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Processo-Penal-4ª-Edição-Volume-I

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APOSTILA 
 
Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
 
 
 
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APOSTILA 
 
Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
 
SUMÁRIO 
1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 3 
2. SUJEITOS PROCESSUAIS 8 
3. JURISDIÇÃO, PROCESSO E PROCEDIMENTO 16 
4. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 18 
a) Recebimento da Denúncia ou Queixa 19 
b) Citação 19 
● Citação Real ou Pessoal 20 
● Citação com Hora Certa 21 
● Citação por Edital 21 
c) ​ ​Aplicação da Regra do Art. 366 do C​PP 23 
d)​ ​Resposta Escrita 24 
● Prazo da Resposta 24 
e)​ ​Possibilidade de Absolvição Sumária do Acusado 25 
f) ​ ​Audiência de Instrução e Julgamento 25 
g) ​ ​Esquemas 26 
5. PROVAS 27 
6. SENTENÇA 39 
7. REVELIA 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
 
 
1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
Princípio do Juízo Natural 
 
Art. 5.º, LIII, da CF​: ​Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente. 
 
Juiz natural é aquele a quem a Constituição Federal confere competência para julgar 
determinada infração penal. Portanto, caso haja mais de um juiz igualmente competente, 
deve-se realizar a distribuição do feito, através de sorteio aleatório dos autos. 
 
Segundo Reis e Gonçalves (Direito Processual Penal Esquematizado, 2014, p. 81), o Supremo 
Tribunal Federal entende que “não fere o princípio do juiz natural o deslocamento de ação penal 
já em andamento em razão da criação de vara especializada (que julgará todos os delitos de 
determinada natureza, por exemplo) ou pela criação de nova Comarca”. 
 
 
ATENÇÃO: o julgamento feito por juízo ABSOLUTAMENTE incompetente gera a 
nulidade da ação (art. 564, I, do CPP). 
 
 
Princípio do Devido Processo Legal 
 
Art. 5.º, LIV, da CF​: ​Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal. 
 
O devido processo legal significa respeitar o procedimento, ou seja, a sequência de atos que 
podem ser praticados pelos sujeitos no processo. Este princípio determina que o 
descumprimento das formalidades legais pode levar à nulidade do processo, dependendo do 
vício (defeito) nos atos. 
 
Cabe dizer que o “​Due process of Law​” ​(devido processo legal) busca assegurar um processo 
penal efetivamente justo e equilibrado. 
 
 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa 
 
Art. 5.º, LV, da CF​: ​Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes​. 
 
Esse princípio resguarda a observância da igualdade entre os conflitantes na lide, pois, confere 
as mesmas oportunidades às partes quanto aos instrumentos processuais dos quais possam 
utilizar para fazer valer seus direitos. 
 
Contraditório: é o direito que o réu tem de se defender contra todas as acusações que lhe são 
imputadas. 
● Contraditório diferido (mediato): é aquele que ocorre posteriormente, como as provas 
periciais. Ex: Laudo de constatação indireta de arrombamento, lesão corporal, etc. (a 
prova é feita em um momento posterior). 
 
● Contraditório real (imediato ou direto): é aquele exercido no momento da produção da 
prova. Ex: Prova testemunhal em juízo. 
 
Ampla Defesa: é exercer o contraditório usando todos os recursos lícitos disponíveis. Ex: A 
acusação não pode ultrapassar o limite das provas. 
 
Outros artigos no Código de Processo Penal também refletem a utilização do princípio do 
contraditório e da ampla defesa, como o art. 155 (juiz não pode ser convencido somente com 
base na prova colhida durante o inquérito), art. 459 (a parte não poderá ler documento ou exibir 
objeto que não tenha sido juntado aos autos com antecedência mínima de 3 dias úteis), etc. 
 
IMPORTANTE: ​não há contraditório na fase do INQUÉRITO POLICIAL, por isso que 
ele é chamado de inquisitivo. O advogado pode acompanhar, mas não pode intervir 
no inquérito, visto tratar-se de responsabilidade do delegado. 
 
 
 
Princípio da Vedação da Prova Ilícita 
 
Art. 5.º, LVI, da CF​: ​São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
 
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Art. 157, ​caput​, do CPP​: ​São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. 
 
Não faria sentido algum, o Estado permitir a utilização de provas obtidas a partir da violação das 
normas jurídicas que ele mesmo impõe. O princípio da vedação da prova ilícita deveria ser 
considerado absoluto, se analisados apenas os dois dispositivos legais supramencionados, mas 
a doutrina tem ​aceitado a utilização da prova ilícita no processo quando esta for a ÚNICA capaz 
de propiciar a ​absolvição do réu​. O princípio constitucional da ampla defesa prevalece neste 
caso. 
 
Se o réu estiver de posse de uma prova ilícita que garanta sua liberdade, ele poderá 
apresentá-la nos autos do processo. A prova é aceita para provar a inocência do réu. 
 
 
Princípio da Presunção de Inocência 
 
Art. 5.º, LVII, da CF​: ​Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória. 
 
Apenas quando não couber mais recurso da sentença condenatória é que o réu será 
considerado culpado, devendo ser tratado como inocente até o referido momento. Este princípio 
não é absoluto, uma vez que a própria Constituição Federal admite a prisão provisória antes da 
condenação nos casos do art. 5.º, LXI (flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária e transgressão ou crime propriamente militar). 
 
 
Princípio da Publicidade 
 
Art. 5.º, LX, da CF​: ​A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa 
da intimidade ou o interesse social o exigirem​. 
 
A publicidade dos atos processuais é a regra. Apesar disto, a própria Constituição delimita sua 
restrição quando mostrar-se necessária a preservação da intimidade ou interesse social. 
 
O §1º do art. 792 do CPP determina ainda que as audiências, sessões e os atos processuais 
serão, em regra, públicos, mas, se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o 
tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte, ou do Ministério 
Público, determinar que o ​ato seja realizado a portas fechadas​,limitando o número de pessoas 
que possam estar presentes. 
 
O art. 201, § 6.º, também do CPP, dispõe que o juiz tomará as providências necessárias à 
preservação da intimidade do ofendido, podendo, inclusive, determinar o ​segredo de justiça​. 
 
 
Princípio da Fundamentação das Decisões 
 
Art. 93 da CF: ​Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
 
(…) 
 
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões​, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar 
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. 
 
Toda decisão judicial deve ser fundamentada, exceto a decisão do TRIBUNAL DO JURI, em 
virtude do sigilo nas votações. 
 
Garantias do Júri 
● Sigilo da votação. 
● Soberania do Veredicto. 
● Competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
 
 
Princípio da Igualdade das Partes 
 
Art. 5.º, ​caput​, da CF​: ​Todos são ​iguais perante a lei​, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade (…). 
 
 
 
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Art. 263 do CPP​: ​Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o 
seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo 
defender-se, caso tenha habilitação. 
 
As partes devem receber o mesmo tratamento do Poder Judiciário, portanto, o réu terá um 
defensor constituído cujo nível de conhecimento técnico seja o mesmo daquele que dispõe a 
outra parte, de modo a se estabelecer o equilíbrio processual. 
 
 
ATENÇÃO: Igualdade não é sinônimo de igual tratamento. ​Devem-se tratar os 
“Desiguais” de forma desigual e os “Iguais” de forma igual. 
 
 
Princípio da Iniciativa das Partes 
 
Art. 129, I, da CF​: ​Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei. 
 
Não é o juiz quem dá início à ação penal, cabendo exclusivamente ao Ministério Público a 
iniciativa da ação nos crimes de ação penal pública. No caso de ação penal privada, é o 
ofendido quem deve iniciá-la. 
 
