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Apostila do AVA 2 - Kênio

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FACULDADE ANHANGUERA DE BRASILIERA 
DIREITO PENAL 
 
 
2º Bimestre –Matéria 
 
Arts. 155 a 211 do Código Penal 
Dia 27 a 29 /11/2017 - As avaliações oficiais (provas) deverão ter:a) 50% questões de 
baixa complexidade;b) 30% questões de média complexidade; c) 20% questões de alta 
complexidade. 
CÓDIGO PENAL 
TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
CAPÍTULO I - DO FURTO 
 
Furto 
 
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repousonoturno. 
 
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juizpode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, 
ouaplicar somente a pena de multa. 
 
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenhavalor 
econômico. 
 
Furto qualificado 
 
§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículoautomotor 
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Parágrafoacrescido 
pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for desemovente 
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local 
dasubtração. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.330, de 2/8/2016) 
 
Furto de coisa comum 
 
Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, aquem 
legitimamente a detém, a coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
§ 1º Somente se procede mediante representação. 
 
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excedea quota 
a que tem direito o agente. 
 
CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO 
 
Roubo 
 
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante graveameaça 
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido 
àimpossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, empregaviolência 
contra pessoa ou grave ameaça, afim de assegurar a impunidade do crime ou 
adetenção da coisa para si ou para terceiro. 
 
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece 
talcircunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado paraoutro 
Estado ou para o exterior; (Inciso acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.(Inciso 
acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete aquinze 
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, semprejuízo 
da multa. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
Extorsão 
 
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com ointuito de 
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que sefaça 
ou deixar de fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego dearma, 
aumenta-se a pena de um terço até metade. 
 
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º doartigo 
anterior. 
 
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essacondição 
é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 
6(seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, 
aplicam-seas penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. (Parágrafo 
acrescido pela Leinº 11.923, de 17/4/2009) 
 
Extorsão mediante sequestro 
 
Art. 159.Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate: 
Pena - Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (“Caput” do artigo com redaçãodada 
pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990) 
 
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado émenor 
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bandoou 
quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Parágrafo com redação dada pela Lei 
nº10.741, de 1/10/2003) 
 
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Parágrafo com redaçãodada pela 
Lei nº 8.072, de 25/7/1990) 
 
§ 3º Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Parágrafo com redação dadapela Lei 
nº 8.072, de 25/7/1990) 
 
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, ou concorrente que o denunciar àautoridade, 
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a 
doisterços(Parágrafo acrescido pela Lei nº 8.072, de 25/7/1990 e com nova redação 
dada pelaLei nº 9.269, de 2/4/1996) 
 
Extorsão indireta 
 
Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação dealguém, 
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou 
contraterceiro: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
CAPÍTULO III - DA USURPAÇÃO 
 
Alteração de limites 
 
Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinalindicativo de 
linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
 
Usurpação de águas 
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; 
 
Esbulho possessório 
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso demais de 
duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. 
 
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. 
 
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente seprocede 
mediante queixa. 
 
Supressão ou alteração de marca em animais 
 
Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,marca ou 
sinal indicativo de propriedade: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
 
CAPÍTULO IV - DO DANO 
 
Dano 
 
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
Dano qualificado 
 
Parágrafo único. Se o crime é cometido: 
I - com violência a pessoa ou grave ameaça; 
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constituicrime 
mais grave; 
III -contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionáriade 
serviços públicos ou sociedade de economia mista; (Inciso com redação dada pela Lei 
nº 5.346, de 3/11/1967) 
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima; 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da penacorrespondente à 
violência. 
 
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia 
 
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, semconsentimento de 
quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa. 
 
Dano em coisa de valor artística, arqueológico ou histórico 
 
Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridadecompetente em 
virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
Alteração de local especialmenteprotegido 
 
Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de 
localespecialmente protegido por lei: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 
Ação Penal 
 
Art. 167. Nos casos do art. 163, do n. IV do seu parágrafo e do art. 164,somente se 
procede mediante queixa. 
 
CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
 
Apropriação indébita 
 
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
Aumento de pena 
 
§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
I - em depósito necessário; 
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,testamenteiro ou 
depositário judicial; 
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. 
 
Apropriação indébita previdenciária 
 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidasdos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional; 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
§1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada àprevidência 
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, aterceiros ou 
arrecadada do público; 
 
II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integradodespesas 
contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; 
 
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valoresjá 
tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social; 
 
§2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa eefetua 
o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as 
informaçõesdevidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, 
antes do início daação fiscal. 
 
§3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multase o 
agente for primário e de bons antecedentes, desde que: 
 
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida adenúncia, o 
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou 
 
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ouinferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo omínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Artigo acrescido pela Lei nº 9.983,de 
14/7/2000) 
 
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza 
 
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, casofortuito 
ou força da natureza: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre: 
 
Apropriação de tesouro 
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, daquota a 
que tem direito o proprietário do prédio; 
 
Apropriação de coisa achada 
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,deixando 
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridadecompetente, 
dentro do prazo de quinze dias. 
 
Art. 170. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, §2º. 
 
CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES 
 
 
Estelionato 
 
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,induzindo 
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro 
meiofraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz podeaplicar a 
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. 
 
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem: 
 
Disposição de coisa alheia como própria 
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheiacomo 
própria; 
 
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável,gravada 
de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediantepagamento em 
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
 
Defraudação de penhor 
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outromodo, a 
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; 
 
Fraude na entrega de coisa 
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar 
aalguém; 
 
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro 
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o própriocorpo ou a 
saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de 
haverindenização ou valor de seguro; 
 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, oulhe 
frustra o pagamento. 
 
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento deentidade 
de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social 
oubeneficência. 
 
Estelionato contra idoso 
 
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.(Parágrafo 
acrescido pela Lei nº 13.228, de 28/12/2015) 
 
 
 
Duplicata simulada 
 
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda àmercadoria 
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (“Caput” do artigo comredação 
dada pela Lei nº 8.137, de 27/12/1990) 
 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterara 
escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Parágrafo único acrescido pela Lei 
nº5.474, de 18/7/1968) 
 
Abuso de incapazes 
 
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão 
ouinexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, 
induzindoqualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em 
prejuízo próprio oude terceiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
Induzimento a especulação 
 
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou dasimplicidade ou 
inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ouà 
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é 
ruinosa: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Fraude no comércio 
 
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ouconsumidor: 
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada oudeteriorada; 
II - entregando uma mercadoria por outra: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal 
ousubstituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; 
venderpedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de outra qualidade: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. 
 
Outras fraudes 
 
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se demeio de 
transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: 
Pena - detenção de quinze dias a dois meses, ou multa. 
 
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz 
pode,conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
 
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações 
 
Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospectoou em 
comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição 
dasociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crimecontra a 
economia popular. 
 
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economiapopular: 
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto,relatório, 
parecer,balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsasobre 
as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou 
emparte, fato a elas relativo; 
 
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsacotação das 
ações ou de outros títulos da sociedade; 
 
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, emproveito 
próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização 
daassembleia geral; 
 
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, açõespor ela 
emitidas, salvo quando a lei o permite; 
 
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita empenhor ou em 
caução ações da própria sociedade; 
 
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, 
oumediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios; 
 
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiadocom 
acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer; 
 
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; 
 
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionarno país, 
que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. 
 
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionistaque, 
afim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações 
deassembleia geral. 
 
