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FACULDADE ANHANGUERA DE BRASILIERA DIREITO PENAL 2º Bimestre –Matéria Arts. 155 a 211 do Código Penal Dia 27 a 29 /11/2017 - As avaliações oficiais (provas) deverão ter:a) 50% questões de baixa complexidade;b) 30% questões de média complexidade; c) 20% questões de alta complexidade. CÓDIGO PENAL TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO CAPÍTULO I - DO FURTO Furto Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repousonoturno. § 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juizpode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ouaplicar somente a pena de multa. § 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenhavalor econômico. Furto qualificado § 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículoautomotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) § 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for desemovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local dasubtração. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.330, de 2/8/2016) Furto de coisa comum Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, aquem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. § 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excedea quota a que tem direito o agente. CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO Roubo Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante graveameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido àimpossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, empregaviolência contra pessoa ou grave ameaça, afim de assegurar a impunidade do crime ou adetenção da coisa para si ou para terceiro. § 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece talcircunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado paraoutro Estado ou para o exterior; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.(Inciso acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete aquinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, semprejuízo da multa. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) Extorsão Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com ointuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que sefaça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego dearma, aumenta-se a pena de um terço até metade. § 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º doartigo anterior. § 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essacondição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6(seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-seas penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. (Parágrafo acrescido pela Leinº 11.923, de 17/4/2009) Extorsão mediante sequestro Art. 159.Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (“Caput” do artigo com redaçãodada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990) § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado émenor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bandoou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº10.741, de 1/10/2003) § 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Parágrafo com redaçãodada pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990) § 3º Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Parágrafo com redação dadapela Lei nº 8.072, de 25/7/1990) § 4º Se o crime é cometido em concurso, ou concorrente que o denunciar àautoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a doisterços(Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990 e com nova redação dada pelaLei nº 9.269, de 2/4/1996) Extorsão indireta Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação dealguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contraterceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. CAPÍTULO III - DA USURPAÇÃO Alteração de limites Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinalindicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º Na mesma pena incorre quem: Usurpação de águas I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; Esbulho possessório II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso demais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. § 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. § 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente seprocede mediante queixa. Supressão ou alteração de marca em animais Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,marca ou sinal indicativo de propriedade: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. CAPÍTULO IV - DO DANO Dano Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Dano qualificado Parágrafo único. Se o crime é cometido: I - com violência a pessoa ou grave ameaça; II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constituicrime mais grave; III -contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionáriade serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Inciso com redação dada pela Lei nº 5.346, de 3/11/1967) IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima; Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da penacorrespondente à violência. Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, semconsentimento de quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa. Dano em coisa de valor artística, arqueológico ou histórico Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridadecompetente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Alteração de local especialmenteprotegido Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de localespecialmente protegido por lei: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Ação Penal Art. 167. Nos casos do art. 163, do n. IV do seu parágrafo e do art. 164,somente se procede mediante queixa. CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA Apropriação indébita Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena § 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. Apropriação indébita previdenciária Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidasdos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional; Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. §1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada àprevidência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, aterceiros ou arrecadada do público; II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integradodespesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valoresjá tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social; §2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa eefetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informaçõesdevidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início daação fiscal. §3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multase o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida adenúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ouinferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo omínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.983,de 14/7/2000) Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, casofortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre: Apropriação de tesouro I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, daquota a que tem direito o proprietário do prédio; Apropriação de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridadecompetente, dentro do prazo de quinze dias. Art. 170. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, §2º. CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES Estelionato Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meiofraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. § 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz podeaplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. § 2º Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheiacomo própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável,gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediantepagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outromodo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar aalguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o própriocorpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haverindenização ou valor de seguro; Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, oulhe frustra o pagamento. § 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento deentidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social oubeneficência. Estelionato contra idoso § 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.(Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.228, de 28/12/2015) Duplicata simulada Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda àmercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (“Caput” do artigo comredação dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterara escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº5.474, de 18/7/1968) Abuso de incapazes Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ouinexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindoqualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio oude terceiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Induzimento a especulação Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou dasimplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ouà especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Fraude no comércio Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ouconsumidor: I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada oudeteriorada; II - entregando uma mercadoria por outra: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ousubstituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; venderpedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de outra qualidade: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. § 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Outras fraudes Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se demeio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: Pena - detenção de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz pode,conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospectoou em comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição dasociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crimecontra a economia popular. § 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economiapopular: I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto,relatório, parecer,balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsasobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou emparte, fato a elas relativo; II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsacotação das ações ou de outros títulos da sociedade; III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, emproveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização daassembleia geral; IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, açõespor ela emitidas, salvo quando a lei o permite; V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita empenhor ou em caução ações da própria sociedade; VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, oumediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios; VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiadocom acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer; VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionarno país, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. § 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionistaque, afim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações deassembleia geral. Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant" Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo comdisposição legal: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Fraude à execução Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificandobens, ou simulando dívidas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa. CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO Receptação Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveitopróprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé,a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (“Caput” do artigo com redaçãodada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) Receptação qualificada § 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, emproveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa quedeve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Parágrafo com redação dada pelaLei nº 9.426, de 24/12/1996) § 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) § 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entreo valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meiocriminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Parágrafocom redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) § 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autordo crime de que proveio a coisa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 5.346, de 03/11/1967 ecom nova redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) § 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo emconsideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se odisposto no § 2º do art. 155. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) § 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado,Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, apena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Parágrafo acrescido pela Lei nº9.426, de 24/12/1996) Receptação de animal Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ouvender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável deprodução, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Artigo acrescido pela Leinº 13.330, de 2/8/2016) CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos nestetítulo, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - do ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, sejacivil ou natural. Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime previsto nestetítulo é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego degrave ameaça ou violência a pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60(sessenta) anos. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.741, de 1/10/2003) TÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL Violação de direito autoral Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (“Caput” do artigocom redação dada pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) § 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucrodireto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação,execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ouexecutante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Parágrafo com redaçãodada pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) § 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ouindireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem emdepósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação dodireito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor defonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem aexpressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Parágrafo comredação dada pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) § 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibraótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quemformula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa,conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma,ou de quem os represente: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Parágrafo com redaçãodada pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) § 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção oulimitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previstona Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma,em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) Usurpação de nome ou pseudônimo alheio Art.185.(Revogado pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) Art. 186. Procede-se mediante: (“Caput” do artigo com redação dada pela Leinº 10.695, de 1/7/2003) I - queixa,nos crimes previstos no caput do art. 184; (Inciso acrescido pela Leinº 10.695, de 1/7/2003) II - ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º doart. 184; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) III - ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor deentidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista oufundação instituída pelo Poder Público; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) IV - ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no §3º do art. 184. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO Art.187. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 188. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 189. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 190. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 191. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 194. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) CAPÍTULO IV - DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL Art. 196.(Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) TÍTULO IV - DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Atentado contra a liberdade de trabalho Art. l97. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ounão trabalhar durante certo período ou em determinados dias: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente àviolência; II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar deparede ou paralisação de atividade econômica: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondenteà violência. Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta Art. 198. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrarcontrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria primaou produto industrial ou agrícola: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente àviolência. Atentado contra a liberdade de associação Art. 199. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participarou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente àviolência. Paralisação de trabalho seguida de violência ou perturbação da ordem Art. 200. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticandoviolência contra pessoa ou contra coisa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente àviolência. Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho éindispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. Paralisação de trabalho de interesse coletivo Art. 201. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocandoa interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem Art. 202. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola,com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fimdanificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Frustração de direito assegurado por lei trabalhista Art. 203. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pelalegislação do trabalho: Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente àviolência. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) § 1º Na mesma pena incorre quem: I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento,para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediantecoação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. (Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoitoanos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho Art. 204. Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa ànacionalização do trabalho: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente àviolência. Exercício de atividade com infração de decisão administrativa Art. 205. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Aliciamento para o fim de emigração Art. 206. Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los paraterritório estrangeiro. Pena: detenção, de um a três anos e multa. (Artigo com redação dada pela Leinº 8.683, de 15/7/1993) Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional Art. 207. Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outralocalidade do território nacional: Pena - detenção de um a três anos, e multa. (“Caput” do artigo com redaçãodada pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade deexecução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança dequalquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao localde origem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoitoanos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) TÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO ECONTRA O RESPEITO AOS MORTOS CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou funçãoreligiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiarpublicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço,sem prejuízo da correspondente à violência. CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único. Se há emprego de violência a pena é aumentada de um terço,sem prejuízo da correspondente à violência. Violação de sepultura Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Destruição, subtração ou ocultação de cadáver Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Vilipêndio a cadáver Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. TRABALHO: 01 Trabalho a ser entregue ATÉ a próxima aula TODO ELE MANUSCRITO: Regras: a)Vale o trabalho inteiro, 0,25 (vinte e cinco décimos). b) Só terá direito o aluno que o fizer completo, ou seja, respondendo todas as indagações com justificativas e entregando-o, PELO AVA (por intermédio de escaneamento do documento ou fotostiradas de celular), impreterivelmente, ATÉ a data marcada, sob pena de preclusão. c) Esse trabalho faz parte da nota. Ao todo serão 06 (seis), com a mesma pontuação, somando ao final 1,5 (um ponto e meio). d) Farei perguntas sobre o conteúdo em cada encontro, valendo 1,5 (um ponto e meio) a resposta correta, totalizando 3,0 (três pontos) – o que corresponde a 30% da prova bimestral. Questões: 01) Discorra sobre as teorias da contrectatio, illactio, amotio e ablatio; Resp. São teorias explicativas da consumação dos crimes de furto e roubo. O crime de furto consuma-se quando a coisa é retirada da esfera de disponibilidade da vítima e passa para o poder do agente, ainda que por breve período, sendo prescindível a posse pacífica da res pelo sujeito ativo do delito. O crime de roubo consuma-se com a inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 1 – Contrectatio:A consumação ocorre quando o agente toca na coisa com a finalidade de subtraí-la, mesmo sem removê-la do local. 2 – Illactio:Para que o crime se consuma, é necessário que a coisa seja levada para o local desejado pelo agente e mantida a salvo. Antes de ocorrer esse locupletamento do bem, o crime seria tentado. 3 – Amotio:O crime se consuma quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que não haja posse mansa e pacifica ou que dure curto espaço de tempo. Não é necessário que o bem saia da esfera patrimonial da vitima. 4 – Ablatio:Consuma-se o crime quando a posse da coisa encontra-se em poder do agente de forma pacífica e segura, podendo ser transportada de um lugar para outro. 02) Quais são os requisitos para aplicação do princípio da insignificância? Quais são para o furto privilegiado? Diferencie-os. Resp. 1. Princípio da insignificância: a) mínima ofensividade da conduta;b) a ausência de periculosidade social da ação;c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento d) a inexpressividade da lesão jurídica 2. Furto privilegiado: a) a primariedade do agente; b) a res furtiva deve ser considerada de pequeno valor que, pela reiterada jurisprudência dos tribunais, foi fixado o teto do salário mínimo vigente à época do delito. 3. Diferença - O princípio da insignificância é causa de reconhecimento de atipicidade da conduta, não causa dano ao patrimônio, sendo injustificável a imposição de pena. O furto privilegiado, uma vez admitido, resulta na redução da pena, não excluindo o crime nem sua tipicidade, sendo justificável a imposição de pena pelo dano ao bem jurídico. Art. 155, § 2º/CP – Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminui-la de um a dois terços, ou aplicar somente de pena de multa. 03) Quais são as diferenças entre furto e roubo e extorsão? Resp. No furto (art. 155/CP), o agente subtrai a coisa alheia sem o uso de violência física,de forma velada, sendo o mal instantâneo,simples, comum e admite tentativa. No roubo(art. 157/CP), o agente subtrai a coisa alheiacom o uso violência física, de forma ostensiva, sem a participação da vítima, sendo o mal iminente, o proveitocontemporâneo e a vantagemimediata acerca do quanto exigido. Na extorsão (art. 158/CP),o agenteconstrange a vítima mediante violência ou grave ameaça a vítima a fazer (ou deixar de fazer) alguma coisa para um benefício econômico.Omal é prometido e a vantagem do agente depende da conduta da vitima, tratando-se de crime formal, consumando-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. 