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HISTÓRIA DO BRASIL Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 1 (Olá candidato. Antes de iniciarmos, gostaria de fazer alguns esclarecimentos a respeito do conteúdo. Alguns tópicos encontrados a seguir não constarão no edital, como por exemplo as revoltas nativistas. Apesar disso o período em que elas ocorreram é pedido. Em casos como esse, mesmo tentando resumir o conteúdo para que ele não fique muito cansativo, achamos melhor deixá-los como parte do texto. Se na tentativa de resumir, você notar algum assunto particular faltando, por favor, entre em contato conosco. Nossa equipe de tutores está à disposição). Brasil Colonial Somente em 1530 é que Portugal finalmente decide iniciar a colonização das terras brasileiras. Alguns motivos fizeram com que os portugueses se interessassem pelas terras que lhe cabiam na América, o primeiro motivo é pelo fato de estarem com medo de perder as terras, já que os franceses ignoravam o Tratado de Tordesilhas. Outro fato é o de que o comércio de especiarias estava ficando cada vez mais complicado, já que as despesas da viagem eram enormes e esses produtos enfrentavam baixa nos preços. Para completar o cenário, a Espanha havia encontrado ouro e prata na América. O marco da ocupação começa coma expedição de Martim Afonso, que enviado pelo rei em 1530, promove incursões pelo interior, na esperança de encontrar ouro e prata. Apesar de não encontrar sucesso nessa empreitada ele consegue fundar em 1532 a vila de São Vicente, no litoral do atual estado de São Paulo. I. Capitanias Hereditárias Foram introduzidas mudas de cana-de-açúcar e o primeiro engenho foi construído. Com o êxito da sua expedição, a Coroa Portuguesa promove a ocupação do território de forma sistemática. Foi implantado o sistema de capitanias hereditárias, sistema que já havia sido implantado na colonização das ilhas do Atlântico. Primeiro foram dividido toda a área que lhe cabia pelo Tratado de Tordesilhas em quinze grandes faixas. Esses lotes de terra eram concedidos a altos funcionários da Corte, chefes militares e membros da baixa nobreza. Dois documentos regulamentavam as capitanias, a Carta de Doação, onde era oficializado a concessão e o Foral, que fixava os direitos e tributos que deveriam ser pagos ao rei e ao capitão donatário. O donatário tinha o direito de posse, mas não era o proprietário da terra. Cabia ele apenas ocupar, defender e administrar. O sistema de capitanias tinha por característica principal a descentralização administrativa, a participação da iniciativa privada e a transferência de poderes a particulares. Contudo o objetivo criador das capitanias nunca foi alcançado. Apenas duas delas deram certo, a de Pernambuco e a de São Vicente, que alcançaram resultados graças à plantação da cana-de-açúcar. As causas desse fracasso se deu pelos seguintes motivos: não houve capital necessário para a instalação de uma atividade econômica; a incapacidade de atrair colonos; hostilidade de grupos indígenas que resistiram ao trabalho compulsório. Esse sistema acabou durando até meados do século XVIII, algumas capitanias foram readquiridas. Em 1754, todas já haviam sido incorporadas pela Corte. II. Governo Geral Como as capitanias não deram certo, a Corte cria em 1548, o cargo de governador-geral, uma espécie de rei da colônia, que centralizava o poder já que este estava acima dos donatários. A sede do Governo ficava na capitania da Bahia, que já havia sido adquirida pela Corte. O governador-geral era auxiliado por um provedor-mor e por um ouvidor-mor, um ficava responsável pelas finanças, enquanto o outro aplicava a justiça. Os três primeiros governadores-gerais foram Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem de Sá. III. A Economia Colonial Desde o início do processo de colonização, a economia colonial sempre assumiu um caráter exportador. A monocultura de produtos tropicais garantia uma maior rentabilidade. O principal objetivo era o lucro, e foi a partir daí que surge a mão-de-obra escrava. As primeiras mudas de cana-de-açúcar haviam sido trazidas por Martim Afonso e plantadas por ele em São Vicente. Em quase todas as capitanias foi tentado fazer o cultivo. Contudo, somente as capitanias da Bahia e de Pernambuco é que consolidaram essa forma de colonização na América. E meados do século XVI, elas já haviam se tornado os maiores produtores de açúcar da colônia. Em 1585, Pernambuco já possuía 66 engenhos e a Bahia 36. Algumas circunstâncias possibilitaram que o plantio da cana se consolidasse no Brasil com mais facilidade, como: a experiência portuguesa; a existência de condições apropriadas; a possibilidade de obtenção de crédito com banqueiros holandeses; o interesse em se refinar a maior parte do açúcar produzido na colônia para ser comercializados na Europa. A unidade de produção de açúcar era o engenho, este composto por um moinho, canavial, maquinas e edificações. Na parte mais alta do terreno ficava a casa-grande, residência do proprietário, a senzala, habitação dos escravos e uma capela. Como quase toda a produção no Brasil estava na monocultura, o país sofreu diversas vezes com a fome. A Coroa portuguesa chegou a estabelecer normas que obrigassem a produção de diversos gêneros alimentícios, como a mandioca. Outras atividades econômicas também foram desenvolvidas no Brasil, como a produção de fumo e algodão, que eram plantas já cultivadas pelos indígenas. IV. Os Escravos Quando os portugueses chegaram ao Brasil, a mão-de-obra indígena foi amplamente utilizada na extração do pau-brasil. Contudo quando é implantada a lavoura de cana-de-açúcar, a tentativa de se escravizar os indígenas acabou não dando certo. Em 1570, já era proibido a escravização dos nativos. Pressionados pela expansão da produção, os portugueses começaram a recorrer à mão-de-obra africana, oferecida pelos traficantes nos portos brasileiros, e ao contrário dos indígenas, como viriam de um lugar estranho, tinham mais dificuldade em resistir à escravidão. 1. A sociedade colonial: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas. Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 2 Apesar dos jesuítas terem sido contra a escravização dos indígenas, os negros não tiveram o mesmo apoio, ao contrário, para eles a escravidão desses povos era vista como uma forma deles pagarem pelos seus pecados. A substituição de uma mão- de-obra pela outra se deu de forma gradual, somente depois de 1600 é que os números de escravos superaram a de indígenas escravizados. O comércio de escravos negros já era feita desde 1443. Eram originários de diversas partes da África, o que dificultava ainda mais a comunicação entre eles. Antes da colonização da América, o tráfico negreiro era feito através de escambo, no decorrer do século XVI, o tráfico se tornou mais complexo, passando a mobilizar muito mais pessoas. As condições de viagem eram tão precárias, que os navios que os traziam ganharam o nome de tumbeiro. Eram postos de 100 a 400 pessoas no mesmo lugar, eles viajavam quase nus, recebendo muito pouco alimento e água. O navio levava em média 35 dias para chegar em Pernambuco. Muitos escravos não agüentavam as condições de viagem e acabam morrendo. Os que conseguiam chegar a América se deparavam com um mundo completamente estranho e hostil. Marido, mulher e filhos eram separados e vendidos. Quando chegando nas fazendas encontravam condições de trabalho desumanas. As mulheres ficavam encarregadas de fazer todo o serviço doméstico, além de satisfazerem sexualmente seus donos. Elesviviam sempre sob a ameaça de castigos físicos. As formas de resistência desse povo se deram de diversas formas, alguns se adaptavam e aceitavam pacificamente, outros se revoltavam e feriam seus senhores ou queimavam as plantações de cana, outros entravam em depressão, conhecida como banzo, e se matavam. Contudo uma forma de resistência que ficou bastante conhecida foi a fuga, muitas coletivas, por meio dela eles conquistavam a sua liberdade e reconstruíam comunidades semelhantes às da África, chamadas de quilombolas. A vida econômica nessas comunidades era a de subsistência e do trabalho artesanal. O mais famoso quilombo do período colonial foi o de Palmares. V. União Ibérica Com a morte de Dom Sebastião e a de seu tio-avô, chegava ao fim a dinastia Avis. Esse fato colocou Portugal em uma posição ruim, já que Filipe II da Espanha reivindicou o trono para si. Em 1581, foi assinado o Tratado de Tomar, que unia os dois países sob um só monarca. Essa união perdurou até 1640. Na colônia, essa união significou o fim dos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, permitindo a livre circulação. Esse fato permitiu que Portugal ampliasse seu território. Contudo, ao mesmo tempo em que crescia seu território, nações que antes mantiveram relações amigáveis com Portugal passaram a ser hostilizadas, como foi o caso da Holanda. A colônia portuguesa também foi dividida em duas unidades, o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil, com sede na Bahia. V-a. Invasão Holandesa no Brasil As invasões holandesas foram o maior conflito político- militar da colônia. Embora concentradas no atual Nordeste, não se resumiram a um episódio regional. Fizeram parte do quadro de relações internacionais entre os Estados europeus: foi uma luta pelo controle do açúcar, bem como das fontes de suprimento de escravos. O projeto de ocupação da Região Nordeste do Brasil pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais passou a concentrar-se