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Caderno Diddtico 23 Engenharia nu Agricultura . INSTALACOES PARA BEZERROS Prof". Cecilia de Fatima de ~ouza ' No passado, a rnaioria dos criadores dava pouca importhcia aos bezerros ou consideravam desnecesskrios os cuidados devido ao fato dos mesmos niio oferecerem nenhum tip0 de retorno por longo prazo. Forarn registrados casos de bezerros criados soltos sem critirio, sujeitos variaqdes ambientais e a doenqas; casos em que velhas instalaqdes, ja inativas foram utllizadas para a criaqiio e, ainda, casos de bezerros criados juntos, velhos e novos, sadios e doentes, o que acenkava mais ainda os problemas associados A mortalidade alta dos bezerros. Atualrnente, ja tem consciencia de que bezerros bem criados sFio utilizados para renovaqgo futura do rebanho e que a boa criaq?io tambem permite que a bezerra atinja mais rapido o desenvolvimento corporal satishttbrio para reproduqZo. - . Pode-se considerar que houve grande evoluqiio nas instalaqdes projetadas para bezerros. 0 s principais metodos de criaqgo Go: o sisterna convencional de baias fixas em urn galpiio pr6prio ou mesmo dentro do estabulo, o sistema de abrigos individuais m6veis e o sisterna de liberdade, no qua1 os bezerros sgo criados soltos no pasto. Cada urn apresenta vantagens e desvantagens, em funqgo de vkios fatores como o clima da regizo, a raga, tipo de manejo adotado etc. 0 fato C que, felizmente, ja se reconhece a real importkcia da adoqgo destas instalaqdes, uma vez que animais novos bem cuidados resultax20 em adultos , fatalmente, mais produtivos. ' Professora Assistente II, Departamento de Engenharia Agricola, Universidade Federal de Viqosa, 36.571-000, Vigosa-MG. 1997 O AEAGRI - MG I DEA / UFV 1 Engenharia na Agricultura Caderno Didritico 23 2. Ambiente adequado ass bezerros - conforto tCrmico A ambiencia animal refere-se as relaqties entre o animal e o ambiente que o cerca. E conhecirnento necessario ao projetista de instalagaes, cujo objetivo deve ser o de rninimizar os efeitos maleficos de valores extremos dos elementos do clirna como a radiaqgo solar, umidade relativa, temperatura e circulag20 do ar. 0 conforto termico e caracterizado pela sensag20 de bem-estar ocasionada por urn ambiente em fung2o de sua temperatura, umidade, circulaq2o de ar e trocas radiantes. Condiqaes ambientais adversas, como altas ou bajvas temperaturas e umidades relativas do ar, siio cruciais para os bezerros, principalmente, se conjugadas a altas taxas de movimentaq20 do a . (vento). 350 consideradas as principais causas das doenqas que elevam o indice de mortalidade. Considerando apenas a temperatura ambiental, existe uma faixa para a qual o animal esta em conforto termico, na qual a sensaciio de fiio ou calor e ausente - 6 a chamada "zona de conforto termico". Corn relaqgo a temperatura corporal, os bovinos siio homeotermos, ou seja, mantern a temperatura do nucleo corporal em nivel aproximadamente estavel - 38°C a 39,3"C. Na "zona de conforto tCrmico", a temperatura corporal do animal 6 mantida constante, corn minima utilizaq20 dos mecanismos termorregulat.t6rios e nessa condiq20, o desempenho em qualquer atividade 6 otimizado. Fora dessa faixa de temperaturas ambientais, o animal aciona seus mecanismos termorregulatorios para produzir calor em arnbiente corn temperaturas baixas ou para perder calor em ambiente corn temperaturas altas e diz-se que o mesrno esta com estresse termico. E