 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
 
O juiz é um ser humano e, está sujeito a falhas. Diante da possibilidade de erro na sentença por 
ele proferida, o princípio do duplo grau de jurisdição confere às partes o direito a uma nova 
apreciação, total ou parcial, da causa, por órgão superior do Poder Judiciário. 
 
Este princípio não está descrito de forma expressa na Constituição ou no Código de Processo 
Penal, entretanto, sendo o Brasil signatário do ​Pacto de San José da Costa Rica​, e observadas 
as competências recursais conferidas pela ​Constituição aos órgãos do Poder Judiciário nos 
artigos 102, II e III; 105, II e III; 108, II, e 125, § 1.º, é possível perceber que esta garantia é 
concedida à parte sucumbente (insatisfeita com a decisão). 
 
 
 
 
 
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Princípio da Verdade Real 
 
Art. 156 do CPP​: A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz 
de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas 
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação 
e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de 
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
Art. 299 do CPP​: ​A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer 
meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, 
as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.​ 
 
O juiz pode, de ofício, trazer para os autos do processo qualquer prova sem provocação das 
partes. O juiz é livre para ouvir testemunhas e juntar provas que entenda serem necessárias. 
 
 
 
 
2. SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
São chamadas de “sujeitos” no processo penal as pessoas que dele participam, de forma direta 
ou indireta: 
 
a) O Juiz; 
b) O Ministério Público; 
c) O Acusado; 
d) Defensor do Acusado; 
e) O Assistente; 
f) Os Serventuários de Justiça. 
 
Juiz 
 
a)​ Os juízes no processo penal podem ser: 
 
● Da Justiça Especial; 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
○ Eleitoral: julga crimes eleitorais. 
○ Militar 
➢ Federal: julga militares das Forças Armadas (e civis); 
➢ Estadual: julga policiais militares, Corpo de Bombeiros (não julga 
civis). 
● Da Justiça Comum. 
○ Estadual: competência estadual (a delegacia de polícia investiga). 
○ Federal: a CF determina a competência (arts. 108 e 109). Os crimes 
que afetam a União são julgados na JF. 
 
 
OBSERVAÇÃO​: Lembrar que a Justiça Federal se divide em 5 regiões. Santa 
Catarina, por exemplo, pertence à 4.ª Região, com Paraná e Rio Grande do Sul. 
 
 
b) Função Precípua do Magistrado - Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e 
manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública 
(Art. 251 do CPP). Nas palavras de Guilherme Nucci, para ser considerado sujeito processual há 
de se preencher condições objetivas e subjetivas. 
● Objetivamente - ele precisa estar investido do poder jurisdicional e ser competente para 
resolver determinado caso. 
● Subjetivamente - ele não pode ser suspeito nem deve estar impedido para atuar. 
Faltando-se qualquer dessas condições, o magistrado torna-se sujeito processual incapaz 
para determinado caso. 
 
c)​ Causas de Impedimento ou Suspeição do Juiz 
● Causas de Impedimento - Considera-se impedido de atuar o juiz que é parcial, ​situação 
presumida pela lei​, em casos específicos. Logo, as hipóteses previstas para impedimento 
são de ​caráter objetivo, indicam a impossibilidade de exercício jurisdicional em 
determinado processo. Guilherme de Souza Nucci entende que a prática de um ato 
processual por um juiz impedido torna o ato jurídico (sentença, decisão, despacho) 
inexistente. 
➔ tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do 
Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
➔ ele próprio (Juiz) houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como 
testemunha; 
 
 
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➔ tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de 
direito, sobre a questão; 
➔ ele próprio (Juiz) ou seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta, 
ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no 
feito. 
● Causas de Suspeição - As causas de suspeição constituem motivos de incapacidade 
subjetiva do juiz, pois o vinculam a uma das partes, nesse caso, o juiz dar-se-á por 
suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes (AVENA, 2019, 
p. 111). São hipóteses de suspeição: 
➔ se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
➔ se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo 
por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
➔ se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, 
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado 
por qualquer das partes; 
➔ se tiver aconselhado qualquer das partes; 
➔ se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
➔ se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. 
 
d) Cessação e manutenção do impedimento e da suspeição - ​O impedimento ou suspeição 
decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, 
salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não 
funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo 
(Art. 255 do CPP). 
 
Hipóteses Efeito 
Havendo descendência 
resultante do casamento 
dissolvido 
permanecerão o impedimento e a suspeição​. Exemplo: 
contemple-se a hipótese em que o juiz tenha se divorciado 
da esposa com quem possuía filhos. Neste caso, não 
poderá atuar no processo em que for parte, por exemplo, o 
sobrinho de sua ex-cônjuge, pois subsiste o impedimento 
inscrito no art. 252, IV, do CPP. Lembre-se que a condição 
de sobrinho da ex-cônjuge importa em parentesco por 
afinidade em 3.º grau (AVENA, 2019, p. 112). 
Não havendo descendência 
resultante do casamento 
dissolvido 
não permanecerão o impedimento e a suspeição​, salvo 
quando ocorrente a situação mencionada no art. 255, in 
fine, ao dispor que: “ainda que dissolvido o casamento sem 
descendentes, não funcionará como juiz de quem for parte 
no processo:” 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
● o sogro 
● o padrasto 
● o cunhado 
● o genro 
● enteado 
Assim, no exemplo citado, não havendo descendência, 
nada impedirá ao juiz divorciado de atuar no processo em 
que for parte o sobrinho da ex-cônjuge, pois o divórcio fez 
desaparecer o impedimento constante do art. 252, IV, do 
CPP. Não poderá oficiar, contudo, no processo em que for 
parte, por exemplo, seu cunhado, pois o impedimento daí 
decorrente, por força do disposto no art. 255, in fine, 
persiste mesmo sendo dissolvido o casamento sem 
descendência (AVENA, 2019, p. 113). 
Quadro esquematizado elaborado a partir das lições do professor Norberto Avena (Direito Processual Penal 
Esquematizado) 
 
Suspeição Causada pela Própria Parte - ​A suspeição não poderá ser declarada nem 
reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la (Art. 255 do 
CPP) 
 
e) ​Consequências Jurídicas do Impedimento e da Suspeição 
● Impedimento - Reputam-se ​inexistentes os atos praticados pelo juiz impedido, pois o 
impedimento priva o magistrado de exercer sua jurisdição no processo em que ocorrer 
(AVENA, 2019, p. 112). 
● Suspeição - ​Já na hipótese de suspeição, os atos realizados, embora existentes, serão 
absolutamente nulos (art. 564, I, do CPP), pois a suspeição não priva o juiz de sua 
jurisdição (AVENA, 2019, p. 112). 
 
 
Ministério Público (MP) 
 
a) ​Considerações Gerais 
 
O MP é instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, não pertencendo ao 
Poder Judiciário ou ao Poder Executivo (muito menos ao Legislativo). O art. 127 da CF/88 lhe 
confere a missão de defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e 
individuais indisponíveis. 
 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
As diferentes carreiras do MP também apresentam cargos diferenciados, como o MP do 
Trabalho (MPT), o MP Militar (MPM), o MP Federal (MPF) os MPs estaduais e do Distrito 
Federal e Territórios (MPDFT) e ainda os Ministérios Públicos nos tribunais de contas (MPTC). O 
MP Eleitoral (MPE) não possui estrutura própria, mas uma composição mista entre o MPF e MP 
Estadual. 
 