na ocupação de Pernambuco, já que era lá que estava concentrada a maior produção de açúcar. Foram sete anos de guerra, até que Portugal desiste. Durante todo o conflito, a produção de açúcar ficou comprometida, retornando apenas com o governo de Maurício Nassau. V-b. Restauração de Portugal Em 1640, já inconformados coma situação, a população e as elites portuguesas se unem ao duque de Bragança, que é proclamado rei de Portugal, iniciando assim a dinastia de Bragança. Ao mesmo tempo uma aliança com a Inglaterra foi formada, dando direito reservados a produtos ingleses. V-c. Insurreição Pernambucana Em 1641, a Holanda invade colônias portuguesas na África, três anos depois, o então governador de Pernambuco Maurício Nassau é afastado, gerando grande descontentamento na população, dívidas atrasadas também foram cobradas, levando a população a uma luta armada contra o domínio holandês. Esse conflito durou nove anos, tendo sido iniciado em 1945. Quase toda a população foi mobilizada, mas somente em 1951 é que Portugal manda tropas para ajudar os combatentes. Quando os combatentes luso-brasileiros sitiaram Recife, é que em 1654 os holandeses assinam a sua rendição e se retiram. Depois de expulsos, os holandeses acabaram levando suas técnicas de produção de açúcar para as Antilhas. Em poucos anos, a produção nessa região cresceu, chegando a competir com a America portuguesa. Com o aumento da produção, o preço do açúcar começou a cair, gerando uma crise nos engenhos. Apesar disse o açúcar continuou sendo o principal item de exportação da colônia. VI. Bandeirantes Desde o início da colonização, os portugueses demonstraram interesse em buscar ouro e prata no interior do país. Algumas tentativas foram feitas, mas infelizmente fracassadas, a colonização acabou por se fixar somente no litoral, desenvolvendo a cultura de cana-de-açúcar. Somente em São Paulo é que a economia tomou um rumo diferente. A vila de São Paulo acabou por desempenhar um papel importante no desbravamento do território brasileiro. Como o clima não favorecia a plantação de cana, a população se dedicou a caça e venda de índios. A atividade era realizada por meio de expedições conhecidas como bandeiras. Além de caçar indígenas, os bandeirantes iam atrás de ouro e prata. Os que se dedicavam a caça dos nativos eram chamados de bandeiras de apresamento, já os que iam atrás de metais preciosos eram chamados de bandeiras de prospecção. Na segunda metade do século XVII, o número de bandeirantes atrás de ouro e prata cresceu. Contudo somente no final do século XVII é que se encontraria ouro na região que hoje é conhecida como Minas Gerais. Companhia de Jesus A Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyola em 1534, como resposta para os movimentos religiosos, em especial a reforma protestante e a contrarreforma, que aconteciam na Europa. Seu objetivo era espalhar a fé católica pelo mundo. Os primeiros representantes da Ordem jesuítica chegaram ao Brasil comandados pelo padre Manuel da Nóbrega, no ano de 1549, em uma expedição comandada por Tomé de Souza. Após desembarcarem na Bahia, ajudaram na fundação da cidade de Salvador, além de percorrerem as capitanias vizinhas. O Projeto Educacional Jesuítico não era apenas um projeto de catequização, mas sim um projeto bem mais amplo, um projeto de transformação social, pois tinha como função propor e implementar mudanças radicais na cultura indígena brasileira. Uma das estratégias adotadas por Manuel da Nóbrega na conversão dos gentios foi a construção de aldeias de catequização, que se situavam próximas das vilas e cidades Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 3 portuguesas. Essas aldeias eram habitadas pelos padres jesuítas e pelos índios a serem convertidos. No ano de 1553, José de Anchieta chega ao Brasil. Anchieta esteve à frente do Colégio na vila de São Paulo de Piratininga, fundada em 1554. Durante seu tempo no colégio fez contato intenso com os grupos indígenas locais, o que auxiliou na elaboração de um guia de gramática e um dicionário. A partir da década de 1580, a missão realizava-se por meio de visitas esporádicas aos grupos localizados nas matas. Essas visitas eram espaçadas e demoravam até quinze dias ou mais, umas das outras, e os padres não permaneciam muito tempo entre os grupos. Devido ao segundo contato ser sempre demorado, quando aconteciam os índios já não detinham as orientações anteriores. Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese. A justificativa para tal ação adveio da ocorrência das Guerras Guaraníticas, onde os padres das missões do sul armaram os índios contra as autoridades portuguesas em uma sangrenta guerra. Apesar desse episódio, a herança religiosa dos jesuítas ainda se encontra manifesta em vários setores da nossa sociedade. Muitas escolas tradicionais do país, bem como várias instituições de ensino superior espalhadas nos mais diversos pontos do território brasileiro, ainda são administradas por setores dirigentes da Igreja Católica. Somente no século XIX, foi que as escolas laicas passaram a ganhar maior espaço no cenário educacional brasileiro. VII. O Ouro em Minas gerais A descoberta do ouro em Minas Gerais acabou por transformar completamente o perfil econômico da colônia. Com essa nova atividade, a sociedade acabou ficando mais complexa, com o grande aumento do fluxo comercial, o tráfico de escravos aumenta, novos grupos sociais também surgem nesse novo cenário. A integração das capitanias acabou por formar uma rede de abastecimento para servir a região mineradora. As capitanias do nordeste e do sul forneciamcarne, de São Paulo, diversos gêneros alimentícios foram produzidos para mandar para lá. Esse aumento do comércio interno favoreceu a criação de estradas que ligavam o litoral ao interior da colônia. Novas cidades também surgiram. Com a notícia de que havia se encontrado ouro na colônia se espalhando, mais gente vinha tentar a sorte nessa região. Os paulistas eram a maioria, criando núcleos de exploração. Como havia sido um paulista a descobrir ao ouro, eles achavam que tinham direitos especiais sobre a terra. Muitos que vinham de outras regiões vestiam botam de cano longo, logo esses aventureiros ganharam o apelido de emboabas. Quando um dos líderes dos emboabas enfrentou, junto com uma frente armada e conseguiu expulsar os paulistas da região de Sabará, o ato foi entendido por eles como uma declaração de guerra. Esse conflito ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. Os paulistas revidaram, atacando diversas vezes os acampamentos, mas sem sucesso. Após a guerra os paulistas partiram para outros lugares em busca de ouro, foram encontrados no Mato Grosso e em Goiás. Essas descobertas fizeram com que houvesse um novo fluxo de pessoas para essas regiões, desenvolvendo assim a formação de novos núcleos populacionais. Foi encontrado também nessas duas capitanias diamantes. Para se administrar a região, que cada dia atraia mais pessoas, a Coroa tomou diversas medidas, como a criação das capitanias de São Paulo e Minas Gerais, a criação da Intendência das Minas, que seria o órgão encarregado de administrar toda a zona mineradora. O Regimento das Minas do Ouro foi criado ao mesmo tempo, nele todos os depósitos auríferos descobertos deveriam ser divididos em datas. Com a mineração dando grande lucro, a Coroa portuguesa procurou aumentar ainda mais a sua receita através dos impostos cobrados. Os principais impostos cobrados foram o quinto e a capitação. O quinto era o tributo que mais desagradou a população, pois ele obrigava cada minerador pagar a Portugal a quinta parte de todo o ouro extraído. Com todos os impostos, a sonegação e o contrabando foram praticas comuns na época. O auge da mineração aconteceu entre os anos de 1730 e 1750. Depois da década de 50 a produção do ouro começou a cair, levando a população mineira a desenvolver atividades complementares como a agricultura e a pecuária. VIII. A Inconfidência Mineira A partir de 1750, com a queda no ritmo da mineração, os mineiros não conseguiam mais atingir a cota mínima de 100 arrobas de ouro por ano, Portugal, inconformado com a diminuição dos lucros, resolveu empreender um novo imposto: a derrama. Sua cobrança serviria para complementar os valores das dívidas que os mineradores acumulavam junto à Coroa. Sua arrecadação era feita pelo confisco de bens e propriedades que pudessem ser de interesse da Coroa. Sendo esse um imposto extremamente impopular, as elites intelectuais e econômicas, influenciadas pelo iluminismo francês, começam a articular um levante contra a Coroa. O plano seria colocado em prática em fevereiro de 1789, data que estava marcada para ser a derrama. Entre os inconfidentes estavam poetas como Claudio Manoel da Costa e Tomas Antonio Gonzaga; os padres Carlos Correia de Toledo, o coronel Joaquim Silvério dos Reis; e o alferes Tiradentes, um dos poucos participantes de origem popular dessa rebelião. Esse movimento teve caráter separatista, eles iriam proclamar a independência e a proclamação de um republica na região de Minas Gerais. Com a data da cobrança chegando, as reunião tornaram-se cada vez mais frequentes. Quando chegou a data da derrama, descobre-se que ela seria revogada e que uma denúncia sobre a insurreição havia sido feito. Foi instaurado um inquérito, onde na delação de Joaquim Silvério dos reis denuncia seus companheiros em troca do perdão de suas dívidas. Como o movimento era composto por pessoas da elite, o único a assumir a responsabilidade foi Tiradentes, que foi