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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Avaliação da Aprendizagem 
Avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer 
A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço 
muito amplo nos processos de ensino. 
Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo 
Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na 
construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos 
alunos. Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas 
periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas 
observações diárias, de caráter diagnóstico. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem 
noção, ao longo de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro 
que a prova é somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação formal é 
datada e obrigatória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua elaboração e aplicação 
1 . Introdução 
A avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas brasileiras, tem se constituído 
no principal mecanismo de sustentação da lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, 
legitimador do fracasso, ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os 
profissionais da educação, alunos e pais. 
Os métodos de avaliação ocupam, sem duvida espaço relevante no conjunto das práticas 
pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se 
resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à 
decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas. 
Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à 
verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam 
subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e 
aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método 
didático adequado à disciplina – mas não somente -, à medida que consideram, igualmente, o 
contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre que 
possível. 
A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, 
informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes. 
2 . Origem da avaliação 
Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, 
avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade 
do seu resultado, porém, a compreensão do processo de avaliação do processo 
ensino/aprendizagem tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar 
ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos alunos. 
 A avaliação tem sido estudada desde o início do século XX, porém, segundo Caro apud Goldberg & 
Souza (1982), desde 1897 existem registros dos relatos de J. M. Rice sobre uma pesquisa avaliativa 
utilizada para estabelecer a relação entre o tempo de treinamento e o rendimento em ortografia, 
revelando que uma grande ênfase em exercícios não levava necessariamente a um melhor 
rendimento. 
As duas primeiras décadas deste século, de acordo com Borba & Ferri (1997), foram marcadas pelo 
desenvolvimento de testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos e 
influenciados, principalmente nos Estados Unidos, pelos estudos de Robert Thorndike. 
Nessa época, as pesquisas avaliativas voltavam-se particularmente para a mensuração de mudanças 
do comportamento humano. Caro apud Goldberg & Souza (1982) aponta várias destas pesquisas 
realizadas nos anos 20 para medir efeitos de programas de diversas áreas sobre o comportamento 
das pessoas. Eram realizados experimentos relativos à produtividade e à moral dos operários, à 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
eficácia de programas de saúde pública, à influência de programas experimentais universitários sobre 
a personalidade e atitudes dos alunos, etc. 
A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia, sendo 
que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes 
padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos. 
A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos meios que emprega, formativa na intenção 
que lhe preside e independente face à classificação. De âmbito mais vasto e conteúdo mais rico, a 
avaliação constitui uma operação indispensável em qualquer sistema escolar. 
Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem, um caminho a seguir entre um ponto de 
partida e um ponto de chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto está a decorrer 
em direção à meta, se alguns pararam por não saber o caminho ou por terem enveredado por um 
desvio errado. 
É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada um dos seus membros, que a avaliação 
tenta recolher e que é necessária a professores e alunos. 
A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, 
que objetivos do ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que dificuldades estão a 
revelar relativamente a outros. 
Esta informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os 
alunos a resolver essas dificuldades e é necessária aos alunos para se aperceberem delas (não 
podem os alunos identificar claramente as suas próprias dificuldades num campo que desconhecem) 
e tentarem ultrapassá-las com a ajuda do professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação 
tem uma intenção formativa. 
A avaliação proporciona também o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a obtenção de 
produtos ou resultados de aprendizagem. 
As avaliações a que o professor procede enquadram-se em três grandes tipos: avaliação diagnostica, 
formativa e somativa. 
3 – Evolução da avaliação 
A partir do início do século XX, a avaliação vem atravessando pelo menos quatro gerações, conforme 
Guba e Lincoln, apud Firme (1994). São elas: mensuração, descritiva, julgamento e negociação. 
3.1 – Mensuração – não distinguia avaliação e medida. Nessa fase, era preocupação dos estudiosos 
a elaboração de instrumentos ou testes para verificação do rendimento escolar. O papel do avaliador 
era, então, eminentemente técnico e, neste sentido, testes e exames eram indispensáveis na 
classificação de alunos para se determinar seu progresso. 
3.2 – Descritiva – essa geração surgiu em busca de melhor entendimento do objetivo da avaliação. 
Conforme os estudiosos, a geração anterior só oferecia informações sobre o aluno. Precisavam ser 
obtidos dados em função dos objetivos por parte dos alunos envolvidos nos programas escolares, 
sendo necessário descrever o que seria sucesso ou dificuldade com relação aos objetivos 
estabelecidos. Neste sentido o avaliador estava muito mais concentrado em descrever padrões e 
critérios. Foi nessa fase que surgiu o termo “avaliação educacional”. 
3.3 – Julgamento – a terceira geração questionava os testes padronizados e o reducionismo da 
noção simplista de avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação maior o julgamento. 
Neste sentido, o avaliador assumiria o papel de juiz, incorporando, contudo, o que se havia 
preservado de fundamental das gerações anteriores, em termos de mensuração e descrição. Assim, 
o julgamento passou a ser elemento crucial do processo avaliativo, pois não só importava medir e 
descrever, era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do objeto, inclusive sobre os 
próprios objetivos. 
3.4 – Negociação – nesta geração, a avaliação é um processo interativo, negociado, que sefundamenta num paradigma construtivista. Para Guba e Lincoln apud Firme (1994) é uma forma 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
responsiva de enfocar e um modo construtivista de fazer. A avaliação é responsiva porque, 
diferentemente das alternativas anteriores que partem inicialmente de variáveis, objetivos, tipos de 
decisão e outros, ela se situa e desenvolve a partir de preocupações, proposições ou controvérsias 
em relação ao objetivo da avaliação, seja ele um programa, projeto, curso ou outro foco de atenção. 
Ela é construtivista em substituição ao modelo científico, que tem caracterizado, de um modo geral, 
as avaliações mais prestigiadas neste século. 
Neste sentido, Souza (1993) diz que a finalidade da avaliação, de acordo com a quarta geração, é 
fornecer, sobre o processo pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares decidir 
sobre as intervenções e redirecionamentos que se fizerem necessários em face do projeto educativo, 
definido coletivamente, e comprometido com a garantia da aprendizagem do aluno. Converte-se, 
então, em um instrumento referencial e de apoio às definições de natureza pedagógica, 
administrativa e estrutural, que se concretiza por meio de relações partilhadas e cooperativas. 
4 – Funções do processo avaliativo 
As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de apreciação. 
4.1 – Função diagnóstica – A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), 
contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das 
capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo 
Bloom, Hastings e Madaus (1975), busca a determinação da presença ou ausência de habilidades e 
pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem. 
A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens que lhe 
vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as 
dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes. 
4.2 – Função formativa – A segunda função á a avaliação formativa que, conforme Haydt (1995, p. 
17), permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a 
compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o 
desenvolvimento das atividades propostas. 
Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, 
assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Outro aspecto destacado pela 
autora é o da orientação fornecida por este tipo de avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao 
trabalho do professor, principalmente através de mecanismos de feedback. 
Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, 
possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo. Para Bloom, Hastings e 
Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimento da 
aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização 
do ensino para possibilitar correção e recuperação. 
A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, 
no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução. 
4.3 – Função somativa – Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378) determinar o grau 
de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, 
por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. Pode ser 
chamada também de função creditativa. Também tem o propósito de classificar os alunos ao final de 
um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento. 
A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de 
uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo 
formativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. 
Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até 
aí, só haviam sido feitos juízos parcelares. 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
5 – Objetivos da avaliação 
Na visão de Miras e Solé (1996, p. 375), os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas 
possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto, 
em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”. 
Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação 
prévia. A avaliação, para este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou 
valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de 
desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem. 
Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação pode ser considerada como um método de 
adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma 
grande variedade de evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’. 
É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas educacionais, um processo 
para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um 
sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo 
ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança devem 
ser feitas para garantir sua efetividade. 
6 – Modelo tradicional de avaliação versus modelo mais adequado 
Gadotti (1990) diz que a avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto 
concebida como problematização, questionamento, reflexão, sobre a ação. 
Entende-se que a avaliação não pode morrer. Ela se faz necessária para que possamos refletir, 
questionar e transformar nossas ações. 
O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada histórica, sendo que seus fantasmas ainda se 
apresentam como forma de controle e de autoritarismo por diversas gerações. Acreditar em um 
processo avaliativo mais eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de auxiliar e 
melhorar o ensino/aprendizagem. 
A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização do projeto 
educacional. É ela que sinaliza aos alunos o que o professor e a escola valorizam. O autor, na tabela 
1, traça uma comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada a 
objetivos contemporâneos, relacionando-as com as implicações de sua adoção. 
Tabela 1 – Comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada 
Modelo tradicional de avaliação Modelo adequado 
Foco na promoção– o alvo dos alunos é a 
promoção. Nas primeiras aulas, se discutem 
as regras e os modos pelos quais as notas 
serão obtidas para a promoção de uma série 
para outra. Implicação – as notas vão 
sendo observadas e registradas. Não 
importa como elas foram obtidas, nem por 
qual processo o aluno passou. 
Foco na aprendizagem – o alvo do aluno deve 
ser a aprendizagem e o que de proveitoso e 
prazeroso dela obtém. 
 Implicação – neste contexto, a avaliação deve 
ser um auxílio para se saber quais objetivos 
foram atingidos, quais ainda faltam e quais as 
interferências do professor que podem ajudar o 
aluno. 
Foco nas provas – são utilizadas como 
objeto de pressão psicológica, sob pretexto 
de serem um ‘elemento motivador da 
aprendizagem’, seguindo ainda a sugestão 
de Comenius em sua Didática Magna criada 
no século XVII. É comum ver professores 
Foco nas competências – o desenvolvimento 
das competências previstas no projeto 
educacional devem ser a meta em comum dos 
professores. 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
utilizando ameaças como “Estudem! Casocontrário, vocês poderão se dar mal no dia 
da prova!” ou “Fiquem quietos! Prestem 
atenção! O dia da prova vem aí e vocês 
verão o que vai acontecer…”Implicação – 
as provas são utilizadas como um fator 
negativo de motivação. Os alunos estudam 
pela ameaça da prova, não pelo que a 
aprendizagem pode lhes trazer de 
proveitoso e prazeroso. Estimula o 
desenvolvimento da submissão e de hábitos 
de comportamento físico tenso (estresse). 
 