Cargos do Ministério Público 
MP 
Ministério Público da União 
MPTC MPD
FT MPM MPF MPT 
Procurador-Geral da República 
Procurador-
Geral de 
Justiça 
Procurador-
Geral de 
Justiça 
Procurador-Ger
al da Justiça 
Militar 
 Procurador-Geral do Trabalho 
Procurador 
de Justiça 
Procurador 
de Justiça 
Subprocurador 
da Justiça 
Militar 
Subprocurado
r-geral da 
República 
Subprocurador-
geral do 
Trabalho 
Procurador-Ge
ral do MP de 
contas 
Promotor de 
Justiça 
Promotor de 
Justiça 
Procurador da 
Justiça Militar 
Procurador 
Regional da 
República 
Procurador 
Regional do 
Trabalho 
Subprocurador
-geral de 
contas 
Promotor de 
Justiça 
Substituto 
Promotor de 
Justiça 
Adjunto 
Promotor da 
Justiça Militar 
Procurador da 
República 
Procurador do 
Trabalho 
Procurador de 
contas 
 
MPE: O Procurador-Geral da República exerce a função de Procurador-Geral Eleitoral perante o 
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e indica membros para também atuarem no TSE e nos 
Tribunais Regionais Eleitorais (procuradores regionais eleitorais, que chefiam o Ministério 
Público Eleitoral nos estados). Os promotores eleitorais são promotores de Justiça (Ministério 
Público Estadual) que exercem as funções por delegação do MPF. 
 
b) ​Causa de Impedimento ou Suspeição do MP - ​Os órgãos do Ministério Público não 
funcionarão nos processos em que ​o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se 
estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos 
dos juízes. 
 
c)​ Funções do MP no Processo Penal 
● Promover, privativamente, a ação penal pública. 
● Fiscalizar a execução da lei. 
 
 
 
 
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Acusado 
 
a) ​Considerações Gerais: Acusado (ou réu) é o sujeito passivo da relação processual penal, 
podendo ser: 
● Pessoa física maior de 18 anos; 
● Pessoa jurídica, no caso dos crimes ambientais (art. 225, §3º, CF/88 e art. 3.º da Lei n.º 
9.605/98). 
b)​ Garantias Processuais 
● Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processadoou julgado sem 
defensor. 
● A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida 
através de manifestação fundamentada. 
● Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito 
de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha 
habilitação. 
 
 
Defensor do Acusado 
 
a) Considerações Gerais - O defensor é aquele com qualificação técnico-jurídica (advogado 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil) para auxiliar o acusado a resistir ao exercício da 
pretensão punitiva do Estado. Caso o acusado não tenha um defensor, será nulo o processo 
(art. 564, III, “c”, CPP). 
 
b)​ O defensor pode ser: 
● Constituído ou Procurador:​ escolhido pelo acusado; 
● Público:​ se o acusado comprovar insuficiência de recursos; 
● Dativo:​ nomeado pelo juiz; 
● Ad hoc ​(ou substituto): ​nomeado pelo juiz para atos processuais específicos. 
 
c)​ Deveres do Defensor 
● O exercício da advocacia constitui múnus público e função social, assim sendo, salvo 
motivo relevante, os advogados serão obrigados a prestar seu patrocínio aos acusados, 
quando nomeados pelo Juiz. 
● O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado 
previamente o juiz. 
● O defensor possui o dever de comparecer à audiência de instrução, por motivo justificado, 
a audiência poderá ser adiada se o defensor não puder comparecer. Incumbe ao defensor 
 
 
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provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará 
o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que 
provisoriamente ou só para o efeito do ato. 
 
d) ​Constituição do Devedor - A constituição de defensor independerá de instrumento de 
mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório. 
 
Assistente 
 
a) ​Considerações Gerais - O assistente é aquele que auxilia o membro do MP na acusação, por 
isso é também conhecido como “assistente da acusação”. Podem ser assistentes (art. 268, 
CPP): 
● O ofendido; 
● O representante legal do ofendido; 
● Os sucessores do ofendido (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – art. 31, CPP). 
 
ATENÇÃO: A atuação do assistente não é imprescindível à continuidade da AÇÃO 
PENAL PÚBLICA, mas na ação privada, exclusiva ou subsidiária da pública, o 
ofendido atuará na qualidade de querelante, ou seja, atuará como parte necessária 
da relação processual. 
 
b)​ São atribuições do assistente (art. 271, CPP): 
● Propor meios de prova; 
● Fazer perguntas às testemunhas; 
● Participar do debate oral; 
● Arrazoar os recursos interpostos pelo MP; 
● Formular quesitos e indicar assistente técnico (art. 159, §3º, CPP); 
● Requerer o desaforamento de julgamento afeto ao Tribunal do Júri (art. 427, CPP). 
 
c) ​Ingresso do Assistente de Acusação - ​O assistente poderá ingressar no processo ​a partir do 
recebimento da denúncia​. Por conseguinte, ​em todos os termos da ação pública (incabível na 
fase de Inquérito Policial ou Execução Penal)​, poderá intervir, como assistente do Ministério 
Público, o ofendido ou seu representante legal. E o limite está denido em Lei: ​enquanto não 
passar em julgado a sentença​, com o que já se percebe a capacidade recursal do assistente e 
se constata a impossibilidade de atuação dele na execução penal (FISHER e PACELLI, 2019, p. 
613). 
 
 
 
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d) ​Desídia do Assistente - O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do 
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do 
julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado. 
 
e) Inadmissibilidade do Assistente - Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá 
recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. Podendo, considerando 
as peculiaridades do caso concreto, a impetração de Mandado de Segurança (Agravo 
Regimental no RMS n. 44.402-MG, STJ, 5.ª Turma, unânime, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 
julgado em 7.8.2018). 
 
f) ​Vedação para ser Assistente - O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como 
assistente do Ministério Público (Art. 270 do CPP). 
 
 
Serventuários de Justiça 
 
Não participam da relação processual, mas auxiliam o juiz: 
 
● O escrivão (chefe do cartório); 
● Oficial de justiça (faz serviços externos, como intimações, citações, etc.); 
● Perito (quando houver necessidade de conhecimento técnico, artístico ou científico 
especializados); 
➢ Oficial​; 
➢ Nomeado​: escolhido pelo juiz - O perito nomeado pela autoridade será obrigado a 
aceitar o encargo (art. 277 do CPP) 
➢ Estarão impedidos de exercer a função de peritos aqueles que tiverem sido 
condenados em ação penal, sendo-lhes impostas as restrições de direitos previstas 
no atual art. 92 do Código Penal (Lei n.º 7.209/84) e os que tiverem participado, 
como testemunha ou perito (ou intérprete e tradutor) do processo ou de fase 
anterior, prestando depoimento ou se manifestando sobre o objeto da prova. 
Também não serão peritos os analfabetos e os menores de 21 anos (FISHER e 
PACELLI, 2019, p. 627). 
● Intérpretes e tradutores (são peritos cuja tarefa é traduzir para a língua portuguesa os 
documentos em outros idiomas); 
● Conciliador (procura conduzir as partes a um acordo, nos termos do art. 60 da Lei 
9.099/95). 
 
 
 
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3. JURISDIÇÃO, PROCESSO E PROCEDIMENTO 
Jurisdição 
 
O Estado detém o poder de ditar as regras de convivência e também possui o direito de punir 
aqueles que as desrespeitarem. A jurisdição, no que lhe concerne, é o Poder do Estado de atuar 
na garantia de não se impor imediata e arbitrariamente uma pena ao acusado sem lhe 
proporcionar oportunidades de defesa. 
 
