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PSICOLOGIA COMUNITÁRIA 
Roteiro para estudos II
1. Conceitue comunidade utilizando os conceitos de vínculo social, identidade, valores, crenças (verdades), interesses, repertório de atitudes, território (espaço), continuidade temporal, coesão social e coerção social.
Comunidade é um sistema relacional em que pessoas diferentes com sua identidade individual preservada, mantêm-se ligadas por vínculos sociais em que compartilham uma serie de crenças e valores, e através dos interesses e atitudes individuais se montam interesses e atitudes compartilhados, e este sistema depende de uma continuidade temporal das relações entre os membros e que estes compartilhem um espaço de encontro relacional para a manutenção dos vínculos e manter-se coeso, unidos e por ambos estarem ligados afetivamente há a coerção de um sobre o outro para continuar constituindo uma identidade coletiva e ambos continuem compartilhando seus interesses.
2. Nos anos de 1960 até os anos de 1980, “o conceito de comunidade invadiu, literalmente, o discurso das ciências sociais” (SAWAIA, 2012: 29). Isto constituiu um importante aspecto epistemológico ao corpo teórico da Psicologia Social. Por quê? Explique. E qual o problema desta utilização do conceito?
Representou a opção por uma teoria crítica que interpreta o mundo com a intenção de transformá-lo.
Entretanto, comunidade tornou-se conceito capaz de abarcar qualquer perspectiva de prática profissional, contanto que realizada fora de consultórios e instituições. Devido à diversidade de significado da palavra comunidade, é preciso refletir sobre esse conceito, nas suas múltiplas significações e interpretações.
3. Explique o motivo, articulado ao contexto sócio-histórico, da introdução do conceito de comunidade no corpo teórico da Psicologia.
Comunidade era entendida como unidade consensual, sujeito único e homogêneo, lugar de gerenciamento de conflitos e de mudança de atitude. Sua prática visava à união de esforços entre povo e autoridade governamentais para melhorar as condições de vida de comunidades e, através delas, integrar a sociedade nacional, construindo a prosperidade do país.
4. Bader Sawaia afirma que “hoje, comunidade aparece como a utopia do final do século XX” e que “toda utopia propõe modelos de comunidade como arquétipo de situação ideal” (2012:30). O que isto significa e como é possível relacionar ao modelo de gemeinschaft e gesellschaft de Tönnies?
Utopia para enfrentar o processo de globalização, considerada o grande vilão da vida comum e solidária, uma utopia saudosista que remete ao passado como uma espécie de lamento.
Essa utopia relaciona-se com a Gemeinschaft(comunidade), sendo um lugar reacionário, de coisas boas e comunidade como um todo bom para se viver.
E contrapõe a Gesellschaft (sociedade), saudando o passado da comunidade, e lutando contra a visão comercial da globalização.
5. Qual a relação entre as posições políticas pró e contra a comunidade e o conflito entre valores coletivistas e individualistas? Explique.
Entre o final do século XVIII e início do século XIX apareceram movimentos anticomunitários e conservadores, que viam comunidade como uma utopia em que dentro da coletividade comunitária não teria espaço para a liberdade individual. 
Anticomunitários = defendiam a quebra da comunidade para seguir rumo ao desenvolvimento, pois esta impedia o desenvolvimento econômico e a reforma administrativa, onde o homem seria livre podendo se vincular de modos específicos a associação de forma racional. 
Conservadores = defendia a ideia de comunidade pois o progresso teria destruído as comunidades fundado no egoísmo dos indivíduos, defendendo a ideia de que comunidade seria “tudo de bom” e o progresso baseado em ideias individualistas destruiu a boa sociedade que é baseada em valores coletivos.
6. Explique os três eixos que sustentam a gemeinschaft na teoria de Tönnies.
O sangue, o lugar e o espírito, em que a comunidade seria constituída por relações de sangue, proximidade afetiva, que estão vinculados, em que todos pertencem a um mesmo lugar e ambos trabalham juntos em cima deste e seria pautada na essência da família, vizinhança e da amizade.
7. Para Max Weber, as relações sociais solidárias se dividem em comunitárias e associativas. Qual a importância, para o invíduo, da comunalização?
