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Zikavírus

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - DCB 
BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
ZIKA VÍRUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ILHÉUS - BAHIA 
2019 
 
2 
 
ADONAI LIMA 
AMANDA ARAÚJO 
DAIANA BARBOSA 
 
 
 
 
 
ZIKA VÍRUS 
 
 
 
 
 
TRABALHO APRESENTADO A 
PROFA. DRA MARGAREHT 
CARDOSO DA DISCIPLINA DE 
SOROLOGIA, VÁLIDO COMO 
INSTRUMENTO AVALIATIVO. 
 
 
 
 
 
 
ILHÉUS - BAHIA 
2019 
 
3 
 
Resumo: Um dos membros da família Flaviviridae, o Zika vírus é uma arbovirose 
cuja principal forma de transmissão se dá pelo mosquito Aedes. Descoberto no 
final da década de 1940 na África, somente em 2015 o Brasil teve os primeiros 
casos confirmados - um surto que levou o país a situação de alerta devido ao 
número expressivo de casos e associação a distúrbios neurológicos. O 
diagnóstico definitivo é necessário para a confirmação da doença, já que esta 
pode apresentar reatividade cruzada, típico de infecções causadas por flavivírus. 
A partir de fluidos biológicos como o sangue, pode-se realizar a RT-PCR em 
amostras de sangue; como também testes sorológicos. A pesquisa de anticorpos 
das classes M e G tem sido utilizada, entre outros testes. O tratamento é apenas 
sintomático e não há vacina. 
 
Palavras-Chave: Zika vírus, flavivírus, RT-PCR, anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1. Zika Vírus- Características Gerais...........................................................5 
2. Biossíntese Viral e Patogenia..................................................................6 
3. Transmissão..............................................................................................7 
3.1 Vetorial.................................................................................................7 
3.2 Perinatal...............................................................................................8 
3.3 Sexual...................................................................................................8 
3.4 Transfusão Sanguínea........................................................................8 
4. Manifestações Clínicas.............................................................................9 
4.1 Microcefalia..........................................................................................9 
4.2 Síndrome de Guillain-Barré................................................................9 
5. Diagnósticos.............................................................................................10 
5.1 Diagnóstico Laboratorial....................................................................10 
5.2 Diagnóstico Sorológico......................................................................12 
5.3 Diagnóstico Molecular........................................................................13 
6. Tratamento.................................................................................................14 
7. Considerações Finais...............................................................................15 
8. Referências................................................................................................16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Zika Vírus – Características Gerais 
 
O Zika vírus (ZIKV) é um arbovírus emergente constituído por RNA de fita 
simples, que utiliza a maquinaria celular para provocar a autofagia e apoptose 
das células infectadas, penetrando novas células. É um vírus do gênero 
Flavivírus, portanto, envelopado, pequeno e esférico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma característica marcante do vírus é que eles não podem se reproduzir 
sozinhos. Ao invés disso, eles precisam infectar células hospedeiras e 
“reprogramá-las” para se tornarem fábricas de produção de vírus. O vírus da Zika 
não é uma exceção. Ele não consegue se replicar sozinho, mas pode infectar e 
se reproduzir dentro de células de diversas espécies, incluindo de humanos, 
macacos e mosquitos. Apesar de não sabermos que tipo de células são alvo da 
Zika no corpo humano, estudos com culturas de células mostram que Zika pode 
infectar uma variedade de células do sistema imunológico encontradas na pele 
humana. 
Sua descoberta ocorreu no ano de 1947, de modo acidental em meio a 
uma série de estudos nas florestas africanas sobre a febre amarela, também 
pertencente à família Flaviviridae. Através de uma amostra de sangue de um 
macaco do gênero Rhesus que apresentava estado febril, o diagnóstico pôde ser 
confirmado e um novo vírus passa a ser descoberto: o Zika vírus (Santos, 2017). 
Com a abundância de um dos vetores de ZIKV (que também pode ser 
transmitido pelo Aedes albopictus e outros mosquitos do gênero), o Aedes 
aegypti, a doença se disseminou rapidamente nas Américas, mas foi para o 
Brasil (início de 2015) - após um surto de grande expressão numérica - que olhos 
do mundo inteiro se voltaram, mais precisamente, para a região nordeste: 
Figura 1 Imagem ilustrativa da partícula de Vírus do ZIKA 
 
6 
 
inicialmente para a cidade de Camaçari (Bahia); depois Natal (Rio Grande do 
Norte) e por fim, todo o estado de Pernambuco. O país emitiu um alerta à 
Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre uma possível associação do vírus 
com casos de microcefalia - um distúrbio genético incomum e com graves 
consequências. Diversos casos de abortos foram registrados. 
 