 
Implicação – a avaliação deixa de ser somente 
um objeto de certificação da consecução de 
objetivos, mas também se torna necessária como 
instrumento de diagnóstico e acompanhamento 
do processo de aprendizagem. Neste ponto, 
modelos que indicam passos para a progressão 
na aprendizagem, como a Taxionomia dos 
Objetivos Educacionais de Benjamin Bloom, 
auxiliam muito a prática da avaliação e a 
orientação dos alunos. 
Os estabelecimentos de ensino estão 
centrados nos resultados das provas e 
exames – eles se preocupam com as notas 
que demonstram o quadro global dos 
alunos, para a promoção ou reprovação. 
Implicação – o processo educativo 
permanece oculto. A leitura das médias 
tende a ser ingênua (não se buscam os reais 
motivos para discrepâncias em 
determinadas disciplinas). 
Estabelecimentos de ensino centrados na 
qualidade – os estabelecimentos de ensino 
devem preocupar-se com o presente e o futuro 
do aluno, especialmente com relação à sua 
inclusão social (percepção do mundo, 
criatividade, empregabilidade, interação, 
posicionamento, criticidade).Implicação – o foco 
da escola passa a ser o resultado de seu ensino 
para o aluno e não mais a média do aluno na 
escola. 
O sistema social se contenta com as 
notas – as notas são suficientes para os 
quadros estatísticos. Resultados dentro da 
normalidade são bem vistos, não importando 
a qualidade e os parâmetros para sua 
obtenção (salvo nos casos de exames como 
o ENEM que, de certa forma, avaliam e 
“certificam” os diferentes grupos de práticas 
educacionais e estabelecimentos de 
ensino). 
 Implicação – não há garantia sobre a 
qualidade, somente os resultados 
interessam, mas estes são relativos. 
Sistemas educacionais que rompem com 
esse tipo de procedimento tornam-se 
incompatíveis com os demais, são 
marginalizados e, por isso, automaticamente 
pressionados a agir da forma tradicional. 
Sistema social preocupado com o futuro – 
já alertava o ex-ministro da Educação, Cristóvam 
Buarque: “Para saber como será um país daqui 
há 20 anos, é preciso olhar como está sua escola 
pública no presente”. Esse é um sinal de que a 
sociedade já começa a se preocupar com o 
distanciamento educacional do Brasil com o dos 
demais países. É esse o caminho para 
revertermos o quadro de uma educação 
“domesticadora” para 
“humanizadora”.Implicação – valorização da 
educação de resultados efetivos para o indivíduo. 
 