Sua concepção dialética materialista da sociedade situa historicamente o debate comunidade e sociedade no capitalismo, isto é, no centro da luta de classes. A sociedade, na teoria marxista, não é harmoniosa, mas conflitiva, sendo que o harmonioso e o conflito não são determinados pela presença ou ausência de valores comunitários, mas por problemas nas relações de produção. O individualismo, inimigo das relações comunitárias, é fruto do “fetiche” da mercadoria, do trabalho alienado e produtor de mais-valia.
Comunalização refere-se à relação baseada ao sentimento de pertencimento, esta implicada na existência do outro, como a família e grupos unidos pela camaradagem, vizinhança e fraternidade religiosa.
8. Quais as principais características da atual reflexão sobre comunidade? De luta pela cidadania plena contra á opressão, como mais direitos.
9. Comente a seguinte afirmativa: “A psicologia social ao qualificar-se de comunitária, hoje, explicita o objetivo de colaborar com a criação desses espaços relacionais [de objetivação da sociedade democrática – plural e igualitária], que vinculam os indivíduos a territórios físicos ou simbólicos e a temporalidades partilhadas num mundo assolado pela ética do 'levar vantagem em tudo' e do ' é dando que se recebe'. Esses espaços comunitários se alimentam de fontes que lançam a outras comunidades e buscam na interlocução da fronteira o sentido mais profundo da dignidade humana. Enfim ela delimita seu campo de competência na luta contra a exclusão de qualquer espécie.” (SAWAIA (2012, p. 42)
Quando uma comunidade tem a capacidade de defender suas ideias e suas necessidades dentro de uma ética de respeito pelos outros e de seu desejo próprio de construir um nós, através de reflexão e conscientização para a modificação da realidade
10. De acordo com CAMPOS (2012), como é, tipicamente, um processo de trabalho em Psicologia Social Comunitária? 
A Psicologia Comunitária é uma aplicação da psicologia social para resolução dos problemas sociais nas comunidades. A Psicologia Comunitária se caracteriza por trabalhar com sujeitos sociais em condições ambientais específicas, atento às suas respectivas psiques ou individualidades. Seus objetivos se referem a melhoria das relações entre os sujeitos e entre estes e a natureza e instituições sociais ou o seu empoderamento. Nesta perspectiva está todo o esforço para a mobilização das comunidades na busca de melhores condições de vida”. O termo Psicologia Comunitária inclui os estudos e práticas que vêm se realizando no Brasil a exemplo do Movimento de Saúde Mental Comunitário e do Movimento de Ação Comunitária na América Latina, e outras aplicações da psicologia social em problemas relacionados a comunidade. Fundamental para compreensão da Psicologia Comunitária é o conceito de comunidade, seu objeto material e campo de atuação. O termo Comunidade, utilizado hoje em dia na Psicologia Social, é bastante elástico e capaz de incluir em seu escopo desde um pequeno grupo social, um bairro, uma vila, uma escola, um hospital, um sindicato, uma associação de moradores, uma organização não - governamental, até abarcar os indivíduos que interagem numa cidade inteira.
11. Os principais objetivos da produção teórica e prática deste trabalho, segundo CAMPOS (2012, p.10), são o “desenvolvimento da consciência crítica, da ética da solidariedade e de práticas cooperativas” (ou mesmo autogestionárias), sempre “a partir da análise dos problemas cotidianos da comunidade”. Articule a afirmativa ao conceito de comunidade e explique a importância destes três objetivos ao desenvolvimento da vida comunitária.
Parte de um levantamento das necessidades e carências vividas pelogrupo-cliente, sobretudo no que se refere às condições de saúde, educação e saneamento básico. A busca do desenvolvimento da consciência crítica, da ética da solidariedade e de práticas cooperativas ou mesmo autogestionárias, a partir da analise de problemas cotidianos da comunidade.
12. O que a Psicologia Social Comunitária, ainda segundo a autora, enfatiza? Explique cada um dos enfoques
A psicologia comunitária é uma área de conhecimento que se ocupa em estudar, entender e intervir nos fenômenos psicossociais. Esse campo tem como objetivo despertar uma consciência crítica e contribuir para a formação da identidade social e individual do sujeito.