enforcado e esquartejado. Seu corpo foi exposto nas vias de acesso a Minas. A Inconfidência Mineira, no final, nunca aconteceu. Apesar do seu caráter separatista, é bom ressaltar que eles não pretendiam acabar com a escravidão, nem lutar pela independência do Brasil. A Inconfidência foi um movimento restrito a região mineira. IX. Conjuração Baiana Ao contrário da Inconfidência Mineira, a Conjuração baiana foi um revolta de caráter social, apoiada pela população mais pobre, que estava inconformada coma escassez de alimentos e a fome vivida na época. Os revoltosos tinham o objetivo de por fim a escravidão e propostas de mudanças mais radicais. Em agosto de 1798, panfletos foram espalhados, convocando a população a participar de uma revolta que estava sendo preparada. Nesses panfletos, críticas aos impostos e reivindicação para os militares eram feitas. Inspirados pela Revolução Francesa, os manifestantes também mostravam idéias como a formação de uma república, liberdade, igualdade, entre outros. Com o crescente número de panfletos, o governo iniciou uma investigação para descobrir o autor. As investigações recaíram sobre Luís Gonzaga das Virgens, em sua casa foram encontrados documentos que acabaram por comprometê-lo. Coma prisão de Gonzaga das Virgens, o alfaiate João de Deus Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 4 tentou libertá-lo, mas antes que conseguisse, ele e seu companheiros foram traídos. No total, o processo envolveu 49 réus, muitos deles sendo alfaiates. No final tanto Gonzaga das Virgens como João de Deus, foram condenados a forca. Mais dois revoltosos receberam a pena de morte, mas um deles conseguiu fugir. Apesar de não ter dado certo, os dois movimentos se transformaram em símbolos de luta pela independência. X. Chegada da Corte portuguesa no Brasil Logo depois, em 1780, a Revolução Industrial inglesa tomaria forma. A produção de manufaturas se acelerava e atingia proporções nunca imaginadas, e com elas as antigas regras de comércio começariam a cair por terra, incluindo o Mercantilismo. Para completar o cenário, em 1789, outro evento movimentaria novamente toda a Europa. Um movimento francês de cunho liberalista acabaria por derrubar o que parecia ser estável: a monarquia. Com a morte de Luís XVI, em 1793, a monarquia começava a perder seu caráter divino. A figura do rei como um ícone central e de controle de Estado começava a perder forma. Em meio a esta Revolução é que surge um personagem que começaria a mudar a história do Brasil: Napoleão Bonaparte. No século XIX, ele tornou-se soberano do império Francês tendo como objetivo alcançar a hegemonia na Europa. Para alcançar tal intento, devastou o exército de diversos países europeus, exceto as forças militares inglesas. Neste momento, Portugal era governado por D. João VI, e sendo os portugueses aliados dos ingleses, Dom João acabou ficando em uma situação delicada: ir contra Napoleão e correr o risco de uma invasão francesa ou esperar para ver a Inglaterra invadir o Brasil? A saída encontrada, em conluio com os ingleses, foi a mudança da Corte portuguesa para o Brasil. Em novembro de 1807, sob a proteção da força naval inglesa, D. João, sua linhagem e a nobreza que o rodeava mudaram-se para o Brasil. Em sua chegada, D. João passou alguns dias em Salvador e deu uma injeção de ânimo na economia brasileira determinando a abertura dos portos. Após sair de Salvador, o rei foi para o Rio de Janeiro, lá chegando em oito de março de 1808, transformando a cidade em sede do governo português. A chegada da família real ao Brasil e sua instalação no Rio de Janeiro trouxeram para a colônia o status de Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Já em solo brasileiro, o pacto é quebrado e os portos são finalmente abertos. X-a. Revolução Pernambucana Em 1817, aconteceu a revolução pernambucana,movimento em que os revoltosos queriam proclamar a República e com isso acabar com o sistema de governo existente. Diversos motivos levaram eles a montar esse levante: o grande gasto da Corte; rivalidade entre os brasileiros e portugueses; influência da independência dos EUA; influência da Revolução Francesa; independência de algumas colônias espanholas. Em Recife os revoltosos organizaram um governo provisório que tinha representantes do clero, do comércio, do exército, da justiça e dos fazendeiros. Ao tomar conhecimento da revolta, Dom João enviou a Pernambuco vários soldados para retomar a cidade. Enquanto o porto de Recife era bloqueado, tropas baianas atacavam por terra. Apesar de lutarem, os rebeldes foram cercados e derrotados, mas muitos fugiram para o interior. Os principais líderes foram julgados e condenados a morte. Questões 01. (TJ-SC - Analista Administrativo - TJ-SC/2009) Sobre o Período Colonial Brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA: (A) De 1500 a 1530 a economia brasileira gravitou em torno do pau-brasil. Após 1530, declinando o comércio com as Índias, a coroa portuguesa decidiu-se pela colonização do Brasil. (B) A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja, passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei conceder a permissão a alguém para explorar comercialmente a madeira. O primeiro arrendatário a ser beneficiado com o estanco foi Fernando de Noronha, em 1502. (C) A administração colonial foi efetuada inicialmente por meio do sistema de Capitanias Hereditárias. Com seu fracasso foram instituídos os Governos Gerais, não para acabar com as capitanias, mas para centralizar sua administração. (D) A administração colonial foi efetuada inicialmente por meio do sistema de Capitanias Hereditárias. Com seu fracasso foram instituídos os Governos Gerais, não para acabar com as capitanias, mas para centralizar sua administração. (E) O primeiro núcleo de colonização do Brasil foi a Vila de São Vicente, fundada no litoral paulista em 1532. 02. (Prefeitura de Betim – MG - Professor PII – História - Prefeitura de Betim – MG/2015) Sobre a economia do Brasil colonial, assinale a alternativa CORRETA. (A) Com a descoberta do ouro, foi introduzida a mão de obra escrava negra. (B) O ciclo do açúcar foi irrelevante e pouco rentável. (C) A colônia podia desenvolver-se livremente sem nenhuma interferência da metrópole. (D) A economia da colônia foi controlada e limitada pelas práticas mercantilistas. 03. (TJ-SC - Assistente Social - TJ-SC/2010) Sobre o Período Colonial brasileiro, assinale a única alternativa que está INCORRETA: (A) Portugal só deu início à colonização das terras conquistadas, que passaram a chamar-se Brasil, devido à pressão que sofria com o declínio de seu comércio com o oriente e com a sistemática ameaça estrangeira no território brasileiro. (B) O sistema de Capitanias Hereditárias foi implantado por D. João III mas não teve o sucesso esperado. Entre os fatores que contribuíram para o fracasso das capitanias podemos citar: falta de terras férteis em algumas regiões, falta de interesse dos donatários, conflitos com os indígenas, falta de recursos financeiros para o empreendimento por parte de quem recebia a capitania. (C) Tomé de Souza foi o primeiro Governador-Geral do Brasil e a sede do governo geral foi estabelecida na Bahia. (D) A estrutura econômica brasileira do período colonial tinha como principais características a monocultura, o latifúndio, o trabalho escravo e a produção para o mercado externo. (E) O primeiro núcleo de colonização do Brasil foi a Vila de Santos, fundada em 1532. 04. (PC-SC - Investigador de Polícia – ACAFE/2008) Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto a: (A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. (B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características básicas: a monocultura e o trabalho escravo. Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 5 (C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos europeus numa relação de escambo com os nativos. (D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia. 05. (Prefeitura de Padre Bernardo – GO – Contador – Itame/2015) Durante o período colonial brasileiro, a função do Ouvidor-mor possuía por finalidade: (A) Cuidar da justiça. (B) Governar a capitania. (C) Arrecadar impostos. (D) Comandar do exército. 