necesskio frisar que num ambiente subdtimo, ou seja, corn temperaturas fora da zona de conforto, o animal passa a utllizar parte da sua energia bruta, provenisnte da alimentaq50, no combate ao estresse. Nesse estado, ocorre perda de apetite corn conseqiiente queda na produtividade. De acordo corn h 4 f . k ~ ~ ~ (1989), a zona de conforto termico de bovinos europeus, corn idade entre 1 e 60 dias, 6 lirmtada pelas temperaturas de 13 e 23°C. CURTIS (1983), cita casos de crias suportando at6 30°C, sem colapso do controle homeotermico. 2 O AEAGRI - MG / DEA / UFV 1997 Cademo Diddtico 23 Engenharia na Agricultura Num ambiente estressante, alguns parhetros fisiol6gicos, como a temperatura retal e o ritmo respirat6ri0, podem.ser usados como indicadores do grau de estresse. Com rela~fio a urnidade relativa do ar, CURTIS (1 983) a h a que a incidencia de diarrCia nos bezerros i, em grande parte, devida ao aumento progressive de organismos patogenicos na instalaq80, facilitado pelo aciunulo de umidade. Al6m disso, o born hncionarnento do aparato mucociliar do trato respirat6rio do animal e tambCm dependente do nivel de urnidade do ar. Altas umidades podem culrninar em serias lesdes pulmonares. A radiaqgo solar e outra variavel considerada na definiqiio do ambiente, pois altera a temperatura das superflcies e interfere nas trocas radiantes com o animal. Enfim, a movirnentagiio do ar (vento) atua favoravel ou desfavoravelmente, em conjunto corn as variaveis ambientais citadas anteriormente. Por exemplo, KELLY et alii (1984) conduziram pesquisas corn bezerros e concluiram que houve alta incidgncia de pneumonia, quando a urnidade relativa do ar igual a 75% foi associada a temperatura do ar igual a 7OC, sendo essa situaq%o ainda mais agravada para altas taxas de movimentaqilo do ar. 3. Alguns aspectos do manejo Considerando-se urn rebanho leiteiro, o bezerro pode ser separado da vaca ate mesmo logo ap6s o parto, principalrnente para raqas de origem europeia. Normalmente adota-se deixar o bezerro com a vaca na faixa de 1 a 3 dias para mamar o colostro. No sistema convencional, logo ap6s a separaqgo, os bezerros podem ser criados de 1 a 3 at6 30 a 60 dias de idade em baias individuais, sendo aleitados artificialrnente at6 a desrnarna e recebendo raqilo. Dos 30 a 60 at6 os 120 a 150 dias de idade, podem ser mantidos em baias coletivas para 6 a 8 anirnais em cada. 0 galpgo corn as baias deve se localizar proximo ao estabulo. Apos este periodo, os bezerros pode ser mantidos em piquetes de pastagem, os quais devern ser equipados corn cobertas sobre os comedouros de volumosos. Nesses piquetes com cobertas, as Emeas podem permanecer at6 aproximadamente 3 meses antes da primeira pariqfio. A primeira cobertura ocorre normalrnente por volta dos 16 a 18 meses de idade, quando elas devem ter atingido peso corporal na faixa de 250 a 300 kg. 0 parto ocorreria entzo com a idade de aproximadamente 27 meses, ou seja, siio conduzidas aos 24 1997 63 AEAGRI - MG / DEA / UFV 3 Engenharia na Agricultura Caderno Didbtico 23 meses de idade (6 meses de gestaqgo) para o grupo das vacas secas e posteriormente, uma semana antes do parto, para o piquete maternidade, contendo abrigo coberto e com cama seca e limpa, proprio para o parto. 