04) Quando se dá o momento consumativo nas várias espécies de qualificadoras do crime de furto? Explique. Resp. Quando a coisa sai da esfera de disponibilidade e proteção do sujeito passivo e ingressa na disponibilidade do sujeito ativo, nos termos do art. 155, §§ 4º, 5º e 6º do CP. Ou seja: 1 - destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 2 - abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 3 - emprego de chave falsa; 4 - concurso de duas ou mais pessoas; 5 -subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado oupara o exterior; 6 - subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. 05) Qual ou quais as diferenças entre furto com fraude e estelionato? Resp. Ambos são crimes contra o patrimônio, de ação penal pública incondicionada. No furto, a fraude funcionada como qualificadora empregada antes ou durante a consumação do delito para reduzir a vigilância da vítima ou de terceiro, permitindo ou facilitando a subtração, sem a percepção da vítima, imperando na ação a vontade do agente ativo (art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal). No estelionato, a fraude como funciona como elementar antecedendo o apossamento da coisa, utilizada para induzir a vítima ou terceiro em erro, mediante falsa percepção da realidade, para a entrega espontânea da coisa, imperando na ação as vontades de ambos os sujeitos(art. 171, do Código Penal).. 06) Quais são as elementares do crime de furto de coisa comum? Resp. a) - Subtração (dolo genérico); b) - Coisa, coisa móvel (objeto subtraído); c) - Coisa alheia (que não pertence ao agente); d) - Para si ou para outrem (dolo específico). 07) Cite as diferenças entre roubo próprio e impróprio e violência própria e imprópria; Resp. Roubo: a) - próprio quando o emprego daviolência ou grave ameaça à pessoa própria ou impropria, ocorre antes ou durante a subtração, a fim depermitir posse do bempelo criminoso (art. 157, caput, §2º); b) - impróprio quando emprego da violência ou grave ameaçasomente à pessoa própria, ocorre depois da subtração, a fim de assegurar a detenção da coisa ou garantir a impunidade do agente(art.157, §1º/CP). Violência: a) - própria quando se utiliza a força física contra a vítima; b) - imprópria quando o constrangimento é feito por outros meios, como o uso de substâncias psicoactivas ou o hipnotismo; 08) Quando se dá o momento consumativo nas várias causas de aumento de pena no crime de roubo? Resp. Quandoreunidos ao fato, os elementos de sua definição legal, na forma do art. 157, §§ 2º e 3º do CP. qual seja: 1- se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 2 - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 3 - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece talcircunstância; 4 - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado paraoutro Estado ou para o exterior; 5- se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; 6 -Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 09) Quando se dá o momento consumativo nas várias hipóteses de latrocínio? Resp. Em quatro situações: a) - Situação 1:Ação com subtração consumada e morte consumada, resulta em latrocínio consumado; b) - Situação 2:Ação com subtração tentada e morte tentada, resulta em latrocínio tentado; c) - Situação 3:Ação com subtração tentada e morte consumada, resulta em latrocínio consumado; d) - Situação 4:Ação com subtração consumada e morte tentada, resulta em latrocínio tentado. 10) Discorra sobre o roubo e princípio da insignificância. Resp. O roubo encontra-se no rol dos crimes considerados complexos, consuma-se com a inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada,sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. Quanto ao principio da insignificância, não há como aplica-lo ao delito de roubo, pois a gravidade que envolve sua execução não pode ser rotulada como mínima ou insignificante, descabendo a afirmação do desinteresse estatal, sua repressão justifica a rigorosa atuação do Direito Pena. O STJ, em jurisprudência de 04/10/2012, afirma ser inviável reconhecer aplicação do princípio da insignificância para crimes praticados com violência ou grave ameaça, incluindo o roubo. Questões cobradas na primeira avaliação QUESTÕES de 01 a 20 (0,3 – três décimos, cada). 1) Amável Sovaco de Gambar, morador de Taguatinga-DF., com vinte anos de idade, induz Marciano Bundasseca, de vinte e cinco anos de idade e inimputável, e Jacinto Rego, de trinta anos de idade e imputável, a praticarem suicídio por enforcamento. No instante do fato, Marciano Bundasseca pratica em si o enforcamento, enquanto Jacinto Rego, sem força suficiente, pede que Amável Sovaco de Gambar segure a corda, no que é atendido. Marciano Bundasseca e Jacinto Rego vêm a óbito em razão da situação narrada. Quais os delitos praticados por Amável Sovaco de Gambar? a) Homicídio em relação a Marciano Bundasseca e homicídio em relação a Jacinto Rego. b) Homicídio em relação a Marciano Bundasseca e auxílio ao suicídio em relação a Jacinto Rego. c) Auxílio ao suicídio em relação a Marciano Bundasseca e homicídio em relação a Jacinto Rego. d) Auxílio ao suicídio em relação a Marciano Bundasseca e auxílio ao suicídio em relação a Jacinto Rego. e) As alternativas a, b, c e d são incorretas. 02) Barrigudinha Assada, estagiária do TJDFT, ao chegar à própria casa depois do colégio, encontra seu pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente produzido por disparo de arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda respirando. Desesperada, corre até a casa de seu tio Janeiro Calças Curtas, cunhado da vítima, solicitando ajuda. Como houvera uma rusga entre Janeiro Calças Curtas e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio, limitando-se a dizer à sobrinha: “tomara que morra”. Barrigudinha Assada, então, vai à casa de um vizinho, que se compromete a ajudá-la. Ao retornarem ao local do fato, encontram a vítima ainda viva, mas dando seus últimos suspiros, vindo a óbito em menos de um minuto. Do momento em que Barrigudinha Assada viu a vítima ferida até sua morte não transcorreram mais do que quinze minutos. Realizado o exame cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria inexoravelmente fatal, ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. Nesse contexto, com base nos estudos sobre a omissão e acerca do bem jurídico-penal, é correto afirmar que a conduta de Janeiro Calças Curtas caracteriza: a) homicídio qualificado. b) induzimento. instigação ou auxílio ao suicídio. c) homicídio culposo. d) conduta atípica. e) omissão de socorro. 03) Tendo em vista o conteúdo trabalhado em sala de aula, analise os itens e assinale a quantidade de itens errados. I - O perdão judicial em caso de homicídio culposo dado a um dos réus atinge os demais em concurso de pessoas. II - Num pacto de morte entre Caio e Mévio, este última com treze anos de idade, havendo a morte de Mévio, responde Caio pela forma qualificada do artigo 122, Induzimento, instigação ou auxílio material ao suicídio. III - É possível participação no auxílio material ao suicídio. IV - O nosso sistema penal reconhece a forma privilegiada do infanticídio, ainda que “honoris causa”. V - O aborto se consuma com a expulsão do feto. a) Um. b) Dois. c) Três. d) Quatro. e) Cinco. 04) Primavera Catarina, funcionária da empresa Pão Dourado, sediada em Águas Claras-DF., de 19 anos de idade, após manter um relacionamento ocasional com Rolando Leite, de 40 anos de idade, acaba engravidando. Após esconder a gestação durante meses de sua família e ser desprezada por Rolando Leite, que disse que não assumiria qualquer responsabilidade pela criança, Primavera Catarina entra em trabalho de parto durante a 40a semana de gestação em sua residência e sem pedir qualquer auxílio aos familiares que ali estavam, acaba parindo no banheiro do imóvel. A criança do sexo masculino nasce com vida e Primavera Catarina, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém-nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas depois. Neste caso, à luz do Código Penal, Primavera Catarina cometeu crime de: a) homicídio culposo. b) homicídio doloso. c) aborto. d) lesão corporal seguida de morte. e) infanticídio. 