Concepção de aprendizagem, avaliação e prática educativa 
Ao versarmos sobre a aprendizagem, seja formal ou não, devemos tratar da principal capacidade 
humana que é o pensar. É por meio do intelecto que o ser humano tem a capacidade de 
compreender e interagir com a realidade. 
Ao versarmos sobre a aprendizagem, seja formal ou não, devemos tratar da principal capacidade 
humana que é o pensar. É por meio do intelecto que o ser humano tem a capacidade de 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
compreender e interagir com a realidade, criar significados para fatos, acontecimentos, e a partir daí, 
ser capaz de dar um significado à sua vida. 
A aprendizagem pode ser entendida como processo de desenvolvimento da aptidão física, intelectual 
e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. 
Transpor o senso comum à consciência filosófica denota passar de uma concepção fragmentária, 
incoerente e desarticulada a uma concepção unitária, coerente e ativa. Portanto, senso comum e 
consciência filosófica foram caracterizados por conceitos mutuamente contrapostos, de modo que 
seja capaz de dispor os seguintes pares antinômicos: fragmentário e unitário; incoerente e coerente; 
desarticulado e articulado; implícito e explícito; degradado e original; mecânico e intencional; passivo 
e ativo; simplista e cultivado. (SAVIANI, 1986, p. 10). 
Para que a construção de uma nova proposta pedagógica nas instituições de ensino seja uma 
realidade fica claro a necessidade do comprometimento de todos aqueles que estão ligados ao 
processo de ensino-aprendizagem, a fim de garantir a formação do aluno de modo a contribuir para a 
sua transformação como ser humano. 
A atuação do professor em relação à aprendizagem pode ser resumida em três competências 
básicas: planejar a aprendizagem, facilitar a aprendizagem e avaliar a aprendizagem. 
Planejar a aprendizagem: 
Manter-se atualizado e em sintonia com as tendências didáticas pedagógicas;Estabelecer objetivos 
realistas e precisos;Correlacionar conteúdos às necessidades e a realidade;Organizar 
sequencialmente os conteúdos às necessidades e à realidade da empresa;Propor ações coerentes 
aos objetivos e aos conteúdos;Dimensionar recursos adequados às atividades propostas;Definir 
estratégias de avaliação;Registrar esquematicamente sua proposta educativa, abrindo espaço para 
ajustes. 
Facilitar a aprendizagem: 
Manter o foco de sua ação no colaborador (em suas características e necessidades) e na 
aprendizagem;Observar as ações dos profissionais;Identificar as melhores ações para viabilizar a 
aprendizagem;Estimular o trabalho independente dos profissionais e valoriza iniciativas;Conduzir o 
processo estimulando a auto-aprendizagem;Fazer parte de situações-problema que sejam concretas, 
visando à facilitação da aprendizagem;Usar situações do cotidiano do grupo para possibilitar a 
(re)construção do conhecimento;Associar teoria, prática e vivência empresarial;Criar estratégias da 
ação adequada ao assunto, às características e aos interesses dos profissionais;Fornecer 
informações práticas;Discutir soluções apresentadas pelos profissionais;Rever suas ações; orientar a 
elaboração de análise e sínteses;Observar e analisa criticamente resultados em todas as etapas do 
processo;Comunicar-se e interagir com os funcionários, objetivando a efetiva construção do 
conhecimento;Falar com desenvoltura e clareza; ouvir com atenção; agir como mediador nas 
discussões, exercendo liderança nos momentos de impasse e/ou dispersão;Manter o foco de atenção 
no tema;Estimular a interação entre todos os participantes do processo educativo;Estimular o 
pensamento crítico, a argumentação coerente e a tomada de decisão em grupos;Explorar 
adequadamente materiais didáticos e recursos audiovisuais;Seleciona o(s) recurso(s) audiovisual(is) 
de acordo com a atividade a ser desenvolvida. 
Avaliar a aprendizagem: 
Estabelecer cooperativamente com os profissionais, critérios para avaliação da 
aprendizagem;Observa atentamente as ações dos profissionais;Avaliar a aprendizagem dos 
profissionais de forma constante e variada, sempre sob o enfoque diagnóstico;Comparar os 
resultados com os objetivos definidos;Analisar os resultados com os profissionais;Propor alternativas 
para viabilizar a aprendizagem;Criar condições para a auto-avaliação de todos os envolvidos no 
processo ensino-aprendizagem. 
COMO SABER QUE SEU ALUNO ESTÁ APRENDENDO? 
Na maioria das instituições de ensino os currículos escolares ainda são organizados em torno de um 
conjunto de disciplinas visivelmente diferentes e isolados de um contexto, dominadas por um conjunto 
de regras, protocolos, procedimentos escolares inadequados, cujos conteúdos se organizam a partir 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
de uma estrutura rigidamente estabelecida, descaracterizada das experiências dos alunos e pautada 
na preparação para a lógica dos pré-requisitos. 
No meu entendimento não se trata aqui de abandonar a utilização da técnica na prática docente, 
mas, com certeza, haverá momentos na sala de aula em que o professorestará em situações 
conflitantes e ele não deverá pautar-se apenas nos critérios técnicos pré-estabelecidos. 
Diante as situações conflitantes que os professores são obrigados a enfrentar exige um profissional 
competente, acima de tudo a capacidade de autodesenvolvimento reflexivo, sendo assim, a lógica da 
racionalidade técnica em comparação a prática reflexiva pautada na tutoria opõe-se ao 
desenvolvimento de uma práxis reflexiva. 
O professor reflexivo permite-se ser surpreendido pelo que o aluno faz. A posteriori, reflete sobre 
esse fato, ou seja, pensa sobre aquilo que o aluno disse ou fez e, simultaneamente, procura 
compreender a razão por que foi compreendido. Em um terceiro momento, procura reformular o 
problema gerado pela situação. Considera-se em um quarto momento, a efetivação de uma 
experiência para testar uma nova tarefa e a hipótese que formulou sobre o modo de pensar do aluno. 
Esse processo de reflexão na ação exige maturidade, responsabilidade com o processo e, acima de 
tudo com o aprendizado do aluno, logo, exige do docente refletir sobre a reflexão na ação. 
Para Antonio Nóvoa apud (NEVES, 2007): "A troca de experiências e a partilha de saberes 
consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, 
simultaneamente, o papel de formador e de formando." 
Essa deve ser a tônica do ensino-aprendizagem nesse século XXI a articulação entre o professor e 
seus estudantes como atores e autores no desenvolvimento de novos saberes, que possibilitem "os 
alunos trabalharem os conhecimentos científicos e tecnológicos, desenvolvendo habilidades para 
operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria." (PIMENTA, 2002, p. 81). 
O processo ensino-aprendizagem possui um caráter dinâmico que exige de todos os profissionais do 
ensino ações direcionadas ao aprofundamento e a ampliação dos significados para os alunos, 
baseadas na visão participativa nas atividades de ensino-aprendizagem. 
Nesse contexto o ensino pode ser entendido como um conjunto de atividades com característica 
sistêmica, cuidadosamente planejada, em torno de conteúdos e formas que se articulam entre si e, 
nas quais professores e alunos compartilham fragmentos cada vez maiores de significados com 
relação ao papel exercido pela escola. 
O professor, acima de tudo, deve ter uma visão pluralista reconhecendo aspectos particulares de 
cada aluno e as diversas formas da cognição, reconhece também que as pessoas têm capacidades 
distintas para adquirir conhecimentos e estilos diferentes de aprendizagem. 
O agente de transformação, nesse caso, o professor precisa entender que só a exposição, a 
cobrança e a recompensa é um processo desassociado da realidade. Logo, a sala de aula deve 
tornar-se laboratório de idéias, onde o debate e a negociação deve ser uma constante, representando 
a realidade. 
As salas de aula devem ser entendidas como um espaço de conhecimento compartilhado, os 
professores e os alunos devem ser vistos como indivíduos capazes de construir, modificar e agregar 
idéias, interagindo com outras pessoas, deixando claros os objetos e situações que exijam o pensar e 
reflexão a respeito de procedimentos, instrumentos de aprendizagem e avaliação dos problemas que 
têm que superar. 
É incontestável a importância da intervenção e mediação do professor no conjunto dos papéis 
relativos ao ensino-aprendizagem, agregando um processo de avaliação que possibilite os alunos 
realizar e resolver problemas, criando condições para desenvolverem competências e 
conhecimentos. 
O professor deve guiar suas ações e suas avaliações para que o aluno participe de tarefas e 
atividades que o façam se aproximar cada vez mais das suas experiências e necessidades. 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
O primeiro passo para a aplicabilidade da aprendizagem transformacional, consiste em estarmos 
atentos ao desenvolvimento das habilidades. Por exemplo, se os alunos têm dificuldades em relação 
à interpretação de textos ou não fazem razoáveis conclusões, não sendo capazes de identificar 
similaridades e diferenças e apresentando conclusões desvinculadas do ponto central. O que fazer? 
Devemos centrar aí a nossa ação educativa no desenvolvimento dessas habilidades e a partir daí 
possibilitar a aquisição de novas competências. 
A avaliação deve ser entendida enquanto processo, não devendo ser baseada em um único 
instrumento, nem circunscrito a um único momento, pois somente uma ampla multiplicidade de 
recursos de avaliação poderá apontar caminhos adequados para a manifestação de múltiplas 
inteligências, fornecendo condições para que o professor possa analisar e tomar as decisões e 
providências mais apropriadas a cada um dos alunos. 
Desta forma, a investigação, a autocorreção e a metacognição (qual o objetivo da busca do 
conhecimento) devem estar presentes no dia a dia do professor. 
 
Essa nova postura avaliativa passa a não unicamente do professor, mas a todos os envolvidos no 
processo, motivando-os a descobrir e a percorrer os procedimentos do pensar e os caminhos do 
conhecimento. 
O professor tem de estabelecer claramente os objetivos ao preparar suas aulas, analisando os 
conteúdos curriculares propostos se alinham ao projeto pedagógico institucional e verificar se são 
relevantes para o contexto de seus alunos. 
O professor deve, deliberadamente, voltar suas ações para a promoção do ensino-aprendizagem em 
um ritmo capaz de garantir, a todos, um nível bom de desempenho, para tanto, deve rever 
periodicamente o currículo, o plano de curso, o planejamento das aulas, as estratégias, os métodos e 
os saberes pedagógicos e práticos que possibilitem atingir os resultados esperados. 
A avaliação é um processo que deve ser construído na sala de aula, pois ela deve ser diagnóstica, 
formativa, emancipadora, ela deverá necessariamente contribuir para o desenvolvimento do aluno, 
não se limitando apenas como instrumento para formalizar e legitimar uma nota classificatória. 
DÊ EXEMPLOS DA SUA PRÁTICA EDUCATIVA 
A minha práxis pedagógica em sala de aula é pautada pela prática pedagógica reflexiva que me 
desafia a buscar uma coerência entre as finalidades e ações, do mesmo modo que permite uma ação 
pedagógica mais crítica, num exercício que combine razão e paixão, buscando ser mais justa e ética. 
A tarefa não é fácil, pelo contrário, é árdua. E investigar a própria prática, examinar com severidade e 
coerência a nossa atuação, avaliar nossas percepções, mas é uma tarefa que nos permite levar a 
cabo não apenas a disciplina prática do que ensinamos, contudo nos permite refletir e pautar todos os 
momentos do nosso processo de ensino e aprendizagem. 
Entendo que a reflexão é um empreendimento colaborativo, buscando compreender os limites, as 
ações e os resultados de sua prática, das condições aonde trabalha, da elaboração e re-interpretação 
dos currículos, do processo de ensino e aprendizagem, das relações entre pensamento e ação, 
individuo e sociedade. 
A preocupação primaz da avaliação é o crescimento do aluno em relação as suas próprias 
expectativas e aos objetivos que são propostos pelo professor. 
 