0 s machos selecionados para criagiio (reproduqiio ou comercializaq20) podem ser criados em baias proprias em piquetes. No caso de rebanho para corte, os bezerros siio criados junto com as vacas durante a fase de aleitamento at6 que ocorra a desmama. Em termos de instalaqdes adequadas, ha a necessidade de abrigos para proteqiio dos bezerros contra as condi~des ambientais desfavoriiveis, locados em piquetes-pasto. Cada abrigo deve conter comedouros para concentrados e volumosos e se possivel, a cons t ru~~o deve ser adequada para perrnitir acesso somente dos bezerros . 4. Tipos de instalaqties (bezerreiros) - dimensionamento, materiais e tCcnicas de construqio 4.1. Baias dentro do galpiio (sistema convenciona1) (Fignra 1) a) Baias Individuais (B.I.): podem ser de 1,O m de largura por 1,5 a 1,8 m de comprimento. b) Baias Coletivas(B.C.): podem ser dimensionadas corn 2,O a 2 5 m de hrea disponivel por bezerro. Essas baias podem ser distribuidas dentro de um galpiio coberto, separadas em grupos por urn corredor central. Anexo ao galp2o pode-se planejar urn c8modo para escritorio e para deposit0 de alimentaq50 ou medicamentos e fichirios de controle. Exemplo de dimensionamento (sistema conveneisnal) Para plantelde 150 vacas Manejo: ate 2 meses de idade em B.I. 2 a 5 meses de idade em B.C. 4 O AEAGRI - MG / DEA / UFV 1997 Caderno Didatico 23 Engenharia na Agricultura FIGURA 1 - Bezerreiro - Sistema conventional corn piso ao nivel do solo (A), corn piso elevado sarrafeado (B) e corn piso elevado sarrafeado corn proteqiio contra ventos fiios na parte inferior (C). 1997 O AEAGRI - IvIG / DEA / UFV 5 .. Engenhnria nu Agriailtz~m Coderno Didhtico 23 OBS.: o manejo adotado e variavel, por exemplo, pode-se optar por criar somente 30% dos machos ate 4 meses de idade a) Emeas ferteis (80%) 150 x 0,8 = 120 b) no pariqi5es por m2s OBS.: Para maximizar o resultado de forma que as instalaq6es atendam os periodos de picos de nascimento, pode-se usar fator 10,9 ou 8 em substitui$.io ao 12. 5 9 e ( 5 x O,30) = 2 d por mSs C) no de B.I. ( 5 ? /mSs + 2 @ /m&) x 2 meses = 14 B .I. d) no de B.C. 19 bezenos (5 ? /mi% x 3 meses) + (2 d /mi% x 2 mesee) = =3B.C. 7 bezerros por B. C. k e a da B.C. = 2 m2/bezeno x 7 bezerros = 14 m2 Cornprimento da B.C. = hnqiio do cornprimento do comedouro 0,50 m de comedouro/bezerro x 7 bezerros + 0,7 m (portgo) = 4,2 m e) Planejar anexos (deposito, escritorio, sanitirios, farmacia etc.) em hnqtio do espaqo restante. Detalhes da construqiio Coberhcra: recomenda-se sempre a cobertura com telhas de barro, pois o conforto ambiental resultante e melhor. Como alternativa, pode-se utilizar a telha de cimento-amianto, embora tenha a supedcie escurecida em curto espaqo de tempo, o que pode ser atenuado corn a manutengio periodica por meio de pintura refletora, objetivando reduzir a temperatura interna resultante. As telhas podem estar apoiadas sobre estrutura de madeira ou metal. 0 beiral deve ser de aproximadarnente 0,70 m. - O AEAGRI - MG / DEA / UFV Caderno Diddtico 23 Engenharia na Agricultura Pilares: estes siio usados para apoio da cobertura e s5o distribuidos ao longo do cornprimento da instalaqao. 