2. Biossíntese Viral e Patogenia 
 
 
Figura 2 Esquema ilustrativo da Biossíntese Viral do ZIKA vírus 
Uma vez que as partículas do vírus da Zika estão no corpo humano, elas 
precisam entrar em células individuais para se replicar e produzir mais vírus. A 
entrada na célula é possível porque a partícula do vírus da Zika carrega proteínas 
específicas no seu envelope externo que interagem com receptores das células 
humanas. Quando as proteínas virais se ligam aos receptores das células, elas 
"enganam" as células a absorver a partícula viral. 
 
7 
 
Dentro da célula, o genoma do RNA viral é liberado para o citoplasma, ou 
compartimento principal preenchido por fluido, da célula. Ali, a molécula de RNA 
é "lida" (traduzida) por enzimas na célula para produzir uma longa proteína, a 
qual é cortada em um número de proteínas menores. 
Algumas dessas proteínas são componentes estruturais necessários para 
fazer novas partículas virais, como o capsídeo e envelope proteicos. Outras 
proteínas virais copiam e processam o genoma do RNA. 
Proteínas virais e cópias do genoma do RNA viral se agregam na 
superfície do retículo endoplasmático (RE), um compartimento membranoso que 
é parte do sistema exportador da célula. Novas partículas virais saem do interior 
do RE, levando um pequeno fragmento da membrana do RE junto a elas. Esta 
membrana "roubada" formará o envelope viral. As partículas, então, viajam 
através de outra estrutura, o aparato de Golgi, onde são submetidas a mais 
processamentos antes de serem liberadas na superfície celular. Partículas virais 
lançadas podem infectar outras células, continuando o ciclo infeccioso. 
Estudos demonstraram que algumas células são permissivas à entrada 
do vírus, como fibroblastos da derme, células dendríticas imaturas, 
queratinócitos epiteliais, nodos linfáticos e circulação sanguínea. 
O Zika vírus possui tropismo pelo sistema nervoso central. E seus 
mecanismos de ação são a apoptose e autofagia, principalmente dos músculos, 
coração e SNC (feto). 
 
3. Transmissão 
 
O ZIKA vírus possui 4 formas de transmissão sendo essas: 
 
3.1 Vetorial 
O vírus Zika é usualmente transmitido ao homem pela picada de 
mosquitos do gênero Aedes, dentre eles, o Ae. africanus, Ae. apicoargenteus, 
Ae. vitattus, Ae. furcifer, Ae. luteocephalus, Ae. hensilli, e Ae. aegypti. A espécie 
Ae. hensilii foi a predominante na Ilha de Yap durante a epidemia de 2007. Nas 
Américas, o principal vetor é o Ae. aegypti (DIALLO et al., 2014;GRARD et al., 
2014; LEDDERMANN et al, 2014; MARCONDES; XIMENES, 2015). 
 
 
8 
 
3.2 Perinatal 
Há evidências de que a mãe infectada com o vírus Zika nos últimos dias 
de gravidez pode transmitir o vírus ao recém-nascido durante o parto. Besnard 
et al. (2014) detectaram o vírus no soro de dois recém-nascidos, utilizando a 
técnica de reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR), 
encontraram evidências de infecção pelo vírus Zika nos recém-nascido. 
Adicionalmente, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 
dezembro de 2015, emitiu um alerta epidemiológico após evidenciar um aumento 
no número de casos de microcefalia no Brasil. O vírus Zika foi detectado no 
líquido amniótico de duas mulheres grávidas cujos fetos apresentaram danos 
neurológicos sérios (BROWN, 2015). 
Zika: Abordagem Clínica na Atenção Básica 10 
3.3 Sexual 
Foy et al. (2011) mencionaram evidências clínicas e sorológicas de 
transmissão do vírus Zika por contato direto pessoa-pessoa. Trata-se de um 
cientista dos Estados Unidos (estado de Colorado) que contraiu o vírus em 2008, 
trabalhando na Vila de Bandafassi, região endêmica localizada em Senegal e 
que, posteriormente, ao voltar para casa transmitiu o vírus para a esposa 
provavelmente por contato sexual. Da mesma forma, Gourinat et al. (2015) e 
Musso et al. (2015) demonstraram a presença do vírus em sêmen de paciente 
de Taiti que apresentou sintomas compatíveis com infecção pelo Zika além de 
hematospermia (presença de sangue no esperma). O resultado sugere 
replicação viral no trato genital e a possibilidade de transmissão pela via sexual. 
 