Avaliar o aluno somente por meio de provas vem sendo demonstrado ao longo 
de anos que esse processo de aprendizagem leva a distorção e a acumulação de conteúdos, pois 
avaliar não é tarefa simples, mas é um processo que demanda coragem, responsabilidade 
compromisso, comprometimento e amor à profissão acima de tudo. 
Instrumentos de avaliação utilizados: 
Aulas expositivas buscando o diálogo e promovendo debates. Utilização de livro texto, artigos de 
jornais e revistas nacionais e internacionais. Apresentação e discussão de estudo de caso "cases". 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Apresentação de trabalhos individuais e em grupo com a finalidade de desenvolver no aluno a análise 
(diagnóstico), planejamento e ação (a tomada de decisão), por meio de: 
1. Análise situacional com a apresentação de "estudos decaso" (cases empresariais). 
2. Apresentação expositiva do arcabouço teórico: 
- Aulas expositivas e dialogadas, 
- Textos; 
- Apresentações em powerpoint; 
- Apostilas; 
- Utilização de livro texto (bibliografia básica de acordo com o plano de ensino) 
3. Simulação situacional (empresarial, conjuntura econômica nacional e internacional). 
4. Discussão em pequenos grupos. 
5. Socialização do conteúdo discutido nos grupos (seminários, apresentação individual). 
6. Discussão geral entre todos os alunos e mediada pelo professor (após exposições do professor, 
apresentações individuais e seminários realizados pelos alunos). 
7. Leitura, análise de texto relacionado à disciplina e a apresentação por escrito do aluno, quanto ao 
entendimento e a argumentação sobre o assunto tratado no texto. 
8. Avaliações docentes privilegiando questões dissertativas 
Principais competências a desenvolver: 
1. Entender a importância da percepção na tomada de decisões e como estas são realmente 
tomadas dentro das organizações. 
2. Adquirir os conhecimentos que regem a ligação entre a percepção e a tomada de decisões. 
3. Adquirir uma visão crítica sobre a ética no processo decisório. 
4. Entender como se desenvolvem as questões das decisões financeiras em condições de risco. 
Principais habilidades a desenvolver: 
1. Utilizar os conhecimentos teóricos inerentes ao processo da tomada de decisões no âmbito 
organizacional. 
2. Recorrer aos conceitos disponíveis para a gestão das habilidades requeridas no processo de 
percepção e tomadas de decisão no âmbito institucional, independentemente do segmento de 
negócio instituído. 
3. Discernir e realizar uma tomada de decisão em suas diversas nuanças. 
Procedimentos de fixação/avaliação: 
A avaliação será contínua e processual observando-se aspectos relacionados à ampliação da 
capacidade do aluno em estabelecer relações entre as informações apresentadas e, 
consequentemente, o desenvolvimento da sua capacidade em relacionar a sua potencialidade em 
gerenciar e liderar processos e equipes. 
Avaliação de aprendizagem: conceitos, fundamentos, funções e finalidades 
A primeira diferença estabelecida por estudiosos, segundo Teixeira (2008), é o conceito de medir e 
avaliar: “a medida diz o quanto o aluno possui de determinada habilidade; a avaliação informa sobre o 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
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valor dessa habilidade”. A medida descreve os fenômenos com dados quantitativos; a avaliação 
descreve os fenômenos e os interpreta, utilizando-se também de dados qualitativos. A avaliação, 
segundo essa perspectiva, pode ou não ser baseada em medida; quando, porém, se baseia nesta, 
vai além de uma descrição quantitativa, acrescendo, à medida, um julgamento de valor. 
A avaliação da aprendizagem faz parte do processo educacional. De acordo com Andrade “a 
avaliação dos alunos pelo professor designa o levantamento cuidadoso e a classificação sistemática, 
bem como a interpretação apreciativa dos modos de conduta e das propriedades dos alunos”. 
Para que isso ocorra de forma adequada, é necessária a observação contínua do comportamento do 
aluno durante o processo de ensino, e a mensuração destes dados por meio de instrumentos de 
avaliação: testes, trabalhos escritos, além de levantamento de dados anamnésicos (no lar, na 
evolução e desenvolvimento), e através do diálogo pessoal com o aluno. 
Alguns autores defendem a ideia que a avaliação não deve ocorrer de forma isolada, deve ser 
analisada a classe com um todo, o professor, ou outros fatores que podem contribuir para o resultado 
da avaliação. 
Segundo Andrade, a avaliação deve ser quantitativa e qualitativa, onde considera-se as atitudes dos 
alunos, seus interesses, motivações, modos de pensar, adaptação social e pessoal do aluno. Neste 
aspecto, deve-se apreciar a autoavaliação, onde o aluno terá a oportunidade de julgar sobre o 
resultado da avaliação pessoal, fazendo-o refletir sobre o que deve ser melhorado, para que seja 
capaz de superar e avançar na construção do conhecimento. 
2- Conceitos de avaliação 
De acordo com Aparecida (2008), apud Kramer (2006), “avaliação vem do latim, e significa valor ou 
mérito ao objeto em pesquisa, junção do ato de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelo 
individuo.” A avaliação é considerada com um instrumento valioso e indispensável no sistema 
escolar, onde descreve-se as aptidões, atitudes e conhecimentos que os alunos possuem. Assim, ele 
serve como paramento para visualizar os conhecimentos adquiridos e as dificuldades do processo de 
ensino-aprendizagem. 
Segundo Aparecida (2008), apud Luckesi: 
Esses casos atestam a possibilidade efetiva de desenvolvimento de pesquisas de vários tipos, até da 
mais rigorosa pesquisa acadêmica, mesmo nas nossas escolas. É verdade que elas não representam 
a situação comum das escolas da rede pública no país, como já ficou dito. Mas, guardadas as 
devidas distâncias, creio que podemos, a partir de seu estudo, discutir um pouco o estado atual da 
questão do professor-pesquisador e seu saber, tal como vem sendo apresentada por alguns dos seus 
estudiosos (LUDKE, 2001, p.14). 
Segundo Aparecida (2008), apud Libâneo: 
Uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a 
passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no 
decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, 
a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A 
avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos 
alunos. 
Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos, são 
interpretados em relação a um padrão de desempenho e expressos em juízos de valor (muito bom, 
bom, satisfatório, etc.) acerca do aproveitamento escolar. A avaliação é uma tarefa complexa que não 
se resume a realização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas proporciona dados 
que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções 
pedagógico-didáticas, de diagnostico e de controle em relação as quais se recorrem a instrumentos 
de verificação do rendimento escolar. (LIBÂNEO, 1994, p. 195). 
A avaliação é um instrumento permanente do trabalho docente, tendo como objetivo verificar se o 
aluno aprendeu ou não, podendo assim refletir sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
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do aluno quanto do professor, com o intuito de gerar mudanças necessárias para que o objetivo seja 
alcançado. 
3Funções da avaliação 
A função da avaliação é favorecer o percurso dos aprendizes e regular as ações de sua formação, 
bem como possibilitar a certificação. Não deve ser punitiva quando os aprendizes não alcançarem 
resultados satisfatórios nas verificações, mas ajudar os aprendizes a identificar melhor as suas 
necessidades de formação para que possam empreender o esforço necessário para realizar sua 
parcela de investimento na sua própria formação. 
Tradicionalmente, a avaliação é vista como um fator que ocorre no final do processo de produção de 
conhecimento, quando na verdade ela deve ocorrer em todo o processo de ensino-aprendizagem. 
Assim, podemos falar sobre três modalidades de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa. 
A avaliação diagnóstica é baseada em verificar a aprendizagem dos conteúdos propostos para que 
se possa prever dificuldades futuras, e resolver as situações atuais. Ela também tem o papel de 
investigar os conhecimentos anteriores adquiridos pelos alunos. 
Blaya ao falar da avaliação diagnóstica destaca que: 
Avaliação Diagnóstica tem dois objetivos básicos: identificar as competências do aluno e adequar o 
aluno num grupo ou nível de aprendizagem. No entanto, os dados fornecidos pela avaliação 
diagnóstica não devem ser tomados como um"rótulo" que se cola sempre ao aluno, mas sim como 
um conjunto de indicações a partir do qual o aluno possa conseguir um processo de aprendizagem. 
(BLAYA, 2007). 
A avaliação formativa tem o objetivo de mostrar ao professor e ao aluno o seu desempenho na 
aprendizagem, bem como no decorrer das atividades escolares localizar as dificuldades encontradas, 
com a possibilidade de indicar ao professor quais as atividades necessitam de recuperação. 
Na visão de Blaya a avaliação formativa é: 
A forma de avaliação em que a preocupação central reside em coletar dados para reorientação do 
processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma "bússola orientadora" do processo de ensino-
aprendizagem. A avaliação formativa não deve assim exprimir-se através de uma nota, mas sim por 
meio de comentários. (BLAYA, 2007). 
A avaliação somativa permite detectar o nível de conhecimento, desta forma, pode-se classificar a 
aprendizagem. 
Segundo Aparecida (2008), apud Gil: 
Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do curso, de uma disciplina, ou de uma 
unidade de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa 
elaborar um balanço somatório de uma ou várias sequências de um trabalho de formação e pode ser 
realizada num processo cumulativo, quando esse balanço final leva em consideração vários balanços 
parciais. (GIL, 2006,p. 248). 
Pode-se compreender, segundo a autora, que a avaliação somativa é o resultado final de um trabalho 
realizado no decorrer de um período, e é atribuído um valor à aprendizagem. 
4- Finalidades da avaliação 
Nos modelos tradicionais a avaliação era usada para classificar e rotular os alunos, ou até mesmo 
como forma de punição. Hoje a finalidade da educação é orientar o avanço dos alunos. Ou seja, é 
importante encontrar caminhos para se medir a qualidade daquilo que é ensinado aos alunos. 
Para atingir o objetivo é necessário definir os instrumentos de avaliação para cada situação. O 
professor precisar observar o que se pretende atingir na aplicação de um instrumento de avaliação, 
bem como, as características da cada turma. 
 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
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Mas é preciso levar em consideração que os dois protagonistas são o professor e o aluno - o primeiro 
tem de identificar exatamente o que quer e o segundo, se colocar como parceiro. É por isso, diz ela, 
que a negociação adquire importância ainda maior. Em outras palavras, discutir os critérios de 
avaliação de forma coletiva sempre ajuda a obter resultados melhores para todos. (Revista Nova 
Escola, 2009) 
Uma boa avaliação envolve os seguintes passos: 
• Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico); 
• Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo 
(qualificação); 
• Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências 
didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa). 
A avaliação tem que ser um momento de aprendizagem que permita repensar e mudar a ação, um 
instrumento de comunicação que facilite a construção do conhecimento em sala de aula. 
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 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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Funções da Avaliação 
De acordo com os estudos de Bloom (1993) a avaliação do processo ensino-aprendizagem, 
apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e somativa 
(classificatória). 
 