 
 
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant" 
 
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo comdisposição 
legal: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
Fraude à execução 
 
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificandobens, ou 
simulando dívidas: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa. 
 
CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO 
 
Receptação 
 
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveitopróprio ou 
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé,a 
adquira, receba ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (“Caput” do artigo com redaçãodada 
pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
Receptação qualificada 
 
§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,desmontar, 
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, emproveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa quedeve 
saber ser produto de crime: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Parágrafo com redação dada pelaLei nº 
9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em 
residência.(Parágrafo com redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entreo valor 
e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por 
meiocriminoso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Parágrafocom 
redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autordo 
crime de que proveio a coisa. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 5.346, de 03/11/1967 
ecom nova redação dada pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo emconsideração 
as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se odisposto 
no § 2º do art. 155. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.426, de 24/12/1996) 
 
§ 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado,Município, 
empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, apena 
prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Parágrafo acrescido pela Lei 
nº9.426, de 24/12/1996) 
 
Receptação de animal 
 
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ouvender, 
com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável 
deprodução, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de 
crime: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Artigo acrescido pela Leinº 
13.330, de 2/8/2016) 
 
CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos nestetítulo, em 
prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - do ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, sejacivil ou 
natural. 
 
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime previsto nestetítulo 
é cometido em prejuízo: 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego degrave 
ameaça ou violência a pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60(sessenta) 
anos. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.741, de 1/10/2003) 
 
TÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL 
CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL 
 
Violação de direito autoral 
 
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (“Caput” do artigocom 
redação dada pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucrodireto ou 
indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação,execução ou 
fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ouexecutante, do 
produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Parágrafo com redaçãodada 
pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ouindireto, 
distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem 
emdepósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com 
violação dodireito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito 
do produtor defonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou 
fonograma, sem aexpressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os 
represente. (Parágrafo comredação dada pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibraótica, 
satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da 
obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por 
quemformula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização 
expressa,conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de 
fonograma,ou de quem os represente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Parágrafo com redaçãodada 
pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção 
oulimitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o 
previstona Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou 
fonograma,em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto 
ou indireto.(Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
Usurpação de nome ou pseudônimo alheio 
 
Art.185.(Revogado pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
Art. 186. Procede-se mediante: (“Caput” do artigo com redação dada pela Leinº 
10.695, de 1/7/2003) 
 
I - queixa,nos crimes previstos no caput do art. 184; (Inciso acrescido pela Leinº 
10.695, de 1/7/2003) 
 
II - ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º doart. 184; 
(Inciso acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
III - ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor deentidades 
de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista 
oufundação instituída pelo Poder Público; (Inciso acrescido pela Lei nº 10.695, de 
1/7/2003) 
 
IV - ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no §3º do 
art. 184. (Inciso acrescido pela Lei nº 10.695, de 1/7/2003) 
 
CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO 
 
Art.187. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 188. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 189. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 190. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 191. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
 
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO 
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
 
CAPÍTULO IV - DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL 
 
Art. 196.(Revogado pela Lei nº 9.279, de 14/5/1996) 
 
TÍTULO IV - DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
Atentado contra a liberdade de trabalho 
 
Art. l97. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ounão 
trabalhar durante certo período ou em determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente 
àviolência; 
 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar deparede ou 
paralisação de atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondenteà 
violência. 
 
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta 
 
Art. 198. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrarcontrato 
de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria primaou 
produto industrial ou agrícola: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente 
àviolência. 
 
Atentado contra a liberdade de associação 
 
Art. 199. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participarou 
deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente 
àviolência. 
 
Paralisação de trabalho seguida de violência ou perturbação da ordem 
 
Art. 200. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, 
praticandoviolência contra pessoa ou contra coisa: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente 
àviolência. 
 
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho 
éindispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. 
 
Paralisação de trabalho de interesse coletivo 
 
Art. 201. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocandoa 
interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem 
 
Art. 202. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola,com o 
intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo 
fimdanificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista 
 
Art. 203. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pelalegislação do 
trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente 
àviolência. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento,para 
impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; 
 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediantecoação 
ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. 
(Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) 
 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoitoanos, 
idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
(Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) 
 
Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho 
 
Art. 204. Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa 
ànacionalização do trabalho: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente 
àviolência. 
 
Exercício de atividade com infração de decisão administrativa 
 
Art. 205. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
 
Aliciamento para o fim de emigração 
 
Art. 206. Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los paraterritório 
estrangeiro. 
Pena: detenção, de um a três anos e multa. (Artigo com redação dada pela Leinº 
8.683, de 15/7/1993) 
 
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional 
 
Art. 207. Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outralocalidade do 
território nacional: 
Pena - detenção de um a três anos, e multa. (“Caput” do artigo com redaçãodada pela 
Lei nº 9.777, de 29/12/1998) 
 
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade 
deexecução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança 
dequalquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno 
ao localde origem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) 
 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoitoanos, 
idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. 
(Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.777, de 29/12/1998) 
 
TÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO ECONTRA O 
RESPEITO AOS MORTOS 
 
CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO 
 
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo 
 
Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou 
funçãoreligiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; 
vilipendiarpublicamente ato ou objeto de culto religioso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço,sem 
prejuízo da correspondente à violência. 
 
CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS 
 
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária 
 
Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 
Parágrafo único. Se há emprego de violência a pena é aumentada de um terço,sem 
prejuízo da correspondente à violência. 
Violação de sepultura 
 
Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver 
 
Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
Vilipêndio a cadáver 
 
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
 
TRABALHO: 01 
Trabalho a ser entregue ATÉ a próxima aula 
TODO ELE MANUSCRITO: 
 
 
 
Regras: 
 
 
a)Vale o trabalho inteiro, 0,25 (vinte e cinco décimos). 
b) Só terá direito o aluno que o fizer completo, ou seja, respondendo todas as indagações com 
justificativas e entregando-o, PELO AVA (por intermédio de escaneamento do documento 
ou fotostiradas de celular), impreterivelmente, ATÉ a data marcada, sob pena de preclusão. 
c) Esse trabalho faz parte da nota. Ao todo serão 06 (seis), com a mesma pontuação, 
somando ao final 1,5 (um ponto e meio). 
d) Farei perguntas sobre o conteúdo em cada encontro, valendo 1,5 (um ponto e meio) a 
resposta correta, totalizando 3,0 (três pontos) – o que corresponde a 30% da prova bimestral. 
 
 
 
 
Questões: 
 
01) Discorra sobre as teorias da contrectatio, illactio, amotio e ablatio; 
Resp. 
São teorias explicativas da consumação dos crimes de furto e roubo. 
O crime de furto consuma-se quando a coisa é retirada da esfera de disponibilidade da 
vítima e passa para o poder do agente, ainda que por breve período, sendo 
prescindível a posse pacífica da res pelo sujeito ativo do delito. 
 
O crime de roubo consuma-se com a inversão da posse do bem, mediante emprego de 
violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição 
imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse 
mansa e pacífica ou desvigiada. 
 
