa permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, auxiliando na reformulação do seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. Para que seja realizada com eficiência, ela deve ser planejada em função de todos os objetivos, deste modo o instrutor continuará seu trabalho ou irá direcionar de modo que a maioria dos alunos alcance plenamente todos os objetivos propostos. Por depender mais da sensibilidade e do olhar técnico do educador, esse formato de avaliação fornece mais informações que permitem a customização do trabalho do professor com base nas necessidades de cada aluno. Nesse sentido a avaliação é um instrumento de controle da qualidade, tendo como maior objetivo um ensino de excelência em todos os níveis. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR c) A avaliação somativa (classificatória), tem como função básica a classificação dos alunos, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino. Classificando os estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos. Atualmente a classificação dos estudantes se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por base os objetivos previstos. Para Bloom (1983), a avaliação somativa "objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um curso". É através deste tipo de avaliação que são fornecidos aos estudantes os chamados feedback que informa o nível de aprendizagem alcançado, se este for o objetivo central da avaliação formativa; e presta-se à comparação de resultados obtidos, visando também a atribuição de notas. Essas três funções da avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para se garantir a eficiência e eficácia do sistema de avaliação e assim tendo como resultado final a excelência do processo ensino- aprendizagem. Por outro lado, é importante lembrar, que é necessário em todos os casos levar em conta a realidade administrativa da instituição como, por exemplo, o número de alunos, objetivos, conhecimento técnico do professor, materiais, etc. Qualquer decisão nas formas de como avaliar é preciso envolver direção, professor, alunos e responsáveis (quando é o caso). Se entendermos que a forma atual de avaliação está ruim, todos precisam se comprometer com o novo processo de melhorá-la, e isso envolve muitas mudança, sendo o processo longo, assim como todo processo de ensino-aprendizagem. Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa. A avaliação diagnóstica é dita como avaliação primaria. apresentar, qualificar e produz a importância de algum aspecto da conduta do estudante. Implica um procedimento de exame. Avaliação Diagnóstica A avaliação diagnóstica é dita como avaliação primaria. apresentar, qualificar e produz a importância de algum aspecto da conduta do estudante. Implica um procedimento de exame. Não deve ser colocada de lado em vários outros andamentos da prática do processo de ensino, pois pode ser necessário o seu aproveitamento quando o estudante evidencia empecilhos de aprendizagem. A avaliação diagnóstica fornece ao educador informações para que possa por em exercício a idealização de forma adaptada às características de seus educandos. É importante frisar que a avaliação diagnóstica não deve ser empregada por um longo tempo, intrometendo-se na implementação do plano de curso e da programação das atividades didáticas, mesmo porque existe uma outra modalidade de avaliação consecutiva que pode bem sucedê-la e que permiti a observação do avanço e da qualidade da aprendizagem alcançada pelos alunos. Avaliação Formativa Ao longo do procedimento educacional, teremos que considerar uma outra modalidade de avaliação, a avaliação formativa, dita processual ou de desenvolvimento, que ocorre ao longo do processo de ensino-aprendizagem. A avaliação é formativa no significado de que aconselha como os alunos estão se transformando em direção aos objetivos almejados. Nessa modalidade, o educador acompanha o estudante metodicamente ao longo do processo educativo, podendo saber, em determinados períodos, o que o aluno já aprendeu em face dos escopos indicados, ou numa analise crítica à educação tradicional, em face dos conteúdos trabalhados. Avaliação Somativa Exteriorizada como avaliação final, porque acontece no fim de um processo de educação e aprendizagem, tem uma função classificatória, em razão de que vão convir a uma classificação do estudante conforme os níveis de aplicação no fim de uma unidade, de um módulo, de uma disciplina, de um semestre, de um ano, de um curso.. A avaliação somativa promove a definição de escopos, FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR frequentemente se baseia nos conteúdos e procedimentos de medida, como provas, teste objetivo, dissertações-argumentativas. Colabora para a avaliação somativa, tanto a avaliação diagnóstica quanto a avaliação formativa, que a avaliação da aprendizagem é um ciclo de intervenções pedagógicas de um mesmo processo. O ano letivo começou, e então você já deve estar pensando, “ começa tudo de novo, e terei os mesmos problemas que tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, quero lembrar que a definição de loucura é “fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o resultado saia diferente”. Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no ano passado, certamente colherá os mesmos resultados ao longo deste novo ano. Ocorreram problemas de indisciplina? Baixo aprendizado? Se a resposta foi SIM para uma das perguntas ou para ambas então você precisa repensar a sua prática atual ! E a melhor maneira de fazer isso é perguntar-se: “ como os meus alunos estão chegando? quem são eles? O que eles já sabem? O que precisam aprender? como eles poderão aprender melhor? “. Lembre-se que o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o quê e o como, são os alunos. São as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente. A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando a Avaliação Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona, ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil, Fundamental, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: diagnosticar, verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área de conhecimento. É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de realizar este levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiros que aqueles levantados em uma mera prova escrita. Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usada ao longo do processo de aprendizado, para isso lance mão de dinâmicas, jogos, debates, desafios, apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, brincadeiras, criação de blogs, fórum, etc. Quando utilizada no início do ano letivo a avaliação diagnóstica fornece dados para que o planejamento seja ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos, ou realização de encaminhamentos para reforço escolar,e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o aluno quanto o Professor possam refletir sobre a utilização de novas estratégias de aprendizado. Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o aluno em “aluno bom” ou “ aluno ruim”. O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de aprendizado para ambos, professor e aluno. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias estão ou não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos estão levantando na internalização e construção de determinado conceito. Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível a compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando os chamados “ pontos cegos” em que o aluno se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa seguinte do processo. Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde o processo de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo professor, é o que de fato importa e conta. A Avaliação Formativa é o tipo de avaliação que deveria prevalecer dentro das Escolas, por ser mais justo e atender de fato às necessidades dos alunos. Infelizmente, o que vemos é o uso da avaliação somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os alunos são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Por isso, antes de chegar “ ditando” o que você irá ensinar, comece em “ perguntando” o que os alunos já sabem para levantar o que eles de fato “precisam” aprender. Avaliação Diagnóstica A avaliação diagnóstica é dita como avaliação primaria. apresentar, qualificar e produz a importância de algum aspecto da conduta do estudante. Implica um procedimento de exame. Não deve ser colocada de lado em vários outros andamentos da prática do processo de ensino, pois pode ser necessário o seu aproveitamento quando o estudante evidencia empecilhos de aprendizagem. A avaliação diagnóstica fornece ao educador informações para que possa por em exercício a idealização de forma adaptada às características de seus educandos. É importante frisar que a avaliação diagnóstica não deve ser empregada por um longo tempo, intrometendo-se na implementação do plano de curso e da programação das atividades didáticas, mesmo porque existe uma outra modalidade de avaliação consecutiva que pode bem sucedê-la e que permiti a observação do avanço e da qualidade da aprendizagem alcançada pelos alunos. Avaliação Formativa Ao longo do procedimento educacional, teremos que considerar uma outra modalidade de avaliação, a avaliação formativa, dita processual ou de desenvolvimento, que ocorre ao longo do processo de ensino-aprendizagem. A avaliação é formativa no significado de que aconselha como os alunos estão se transformando em direção aos objetivos almejados. Nessa modalidade, o educador acompanha o estudante metodicamente ao longo do processo educativo, podendo saber, em determinados períodos, o que o aluno já aprendeu em face dos escopos indicados, ou numa analise crítica à educação tradicional, em face dos conteúdos trabalhados. Avaliação Somativa Exteriorizada como avaliação final, porque acontece no fim de um processo de educação e aprendizagem, tem uma função classificatória, em razão de