Termos teóricos = problematização da relação entre produção teórica e aplicação do conhecimento. O conhecimento se produz na interação entre profissional e os sujeitos da investigação.
Termos de metodologia = pesquisa participante, na qual o pesquisador e os sujeitos da pesquisa trabalham juntos na busca de explicação para os problemas colocados, e no planejamento e execução de programas de transformação da realidade vivida.
Termos de valores = ética da solidariedade, os direitos humanos fundamentais e a busca da melhoria da qualidade de vida da população focalizada.
13. Articule sua resposta à questão imediatamente anterior aos objetos de estudo da definição de psicologia comunitária de Góis (apud CAMPOS, 2012, p. 11).
Segundo Góis (1993) a psicologia comunitária se define como uma área da psicologia social que estuda a atividade do psiquismo decorrente do modo de vida do lugar/comunidade; estuda o sistema de relações e representações, identidade, níveis de consciência, identificação e pertinência dos indivíduos ao lugar/comunidade e aos grupos comunitários.
14. Explique a atuação do psicólogo como “analista-facilitador”, citada por CAMPOS (2012, p. 11), à luz dos objetivos, da Psicologia Social Comunitária, relacionados na questão 2.
O psicólogo atua como um analista-facilitador mais que como um profissional unilateral, que toma as iniciativas para solucionar os problemas. As atividades são, em grande maioria, atuações em equipes multidisciplinares que estabelecem procedimentos práticos de acordo com a demanda social e possibilidades de ação.
15. Explique, com base nos objetivos e formas de atuação, os modelos típicos, de acordo com FREITAS (2012), ocorridos nas décadas de 60, 70 e 80. Caracterize cada uma delas. Resposta na 16
Resposta na questão 16.
16. Explique as condições sócio-históricas do aparecimento de cada uma delas, ligando essas condições às suas características.
Década de 60 – No Brasil é inserido o Regime militar, pouco ou nenhum trabalho em péssimas condições, pobreza. No mundo, eclodem diversas manifestações. Ao lado dos polos industriais e dos centros de riqueza iam crescendo imensos cinturões e miséria. É no quadro destes acontecimentos políticos e econômicos qe, em 27 de agosto de 1962, dá-se o reconhecimento oficial profissão de psicologia no Brasil e se criam as leis para regulamentação e criação dos cursos de psicologia.
Em alguns locais dá-se a inserção do psicólogo, como objetivo de somar esforços e de colaborar para tornar a psicologia mais próxima à população, em geral, e mais comprometida com a vida dos setores menos privilegiados; buscando com isso uma deselitização da profissão e as práticas vão ganhando uma significação política e mobilização e de transformações sociais. É neste contexto que se vê o início do emprego do termo psicologia na comunidade. O psicólogo trabalhava de uma maneira voluntária, não remunerada e firmemente convicta do se papel político e social junto a esses setores da população. A preocupação fundamental era o desenvolvimento de atividade e tarefas que permitissem colocar a psicologia a serviço dessas populações e ao mesmo tempo, em algumas dessas práticas, havia o compromisso de colaborar para que as pessoas se organizassem e revindicassem por suas necessidades básicas e melhorias das suas condições de vida. 
desetilização do trabalho em psicologia, expondo e aproximando das pessoas menos favorecidas o que eles realizavam na época. Realização de atendimento clínico, aplicação de testes, dentro das comunidades = trabalho não remunerado.
Década de 70 – O país ainda era governado por militares, mas a poplação foi aprendendo a criar e a lutar por canais de reivindicação. Pode-se dizer qe foi o envolvimento e o compromisso do profissional de psicologia, junto aos movimentos popularess, que deram início a essa prática. Os resultados, no mínimo, foram gerar uma divulgação – através de livros, revistas, com números especiais, artigos e apresentação de trabalhos em eventos científicos – das problemáticas sociais vividas pela população e de possíveis encaminhamentos, decorrentes das análises feitas. Por outro lado, participar dos movimentos populares tornava possível o desenvolvimento de trabalhos práticos e teóricos que desenvolveriam a teoria. Os profissionais de psicologia comeram a marcar novos espaços através de práticas diferentes, saindo dos consultórios, das empresas e das escolas, e indo para os bairros populares, favelas e etc.As atividades desenvolvidas apresentavam várias características, desde a promoção de reuniões e discussões em torno das necessidades vividas pela população, passando por levantamentos e discuções das condições de vida e das deficiências educacionais, culturais e de saúde da população, assim como por oferecer algum tipo de assistência psicologia gratuita, participação em passeatas, mobilizações e abaixo assinados.