1 – Contrectatio:A consumação ocorre quando o agente toca na coisa com a 
finalidade de subtraí-la, mesmo sem removê-la do local. 
2 – Illactio:Para que o crime se consuma, é necessário que a coisa seja levada para o 
local desejado pelo agente e mantida a salvo. Antes de ocorrer esse locupletamento do 
bem, o crime seria tentado. 
3 – Amotio:O crime se consuma quando a coisa subtraída passa para o poder do 
agente, mesmo que não haja posse mansa e pacifica ou que dure curto espaço de 
tempo. Não é necessário que o bem saia da esfera patrimonial da vitima. 
4 – Ablatio:Consuma-se o crime quando a posse da coisa encontra-se em poder do 
agente de forma pacífica e segura, podendo ser transportada de um lugar para outro. 
02) Quais são os requisitos para aplicação do princípio da insignificância? Quais são 
para o furto privilegiado? Diferencie-os. 
 
Resp. 
 
1. Princípio da insignificância: a) mínima ofensividade da conduta;b) a ausência de 
periculosidade social da ação;c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
d) a inexpressividade da lesão jurídica 
 
2. Furto privilegiado: a) a primariedade do agente; b) a res furtiva deve ser 
considerada de pequeno valor que, pela reiterada jurisprudência dos tribunais, foi 
fixado o teto do salário mínimo vigente à época do delito. 
 
3. Diferença - O princípio da insignificância é causa de reconhecimento de atipicidade 
da conduta, não causa dano ao patrimônio, sendo injustificável a imposição de pena. O 
furto privilegiado, uma vez admitido, resulta na redução da pena, não excluindo o crime 
nem sua tipicidade, sendo justificável a imposição de pena pelo dano ao bem jurídico. 
 
Art. 155, § 2º/CP – Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o 
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminui-la de um a dois 
terços, ou aplicar somente de pena de multa. 
 
03) Quais são as diferenças entre furto e roubo e extorsão? 
 
Resp. 
No furto (art. 155/CP), o agente subtrai a coisa alheia sem o uso de violência física,de 
forma velada, sendo o mal instantâneo,simples, comum e admite tentativa. 
No roubo(art. 157/CP), o agente subtrai a coisa alheiacom o uso violência física, de 
forma ostensiva, sem a participação da vítima, sendo o mal iminente, o 
proveitocontemporâneo e a vantagemimediata acerca do quanto exigido. 
Na extorsão (art. 158/CP),o agenteconstrange a vítima mediante violência ou grave 
ameaça a vítima a fazer (ou deixar de fazer) alguma coisa para um benefício 
econômico.Omal é prometido e a vantagem do agente depende da conduta da vitima, 
tratando-se de crime formal, consumando-se independentemente da obtenção da 
vantagem indevida. 
 
04) Quando se dá o momento consumativo nas várias espécies de qualificadoras do 
crime de furto? Explique. 
 
Resp. 
 
Quando a coisa sai da esfera de disponibilidade e proteção do sujeito passivo e 
ingressa na disponibilidade do sujeito ativo, nos termos do art. 155, §§ 4º, 5º e 6º do 
CP. Ou seja: 
1 - destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
2 - abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
3 - emprego de chave falsa; 
4 - concurso de duas ou mais pessoas; 
5 -subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado 
oupara o exterior; 
6 - subtração de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido 
em partes no local da subtração. 
 
05) Qual ou quais as diferenças entre furto com fraude e estelionato? 
Resp. 
 
Ambos são crimes contra o patrimônio, de ação penal pública incondicionada. 
 
No furto, a fraude funcionada como qualificadora empregada antes ou durante a 
consumação do delito para reduzir a vigilância da vítima ou de terceiro, permitindo ou 
facilitando a subtração, sem a percepção da vítima, imperando na ação a vontade do 
agente ativo (art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal). 
 
No estelionato, a fraude como funciona como elementar antecedendo o apossamento 
da coisa, utilizada para induzir a vítima ou terceiro em erro, mediante falsa percepção 
da realidade, para a entrega espontânea da coisa, imperando na ação as vontades de 
ambos os sujeitos(art. 171, do Código Penal).. 
 
06) Quais são as elementares do crime de furto de coisa comum? 
 
Resp. 
 
a) - Subtração (dolo genérico); 
b) - Coisa, coisa móvel (objeto subtraído); 
c) - Coisa alheia (que não pertence ao agente); 
d) - Para si ou para outrem (dolo específico). 
 
07) Cite as diferenças entre roubo próprio e impróprio e violência própria e imprópria; 
Resp. 
Roubo: 
a) - próprio quando o emprego daviolência ou grave ameaça à pessoa própria ou 
impropria, ocorre antes ou durante a subtração, a fim depermitir posse do bempelo 
criminoso (art. 157, caput, §2º); 
 
b) - impróprio quando emprego da violência ou grave ameaçasomente à pessoa 
própria, ocorre depois da subtração, a fim de assegurar a detenção da coisa ou 
garantir a impunidade do agente(art.157, §1º/CP). 
 
Violência: 
a) - própria quando se utiliza a força física contra a vítima; 
b) - imprópria quando o constrangimento é feito por outros meios, como o uso de 
substâncias psicoactivas ou o hipnotismo; 
 
08) Quando se dá o momento consumativo nas várias causas de aumento de pena no 
crime de roubo? 
Resp. 
Quandoreunidos ao fato, os elementos de sua definição legal, na forma do art. 157, §§ 
2º e 3º do CP. qual seja: 
1- se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
2 - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
3 - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece 
talcircunstância; 
4 - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado paraoutro 
Estado ou para o exterior; 
5- se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; 
6 -Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze 
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo 
da multa. 
 
09) Quando se dá o momento consumativo nas várias hipóteses de latrocínio? 
Resp. 
Em quatro situações: 
a) - Situação 1:Ação com subtração consumada e morte consumada, resulta em 
latrocínio consumado; 
b) - Situação 2:Ação com subtração tentada e morte tentada, resulta em latrocínio 
tentado; 
c) - Situação 3:Ação com subtração tentada e morte consumada, resulta em latrocínio 
consumado; 
d) - Situação 4:Ação com subtração consumada e morte tentada, resulta em latrocínio 
tentado. 
 
10) Discorra sobre o roubo e princípio da insignificância. 
 
Resp. 
O roubo encontra-se no rol dos crimes considerados complexos, consuma-se com a 
inversão da posse do bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda 
que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao agente e recuperação da 
coisa roubada,sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. 
 
Quanto ao principio da insignificância, não há como aplica-lo ao delito de roubo, pois a 
gravidade que envolve sua execução não pode ser rotulada como mínima ou 
insignificante, descabendo a afirmação do desinteresse estatal, sua repressão justifica 
a rigorosa atuação do Direito Pena. 
 
O STJ, em jurisprudência de 04/10/2012, afirma ser inviável reconhecer aplicação do 
princípio da insignificância para crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
incluindo o roubo. 
 
Questões cobradas na primeira avaliação 
 
 
QUESTÕES de 01 a 20 (0,3 – três décimos, cada). 
 
1) Amável Sovaco de Gambar, morador de Taguatinga-DF., com vinte anos de 
idade, induz Marciano Bundasseca, de vinte e cinco anos de idade e inimputável, 
e Jacinto Rego, de trinta anos de idade e imputável, a praticarem suicídio por 
enforcamento. No instante do fato, Marciano Bundasseca pratica em si o 
enforcamento, enquanto Jacinto Rego, sem força suficiente, pede que Amável 
Sovaco de Gambar segure a corda, no que é atendido. Marciano Bundasseca e 
Jacinto Rego vêm a óbito em razão da situação narrada. Quais os delitos 
praticados por Amável Sovaco de Gambar? 
a) Homicídio em relação a Marciano Bundasseca e homicídio em relação a Jacinto 
Rego. 
b) Homicídio em relação a Marciano Bundasseca e auxílio ao suicídio em relação a 
Jacinto Rego. 
c) Auxílio ao suicídio em relação a Marciano Bundasseca e homicídio em relação a 
Jacinto Rego. 
d) Auxílio ao suicídio em relação a Marciano Bundasseca e auxílio ao suicídio em 
relação a Jacinto Rego. 
e) As alternativas a, b, c e d são incorretas. 
 