Quem exerce a jurisdição no Brasil é o Poder Judiciário, ou seja, todos os juízes brasileiros 
podem julgar o caso concreto aplicando-lhes a lei abstrata para solucionar os conflitos de 
interesse, disponibilizando, ao acusado, possibilidades de se defender. 
 
Juris Dictio​ = dizer o direito. 
 
Princípios que norteiam a Jurisdição 
 
● Investidura: ​A jurisdição só pode ser exercida por magistrado, empossado no cargo de 
juiz. 
● Indelegabilidade: ​Não pode um órgão jurisdicional delegar sua função para outro, ainda 
que este também seja um órgão jurisdicional. 
Exceções​: carta rogatória e carta precatória. 
● Juiz Natural: ​Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente. 
Investidura​: toda atividade da jurisdição deve ser realizada por alguém investido na função. Em 
regra, mediante concurso público. 
 
 
Processo 
 
A jurisdição somente pode ser exercida através do processo. Processo é o instrumentoda 
jurisdição (direito formal). O Direito Processual Penal, então, seria o “conjunto de princípios e 
normas que disciplinam a persecução penal para a solução das lides penais” (REIS e 
GONÇALVES, 2014, p. 44). Lembrando que a lide penal ocorre quando a pessoa infratora 
exerce seu direito de defesa de um lado, enquanto, do outro, o Estado pretende punir o agente 
por sua conduta. 
 
 
 
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Não existe processo que termine sem decisão de provimento jurisdicional. Há decisões judiciais 
sem processo, mas não há processo sem decisão / sentença (provimento jurisdicional). 
 
O sistema processual no Direito Penal Brasileiro é o sistema Acusatório. 
 
 
Procedimentos 
 
A sequência de atos processuais previstos em lei para a tramitação da ação penal é chamada 
de ​procedimento​. Por se tratar de matéria de ordem pública, não podem as partes adotar 
procedimento que acreditem ser mais eficiente que aqueles determinados pela norma, sob pena 
de nulidade. 
 
Os procedimentos, também chamados de “ritos”, são a matéria de Direito Processual Penal mais 
recorrente no Exame de Ordem, uma vez que sua inobservância pode acarretar nulidade 
absoluta no processo. 
 
O ​artigo 394 do CPP​ informa que o procedimento será ​COMUM​ ou ​ESPECIAL​. 
 
Os parágrafos do artigo 394 do CPP ainda determinam que o procedimento ​COMUM​ será: 
 
● Ordinário: quando tiver por objeto crime cuja ​sanção máxima cominada for ​igual ou 
superior a 4 anos​, desde que não exista procedimento especial (ex.: Júri, Lei de Drogas, 
etc.); 
● Sumário: quando tiver por objeto crime cuja ​sanção máxima cominada seja ​superior a 2 
anos e​ ​inferior a 4 anos​; 
● Sumaríssimo: para as infrações penais de ​menor potencial ofensivo que tramitam 
perante os Juizados Especiais Criminais – JEC, disposto na Lei 9.099/95 (contravenções 
penais e os crimes cuja pena máxima não exceda ​2 anos​). 
 
O critério para definir o rito (ordinário, sumário ou sumaríssimo) dentro do procedimento comum 
é a pena máxima de cada crime. 
 
Lembrando que se aplicam subsidiariamente aos procedimentos especiais, sumário e 
sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário (art. 394, § 5.º, do CPP). 
 
Portanto, o esquema dos procedimentos será o seguinte: 
 
 
 
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Ordinário​ → Pena máxima​ ​= ou ↑ 4 anos 
Sumário​ → Pena máxima ​↑ 2 anos​ ​e ↓ 4 anos 
Sumaríssimo​ → Pena máxima ​= ou ↓ 2 anos (JEC) 
Especial ​= Demais procedimentos previstos no CPP e em leis extravagantes. Ex: 
Procedimento do Júri. 
 
ATENÇÃO​: ​Para definir o procedimento adequado para cada infração penal, é 
preciso considerar as ​qualificadoras e as ​causas de aumento e de ​diminuição de 
pena​, pois repercutirão na pena abstrata. 
 
ATENÇÃO​: Havendo ​conexão ​entre infrações com procedimentos distintos​, 
prevalecerá o procedimento do Tribunal do Júri (art. 78, CPP). Se houver conexão 
entre dois delitos que, individualmente, adotariam o rito sumário, mas cuja soma das 
penas excederia o limite de 4 anos, por não haver resposta precisa no texto legal, 
recomenda-se a utilização do ​rito que possibilitar mais defesas​. 
 
4. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
O procedimento comum ordinário, previsto nos artigos 395 a 405 do CPP, é adotado para os 
crimes mais graves (basta observar as penas), oferecendo maiores hipóteses de defesa. Vale 
ressaltar, aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as 
disposições do procedimento ordinário. 
 
1.º Passo - O membro do Ministério Público ao receber os autos do Inquérito Policial poderá 
adotar 4 (quatro) medidas, são elas: ​(1) Declinar da Competência (Arquivamento Indireto)​; ​(2) 
Promover o Arquivamento do Inquérito Policial (quando visualizar ausência de Justa Causa)​; ​(3) 
Requerer novas diligência a autoridade policial​; ​(4) Oferecer Denúncia. 
 
 
 
 
 
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ATENÇÃO​: 
Súmula 524 do STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem 
novas provas. 
 
2.º Passo​ - Oferecida a Denúncia pelo Membro do MP o Juiz a receberá, salvo se: 
a) A denúncia for manifestamente inepta 
✓ Art. 41 do CPP. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com 
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos 
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol 
das testemunhas. 
b) Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal 
c) Faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
 
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA 
O procedimento ordinário (e a ação penal) efetivamente começa com o recebimento da denúncia 
ou da queixa-crime pelo juiz (art. 396, CPP). Ao receber a denúncia ou a queixa-crime, o 
magistrado, devido ao princípio do impulso oficial, ordenará a ​citação do acusado para 
apresentar resposta preliminar no prazo de 10 dias. 
 
CITAÇÃO 
O processo terá a sua formação completada quando for realizada a ​citação do acusado (art. 
363, ​caput​, CPP). A falta de citação é causa de nulidade absoluta do processo (art. 564, III, “e”, 
CPP), exceto se o acusado comparecer em juízo no prazo legal, apresentando resposta escrita. 
 
A citação pode ser: 
● Real; 
● Com hora certa; ou 
● Por edital. 
 
 
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CITAÇÃO REAL OU PESSOAL 
A citação real ocorre pessoalmente pelo oficial de justiça, através de mandado, carta precatória, 
carta de ordem ou carta rogatória. 
 
Mandado (art. 351, CPP): quando o acusado (inclusive o réu preso) se encontrar no ​território da 
jurisdição do juiz que ordenou a citação, esta será realizada pelo ​oficial de justiça com a 
leitura do mandado, entrega da contrafé (com dia e hora da citação) e declaração do oficial de 
entrega da contrafé (certidão) sob aceitação ou recusa do acusado. 
 
Precatória ​(art. 353, CPP): o ​juízo deprecado (onde está o citando), ao receber a carta 
precatória do ​juízo deprecante (onde corre o processo), determina a citação do acusado, que 
será cumprida pelo oficial. 
● Caráter itinerante: se o acusado não estiver em sua comarca, encaminhará a precatória 
àquela em que o citando estiver. Não devolve a carta ao juízo deprecante. 
 
Carta de Ordem ​(art. 236, §2ª do CPC/15): quando o acusado ​gozar de foro por prerrogativa 
de função​, o tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se 
realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede. A Carta de Ordemserve para citar, 
intimar, cumprir ato instrutório, etc. 
 
