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Toxicologia I Toxicologia Ambiental É a área da toxicologia que estuda os efeitos nocivos causados em organismos vivos pelas substâncias químicas presentes no meio ambiente. Embora seja comum relacionar efeitos tóxicos com a saúde humana, todos os organismos vivos são relevantes para o equilíbrio dos ecossistemas. Assim, a toxicologia ambiental se fundamenta em dois princípios básicos: (1) a sobrevivência da espécie humana depende do bem-estar dos outros organismos e da disponibilidade de ar, água e alimentos de qualidade; (2) tanto os agentes tóxicos de fontes antropogênicas como os de origem natural podem causar danos aos organismos. Contaminantes químicos ambientais podem afetar a saúde do homem de forma direta ou indireta. A poluição ambiental abrange uma série de aspectos, que vão desde a contaminação do ar, da agua e do solo até a desfiguração da paisagem, erosão de monumentos e edificações, além da contaminação de alimentos. É importante lembrar que os compartimentos ambientais são intimamente relacionados entre si; assim, dependendo de suas características físico-químicas, uma substância lançada na atmosfera pode, por exemplo, sedimentar- se no solo e ser lixiviada para um corpo de água, ou ainda, pode ser transportada por longas distâncias pelos ventos. As fontes de poluição ambiental podem ser de origem natural (fenômenos da natureza, como atividade vulcânica, incêndios florestais não causados pelo homem, etc.) ou antropogênica (atividades humanas domésticas, urbanas ou industriais, como esgoto, lixo e queima de combustível, ou ainda agropecuárias, como queimadas, fertilizantes e praguicidas). POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Uma fina camada de gases chamada atmosfera envolve o nosso planeta e permanece em contato com a superfície da terra por gravidade. Essa camada é dividida em troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera, ionosfera e exosfera. A troposfera é a responsável pelo clina e na qual o efeito estufa acontece, além de representar a maior parte da massa da atmosfera. Nessa camada, o ar é composto por nitrogênio (78,08%), oxigênio (20,95%), argônio (0,93%), dióxido de carbono (0,03%) e outros gases, além de vapor de água, em concentrações variáveis que dependem da localidade e da hora do dia. Porém, devido a fenômenos naturais ou processos antropogênicos, os níveis desses gases no ar estão em constante alteração, pela liberação de SO2, H2S, CO e outros. Essa alteração qualitativa ou quantitativa na composição dos gases da troposfera é conhecida como poluição atmosférica. CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES O nível de poluição do ar é medido pela quantidade de substâncias poluentes existentes na troposfera. Esses poluentes podem ser classificados em: PRIMÁRIOS: lançados diretamente da fonte de emissão, sendo responsáveis por mais de 98% da poluição do ar dos principais centros urbanos do mundo. Ex.: monóxido de carbono, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos, materiais particulados e óxidos de nitrogênio. SECUNDÁRIOS: aqueles formados na atmosfera pela reação química entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera, como o oxônio, presente em baixas altitudes, ácido sulfúrico, nitratos de peroxiacila, etc. FONTES EMISSORAS A maior parte da poluição do ar nos grandes centros urbanos é produzia pelas queimas de combustíveis fósses nas indústrias (fontes estacionárias) e pelos veículos automotores (fontes móveis). Outras fontes podem ser processos ou atividades industriais, queima de lixo, além de incêndios florestais, queimadas etc. EFEITOS TÓXICOS DOS POLUENTES Os efeitos nocivos causados pelos contaminantes do ar são difíceis de ser estabelecidos, pois as condições de exposição e as respostas individuais são muito variadas. Podem ocorrer episódios de intoxicação aguda em casos acidentais ou em situações desfavoráveis a dispersão dos poluentes; mas, geralmente, os efeitos observados são decorrentes da exposição por longos períodos. Os principais tipos de efeitos tóxicos apresentados pela população exposta são: AGUDOS: lacrimejamento, dificuldade de respirar, diminuição da capacidade física, etc. CRÔNICOS: alteração da acuidade visual, alteração da ventilação pulmonar, asma, bronquite, doenças cardiovasculares, enfisema pulmonar e câncer pulmonar. Os grupos mais susceptíveis são idosos, crianças, gestantes, portadores de doenças respiratórias e cardiovasculares. AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO DO AR É considerado um poluente atmosférico toda forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos em legislação e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e a flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. A avaliação da qualidade do ar pode ser realizada em nível local, regional, nacional e internacional por meio de estimativas das emissões de poluentes, do uso de modelos matemáticos e de medidas das concentrações ambientas dos principais poluentes. A monitorização ambiental das concentrações de poluentes é um dos procedimentos utilizados para o controle da qualidade do ar. Normas nacionais e internacionais definem padrões de qualidade do ar e estabelecem valores-limite (concentração máxima permitida de um contaminante atmosférico compatível com a proteção à saúde e bem-estar das pessoas) para os poluentes considerados prioritários, visando evitar ou minimizar os efeitos tóxicos e os prejuízos ambientais e econômicos desses agentes. No Brasil, em 1990, foram regulamentados em âmbito nacional alguns parâmetros de qualidade do ar por meio da Resolução n. 003 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA. Essa legislação estabelece os padrões primários e secundários para partículas totais em suspensão (PTS), fumaça, partículas inaláveis (MP10), dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Ainda segundo essa resolução, são padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, se ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Esses padrões devem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. Padrões secundários são as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano a fauna e flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Esses padrões podem ser entendidos como níveis desejados de concentrações de poluentes, constituindo-se em uma meta de longo prazo. O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para politicas de prevenção da degradação da qualidade do ar em áreas de preservação, como parques nacionais, enquanto que os padrões primários se aplicam, pelo menos em curto prazo, às áreas de desenvolvimento. Há diversos fatores que dificultam o estabelecimento desses padrões de qualidade, sendo os principais: suscetibilidades individuais, heterogeneidade da população, dificuldades em reproduzir condições ambientais em experimentos laboratoriais e avaliação da toxicidade pós- exposição a múltiplos agentes químicos. O monitoramento da qualidade do ar tem como principais objetivos avaliar a qualidade do ar em relação aos limites legais, visando garantir a saúde e o bem-estar da população; fornecer subsídios para ações de controle, durante períodos em que os níveis de poluentes na atmosfera possam representar riscos à saúde publica; fornecer informações que possam indicar impactos sobre a fauna, a flora e o meio ambiente; acompanhar as alterações e as tendências da qualidade do ar no decorrer do tempo; auxiliar no planejamento de ações de controle da poluição; e manter a população, os órgãos públicos e a sociedade informadossobre os níveis da contaminação do ar. A monitorização é, então um esforço multidisciplinar e multiprofissional, com participação da química (dispõe de métodos para determinação qualitativa e quantitativa de contaminantes, além de informar sobre as possíveis interações) meteorologia (informa as condições de estagnação de massas de ar e estuda a dispersão de contaminantes a partir de suas fontes), toxicologia (informa sobre efeitos tóxicos de concentrações conhecidas de contaminantes em animais experimentais e no homem), epidemiologia (estabelece correlação entre saúde de populações e níveis conhecidos de contaminação aos quais estão expostas) e economia (avalia tanto o custo da contaminação, como danos à saúde humana e colheitas, corrosão de materiais, etc., e também o custo do controle da contaminação). PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS 1. Monóxido de Carbono (CO): é um gás inodoro e incolor, classificado toxicologicamente como asfixiante químico por agir na formação de carboxiemoglobina (COHb), que interfere no transporte de O2, levando a anóxia tecidual. Produto da combustão incompleta, suas principais fontes são os veículos automotores, sistemas de aquecimento, usinas termoelétricas a carvão, queima de biomassa, queima de tabaco e churrasqueiras, além de algumas fontes naturais como atividade vulcânica, descargas elétricas durante tempestades e emissão de gás natural. A avaliação e controle da poluição desse agente pode ser feito por monitorização ambiental, com os padrões de qualidade para o CO estabelecidos pela resolução n.003 CONAMA, e por monitorização biológica, através do indicador biológico de exposição (IBE) para CO, que é a COHb no sangue. A concentração normal de COHb em indivíduos não fumantes é aproximadamente 0,5%, devido a produção endógena de CO durante o catabolismo do heme. O limite biológico de exposição (LBE) proposto pela Environmental Protection Agency (EPA) é 2% de COHb, enquanto que a OMS recomenda o limite de 2,5% a 3% para a população exposta não fumante. 2. Compostos de Enxofre (SOX): o dióxido de enxofre (SO2) é um gás incolor ou amarelado, com odor característico de enxofre e muito irritante quando em contato com superfícies úmidas, pois se transforma em SO3 e passa rapidamente para acido sulfúrico (H2SO4), que se deposta na água e solo. O SO2 é um poluente primário clássico associado à presença de enxofre em combustíveis fosseis como carvão e petróleo As principais fontes são automóveis, usinas termoelétricas, fundições, produção de acido sulfúrico e papel, além de fontes naturais como erupções vulcânicas e oxidação de gases enxofre produzidos principalmente pela decomposição de plantas. Uma vez inalado, o SO2 dissolve-se na camada de muco que revesto o epitélio das vias áreas e se transforma em acido sulfúrico, sulfitos, bissulfitos e sulfatos. Dessa forma, a maior parte do SO2 inalado por uma pessoa é retido nas vias áreas superiores. Em concentrações baixas a longo prazo, o SO2 está relacionado com maior mortalidade e morbidade por doenças respiratórias, principalmente asma brônquica, bronquite crônica e agravamento de doenças cardiovasculares. A exposição humana a altas concentrações pode acarretar irritação da mucosa respiratória, levanto a inflamação, hemorragia e necrose, A resposta primária a inalação do gás causa bronconstrição reflexa e reversível, levando ao aumento da resistência ao fluxo respiratório por causa do estreitamento das vias aéreas. O H2SO4, contaminante secundário, além de irritar as vias áreas superiores, pode causar bronquite crônica. A monitorização ambiental é feita por meio de padrões de qualidade para o SO2, estabelecidos pela resolução n.003 CONAMA, e, por se tratarem de substâncias irritantes, não se tem indicadores biológicos de exposição utilizados na monitorização biológica. 3. Material Particulado (MP): é uma mistura variada de partículas solidas e liquidas em suspensão no ar. Atualmente, é classificado em MP10 (partículas inaláveis <10 m), MP2,5 (partículas finas <2,5 m) e MP0,1 (partículas ultra finas <0,1 m). Os tipos de material particulado são: POEIRAS: partículas sólidas geradas por desagregação mecânica, ou seja, a poeira tem a composição química do material que lhe dá origem. O diâmetro é variável desde 0,001 a 100 m. Ex.: poeiras de sílica, de asbesto (amianto), de algodão, talco, etc. FUMOS: partículas sólidas gerados em processos de combustão, sublimação, fundição, etc., ou seja, as partículas sólidas resultantes são diferentes do material que lhes dá origem. Possuem diâmetro menor que 0,1 m, é importante lembrar que a poeira impressiona e suja mais que o fumo, mas o risco de intoxicação por fumo é maior. Ex.: fumos de metais. FUMAÇAS: partículas líquidas e sólidas formadas pela combustão incompleta de matéria orgânica. Possuem diâmetro menor que 0,5 m, podendo atingir os alvéolos pulmonares. NÉVOAS: partículas líquidas obtidas por processos mecânicos quaisquer. O diâmetro é muito variável, dependo do sistema. Ex.: spray. NEBLINAS: partículas líquidas obtidas por condensação de vapores. Ex.: neblina