a) A avaliação diagnóstica (analítica) é adequada para o inicio do o período letivo, pois permite 
conhecer a realidade na qual o processo de ensino-aprendizagem vai acontecer. O professor tem 
como principal objetivo verificar o conhecimento prévio de cada aluno, tendo como finalidade de 
constata os pré-requisitos necessários de conhecimento ou habilidades imprescindíveis de que os 
estudantes possuem para o preparo de uma nova etapa de aprendizagem. 
 
"Para que a avaliação diagnóstica seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la comprometida 
com uma concepção pedagógica. No caso, considerarmos que ela deva estar comprometida com 
uma proposta pedagógica histórico-crítica, uma vez que esta concepção está preocupada com a 
perspectiva de que o educando deverá apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilidades 
necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro desta sociedade que se caracteriza pelo 
modo capitalista de produção. A avaliação diagnostica não se propõe e nem existe uma forma solta 
isolada. É condição de sua existência e articulação com uma concepção pedagógica progressista". 
(LUCKESI 2003, p.82). 
 
 Esta forma de avaliação é utilizada objetivando pré-determinar a maneira pela qual o educador 
deverá encaminhar, através do planejamento, a sua ação educativa. Terá como função estabelecer 
os limites para tornar o processo de aprendizagem mais eficiente e eficaz. Esta didática pode ser 
considerada como o ponto de partida para todo trabalho a ser desenvolvido durante o ano pelo 
educador. 
 
Esta forma de avaliação pode ser utilizada antes e durante o processo ensino-aprendizagem, tendo 
diferentes finalidades. Sendo realizada antes do processo, tem como foco sondar se o aluno 
apresenta os conhecimentos necessários para que a aprendizagem possa ser iniciada. Se ocorrer 
durante o processo, será utilizada para identificar as causas das falhas de aprendizagem e possibilitar 
a implementação de recursos para corrigi-las. 
 
É possível observar que a avaliação diagnóstica possui três objetivos. O primeiro é identificar a 
realidade de cada aluno que irá participar do processo. O segundo é verificar se o aluno apresenta ou 
não habilidades e pré-requisitos para o processo. O terceiro objetivo está relacionado com a 
identificação das causas, de dificuldades recorrentes na aprendizagem. Assim é possível rever a 
ação educativa para sanar os problemas. 
 
b) A avaliação formativa(controladora) é aquela que tem como função controlar, devendo ser 
realizada durante todo o período letivo, com o intuito de verificar se osestudantes estão alcançando 
os objetivos propostos anteriormente. Esta função da avaliação visa, basicamente, avaliar se o aluno 
domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem, antes de avançar para 
outra etapa subsequente de ensino-aprendizagem. 
 
É com a avaliação formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra 
estimulo para continuar os estudos de forma sistemática. Para que esta forma de avaliação ocorra é 
necessário que seja controlada, porque orienta o estudo do aluno ao trabalho do professor, também 
podemos dizer que é motivadora porque evita as tensões causadas pela as avaliações tradicionais. 
 
A avaliação formativa permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, 
auxiliando na reformulação do seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo. Para que seja realizada 
com eficiência, ela deve ser planejada em função de todos os objetivos, deste modo o instrutor 
continuará seu trabalho ou irá direcionar de modo que a maioria dos alunos alcance plenamente 
todos os objetivos propostos. 
 
Por depender mais da sensibilidade e do olhar técnico do educador, esse formato de avaliação 
fornece mais informações que permitem a customização do trabalho do professor com base nas 
necessidades de cada aluno. Nesse sentido a avaliação é um instrumento de controle da qualidade, 
tendo como maior objetivo um ensino de excelência em todos os níveis. 
 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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c) A avaliação somativa (classificatória), tem como função básica a classificação dos alunos, sendo 
realizada ao final de um curso ou unidade de ensino. Classificando os estudantes de acordo com os 
níveis de aproveitamento previamente estabelecidos. 
 
Atualmente a classificação dos estudantes se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por 
base os objetivos previstos. Para Bloom (1983), a avaliação somativa "objetiva avaliar de maneira 
geral o grau em que os resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um curso". 
 
É através deste tipo de avaliação que são fornecidos aos estudantes os chamados feedback que 
informa o nível de aprendizagem alcançado, se este for o objetivo central da avaliação formativa; e 
presta-se à comparação de resultados obtidos, visando também a atribuição de notas. 
 
Essas três funções da avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para se garantir a eficiência e 
eficácia do sistema de avaliação e assim tendo como resultado final a excelência do processo ensino-
aprendizagem. Por outro lado, é importante lembrar, que é necessário em todos os casos levar em 
conta a realidade administrativa da instituição como, por exemplo, o número de alunos, objetivos, 
conhecimento técnico do professor, materiais, etc. 
 
Qualquer decisão nas formas de como avaliar é preciso envolver direção, professor, alunos e 
responsáveis (quando é o caso). Se entendermos que a forma atual de avaliação está ruim, todos 
precisam se comprometer com o novo processo de melhorá-la, e isso envolve muitas mudança, 
sendo o processo longo, assim como todo processo de ensino-aprendizagem. 
Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa. 
A avaliação diagnóstica é dita como avaliação primaria. apresentar, qualificar e produz a importância 
de algum aspecto da conduta do estudante. Implica um procedimento de exame. 
Avaliação Diagnóstica 
A avaliação diagnóstica é dita como avaliação primaria. apresentar, qualificar e produz a importância 
de algum aspecto da conduta do estudante. Implica um procedimento de exame. Não deve ser 
colocada de lado em vários outros andamentos da prática do processo de ensino, pois pode ser 
necessário o seu aproveitamento quando o estudante evidencia empecilhos de aprendizagem. 
 
A avaliação diagnóstica fornece ao educador informações para que possa por em exercício a 
idealização de forma adaptada às características de seus educandos. 
 
