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A IMPORTÂNCIA DE ATIVIDADES LÚDICA NA APRENDIZAGEM DO ENSINO INFANTIL

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CENTRO ECUMÊNICO DE ESTUDOS RELIGIOSOS DO ESTADO DO 
MARANHÃO – CEERCEMA 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
Jaicianne Pereira Benicio 
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICA NA APRENDIZAGEM DO ENSINO 
INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALDEIAS ALTAS – MA 
2019 
Jaicianne Pereira Benicio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICA NA APRENDIZAGEM DO ENSINO 
INFANTIL 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
coordenação do curso de Graduação em 
Pedagogia plena como requisito para a 
obtenção do grau de Licenciatura em 
Pedagogia. 
Orientadora: Esp. Cristiane Vieira Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALDEIAS ALTAS – MA 
2019 
A IMPORTÂNCIA DE ATIVIDADES LÚDICA NA APRENDIZAGEM DO ENSINO 
INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
Jaicianne Pereira Benicio 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Licenciatura Plena em Pedagogia do Centro 
Ecumênico De Estudos Religiosos Do Estado 
Do Maranhão – CEERCEMA como requisito 
parcial para obtenção do título de Licenciado em 
Pedagogia, sob a orientação da Professora 
Especialista Cristiane Vieira Silva 
 
 
 
 
Prof. Orientador 
 
 
 Membro da Banca 
 
Membro da Banca 
 
 
 
 
ALDEIAS ALTAS- MA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aquele que tudo ver, que tudo pode e que a todos fortalece. 
Obrigada Deus, pela força sem igual e pela fé inabalável. 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus por me abençoar e me presentear com a 
dadiva da vida, sou grata por todos os dias de vida e de aprendizagem, pela força nos 
momentos difíceis e por me socorrer e sustentar nos dias de aflições, por me fortalecer 
quando pensei ser fraca e por ter me ajudado e dado forças na construção desse 
trabalho. 
Agradeço especialmente aos meus pais Janeselma Sousa e Fernando Araújo 
que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando, me corrigindo nos momentos 
necessários e me presenteando com o melhor que eles poderiam: o amor, carinho e 
educação. 
Ao meu esposo Francisco das Chagas e ao meu amado filho Luís Felippe, que 
me incentivaram, me deram apoio e força nos momentos difíceis, que compreenderam 
meus momentos de ausência para total dedicação aos estudos e realização deste 
trabalho. 
As minhas irmãs Anne Jaqueline e Jayanne pelo carinho, pelas conversas e 
por me proporcionar momentos de distração e felizes, amo vocês! Aos meus 
sobrinhos, tios e avós que nos gestos pequenos contribuíram para a realização do 
meu sonho. 
Aos meus amigos e companheiros de curso especialmente as queridas Roises 
Viana, Samara, Felismina, Eliane, Mirelle e Claudena, juntas compartilhamos 
momentos difíceis, momentos de aprendizagem, de sonhos e alegrias, tornaram-se 
mais que colegas de graduação, tornaram-se companheiras de vida. 
A todos os professores do curso de pedagogia, por todo o conhecimento 
compartilhado, vocês foram essenciais nessa trajetória. 
E por fim, a minha querida orientadora Cristiane Vieira Silva que me ajudou na 
construção desse trabalho, seus ensinamentos e dicas foram essenciais na realização 
deste, obrigada por toda dedicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não 
conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as 
inteligências jovens e preparar os homens do futuro. 
D. Pedro II 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como temática a importância da utilização do lúdico na 
educação infantil. Para isso, abordamos a historicidade da educação infantil, como ela 
evoluiu nos últimos anos para que seja possível a compreensão de como o lúdico 
passou a ser considerado e utilizado como ferramenta pedagógica. Aliado a isso, o 
trabalho se propõe a analisar como a prática lúdica contribui no ensino e na 
aprendizagem. Aqui tratamos também do processo histórico do lúdico de como ele 
vem sendo utilizado desde os primórdios da humanidade como ferramenta de ensino 
que facilita a aprendizagem e que desperta no educando curiosidade, autonomia, 
criatividade e atenção; apontando os benefícios e possibilidades para as crianças 
como educando e para os professores. Assim o trabalho se propõe a fazer uma 
análise de como a ludicidade pode ser trabalhada em sala de aula, os ganhos que 
essa ferramenta gera para o educando e para o professor e as possibilidades 
educativas através de um jogo, brincadeiras e oficinas; também será discutido o papel 
da gestão escolar como garantidora de ferramentas e possibilidades para o professor 
trabalhar e por fim ser mediador do lúdico no ensino. 
Palavras-chaves: Educação. Educação Infantil. Lúdico. Ludicidade. Professor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 09 
2. ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E 
DO LÚDICO ................................................................................................. 11 
2.1. Histórico da Educação Infantil ......................................................... 11 
2.2. As origens do Lúdico.........................................................................15 
2.3. Contextualizando o que é jogo e o que é a brincadeira..................20 
3. O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM, UM 
RECURSO PEDAGÓGICO.............................................................................23 
3.1. O Lúdico Como Estratégia De Ensino ............................................. 23 
3.2. Brincadeiras, Oficinas E Jogos Como Atividades Pedagógicas 
Direcionadas .............................................................................................. 25 
4. O LÚDICO NO CONTEXTO EDUCACIONAL................................................31 
4.1. O Lúdico Dentro Do Ambiente Escolar.............................................31 
4.2. O Papel Do Professor Como Mediador.............................................32 
4.3. As Contribuições Da Ludicidade No Ensino E Na 
Aprendizagem...............................................................................................34 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................38 
6. REFERÊNCIAS...............................................................................................40 
 