Rompimento com as tradições clínica e reestruturação para melhor compreender da sociedade com a entrada do psicólogo nos movimentos sociais. Professores universitários começam a participar da psicologia na comunidade, e levam a seus alunos o conhecimento adquirido nesse contato com a comunidade;
Década de 80 – o país começava a viver um clima de expectativa para com a abertura da democracia e a discussão e divulgação sobre os trabalhos desenvolvidos em comunidade passaram a ter mais atenção, evidenciando-se uma preocupação sobre o caráter de clandestinidade. A denominação psicologia comunitária passa a ser um termo mais consagrado e adota por vários profissionais, inclusive em debates e reflexões. 
1980 em diante = Criação da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social) que regulamenta uma psicologia social crítica, histórica e comprometida com a realidade social. 
PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA = Ligada à saúde e institucionalizada. O psicólogo busca democratizar o fornecimento dos serviços prestados pelo governo agindo dentro destas instituições.
Compreende o sócio histórico, sendo estudada a construção da identidade social e individual do ser humano. É a psicologia que compreende o sujeito como um todo, levando em conta não apenas o lugar onde ele foi criado, mas as condições histórias e sociais envolvidas em sua constituição como sujeito.
17. Quais as praticas desenvolvidas nos anos 90 associadas a Psicologia Comunitária?
Anos 80 e 90: a psicologia na comunidade passa à psicologia da comunidade, tomando como unidade de análise o grupo comunitário, e a psicologia comunitária, que toma como objeto de análise o sujeito construído sócio-historicamente. A busca do desenvolvimento da consciência crítica, da ética da solidariedade e de práticas cooperativas ou mesmo autogestionárias, a partir da análise dos problemas cotidianos da comunidade, marca a produção teórica e prática da psicologia social comunitária.
18. Quais as condições históricas e com que função aparece a Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO?
Por volta de 1980, as questões relativas a falta de definição e de especialidade na prática em psicologia comunitária começam a aparecer em alguns debates travados em reuniões cientificas e encontros, sendo uma condição importantíssima para a criação da ABRAPSO.
A ABRAPSO constituiu-se em um marco importante para a construção de uma psicologia social crítica, histórica e comprometida com a realidade concreta da população.19. Dos elemento que “mereceriam ser destacados, quando se propõe discutir sobre a prática do psicólogo fora dos ambientes tradicionais de trabalho”, citados por FREITAS (2012, p. 60-61), qual você considera o mais importante? Justifique sua resposta. Pag 60 61
 Infelizmente institucionalizou o espaço para atuação do Psicólogo e pouco mudou nos cursos de graduação, esta quase que inalterada alguma mudança/adequação ás necessidades da realidade Social, essa manutenção distancia o estudante de Psi o cotidiano vivido pelo povo e o faz desconhecer na compreensão os fenômenos psicossociais e sua significação. 
20. FREITAS (2012, p.61) afirma que “para se contribuir para uma vida psicológica mais saudá​vel, é necessário que o trabalho a ser desenvolvido ultrapasse a esfera do individual e do parti​cular, ao mesmo tempo em que adquira uma perspectiva de apreensão da realidade – em sua to​talidade e em sua concretude histórica – podendo então apreender a vida real e concreta das pessoas”. Explique esta afirmativa.
Freitas parte de uma filosofia do sujeito na sua construção sócio-histórica, portanto, é necessário avaliar a situação econômica, política e cultural deste sujeito para compreendê-lo como um todo.
Fazer isso significa atuar dentro de uma perspectiva da psicologia social, em uma visão sócio-histórica, junto às relações que são travadas na esfera do cotidiano, eliminando-se posturas reducionistas, psicologizantes e a históricas sobre os processos psicossociais.