06. (APMBB - Tecnólogo de Administração Policial Militar – VUNESP/2010) Sobre o processo de colonização do Brasil, é correto afirmar que: (A) a principal tarefa do espaço colonial era o de fornecer para a metrópole riquezas materiais, como os escravos indígenas e as pequenas manufaturas. (B) a metrópole incentivava o livre comércio da colônia com as nações europeias e os colonos tinham plena autonomia para escravizar os indígenas. (C) a colônia, produtora de matérias-primas, de gêneros tropicais e consumidora de manufaturados metropolitanos, estava submetida ao monopólio comercial da metrópole. (D) o pacto colonial instituiu relações econômicas igualitárias entre a colônia e a metrópole, o que garantiu um forte desenvolvimento manufatureiro na colônia. (E) o exclusivo metropolitano assegurava para o espaço colonial liberdade política e religiosa, além de incentivar a utilização de mão de obra livre na colônia. Respostas 01: D / 02: D / 03: E / 04: D / 05: A / 06: C. O período Joanino e a Independência No final do século XVIII, as bases do sistema mercantilista começavam a demonstrar sinais de fraqueza, provocadas pelas transformações na visão de economia e de Estado, que ocorreram na Europa, a partir da segunda metade do século, com grande repercussão nas colônias. A passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial e as novas ideias iluministas e liberais contribuíram para enfraquecer o absolutismo e garantir a ascensão da burguesia, como no caso da Revolução Francesa em 1789. Nas colônias, a Revolução Americana de 1776, que inclusive influenciou de certa forma a revolução na França; a Conjuração Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 mostraram a insatisfação de muitos setores da sociedade com o pacto colonial, marcados pelas restrições comerciais. Quando Napoleão começa sua campanha de expansão na Europa, depara-se com um inimigo poderoso: a Inglaterra. Derrotado em algumas campanhas militares contra o reino inglês, Napoleão decide por fim decretar restrições ao comércio com a ilha. Em 21 de novembro de 1806, foi decretado que os países que estavam sob o domínio do Império francês estavam proibidos de fazer comércio ou autorizar o acesso aos portos para navios ingleses. A medida visava enfraquecer o concorrente, afim de poder dominá-lo. Para que o bloqueio fosse efetivo, Napoleão necessitava que todas as nações sob sua influência aderissem totalmente ao acordo, o que foi feito pela Rússia e Pela Áustria, mas não por Portugal. Por que Portugal foi contrário? Portugal era um pequeno reino na Península Ibérica, que dependia muitos de suas colônias para o sustento de suas economias. O principal parceiro econômico de Portugal era a Inglaterra. Desde 1703 os dois países estavam sob um acordo econômico conhecido Tratado de Methuen, que recebeu o nome em função do embaixador inglês que conduziu as negociações. O Tratado estabelecia o comércio de panos ingleses e vinhos portugueses, o que a longo prazo provou-se desvantajoso para Portugal, pois o volume panos que chegava era maior que o volumede vinhos que saía. Com o investimento na produção de vinho, Portugal perdeu muitas das áreas de produção de alimento, o que obrigou-o a importar parte da produção. Além dos alimentos, Portugal, que deixou de investir em sua indústria, e importava uma grande quantidade de produtos manufaturados da Inglaterra. Por conta de todos os fatores citados, o Bloqueio Continental era desvantajoso para o pequeno país, que optou por não aderir à estratégia de Napoleão. Sentindo-se prejudicado pela decisão portuguesa, e vendo que seus esforços para impedir o comércio não estavam rendendo o esperado, em agosto de 1807 Napoleão envia um ultimato ao Príncipe Regente, D. João: ou Portugal rompia suas relações com a Inglaterra, ou seria invadido. Como Portugal manteve-se firme em sua decisão, a França assinou em conjunto com a Espanha o Tratado de Fontainebleau, que dividia o território português entre os dois países e extinguia a dinastia dos Bragança, à qual pertencia D. João. Buscando manter suas relações comerciais, a Inglaterra, que ainda possuía uma poderosa marinha, pressionou Portugal, através de seu embaixador em Lisboa, lorde Strangford, a fugir para o Brasil. Em novembro de 1807, o Príncipe Regente reuniu a família real e toda sua corte, totalizando cerca de 15 mil pessoas, e partiu para o Brasil, aportando em 22 de janeiro de 1808 na Bahia. A vinda da família real para o Brasil não representava para a Inglaterra a manutenção de seus negócios, mas sim sua expansão. Assim que chegou ao Brasil, o príncipe regente assinou uma Carta Régia, que abriu o comércio da colônia para as “nações amigas” Segue abaixo um trecho do documento “Eu, o Príncipe Regente, [...] sou servido ordenar [...] o seguinte: primeiro, que sejam admissíveis nas Alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas, e mercadorias transportadas, ou em navios estrangeiros das potências que se conservam em paz e harmonia com a minha Real Coroa, ou em navios dos meus vassalos [...]. Segundo: que não só os meus vassalos, mas também os sobreditos estrangeiros possam exportar para os portos que bem lhes parecer a benefício do comércio, e agricultura, que tanto desejo promover todos, e quaisquer gêneros, e produções coloniais, à exceção do pau- brasil [...] ficando entretanto como em suspenso, e sem vigor todas as leis, cartas régias, ou outras ordens que até aqui proibiam neste Estado do Brasil o recíproco comércio, e navegação entre os meus vassalos, e estrangeiros. O que tudo assim fareis executar com o zelo, e atividade que de vós espero. Escrita na Bahia aos vinte e oito de janeiro de mil oitocentos e oito. [...]” 2. A independência e o nascimento do Estado Brasileiro. 3. A organização do Estado Monárquico. 4. A vida intelectual, política e artística do século XIX. Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 6 O tratado foi muito benéfico para a Inglaterra, que poderia comercializar livremente com o Brasil, sem intermédio português. Ainda no ano de 1808, o Príncipe Regente extinguiu a lei que proibia a instalação de manufaturas no Brasil. Pouco depois de sua chegada ao Brasil, toda a corte portuguesa é transferida para o Rio de janeiro, chegando na cidade em 7 de março de 1808. A capital havia sido transferida de salvador para o Rio de janeiro em 1750, para facilitar a fiscalização e estar mais próxima da região produtora de Ouro. Entre outros motivos, o Rio de janeiro era uma parada estratégica para navios que travessavam a costa brasileira. Ao chegar ao Rio, a primeira medida a ser cumprida era a de encontrar residências para todos os membros que acompanhavam a família real. Aproximadamente 15 mil pessoas vieram para o Brasil em quatorze navios trazendo suas riquezas, documentos, bibliotecas, coleções de arte e tudo que puderam trazer. Na chegada ao Rio de Janeiro, a Corte portuguesa foi recebida com festa: o povo aglomerou-se no porto e nas principais ruas para acompanhar a Família Real em procissão até a Catedral, onde, após uma missa em ação de graças, o rei concedeu o primeiro "beija-mão". A chegada repentina de milhares de portugueses representou um aumento substancial da população do Rio de Janeiro, e exerceu impacto imediato nos moradores da cidade. Havia uma escassez crônica de moradias, e foram necessárias medidas drásticas para instalar os portugueses. Antes mesmo da chegada da frota, o vice-rei invocou uma lei impopular que dava à Coroa o direito de confiscar casas particulares com pouquíssima formalidade. Funcionários do governo percorriam a cidade escolhendo arbitrariamente as residências adequadas e escrevendo a giz em seus portas as iniciais “PR” que significavam Príncipe Regente, o sinal indicava que os moradores deveriam desocupar prontamente suas casas. À medida que as requisições prosseguiram, essas iniciais tornaram-se popularmente conhecidas pelos cariocas como “Ponha-se na Rua”. Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, 10 mil casas foram pintadas com as letras “PR”. O vice-rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu sua residência, O Palácio dos Governadores, no Lago do Paço, que passou a ser chamado Paço Real, para o rei e sua família. A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro provocou uma grande transformação na cidade. D. João teve que organizar a estrutura administrativa do governo, já que a colônia era impedida de possuir determinadas estruturas. Nomeou ministros de Estado, colocou em funcionamento diversas secretarias públicas, instalou tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil (1808). Em abril de 1808, foi criado o Arquivo Central, que reunia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas. Em maio, D. João criou a Imprensa Régia e, em setembro, surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo vieram livros didáticos, técnicos e de poesia. Em janeiro de 1810, foi aberta a Biblioteca Real, com 60 mil volumes trazidos de Lisboa. Criaram-se as Escolas de Cirurgia e Academia de Marinha (1808), a Aula de Comércio e Academia Militar (1810) e a Academia Médico-cirúrgica (1813). A ciência também ganhou com a criação do Observatório Astronômico (1808), do Jardim Botânico (1810) e do Laboratório de Química (1818). Em 1813, foi inaugurado o Teatro São João (atual João Caetano). Em 1820, foi a vez da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura- civil. O Rio de Janeiro passou por uma grande transformação, expandiu-se, ganhou chafarizes, para que houvesse fornecimento de água, pontes e calçadas, assim a realeza poderia caminhar despreocupadamente. Construíram-se ruas e estradas, e a iluminação pública foi instalada. Em 1816, a Missão Francesa, composta de pintores, escultores, arquitetos e artesãos, chegaram ao Rio de Janeiro para criar a Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. Entre os principais artistas da Missão estava Jean-Baptiste Debret. Ele foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Era desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829). Em 1818, trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os festejos da aclamação de dom João VI como rei de Portugal, Brasil e Algarves. Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, Debret retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro. A presença de artistas estrangeiros, botânicos, zoólogos, médicos, etnólogos, geógrafos e muitos outros que fizeram viagens e expedições regulares ao Brasil – trouxe informações sobre o que acontecia pelo mundo e também tornou este país conhecido, por meio dos livros e artigos em jornais e revistas que aqueles profissionais publicavam. Foi uma mudança profunda,mas que não alterou os costumes da grande maioria da população carioca, composta de escravos e trabalhadores assalariados. As mudanças promovidas por D. João provocaram o aumento da população na cidade do Rio de Janeiro, que por volta de 1820, somava mais de 100 mil habitantes, entre os quais muitos eram estrangeiros – portugueses, comerciantes ingleses, corpos diplomáticos – ou mesmo resultado do deslocamento da população interna que procurava novas oportunidades na capital. Ainda assim, aproximadamente metade da população da cidade era escrava, fator que manteve-se constante até o fim do Império Brasileiro. As construções passaram a seguir os padrões europeus. Novos elementos foram incorporados ao mobiliário; espelhos, bibelôs, biombos, papéis de parede, quadros, instrumentos musicais, relógios de parede. D. João tratou de revidar o ataque francês em Portugal, ordenando a invasão e conquista da Guiana Francesa em 1809, que permaneceu sob poder brasileiro até 1817, quando foi devolvida. A presença inglesa também faz notar-se cada vez mais. Com a Abertura dos Portos, promovida em 1808, o mercado brasileiro pôde ser penetrado pelos produtos ingleses, que acabaram por sufocar a produção local, como no caso das manufaturas. Em 1808, o Alvará de Liberdade Industrial revogou uma proibição de 1785 sobre a instalação de manufaturas do Brasil, que, porém, tiveram vida curta devido aos acordos comerciais entre as nações. Munido das instruções de Londres, o plenipotenciário inglês no Rio de Janeiro, Lord Strangford, após inúmeras conversações, conseguiu mais um êxito para o seu país: firmou com os portugueses os Tratados de 1810, que foram três medidas que beneficiaram o comércio inglês: Tratado de Comércio e Navegação, Tratado de Amizade e Aliança e o Tratado dos Paquetes (embarcações). Por força do Tratado de Comércio e Navegação, as mercadorias importadas da Inglaterra, ao entrar no Brasil, sofreriam uma taxação de 15% sobre seu valor, os produtos portugueses seriam tributa dos em 16% e os dos demais países, em 24%; outrossim, criava-se o direito de extraterritorialidade judicial para os súditos ingleses (criação dos juízes conservadores) e declarava-se franco o porto de Santa Catarina. O Tratado de Aliança e Amizade determinava a redução do tráfico negreiro para o Brasil, bem como o compromisso de D. João de não permitir o estabelecimento do Santo Ofício (Inquisição) no Brasil. Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 7 O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves Com a derrota de Napoleão em 1815, foi realizada uma reunião entre os líderes das nações europeias, conhecida como Congresso de Viena. No congresso ficou decidido que os reis de países invadidos pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos. Com o objetivo de atrapalhar as relações entre Portugal e Inglaterra, Talleyrand, que representou a França durante o congresso, sugeriu que D. João permanecesse no Brasil, unificando os reinos que já dominava. A medida era importante para conter os avanços ingleses sobre a colônia, já que até então, a família real ainda governava Portugal, e estava em situação de fuga, o que permitia que os ingleses impusessem suas vontades. Com a elevação para reino, ficava confirmada a soberania portuguesa sobre o Brasil. D. João e sua corte não queriam retornar ao empobrecido Portugal. Em 16 de dezembro de 1815, foi assinada a elevação do Brasil à categoria de Reino-Unido aos de Portugal e Algarves (uma região ao sul de Portugal), legitimando assim a permanência da casa dos Bragança em nosso país. D. João consagrou-se, com essa medida, e foi intitulado pela Graça de Deus Príncipe-Regente de Portugal, Brasil e Algarves, daquém e d’além-mar em África, senhor da Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. Essa medida feriu ainda mais os brios da população lusitana, que desde 1807, passava por grave crise financeira e pela falta de gêneros de primeira necessidade. Embora D. João tenha tomado inúmeras medidas para transformar o Brasil na legítima sede da monarquia lusitana, as mudanças atingiam diretamente a corte e o Rio de Janeiro. A situação socioeconômica brasileira ainda era precária. Como resposta, houveram protestos, como a Revolução Pernambucana de 1917 Pesados impostos, descaso administrativo, arbitrária e opressiva administração militar, insatisfação popular, como também os ideais de nativismo e da extinção do colonialismo, defendidos pela Maçonaria e propagados em centros como o dissolvido Areópago de Itambé e o Seminário de Olinda, colocavam Pernambuco em uma situação propícia a uma tomada de posição revolucionária e emancipacionista. A revolta foi delatada, e em março de 1817 a prisão dos conspiradores foi ordenada, dando início à revolução, que possuía características republicanas, separatistas e anti- lusitana. Resistindo e lutando contra as tropas do governo, foi criado um “Governo Provisório” composto de representantes: um militar, um magistrado, um religioso, um comerciante e um fazendeiro. Apesar de ter sido bem sucedida em seu início, contando inclusive com o apoio e a adesão dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, a revolução foi sufocada Com a revolta sufocada, os principais líderes foram presos, alguns inclusive executados. As investigações (devassa) permaneceram até 6 de fevereiro de 1818, quando D. João assumiu a posição de rei de Portugal, Brasil e Algarves. Após a nomeação de D. João, alguns dos prisioneiros foram libertados e outros foram mandados para prisões na Bahia, onde permaneceram até 1821, sendo libertados após obterem o perdão real. Um dos membros mais expressivos da revolta foi o Frei Caneca. O Retorno de D. João para Portugal Enquanto a situação no Brasil mostrava-se favorável, com a mudança da sede do reino para o Rio de Janeiro e a relativa tranquilidade com que D. João governava, em Portugal a situação tornava-se cada vez mais complicada. Após a fuga para o Brasil e a abertura dos portos para as nações aliadas, o comércio português, que dependia imensamente do consumo brasileiro, entrou em decadência, pois não conseguia competir com os preços ingleses. O sentimento de superioridade portuguesa também foram abalados após a transferência da corte para o Brasil, juntamente com as reformas executadas no Rio de Janeiro para transformar a cidade em sede do governo real. Portugal, que antes era o coração do reino, abrigando a família real, a corte e todo o aparelho administrativo do Estado, havia sido deixado em segundo plano. Os portugueses também estavam descontentes com o governo. Após a expulsão dos franceses, D. João não retornou ao país, que passou a ser administrado pelo general inglês Beresford. A junção desses fatores gerou a Revolução Liberal do Porto, em 24 de agosto de 1820. Os revoltosos pretendiam anular o absolutismo e manter o Brasil em situação de colônia. Em dezembro do mesmo ano o movimento saiu vitorioso, e foram eleitos os deputados às Cortes de Lisboa (Assembleia Constituinte), que passaram a atuar como órgão governativo do Reino Unido; provisoriamente, adotou-se a Constituição que a Espanha recém elaborara. O movimento foi seguido por comerciantes portugueses e pela aristocracia rural, que passaram a exigir o de D. João e deu seu filho e herdeiro, D. Pedro, o juramento à constituição e o acatamento das decisões das Cortes. Enquanto isso, as províncias passaram a ser governadas por juntas governativas provisórias. Após intensa pressão, em 25 de abril de 1821, D. João retorna para Portugal levando o dinheiro e o ouro existentes no Banco do Brasil. Para garantir o domínio do território, D. Pedro fica no país, ocupando a função de Regente do Reino do Brasil, o que se tornou um obstáculo aos planos de recolonização. O dia doFico e a Independência do Brasil Após o regresso de D. João, a presença de D. Pedro incomodava as Cortes de Lisboa, que trataram muito mal os deputados brasileiros enviados para Portugal. Além disso, buscavam tomar medidas cada vez mais voltados à recolonização, como a exigência do retorno imediato do regente para Portugal e a supressão de Tribunais e Repartições aqui instalados. Percebendo que as medidas tomadas implicariam em prejuízo, a aristocracia brasileira passou a apoiar o movimento emancipatório brasileiro. Após receber um abaixo-assinado com aproximadamente 8 mil assinaturas, D. Pedro rompe suas relações com as Cortes, no dia 9 de janeiro de 1822, em um episódio que ficou conhecido como Dia do Fico, pois o regente reafirmava sua intenção de permanecer no Brasil, através da frase: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico". Após o episódio, a tropa militar portuguesa aquartelada no Rio de Janeiro foi obrigada a sair da cidade, rumando para Niterói e depois para a Europa. Após algumas medidas, como a criação do Conselho dos Procuradores-Gerais das Províncias do Brasil, com atribuições legislativas; o decreto do “Cumpra-se”, subordinando a execução das decisões das Cortes à aprovação do regente; a aceitação por D. Pedro do título de Defensor Perpétuo do Brasil, oferecido pela Maçonaria; a convocação de uma Assembleia Constituinte Brasileira e a proibição do desembarque de tropas portuguesas no Brasil, todas durante o ano de 1822, em 7 de setembro é declarada a Independência do Brasil. O Primeiro Reinado (1822-1832) Apesar de ter sido considerado um movimento pacífico, a Independência do Brasil gerou algumas desavenças e opiniões contrárias. Em alguns pontos do novo Império, mais precisamente na capital da Bahia e nas províncias do Piauí, Maranhão, Pará e Cisplatina, as tropas portuguesas que ainda se encontravam no país não quiseram aceitar a autoridade do Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 8 novo governo de D. Pedro. A Bahia constituiu o principal foco da resistência, com o brigadeiro Madeira de Melo no comando das forças portuguesas. Antes de oficializar o movimento de separação entre Brasil e Portugal, alguns apoiadores da independência já passavam por hostilizações, como foi o caso do Convento da Lapa, que fora assaltado e a superiora, Joana Angélica, assassinada. As revoltas nas províncias foram contidas através do poder militar, garantindo a unidade territorial. Outro fator de destaque no movimento de independência foi a pouca participação popular, visto que em alguns casos, as regiões mais afastadas levaram muito tempo para saber que o Brasil agora possuía um Imperador. Uma das principais figuras e articulador da ideia de um Império brasileiro, indo na contramão dos ideais republicanos que caracterizaram as revoltas América Espanhola, foi o estadista José Bonifácio. Após a Independência, Bonifácio configurava-se na principal figura política do País. Havia estudado e lecionado na Europa. Ao regressar ao Brasil, havia se tornado um dos principais articuladores da Independência. Quando D. Pedro assumiu o posto de imperador, Bonifácio foi escolhido para ocupar a pasta do Reino e dos Estrangeiros. Embora tivesse ideias liberais, logo divergiu dos brasileiros que também promoveram a Independência. Eram discordâncias quanto à 'prática' que efetivaria o Estado Nacional. Bonifácio desconfiava dos republicanos, pois achava que estes poderiam convulsionar o País e possivelmente ameaçar a integridade e a estrutura brasileira. Era um exagero, pois se tratava de grupos em disputa de projeção política, que agiam dentro de uma igual linha ideológica: essencialmente conservadores. Mesmo assim, Bonifácio não se esquivava de seus objetivos, era partidário de um poder altamente centralizado e forte. Na verdade, ao querer o regime monárquico rígido, pretendia, na figura de ministro, participar do poder decisivamente. A Primeira Constituição Brasileira Antes mesmo da independência, D. Pedro já havia convocado uma Assembleia Constituinte, que foi instalada em 3 de maio de 1823. Mesmo com a ideia de criação de uma constituição para, entre outros, limitar os poderes do monarca, D. Pedro sempre mostrou-se autoritário, fazendo com que muitos deputados constituintes se opusessem à conduta de D. Pedro. Entre os que mais criticaram o imperador estavam os irmãos Andrada, que passaram para a oposição. O governo imperial era criticado principalmente pelas medidas que tomava, como a indicação de portugueses para altos cargos pelo imperador, o que levava muitos brasileiros a acreditarem que D. Pedro planejava devolver o Brasil ao domínio português Na oposição, Antônio Carlos de Andrada elaborou um anteprojeto da Constituição baseado no modelo português, limitando os poderes do imperador, assumindo um caráter nitidamente classista e demonstrando uma xenofobia extremada. Esse anteprojeto de constituição ficou conhecido como Constituição da Mandioca, pois segundo ela só poderiam ser eleitores ou candidatos aqueles que tivessem certa renda equivalente a 150 alqueires de farinha de mandioca. O critério utilizado demonstra um predomínio da elite agrária sobre o campo da política, que além de defender a posse de terras para poder exercer os direitos políticos, também mantinha a escravidão como forma de mão-de-obra. A influência do modelo europeu adotado pode ser observada na forma como o anteprojeto de Andrada dividia os poderes do Estado: Poder Executivo: poder exercido pelo imperador, no caso D. Pedro I, e seus ministros de Estado. Poder Legislativo: constituído pela Assembleia Geral, ou seja, pelos deputados e senadores, sendo os primeiros eleitos de quatro em quatro anos, e os segundos com mandato vitalício. Poder Judiciário: composto pelos juízes e pelos tribunais. Seu órgão máximo, como o é até hoje, era o Supremo Tribunal de Justiça. Constava, pois, no projeto da constituição, o predomínio do poder legislativo sobre o executivo, o que contrariou profundamente D. Pedro I, já que tinha ideais absolutistas e centralizadores. O anteprojeto estava sendo discutido quando D. Pedro I ordenou o cerco ao prédio da Assembleia, reunida em sessão permanente, em um episódio que ficou conhecido como Noite da Agonia, e determinou a dissolução da Constituinte, em 12 de novembro de 1823. Em seguida, o imperador nomeou um Conselho de Estado, incumbindo-o de redigir uma Constituição para o País. A Constituição foi outorgada em 15 de março de 1824, com um caráter unitário e centralizador, dividindo o Estado em quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador, esse último de exclusividade do imperador, permitia a D. Pedro ter a decisão final sobre todos os assuntos que lhe interessassem. As eleições seriam censitárias e indiretas, e a Igreja ficaria subordinada ao Estado. Essa Constituição, que vigorou até 1889, na realidade consagrava as aspirações da aristocracia rural, pois o Império ficava estruturado à sua imagem: liberal na forma, mas conservador na prática. A Confederação do Equador Inconformados com o caráter elitista da Constituição de 1824 e com o uso de um poder centralizador por parte de D. Pedro I, representantes de algumas províncias do nordeste defendiam a federação de algumas províncias do nordeste e a separação destas do Brasil. Em Pernambuco, que já possuía um histórico de aversão aos portugueses e ao domínio imperial, com a revolução de 1817, sentiram o peso do autoritarismo real quando D. Pedro I depôs o então governador, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, e indicou um substituto para o cargo. A troca do governo seria o último episódio que antecedeu a formação do movimento que ficou conhecido como Confederação do Equador. A Confederação teve iníciocom a ação de lideranças e populares pernambucanas, e logo ganhou força e espalhou-se para outros estados do nordeste. Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba também se juntaram ao movimento. Impassíveis às tentativas de negociação do Império, os revoltosos buscaram criar uma constituição de caráter republicano e liberal. Além disso, o novo governo resolveu abolir a escravidão e organizou forças contra as tropas imperiais. Após as primeiras ações estabelecidas pela Confederação, alguns dos líderes decidiram radicalizar alguns pontos do novo governo, como a ampliação dos direitos políticos e reformas sociais. O rumo tomado por Frei Caneca e Cipriano Barata fez com que os apoiadores do movimento ligados diretamente à elite regional o abandonassem, temendo perder privilégios políticos e sociais já existentes. O governo imperial reagiu ferozmente ao movimento, utilizando inclusive a contratação de mercenários ingleses para conter o levante. Os ataques do império e o enfraquecimento interno levaram ao fim da revolta, que teve dezesseis condenados à morte, entre eles, Frei Caneca, que foi fuzilado. A Cisplatina Desde o período colonial, a coroa portuguesa possuía o desejo de expandir seu Império até as margens do Rio da Prata, na porção sul do continente. Com a conquista de Napoleão sobre a Europa e a deposição do rei espanhol Fernando VII em 1808, as colônias espanholas na América começaram a Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 9 rebelar-se ao longo da década seguinte, gerando vários movimentos de independência. Percebendo a instabilidade política, em 1820, a Cisplatina foi invadida como parte das ações políticas do imperador Dom João VI. Uma das justificativas para a invasão reside no fato de a mulher de D. João, Carlota Joaquina, ser espanhola e irmã de Fernando VII, e desejava manter o domínio de um espanhol sobre a região. Outro fator de destaque é que a Cisplatina era um ponto estratégico no domínio e soberania do reino brasileiro, e conquistá-la poderia garantir que revoltas liberais não se espalhassem por território brasileiro. Durante o processo de independência brasileira, poucos anos após a anexação, a Cisplatina tornou-se palco de revoltas que buscavam separá-la do domínio brasileiro e conquistar a independência. Apesar das lutas e da resistência, as expedições militares conseguiram conter a revolta, mantendo o controle sobre o território. Em 1825, o general Juan Antonio Lavalleja, com o apoio de lideranças políticas argentinas, organizou um movimento de emancipação da Cisplatina, declarando sua anexação à República das Províncias do Rio da Prata, que integrava o território argentino. A mudança não foi aceita por D. Pedro I, que declarou guerra contra os revoltosos, algo que durante os próximos anos enfraqueceria tanto a economia brasileira, por ter que arcar com os custos da guerra, quanto a imagem de D. Pedro I, pois muitos consideravam a disputa como algo infundado, já que a Cisplatina não possuía muitos traços em comum com o restante do país. Em 1828, após anos de tentativa infrutífera de recuperar a antiga província, o Brasil retira-se do conflito, e os rebeldes vitoriosos proclamam a Republica Oriental do Uruguai. Muitos jornalistas teciam duras críticas ao imperador. Outro fato que manchou ainda mais a imagem do imperador foi o assassinato do jornalista e médico Líbero Badaró, grande opositor de D. Pedro. Badaró representava uma das figuras que criticava o autoritarismo de Dom Pedro I e seu governo imperial nos periódicos de divulgação de ideias liberais: o "Farol Paulistano" e o "Observador Constitucional". O jornalista foi misteriosamente assassinado, na cidade de São Paulo, em 1830. No