02) Barrigudinha Assada, estagiária do TJDFT, ao chegar à própria casa depois 
do colégio, encontra seu pai caído, com um ferimento na cabeça, aparentemente 
produzido por disparo de arma de fogo realizado por ele mesmo, todavia ainda 
respirando. Desesperada, corre até a casa de seu tio Janeiro Calças Curtas, 
cunhado da vítima, solicitando ajuda. Como houvera uma rusga entre Janeiro 
Calças Curtas e a vítima, aquele se recusa a prestar auxílio, limitando-se a dizer à 
sobrinha: “tomara que morra”. Barrigudinha Assada, então, vai à casa de um 
vizinho, que se compromete a ajudá-la. Ao retornarem ao local do fato, 
encontram a vítima ainda viva, mas dando seus últimos suspiros, vindo a óbito 
em menos de um minuto. Do momento em que Barrigudinha Assada viu a vítima 
ferida até sua morte não transcorreram mais do que quinze minutos. Realizado o 
exame cadavérico, o laudo pericial indica que o ferimento seria inexoravelmente 
fatal, ainda que o socorro tivesse sido prestado de imediato. Nesse contexto, 
com base nos estudos sobre a omissão e acerca do bem jurídico-penal, é correto 
afirmar que a conduta de Janeiro Calças Curtas caracteriza: 
a) homicídio qualificado. 
b) induzimento. instigação ou auxílio ao suicídio. 
c) homicídio culposo. 
d) conduta atípica. 
e) omissão de socorro. 
 
03) Tendo em vista o conteúdo trabalhado em sala de aula, analise os itens e 
assinale a quantidade de itens errados. 
I - O perdão judicial em caso de homicídio culposo dado a um dos réus atinge os 
demais em concurso de pessoas. 
II - Num pacto de morte entre Caio e Mévio, este última com treze anos de idade, 
havendo a morte de Mévio, responde Caio pela forma qualificada do artigo 122, 
Induzimento, instigação ou auxílio material ao suicídio. 
III - É possível participação no auxílio material ao suicídio. 
IV - O nosso sistema penal reconhece a forma privilegiada do infanticídio, ainda 
que “honoris causa”. 
V - O aborto se consuma com a expulsão do feto. 
a) Um. 
b) Dois. 
c) Três. 
d) Quatro. 
e) Cinco. 
04) Primavera Catarina, funcionária da empresa Pão Dourado, sediada em Águas 
Claras-DF., de 19 anos de idade, após manter um relacionamento ocasional com 
Rolando Leite, de 40 anos de idade, acaba engravidando. Após esconder a 
gestação durante meses de sua família e ser desprezada por Rolando Leite, que 
disse que não assumiria qualquer responsabilidade pela criança, Primavera 
Catarina entra em trabalho de parto durante a 40a semana de gestação em sua 
residência e sem pedir qualquer auxílio aos familiares que ali estavam, acaba 
parindo no banheiro do imóvel. A criança do sexo masculino nasce com vida e 
Primavera Catarina, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão 
umbilical e coloca o recém-nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo 
da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas depois. Neste caso, à luz do 
Código Penal, Primavera Catarina cometeu crime de: 
a) homicídio culposo. 
b) homicídio doloso. 
c) aborto. 
d) lesão corporal seguida de morte. 
e) infanticídio. 
 
05) Restos Mortais Escadabaixo, em razão da condição de sexo feminino, efetua 
disparo de arma de fogo contra sua esposa PáliaPélia, perceptivelmente grávida, 
todavia atingindo, por falta de habilidade no manejo da arma, Otávio Oliveira 
Quatro, um vizinho, que morre imediatamente. Desconsiderando os tipos penais 
previstos no Estatuto do Desarmamento e levando em conta apenas as 
informações contidas no enunciado, é correto afirmar que Restos Mortais 
Escadabaixo praticou crime(s)de: 
a) feminicídio majorado. 
b) aborto, na forma tentada, e homicídio. 
c) homicídio culposo, feminicídio majorado, na forma tentada, e aborto, na forma 
tentada. 
d) aborto, na forma tentada, e feminicídio majorado. 
e) homicídio culposo e aborto, na forma tentada. 
 
06) Inaugurando o capítulo II, do Título I, da Parte Especial, há o preceito primário 
da lei penal incriminadora previsto no artigo 129 do Código Penal brasileiro, que 
possui como rubrica marginal do crime o título: “lesão corporal”, que é a ofensa 
à integridade corporal ou a saúde de alguém. Ela pode ser classificada em leve, 
grave ou gravíssima, a depender dos preceitos derivados. Analise as assertivas 
abaixo. 
I. Lesões corporais que causem incapacidade para as ocupações habituais por 
mais de 30 dias serão consideradas graves. 
II. Lesões corporais com perda ou inutilização de membro, sentido ou função 
serão consideradas graves. 
III. Lesões corporais que causem extrema dor serão consideradas gravíssimas. 
IV. Lesões corporais que causem qualquer alteração psíquica serão 
consideradas leves. 
Está correto o que se afirma em 
a) I, II, III e IV. 
b) I, apenas. 
c) IV, apenas. 
d) III, apenas. 
e) I e III, apenas. 
 
07) Relembrando os conceitos estudados em sala de aula, relativamente ao crime 
de perigo de contágio venéreo é INCORRETO afirmar que: 
a) se a vítima já está contaminada, o crime é impossível por absoluta impropriedade do 
objeto; 
b) o exercício da prostituição por um dos sujeitos não exclui o delito; 
c) para a configuração do delito não é necessário o contágio, bastando a exposição; 
d) o consentimento do ofendido nas relações sexuais, sabendo do risco de 
contaminação, mesmo sendo grave a doença, exclui a responsabilidade penal. 
 
08)Abrilina das Dores Conjugais, moradora do Riacho Fundo I, com 19 anos, 
estava cuidando de suas irmãs mais novas, Luma e Luna, enquanto a mãe 
viajava a trabalho. Na tarde desse dia, Abrilina das Dores Conjugais recebeu uma 
ligação dos amigos, que a chamou para sair com o objetivo de comemorar o 
início das férias. Certo de que não se demoraria, Abrilina das Dores Conjugais 
deixou as crianças, ambas com 4 anos, brincando sozinhas no quintal de casa, 
que era grande, tinha muitos brinquedos e uma piscina. Ocorre que Abrilina das 
Dores Conjugais bebeu demais e acabou perdendo a hora, chegando em casa 
tarde da noite, extremamente alcoolizada. As meninas ficaram sem alimentação 
durante todo o tempo e ainda sofreram com várias picadas de pernilongos. Com 
base na situação apresentada, é correto afirmar que Abrilina das Dores 
Conjugais praticou crime: 
a) de lesão corporal leve por meio de omissão imprópria.b) de perigo para a vida ou saúde de outrem. 
c) de abandono de incapaz, com causa de aumento de pena. 
d) previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
09) Patrick Percival, profissional da área de saúde, antigo enfermeiro do Hospital 
Santa Marta-DF., foi contratado para cuidar de um homem muito idoso. Certo dia, 
deixou o idoso sentado em uma praça pública para pegar sol. Em determinado 
momento, o idoso saiu andando, pensando que tinha sido esquecido pelo 
cuidador. Patrick Percival ficou inerte ao ver o idoso cruzar a rua próxima, 
mesmo vendo avançar um veículo, que estava a toda marcha, concebendo-se, 
portanto, o propósito de deixá-lo morrer, o que ocorreu. Patrick Percival: 
a) não praticou crime algum, pois não houve nexo de causalidade da sua conduta e a 
morte do idoso. 
b) praticou crime de omissão de socorro, com pena triplicada pela morte. 
c) praticou crime de homicídio doloso na modalidade omissão imprópria. 
d) praticou o crime de omissão de socorro (artigo 135 do CP) na modalidade omissão 
imprópria. 
e) praticou crime de homicídio culposo na modalidade omissão própria. 
 