21. Articule a seguinte afirmativa com o trabalho em Psicologia Comunitária: “se eu vejo, então, o grupo a partir de 'relações', eu vou ter uma visão de grupo sempre 'relati​va', isto é, incompleta, em construção, em transformação. Isso quer dizer que nunca posso 'fe​char' a compreensão de um grupo, saber tudo sobre o grupo. Se ele se constitui a partir de 're​lações', estas relações são dinâmicas, sempre mutáveis” (GUARESCHI, 2012, p.70). 
Partindo do princípio da construção sócio-histórica do sujeito, deve-se considerar o meio cultural, econômico e político em que este vive. Uma vez que este meio está em constante mudança este sujeito é dinâmico e nunca deixa de se desenvolver, portanto é necessário uma avaliação contínua, de forma que nunca haverá um diagnostico perpétuo. 
Se o grupo se constitui a partir de relações, essas relações são dinâmicas, sempre mutáveis, podem mudar de um momento pra outro. O máximo que se pode dizer é que no momento presente as relações são “x”. Mas elas podem, dentro de pouco tempo, ou à medida que os participantes do grupo adquirem mais ou menos poder, transformar-se em “y”, e com isso transformar o grupo.
22. Ainda segundo GUARESCHI (2012, p.70), que características definem um grupo na perspectiva funcionalista-positivista? 
Grupo é estático, com suas estratificações, onde as pessoas possuem “posições” e desempenham papéis, que se supõem os membros do grupo tem de desempenhar.
23. Como esta definição interferiria no que tange às relações de dominação, no trabalho em Psi​cologia Comunitária?
Esta teoria vai de encontro à visão da Psi Comunitária. A Psi Comunitária considera que os grupos são mutáveis, ou seja, estão sempre em transformação, pois são formados por sujeitos, estes que devidos suas relações estão sempre em construção e reconstrução. A perspectiva funcionalista-positivista, neste caso, apresenta-se como uma relação dedominação, desapropriando os sujeitos de modificarem seus papéis no grupo, essa mudança permitiria a melhoria da realidade de suas comunidades.
24. Para GUARESCHI (2012), o que é poder?
Capacidade para executar uma ação ou desempenhar qualquer prática que, basicamente, todos os indivíduos têm. 
Exemplo: Os negros, quando moravam na África (antes da escravidão) tinham poder, faziam o que queriam ou tinham vontade, na hora que bem lhes entendesse.
 25. Para GUARESCHI (2012), o que é dominação?
Dominação: relação injusta entre pessoas, onde uma das partes apropria-se do poder de outros; Sempre negativa, porque tira do outro o que lhe pertencia. 
Exemplo: Escravidão (tirou o poder dos negros); Mãe e filhos.
26. Para GUARESCHI (2012), o que é relação?
Relação: é uma coisa que não pode ser ela mesma, se não houver outra p/conpleta-la. Definição de relação: uma ordenação, um direcionamento intrínseco (necessário) de uma coisa, em direção a outra- é 3 ao mesmo tempo: comunicação- união- dialogo- etc. Relação não precisa ser necessariamente algo que une/liga duas coisas, o conflito também é.
27. Quais as formas de relações de dominação? Enumere-as e explique-as, inclusive seus subti​pos.
MULTIDÃO/MASSA = Qualquer amontoado de pessoas com relações quase inexistentes reunidas no mesmo local; As pessoas não precisam chegar a se conhecer, precisam apenas ter contiguidade física;Podem ser comandados por um líder/chefe; Pode ocorrer a liberação do id, ou seja, em grupo, os indivíduos tendem a se comportar de forma diferente do que quando estão sozinhas, liberando de forma indiscriminada suas emoções. 
PÚBLICO = Multidões que se apresentam espalhadas, não estão todas no mesmo local, mas compartilham algo; Indivíduos não tem espaço pra expressar sua opinião, apenas recebem influência; Relações unidirecionais, de mão única, podendo ocorrer manipulação. 
PODER = Capacidade para executar uma ação ou desempenhar qualquer prática que, basicamente, todos os indivíduos tem. 
DOMINAÇÃO = Relação injusta entre pessoas, onde uma das partes apropria-se do poder de outros; Sempre negativa, porque tira do outro o que lhe pertencia. 