É importante frisar que a avaliação diagnóstica não deve ser empregada por um longo tempo, 
intrometendo-se na implementação do plano de curso e da programação das atividades didáticas, 
mesmo porque existe uma outra modalidade de avaliação consecutiva que pode bem sucedê-la e que 
permiti a observação do avanço e da qualidade da aprendizagem alcançada pelos alunos. 
Avaliação Formativa 
Ao longo do procedimento educacional, teremos que considerar uma outra modalidade de avaliação, 
a avaliação formativa, dita processual ou de desenvolvimento, que ocorre ao longo do processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
A avaliação é formativa no significado de que aconselha como os alunos estão se transformando em 
direção aos objetivos almejados. Nessa modalidade, o educador acompanha o estudante 
metodicamente ao longo do processo educativo, podendo saber, em determinados períodos, o que o 
aluno já aprendeu em face dos escopos indicados, ou numa analise crítica à educação tradicional, em 
face dos conteúdos trabalhados. 
Avaliação Somativa 
Exteriorizada como avaliação final, porque acontece no fim de um processo de educação e 
aprendizagem, tem uma função classificatória, em razão de que vão convir a uma classificação do 
estudante conforme os níveis de aplicação no fim de uma unidade, de um módulo, de uma disciplina, 
de um semestre, de um ano, de um curso.. A avaliação somativa promove a definição de escopos, 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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frequentemente se baseia nos conteúdos e procedimentos de medida, como provas, teste objetivo, 
dissertações-argumentativas. Colabora para a avaliação somativa, tanto a avaliação diagnóstica 
quanto a avaliação formativa, que a avaliação da aprendizagem é um ciclo de intervenções 
pedagógicas de um mesmo processo. 
O ano letivo começou, e então você já deve estar pensando, “ começa tudo de novo, e terei os 
mesmos problemas que tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, quero 
lembrar que a definição de loucura é “fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o resultado saia 
diferente”. Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no ano passado, certamente colherá os 
mesmos resultados ao longo deste novo ano. 
Ocorreram problemas de indisciplina? Baixo aprendizado? Se a resposta foi SIM para uma das 
perguntas ou para ambas então você precisa repensar a sua prática atual ! E a melhor maneira de 
fazer isso é perguntar-se: “ como os meus alunos estão chegando? quem são eles? O que eles já 
sabem? O que precisam aprender? como eles poderão aprender melhor? “. 
Lembre-se que o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o quê e o como, 
são os alunos. São as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso 
investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente. 
A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando a Avaliação 
Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona, ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil, 
Fundamental, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: 
diagnosticar, verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área de 
conhecimento. 
É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a 
realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de realizar este 
levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiros que aqueles levantados em uma 
mera prova escrita. 
Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usada ao longo do 
processo de aprendizado, para isso lance mão de dinâmicas, jogos, debates, desafios, 
apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, 
brincadeiras, criação de blogs, fórum, etc. 
Quando utilizada no início do ano letivo a avaliação diagnóstica fornece dados para que o 
planejamento seja ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos, ou realização de 
encaminhamentos para reforço escolar,e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo, 
Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o aluno quanto o Professor 
possam refletir sobre a utilização de novas estratégias de aprendizado. 
Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o aluno em “aluno bom” 
ou “ aluno ruim”. O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de 
aprendizado para ambos, professor e aluno. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias 
estão ou não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos estão 
levantando na internalização e construção de determinado conceito. 
Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível a compreensão e mensuração 
do conhecimento adquirido e quais hipóteses são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa 
descartar as falsas hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito 
estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando os chamados “ pontos cegos” em que o 
aluno se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa seguinte do processo. 
Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde o 
processo de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo 
professor, é o que de fato importa e conta. 
A Avaliação Formativa é o tipo de avaliação que deveria prevalecer dentro das Escolas, por ser mais 
justo e atender de fato às necessidades dos alunos. Infelizmente, o que vemos é o uso da avaliação 
somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os 
alunos são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda. 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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Por isso, antes de chegar “ ditando” o que você irá ensinar, comece em “ perguntando” o que os 
alunos já sabem para levantar o que eles de fato “precisam” aprender. 
Avaliação Diagnóstica 
 
A avaliação diagnóstica é dita como avaliação primaria. apresentar, qualificar e produz a importância 
de algum aspecto da conduta do estudante. Implica um procedimento de exame. Não deve ser 
colocada de lado em vários outros andamentos da prática do processo de ensino, pois pode ser 
necessário o seu aproveitamento quando o estudante evidencia empecilhos de aprendizagem. 
 
A avaliação diagnóstica fornece ao educador informações para que possa por em exercício a 
idealização de forma adaptada às características de seus educandos. 
 
É importante frisar que a avaliação diagnóstica não deve ser empregada por um longo tempo, 
intrometendo-se na implementação do plano de curso e da programação das atividades didáticas, 
mesmo porque existe uma outra modalidade de avaliação consecutiva que pode bem sucedê-la e que 
permiti a observação do avanço e da qualidade da aprendizagem alcançada pelos alunos. 
 
Avaliação Formativa 
 
Ao longo do procedimento educacional, teremos que considerar uma outra modalidade de avaliação, 
a avaliação formativa, dita processual ou de desenvolvimento, que ocorre ao longo do processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
A avaliação é formativa no significado de que aconselha como os alunos estão se transformando em 
direção aos objetivos almejados. Nessa modalidade, o educador acompanha o estudante 
metodicamente ao longo do processo educativo, podendo saber, em determinados períodos, o que o 
aluno já aprendeu em face dos escopos indicados, ou numa analise crítica à educação tradicional, em 
face dos conteúdos trabalhados. 
 