mesmo ano, as forças liberais brasileiras, espelhadas na Revolução Liberal de 1830, que eliminou o absolutismo dos Bourbons, na França, aumentaram as críticas à conduta política do Imperador. Com a dissolução da Câmara dos Deputados e o assassinato de Líbero Badaró, aumentou ainda mais a insatisfação dos políticos brasileiros, que passaram a articular a derrubada de D. Pedro I. Em março de 1831, depois de uma desastrosa viagem a Minas Gerais, onde o Imperador sofreu a hostilidade dos políticos locais, o Partido Português resolveu promover uma grande festa em apoio ao governante, prontamente repelida pelo povo do Rio de Janeiro, manipulado pela elite dirigente. A luta entre brasileiros e portugueses em treze de março, conhecida como Noite das Garrafadas, era o prelúdio do fim. Em 7 de abril de 1831, depois de sucessivas trocas ministeriais e incapaz de deter os distúrbios de rua, promovidos por populares e que contavam agora com a adesão de tropas do governo, D. Pedro abdicou do trono brasileiro, em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara, na época com cinco anos incompletos. A abdicação de D. Pedro ocorreu tanto pela pressão política que o imperador sofria da elite e populares brasileiros, quanto pela tentativa de assegurar os direitos de sua filha, Maria da Glória, pois com a morte de D. João VI em Portugal, a Coroa iria, por direito, a D. Pedro I, que preferiu abdicar o trono português em benefício da filha e deixou o trono brasileiro para seu filho Pedro de Alcântara. Assim terminava o Primeiro Reinado. O Período Regencial (1831-1840) Com a volta de D. Pedro I para Portugal, o direito ao trono brasileiro foi transferido para seu filho, que além de suas variadas qualidades, ficou conhecido pelo extenso nome que possuía: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon. Apesar do grande nome, o menino Pedro tinha apenas cinco anos de idade quando seu pai resolve regressar ao país de origem. A pouca idade do futuro imperador era algo que preocupava os políticos brasileiros favoráveis à manutenção do império, pois o menino não possuía idade para governar e uma possível revolução poderia ocorrer se nada fosse feito. Para garantir a manutenção do sistema político, foi definido que o Brasil seria governado por regentes até que o imperador completasse a idade de dezoito anos, e estivesse enfim apto a assumir o poder. O periodo regencial foi marcado no Brasil pela instabilidade política e pelas revoltas, que foram controladas após o imperador assumir o poder. No meio político, formaram-se tres grupos distintos que lutavam pelo poder, formados basicamentes pelos mesmos segmentos que já dominavam o país desde o periodo colonial. Dividiam-se entre os restauradores, os liberais moderados e os liberais exaltados. Restauradores: Também conhecidos por Caramurus, defendiam a continuação do governo de D. Pedro I, com um histórico de apoio ao monarca e sua conduta absolutista. Quando o imperador abdicou ao trono, defenderam sua volta, pois consideravam que o único meio de manter a tranquilidade política e a unidade nacional era através da monarquia autoritária. Muitos deles também foram antigos beneficiados do governo imperial, como José Bonifácio, que após saída de D. Pedro I, passou a ser tutor de D. Pedro II. Estavam presentes no Senado e eram representados pelo Clube Militar. Após a morte de D. Pedro I em 1834, defenderam o conservadorismo e estiveram presentes na aclamação precoce de D. Pedro II em 1840. Liberais Moderados: Também chamados de chimangos ou chapéus-redondos, eram entendidos como a direita liberal, compostos de uma parcela da aristocracia rural, com uma tendência monarquista, já que esta garantia a eles a proteção de seus privilégios. Defendiam uma monarquia constitucional, pois eram contra o domínio total do imperador. Apesar do nome de liberais, a definição era mais um enfeite do que uma orientação de pensamento. Na prática eram conservadores e contra qualquer tipo de abertura política ou reforma social,defendendo a manutenção da ordem vigente. Uniam-se sob a égide da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, fundada por Evaristo da Veiga. Empenharam-se no combate aos restauradores e exaltados federalistas, na defesa da ordem e da centralização, fornecendo subsídios para a orientação governista. Liberais Exaltados: Também chamados de Chapéus-de- palha, os liberais exaltados eram representados não só por algumas parcelas da aristocracia rural, como também por outros segmento sociais. Apresentavam-se divididos em camadas sobrepostas, constituindo-se inicialmente por uma camada de homens livres, destituídos de propriedades, ou pequenos proprietários. Variando de região para região, desenvolviam atividades nos centros urbanos ou nos campos, oscilando numa relação de dependência, entre a classe domi- nante e a classe que fornecia o trabalho. Seguia-se o aglo- merado urbano e rural marginalizado de recursos: agregados, lavradores e citadinos, dedicados a pequenos expedientes e biscates. Os liberais exaltados defendiam interesses opostos aos moderados, ou seja, buscavam reformas sociais e políticas que beneficiassem uma parcela maior da população, em especial seus representantes. Buscavam uma maior autonomia para as Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 10 províncias e mudanças na constituição de 1824, defendendo inclusive o fim da monarquia e a substituição por uma Republica federalista. Organizavam-se em tomo da Sociedade Federal e de clubes federalistas espalhados pelas províncias. A Regência Trina Provisória No momento da abdicação, estando os deputados em férias, formou-se a Regência Trina Provisória, que deveria governar até 17 de junho de 1831. Instalada em 7 de abril de 1831, a regência trina era uma exigência da Constituição para o caso de não haver parentes próximos do soberano com mais de 35 anos e em condições de assumir o poder. O poder dos regentes é limitado. Não podem, por exemplo, dissolver a Câmara, que, na prática, torna-se o centro do poder do país. Na composição da Regência Provisória assinalou-se, sobretudo, uma tentativa de equilíbrio político. Os seus componentes eram Campos Vergueiro, representante das tendências liberais; Carneiro de Campos, representante do conservadorismo e Francisco de Lima e Silva, representante da força militar no equilíbrio das tendências. Essa regência manteve a Constituição de 1824, concedeu anistia aos presos políticos, reintegrou o ministério demitido por D. Pedro e promulgou a Lei Regencial de abril de 1831, que limitava os poderes dos regentes. A Regência Trina Permanente Eleita em junho de 1831, foi composta por Bráulio Muniz, Costa Carvalho e Francisco de Lima e Silva, Com o padre Diogo Antônio Feijó no Ministério da Justiça. Entre as principais realizações da Regência Trina Permanente está a criação da Guarda nacional, com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a independência do Império Brasileiro. Sua criação desorganiza o Exército, e começa a se constituir no país uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta por membros da elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era necessário possuir amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer parte dela aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais. Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX, tendo seu auge durante os anos da República Velha. Em 29 de novembro de 1832 é aprovado o Código do Processo Criminal, que altera a organização do Poder Judiciário. Os juízes de paz, eleitos diretamente sob o controle dos senhores locais, passam a acumular amplos poderes nas localidades sob sua jurisdição. Ato Adicional de 1834 O Ato Adicional de 1834 foi uma revisão da Constituição de 1824. Promulgado em 12 de agosto, possuía caráter descentralizador, instituindo a criação de assembleias legislativas nas províncias, a supressão do Conselho de Estado e a Regência Una. O Rio de Janeiro foi considerado um território neutro. Regência Una Apesar de uma tentativa frustrada de assumir o poder em 1832, abandonando o cargo de Ministro da Justiça logo em seguida, o padre Feijó obteve a maioria dos votos na eleição para Regente em 1835. Empossado dia 12 de outubro de 1835 para um mandato de quatro anos, padre Feijó não completa dois anos no cargo. Seu governo é marcado por intensa oposição parlamentar e rebeliões provinciais, como a Cabanagem, no Pará, e o início da Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul. Com poucos recursos para governar e isolado politicamente, renuncia em 19 de setembro de 1837. Segunda regência Una Com a renúncia de Feijó e o desgaste dos liberais, os conservadores obtêm maioria na Câmara dos Deputados e elegem Pedro de Araújo Lima como novo regente único do Império, em 19 de setembro de 1837. A segunda regência una é marcada por uma reação conservadora. Várias conquistas liberais são abolidas. A Lei de Interpretação do Ato Adicional, aprovada em 12 de maio de 1840, restringe o poder provincial e fortalece o poder central do Império. Acuados, os liberais aproximam-se dos partidários de dom Pedro. Juntos, articulam o chamado golpe da maioridade, em 23 de julho de 1840. Revoltas no Período Regencial Em muitas partes do império a insatisfação com o governo cresceu muito, levando alguns grupos a apelarem para a luta armada e a revolta como forma de protesto. Cabanagem (1833-1840) A Cabanagem foi uma revolta que ocorreu entre 1833 e 1839, na região do Grão-Pará, que compreende os atuais estados de Amazonas e