que vão convir a uma classificação do estudante conforme os níveis de aplicação no fim de uma unidade, de um módulo, de uma disciplina, de um semestre, de um ano, de um curso.. A avaliação somativa promove a definição de escopos, frequentemente se baseia nos conteúdos e procedimentos de medida, como provas, teste objetivo, dissertações-argumentativas. Colabora para a avaliação somativa, tanto a avaliação diagnóstica quanto a avaliação formativa, que a avaliação da aprendizagem é um ciclo de intervenções pedagógicas de um mesmo processo. “Avaliação contínua x avaliação somativa” by Jossely Oliveira AVALIAÇÃO SOMATIVA: “Tipo de avaliação que ocorre ao final da instrução com a finalidade de verificar o que o aluno efetivamente aprendeu. Inclui conteúdos mais relevantes e os objetivos mais amplos do período de instrução; visa à atribuição de notas; fornece feedback ao aluno (informa-o quanto ao nível de aprendizagem alcançado), se este for o objetivo central da avaliação formativa; e presta-se à comparação de resultados obtidos com diferentes alunos, métodos e materiais de ensino. Foi assim classificada por Benjamin Bloom e seus colaboradores, cujos estudos apontam para outros dois tipos de avaliação: a formativa e a diagnóstica.” AVALIAÇÃO FORMATIVA (ou CONTÍNUA): “Tipo de avaliação que ocorre durante o processo de instrução. Inclui todos os conteúdos importantes de uma etapa da instrução; fornece feedback ao aluno do que aprendeu e do que precisa aprender; fornece feedback ao professor, identificando as falhas dos alunos e quais os aspectos da instrução que devem ser modificados; e busca o atendimento às diferenças individuais dos alunos e a prescrição de medidas alternativas de recuperação das falhas de aprendizagem. Foi assim classificada por Benjamin Bloom e seus colaboradores, cujos estudos apontam para outros dois tipos de avaliação: a somativa e a diagnóstica.” VANTAGENS DA AVALIAÇÃO CONTÍNUA FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A avaliação contínua abre maior espaço para um trabalho personalizado e estimula o aprendizado com foco no aprendiz e não necessariamente nos objetivos da lição. A avaliação contínua, dentre outras vantagens, permite que o professor observe o desenvolvimento do aluno respeitando o tempo de aprendizagem deste. Ou seja, a avaliação contínua mostra o processo de outra forma, ela mostra os diferentes momentos na aprendizagem, momentos de altos e baixos. Por depender mais da sensibilidade e do olhar técnico do professor, esse tipo de avaliação fornece mais informações que permitem a customização do trabalho do professor com base nas necessidades do aluno. Enquanto isso, a avaliação contínua irá mostrar de outra forma o processo, talvez nos mostrando os momentos diferentes através de diferentes tangentes. DESVANTAGENS DA AVALIAÇÃO CONTÍNUA A grande desvantagem da avaliação contínua é que, na nossa realidade, ela funciona melhor em salas com poucos alunos. Afinal, o professor deve conhecer cada um deles. Não só o nome, mas também o jeito de ser, aprender e pensar. É preciso conhecer seus gostos e expectativas. Sendo assim, monitorar uma sala com muitos alunos desfavorece um resultado justo nesse processo de avaliação. Em lugares onde há uma tentativa de avaliar os alunos de forma contínua, o diagnóstico sai prejudicado por não haver critérios delimitados, muitas vezes por falta de um maior conhecimento técnico por parte do professor e do quanto o resultado sofre interferências da subjetividade desse professor. VANTAGENS DA AVALIAÇÃO SOMATIVA A avaliação somativa permite que o aluno perceba seu progresso através de um resultado mais fácil de ser lido: o resultado numérico. Esse instrumento de avaliação também serve como uma amostragem do que foi ensinado e aprendido, verificando o quanto os alunos incorporaram dos objetivos propostos e fornecendo informações que permitem que o estudante passe ou não para o próximo nível. Além disso, a avaliação somativa atende a uma demanda da sociedade que pede provas documentais de aprendizado. DESVANTAGENS DA AVALIAÇÃO SOMATIVA O problema da avaliação somativa é que, por ser uma amostragem do que foi aprendido, uma pessoa que não esteja se sentindo bem no diada avaliação, por motivos diversos, pode ter um desempenho inferior ao que normalmente teria ou superior porque decorou um monte de coisas na véspera. Nesses casos, o resultado jamais será 100% fiel ao desempenho real do aluno. Uma avaliação somativa acaba medindo o momento da “fotografia”, então pode sair nebulosa. Além disso, a avaliação sumativa, nos moldes atuais, estimula o aluno a só estudar em determinado dia para memorizar conteúdos por curto tempo. Memorizar conteúdo não é necessariamente aprender este conteúdo. Se não há como evitar a avaliação sumativa nesses moldes, esta deve ser voltada para situações de comunicação tais como criar um diálogo entre um vendedor e um cliente ou um e-mail, por exemplo. PONTO DE EQUILÍBRIO Chegando a um consenso, entendemos que as avaliações somativa e contínua são instrumentos de avaliação válidos e complementares. Se vivemos em uma sociedade onde os números e as quantidades são importantes por que não discutirmos a melhor forma de elaborar uma avaliação somativa eficaz? Afinal, se optarmos apenas pela avaliação contínua, por exemplo, o aluno ficará anos sendo avaliado continuamente e depois cairá nas mãos de uma sociedade regida pelo número: pontos em concurso, notas em provas de ingressos e etc. O aluno precisa estar pronto para essa realidade também. Quando se trata do ensino de línguas, é possível sugerirmos que o processo de estudo para avaliação (que na maioria ainda é somativa) deva ser completamente diferenciado de outras matérias como Geografia ou História. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR No caso de avaliações somativas, é importante que essas avaliações contenham questões que representem melhor situações passíveis de serem vividas pelos alunos. Podemos ter avaliações somativas que vão além de um simples teste de múltipla escolha. Uma redação com uma questão bem formulada, e com critérios e descrições claros podem fornecer um resultado somativo que realmente permite o aluno ir além. É preferível uma avaliação somativa bem aplicada e bem elaborada que uma avaliação contínua mal aplicada. Teoricamente a avaliação continua é menos excludente que a avaliação somativa. Como educadores, sentimos cada vez mais a necessidade de sermos capazes de utilizar essa avaliação. Porém, é difícil mudarmos uma cultura enraizada no Brasil, onde existe uma necessidade de quantificar o desempenho em notas ao invés de compreender o diagnóstico exposto em um relatório, por exemplo. Seria preciso escolher com cuidado os elementos que entrariam nesta avaliação para no fim do semestre ter uma clareza de amostra para justificar a avaliação do professor baseada no trabalho do aluno. Não precisa ser algo grande e elaborado. Às vezes é algo bem pequeno que depois fará parte de uma tarefa maior. Esse procedimento exige mais trabalho da parte do professor, mas faz parte do compromisso com a aprendizagem e com a excelência. Em relação ao problema com salas de aula numerosas e a avaliação contínua, seria importante aprendermos com outros contextos onde esse tipo de avaliação é bem sucedido. Nesses contextos as tarefas são tais que os próprios alunos se avaliam e isso também gera outro sentido de apropriação da tarefa. É muito comum também terem avaliações de grupo. Estas são soluções bem utilizadas já, mas exige um entendimento claro pelo professor do processo, uma unidade de ação na escola e clareza de comunicação com os pais e alunos. A questão é que ações assim deixam claro que o ensino não está focado em conteúdo, mas sim em conhecimento. Isso é a chave. Uma sugestão para uma rotina de avaliação contínua em turmas numerosas seria a seguinte: numa sala com 40, por exemplo, o professor criaria oportunidades de conduzir esse tipo de avaliação. Por exemplo, numa aula reunir-se com um determinado número de alunos para realizar um tipo de tarefa que permita o monitoramento desse grupo enquanto outros grupos estão fazendo outro tipo de atividade. Essa rotina se alternaria nos grupos. Isso leva tempo, mas para isso acontecer, a estrutura da aula e do plano anual de conteúdos precisaria mudar. Do jeito que está, é muita coisa pra professor e alunos darem conta. Outra questão cultural a ser superada é a de confiança no diagnóstico do professor no caso da avaliação contínua, que por sua vez precisa produzir algum tipo de relatório de desempenho, seja com pequenos comentários na agenda ou de maneira mais formal, como comunicados, ou ainda através de portfolios e projetos. Não há dúvida que a tecnologia pode vir a nos ajudar na elaboração e criação de confiabilidade e “reliability” de uma prova, e também com os elementos que escolhemos para estes portfolios de avaliação contínua. O outro lado dessa questão cultural a ser superada é o lado da formação continuada do professor. Mesmo com a tecnologia e exames precisos, existem momentos num diagnóstico médico que a avaliação é subjetiva, e a gente precisa confiar no médico, na formação e atualização dele. É importante reconhecer que o professor precisa de uma boa formação e que ela seja continuada, assim como outros profissionais que também precisam de atualização para exercer com eficiência e competência a sua profissão. UMA DECISÃO CONJUNTA É necessário em todos os casos levar-se em conta a realidade administrativa da instituição: numero de alunos, objetivos, conhecimento técnico do professor, materiais, clientela, etc. Qualquer decisão nas formas de avaliação precisa envolver direção, professor, alunos e responsáveis (quando é o caso). Se entendermos que a forma atual de avaliação está ruim, todos precisam se comprometer com o processo de melhorá-la, e isso envolve uma mudança de atitude, às vezes até da própria direção da escola. Esse processo é longo, assim como todo processo de aprendizagem. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O que é a avaliação educacional em sentido amplo Uma das tarefas que mais realizamos na nossa vida cotidiana é a tarefa de avaliar, nos seus mais variados sentidos, que pode ir desde a análise simples de "que roupa usar para sair", avaliando se está frio ou calor, ou até mesmo que atividades desenvolveremos hoje. No nosso dia-a-dia, de acordo com as necessidades, possibilidades e desejos, estamos fazendo escolhas ou tomando decisões, caracterizando o que denominamos de uma avaliação informal. Esta é a avaliação que fazemos, quase que automaticamente, mas existe outro tipo de avaliação - avaliação formal ou sistemática - que é regulamentada por outros dados. Ela exige objetivos bem definidos, critérios selecionados e está direcionada para um processo ou um resultado de uma situação, atividade ou um dado específico, e deve levar em consideração o contexto onde ela se realiza. É neste tipo de avaliação que se insere a avaliação educacional. No sistema educacional, a avaliação é usada para a coleta de informação, necessária aos diversos componentes do sistema (os responsáveis pela determinação das políticas educacionais; os diretores de escolas; os professores; os alunos) em sua tomada de decisões. A avaliação educacional pode ser considerada como um dos temas que, ao serem abordados, sempre requerem um exercício de "olhar para o passado" para entender o que reserva o futuro. "Enfim, terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos" (Luckesi, 1995, p. 43). Os diversos conceitos de avaliação Começou-se a falar na avaliação aplicada à educação com Tyler (1949), considerado como o pai da avaliação educacional. Ele a encara como a comparação constante entre os resultados dos alunos, ou o seu desempenho e objetivos, previamente definidos. A avaliação é, assim compreendida, o processo de determinação da extensão com que os objetivos educacionais se realizam. Outros autores - Bloom, Hastings e Madaus (1971) - também relacionam a avaliação com a verificação de objetivos educacionais. Em funçãoda finalidade da avaliação, consideram três tipos de avaliação: uma preparação inicial para a aprendizagem, uma verificação da existência de dificuldades por parte do aluno durante a aprendizagem e o controle sobre se os alunos atingiram os objetivos fixados previamente. Os tipos de avaliação referidos representam, respectivamente, a avaliação diagnóstica, a avaliação formativa e a avaliação certificativa. Também Noizet e Caverni (1985) e Cardinet (1993) se referem à avaliação como um processo de verificação de objetivos, em que a produção escolar dos alunos é comparada a um modelo. Para o último autor, o processo de avaliação contribui para a eficácia do ensino, porque consiste na observação e interpretação dos seus efeitos. No limite, permite orientar as decisões necessárias ao bom funcionamento da escola. De Ketele (1993) referencia, também, a avaliação ao processo de verificação de objetivos previamente definidos. Segundo este autor, é no próprio processo de ensino-aprendizagem que surge a avaliação, funcionando como um mecanismo que verifica se os objetivos pretendidos são efetivamente atingidos. Atribuindo à descrição do processo um papel importante na avaliação, Stufflebeam (1985) refere que é preciso, primeiro, identificar as necessidades educacionais e só depois elaborar programas de avaliação centrados no processo educativo, para que seja possível aperfeiçoar este processo. O modelo C.I.P.P., sugerido por este autor, procura definir a avaliação como um processo racional onde existe um contexto (C), uma entrada ou input (I), um processo (P) e um produto (P). A informação recolhida com a avaliação permite aos agentes educativos reunirem dados para tomarem decisões, subsequentemente. Comparar a avaliação a um sistema de comunicação é a perspectiva apresentada por outros autores, como Cardinet (1993), que considera a avaliação como um sistema de comunicação entre professores e alunos, por meio de um processo sistemático de coleta de informação. Para além da verificação de objetivos, Scriven (1967) considera que na avaliação há uma descrição com um julgamento, ou seja, são apreciados os objetivos de ensino. Este autor foi o primeiro a definir os conceitos de avaliação formativa e somativa, que serão abordados mais adiante. FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Perrenoud (1978, 1982), por seu lado, considera que a avaliação participa na gênese da desigualdade existente ao nível da aprendizagem e do êxito dos alunos. Segundo ele, avaliação escolar, na sua forma corrente, é uma avaliação de referência normativa. A função reprodutora da escola, para o autor, concretiza-se através de práticas avaliativas de referência normativa que reproduzem as desigualdades sociais. Entende-se, hoje, que a avaliação é uma atividade subjetiva, envolvendo mais do que medir, a atribuição de um valor de acordo com critérios que envolvem diversos problemas técnicos e éticos. Características e funções