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FISIOTERAPIA NO PACIENTE QUEIMADO

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FISIOTERAPIA NO PACIENTE QUEIMADO
DR. GERALDO JÚNIOR
INTRODUÇÃO
A queimadura é o maior trauma a que um ser humano pode ser exposto, pois desencadeia uma resposta metabólica muito intensa e com muitas complicações, em praticamente todos os órgãos e sistemas (MORE; ARRUDA, 2008).
EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, ocorre um milhão de casos de queimaduras a cada ano 
200.000 pacientes procuram atendimento hospitalar onde 40.000 são internos; 
2.500 pacientes irão falecer direta ou indiretamente da queimadura 
(Sociedade Brasileira de Queimaduras,2010)
5ª causa de morte traumática no mundo 
2ª causa de morte em crianças de 6 anos 
3ª causa de morte em crianças de 6 anos 
(OMS,2008)
PREVALÊNCIA
2/3 dos acidentes com queimaduras acontecem em casa, atingindo na sua maioria, adolescentes e crianças com queimaduras por líquido superaquecido 
A população masculina jovem acidenta-se no trabalho com fogo e eletricidade 
(Sociedade Brasileira de Queimaduras, 2010)
CONCEITO
As queimaduras são lesões decorrentes de agentes como a energia térmica, química, elétrica, ou radioativas capazes de produzir calor excessivo que danifica os tecidos corporais e acarreta a morte celular.
 Fonte: Ministério da Saúde,2008
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
PROFUNDIDADE ( 1º, 2º e 3º grau)
 
EXTENSÃO (Regra dos nove e Lund Browder)
 