3.4 Transfusão Sanguínea 
Musso et al. (2014b) detectaram vírus Zika através da técnica RT-PCR, 
em amostras de sangue de doadores que estavam assintomáticos para o 
momento da doação. Os resultados permitiram alertar as autoridades de saúde 
sobre o risco de transmitir o vírus através da transfusão de sangue. 
O vírus Zika foi isolado, pelo Instituto Adolfo Lutz e, confirmado pelo 
Instituto Evandro Chagas, de um paciente que recebeu uma transfusão 
sanguínea de um doador que estava em período de incubação do vírus. A 
possibilidade de o vírus Zika ser transmitido por sangue e hemoderivados levanta 
 
9 
 
a questão da inclusão desta arbovirose na triagem de doadores de sangue 
(Vasconcelos, 2015). 
 
4. Manifestações Clínicas 
 
 O período de incubação ocorre entre 3-7 dias, com curso clínico 
geralmente pouco significativo, pois cerca de 80% das pessoas são 
assintomáticas. Embora caminhe para uma evolução benigna, a doença pode 
ser caracterizada pelo surgimento de exantema maculopapular pruriginoso, 
coceira, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, 
mialgia, cefaleia e artralgia. Há relatos escassos de edema, dor de garganta, 
tosse, haematospermia e vômitos. As principais consequências da infecção por 
ZIKV são de fato, a SGB e a microcefalia. Entre as complicações não fetais 
identificadas estão as formas neurológicas por lesão direta do vírus, encefalite, 
meningoencefalite e mielite. Um caso de trombocitopenia pós-infecciosa com 
hemorragia cutânea foi reportado em paciente infectada no Suriname. 
Outras alterações observadas durante o curso da infecção são: 
• Leucopenia e Trombocitopenia; 
• Elevação de desidrogenase, gama GT. 
 
4.1 Microcefalia 
Ocorre quando o ZIKA vírus presente na gestante infectada passa pela 
placenta e vai então acometer o tecido cerebral de uma forma que vai 
desacelerar o crescimento dos neurônios e células que existem. E é essa 
alteração do crescimento cerebral que vai acabar causando uma alteração na 
taxa de crescimento do osso. 
 
4.2 Síndrome de Guillain-Barré 
Um fato curioso ocorreu em países que tiveram surto do ZIKV, houve 
aumento significativo nos casos de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) - doença 
neurológica e autoimune em que o sistema imunológico ataca as células do 
próprio organismo, causando fraqueza muscular e, geralmente, paralisia devido 
aos danos provocados à bainha de mielina. Esse aumento incomum 
desencadeou uma série de pesquisas relacionando o Zika vírus ao tal distúrbio. 
 
10 
 
Mas estudos continuam sendo realizados para entender melhor essa relação, já 
que essa síndrome também pode ocorrer devido a outras fontes de infecções 
(Centers for Disease Control and Prevention - CDC, 2019). 
 
5. Diagnósticos 
 
Diferenciar ZIKV de outras infecções virais como Dengue e CHIKV 
somente pelos sinais e sintomas é bastante difícil, algo que pode ser justificado 
pela reatividade cruzada - uma das características de infecções causadas por 
flavivírus (organismos imunologicamente e geneticamente relacionados). Por 
isso, o diagnóstico laboratorial é de grande importância para que a doença seja 
diagnosticada do modo adequado e preciso. 
 
5.1 Diagnóstico Laboratorial 
A investigação laboratorial é de grande importância em nos casos 
suspeitos de infecção pelo ZIKV, especialmente quando a doença evolui 
gerando complicações neurológicas nos pacientes, como a microcefalia e SGB; 
aborto espontâneo ou malformações fetais. No entanto, O diagnóstico do Zika 
vírus envolve complexidade, principalmente em áreas onde arboviroses como 
Dengue e CHIKV são endêmicas, o que torna necessário a realização de vários 
testes para um diagnóstico laboratorial definitivo. 
Atualmente, os métodos utilizados para realização do diagnóstico 
laboratorial de infecção pelo ZIKV incluem os sorológicos (imunorreação) e 
moleculares (genéticos). A depender do período em que a doença é descoberta, 
há uma forma de diagnóstico mais apropriada para detecção do vírus. 
A IgM e o teste com anticorpo neutralizante podem identificar infecção 
recente por ZIKV, mas o resultado pode ser de difícil interpretação devido à 
reação cruzada com outros flavivírus. A reatividade cruzada pode ser 
demonstrada ainda no ensaio inibitório de hemaglutinação. 
Com base em informações do CDC (2019), o teste de amplificação de 
ácido nucleico (NAAT) engloba os testes moleculares e é utilizado para detectar 
o material do genoma viral. O NAAT pode ser considerado o método preferido 
de diagnóstico porque é capaz de fornecer evidência confirmada de infecção, 
sendo mais informativo nas primeiras seis semanas após o início dos sintomas. 
 