Avaliação Somativa 
Exteriorizada como avaliação final, porque acontece no fim de um processo de educação e 
aprendizagem, tem uma função classificatória, em razão de que vão convir a uma classificação do 
estudante conforme os níveis de aplicação no fim de uma unidade, de um módulo, de uma disciplina, 
de um semestre, de um ano, de um curso.. A avaliação somativa promove a definição de escopos, 
frequentemente se baseia nos conteúdos e procedimentos de medida, como provas, teste objetivo, 
dissertações-argumentativas. Colabora para a avaliação somativa, tanto a avaliação diagnóstica 
quanto a avaliação formativa, que a avaliação da aprendizagem é um ciclo de intervenções 
pedagógicas de um mesmo processo. 
“Avaliação contínua x avaliação somativa” by Jossely Oliveira 
AVALIAÇÃO SOMATIVA: “Tipo de avaliação que ocorre ao final da instrução com a finalidade de 
verificar o que o aluno efetivamente aprendeu. Inclui conteúdos mais relevantes e os objetivos mais 
amplos do período de instrução; visa à atribuição de notas; fornece feedback ao aluno (informa-o 
quanto ao nível de aprendizagem alcançado), se este for o objetivo central da avaliação formativa; e 
presta-se à comparação de resultados obtidos com diferentes alunos, métodos e materiais de ensino. 
Foi assim classificada por Benjamin Bloom e seus colaboradores, cujos estudos apontam para outros 
dois tipos de avaliação: a formativa e a diagnóstica.” 
AVALIAÇÃO FORMATIVA (ou CONTÍNUA): “Tipo de avaliação que ocorre durante o processo de 
instrução. Inclui todos os conteúdos importantes de uma etapa da instrução; fornece feedback ao 
aluno do que aprendeu e do que precisa aprender; fornece feedback ao professor, identificando as 
falhas dos alunos e quais os aspectos da instrução que devem ser modificados; e busca o 
atendimento às diferenças individuais dos alunos e a prescrição de medidas alternativas de 
recuperação das falhas de aprendizagem. Foi assim classificada por Benjamin Bloom e seus 
colaboradores, cujos estudos apontam para outros dois tipos de avaliação: a somativa e a 
diagnóstica.” 
VANTAGENS DA AVALIAÇÃO CONTÍNUA 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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A avaliação contínua abre maior espaço para um trabalho personalizado e estimula o aprendizado 
com foco no aprendiz e não necessariamente nos objetivos da lição. A avaliação contínua, dentre 
outras vantagens, permite que o professor observe o desenvolvimento do aluno respeitando o tempo 
de aprendizagem deste. Ou seja, a avaliação contínua mostra o processo de outra forma, ela mostra 
os diferentes momentos na aprendizagem, momentos de altos e baixos. 
Por depender mais da sensibilidade e do olhar técnico do professor, esse tipo de avaliação fornece 
mais informações que permitem a customização do trabalho do professor com base nas 
necessidades do aluno. Enquanto isso, a avaliação contínua irá mostrar de outra forma o processo, 
talvez nos mostrando os momentos diferentes através de diferentes tangentes. 
DESVANTAGENS DA AVALIAÇÃO CONTÍNUA 
A grande desvantagem da avaliação contínua é que, na nossa realidade, ela funciona melhor em 
salas com poucos alunos. Afinal, o professor deve conhecer cada um deles. Não só o nome, mas 
também o jeito de ser, aprender e pensar. É preciso conhecer seus gostos e expectativas. Sendo 
assim, monitorar uma sala com muitos alunos desfavorece um resultado justo nesse processo de 
avaliação. 
Em lugares onde há uma tentativa de avaliar os alunos de forma contínua, o diagnóstico sai 
prejudicado por não haver critérios delimitados, muitas vezes por falta de um maior conhecimento 
técnico por parte do professor e do quanto o resultado sofre interferências da subjetividade desse 
professor. 
VANTAGENS DA AVALIAÇÃO SOMATIVA 
A avaliação somativa permite que o aluno perceba seu progresso através de um resultado mais fácil 
de ser lido: o resultado numérico. Esse instrumento de avaliação também serve como uma 
amostragem do que foi ensinado e aprendido, verificando o quanto os alunos incorporaram dos 
objetivos propostos e fornecendo informações que permitem que o estudante passe ou não para o 
próximo nível. Além disso, a avaliação somativa atende a uma demanda da sociedade que pede 
provas documentais de aprendizado. 
DESVANTAGENS DA AVALIAÇÃO SOMATIVA 
O problema da avaliação somativa é que, por ser uma amostragem do que foi aprendido, uma pessoa 
que não esteja se sentindo bem no diada avaliação, por motivos diversos, pode ter um desempenho 
inferior ao que normalmente teria ou superior porque decorou um monte de coisas na véspera. 
Nesses casos, o resultado jamais será 100% fiel ao desempenho real do aluno. Uma avaliação 
somativa acaba medindo o momento da “fotografia”, então pode sair nebulosa. 
Além disso, a avaliação sumativa, nos moldes atuais, estimula o aluno a só estudar em determinado 
dia para memorizar conteúdos por curto tempo. Memorizar conteúdo não é necessariamente 
aprender este conteúdo. Se não há como evitar a avaliação sumativa nesses moldes, esta deve ser 
voltada para situações de comunicação tais como criar um diálogo entre um vendedor e um cliente ou 
um e-mail, por exemplo. 
PONTO DE EQUILÍBRIO 
Chegando a um consenso, entendemos que as avaliações somativa e contínua são instrumentos de 
avaliação válidos e complementares. Se vivemos em uma sociedade onde os números e as 
quantidades são importantes por que não discutirmos a melhor forma de elaborar uma avaliação 
somativa eficaz? Afinal, se optarmos apenas pela avaliação contínua, por exemplo, o aluno ficará 
anos sendo avaliado continuamente e depois cairá nas mãos de uma sociedade regida pelo número: 
pontos em concurso, notas em provas de ingressos e etc. O aluno precisa estar pronto para essa 
realidade também. 
Quando se trata do ensino de línguas, é possível sugerirmos que o processo de estudo para 
avaliação (que na maioria ainda é somativa) deva ser completamente diferenciado de outras matérias 
como Geografia ou História. 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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No caso de avaliações somativas, é importante que essas avaliações contenham questões que 
representem melhor situações passíveis de serem vividas pelos alunos. Podemos ter avaliações 
somativas que vão além de um simples teste de múltipla escolha. Uma redação com uma questão 
bem formulada, e com critérios e descrições claros podem fornecer um resultado somativo que 
realmente permite o aluno ir além. É preferível uma avaliação somativa bem aplicada e bem 
elaborada que uma avaliação contínua mal aplicada. 
Teoricamente a avaliação continua é menos excludente que a avaliação somativa. Como educadores, 
sentimos cada vez mais a necessidade de sermos capazes de utilizar essa avaliação. Porém, é difícil 
mudarmos uma cultura enraizada no Brasil, onde existe uma necessidade de quantificar o 
desempenho em notas ao invés de compreender o diagnóstico exposto em um relatório, por exemplo. 
Seria preciso escolher com cuidado os elementos que entrariam nesta avaliação para no fim do 
semestre ter uma clareza de amostra para justificar a avaliação do professor baseada no trabalho do 
aluno. Não precisa ser algo grande e elaborado. Às vezes é algo bem pequeno que depois fará parte 
de uma tarefa maior. Esse procedimento exige mais trabalho da parte do professor, mas faz parte do 
compromisso com a aprendizagem e com a excelência. 
Em relação ao problema com salas de aula numerosas e a avaliação contínua, seria importante 
aprendermos com outros contextos onde esse tipo de avaliação é bem sucedido. Nesses contextos 
as tarefas são tais que os próprios alunos se avaliam e isso também gera outro sentido de 
apropriação da tarefa. É muito comum também terem avaliações de grupo. Estas são soluções bem 
utilizadas já, mas exige um entendimento claro pelo professor do processo, uma unidade de ação na 
escola e clareza de comunicação com os pais e alunos. A questão é que ações assim deixam claro 
que o ensino não está focado em conteúdo, mas sim em conhecimento. Isso é a chave. 
Uma sugestão para uma rotina de avaliação contínua em turmas numerosas seria a seguinte: numa 
sala com 40, por exemplo, o professor criaria oportunidades de conduzir esse tipo de avaliação. Por 
exemplo, numa aula reunir-se com um determinado número de alunos para realizar um tipo de tarefa 
que permita o monitoramento desse grupo enquanto outros grupos estão fazendo outro tipo de 
atividade. Essa rotina se alternaria nos grupos. Isso leva tempo, mas para isso acontecer, a estrutura 
da aula e do plano anual de conteúdos precisaria mudar. Do jeito que está, é muita coisa pra 
professor e alunos darem conta. 
Outra questão cultural a ser superada é a de confiança no diagnóstico do professor no caso da 
avaliação contínua, que por sua vez precisa produzir algum tipo de relatório de desempenho, seja 
com pequenos comentários na agenda ou de maneira mais formal, como comunicados, ou ainda 
através de portfolios e projetos. 
Não há dúvida que a tecnologia pode vir a nos ajudar na elaboração e criação de confiabilidade e 
“reliability” de uma prova, e também com os elementos que escolhemos para estes portfolios de 
avaliação contínua. 
O outro lado dessa questão cultural a ser superada é o lado da formação continuada do professor. 
Mesmo com a tecnologia e exames precisos, existem momentos num diagnóstico médico que a 
avaliação é subjetiva, e a gente precisa confiar no médico, na formação e atualização dele. É 
importante reconhecer que o professor precisa de uma boa formação e que ela seja continuada, 
assim como outros profissionais que também precisam de atualização para exercer com eficiência e 
competência a sua profissão. 
UMA DECISÃO CONJUNTA 
É necessário em todos os casos levar-se em conta a realidade administrativa da instituição: numero 
de alunos, objetivos, conhecimento técnico do professor, materiais, clientela, etc. 
Qualquer decisão nas formas de avaliação precisa envolver direção, professor, alunos e responsáveis 
(quando é o caso). Se entendermos que a forma atual de avaliação está ruim, todos precisam se 
comprometer com o processo de melhorá-la, e isso envolve uma mudança de atitude, às vezes até 
da própria direção da escola. Esse processo é longo, assim como todo processo de aprendizagem. 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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O que é a avaliação educacional em sentido amplo 
Uma das tarefas que mais realizamos na nossa vida cotidiana é a tarefa de avaliar, nos seus mais 
variados sentidos, que pode ir desde a análise simples de "que roupa usar para sair", avaliando se 
está frio ou calor, ou até mesmo que atividades desenvolveremos hoje. No nosso dia-a-dia, de acordo 
com as necessidades, possibilidades e desejos, estamos fazendo escolhas ou tomando decisões, 
caracterizando o que denominamos de uma avaliação informal. Esta é a avaliação que fazemos, 
quase que automaticamente, mas existe outro tipo de avaliação - avaliação formal ou sistemática - 
que é regulamentada por outros dados. Ela exige objetivos bem definidos, critérios selecionados e 
está direcionada para um processo ou um resultado de uma situação, atividade ou um dado 
específico, e deve levar em consideração o contexto onde ela se realiza. É neste tipo de avaliação 
que se insere a avaliação educacional. 
No sistema educacional, a avaliação é usada para a coleta de informação, necessária aos diversos 
componentes do sistema (os responsáveis pela determinação das políticas educacionais; os diretores 
de escolas; os professores; os alunos) em sua tomada de decisões. 
A avaliação educacional pode ser considerada como um dos temas que, ao serem abordados, 
sempre requerem um exercício de "olhar para o passado" para entender o que reserva o futuro. 
"Enfim, terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos 
caminhos a serem perseguidos" (Luckesi, 1995, p. 43). 
Os diversos conceitos de avaliação 
Começou-se a falar na avaliação aplicada à educação com Tyler (1949), considerado como o pai da 
avaliação educacional. Ele a encara como a comparação constante entre os resultados dos alunos, 
ou o seu desempenho e objetivos, previamente definidos. A avaliação é, assim compreendida, o 
processo de determinação da extensão com que os objetivos educacionais se realizam. 
Outros autores - Bloom, Hastings e Madaus (1971) - também relacionam a avaliação com a 
verificação de objetivos educacionais. Em funçãoda finalidade da avaliação, consideram três tipos de 
avaliação: uma preparação inicial para a aprendizagem, uma verificação da existência de dificuldades 
por parte do aluno durante a aprendizagem e o controle sobre se os alunos atingiram os objetivos 
fixados previamente. Os tipos de avaliação referidos representam, respectivamente, a avaliação 
diagnóstica, a avaliação formativa e a avaliação certificativa. 
Também Noizet e Caverni (1985) e Cardinet (1993) se referem à avaliação como um processo de 
verificação de objetivos, em que a produção escolar dos alunos é comparada a um modelo. Para o 
último autor, o processo de avaliação contribui para a eficácia do ensino, porque consiste na 
observação e interpretação dos seus efeitos. No limite, permite orientar as decisões necessárias ao 
bom funcionamento da escola. 
De Ketele (1993) referencia, também, a avaliação ao processo de verificação de objetivos 
previamente definidos. Segundo este autor, é no próprio processo de ensino-aprendizagem que surge 
a avaliação, funcionando como um mecanismo que verifica se os objetivos pretendidos são 
efetivamente atingidos. 
Atribuindo à descrição do processo um papel importante na avaliação, Stufflebeam (1985) refere que 
é preciso, primeiro, identificar as necessidades educacionais e só depois elaborar programas de 
avaliação centrados no processo educativo, para que seja possível aperfeiçoar este processo. O 
modelo C.I.P.P., sugerido por este autor, procura definir a avaliação como um processo racional onde 
existe um contexto (C), uma entrada ou input (I), um processo (P) e um produto (P). A informação 
recolhida com a avaliação permite aos agentes educativos reunirem dados para tomarem decisões, 
subsequentemente. 
Comparar a avaliação a um sistema de comunicação é a perspectiva apresentada por outros autores, 
como Cardinet (1993), que considera a avaliação como um sistema de comunicação entre 
professores e alunos, por meio de um processo sistemático de coleta de informação. 
Para além da verificação de objetivos, Scriven (1967) considera que na avaliação há uma descrição 
com um julgamento, ou seja, são apreciados os objetivos de ensino. Este autor foi o primeiro a definir 
os conceitos de avaliação formativa e somativa, que serão abordados mais adiante. 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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Perrenoud (1978, 1982), por seu lado, considera que a avaliação participa na gênese da 
desigualdade existente ao nível da aprendizagem e do êxito dos alunos. Segundo ele, avaliação 
escolar, na sua forma corrente, é uma avaliação de referência normativa. A função reprodutora da 
escola, para o autor, concretiza-se através de práticas avaliativas de referência normativa que 
reproduzem as desigualdades sociais. 
Entende-se, hoje, que a avaliação é uma atividade subjetiva, envolvendo mais do que medir, a 
atribuição de um valor de acordo com critérios que envolvem diversos problemas técnicos e éticos. 
Características e funções da avaliação 
A avaliação caracteriza-se de acordo com vários aspectos: 
Quanto à forma pode ser: (i) escrita, com respostas curtas (as que requerem a marcação de 
alternativas de respostas) ou discursivas (aquelas em que os alunos constroem e redigem uma 
resposta); (ii) oral; (iii) por observação e anotações sobre o objeto; (iv) por análise documental; (v) por 
monitoramento do objeto de estudo, estando ele sob influência da inserção ou retirada de um fator 
ambiental. 
Quanto às funções: 
De acordo com a sua finalidade, pode-se identificar os seguintes tipos de avaliação: 
• somativa - realizada em uma única oportunidade, relativa aos processos ocorridos num período 
de tempo passado; por isso também é uma avaliação final, cujas funções se destinam a verificar se 
os objetivos inicialmente estabelecidos são os resultados alcançados ao término de um processo, 
sendo que sua aplicação está geralmente voltada para a certificação, promoção ou seleção; 
• formativa - é contínua pois se realiza ao longo de todo o processo educacional e tem como 
finalidade permitir o acompanhamento e análise dos pontos fortes e fracos desse processo, para que 
se possa aperfeiçoá-lo quando ainda estiver ocorrendo. 
• diagnóstica - é inicial, quando aplicada no início do processo que se quer avaliar, tendo, por 
exemplo, a função de identificar o estágio de aprendizagem ou desenvolvimento em que os alunos se 
encontram, esclarecendo aquilo que eles já detêm dos pré-requisitos necessários ao ingresso numa 
nova etapa de ensino. Também pode ocorrer num momento durante o processo de ensino e 
aprendizagem quando, por exemplo, buscam-se as causas do fracasso que possa ocorrer na 
aprendizagem. 
Quanto a quem avalia: de acordo com quem a realiza, existem três tipos de avaliação: 
a autoavaliação, a heteroavaliação e a avaliação mista ou coavaliação: 
Autoavaliação: neste caso, quem emite o juízo de valor sobre o que é examinado é o próprio objeto 
da avaliação, ou seja, o avaliador é o próprio avaliado. 
A autoavaliação tem um enorme potencial formativo e permite que as pessoas e as organizações 
conheçam suas potencialidades e limitações, além de permitir a reflexão sobre a própria realidade, 
que é um passo essencial no processo de sua transformação. 
Por exemplo, a autoavaliação docente é um bom ponto de partida para a melhora dos processos de 
ensino-aprendizagem; a avaliação da aprendizagem pelos próprios alunos permite que eles 
descubram seus erros, o que gera mais facilmente o conflito cognitivo necessário para toda 
aprendizagem. 
A heteroavaliação: ao contrário da autoavaliação, a heteroavaliação é realizada por uma outra 
pessoa ou por uma equipe. Pode ser executada, por exemplo, pelo professor ao avaliar seus alunos, 
pelo diretor de uma escola ao avaliar o trabalho docente, por uma Secretaria Municipal ou Estadual 
de Educação ou mesmo pelo Ministério da Educação, ao avaliarem escolas ou redes. 
É muito útil para conhecimento de aspectos do processo com os quais os avaliadores e os avaliados 
estão muito envolvidos, pois o avaliador lança um olhar externo sobre o objeto da avaliação, podendo 
 FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO 
 