GRAVIDADE (Grande Queimado, médio queimado e pequeno queimado)
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE
1º GRAU OU SUPERFICIAL
Atinge a camada mais externa da pele, a epiderme.
Não provoca alterações hemodinâmicas, nem é acompanhada de alterações clínicas significativas. 
Clinicamente a lesão é hiperemiada, úmida, dolorosa. 
Exemplo: lesão por raios solares
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A PROFUNDIDADE 
2º GRAU (ESPESSURA PARCIAL) 
Subclassifica-se em superficial e profundo: Atinge tanto a epiderme quanto a derme. 
A característica clínica mais marcante é a formação das bolhas ou flictenas.
QUEIMADURA DE 2º GRAU SUPERFICIAL
Comprometimento da epiderme e parcial da derme;
Aspecto ruborizado e úmido; 
Dor acentuada; 
Regeneração total entre 14 a 21 dias e ocorre pela reepitelização dos anexos epiteliais preservados;
QUEIMADURA DE 2º GRAU PROFUNDA
(ESPESSURA PARCIAL PROFUNDA)
Comprometimento quase total da derme; 
Aspecto esbranquiçado e pouco brilho; 
Menos dolorosa; 
Maior repercussão sistêmica, dependendo da extensão. 
Cicatrização após 3 semanas; 
Forte tendência à cicatrização hipertrófica e contraturas dependendo da extensão; 
Pode ser necessário enxerto
QUEIMADURA 3º GRAU (ESPESSURA TOTAL)
Acomete a totalidade das camadas da pele e outros tecidos: subcutâneo, músculo e ósseo. 
De aspecto pálido ou marmóreo; 
Há redução da elasticidade tecidual, tornando-se rígido e provoca alterações hemodinâmicas dependendo da extensão,
QUEIMADURA 3º GRAU (ESPESSURA TOTAL)
Cicatrização após 4 semanas;
Necessita da formação de um novo tecido (granulação);
A reepitelização ocorre apenas nas margens da lesão.;
Pode apresentar vasos sanguíneos trombosados; 
Forte tendência à deformidades.
4° GRAU – CARBONIZAÇÃO
CAUSAS ELÉTRICAS OU FOGO
FISIOPATOLOGIA
Resposta inflamatória ao trauma 
→Coagulação com morte celular
↓ Perfusão tecidual local, seguido de vasodilatação 
↑ Permeabilidade capilar 
↑ Leucócitos e plaquetas 
→ Mediadores pró-inflamatórios 
↑ Colonização e Infecção 
↑ Edema local e dor
FISIOPATOLOGIA
Resposta inflamatória ao trauma 
↑ Mediadores inflamatórios 
↑ Circulação sistêmica hiperdinâmica 
↑ Ação hipermetabólica 
↑ Consumo de glicose e oxigênio 
↑ Catabolismo muscular 
↓ Temperatura corporal 
↓ Volemia
LESÃO INALATÓRIA
Incidência: Cerca de 33% das vítimas possuem lesão inalatória, sendo esta responsável por 77% dos óbitos em pacientes queimados; 
Agente etiológico: fogo em ambientes fechados; 
Responsável pela queimadura: A fumaça que é composta por gases (CO, NO2, SO2 ) e partículas em suspensão;
CARACTERISTICAS: 
Queimadura de face, Vibrissas chamuscadas;
Escarro com fuligem; 
Estridor laríngeo e desconforto respiratório; 
Conjuntivite; 
Desorientação, coma. 
SITUAÇÕES DE RISCO NO GRANDE QUEIMADO
Hipovolemia - ↑ permeabilidade 
Diminuição da Pressão Coloide-Osmótica plasmática
Edema difuso 
Aumento da Viscosidade Sanguínea 
Desequilíbrio hidroeletrolítico. (acidose metabólica) 
Diminuição do Débito Cardíaco (↓ retorno venoso) 
Burn Shock ou Choque Hipovolêmico
TRATAMENTO
TRATAMENTO CLÍNICO
Oferta de oxigênio(queimadura por inalação) 
Reposição de líquidos 
Analgésicos/antibióticos 
Limpeza da ferida (Balneoterapia) O objetivo é limitar as repercussões sistêmicas da queimadura, e adotar as medidas preventivas para que o paciente não evolua com disfunção de órgãos e sistemas.
MONITORIZAÇÃO
Débito Cardíaco - "Swan Ganz“
 Débito Urinário - Horário 
Frequência Cardíaca 
PH Arterial Sanguíneo
TRATAMENTO CIRÚRGICO
ESCARATOMIA
 FASCIOTOMIA 
AMPUTAÇÃO 
ENXERTOS 
REPARADORA
TRATAMENTO CIRÚRGICO / ESCARATOMIA
TRATAMENTO CIRÚRGICO / Fasciotomia
TRATAMENTO CIRÚRGICO / RETIRADA DA PELE
TRATAMENTO CIRÚRGICO / AMPUTAÇÕES
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Em cada estágio da queimadura, o fisioterapeuta atua com recursos singulares, permitindo à lesão cicatrizar de maneira correta e evitando complicações. Isto aperfeiçoa os índices de recuperação, reduz sequelas e melhora física e psicologicamente a qualidade de vida, reintegrando o indivíduo ao convívio social
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA / Os Objetivos Principais
Manter e/ou recuperar a ADM do sistema osteomioarticular prevenindo as sequelas limitantes tardias 
Melhorar a circulação na região atingida, reduzindo a hipoxemia e o edema; 
Manter e/ou recuperar o trofismo muscular e consequentemente os movimentos funcionais; 
Auxiliar no alinhamento das fibras cicatriciais, preservando a elasticidade tecidual; 
Preservar a função respiratória mantendo pérvias as vias aéreas 
Proporcionar o retorno o mais rápido possível às AVDs com independência.
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA RESPIRATÓRIA: 
Inspeção e palpação 
Padrão respiratório; 
Ritmo e frequência respiratória; 
Expansibilidade torácica 
Ausculta pulmonar; 
Tosse e secreção; 
Suporte de oxigênio VNI e VMI 
Exames complementares (raio-x, hemograma, gasometria).
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA MOTORA:
Avaliação da ADM articular ; 
Comprometimento funcional articular; 
Presença de alterações músculo-esqueléticas; 
Edema; 
Postura (assimetria corporal, fixações posturais, retrações); 
Indicação de talas ou moldes para imobilização; 
Avaliação da dor: Escala visual analógica.
CONDUTA FISIOTERAPÊUTICA
Cinesioterapia motora (ativa, ativa assistida, ativa-livre, e passiva); 
Abordagem respiratória (Higiene, expansão, reeducação respiratória, suporte ventilatório, oxigenoterapia); 
Ajuste postural (posição antálgica); 
Uso de órteses ou próteses, se necessário; 
Massoterapia em regiões íntegras; 
Sedestação, bipedestação e deambulação precoce; 
Estimular as AVDs possíveis precocemente; 
Recursos eletroterapêuticos e mecanoterapêuticos;
COMPLICAÇÕES TARDIAS
Limitações Motoras – Retração muscular e cicatricial com redução de ADM articular 
Imagem corporal inestética 
Distúrbios Psico-sociais
RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS
Laser(reparo tecidual) 
Led (bactericida e cicatrização) 
Microcorrentes (cicatrização) 
Tens(estimulação elétrica nervosa transcutânea)(analgesia) 
Corrente russa (excitomotora) 
Vacuoterapia ou depressoterapia(ação desfibrosante com remodelamento cicatricial)
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis”.
José de Alencar
OBRIGADO!
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Junior Santana

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