Carta Rogatória (art. 368, CPP): estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado 
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu 
cumprimento. 
 
IMPORTANTE: A citação pode ser feita em ​qualquer dia​, inclusive fins de semana e 
feriados, e a qualquer hora, do dia ou da noite. 
 
 
 
Efeitos no 
Processo Civil 
Efeitos no 
Processo Penal 
Citação Interrompe a prescrição. Não interrompe a 
prescrição. 
Litispendência Citação válida induz 
litispendência. 
Não precisa de citação 
para configurar. 
Prevenção juiz Citação válida torna 
prevento o juízo. 
Juiz que praticar 1.º ato 
processual. 
 
 
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CITAÇÃO COM HORA CERTA 
A citação com hora certa (art. 362, CPP) é utilizada quando o réu tenta se ocultar do oficial de 
justiça para não ser citado. Trata-se de uma modalidade de citação ficta. 
 
O processo penal observará o mesmo procedimento do juízo cível: se, por duas vezes​, o oficial 
tiver procurado o acusado em sua residência/domicílio, sem encontrá-lo, e suspeitar que está se 
escondendo, intimará qualquer pessoa da família ou vizinho do acusado, de que voltará, ​no dia 
seguinte​, de modo a efetuar a citação, ​na hora que designar​ (art. 252 do CPC/15). 
 
No ​dia e hora designados​, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, 
comparecerá ao domicílio ou residência do citando, de modo a realizar a diligência. Se o 
acusado não estiver presente, o ​oficial dará por feita a citação​, deixando ​contrafé da certidão da 
ocorrência com ​pessoa da família ou com ​qualquer vizinho​, conforme o caso, declarando-lhe o 
nome. 
 
Lembrando que, completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á 
nomeado ​defensor dativo (art. 362, parágrafo único, do CPP), portanto, ​não será suspensa a 
ação penal​. 
 
 
CITAÇÃO POR EDITAL 
A citação será feita por meio de edital quando ​não for possível citar o réu pessoalmente​, por isso 
é considerada ficta (também chamada de “presumida”). 
 
As seguintes situações ensejam a citação por edital: 
a) Quando o citando ​não for encontrado​ (edital com o prazo de 15 dias – art. 363, § 1.º); 
b) Quando o citando se encontrar em ​local inacessível, incerto ou ignorado (art. 256, II, do 
CPC/15); 
c) Quando ​não for conhecido o acusado​ (art. 365, II, CPP); 
d) Quando o acusado encontrar-se ​no estrangeiro em lugar não sabido​, pouco importando a 
natureza da infração penal (se o lugar for conhecido, deverá ser citado através de carta 
rogatória). 
 
 
 
 
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ATENÇÃO: “É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da 
federação em que o juiz exerce a sua jurisdição.”​ ​(​Súmula 351 do STF​) 
 
 
Os ​elementos​ que devem constar no edital estão previstos no art. 365 do CPP: 
 
I. o nome do juiz que determinar a citação; 
II. o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como 
sua residência e profissão, se constarem do processo; 
III. o fim para que é feita a citação; 
IV. o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; 
V. o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou 
da sua afixação. 
 
 
 
ATENÇÃO: ​“Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, 
embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se 
baseia.” (​Súmula 366 do STF​) 
 
O edital será publicado no jornal local e fixado no fórum, devendo a afixação ser certificada pelo 
oficial que a tiver feito, durante o prazo de ​15 dias​. Após esse prazo, o acusado deve apresentar 
a resposta contra a acusação. 
 
Se o acusado, citado por edital, segundo o art. 366 do CPP, não comparecer, nem constituir 
advogado, ​suspendem​-se o ​processo e a ​prescrição​, podendo o juiz determinar a produção 
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos 
termos do art. 312 do CPP. 
 
ATENÇÃO: ​A ​Súmula 455 do STJ diz que o decurso do tempo não é requisito 
suficiente (idôneo) para que seja determinada a produção antecipada de provas, 
devendo ser concretamente fundamentada a decisão. 
 
Lembrete​: As causas de suspensão e interrupção da prescrição no processo penal estão 
dispostas nos artigos 116 e 117 do Código Penal. 
Art. 116, CP​: Causas de suspensão (continua a contagem); 
Art. 117, CP​: Causas de interrupção (interrompe a contagem); 
 
 
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ATENÇÃO: ​A Súmula 415 do STJ determina que o período de suspensão do prazo 
prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada, sendo que tal 
regulamentação pode ser encontrada no art. 109 do Código Penal. 
 
APLICAÇÃO DA REGRA DO ART. 366 DO CPP 
Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos: 
➔ o processo 
➔ curso do prazo prescricional 
 
O juiz ainda poderá determinar: 
➔ a produção antecipada das provas consideradas urgentes. 
➔ a prisão preventiva, se for o caso. 
 
 
ATENÇÃO: ​A produção antecipada de prova testemunhal é medida excepcional, 
somente sendo possível nos seguintes casos: 
a) Testemunha Enferma 
b) Testemunha Idosa 
c) Policial Militar (STJ, RMS 52.147, set./17) 
 
 
ATENÇÃO: ​Súmula 455 do STJ​: ​“A decisão que determina a produção antecipada 
de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, 
não a justificando unicamente o mero decurso do tempo” 
 
 
 
Cálculo do Prazo de Suspensão - A suspensão do processo não pode ser eterna, portanto, deve 
se utilizar como parâmetro o prazo prescricional relativo ao crime em análise. 
Ex.: José foi denunciado pela prática de crime de furto simples. Recebida a Denúncia, o Juiz 
mandou citar José pessoalmente. Os autos voltaram conclusos ao magistrado informando que 
José não foi encontrado para efeito de citação pessoal, ouvido o Membro MP, que opinou pela 
citação por Edital, o juiz determinou que José fosse citado por Edital, assinalando prazo 15 
(quinze) dias para que o mesmo comparecesse ao processo ou constituísse advogado. 
Decorrido o aludido prazo, sem o comparecimento de José, o MP solicitou a aplicação da regra 
do art. 366 do CPP. A ​data da decisão de suspensão foi 10/10/2016​, assim sendo, ​o decurso do 
 
 
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prazo de suspensão será em 09/10/2022 (considerando que o crime de furto simples prescreve 
em oito anos). 
 
RESPOSTA ESCRITA 
O réu tem o prazo de ​10 dias para apresentar resposta escrita (arts. 396 e 396-A do CPP)à 
acusação feita na denúncia/queixa. Esta peça técnica (exige um advogado ou defensor) é 
obrigatória​ para que o processo tenha continuidade. 
 
Assim, compete à defesa, na resposta escrita: 
a) arguir preliminares: matérias processuais, como a incompetência do juízo, suspeição 
do juiz, litispendência, etc. Opondo-se alguma exceção, esta deverá ser processada 
em apartado; 
b) expor todos os argumentos que interessem à defesa do réu: ​prescrição do delito, fato 
narrado não constitui crime, etc.; 
c) apresentar documentos que auxiliem o acusado: em qualquer fase do processo as 
partes poderão apresentar documentos, salvo casos expressos (art. 231, CPP); 
d) expor justificações: causas excludentes de ilicitude (legítima defesa, estado de 
necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito); 
e) indicar as provas que pretende produzir:​ perícia, por exemplo; 
f) arrolar testemunhas: até o máximo de ​8 testemunhas​, devidamente qualificadas, 
requerendo sua intimação, sob pena de preclusão. 
 