3 TIPOS DE DOMINAÇÃO: 
1. ECONÔMICA - Tira o poder do trabalho dos indivíduos. Exemplo: Trabalho infantil, escravo. 
2. CULTURAL - Ideias tão cristalizadas que são passadas por diversas gerações sendo vistas como "normais". Exemplo: Machismo, racismo, pratiarcado.
3. POLÍTICA - Relação injusta entre governo, estado e cidadãos que tira os direitos civis. Exemplo: Ditadura. 
28. Explique o conceito de comunidade que, de acordo com GUARESCHI (2012, p.78), é atribuído a Marx.
Um tipo de vida em sociedade “onde todos são chamados pelo nome”. Seria uma vivencia em sociedade onde a pessoa, além de possuir um nome próprio (mantendo identidade e singularidade) tem possibilidade de participar, de dar sua opinião, manifestar seu pensamento e ser alguém dentro da comunidade.
29. Com relação ao aspecto “saber”, como deve ser, ainda segundo o autor acima, a atuação em Psicologia Comunitária? Pag 79, 80, 81
A Psi Comunitária deve respeitar o saber dos membros da comunidade e não realizar um trabalho assistencial. Contudo, deve desempenhar um papel de agente facilitador, Que propicia aos sujeitos autonomia e reflexões a cerca da sua comunidade. E, como consequência deste trabalho, permitir com que eles administrem a mesma.
30. Comente sua resposta da questão 8 a partir da seguinte citação: “No entanto, as representações sociais são construtos em permanente transformação. Se guar​dam relação com o passado da comunidade, com suas tradições e história, são também o pro​duto da prática presente e dos horizontes que guiam a ação dos grupos sociais que operam sim​bolicamente através delas” (Campos, 2012, p.138).idades
A sociedade como um todo está interligada pela rede de uma maneira geral, pessoas de diversos lugares do mundo, podem se comunicar, compartilhar interesses de forma instantânea. É inquestionável que a velocidade gerada devido ao avanço das tecnologias, em especial, a internet, foi advinda de diversas conquistas e transformações. Analisando desde uma sociedade agrária, onde podíamos etiquetar as pessoas por níveis hierárquicos extremamente rígidos, podemos estabelecer qual relação essas pessoas teriam não entre si e analisar da mesma forma a transformação do mundo e das relações interpessoais variadas nosdias de hoje.
A sociedade, assim como todo seu rol de conhecimento, tem evoluído em uma escala geométrica. O conhecimento, em si, não foi revolucionado como muitos podem pensar, mas o maior impacto foi a maneira como as informações deslocaram-se. O 'boom' das telecomunicações possibilitou um fluxo de dados imenso, facilitando pesquisas, estudos e desenvolvimento do conhecimento. Esta facilidade ampliou o saber, criando uma nova sociedade dotada de um imenso banco de informações, na qual antes tinha caráter muito mais restrito.
Esta nova sociedade, marcada principalmente por gerações seguidas de gerações cada vez mais rápidas e aceleradas têm mostrado os dois lados da moeda, o positivo e negativo efeito deste tipo de conhecimento. Da mesma forma que os fluxos de informações são imensos e rápidos, as novas gerações detêm um saber muito mais quantitativo do que qualitativo. Existe uma expressão que reflete bem este cenário, "buscar conhecimento na internet é como tentar beber um gole de água em um hidrante". Nada mais claro, pois, que a internet é a ferramenta mais utilizada pelos jovens para busca de informações. As informações são pouco densas, todavia em número absurdo, tornando o saber raso, genérico e brando. De um lado é positivo, pois há um pequeno saber em tudo, no entanto, negativo no sentido da densidade, como uma casa alicerçada em um terreno arenoso.
A sociedade deve se equilibrar na velha e nova guarda, não tão metódico como os mais experientes, nem tão precipitado como os novatos. Esta velocidade das informações traz impaciência e deixa os mais novos pouco aptos para aprofundar o saber. Os mais velhos, no entanto, têm grande dificuldade em assimilar esta nova era em que tudo são cliques de botões em velocidades assustadoras, sendo pouco eficientes na obtenção de informações. Logo, é vital saber selecionar as fontes e ter a paciência para assimilá-los, não apenas analisá-los superficialmente
31. Conceitue, conforme CAMPOS (2012), cultura e defina sua importância ao trabalho em Psi​cologia Comunitária.
Conjunto de significados compartilhados que orientam a conduta dos indivíduos. Estes significados tanto apresentam as características da homogeneidade e duração, quanto pelo movimento de construção de novas práticas, produzindo novos significados.