0 n h r o de pilares depende do tipo de cobertura, pois esta define o espaqamento adequado entre as tesouras do telhado, normalmente maior para as coberturas leves como as de cimento-amianto (3,O a 4,O m). Podem ser de madeira, metal, concreto prC- fabricado, alvenaria ou concreto m a d o no traco 1 :2,5:4,0 (cimento: areia grossa: brita), com dimensgo da seg2o dependente do- peso da cobertura. Pi-direito: C suficiente de 2,5 a 3,O m. Divis6rias: as externas s8o aquelas que correm a volta de toda a instalaqiio e podem ser de alvenaria de 112 tijolo revestida (15 cm de espessura) sendo a altura variavel na faixa de 1,20 m a 1,80 m para as regiaes mais fiias. Para regi6es mais quentes, podem ser mais baixas e feitas de placas pre-moldadas, madeira etc. As divisorias internas s8o aquelas que separam as baias e podem ser feitas com sarrafos de madeira, perfis methlicos, placas metacas perfuradas ou mesmo, alvenaria de tijolos em espelho (+ 8 cm de espessura). A altura deve ser de 1,0 a 1,40 m. Fundaqdes: devem ser dimensionadas sapatas para as bases dos pilares e alicerces corridos sob todo o segment0 de alvenaria. Piso: o bezerreiro pode ter o piso pavimentado ao nivel do solo, com espessura de 5 a 7 cm de concreto de cimento, areia m6dia e brita no t r a ~ o 1:4:8, capeado com espessura de 1,s cm de argamassa de cirnento e areia mkdia no traqo 1:4. Pode-se utilizar tambCm, rnistura de cirnento corn cascalho, nos traCos 1 :8, 1 : 10 ou 1 : 12 na primeira camada. E importante frisar sobre a necessidade da declividade de 1 a 2% em direqso aos ralos de saida das aguas de lavagem, os quais devem ser adaptados em cada baia. Nas instalaq6es com piso confeccionado da forma descrita anteriormente, usa-se adicionar sobre o piso, uma boa camada de material absorvente como a palha, capim, sabugo triturado, raspa de madeira (maravalha) etc., para garantir que os animais fiquem sempre secos e limpos. Corn o objetivo de manejar melhor os dejetos, o piso pode tambem ser sarrafeado (fendeado) e elevado de 0,80 a 1,O m, prevendo-se hea pavirnentada em baixo com declividade adequada para coleta de dejetos. 0 s sarrafos podem ser de ipe, peroba ou mesmo eucalipto tratado, com dimens6es de 5 a 7 cm por 3 cm na se@o transversal e devem ser assentados espa~ados entre si na faixa de 1,5 a 2,O cm, pregados sobre caibros de 6 cm x 8 cm ou 6 cm x 12 cm e sobre vigas de 6 x 16 c m Neste caso toda essa estrutura, pode estar apoiada sobre pilaretes de alvenaria ou pode-se dimensionar a fimdaqilo direta descontinua com vigas-baldrame e pilares de concreto armado para apoiar o piso fendeado de madeira. Deve-se mencionar que para o sistema de piso elevado, silo necesshrias janelas (portmholas) distribuidas na parte abaixo do piso, de forma que as mesmas possam ser fechadas a noite para evitar entrada de ax- fiio pelas fiestas do piso, principalmente se houver urn obsthculo de barragem do vento muito pr6ximo a instalaqiio. Durante o dia, elas podem ser abertas para limpeza e mesmo para permitir a movimenta$io do ar. O AEAGRI - MG / DEA / UFV 7 OrierataqEo: o bezerreiro e o tip0 de constru@o que deve estas orientada N-S e sempre que possivel, com as baias individuais, todas a leste. Isto permite que os bezerros mais novos fiquem expostos aos raios solares da manh2, o que e benefico. 0 Comedouros: podem ser construidos de alvenaria, prevendo-se comprimento proximo de 0,5 m linear para cada bezerro, corn 0,40 m de largura, altura de 0,25 m e profimdidade de 0,15 a 0,20 rn. 4.2. Abrigss hdividuais m6veis - (Figura 2 ) Adequados a criaqilo de bezerros com idade entre 1 e 60 dias. SBo instalados em piquetes proximos ao estabulo, distanciados entre si de pelo rnenos 2,O m (idea1 4,O m). 0 s bezerros s2o contidos por meio de correntes e coleiras, ou por meio de uni cercado (solirio), geralmente feito de tela de ararne. 