05) Restos Mortais Escadabaixo, em razão da condição de sexo feminino, efetua disparo de arma de fogo contra sua esposa PáliaPélia, perceptivelmente grávida, todavia atingindo, por falta de habilidade no manejo da arma, Otávio Oliveira Quatro, um vizinho, que morre imediatamente. Desconsiderando os tipos penais previstos no Estatuto do Desarmamento e levando em conta apenas as informações contidas no enunciado, é correto afirmar que Restos Mortais Escadabaixo praticou crime(s)de: a) feminicídio majorado. b) aborto, na forma tentada, e homicídio. c) homicídio culposo, feminicídio majorado, na forma tentada, e aborto, na forma tentada. d) aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado. e) homicídio culposo e aborto, na forma tentada. 06) Inaugurando o capítulo II, do Título I, da Parte Especial, há o preceito primário da lei penal incriminadora previsto no artigo 129 do Código Penal brasileiro, que possui como rubrica marginal do crime o título: “lesão corporal”, que é a ofensa à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser classificada em leve, grave ou gravíssima, a depender dos preceitos derivados. Analise as assertivas abaixo. I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias serão consideradas graves. II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função serão consideradas graves. III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas. IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão consideradas leves. Está correto o que se afirma em a) I, II, III e IV. b) I, apenas. c) IV, apenas. d) III, apenas. e) I e III, apenas. 07) Relembrando os conceitos estudados em sala de aula, relativamente ao crime de perigo de contágio venéreo é INCORRETO afirmar que: a) se a vítima já está contaminada, o crime é impossível por absoluta impropriedade do objeto; b) o exercício da prostituição por um dos sujeitos não exclui o delito; c) para a configuração do delito não é necessário o contágio, bastando a exposição; d) o consentimento do ofendido nas relações sexuais, sabendo do risco de contaminação, mesmo sendo grave a doença, exclui a responsabilidade penal. 08)Abrilina das Dores Conjugais, moradora do Riacho Fundo I, com 19 anos, estava cuidando de suas irmãs mais novas, Luma e Luna, enquanto a mãe viajava a trabalho. Na tarde desse dia, Abrilina das Dores Conjugais recebeu uma ligação dos amigos, que a chamou para sair com o objetivo de comemorar o início das férias. Certo de que não se demoraria, Abrilina das Dores Conjugais deixou as crianças, ambas com 4 anos, brincando sozinhas no quintal de casa, que era grande, tinha muitos brinquedos e uma piscina. Ocorre que Abrilina das Dores Conjugais bebeu demais e acabou perdendo a hora, chegando em casa tarde da noite, extremamente alcoolizada. As meninas ficaram sem alimentação durante todo o tempo e ainda sofreram com várias picadas de pernilongos. Com base na situação apresentada, é correto afirmar que Abrilina das Dores Conjugais praticou crime: a) de lesão corporal leve por meio de omissão imprópria.b) de perigo para a vida ou saúde de outrem. c) de abandono de incapaz, com causa de aumento de pena. d) previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. 09) Patrick Percival, profissional da área de saúde, antigo enfermeiro do Hospital Santa Marta-DF., foi contratado para cuidar de um homem muito idoso. Certo dia, deixou o idoso sentado em uma praça pública para pegar sol. Em determinado momento, o idoso saiu andando, pensando que tinha sido esquecido pelo cuidador. Patrick Percival ficou inerte ao ver o idoso cruzar a rua próxima, mesmo vendo avançar um veículo, que estava a toda marcha, concebendo-se, portanto, o propósito de deixá-lo morrer, o que ocorreu. Patrick Percival: a) não praticou crime algum, pois não houve nexo de causalidade da sua conduta e a morte do idoso. b) praticou crime de omissão de socorro, com pena triplicada pela morte. c) praticou crime de homicídio doloso na modalidade omissão imprópria. d) praticou o crime de omissão de socorro (artigo 135 do CP) na modalidade omissão imprópria. e) praticou crime de homicídio culposo na modalidade omissão própria. 10) Analisando o mundo jurídico penal, precisamente o ordenamento brasileiro, é crime expressamente previsto no CDC, sancionado com pena de detenção e multa correspondente ao dobro do valor cobrado ao consumidor, a exigência de cheque-caução, nota promissória ou qualquer outra garantia, assim como a imposição de preenchimento de formulários administrativos, como condição de atendimento médico-hospitalar emergencial. ( ) Certo. (X) Errado. 11) Dissemos em nosso penúltimo encontro, que a Rixa é considerada por muitos doutrinadores como o último resquício de responsabilização objetiva no Código Penal, em razão de punir o participante, com pena de detenção de seis meses a dois anos, se houver a morte de algum contendor (rixa qualificada). A respeito do crime de rixa, quando ocorre a sua forma tentada? a) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando um dos rixosos desiste de participar do conflito; b) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando a maioria dos rixosos propõe a cessação do conflito; c) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando os rixosos não conseguem consumá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade; d) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando todos os rixosos desistem de prosseguir no conflito; e) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando os rixosos abandonam o local do conflito. 12) Leão Prematuro, após ingerir pequena quantidade de bebida com teor alcoólico, inicia uma discussão com sua colega de trabalho, Acheropita Antenas Longas, grávida de 6 meses. Após se sentir ofendido verbalmente, Leão Prematuro obtém uma barra de madeira e desfere alguns golpes contra Acheropita Antenas Longas apenas no intuito de feri-la fisicamente, e não ao seu feto. Acheropita Antenas Longas foi, então, socorrida e levada ao pronto-socorro pelo corpo de bombeiros. Constatou-se no hospital a interrupção da gravidez pela morte do feto no ventre de Acheropita Antenas Longas em função das agressões sofridas pela mãe. Nessa situação, Leão Prematuro deverá ser enquadrado no crime de a) homicídio. b) infanticídio. c) maus-tratos. d) lesão corporal gravíssima. e) aborto provocado por terceiro. 13) Percorrendo os primeiros artigos incriminadores do Código Penal, encontramos o crime de Maus-tratos. Este delito tem pena aumentada de 1/3 (art. 136, §3o do CP) se a) praticado contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. b) resulta em lesão corporal, ainda que leve. c) o agente prevalece-se de relações familiares ou domésticas. d) praticado contra pessoa menor de 14 anos. e) praticado por agente público. 14) Fechada Demais Oliveira, ao passear pelo parque de Taguatinga-DF, enquanto conversava com Mévio, afirmou categoricamente que presenciou quando Tício explorava jogo do bicho, no dia 09/09/2017. No dia seguinte, Fechada Demais Oliveira contou para Caio que Tício era um “furtador”. Tício toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado(a) e nega tudo o que foi dito por Fechada Demais Oliveira, ressaltando que ela só queria atingir sua honra. Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, imputando a Fechada Demais Oliveira a prática de: a) 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia. b) 1 crime de difamação e 1 crime de injúria. c) 2 crimes de calúnia. d) 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria.Parte inferior do formulário 15) Inocêncio Sanguessuga, candidato ao governo do GDF, durante o horário de propaganda eleitoral em rede televisiva, proferiu as seguintes palavras: “O atual governador, Regoroxo Coitadinho, candidato à reeleição, que se mostra defensor da família, posando com esposa e filhos nas redes sociais, foi flagrado na semana passada entrando em um motel com seu assessor, Sextavado Pinto! É esse tipo de governante que você quer?” A partir do caso exposto, assinale a opção que indica o delito praticado por Inocêncio Sanguessuga. a) Difamação, previsto no Código Eleitoral. b) Difamação, previsto no Código Penal. c) Injúria, previsto no Código Eleitoral. d) Injúria, previsto no Código Penal. 