de ácido sulfúrico por aquecimento de cubas eletrolíticas contendo o ácido. A toxicidade das partículas depende do seu tamanho e da sua composição química. O MP10 e o MP2,5 são considerados especialmente perigosos, pois atingem diferentes níveis do trato respiratório, além da variação em sua composição química. Partículas maiores que 10 m são efetivamente retidas pelo nariz e nasofaringe, sendo removidas com o muco. Aquelas com diâmetro aproximado de 2,5 m podem ser depositadas na arvore traqueobrônquica. Partículas menores que 1 m se depositam na porção terminal dos brônquios e nos alvéolos, podendo ser absorvidas e atingir a circulação sistêmica. À medida que se depositam no trato respiratório, essas partículas passam a ser removidas pelos mecanismos de defesa, como o espirro e o movimento ascendente do aparelho muco ciliar, enquanto que aquelas que atingem porções mais distais das vias áreas são fagocitadas pelos macrófagos alveolares. A monitorização ambiental dos MP é através de padrões de qualidade para partículas totais em suspensão (PTS), partículas inaláveis MP10 e fumaça, estabelecidos pela resolução n.003 CONAMA 4. Compostos de Nitrogênio (NOX): o dióxido de nitrogênio (NO2) é um gás marrom-avermelhado, com forte odor e muito irritante. Os óxidos de nitrogênio (NOX) são formados por reações de oxidação atmosféricas do nitrogênio durante a combustão. Suas principais fontes estão relacionadas a processos de combustão envolvendo veículos automotores, processos industriais, usinas térmicas a base de óleo ou gás, incineração e também pela oxidação de fertilizantes a base de nitrogênio. Além de fontes naturais, como certas bactérias que emitem grande quantidade de óxido nítrico na atmosfera. A maior parte dos compostos de nitrogênio é emitida na forma não toxica de oxido nítrico (NO) que, na sequencia, sofre oxidação na atmosfera, formando o real poluente NO2. A presença de NO2 na atmosfera pode levar à formação de ácido nítrico, nitratos, ozônio (O3) e outros compostos orgânicos tóxicos. O NO2, quando inalado, atinge porções periféricas dos pulmões devido ao seu caráter lipofílico, e seus efeitos tóxicos estão relacionados ao seu poder oxidante. Os principais efeitos tóxicos do NO2 são irritação das vias áreas, enfisema pulmonar a longo prazo e, em intoxicações agudas, edema pulmonar. Está relacionado as infeções respiratórias, ao aumento da sensibilidade à asma e à bronquite, e à formação de nitrosaminas carcinogênicas nos pulmões. É ainda capaz de oxidar componentes teciduais, como proteínas e lipídios, e de suprimir sistemas antioxidantes, protetores dos organismos. O NO2 pode ser transformado em ácido nítrico (HNO3), que também é irritante para o trato respiratório e um os componentes da chuva ácida. A monitorização ambiental do NO2 éatravés de padrões de qualidade, estabelecidos pela resolução n.003 CONAMA, enquanto que não há indicadores biológicos de exposição. 5. Hidrocarbonetos (HC): formam uma classe de poluentes que, assim como seus derivados, estão associados ao aumento da incidência de diversos tipos de câncer no humano. São gerados tanto por fontes naturais com antrópicas, por meio de síntese por bactérias, plantas e fundos, ou durante a queima incompleta de matéria orgânica naturalmente presente no meio ambiente, ou relacionado a uma serie de atividades humanas, como produção de carvão, indústrias petroquímicas, produção e derramamento de óleos combustíveis e emissões veiculares. São importantes agentes que participam na formação de oxidantes fotoquímicos tóxicos. Os oxidantes fotoquímicos são contaminantes secundários produzidos por reações envolvendo NO2 e HC catalisadas pela radiação ultravioleta, tendo como principal exemplo o ozônio (O3), que é o mais abundante, seguido de peroxiacilnitrato (PAN) e alguns aldeídos. O ozônio é um potente agente oxidante e citotóxico, que pode afetar a saúde da população, irritando os olhos e o sistema respiratório, levando à perda da função pulmonar. Devido sua baixa solubilidade em água, o 03 costuma atingir facilmente os alvéolos, produzindo efeitos tóxicos com mudanças irreversíveis na estrutura dos pulmões e levando a doenças crônicas como enfisema e bronquite. Exposição aguda pode levar a