10) Analisando o mundo jurídico penal, precisamente o ordenamento brasileiro, é 
crime expressamente previsto no CDC, sancionado com pena de detenção e 
multa correspondente ao dobro do valor cobrado ao consumidor, a exigência de 
cheque-caução, nota promissória ou qualquer outra garantia, assim como a 
imposição de preenchimento de formulários administrativos, como condição de 
atendimento médico-hospitalar emergencial. 
( ) Certo. (X) Errado. 
 
11) Dissemos em nosso penúltimo encontro, que a Rixa é considerada por 
muitos doutrinadores como o último resquício de responsabilização objetiva no 
Código Penal, em razão de punir o participante, com pena de detenção de seis 
meses a dois anos, se houver a morte de algum contendor (rixa qualificada). A 
respeito do crime de rixa, quando ocorre a sua forma tentada? 
a) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando um dos rixosos desiste de participar 
do conflito; 
b) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando a maioria dos rixosos propõe a 
cessação do conflito; 
c) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando os rixosos não conseguem 
consumá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade; 
d) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando todos os rixosos desistem de 
prosseguir no conflito; 
e) O crime de rixa na forma tentada ocorre quando os rixosos abandonam o local do 
conflito. 
12) Leão Prematuro, após ingerir pequena quantidade de bebida com teor 
alcoólico, inicia uma discussão com sua colega de trabalho, Acheropita Antenas 
Longas, grávida de 6 meses. Após se sentir ofendido verbalmente, Leão 
Prematuro obtém uma barra de madeira e desfere alguns golpes contra 
Acheropita Antenas Longas apenas no intuito de feri-la fisicamente, e não ao seu 
feto. Acheropita Antenas Longas foi, então, socorrida e levada ao pronto-socorro 
pelo corpo de bombeiros. Constatou-se no hospital a interrupção da gravidez 
pela morte do feto no ventre de Acheropita Antenas Longas em função das 
agressões sofridas pela mãe. Nessa situação, Leão Prematuro deverá ser 
enquadrado no crime de 
a) homicídio. 
b) infanticídio. 
c) maus-tratos. 
d) lesão corporal gravíssima. 
e) aborto provocado por terceiro. 
 
13) Percorrendo os primeiros artigos incriminadores do Código Penal, 
encontramos o crime de Maus-tratos. Este delito tem pena aumentada de 1/3 (art. 
136, §3o do CP) se 
a) praticado contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. 
b) resulta em lesão corporal, ainda que leve. 
c) o agente prevalece-se de relações familiares ou domésticas. 
d) praticado contra pessoa menor de 14 anos. 
e) praticado por agente público. 
 
14) Fechada Demais Oliveira, ao passear pelo parque de Taguatinga-DF, 
enquanto conversava com Mévio, afirmou categoricamente que presenciou 
quando Tício explorava jogo do bicho, no dia 09/09/2017. No dia seguinte, 
Fechada Demais Oliveira contou para Caio que Tício era um “furtador”. 
Tício toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado(a) e 
nega tudo o que foi dito por Fechada Demais Oliveira, ressaltando que ela só 
queria atingir sua honra. Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, 
imputando a Fechada Demais Oliveira a prática de: 
a) 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia. 
b) 1 crime de difamação e 1 crime de injúria. 
c) 2 crimes de calúnia. 
d) 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria.Parte inferior do formulário 
15) Inocêncio Sanguessuga, candidato ao governo do GDF, durante o horário de 
propaganda eleitoral em rede televisiva, proferiu as seguintes palavras: “O atual 
governador, Regoroxo Coitadinho, candidato à reeleição, que se mostra defensor 
da família, posando com esposa e filhos nas redes sociais, foi flagrado na 
semana passada entrando em um motel com seu assessor, Sextavado Pinto! É 
esse tipo de governante que você quer?” 
A partir do caso exposto, assinale a opção que indica o delito praticado por Inocêncio 
Sanguessuga. 
a) Difamação, previsto no Código Eleitoral. 
b) Difamação, previsto no Código Penal. 
c) Injúria, previsto no Código Eleitoral. 
d) Injúria, previsto no Código Penal. 
 
16)O dicionário Aurélio registra que “sigilo” é sinônimo de segredo e refere-se ao 
“sigilo profissional” como sem do o “dever ético que impede a revelação de 
assuntos confidenciais ligados à profissão”. Podemos ir mais além, dizer que 
sigilo profissional trata do mantimento de segredo para informação valiosa, cujo 
domínio de divulgação deva ser fechado, ou seja, restrito a um cliente, a uma 
organização ou a um grupo, sobre a qual o profissional responsável possui 
inteira responsabilidade, uma vez que a ele é confiada a manipulação da 
informação. A Seção IV dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos, Art. 
154 do Código Penal prevê que “violação do segredo profissional”... 
Assinale a alternativa que completa corretamente a sentença anterior. 
a) É subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência. 
b)É abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou indus
trial para, no todo ou em 
parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu
 conteúdo. 
c) É revelar a alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de 
função, ministério, oficio ou profissão, e cuja revelação posse produzir dano a 
outrem. 
d)É quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza 
abusivamente comunicação telegráfica ou 
radioelétrica dirigida à terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas. 
 
17)Himineu Rei da Televisão, objetivando passear com a bicicleta de Mijardino, 
desfere contra este um soco. Mijardino cai, Himineu Rei da Televisão pega a 
bicicleta e a utiliza durante todo o resto do dia, devolvendo-a ao anoitecer. 
Considerando os dados acima descritos, assinale a alternativa correta. 
a) Himineu Rei da Televisão praticou crime de roubo com a causa de diminuição de 
pena do arrependimento posterior. 
b) Himineu Rei da Televisão praticou atípico penal. 
c) Himineu Rei da Televisão praticou constrangimento ilegal. 
d) Himineu Rei da Televisão praticou constrangimento legal com a causa de diminuição 
de pena do arrependimento posterior. 
 
18) O delito de sequestro ou cárcere privado é classificado como crime: 
a) continuado e de perigo. 
b) permanente e de dano. 
c) permanente e de perigo. 
d) continuada e de dano. 
e) habitual e de perigo. 
 
19) Com relação ao crime de redução a condição análoga à de escravo, assinale a 
opção correta. 
a) Não é possível que tal crime seja praticado na forma tentada, uma vez que o tipo 
penal prevê a habitualidade da conduta do agente. 
b) Caso a conduta seja praticada contra criança,adolescente, idoso ou pessoa 
portadora de deficiência física ou mental, haverá causa específica de aumento de 
pena. 
c) A tipificação da conduta, no caso desse crime, está vinculada à submissão da vítima 
a trabalhos forçados ou jornada exaustiva. 
d) O bem jurídico protegido é a liberdade individual da vítima, que se vê impedida de 
exercer seu direito de ir e vir, não se tratando de crime contra a organização do 
trabalho. (Decisão do STJ – 2017 - Contrária) 
e) Esse crime classifica-se como crime comum, visto que não se exige, para a sua 
configuração, característica específica do sujeito ativo, mas apenas do sujeito passivo, 
que é sempre o trabalhador. 
 