16)O dicionário Aurélio registra que “sigilo” é sinônimo de segredo e refere-se ao “sigilo profissional” como sem do o “dever ético que impede a revelação de assuntos confidenciais ligados à profissão”. Podemos ir mais além, dizer que sigilo profissional trata do mantimento de segredo para informação valiosa, cujo domínio de divulgação deva ser fechado, ou seja, restrito a um cliente, a uma organização ou a um grupo, sobre a qual o profissional responsável possui inteira responsabilidade, uma vez que a ele é confiada a manipulação da informação. A Seção IV dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos, Art. 154 do Código Penal prevê que “violação do segredo profissional”... Assinale a alternativa que completa corretamente a sentença anterior. a) É subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. b)É abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou indus trial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo. c) É revelar a alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, oficio ou profissão, e cuja revelação posse produzir dano a outrem. d)É quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida à terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas. 17)Himineu Rei da Televisão, objetivando passear com a bicicleta de Mijardino, desfere contra este um soco. Mijardino cai, Himineu Rei da Televisão pega a bicicleta e a utiliza durante todo o resto do dia, devolvendo-a ao anoitecer. Considerando os dados acima descritos, assinale a alternativa correta. a) Himineu Rei da Televisão praticou crime de roubo com a causa de diminuição de pena do arrependimento posterior. b) Himineu Rei da Televisão praticou atípico penal. c) Himineu Rei da Televisão praticou constrangimento ilegal. d) Himineu Rei da Televisão praticou constrangimento legal com a causa de diminuição de pena do arrependimento posterior. 18) O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime: a) continuado e de perigo. b) permanente e de dano. c) permanente e de perigo. d) continuada e de dano. e) habitual e de perigo. 19) Com relação ao crime de redução a condição análoga à de escravo, assinale a opção correta. a) Não é possível que tal crime seja praticado na forma tentada, uma vez que o tipo penal prevê a habitualidade da conduta do agente. b) Caso a conduta seja praticada contra criança,adolescente, idoso ou pessoa portadora de deficiência física ou mental, haverá causa específica de aumento de pena. c) A tipificação da conduta, no caso desse crime, está vinculada à submissão da vítima a trabalhos forçados ou jornada exaustiva. d) O bem jurídico protegido é a liberdade individual da vítima, que se vê impedida de exercer seu direito de ir e vir, não se tratando de crime contra a organização do trabalho. (Decisão do STJ – 2017 - Contrária) e) Esse crime classifica-se como crime comum, visto que não se exige, para a sua configuração, característica específica do sujeito ativo, mas apenas do sujeito passivo, que é sempre o trabalhador. 20) Assinale a alternativa que contempla uma hipótese de violação de domicílio. a) Pafúncio e Marocas, casados, em virtude de um desentendimento, resolvem se separar, após o que, conforme acordado entre ambos, Pafúncio deixa o lar conjugal para morar em outra casa. Semanas depois, embora já proposta a ação de divórcio, Pafúncio retorna ao imóvel e ali se instala sem a ciência de Marocas, que naquele momento viajava com o novo namorado. b) Clarabela. ao passear pelas ruas internas de um condomínio de casas, no qual entrou regularmente, percebe um canteiro de rosas no jardim de um dos imóveis. Como o jardim não é murado, delimitado por cercas ou possui qualquer outro obstáculo ao livre acesso de pessoas, Clarabela nele ingressa, de lá colhendo uma muda de flor para levar consigo. c) Jeremias, após o trabalho, por volta das 18h, notando que não chegará a tempo para ver o jogo televisionado de seu time de coração, entra no saguão de um hotel, misturando-se a hóspedes e funcionários, pois ali há um telão transmitindo a partida. d) Ferdinando. fotógrafo, é contratado para trabalhar em um evento privado. No dia agendado, erra o endereço e ingressa - de forma não autorizada - no aniversário de Violeta. Instado pelos seguranças a deixar o local, ainda desconhecendo seu equívoco, Ferdinando se recusa a sair, o que só acontece com a chegada da polícia militar. e) Acácio, andarilho, entra em um apartamento de propriedade de Nestor, o qual se encontra vazio e destinado à locação. Embora sua intenção inicial fosse apenas pernoitar no imóvel, Acácio decide fazer do local sua nova moradia. 21) Em uma discussão de futebol, Pernionguildo e Necrotério Silva, em comunhão de ações e desígnios, chamaram Elvis Presley de “ladrão” e “estelionatário”, razão pela qual Elvis Presley formulou uma queixa-crime em face de ambos. No curso da ação penal, porém, Pernionguildo procurou Elvis Presley para pedir desculpas pelos seus atos, razão pela qual Elvis Presley expressamente concedeu perdão do ofendido em seu favor, sendo esse prontamente aceito e, consequentemente, extinta a punibilidade de Pernionguildo. Elvis Presley, contudo, se recusou a conceder o perdão para Necrotério Silva, pois disse que não era a primeira vez que o querelado tinha esse tipo de atitude. Considerando apenas as informações narradas, responda aos itens a seguir. Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. A) (Valor: 0,5) Qual o crime praticado, em tese, por Pernionguildo e Necrotério Silva? R= Ambos praticaram o crime de Injúria, prevista no Art.140, do Código Penal. B) (Valor: 0,5) Que argumento poderá ser formulado pelo advogado de Necrotério Silva para evitar sua punição? R= Como houve perdeu em favor de Pernionguildo, deveo benefício ser estendido a Necrotério Silva (Art. 106/CC e Art. 56/CPP). NOTA a) Código Penal - Art. 106. O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; III - se o querelado o recusa, não produz efeito. § 1º Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. § 2º Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória. b) CPP - Art. 56: Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. UNIDADE 3.3 PEÇA PROFISSIONAL : Em 10 de janeiro de 2012, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do crime de furto qualificado por abuso de confiança, haja vista ter alegado o Parquet que a denunciada havia se valido da qualidade de empregada doméstica para subtrair, em 20 de dezembro de 2011, a quantia de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio, presidente da maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo. A denúncia foi recebida em 12 de janeiro de 2012, e, após a instrução criminal, foi proferida, em 10 de dezembro de 2014, sentença penal julgando procedente a pretensão acusatória para condenar Eliete à pena final de dois anos de reclusão, em razão da prática do crime previsto no artigo 155, §2º, inciso IV, do Código Penal. Após a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça entendeu por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha. Novamente realizada a instrução criminal, ficou comprovado que, à época dos fatos, Eliete havia sido contratada por Cláudio havia uma semana e só tinha a obrigação de trabalhar às segundas, quartas e sextas-feiras, de modo que o suposto fato criminoso teria ocorrido no terceiro dia de trabalho da doméstica. Ademais, foi juntada aos autos a comprovação dos rendimentos da vítima, que giravam em torno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais. Após a apresentação de memoriais pelas partes, em 9 de fevereiro de 2016, foi proferida nova sentença penal condenando Eliete à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas razões de decidir, assentou o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em que se abusa da confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena deveria ser distanciada do mínimo. Ao final, converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, consubstanciada na prestação de 8 (oito) horas semanais de serviços comunitários, durante o período de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses em instituição a ser definida pelo juízo de execuções penais. Novamente não houve recurso do Ministério Público, e a sentença foi publicada no Diário Eletrônico em 26 de maio de 2016. Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de Eliete, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa do acusado. Inclua, em seu texto, a fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas possíveis e date no último dia do prazo para protocolo, considerando que a intimação tenha ocorrido no dia 26/5/2016, quinta-feira, dia de Corpus Christi. (Valor: 5,0). RESPOSTA: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIAL DETAGUATINGA - DF ELIETE, já qualificada nos autos do Processo-crime nº. 0001-2012, que lhe move o Ministério Público do Distrito Federal, neste ato representado por seu advogado, que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que a condenou como incursa nas penas do art. 155, § 4º, II, do Código Penal, convertida no disposto do Art. 43, inc. IV, do Código Penal vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento no art. 593, I, do Código de Processo Penal. Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça. Nestes termos, Pede deferimento. Taguatinga - DF, 05 de junho de 2016. Advogado – OAB RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO APELANTE: Eliete APELADO:Ministério Público do Distrito Federal PROCESSO Nº. 0001-2012 Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça. Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo juiz “a quo”, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra a Apelante, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I – DOS FATOS A apelante, Eliete, foi denunciada por ter, supostamente, praticado o delito de furto qualificado por abuso de confiança (art. 155, § 4º, II, do CP) contra Cláudio. Segundo consta da denúncia, a denunciada teria se aproveitado da profissão de empregada doméstica da vítima para furtar a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais), condição pessoal esta que, conforme a acusação, implicaria a qualificação do delito por abuso de confiança. O crime teria ocorrido em 20 de dezembro de 2011, sendo a denúncia oferecida em 10 de janeiro de 2012 e recebida em 12 de janeiro de 2012. Em 10 de dezembro de 2014 foi prolatada sentença para condenar a apelante à pena de 02 (dois) anos de reclusão, em razão da prática do crime previsto no art. 155, § 2º, IV, do CP. Da sentença foi interposto recurso de apelação exclusivo da defesa, pleiteando a anulação de toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha. O Tribunal de Justiça julgou procedente o recurso para anular a sentença. Após a realização da instrução criminal, com a oitiva da referida testemunha e juntada de comprovação de rendimentos mensais da vítima, e apresentação de memoriais, foi proferida, em 09 de fevereiro de 2016, nova sentença penal condenando Eliete à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão (art. 155, § 4º, II/C.P.), convertida em restritivas de direitos (art. 43, inc. IV/C.P.), consubstanciada na prestação de 08 (oito) horas semanais de serviços comunitários, durante o período de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses em instituição a ser definida pelo juízo de execuções penais. De acordo com as razões de decidir, a pena-base foi exasperada do mínimo sob o fundamento do abuso de confiança configurar circunstância judicial desfavorável. II – DO DIREITO a) Nulidade da sentença Em um primeiro momento a ré fora condenada à pena privativa de liberdade de 02 (dois) anos de reclusão. De tal decisão interpôs-se recurso de apelação, pleiteando a anulação da sentença, por cerceamento de defesa. Ressalte-se que o Ministério Público dela não recorreu. Analisando o recurso exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça julgou-o totalmente procedente para anular a decisão de primeiro grau. Após nova instrução, o juiz “a quo” prolatou nova decisão, condenando a ré à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Dessa decisão interpôs-se o presente recurso, também exclusivo da defesa. Do exposto observa-se um claro equívoco na dosimetria da pena, uma vez que a segunda sentença majorou a pena em relação à sentença anterior. A pena foi alçada de 02 (dois) anos para 02 (anos) e 06 (seis) meses de reclusão. A técnica estaria correta se não fosse a ausência de recurso da acusação na primeira sentença. Vale lembrar que o juiz está atrelado ao recurso exclusivo da defesa, não sendo permitida a piora da situação do réu (art. 617 do CPP), sob pena de se desestimular a interposição de recursos e se ferir o sistema acusatório. Deste modo, com apoio na jurisprudência dos tribunais superiores e na doutrina, a sentença que majorar a pena em relação à sentença anteriormente anulada, por recurso de apelação exclusivo da defesa, implicará o fenômeno processual da “reformatio in pejus” indireta, cujo efeito também será a nulidade da decisão. b) Prescrição da pretensão punitiva retroativa Com a nulidade da sentença, o magistrado estará limitado à fixação da pena definitiva em, no máximo, 02 (dois) anos de reclusão, lembrando ser esta a sanção aplicada na primeira sentença anulada. Tudo isso se justifica para evitar a reprovável “reformatio in pejus” indireta, consoante já afirmado no tópico anterior. Com efeito, a prescrição retroativa (art. 110, §1º, do CP), que é contada do trânsito em julgado para a acusação caminhando em direção às causas interruptivas a ela anteriores, será verificada com o transcurso de tempo superior a quatro anos, porquanto os dois anos de pena imposta prescrevem em quatro anos, nos termos do art. 109, V, do CP. Como já transcorreram mais de quatro anos entre a primeira causa interruptiva da prescrição, o recebimento da denúncia (art. 117, I, do CP), datada de 12 de janeiro de 2012, e a presente data, vez que a sentença a ser anulada deixará de constituir marco interruptivo do lapso prescricional, resta a declaração da prescrição da pretensão punitiva retroativa, por ser o prazo superior a quatro anos. Ademais, mesmo se levando em consideração o prazo da sentença a ser anulada, verificar-se-á superado o lapso prescricional para a decretação da extinção da punibilidade (art. 107, IV, do CP). c) Atipicidade material (princípio da insignificância) Com base nas lições de CEZAR ROBERTO BITENCOURT, o princípio da insignificância foi cunhado por ClausRoxin - 1964. A tipicidade penal exige ofensa de gravidade ao bem jurídico protegido, pois nem sempre qualquer ofensa a esse bem ou interesses é suficiente para configurar o injusto típico.Amiúde, condutas que se amoldam a determinado tipo penal, sob o ponto de vista formal, não apresentam relevância material. A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XXXIX, legitima o princípio da insignificância, enunciando que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, seguido pelo Código Penal em seu art. 13, caput, do Código Penal, expressando na relação de casualidade que o crime para existir precisa de resultado no sentido jurídico e normativo, para que haja efetiva ofensividade ao bem jurídico penalmente tutelado. O Supremo Tribunal Federal assentou o princípio da insignificância: a) mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. Para caracterizar-se o crime de furto, necessário de faz que o bem jurídico patrimônio seja afetado de alguma forma com a subtração do bem em si mesmo. Assim, se o bem em questão não possui valor econômico algum, não há tipicidade material no fato narrado na denúncia, embora reprovável, e passível de ser questionado na esfera cível sob diversos aspectos (STJ, HC 47121/DF , Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T ., DJe 1º/12/2008, RT v . 