peroxidação lipídica e causar edema pulmonar. Enquanto que PAN e aldeídos são hidrossolúveis e causando irritação de vias áreas superiores e olhos. A monitorização ambiental do 03 é através de padrões de qualidade, estabelecidos pela resolução n.003 CONAMA, enquanto que não há indicadores biológicos de exposição. FENÔMENOS ATMOSFÉRIOS E POLUIÇÃO DO AR Inversão Térmica: nos primeiros 10 km da atmosfera, o ar vai se resfriando com o aumento da altitude. Dessa forma, o ar nas camadas inferiores é mais quente e, portanto, menos denso e tende a subir para as camadas mais elevadas. Assim, ocorre um movimento ascendente do ar quente e descendente do ar fio, que é mais sendo. Esses movimentos ocorrem normalmente e, graças a eles, os poluentes podem subir juntamente com o ar e dispersar-se nas camadas superiores. A inversão térmica é uma condição meteorológica que ocorre quando uma cama de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento ascendente do ar. Nesse caso, o ar abaixo dessa camada fica mais frio, portanto, mais denso, dificultando a dispersão de poluentes. É importante salientar que a inversão térmica é um fenômeno natural, que não causa poluição, ou seja, não causa problemas, mas, quando ocorre na presença de poluentes, estes não se dispersam e se acumulam, dando origem à paisagem característica de grandes centros urbanos em dias secos de inverno. Smog: o termo surgiu da associação das palavras smoke (fumaça) + fog (neblina). O fenômeno significa um acúmulo de poluentes no ar, causado por inversão térmica, por condições topográficas, ou por persistência de sistemas atmosféricos de alta pressão. Há dois tipos característicos de smog, o redutor e o oxidante. O smog oxidante, também chamado de smog tipo Los Angeles, é rico em óxidos de nitrogênio, aldeídos, ozônio e PAN, resultantes da ação da luz sobre o NO2. Cidades com trafego pesado, clima seco e ensolarado, são mais suscetíveis à formação do smog oxidante. O smog redutor, também denominado smog tipo Londres, é rico em óxidos de enxofre e fuligem, provenientes principalmente da queima de carvão. Chuva Ácida: atividades como a queima de carvão e de combustíveis fósseis, além de outras atividades industriais, lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Ao se combinarem com moléculas de agua presentes na atmosfera sob forma de vapor, esses gases formam acido sulfúrico ou ácido nítrico, tendo como resultado as chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina carregadas de ácidos, ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem cadeias alimentares destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações. Os efeitos nocivos diretos sobre o homem ainda não estão totalmente elucidados. Aparentemente, a chuva ácida pode causar irritação do trato respiratório e das membranas mucosas, além de liberar metais tóxicos que estavam adsorvidos ao solo, podendo contaminar rios e plantações. Redução da camada de Ozônio: o ozônio (O3) é uma espécie de oxigênio altamente reativa que compõe a camada que envolve a terra, protegendo a terra contra radiação ultravioleta. Porém, compostos como clorofluorcarbonos (CFCs) podem causar diminuição do O3 da estratosfera. Esses compostos eram utilizados, na década de 1930, em diversas aplicações industriais, como propelentes de aerossóis, gases de refrigeração, fluidos de ar condicionado, etc. Os CFCs são altamente estáveis, pouco reativos, não inflamáveis e não tóxicos, que, ao serem liberados na troposfera, atingem a estratosfera muito lentamente, e podem permanecer até 75 anos na atmosfera. Esses compostos sofrem ação da radiação ultravioleta e liberam cloro altamente reativo, que reage com o O3 presente na atmosfera, de modo que uma única molécula de CFC é capaz de destruir muitas moléculas de O3. A Environmental Protection Agency (EPA) estima uma redução de 10% da camada de O3 até a metade desse século, o que causaria certa de dois milhões de casos de câncer de pele a mais por ano. Além disso, haveria prejuízos na agricultura e na vida aquática. Um encontro realizado em Montreal, em 1986, resultou em um tratado que reduz a produção e o uso de CFCs, assinado por 36 países, entre eles o Brasil.
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