A Psicologia Comunitária trabalha com conceitos que permitem trabalhar as relações culturais em situações de diálogo, contribuindo para desenvolver a capacidade de análise das situações e para a construção de novas interpretações. Esse trabalho só é possível, conhecendo a realidade individual de cada comunidade, compreendendo e trabalhando essa realidade com a própria, ajudando a compreender e se preciso modificar, a cultura da comunidade.
32. Qual a importância das relações de exclusão para a compreensão da sociedade atual?
As relações de exclusão determinam que tipo de sociedade que temos. É a partir da exclusão que a maioria dos problemas sociais são apreendidos, sendo necessária para a compreensão do funcionamento da sociedade e da quebra de paradigmas, tais como negro pobre e desvalorizado, por exemplo.
33. De acordo com XIBERRAS (apud WANDERLEY, 2011:18), conceitue exclusão e explique o conceito.
Excluídos são todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores.
Os excluídos não são simplesmente rejeitados físicos, geográfica ou materialmente, não apenas do mercado e suas trocas, mas, de todas as riquezas espirituais, seus valores não são reconhecidos, perpetuando uma exclusão cultural.
34. Qual a relação entre o declínio dos welfare states e o fenômeno da exclusão? 
O Welfare States é a promessa do Estado em regulamentar toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com o país em questão.
Nos anos 80, observa-se uma espécie de impotência do Estado-Nação no controle das conjunturas nacionais. Os problemas sociais se acumulam, justapondo, no seio das sociedades, categorias sociais com renda elevada ou relativamente elevada ao lado de categorias sociais excluídas do mercado e por vezes da sociedade.
35. Explique, segundo WANDERLEY (2011), os seguintes conceitos:
a. Desqualificação social: Relacionado a fracassos e sucessos na integração. A partir da desqualificação, o Estado é convocado a criar políticas indispensáveis à regulação do vínculo social, como garantia da coesão social.
b. Desinserção social: Algo que questiona a própria existência das pessoas enquanto indivíduos sociais, relacionado ao sentimento de pertencimento, fora da margem do processo social.
c. Desafiliação social: Ruptura de pertencimento do vinculo social. Considera-se aqui, populações com insuficiência de recursos materiais e fragilizadas pela instabilidade do tecido relacional.
d. Apartação social: Processo pelo qual denomina o outro como um ser a parte, separar o outro não apenas como desigual, mas como um “não semelhante”, um ser afastado dos meios de consumo e do gênero humano como um todo. Forma de intolerância social.
36. Segundo WANDERLEY (2011:24), no Brasil, “a transmutação do 'direito' em 'favor' reforça o processo de exclusão”. Explique esta proposição.
O processo de exclusão tende a ser reproduzido através de mecanismos que o reforçam e os expandem, representado pela aceitação tanto ao nível social, quanto do próprio excluído. Isso reforça e contribuiu para o ciclo de exclusão.
Por mais que se discurse sobre direitos, na prática, os serviços das diversas políticas, ainda se apresentam aos excluídos e subordinados como um favor das elites dominantes, mesmo sendo direitos obrigatórios para a sociedade.
37. De acordo com JODELET (2011), a “teoria da frustração” tenta explicar os comportamentos hostis ligados à exclusão. Explique esta teoria.
A teoria da frustração, inspirada na teoria Freudiana, acentua a existência de motivações hostis que podem ser ativadas por uma situação de frustração. O impedimento de atingir um objetivo, o entrave de uma necessidade provocaria um estado de cólera que aumentaria a tendência agressiva.
Quando essa não pode se descarregar diretamente sobre a causa da frustração, porque ela é ou muito poderosa ou mal identificada, ela seria deslocada para alvos mais acessíveis ou frágeis.
38. O que é, e como funciona, o fenômeno da “crença em um mundo justo”, descrito por LERNER (apud JODELET, 2011:58)?
Sujeitos tem o que merecem e merecem o que eles têm.