20) Assinale a alternativa que contempla uma hipótese de violação de domicílio. 
a) Pafúncio e Marocas, casados, em virtude de um desentendimento, resolvem se 
separar, após o que, conforme acordado entre ambos, Pafúncio deixa o lar conjugal 
para morar em outra casa. Semanas depois, embora já proposta a ação de divórcio, 
Pafúncio retorna ao imóvel e ali se instala sem a ciência de Marocas, que naquele 
momento viajava com o novo namorado. 
b) Clarabela. ao passear pelas ruas internas de um condomínio de casas, no qual 
entrou regularmente, percebe um canteiro de rosas no jardim de um dos imóveis. 
Como o jardim não é murado, delimitado por cercas ou possui qualquer outro obstáculo 
ao livre acesso de pessoas, Clarabela nele ingressa, de lá colhendo uma muda de flor 
para levar consigo. 
c) Jeremias, após o trabalho, por volta das 18h, notando que não chegará a tempo para 
ver o jogo televisionado de seu time de coração, entra no saguão de um hotel, 
misturando-se a hóspedes e funcionários, pois ali há um telão transmitindo a partida. 
d) Ferdinando. fotógrafo, é contratado para trabalhar em um evento privado. No dia 
agendado, erra o endereço e ingressa - de forma não autorizada - no aniversário de 
Violeta. Instado pelos seguranças a deixar o local, ainda desconhecendo seu equívoco, 
Ferdinando se recusa a sair, o que só acontece com a chegada da polícia militar. 
e) Acácio, andarilho, entra em um apartamento de propriedade de Nestor, o qual se 
encontra vazio e destinado à locação. Embora sua intenção inicial fosse apenas 
pernoitar no imóvel, Acácio decide fazer do local sua nova moradia. 
 
21) Em uma discussão de futebol, Pernionguildo e Necrotério Silva, em 
comunhão de ações e desígnios, chamaram Elvis Presley de “ladrão” e 
“estelionatário”, razão pela qual Elvis Presley formulou uma queixa-crime em 
face de ambos. 
No curso da ação penal, porém, Pernionguildo procurou Elvis Presley para pedir 
desculpas pelos seus atos, razão pela qual Elvis Presley expressamente 
concedeu perdão do ofendido em seu favor, sendo esse prontamente aceito e, 
consequentemente, extinta a punibilidade de Pernionguildo. Elvis Presley, 
contudo, se recusou a conceder o perdão para Necrotério Silva, pois disse que 
não era a primeira vez que o querelado tinha esse tipo de atitude. 
Considerando apenas as informações narradas, responda aos itens a seguir. 
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e 
a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) (Valor: 0,5) Qual o crime praticado, em tese, por Pernionguildo e Necrotério 
Silva? 
R= 
Ambos praticaram o crime de Injúria, prevista no Art.140, do Código Penal. 
 
B) (Valor: 0,5) Que argumento poderá ser formulado pelo advogado de Necrotério 
Silva para evitar sua punição? 
R= 
Como houve perdeu em favor de Pernionguildo, deveo benefício ser estendido a 
Necrotério Silva (Art. 106/CC e Art. 56/CPP). 
NOTA 
a) Código Penal - Art. 106. O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: 
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; 
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; 
III - se o querelado o recusa, não produz efeito. 
§ 1º Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade 
de prosseguir na ação. 
§ 2º Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença 
condenatória. 
b) CPP - Art. 56: Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no 
art. 50. 
 
UNIDADE 3.3 
 
PEÇA PROFISSIONAL : 
 
Em 10 de janeiro de 2012, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do 
crime de furto qualificado por abuso de confiança, haja vista ter alegado o Parquet que 
a denunciada havia se valido da qualidade de empregada doméstica para subtrair, em 
20 de dezembro de 2011, a quantia de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio, presidente da 
maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo. 
A denúncia foi recebida em 12 de janeiro de 2012, e, após a instrução criminal, foi 
proferida, em 10 de dezembro de 2014, sentença penal julgando procedente a 
pretensão acusatória para condenar Eliete à pena final de dois anos de reclusão, em 
razão da prática do crime previsto no artigo 155, §2º, inciso IV, do Código Penal. Após 
a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça 
entendeu por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento 
de defesa em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma 
testemunha. Novamente realizada a instrução criminal, ficou comprovado que, à época 
dos fatos, Eliete havia sido contratada por Cláudio havia uma semana e só tinha a 
obrigação de trabalhar às segundas, quartas e sextas-feiras, de modo que o suposto 
fato criminoso teria ocorrido no terceiro dia de trabalho da doméstica. Ademais, foi 
juntada aos autos a comprovação dos rendimentos da vítima, que giravam em torno de 
R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) mensais. Após a apresentação de memoriais pelas 
partes, em 9 de fevereiro de 2016, foi proferida nova sentença penal condenando Eliete 
à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas razões de decidir, 
assentou o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma 
vez que se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em que se abusa da 
confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena deveria ser distanciada do 
mínimo. Ao final, converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, 
consubstanciada na prestação de 8 (oito) horas semanais de serviços comunitários, 
durante o período de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses em instituição a ser definida pelo 
juízo de execuções penais. Novamente não houve recurso do Ministério Público, e a 
sentença foi publicada no Diário Eletrônico em 26 de maio de 2016. 
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) de 
Eliete, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa do acusado. 
Inclua, em seu texto, a fundamentação legal e jurídica, explore as teses defensivas 
possíveis e date no último dia do prazo para protocolo, considerando que a intimação 
tenha ocorrido no dia 26/5/2016, quinta-feira, dia de Corpus Christi. (Valor: 5,0). 
RESPOSTA: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL 
DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIAL DETAGUATINGA - DF 
 
ELIETE, já qualificada nos autos do Processo-crime nº. 0001-2012, que lhe 
move o Ministério Público do Distrito Federal, neste ato representado por seu 
advogado, que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença que a 
condenou como incursa nas penas do art. 155, § 4º, II, do Código Penal, convertida no 
disposto do Art. 43, inc. IV, do Código Penal vem, respeitosamente, perante Vossa 
Excelência, dentro do prazo legal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com 
fundamento no art. 593, I, do Código de Processo Penal. 
 
Requer seja recebida e processada a presente apelação e encaminhada, com 
as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Taguatinga - DF, 05 de junho de 2016. 
 
Advogado – OAB 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
 
APELANTE: Eliete 
APELADO:Ministério Público do Distrito Federal 
PROCESSO Nº. 0001-2012 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça. 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo juiz “a quo”, impõe-se 
a reforma da respeitável sentença proferida contra a Apelante, pelas razões de fato e 
de direito a seguir expostas. 
 
 
I – DOS FATOS 
 
A apelante, Eliete, foi denunciada por ter, supostamente, praticado o delito de 
furto qualificado por abuso de confiança (art. 155, § 4º, II, do CP) contra Cláudio. 
Segundo consta da denúncia, a denunciada teria se aproveitado da profissão de 
empregada doméstica da vítima para furtar a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais), 
condição pessoal esta que, conforme a acusação, implicaria a qualificação do delito por 
abuso de confiança. 
 