11 
 
Porém, apesar de sua especificidade, resultados de NAAT falso-positivos podem 
ser relatados, mas são considerados raros. 
O ácido ribonucleico (RNA) viral pode ser detectado em diversas amostras 
infectada, como no exame de urina - identifica RNA viral em até 15 dias após 
iniciado quadro clínico, ainda que a viremia tenha cessado. É, portanto, uma 
possível alternativa para o diagnóstico tardio. À medida que a reação imune 
inicia, as concentrações de IgM aumentam no sangue enquanto o nível de RNA 
viral geralmente diminui. 
No caso das gestantes assintomáticas, o teste sorológico é o 
recomendado. Se o resultado for negativo, afasta-se a suspeita da infecção. 
Gestantes sintomática devem seguir a mesma orientação das outras pessoas, 
conforme o fluxograma elaborado pelo CDC. 
 
 
Figura 3– Algoritmo de teste para detecção do ZIKV em gestantes assintomáticas. Fonte: CDC 
 
A Organização Mundial da Saúde ressalta a importância de se investigar 
com maiores detalhes a presença do vírus nos diversos fluidos biológicos, para 
registro de dados. No entanto, é indispensável a coleta de amostras de sangue 
total, soro e urina nos doentes que se apresentem para os exames. 
 
 
 
12 
 
5.2 Diagnóstico Sorológico 
Em se tratando de amostras de pacientes com início dos sintomas 
superior a 7 dias, a sorologia se faz presente e é bastante indicada. Sua 
interpretação é indispensável para o diagnóstico do ZIKV. Teste sorológicos 
podem ser realizados através da pesquisa de anticorpos – IgM e IgG. Ambos 
são indicados para a população em geral, porém, o IgM costuma ser indicado 
paraavaliar a infecção por Zika vírus quando a realização do exame molecular 
não for viável; o enquanto IgG, logo após o período de viremia. 
O teste ELISA (Enzyme-linked Immunosorbent Assay), 
Imunocromotografia (teste rápido) ou a técnica de imunofluorescência podem 
detectar anticorpos IgM específicos para o ZIKV. Para isso, utiliza-se o soro de 
5 dias após os sintomas terem surgido. As amostras utilizadas são sangue total 
colhido num tubo seco e soro colhido em pacientes que se apresentem com 
sintomas ≥ 7 dias (OMS). 
Anticorpos neutralizantes podem ser determinados por meio de testes in 
vivo ou in vitro, através de técnicas como o teste de proteção em camundongos; 
e o teste de neutralização por redução de placas (PRNT) - ensaios quantitativos 
que medem os títulos de anticorpos neutralizantes específicos do vírus. Os 
PRNTs podem resolver resultados de anticorpos IgM falso-positivos causados 
por reatividade inespecífica e às vezes ajudam a identificar o vírus infectante. 
O teste sorológico do ZIKV é essencial no diagnóstico da SGB assim 
como de outras complicações neurológicas, pois costuma-se suspeitar de uma 
síndrome neurológica após passado o período de viremia. Assim, recomenda-
se a detecção de IgM por ELISA. 
 
5.3 Diagnóstico Molecular 
 Os testes moleculares evidenciam o ZIKV mais precocemente do que os 
exames sorológicos e são diretos, pois detectam a presença do vírus ainda no 
início dos sintomas clínicos e amplificam o seu RNA. O material coletado é o 
sangue total, soro colhido em tubo seco, esperma ou a urina. Para isso, a técnica 
utilizada é a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR), indicado 
para a população em geral. 
 