Pará. A revolta começou a partir de pequenos focos de resistência que aumentaram conforme o governo tentava sufocar os protestos impondo leis mais rígidas e a obrigação de participação no exército daqueles que fossem considerados praticantes de atos suspeitos. A cabanagem contou com grande participação da população pobre, principalmente os Cabanos, pessoas que viviam em cabanas na beira dos rios. Os revoltosos tomaram a cidade de Belém, porém foram derrotados pelas tropas imperiais. Revolução Farroupilha (1835-1845) A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi uma revolta promovida por grandes proprietários de terras no Rio Grande do Sul, conhecidos como estancieiros. O objetivo de seus líderes era de separar-se do restante do país. A revolta começa pelo descontentamento de produtores do sul do país em relação à produtores estrangeiros de Charque, principalmente os platinos e argentinos que comercializavam e concorriam com os estancieiros pelo mercado do produto no Brasil, utilizado principalmente na alimentação de escravos. Em 1835, insatisfeitos com o governo, os estancieiros iniciam a revolta, tendo Bento Gonçalves como principal chefe do movimento, comandando as tropas farroupilhas que dominaram Porto Alegre. Com as vitórias obtidas foi proclamado um governo independente em 1836, conhecido como Republica do Piratini, com Bento Gonçalves apontado como presidente. Em 1839, o movimento farroupilha conseguiu ampliar-se. Forças rebeldes, comandadas por Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro, conquistaram Santa Catarina e proclamaram a República Juliana. A revolta consegue ser contida somente após a coroação de D. Pedro II e os esforços do Barão de Caxias, encerrando os conflitos em 1 de março de 1845.Revolta dos Malês (1835) Em Salvador, nas primeiras décadas do século XIX, os negros escravos ou libertos correspondiam a cerca de metade da população. Pertenciam a vários grupos étnicos, culturais e religiosos, entre os quais os muçulmanos – genericamente denominados malês -, que protagonizaram a Revolta dos Malês, em 1835. Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 11 O exército rebelde era formado, em sua maioria, por “negros de ganho”, escravos que vendiam produtos de porta em porta e, ao fim do dia, dividiam os lucros com os senhores. Podiam circular mais livremente pela cidade que os escravos das fazendas, o que facilitava a organização do movimento. Além disso, alguns conseguiam economizar e comprar a liberdade. Os revoltosos lutavam contra a escravidão e a imposição da religião católica, em detrimento da religião muçulmana. A repressão oficial resultou no fim da Revolta dos Malês, que teve muitos mortos, presos e feridos. Mais de quinhentos negros libertos foram degredados para a África. Sabinada (1837-1838) A Sabinada ocorreu na Bahia, com o objetivo de implantar uma república independente. Foi liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, e por isso ficou conhecida como Sabinada. O principal objetivo da revolta era instituir uma república baiana, mas só enquanto o herdeiro do trono imperial não atingisse a maioridade legal. Diferentemente de outras revoltas ocorridas no período, a sabinada não contou com o apoio das camadas populares e nem com os grandes proprietários rurais da região, o que garantiu ao exército imperial uma vitória rápida. Balaiada (1838-1841) A Balaiada ocorreu no Maranhão, se iniciando em 1838, e recebeu esse nome devido ao apelido de uma das principais lideranças do movimento, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, o "Balaio". Ao contrário de outras revoltas, representou a luta da população pobre contra os grandes proprietários rurais da região. A miséria, a fome, a escravidão e os maus tratos foram os principais fatores de descontentamento popular que levaram a população a se revoltar. A principal riqueza produzida na província, o algodão, sofria forte concorrência no mercado internacional, e com isso o produto perdeu preço e compradores no exterior. Além da insatisfação popular, a classe média maranhense também se encontrava descontente com o governo imperial e suas medidas econômicas, encontrando na população oprimida uma forma de combatê-los. Os revoltosos conseguiram tomar a cidade de Caxias em 1839 e estabelecer um governo provisório, com medidas que causaram grande repercussão, como o fim da Guarda Nacional e a expulsão dos portugueses que residiam na cidade. Com a radicalização que a revolta tomou, como a adesão de escravos foragidos, a classe média que apoiava as revoltas aliou-se ao exército imperial, o que enfraqueceu bastante o movimento e garantiu vitória do exército em 1841, com um saldo de mais de 12 mil sertanejos e escravos mortos em batalhas. Os revoltosos que acabaram presos foram anistiados pelo imperador. A Maioridade Durante o período em que aguardava a maioridade, o jovem Pedro preparou-se para exercer sua função, como demonstra uma carta1 enviada para a irmã, a rainha Maria da Glória, de Portugal “Querida e muito amada irmã. Aproveitamos a viagem a Paris que faz o Sr. Antônio Carlos d’Andrada, irmão do nosso Tutor, para dar-lhe notícias. Há muito tempo estamos privados das suas, assim como das de nossa querida Mamãe [...] Aqui esforçamo-nos em seguir o seu exemplo: Escrita, Aritmética, Geografia, Desenho, Francês, Inglês, Música e Dança dividem os nossos momentos; fazemos constantes esforços para adquirir conhecimento e somente a nossa aplicação pode trazer um 1 Fonte: Schwarcz, Lilian. As Barbas do Imperador. pouco de lenitivo às vivas saudades que nos faz experimentar a separação [...]” Com todos os problemas e a instabilidade ocorridos durante as regências, desde 1835 já havia um movimento que buscava antecipar a coroação de D. Pedro II, que pela constituição deveria acontecer em 1843, quando o monarca fizesse dezoito anos. Os liberais ou progressistas, fora do poder desde a renúncia do Regente Feijó, apoiaram a ideia de reduzir a idade para a coroação, esperando voltar ao governo. Os conservadores ou regressistas viam a proposta de antecipação como forma de consolidar a Monarquia e de preservar a unidade do Império. No Governo, desde a eleição de Pedro de Araújo Lima para o cargo de Regente Uno do Império, os conservadores pareciam não estar seguros da continuidade do regime regencial, que se mostrara incapaz no combate às várias revoltas e na manutenção da ordem política. Em 1837, já com uma regência conservadora, propôs-se a revisão do Ato nesses termos, numa discussão que se arrastou até 1840. Finalmente nesse ano os conservadores conseguiram passar essas reformas, prontamente respondidas pelos liberais com a sugestão ao parlamento de adiantar a maioridade de D. Pedro II, já naquele ano, sob a justificativa da necessidade da figura imperial para a pacificação da nação. O Segundo Reinado Em 1840, com apenas 14 anos, D. Pedro II tornou-se imperador do Brasil, posição que iria manter por quase cinquenta anos. D. Pedro II realizou parcerias com a Elite Agrária do País, classe de grande influência no século XIX. Tendo-os como aliados, os favores começaram a prevalecer. O Imperador dava toda condição e estrutura para que essa Elite continuasse produzindo cada vez mais e em troca recebia todo apoio político necessário para se consolidar no poder. Dessa maneira, em pouco tempo, o Segundo Reinado conseguiu fazer do Brasil um País estável e próspero. Em relação à Economia o Café se transformou e se consolidou como o principal produto brasileiro para exportação, provocando um grande crescimento econômico. Inicialmente produzido no Vale do Paraíba, São Paulo, e região Fluminense, se expandiu rapidamente por se tornar um produto de grande aceitação mundial. Nasce assim uma nova Elite, agora concentrada no Sudeste, a Elite Cafeeira, que se tornaram mais ricos que os antigos Senhores de Engenhos produtores de açúcar. Liberais e Conservadores O grupo político dos liberais moderados dividiu-se por volta de 1837 nas alas regressista e progressista, formando, a partir de 1840, dois partidos políticos. O Partido Conservador, constituído pelos regressistas e apelidado de Saquarema e o Partido Liberal, formado pelos progressistas e chamado de Luzia. Luzias e Saquaremas dominaram o cenário político do Segundo Reinado. Os conservadores defendiam um governo imperial forte e centralizado, enquanto os liberais lutavam por uma descentralização, concedendo certa autonomia às províncias. No entanto, quando conquistavam o poder, liberais e conservadores não apresentavam atitudes muito diferentes. As Eleições do Cacete Para auxiliar o novo imperador do país, foi instaurado o Ministério da Maioridade, de orientação liberal, conhecido como o Ministério dos Irmãos, pois era formado, entre outros, pelos irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco de Andrada e Apostila Digital Licenciada para Carlos ramos de Araujo junior - carlosaraujo1222@hotmail.com (Proibida a Revenda) APOSTILAS OPÇÃO História do Brasil 12 os irmãos Cavalcanti, futuros Viscondes de Albuquerque e de Suassuna. No entanto, enquanto o ministério era liberal, a câmara contava com a maioria conservadora, o que dificultava a aprovação das decisões ministeriais. Para resolver o impasse, ela foi dissolvida e novas eleições convocadas. O pleito foi marcado por fraudes e uso de violência física. Para garantir a vitória do Partido Liberal, o governo alterou todo o processo eleitoral nomeando novos presidentes para as províncias e
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