39. Explique a “teoria da personalidade autoritária de Adorno et. al. (JODELET, 2011).
Crenças que a primeira vista parecem sem relação, são ligadas por uma relação psicodinâmica. Associam a ideologia e a personalidade para dar conta das tomadas de posições racistas e antidemocráticas, e a explicação pela rejeição e desprezo dos que são diferentes.
40. Qual a relação, segundo JODELET (2011), entre preconceito e representações sociais?
Ao passo que um grupo possui suas representações sociais, quando algo diferente surge há uma tendência de proteção do grupo de afastar esse diferente que é visto como ameaça. Nesse processo a um preconceito com o novo que chegou.
Exemplo: Mãe que mata sua filha não é mãe, porque isso não é a atitude de uma mãe.
41. Qual a relação entre preconceito e a formação da atitude preconceituosa?
A partir da criação e manutenção do preconceito, as pessoas passam a ter atitudes preconceituosas baseadas nessa crença.
Exemplo: Se eu acredito que uma pessoa pobre, é suja, pedinte e necessitada, ao vê-la passando por mim, naturalmente vou desviar dela, a fim de não ter que enfrentá-la me pedindo dinheiro.
42. Relacione os fenômenos exclusão e categorização social.
A caracterização social segmenta o meio social em classes cujos membros são considerados como equivalentes em razão de características, ações e intenções comuns.
Ao mesmo tempo em que a categorização une seus semelhantes, automaticamente ocorre o processo de exclusão tanto da sociedade com essa classe, quanto dessa classe com a sociedade.
43. Como, segundo PAUGAM(2011), o enfraquecimento (ou ruptura) dos vínculo sociais reforçam o processo de exclusão?
Como a desclassificação social é uma experiência humilhante, ela desestabiliza as relações com o outro, levando o individuo a fechar-se sobre si mesmo. Mesmo as relações no seio da comunidade familiar podem ser afetadas, pois é difícil para alguns aceitar que não estejam à altura das pessoas que o cercam.
44. Como, segundo GUARESCHI (2011), o liberalismo tenta legitimar as relações de dominação na virada do século XVIII para o XIX?
Afirmava que o modo de produção capitalista se constituía num grande avanço em direção à liberdade, proclamando que as pessoas, nesse novo modo de produção, passavam a ser livres.
45. Qual a relação, de acordo com GUARESCHI (2011), entre exclusão e competitividade?
A competitividade só é possível se houver diferenças e exclusões. A competitividade exige a exclusão. Para o liberalismo, o progresso e o desenvolvimento só são possíveis através da competitividade. E o confronto, o choque entre interesses que fará com que as pessoas lutem para melhorar a qualidade de vida e sua ascensão econômica.
46. Qual a relação, de acordo com GUARESCHI (2011), entre culpabilização e exclusão?
As pessoas são individualmente responsabilizadas por uma situação econômica adversa e injusta. Para tais teorias o social não existe.
47. Como funciona ainda segundo este autor, o processo de exclusão de saberes e como este conceito influencia o trabalho em Psicologia Comunitária? 
A exclusão dos saberes é a menosprezação dos saberes populares, do senso comum. A Psicologia Comunitária precisa trabalhar a importância de uma reabilitação do saber popular, do saber do senso comum que são para ele as representações sociais. Reabilitação do conhecimento popular que está fundamentado no nosso falar e na vida cotidiana.
48. A Psicologia Comunitária se propõe como intervenção comprometida com a melhoria das condições de vida das populações. Desta maneira, como é possível a construção, através desta atuação, de práticas e espaços de discussão teórica que apontem na direção da transformação social e do compromisso com a maioria da população, especialmente no que tange ao escopo das políticas públicas? 
Acreditamos que isso se torne possível a partir do momento em que a psi comunitária compromete-se com os diversos saberes, tanto o popular quanto com o cientifico. È só compreendendo em profundidade a comunidade onde o conhecimento teórico será aplicado, que as melhores atitudes poderão ser aplicadas, ou seja, devem-se compreender as peculiaridades, as pessoas e os saberes que a comunidade produz p/aplicar da melhor maneira possível as políticas públicas planejadas.
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