13 
 
 Como o período de viremia dura até 7 dias após o início dos sintomas, 
atingindo pico nos 4 primeiros dias, o ideal é que a coleta do sangue, por 
exemplo, ocorra até o 5º dia do surgimento da sintomatologia. Mostrando-se 
positivo a infecção é confirmada; mas após este período, o resultado pode ser 
negativo, o que não descarta a infecção pelo ZIKV. Então, a OMS recomenda 
que, o exame sorológico deve ser considerado como complementar e realizado 
para auxiliar no diagnóstico. 
Se o material coletado for a urina, o vírus pode ser detectado, por PCR, 
num período maior de tempo, até 15 dias após a infecção. Importante salientar 
que um teste molecular negativo não exclui o risco de infecção, sendo necessário 
realizar a pesquisa de anticorpos, em caso de suspeita clínica. 
As técnicas RT-PCR qualitativo e quantitativo são métodos rápidos, 
específicos e sensíveis na detecção inicial do ZIKV - detectam e quantificam da 
carga viral e as vantagens são boas: Rapidez, quantificação, baixa taxa de 
contaminação e fácil padronização. 
 
Figura 4 Fluxograma do teste molecular para a detecção do ZKV. 
 
 
14 
 
6. Tratamento 
 
De acordo com o Ministério da Saúde, quanto ao tratamento do Zika vírus 
ainda não há disponível vacina ou tratamento específico. Assim, para os casos 
sintomáticos deve ser recomendado o uso de medicamentos que aliviem os 
sintomas, como analgésicos, antitérmicos ou outros medicamentos que atuam 
no controle da febre e de dores. Na presença de erupções pruriginosas é 
aconselhável o uso de anti-histamínicos. 
Também deve ser recomendado repouso e ingestão de muito líquido, para 
que não haja desidratação, enquanto o uso de ácido acetilsalicílico ou qualquer 
outro tipo de droga anti-inflamatória deve ser evitado devido risco elevado de 
complicações hemorrágicas. No caso de sequelas mais graves é necessário o 
acompanhamento médico para avaliar o melhor tratamento a ser aplicado. As 
sequelas são tratadas em centros multiprofissionais especializados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
7. Considerações Finais 
 
O avanço nas pesquisas acerca do Zika vírus é cada vez mais notório, 
uma vez que é preciso elucidar todos os mecanismos pelos quais este flavivírus 
promove a infecção em seres humanos. Além disso, objetiva-se desenvolver um 
tratamento e vacina adequados a doença, um desafio a ser vencido. 
A boa notícia é que algumas barreiras, como uma sintomatologia 
inespecífica, que pode induzir a um diagnóstico clínico equivocado quando 
comparada a outras arboviroses como dengue ou CHIKV, começam a ser 
ultrapassadas, isto é, melhor entendidas. Mas vale lembrar que, o cuidado e a 
prevenção precisam ser mantidos - A Vigilância de Saúde, o corpo clínico e até 
mesmo a população em geral, devem permanecer atentas às complicações 
neurológicas que o ZIKV pode causar, como a SGB e a microcefalia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
8. Referências 
 
CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Zika Virus. Centers for Disease Control 
and Prevention: Testing for Zika Virus Infections. Page last reviewed: n. June 13, 
2019. 
GRANATO, C. A infecção pelo vírus Zika: novos desafios para o Infectologista, 
sociedade Paulista de Infectologia. Disponível em < 
http://infectologiapaulista.org.br/pdf/Zika-Sociedade-Paulista.pd > Acesso em 13 
de agosto de 2019. 
Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: < http://www.saude.gov.br/saude-de-
a-z/zika-virus > Acesso em: 14 de agosto de 2019. 
REV MED MINAS GERAIS. 2018; 28: e-1933 
SANTOS, T. F. dos. A FACE DAS PESQUISAS SOBRE O ZIKA VÍRUS, 2017. 
Transfusão de sangue pode transmitir vírus da dengue e da zika. Disponível 
em:<https://www.euroimmun.com.br/blog/88/Transfusao-de-sangue-pode 
transmitir-Virus-da-dengue-e-da-zika-EUROIMMUN-Brasil > Acesso em 13 de 
agosto de 2019. 
Vírus Zika e Microcefalia. Disponível em: <http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-
noticias/207-viruszika> Acesso em 13 de agosto de 2019. 
XAVIER, et al. Jornal Brasileiro de Patologia. Diagnóstico clínico e laboratorial 
da febre pelo vírus da zika: uma atualização. J. Bras. Patol. Med. Lab. [online]. 
2017, vol.53, n.4, pp.252-257. ISSN 1678-4774. 
http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/207-viruszika
http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/207-viruszika

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