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assim contribuir com visões diferentes das do avaliado sobre a função da educação, os padrões de 
desempenho desejável e os métodos de avaliação. 
Como exemplo de heteroavaliações podem ser citadas as avaliações feitas pelos professores em 
sala de aula, os vestibulares, as avaliações dos sistemas nacionais de educação ou as de programas 
educacionais, entre outras. 
A coavaliação: neste processo participam tanto agentes externos (como os gestores e financiadores) 
quanto aqueles que executam quotidianamente a educação formal. Este tipo de avaliação possibilita 
a formulação de diferentes pontos de vista sobre a valoração do objeto avaliado e o contraste de 
resultados. 
A avaliação dos sistemas de ensino, por exemplo, deve se basear também na avaliação das escolas 
por si próprias. Neste caso, além de ser avaliada por agentes externos, cada escola deve se 
autoavaliar em função de seus programas, projetos, materiais pedagógicos, recursos, professores, 
gestão, pessoal de apoio, alunos e infraestrutura. "A avaliação deve passar de um discurso de 
descrição e julgamento para um discurso de diálogo" (Nevo, 1988). Toda a comunidade da escola 
deve ser preparada para poder combinar os produtos das heteroavaliações e autoavaliações. 
Principais características da avaliação e seus focos intra e extraescolares 
Principais 
características 
Avaliação com foco em objetos 
dimensionais no âmbito da escola 
Avaliação com foco em objetos 
dimensionais em âmbitos 
extraescolares 
Quanto à forma 
Geralmente realizada por meio de testes 
escritos ou orais, podendo ser utilizadas 
outras formas 
Na maioria das vezes é aplicada na 
forma de testes escritos e 
questionários socioeconômicos, 
mas também pode ser realizada de 
outras formas, como a investigação 
documental 
Quanto à função 
Geralmente a função somativa

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