PRAZO DA RESPOSTA 
O prazo de 10 dias para apresentação da resposta inicia-se a partir da ​data da citação (Súmula 
710 do STF), sendo contado de forma processual, portanto, observando o disposto no art. 798, 
§1º, CPP: ​excetua-se o dia do começo e se inclui o do final​. 
 
A falta de apresentação da resposta no processo penal constitui nulidade absoluta por violar os 
princípios do contraditório e da ampla defesa (presunção de prejuízo - art. 563, CPP). 
 
 
ATENÇÃO: O ​artigo 10 do CP​, conta o dia do início de ​cumprimento de penas e, 
neste caso, o inclui-se o dia do início. 
 
 
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POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA DO ACUSADO 
O juiz poderá absolver sumariamente o réu quando (art. 397, CPP): 
 
● Houver existência ​manifesta de ​causa excludente da ilicitude do fato​, conforme 
previsão do art. 23, do CP; 
● Houver existência ​manifesta de ​causa excludente da culpabilidade do agente (salvo 
inimputabilidade): coação moral irresistível, etc.; 
○ No caso de doente mental ou pessoa com desenvolvimento mental incompleto 
(​agente inimputável​), mesmo que não condenado, receberá medida de 
segurança, ​não sendo possível absolvê-lo sumariamente​. 
● O fato narrado evidentemente ​não constituir crime​ (fato atípico); 
● Estiver ​extinta a punibilidade do agente: art. 107 do CP e art. 60 do CPP (iniciativa 
privada – causa extintiva de punibilidade). 
 
IMPORTANTE: A decisão de absolver sumariamente o acusado deve ser 
indubitável quanto às hipóteses anteriormente apresentadas. Caso contrário, 
deve-se fazer prosseguir o feito para um melhor aprofundamento das provas. 
 
 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
Finda a etapa de possibilidade de absolvição sumária, o juiz designará uma ​audiência de 
instrução e julgamento (que é una), na qual será produzida a prova e julgado o fato, para data 
não superior a 60 dias (art. 400, CPP) e ordenará a intimação do Ministério Público, do acusado, 
de seu defensor e, se for o caso, do querelante e do assistente de acusação (art. 399, CPP). 
 
A ordem na audiência de instrução e julgamento, prevista no ​art. 400 do CPP deve ser 
respeitada, pois sua inobservância PODERÁ gerar nulidade. 
 
Art. 400, ​caput​, CPP​: ​Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo 
de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, 
à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta 
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos 
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de 
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
 
 
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Processo Penal - Volume 1 | 4ª ed. 
 
 
Produzidas as ​provas​, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a 
seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou 
fatos apurados na instrução. 
 
ESQUEMAS 
 
 
 
 
 
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5. PROVAS 
Conceito, objeto e objetivo da Prova 
 
a) ​Conceito de Prova - Nas palavras de Eugênio Pacelli, a prova judiciária tem um objetivo 
claramente definido: a reconstrução dos fatos investigados no processo, buscando a maior 
coincidência possível com a realidade histórica, isto é, com a verdade dos fatos, tal como 
efetivamente ocorridos no espaço e no tempo. 
 
b) ​Objetivo da Prova - a produção da prova objetiva auxiliar na formação do convencimento do 
juiz quanto à veracidade das afirmações das partes em juízo. Não se destina, portanto, às partes 
que a produzem ou requerem, mas ao magistrado, possibilitando, destarte, o julgamento de 
procedência ou improcedência da ação penal (AVENA, 2019, p. 512). 
 
c) ​Objeto da Prova - compreendem-se os fatos que, influindo na apuração da existência ou 
inexistência de responsabilidade penal, são capazes de gerar dúvida no magistrado, exigindo, 
por isso mesmo, a devida comprovação (AVENA, 2019, p. 512). 
 
 
 
 
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Fatos que não precisam ser provados 
 
 
 
O professor Norberto Avena fornece alguns exemplos, são eles: 
● Exemplo de fatos axiomáticos​: a prova da putrefação do cadáver dispensa a prova da 
morte, pois a primeira circunstância (putrefação) decorre da segunda (a morte). 
● Exemplo de fatos notórios​: moeda nacional, condição de Presidente da República, um 
feriado nacional, etc. 
● Exemplo de Presunção Legal: a condição de inimputável do indivíduo menor de dezoito 
anos. 
● Exemplo de Fatos Inúteis​: as preferências sexuais de indivíduo acusado de crime de furto. 
 
Ônus da prova 
 
Art. 156, CPP​. A ​prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de 
ofício: 
I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas 
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e 
proporcionalidade da medida; 
II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de 
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
O ​ônus da prova no processo penal cabe a quem faz a alegação, mas, pelo princípio da 
liberdade em produzir provas, permite-se utilizar todos os meios lícitos para se produzi-la. 
 
Pelo princípio da lealdade das partes, ao Ministério Público incube o ônus do fato constitutivo, 
enquanto à defesa compete provar o contrário, então: 
 
 
 
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● Acusação: deve provar os fatos constitutivos (​autoria e ​materialidade​) e os elementos 
subjetivos do crime (​dolo​ e ​culpa​). 
● Defesa: deve provar os fatos modificativos, impeditivos do crime (negativa da 
materialidade e da autoria, excludente de crime, extinção da punibilidade, 
inimputabilidade). 
 
A prova é utilizada como elemento de argumentação para determinar a existência ou não de um 
fato e sua veracidade. É a demonstração do que de fato aconteceu, por meio da verdade real ou 
substancial/processual. 
 
Meios de prova 
 
Respeitadas as limitações legais, qualquer meio de prova lícita (testemunhal, documental e 
material) é aceito no processo penal, ou seja, tudo que possa demonstrar a verdade que se 
busca no processo. 
 
Exemplos: exame de corpo de delito, perícias em geral, documentos, etc. 
 
Provas ilícitas e ilegítimas 
 
● Provas ilícitas: as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais de direito 
material como, por exemplo, as provas fornecidas mediante tortura, a interceptação 
telefônica ilegal (fora das hipóteses da Lei 9.296/1996). 
● Provas ilegítimas:​ são as obtidas mediante violação de regras processuais. 
 
Provas ilícitas por derivação 
Conceito ​- são aquelas que, embora lícitas na própria essência, decorrem exclusivamente de 
outra prova, considerada ilícita, ou de uma situação de ilegalidade, restando, portanto, 
contaminadas (AVENA, 2019, p. 542). 
 
Consequência Jurídica - é inutilização da prova, considerando que são também inadmissíveis as 
provas derivadas das ilícitas no processo penal. 
 
Teoria da Fonte Independente - Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo 
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de 
conduzir ao fato objeto da prova. 
 
 
 
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✓ Exemplo - Considere-se que a testemunha “João”, ouvida na fase do inquérito e arrolada 
pelo Ministério Público na denúncia, seja impugnada pela defesa sob o fundamento de 
que foi descoberta no curso do inquérito em razão de uma interceptação telefônica 
desautorizada. Aceita a impugnação pelo Juiz, dita testemunha vem a ser excluída. 
Considere-se, porém, que, durante a instrução processual, o nome de João venha a ser 
referido por outra testemunha, esta licitamente arrolada. Nada impede, neste caso, que o 
juiz proceda à oitiva de João, cujo nome, agora, surgiu de uma fonte completamente 
independente, sem nenhuma relação de causa e efeito com a interceptação telefônica 
clandestina antes realizada (AVENA, 2019, p. 542). 
 
Teoria da Descoberta Inevitável ​- ​Nas palavras de Norberto Avena, é a hipótese na qual a prova 
será considerada admissível se evidenciado que ela seria, inevitavelmente, descoberta por 
meios legais. 
 