882, p. 541). O ínfimo valor da res furtiva, sem qualquer repercussão no patrimônio da vítima, à míngua de efetiva lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 155 do CP, não repercute na ordem jurídica a ensejar a reprimenda estatal, pois a irrelevância do resultado implica o reconhecimento da atipicidade da conduta, afetando materialmente a estrutura do delito. Para a doutrina, a tipicidade material consiste na avaliação da existência ou não de lesões significativas ao bem jurídico protegido pelo tipo penal. Aqui reside a excludente de tipicidade princípio da insignificância. O objeto do delito seria a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais), valor este de pequena monta quando comparado ao patrimônio da vítima, ocupante do cargo de presidente da maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo. Para ir além do âmbito das presunções, juntou-se aos autos a comprovação dos rendimentos da vítima, que giram em torno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais (doc. pág.). Nessas circunstâncias, é absolutamente razoável que o juiz quando do recebimento da denúncia, examine se o ato no seu todo tem significado para gerar umprocesso penal, e considerando que nos autos há prova objetiva e induvidosa de que o furto é de valor de R$50,00, podendo ser considerado como irrelevante para configurar http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 a tipicidade material do delito do art. 155 do CP, porque em verdade o bem jurídico não chegou a ser lesado. Sendo assim, a sentença “a quo” deve ser reformada para absolver a apelante, com espeque na ausência de justa causa em razão de atipicidade do fato (art. 386, III, do CPP), visto ser a conduta causadora de lesão insignificante, vislumbrada da comparação do valor do objeto (cinquenta reais) com os rendimentos mensais da vítima (cinquenta mil reais). d) Desclassificação da conduta para furto simples privilegiado (art. 155, “caput” e §2º, do CP) A apelante, conforme já afirmado, foi condenada à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses pela prática de furto qualificado pelo abuso de confiança, cuja pena mínima é de 02 (dois) anos (art. 155, § 4º, II, do CP). A “ratiodecidendi” para a qualificação do crime escorou-se no fato de a ré exercer a profissão de empregada doméstica na residência da vítima. Tal condição, nos termos da acusação, facilitaria a empreitada criminosa, sendo merecedora de maior reprimenda. Todavia, o simples fato de a autora ser empregada doméstica e ter acesso à casa da vítima não importa na qualificadora de abuso de confiança, ainda mais quando a ré acaba de ser contratada. O pouco tempo de serviço ficou consignado e comprovado na instrução criminal. Eliete foi contratada por Cláudio havia uma semana e só tinha a obrigação de trabalhar às segundas, quartas e sextas-feiras, de modo que o suposto fato criminoso teria ocorrido no terceiro dia de trabalho da doméstica. Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a simples condição de empregada doméstica não configura, por si só, a qualificadora de abuso de confiança, sendo necessária a análise do caso concreto. Nesses termos, pode-se extrair do julgado que o abuso de confiança da empregada doméstica será vislumbrado por meio do tempo de serviço prestado à vítima bem como pelo grau de intimidade e confiança depositado pelo patrão em seu empregado. Em conclusão, o pouco tempo de serviço afasta a incidência da qualificadora, devendo ser o delito desclassificado para furto simples (“emendatiolibelli” – art. 383 do CPP), cuja pena mínima é de 01 (um) ano. Dessa forma, a apelante passa a ter direito subjetivo à suspensão condicional do processo, instituto despenalizador com previsão legal no art. 89 da Lei 9.099/95. Ademais, a apelante preenche os requisitos para a causa de redução de pena em razão do pequeno valor da coisa furtada, podendo o juiz, neste caso, substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa (art. 155, § 2º, do CP). e) Punição excessiva da pena privativa de liberdade Na primeira fase de dosimetria da pena, o juiz justificou a fixação da pena-base acima do mínimo sob o argumento de que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em que se abusa da confiança depositada no agente. Embora respeitável a argumentação jurídica, incorreu em grave equívoco o juiz “a quo”. Os Tribunais Superiores já assentaram em suas jurisprudências configurar “bis in idem” a exasperação da pena-base sob a mesma fundamentação da qualificadora do crime. Em outras palavras, inadmite-se a majoração da pena-base com fulcro em circunstância judicial desfavorável ao agente que também qualifica o crime, até porque a pena seria majorada duas vezes: uma pela qualificadora, que delimita os limites máximo e mínimo da pena nas duas primeiras fases de fixação da pena; e outra pela circunstância judicial desfavorável. Destarte, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal como forma de se evitar a punição excessiva. f) Punição excessiva da pena restritiva de direitos A sentença converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, impondo o cumprimento de prestação de serviços à comunidade à razão de 08 (oito) horas semanais. Ocorre que a fração de horas semanais contraria a disposição do art. 46, §3º, do CP, eis que esta regra deixa clara que a fração máxima é de 01 (uma) hora por dia, portanto, 07 (sete) horas semanais. Assim, requer seja reformada a sentença para fixar a pena restritiva de direitos à razão de 07 (sete) horas semanais. III – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para anular a sentença (art. 617 do CPP); em não se acolhendo o pleito, requer seja extinta a punibilidade do agente por força da prescrição (art. 107, IV, do CP); subsidiariamente requer a absolvição da apelante por atipicidade da conduta (art. 386, III, do CPP); caso nenhum dos pedidos antecedentes seja acolhido, requer a desclassificação do delito para o previsto no art. 155, “caput”, do Código Penal (art. 383 do CPP) com a causa de redução de pena inscrita no § 2º do mesmo artigo, bem como a concessão do benefício da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95); ainda, no caso de negativa de todas as teses, requer a fixação da pena no mínimo legal; por fim, requer a reforma da pena restritiva de direitos de prestação de serviços à comunidade para ser cumprida à razão de 07 (sete) horas semanais. Taguatinga-DF, 14 de junho de 2016. Advogado – OAB Jurisprudência sobre o conteúdo trabalhado em sala de aula. JURISPRUDÊNCIA I – DO FURTO: Para caracterização da res derelicta é indispensável a evidente vontade do proprietário de se despojar do que lhe pertence, o que, contudo, como demonstrado ao longo da instrução criminal, não ocorreu in casu, não se podendo, como quer a defesa, presumir o abandono, portanto, necessária a manutenção do decreto condenatório (TJ-MG, AC 0116206-06.2010.8.13.0521, Rel. Des. Edison Feital Leite, DJe 10/06/2016). As coisas reconhecidamente abandonadas não são passíveis de furto (TJMG, AC 1.0155.05.007586-2/001, Rel.ª Des.ª Maria Celeste Porto, DJ 23/3/2009). Para caracterizar-se o crime de furto, necessário de faz que o bem jurídico patrimônio seja afetado de alguma forma com a subtração do bem em si mesmo. Assim, se o bem em questão não possui valor econômico algum, não há tipicidade material no fato narrado na denúncia, embora reprovável, e passível de ser questionado na esfera cível sob diversos aspectos (STJ, HC 47121/DF , Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T ., DJe 1º/12/2008, RT v . 882, p. 541). O delito de roubo, assim como o de furto, consuma-se no momento em que o agente se torna possuidor da coisa alheia móvel, ainda que por poucos instantes, sendo prescindível a posse mansa, pacífica, tranquila e desvigiada do bem. Dessa forma, prevalece, tanto nesta Corte Superior quanto no Supremo Tribunal Federal a teoria da amotio ou apprehensio (STJ, HC 362.436/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T., DJe 04/10/2016). O art. 155, § 2º, do Código Penal impõe a aplicação do benefício penal, na hipótese de adimplemento dos requisitos legais da primariedade técnica e pequeno valor do bem furtado, assim considerado aquele inferior ao salário-mínimo ao tempo do fato, tratando-se, pois, de direito subjetivo do condenado. Quando da escolha do benefício aplicável, dentre aqueles previstos no referido dispositivo legal – a) substituição da pena de reclusão por detenção; b) diminuição da pena privativa de liberdade de um a dois terços; c) aplicação somente da pena de multa – de rigor a observância do dever de fundamentação pelas instâncias ordinárias, sob pena de violação ao princípio
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