O crime teria ocorrido em 20 de dezembro de 2011, sendo a denúncia 
oferecida em 10 de janeiro de 2012 e recebida em 12 de janeiro de 2012. Em 10 de 
dezembro de 2014 foi prolatada sentença para condenar a apelante à pena de 02 
(dois) anos de reclusão, em razão da prática do crime previsto no art. 155, § 2º, IV, do 
CP. 
 
Da sentença foi interposto recurso de apelação exclusivo da defesa, pleiteando 
a anulação de toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa 
em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha. 
O Tribunal de Justiça julgou procedente o recurso para anular a sentença. 
 
Após a realização da instrução criminal, com a oitiva da referida testemunha e 
juntada de comprovação de rendimentos mensais da vítima, e apresentação de 
memoriais, foi proferida, em 09 de fevereiro de 2016, nova sentença penal condenando 
Eliete à pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão (art. 155, § 4º, II/C.P.), 
convertida em restritivas de direitos (art. 43, inc. IV/C.P.), consubstanciada na 
prestação de 08 (oito) horas semanais de serviços comunitários, durante o período de 
02 (dois) anos e 06 (seis) meses em instituição a ser definida pelo juízo de execuções 
penais. De acordo com as razões de decidir, a pena-base foi exasperada do mínimo 
sob o fundamento do abuso de confiança configurar circunstância judicial desfavorável. 
 
 
 
II – DO DIREITO 
 
a) Nulidade da sentença 
 
Em um primeiro momento a ré fora condenada à pena privativa de liberdade de 
02 (dois) anos de reclusão. De tal decisão interpôs-se recurso de apelação, pleiteando 
a anulação da sentença, por cerceamento de defesa. Ressalte-se que o Ministério 
Público dela não recorreu. Analisando o recurso exclusivo da defesa, o Tribunal de 
Justiça julgou-o totalmente procedente para anular a decisão de primeiro grau. 
 
Após nova instrução, o juiz “a quo” prolatou nova decisão, condenando a ré à 
pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão. Dessa decisão interpôs-se o 
presente recurso, também exclusivo da defesa. 
 
Do exposto observa-se um claro equívoco na dosimetria da pena, uma vez que 
a segunda sentença majorou a pena em relação à sentença anterior. A pena foi alçada 
de 02 (dois) anos para 02 (anos) e 06 (seis) meses de reclusão. A técnica estaria 
correta se não fosse a ausência de recurso da acusação na primeira sentença. Vale 
lembrar que o juiz está atrelado ao recurso exclusivo da defesa, não sendo permitida a 
piora da situação do réu (art. 617 do CPP), sob pena de se desestimular a interposição 
de recursos e se ferir o sistema acusatório. 
 
Deste modo, com apoio na jurisprudência dos tribunais superiores e na 
doutrina, a sentença que majorar a pena em relação à sentença anteriormente anulada, 
por recurso de apelação exclusivo da defesa, implicará o fenômeno processual da 
“reformatio in pejus” indireta, cujo efeito também será a nulidade da decisão. 
 
b) Prescrição da pretensão punitiva retroativa 
 
Com a nulidade da sentença, o magistrado estará limitado à fixação da pena 
definitiva em, no máximo, 02 (dois) anos de reclusão, lembrando ser esta a sanção 
aplicada na primeira sentença anulada. Tudo isso se justifica para evitar a reprovável 
“reformatio in pejus” indireta, consoante já afirmado no tópico anterior. 
 
Com efeito, a prescrição retroativa (art. 110, §1º, do CP), que é contada do 
trânsito em julgado para a acusação caminhando em direção às causas interruptivas a 
ela anteriores, será verificada com o transcurso de tempo superior a quatro anos, 
porquanto os dois anos de pena imposta prescrevem em quatro anos, nos termos do 
art. 109, V, do CP. 
Como já transcorreram mais de quatro anos entre a primeira causa interruptiva 
da prescrição, o recebimento da denúncia (art. 117, I, do CP), datada de 12 de janeiro 
de 2012, e a presente data, vez que a sentença a ser anulada deixará de constituir 
marco interruptivo do lapso prescricional, resta a declaração da prescrição da 
pretensão punitiva retroativa, por ser o prazo superior a quatro anos. Ademais, mesmo 
se levando em consideração o prazo da sentença a ser anulada, verificar-se-á 
superado o lapso prescricional para a decretação da extinção da punibilidade (art. 107, 
IV, do CP). 
c) Atipicidade material (princípio da insignificância) 
 
Com base nas lições de CEZAR ROBERTO BITENCOURT, o princípio da 
insignificância foi cunhado por ClausRoxin - 1964. A tipicidade penal exige ofensa de 
gravidade ao bem jurídico protegido, pois nem sempre qualquer ofensa a esse bem ou 
interesses é suficiente para configurar o injusto típico.Amiúde, condutas que se 
amoldam a determinado tipo penal, sob o ponto de vista formal, não apresentam 
relevância material. 
A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XXXIX, legitima o princípio da 
insignificância, enunciando que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal”, seguido pelo Código Penal em seu art. 13, caput, do 
Código Penal, expressando na relação de casualidade que o crime para existir precisa 
de resultado no sentido jurídico e normativo, para que haja efetiva ofensividade ao bem 
jurídico penalmente tutelado. 
O Supremo Tribunal Federal assentou o princípio da insignificância: a) mínima 
ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) 
reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) inexpressividade da lesão 
jurídica provocada. 
Para caracterizar-se o crime de furto, necessário de faz que o bem jurídico 
patrimônio seja afetado de alguma forma com a subtração do bem em si mesmo. 
Assim, se o bem em questão não possui valor econômico algum, não há tipicidade 
material no fato narrado na denúncia, embora reprovável, e passível de ser 
questionado na esfera cível sob diversos aspectos (STJ, HC 47121/DF , Rel.ª Min.ª 
Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T ., DJe 1º/12/2008, RT v . 882, p. 541). 
O ínfimo valor da res furtiva, sem qualquer repercussão no patrimônio da vítima, 
à míngua de efetiva lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 155 do CP, não repercute 
na ordem jurídica a ensejar a reprimenda estatal, pois a irrelevância do resultado 
implica o reconhecimento da atipicidade da conduta, afetando materialmente a 
estrutura do delito. 
Para a doutrina, a tipicidade material consiste na avaliação da existência ou não 
de lesões significativas ao bem jurídico protegido pelo tipo penal. Aqui reside a 
excludente de tipicidade princípio da insignificância. 
O objeto do delito seria a quantia de R$ 50,00 (cinquenta reais), valor este de 
pequena monta quando comparado ao patrimônio da vítima, ocupante do cargo de 
presidente da maior empresa do Brasil no segmento de venda de alimentos no varejo. 
Para ir além do âmbito das presunções, juntou-se aos autos a comprovação dos 
rendimentos da vítima, que giram em torno de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) 
mensais (doc. pág.). 
Nessas circunstâncias, é absolutamente razoável que o juiz quando do 
recebimento da denúncia, examine se o ato no seu todo tem significado para gerar umprocesso penal, e considerando que nos autos há prova objetiva e induvidosa de que o 
furto é de valor de R$50,00, podendo ser considerado como irrelevante para configurar 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619836/artigo-155-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
a tipicidade material do delito do art. 155 do CP, porque em verdade o bem jurídico não 
chegou a ser lesado. 
Sendo assim, a sentença “a quo” deve ser reformada para absolver a apelante, 
com espeque na ausência de justa causa em razão de atipicidade do fato (art. 386, III, 
do CPP), visto ser a conduta causadora de lesão insignificante, vislumbrada da 
comparação do valor do objeto (cinquenta reais) com os rendimentos mensais da 
vítima (cinquenta mil reais). 
 
d) Desclassificação da conduta para furto simples privilegiado (art. 155, 
“caput” e §2º, do CP) 
 
A apelante, conforme já afirmado, foi condenada à pena de 02 (dois) anos e 06 
(seis) meses pela prática de furto qualificado pelo abuso de confiança, cuja pena 
mínima é de 02 (dois) anos (art. 155, § 4º, II, do CP). 
 