✓ Exemplo - ​Considere a existência de uma busca ilegal realizada pela autoridade policial 
na residência do suspeito, resultando da diligência a apreensão de documentos que o 
incriminam. Ora, tais documentos, na medida em que surgiram a partir de uma 
ilegalidade, constituem prova ilícita por derivação. Considere-se, porém, que se venha a 
constatar que já existia mandado de busca para o local, mandado este que se encontrava 
em poder de outro delegado de polícia, o qual, no momento da diligência ilegal, estava se 
deslocando para a casa do investigado. Neste caso, considerando a evidência de que os 
mesmos documentos obtidos ilegalmente seriam inevitavelmente descobertos e 
apreendidos por meios legais, afasta-se a ilicitude derivada, podendo ser aproveitada a 
prova resultante daquela primeira apreensão ​(AVENA, 2019, p. 544)​. 
 
Teoria da Limitação da Contaminação Expurgada - Trata-se da hipótese em que, apesar de já 
estar contaminado um determinado meio de prova em face da ilicitude da prova ou da 
ilegalidade da situação que o gerou, um acontecimento posterior expurga (afasta, elide) esta 
contaminação, permitindo-se o aproveitamento da prova ​(AVENA, 2019, p. 544)​. 
 
✓ Exemplo - ​A autoridade policial prende Pedro de forma ilegal, vale dizer, sem que esteja 
ele em situação de flagrância e sem que haja ordem escrita da autoridade judiciária 
competente. No curso dessa prisão ilegal, sentindo-se coagido, Pedro vem a confessar o 
crime de que está sendo investigado. Ora, esta confissão é uma prova ilícita por 
derivação, pois obtida durante o período em que se encontrava Pedro ilegalmente preso. 
Considere-se, porém, que, mais tarde, ouvido em juízo, na presença de seu advogado e 
livre de qualquer coação, Pedro venha a confessar ao magistrado seu envolvimento, 
confirmando tudo o que referiu na fase policial. Essa nova confissão é válida, pois 
 
 
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expurga a contaminação determinada pela confissão anteriormente operada no âmbito da 
delegacia de polícia. 
 
 
 
ATENÇÃO: Com base na Teoria dos “Frutos da Árvore Envenenada”​, acolhida 
pela doutrina e pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as provas ilícitas 
por derivação não são admitidas no processo. Entretanto, levando-se em conta o 
princípio da proporcionalidade​, o magistrado poderá, no caso concreto, fazer uso 
da mencionada prova se esta for a única capaz de inocentar o réu. 
 
Procedimento probatório 
 
Para se exibir uma prova no processo penal é necessário observar a seguinte sequência de 
atos: 
 
I. Proposição ou requerimento (art. 396-A, CPP): a prova, em regra, deve ser requerida 
com as peças processuais da acusação e da defesa. 
 
● Incidente de insanidade mental (arts. 149 a 154 do CPP): pode ser requerido em 
qualquer fase do processo. 
● Documentos (art. 231, CPP): em regra, os documentos podem ser apresentados 
em qualquer fase do processo. 
 
II. Admissão​: o juiz deve deferir (aceitar) a produção da prova requerida pelas partes. 
 
● Tribunal do Júri​: para serem admitidas provas no Tribunal do Júri, é preciso que 
tenham sido juntadas aos autos com, no mínimo, ​3 dias úteis de antecedência, 
dando-se ciência à outra parte​ (art. 479, CPP). 
 
III. Instrução ou produção​: atos que trazem a juízo os elementos de convicção oferecidos 
pelas partes. 
 
IV. Apreciação ou valoração​: momento em que a prova está pronta para ser analisada pelo 
magistrado. 
 
 
 
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Perícias 
 
Conceito de Perícia - A prova pericial ou a prova técnica, mediante análise especializada do 
meio de prova, seja quanto ao fato em si (morte, lesão corporal, etc.), surge como uma exigência 
garantista para um mais adequado conhecimento judicial da matéria a ser julgada, diante da 
necessidade da comprovação específica de determinados fatos (FISHER e PACELLI,2019, p. 
423) 
 
Hipóteses de Prova Pericial ​- pode exigir a prova pericial quando: 
● a infração deixar vestígios 
● demandar conhecimentos técnicos específicos e especiais. 
 
Exame de Corpo de Delito ​- O corpo de delito é, em regra, o objeto material do crime, ou seja, o 
objeto sobre o qual recaiu uma ou alguma das ações delituosas (FISHER e PACELLI, 2019, p. 
425). Pode também ser conceituado, nas lições de Norberto Avena, como a perícia destinada à 
comprovação da materialidade das infrações que deixam vestígios (​v.g.​, homicídio, lesões 
corporais, furto qualificado pelo arrombamento, dano, etc.). 
 
Exame Direto X Indireto 
● Fala-se em exame direto quando a prova técnica é produzida a partir do exame feito no 
próprio objeto periciado. Assim, por exemplo, com o exame cadavérico, com o exame 
datiloscópico no documento, com o exame de potencialidade ou de correspondência da 
arma alegadamente utilizada no crime e, enm, com quaisquer exames que se realizem 
diretamente sobre o objeto da prova (FISHER e PACELLI, 2019, p. 425). 
● O exame indireto é aquele realizado com base em informações verossímeis fornecidas 
aos peritos quando não dispuserem estes do vestígio deixado pelo delito. Imagine-se um 
delito de estupro, sendo submetida a vítima à perícia de conjunção carnal ocorrida um 
mês antes. Não mais sendo constatado o vestígio em face do tempo decorrido, poderão 
os especialistas elaborar laudo indireto, a partir, por exemplo, de atestado do médico 
particular da vítima que a tenha examinado logo após a ocorrência (AVENA, 2019, p. 
596). 
 
Prioridade na realização do Exame de Corpo de Delito - Dar-se-á prioridade à realização do 
exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: 
● violência doméstica e familiar contra mulher. 
● violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. 
 
 
 
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Prova pericial e habilitação técnica ​- O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
 
Ausência de Perito Oficial Habilitado - Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área 
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
 
Obs.: Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar 
o encargo. 
 
Formulação de Perguntas e Quesitos - Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de 
assistente técnico. 
 
Atuação do Assistente Técnico ​- O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e 
após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes 
intimadas desta decisão. 
 
 
ATENÇÃO: Segundo a Súmula 361 do STF, no processo penal, é nulo o exame 
realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionado, 
anteriormente, na diligência de apreensão. 
 
 
Faculdade das Partes na Prova Pericial - Durante o curso do processo judicial, é permitido às 
partes, quanto à perícia: 
● requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, 
desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas 
sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as 
respostas em laudo complementar. 
● indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo 
juiz ou ser inquiridos em audiência. 
 
Perícia Complexa - é aquela que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, por 
conseguinte, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais 
de um assistente técnico. 
 
 
 
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Laudo Pericial ​- O laudo pericial é um dever do perito, onde descreverão minuciosamente o que 
examinarem, e responderão aos quesitos formulado. 
 
● Prazo - O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo 
ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 
 
Tempo do Exame de Corpo de Delito - O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer 
dia e a qualquer hora. 
 
● Autópsia - A autópsia será feita pelo menos ​seis horas depois do óbito​, salvo se os 
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele 
prazo, o que declararão no auto. 
● Morte Violenta - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do 
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas 
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a 
verificação de alguma circunstância relevante. 
 
Perícias nos crimes de Lesão Corporal - Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame 
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da 
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido 
ou do acusado, ou de seu defensor. A falta de exame complementar poderá ser suprida pela 
prova testemunhal. 
 
Perícias crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo - os peritos, além de 
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época 
presumem ter sido o fato praticado. 
 