0 s abrigos devem ser planejados de forma que permitam volume de 1,O a 2,3 m p o r bezerro. co~strn~Zo i sircples e de baixo custo. Podem ser construidos de madeira compensada (10 a 12 mm de espessura), fixando-se as chapas sobre uma arma@o de sarrafos de madeira. E usual tambem a fixaqzo de chapas metdicas sobre a arma@o para montagem do abrigo . 0 s abrigos individuais moveis podem ainda ser construidos de feno-cimento, que consiste de aplicaqilo de argarnassa de cimento e areia media no traqo de 1:2 sobre armaqBo feita corn camada dupla de tela hexagonal de arame galvanizado, malha 1/2" e barras de aGo C-4-60, diiimetro 3,4 rnrn. Deve-se fazer acabamento corn pasta de cimento para favorecer a impernieabiliza@io nas faces interna e externa. A pintura da face externa do abrigo com tinta branca e uma boa alternativa para ajudw a atenuar efeitos danosos provenientes do aquecimento excessive observado em epocas de temperaturas altas. Para isso, pode-se utilizar a tinta preparada corn cal. 0 local de instalaqiio dos abrigos individuais moveis deve ter solo de facil drenagem, ser bem ensolarado, pr;,ncipalmente no inverno e deve ser line de vefitos 50s. SBo cuidados necess&rios para se evitar que haja umidade excessiva no interior dos abrigos. Recomenda-se a utilizaqiio de algurn tipo de cama como palha, raspa de madeira (maravalha) de &wore e talos de rnilho ou triso, capim picado etc. Este material deve ser periodicamente removido e trocado de forma que o local seja mantido lirnpo, desinfetado e seco. As formas mais indicadas para confecqilo dos abrigos sBo as mostradas na figura 2. O AEAGRI - MG / DEA / UFV 1997 Caderno Didbtico 23 Ennenharia na Aaricultura FIGURA 2 - Abrigos individuais m6veis tipo 1 (A), tipo 2 (B), tipo 3 (C), tip0 4 (D) e tip0 5 (E) - Dimensaes em metros. 1997 O AEAGRI - MG / DEA / UFV 9 Engenharia na Agricultura Caderno Diddtico 23 4.3. Abrigos (cobertas) em piquetes Normalmente, logo apos os 4 a 5 meses de idade, aproximadamente, as bezerras que v5o produzir leite s5o criadas em piquetes com born pasto com Area proximade 60 m2 por cabeqa. Silo agrupadas 10 a 25 cabeqas nurn ~ n i c o piquete e no mesmo, onde 6 construido um abrigo com iuea de 2,O a 2,5 m por cabeqa, no qua1 podem ser mantidos um bebedouro com agua disponivel todo o tempo e urn comedouro. As cobertas ou abrigos podem ser construidas de forma bem simples, constando de coberturas feitas com capirn ou telhas de barro sobre estrutura de madeira, apoiadas sobre pilares de alvenaria ou esteios de madeira. 0 p6-direito pode ser de 2,50 a 2,80 m de altura (Figura 3). No caso de rebanho para corte, os bezerros ficarn no pasto junto com as vacas ate ocorrer a desmama. Dessa forma, recomenda-se a construq50 do "creep feeding" (Figura 4) que C adequado ao acesso somente dos bezerros, evitando que as vacas utilizem a alimentag50 dos bezerros. 0 s bezerros podem ser a g ~ p a d o s de forma que aproxirnadamente 30 cabeqas utilizem uma unidade do "creep feeding", locada em um piquete com pasto. FIGURA 3 - Abrigo coberto locado em piquetes para bezerros com idade acima de quatro meses. 10 63 AEAGRI - I\IG / DEA 1 UFV 1997 Caderno Didatico 23 Engenharia na Agricultura FIGURA 4 - Unidade "creep feeding" para fase de criaqgo dos bezerros de corte. 