da avaliação A avaliação caracteriza-se de acordo com vários aspectos: Quanto à forma pode ser: (i) escrita, com respostas curtas (as que requerem a marcação de alternativas de respostas) ou discursivas (aquelas em que os alunos constroem e redigem uma resposta); (ii) oral; (iii) por observação e anotações sobre o objeto; (iv) por análise documental; (v) por monitoramento do objeto de estudo, estando ele sob influência da inserção ou retirada de um fator ambiental. Quanto às funções: De acordo com a sua finalidade, pode-se identificar os seguintes tipos de avaliação: • somativa - realizada em uma única oportunidade, relativa aos processos ocorridos num período de tempo passado; por isso também é uma avaliação final, cujas funções se destinam a verificar se os objetivos inicialmente estabelecidos são os resultados alcançados ao término de um processo, sendo que sua aplicação está geralmente voltada para a certificação, promoção ou seleção; • formativa - é contínua pois se realiza ao longo de todo o processo educacional e tem como finalidade permitir o acompanhamento e análise dos pontos fortes e fracos desse processo, para que se possa aperfeiçoá-lo quando ainda estiver ocorrendo. • diagnóstica - é inicial, quando aplicada no início do processo que se quer avaliar, tendo, por exemplo, a função de identificar o estágio de aprendizagem ou desenvolvimento em que os alunos se encontram, esclarecendo aquilo que eles já detêm dos pré-requisitos necessários ao ingresso numa nova etapa de ensino. Também pode ocorrer num momento durante o processo de ensino e aprendizagem quando, por exemplo, buscam-se as causas do fracasso que possa ocorrer na aprendizagem. Quanto a quem avalia: de acordo com quem a realiza, existem três tipos de avaliação: a autoavaliação, a heteroavaliação e a avaliação mista ou coavaliação: Autoavaliação: neste caso, quem emite o juízo de valor sobre o que é examinado é o próprio objeto da avaliação, ou seja, o avaliador é o próprio avaliado. A autoavaliação tem um enorme potencial formativo e permite que as pessoas e as organizações conheçam suas potencialidades e limitações, além de permitir a reflexão sobre a própria realidade, que é um passo essencial no processo de sua transformação. Por exemplo, a autoavaliação docente é um bom ponto de partida para a melhora dos processos de ensino-aprendizagem; a avaliação da aprendizagem pelos próprios alunos permite que eles descubram seus erros, o que gera mais facilmente o conflito cognitivo necessário para toda aprendizagem. A heteroavaliação: ao contrário da autoavaliação, a heteroavaliação é realizada por uma outra pessoa ou por uma equipe. Pode ser executada, por exemplo, pelo professor ao avaliar seus alunos, pelo diretor de uma escola ao avaliar o trabalho docente, por uma Secretaria Municipal ou Estadual de Educação ou mesmo pelo Ministério da Educação, ao avaliarem escolas ou redes. É muito útil para conhecimento de aspectos do processo com os quais os avaliadores e os avaliados estão muito envolvidos, pois o avaliador lança um olhar externo sobre o objeto da avaliação, podendo FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR assim contribuir com visões diferentes das do avaliado sobre a função da educação, os padrões de desempenho desejável e os métodos de avaliação. Como exemplo de heteroavaliações podem ser citadas as avaliações feitas pelos professores em sala de aula, os vestibulares, as avaliações dos sistemas nacionais de educação ou as de programas educacionais, entre outras. A coavaliação: neste processo participam tanto agentes externos (como os gestores e financiadores) quanto aqueles que executam quotidianamente a educação formal. Este tipo de avaliação possibilita a formulação de diferentes pontos de vista sobre a valoração do objeto avaliado e o contraste de resultados. A avaliação dos sistemas de ensino, por exemplo, deve se basear também na avaliação das escolas por si próprias. Neste caso, além de ser avaliada por agentes externos, cada escola deve se autoavaliar em função de seus programas, projetos, materiais pedagógicos, recursos, professores, gestão, pessoal de apoio, alunos e infraestrutura. "A avaliação deve passar de um discurso de descrição e julgamento para um discurso de diálogo" (Nevo, 1988). Toda a comunidade da escola deve ser preparada para poder combinar os produtos das heteroavaliações e autoavaliações. Principais características da avaliação e seus focos intra e extraescolares Principais características Avaliação com foco em objetos dimensionais no âmbito da escola Avaliação com foco em objetos dimensionais em âmbitos extraescolares Quanto à forma Geralmente realizada por meio de testes escritos ou orais, podendo ser utilizadas outras formas Na maioria das vezes é aplicada na forma de testes escritos e questionários socioeconômicos, mas também pode ser realizada de outras formas, como a investigação documental Quanto à função Geralmente a função somativa
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