 
 
ATENÇÃO: 
Caso os vestígios tenham desaparecido, impedindo a realização do exame de 
corpo de delito, a utilização da prova testemunhal suprirá tal falta (art. 167 do CPP). 
 
 
 
Confissão 
 
 
 
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Consiste na admissão voluntária, pelo acusado, dos fatos que lhe são imputados, oralmente 
(durante o interrogatório) ou por termo (quando feita fora do interrogatório). 
 
Características da confissão: 
● Valor relativo:​ deve ser analisada em conjunto com outras provas (art. 197, CPP); 
● Divisível:​ é possível aceitar apenas parte da confissão; 
● Retratável:​ acusado pode negar a confissão feita anteriormente. 
 
 
ATENÇÃO: ​O silêncio do acusado não implica em confissão (art. 198 do CPP), pois 
não é obrigado a produzir prova contra si mesmo. 
 
 
Oitiva do ofendido 
Conceito - Ofendido é a vítima, sujeito passivo da infração e titular do interesse jurídico lesado 
pela conduta criminosa. 
 
Perguntas formuladas ao ofendido ​- o ofendido será qualificado e perguntado sobre: 
● as circunstâncias da infração 
● quem seja ou presuma ser o seu autor 
● as provas que possa indicar 
 
Deveres do Ofendido ​- a condição de ofendido não o exime de comportar-se conforme o direito 
durante a persecução penal. Não tem ele, por exemplo,direito ao silêncio; ao contrário, tem o 
dever de depor, enquanto e nas situações em que tenha partido dele a identificação do acusado 
(FISHER e PACELLI, 2019, p. 484). Ademais, o ofendido poderá ser conduzido coercitivamente 
à presença da autoridade. 
 
Direitos do Ofendido ​- 
● O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, 
honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em 
relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu 
respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação. 
 
 
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● S​e juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento 
multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, 
a expensas do ofensor ou do Estado. 
● Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado 
para o ofendido. 
 
Comunicação de Atos Processuais: O ofendido será comunicado dos seguintes atos 
processuais: 
● ingresso e à saída do acusado da prisão 
● designação de data para audiência 
● sentença e respectivos acórdãos 
Obs.: As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, 
admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. 
 
Características da oitiva do ofendido: 
● Determinada de ofício pelo juiz; 
● Diferente de uma testemunha: o ofendido não deve ser confundido com testemunha; 
● Não presta compromisso: não tem compromisso de dizer a verdade como as testemunhas 
(art. 203, CPP); 
● Espaço reservado no fórum e sala de audiências. 
 
Prova testemunhal 
 
A testemunha é a pessoa desinteressada que depõe no processo acerca daquilo que sabe sobre 
o fato. O depoimento de uma testemunha deve ser: 
Oral, objetivo, individual, incomunicável, mediante prestação de compromisso, e obrigatório 
(exceções artigos, 206 e 207, CPP). 
 
Qualquer pessoa pode e tem o dever de ser testemunha. Trata-se de colaborador/auxiliar da 
Justiça que traz informações ao processo para criar uma visão do acontecido, informar o que 
ouviu e presenciou. 
 
Poderão, entretanto, ​recusar-se a depor como testemunha​, salvo quando não for possível, por 
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias (art. 206, CPP): 
● O ​ascendente​; 
 
 
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● O ​descendente​; 
● O ​afim em linha reta​; 
● O ​cônjuge​ ou ​companheiro​; 
● Os ​irmãos​ do acusado. 
 
A prova testemunhal é colhida, em regra, no decorrer do processo, mas pode ser colhida na fase 
de inquérito. No inquérito, a autoridade policial é quem ouve as testemunhas, no processo são 
arroladas na denúncia e na defesa. 
 
A quantidade de testemunhas dependerá do tipo de procedimento adotado. 
 
Procedimento Comum Ordinário: 
Sumário​: 5 testemunhas (Lei de Drogas: 5 testemunhas) 
Sumaríssimo​: 3 testemunhas (Lei 9.099/95) 
 
Procedimento do Tribunal do Júri: 
1.ª fase​: 8 testemunhas; 
2.ª fase​: 5 testemunhas. 
 
A testemunha que não presta compromisso é chamada de ​informante​ (art. 208, CPP). 
 
 
Reconhecimento de pessoas e coisas 
 
O reconhecimento de pessoa trata-se de meio de prova no qual o ofendido ou a testemunha 
afirma diante do juiz que reconhece a pessoa que praticou o delito. 
 
O ​procedimento​ é descrito no art. 226 do CPP: 
 
I) Pessoa que realizará o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa a ser 
reconhecida; 
II) A pessoa a ser reconhecida será colocada ao lado de outras semelhantes; 
III) O reconhecedor, isolado visualmente, será convidado a apontar a pessoa que se 
quer reconhecer; 
IV) Será lavrado auto pormenorizado. 
 
O ​reconhecimento de coisas segue a mesma dinâmica do reconhecimento de pessoas, 
observando-se as cautelas necessárias. 
 
 
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ATENÇÃO: O ​reconhecimento fotográfico é admitido como ​prova inominada no 
processo penal, mas deve ser adotado apenas quando não for possível o 
reconhecimento pessoal e direto. 
 
 
 
Acareações 
Conceito - Acareação é o procedimento que consiste em colocar frente a frente pessoas que já 
prestaram depoimentos em momento anterior, para que esclareçam, mediante confirmação ou 
retratação, aspectos que se evidenciaram contraditórios. 
 
Sujeitos da Acareação​ - A acareação será admitida: 
● entre acusados 
● entre acusado e testemunha 
● entre testemunhas 
● entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida 
● entre as pessoas ofendidas 
 
Pressupostos da acareação: 
● Prévia oitiva​ das pessoas que serão acareadas; 
● Existência de ​ponto divergente entre as declarações acerca de questão importante para o 
deslinde da causa. 
 
A acareação pode ser excepcionalmente procedida mediante ​carta precatória​ (art. 230, CPP). 
 
 
Documentos 
 
Conceito de Documento - Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou 
papéis, públicos ou particulares (Art. 232 do CPP). 
✓ Obs.: À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do 
original. 
 
Momento da Juntada dos Documentos​ - 
● Regra​ - as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.. 
 
 
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● Exceção - No tribunal do júri, durante o julgamento, não será permitida a leitura de 
documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a 
antecedência mínima de 3 (três) dias úteis​, dando-se ciência à outra parte. 
 
Comunicação Particular (Cartas, e-mail, whatsapp, etc) - ​A lógica é que se for interceptada ou 
obtida por meios criminosos, não será admitida em juízo. Contudo, poderá ser exibida em juízo 
pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do 
signatário. 
 
Poderes do Juiz ​- Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da 
acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das 
partes, para sua juntada aos autos, se possível. 
 
 
Interrogatório 
 
Trata-se do momento em que ​o réu é ouvido pelo juiz​, na presença de seu defensor (constituído 
ou nomeado – art. 185, ​caput​, CPP), podendo apresentar sua visão da infração que lhe é 
imputada. 
 
São características do interrogatório: 
● Ato personalíssimo:​ somente o réu pode ser interrogado; 
● Ato oral: em regra, mas no caso de acusado que fale outro idioma ou se for surdo-mudo e 
analfabeto será nomeado um intérprete; 
● Ato não preclusivo: devido à sua natureza de meio de defesa, pode ser realizado a 
qualquer momento; 
● Ato público: ​qualquer pessoa pode presenciar; 
● Ato bifásico:​ uma fase de qualificação e outra sobre os fatos imputados (art. 187,

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