5. Manejo dos dejetss Urn dos aspectos de gande irnportbcia e de influencia direta sobre o bem-estar e saude dos bezerros 6 o manejo dos dejetos. As instalaqbes devem estar sempre limpas e secas, livres do a c h h l o de Limidade resultante da permansncia no ambiente do material de cama rnisturado com os dejetos. Nas formas extensivas mencionadas, o problema niio se agrava tanto, mas de . '' qualquer modo, C necessirio n8o descuidar nunca dessa quest5o. 6. Vantagens e desvantagens SOUZA et alii (1992) e SANTOS et alii (1993), realizaram estudos comparativos envolvendo o sistema convencional (baias dentro de galpgo) e o sistema de abrigos individuais moveis. 0 s estudos foram feitos corn base em indices do arnbiente tCrmico do interior dos abrigos, em niveis de urnidade relativa do ar e em respostas fisiol6gicas e de comport amento .dos bezerros. Observou-se que o sistema convencional, na maioria das vezes, foi mais eficiente que o sistema de abrigos individuais moveis, embora deva ser considerado o custo de constru@io do mesmo que chega a tres vezes ao da constru@o dos abrigos individuais mbveis. 1997 O AEAGRI - MG I DEA / UFV 11 4 Engenhana na Agriczrltura Caderno Diddtico 23 0 sistema de abrigos individuais moveis apresenta uma sene de vantagens como: maior isolamento dos bezerros, ou seja, n8o ha contato entre os animais, o que reduz a contaminaqiio em caso de doenqa, garante tambern maior controle de peso, alimentaqiio e medicamento, caso necesshxio; maior liberciade para movirnentaqiio dos bezerros, urna vez que s8o contidos por meio de coleiras e correntes; facilidade de mudanqa de local caso haja umidade em excesso; possibilidade de reorienta9Zio com rela950 a incidsncia de raios solares etc. Mesmo com todas essas vantagens, ha que se considerar que o manejo dos abrigos individuais moveis torna-se bem com~licado, caso o numero de bezerros seja grande. Alem disso, a quest80 do conforto do operador e muito importante. Em dias de chuva fica dificil trabalhar nos cuidados de alimentaqzo e medicaq50 dos bezerros. E ainda, a quest50 do tarnanho do plantel a ser atendido e fator limitante a utilizaqgo dos abrigos individuais moveis. 0 ideal e que se tenha na fazenda os dois tipos de instalaqGes, para que os abrigos moveis possam ser utilizados em epocas oportunas, como as de desmfecqZo em galpk ou as de ambiente natural confortavel aos bezerros. Caso seja feita a opq2o pelo sistema de abrigos individuais moveis, SANTOS et alii (1993), recomendam o formato de Chale, apresentado na Figura 2C. E necessArio ainda considerar clue, para quaisquer sistemas, 1 de hndamental importbcia a adoqiio do correto manejo higisnico-sanitArio e de alimentaqiio para que as instalaqaes, projetadas cumpram seus objetivos. 7. Eiteratnra citada - ' IMJLLER, P.B. Bioclimcrtologra aplicndu nos mimais dornisticos. 3.ed. Porto Negre, Ed. Sulina, 1989. 262p. C'URTIS, S.E. Environmental management in animal agric-zdture. Arnes, The Iowa State University Press, 1983. 409p. KELLY, T. G.; DODD, V. A.; RUANE, D. J.; FALLON, R. J. e TUTTES, P. J. An assessment of the influence of some housing designs and environmental factors on calf performance. J. Agric. Engng. Res., 30: 175-84, 1984. SOUZA, C.F.; B&TA F.C.; CARDOSO, R.M. e TORRES, R.A. EJiciLncia de diferej'e72te.s tipos de bezeweiros, q~irn?to no confor.to tirnlzco, naprirnmera e no verlio em Yi~osn, MG., Viqosa, Universidade Federal de Viqosa, 1992. 97p. (Tese Mestrado). SANTOS, A.C. e B ~ T A , F.C. Ancilise de diferentes tzpos de bezerreiros ir~dividuais mbeis, para as esta~8es de outorlo e im7enro na reg50 de I,~7igos~-MG. Viqosa, 1993. 99p. (Tese Mestrado). r 12 O AEAGRl - MG / DEA / UFV 1997
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