A “ratiodecidendi” para a qualificação do crime escorou-se no fato de a ré 
exercer a profissão de empregada doméstica na residência da vítima. Tal condição, 
nos termos da acusação, facilitaria a empreitada criminosa, sendo merecedora de 
maior reprimenda. 
 
Todavia, o simples fato de a autora ser empregada doméstica e ter acesso à 
casa da vítima não importa na qualificadora de abuso de confiança, ainda mais quando 
a ré acaba de ser contratada. O pouco tempo de serviço ficou consignado e 
comprovado na instrução criminal. Eliete foi contratada por Cláudio havia uma semana 
e só tinha a obrigação de trabalhar às segundas, quartas e sextas-feiras, de modo que 
o suposto fato criminoso teria ocorrido no terceiro dia de trabalho da doméstica. 
 
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a simples condição 
de empregada doméstica não configura, por si só, a qualificadora de abuso de 
confiança, sendo necessária a análise do caso concreto. Nesses termos, pode-se 
extrair do julgado que o abuso de confiança da empregada doméstica será vislumbrado 
por meio do tempo de serviço prestado à vítima bem como pelo grau de intimidade e 
confiança depositado pelo patrão em seu empregado. 
 
Em conclusão, o pouco tempo de serviço afasta a incidência da qualificadora, 
devendo ser o delito desclassificado para furto simples (“emendatiolibelli” – art. 383 do 
CPP), cuja pena mínima é de 01 (um) ano. Dessa forma, a apelante passa a ter direito 
subjetivo à suspensão condicional do processo, instituto despenalizador com previsão 
legal no art. 89 da Lei 9.099/95. 
 
Ademais, a apelante preenche os requisitos para a causa de redução de pena 
em razão do pequeno valor da coisa furtada, podendo o juiz, neste caso, substituir a 
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou aplicar somente 
a pena de multa (art. 155, § 2º, do CP). 
 
e) Punição excessiva da pena privativa de liberdade 
Na primeira fase de dosimetria da pena, o juiz justificou a fixação da pena-base 
acima do mínimo sob o argumento de que a ré possuía circunstâncias judiciais 
desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em 
que se abusa da confiança depositada no agente. 
 
Embora respeitável a argumentação jurídica, incorreu em grave equívoco o juiz 
“a quo”. Os Tribunais Superiores já assentaram em suas jurisprudências configurar “bis 
in idem” a exasperação da pena-base sob a mesma fundamentação da qualificadora do 
crime. Em outras palavras, inadmite-se a majoração da pena-base com fulcro em 
circunstância judicial desfavorável ao agente que também qualifica o crime, até porque 
a pena seria majorada duas vezes: uma pela qualificadora, que delimita os limites 
máximo e mínimo da pena nas duas primeiras fases de fixação da pena; e outra pela 
circunstância judicial desfavorável. 
 
Destarte, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal como forma de se evitar 
a punição excessiva. 
 
f) Punição excessiva da pena restritiva de direitos 
 
A sentença converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, 
impondo o cumprimento de prestação de serviços à comunidade à razão de 08 (oito) 
horas semanais. Ocorre que a fração de horas semanais contraria a disposição do art. 
46, §3º, do CP, eis que esta regra deixa clara que a fração máxima é de 01 (uma) hora 
por dia, portanto, 07 (sete) horas semanais. Assim, requer seja reformada a sentença 
para fixar a pena restritiva de direitos à razão de 07 (sete) horas semanais. 
 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para 
anular a sentença (art. 617 do CPP); em não se acolhendo o pleito, requer seja extinta 
a punibilidade do agente por força da prescrição (art. 107, IV, do CP); subsidiariamente 
requer a absolvição da apelante por atipicidade da conduta (art. 386, III, do CPP); caso 
nenhum dos pedidos antecedentes seja acolhido, requer a desclassificação do delito 
para o previsto no art. 155, “caput”, do Código Penal (art. 383 do CPP) com a causa de 
redução de pena inscrita no § 2º do mesmo artigo, bem como a concessão do benefício 
da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95); ainda, no caso de 
negativa de todas as teses, requer a fixação da pena no mínimo legal; por fim, requer a 
reforma da pena restritiva de direitos de prestação de serviços à comunidade para ser 
cumprida à razão de 07 (sete) horas semanais. 
 
Taguatinga-DF, 14 de junho de 2016. 
 
Advogado – OAB 
 
 
 
Jurisprudência sobre o conteúdo trabalhado em sala de aula. 
JURISPRUDÊNCIA 
 
I – DO FURTO: 
Para caracterização da res derelicta é indispensável a evidente vontade do proprietário 
de se despojar do que lhe pertence, o que, contudo, como demonstrado ao longo da 
instrução criminal, não ocorreu in casu, não se podendo, como quer a defesa, presumir 
o abandono, portanto, necessária a manutenção do decreto condenatório (TJ-MG, AC 
0116206-06.2010.8.13.0521, Rel. Des. Edison Feital Leite, DJe 10/06/2016). 
As coisas reconhecidamente abandonadas não são passíveis de furto (TJMG, AC 
1.0155.05.007586-2/001, Rel.ª Des.ª Maria Celeste Porto, DJ 23/3/2009). 
Para caracterizar-se o crime de furto, necessário de faz que o bem jurídico patrimônio 
seja afetado de alguma forma com a subtração do bem em si mesmo. Assim, se o bem 
em questão não possui valor econômico algum, não há tipicidade material no fato 
narrado na denúncia, embora reprovável, e passível de ser questionado na esfera cível 
sob diversos aspectos (STJ, HC 47121/DF , Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, 
6ª T ., DJe 1º/12/2008, RT v . 882, p. 541). 
O delito de roubo, assim como o de furto, consuma-se no momento em que o 
agente se torna possuidor da coisa alheia móvel, ainda que por poucos instantes, 
sendo prescindível a posse mansa, pacífica, tranquila e desvigiada do bem. 
Dessa forma, prevalece, tanto nesta Corte Superior quanto no Supremo Tribunal 
Federal a teoria da amotio ou apprehensio (STJ, HC 362.436/SP, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T., DJe 04/10/2016). 
O art. 155, § 2º, do Código Penal impõe a aplicação do benefício penal, na hipótese de 
adimplemento dos requisitos legais da primariedade técnica e pequeno valor do bem 
furtado, assim considerado aquele inferior ao salário-mínimo ao tempo do fato, 
tratando-se, pois, de direito subjetivo do condenado. Quando da escolha do benefício 
aplicável, dentre aqueles previstos no referido dispositivo legal – a) substituição da 
pena de reclusão por detenção; b) diminuição da pena privativa de liberdade de um a 
dois terços; c) aplicação somente da pena de multa – de rigor a observância do dever 
de fundamentação pelas instâncias ordinárias, sob pena de violação ao princípio

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