9 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Vivemos em uma sociedade altamente tecnológica e conectada, que demanda 
por informações a todo instante, buscamos a todo momento por mudanças, novas 
tecnologias de informação, notícias, novos conhecimentos. Essa busca incansável por 
saber altera o modo de ensinar e o modo de aprender, devido a essa série de fatores 
é de fundamental importância que o professor esteja em constante aprendizagem e 
na busca incessável por técnicas que aperfeiçoe e dinamizem o modo de ensinar. 
 Por isso o lúdico é uma temática que vem ganhando espaço a cada dia, dado 
a sua relevância no ensino e na aprendizagem, principalmente nos dos menores, uma 
vez que esse método de ensino estimula o raciocínio, criatividade, a socialização, a 
curiosidade, fazendo com que os pequeninos busquem solução e mesmo que 
involuntariamente desenvolvam a habilidade de concentração. 
 Deste modo, a ludicidade não pode ser vista apenas como divertimento ou 
entretenimento, uma vez que está enriquece o agir profissional do educador e traz 
melhorias significativas no aprendizado do aluno. A escolha dessa temática, nasceu 
na necessidade e interesse de compreender melhor o processo de utilização das 
atividades lúdicas como ferramenta pedagógica no ensino infantil. 
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar ao leitor a 
importância do lúdico no processo de ensino e aprendizagem, bem como, suas 
contribuições para a educação infantil. Nossa sociedade vive em constante mudança, 
toda hora surgem novas tecnologiase debates. O lúdico é uma ferramenta 
educacional utilizada desde os primórdios da humanidade, mas dada as mudanças 
aceleradas ocorridas nas últimas décadas, aumentou o número de estudos e 
pesquisas que comprovam a importância deste no processo de ensino e 
aprendizagem, principalmente no que se refere a educação infantil, dada a faixa etária 
dos alunos e a dificuldade de concentração que os pequeninos apresentam. 
No primeiro capítulo da pesquisa aborda-se os aspectos conceituais e 
históricos da educação infantil e das atividades lúdicas, este capítulo abre o trabalho 
fazendo um passeio na historicidade e evolução da educação infantil no país e das 
atividades lúdicas como ferramenta de ensino desde os primórdios da raça humana, 
além de uma breve contextualização entre jogos e brincadeiras, necessária à 
compreensão do trabalho. 
10 
 
No que concerne ao segundo capítulo, conversa-se sobre o lúdico como 
recurso pedagógico, as possibilidades educativas dentro de um jogo e de uma 
brincadeira e o papel das oficinas de construção em quanto atividade lúdicas. Ou seja, 
neste capítulo é discutido o lúdico como forma de educar e aprender, apresentando 
as suas possibilidades dentro da educação. 
Aborda-se no terceiro capítulo deste trabalho o papel do professor enquanto 
mediador e ser brincante, a importância do lúdico para a aprendizagem, além das 
dificuldades encontradas pelo educador na implementação do lúdico em seu projeto 
pedagógico. Ora, a realização deste estudo permitiu perceber a importância do lúdico, 
do brincar no processo de ensino e aprendizagem, faz-se importante a 
conscientização dos educadores essa visão de que as crianças aprendem brincando 
de forma natural. Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde foram 
referenciados os mais diversos estudiosos que tratam da temática aqui abordada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO 
LÚDICO. 
Este capítulo fará uma breve discussão a respeito da historicidade da educação 
infantil no Brasil e do surgimento das atividades lúdicas como ferramenta de ensino e 
aprendizagem. Pretende-se aqui discorrer a respeito dos conceitos históricos e 
teóricos da educação infantil e do lúdico, além de fazer uma relação entres esses 
eixos. 
2.1 Histórico da Educação Infantil. 
 Historicamente a criança era vista como um adulto em miniatura, sem ter 
nenhuma atividade especifica destinada à sua idade, em certo momento histórico da 
sociedade era normal que crianças trabalhassem para complementar a renda familiar, 
mas com o passar dos anos, várias transformações societárias foram ocorrendo, 
mudanças sociais, políticas entre outras mudanças ideológicas mudaram o modo 
como a sociedade enxergava a criança, a infância e a educação. 
No Brasil a educação infantil foi deixada às margens das políticas por um bom 
tempo, esta temática não estava nas pautas políticas e não era preocupação dos 
governantes pensar em políticas públicas voltadas para a educação dos pequeninos. 
Conforme Leite Filho (2008) nos fala, a educação para as crianças era pensada 
principalmente para as crianças ricas mas por outro lado também tinha como objetivo 
cuidar daquelas que não podiam ser cuidadas pelas mães, ou seja, em seus 
primórdios a educação infantil exercia um papel meramente assistencialista, cuidando 
dos pequenos enquanto os pais trabalhavam. 
Kuhlmann Jr. (2000) também ressalta o papel assistencialista da educação em 
suas origens nas suas pesquisas, segundo o autor o atendimento às crianças era 
baseado na pedagogia da submissão, uma vez que o objetivo era tornar as famílias 
desprovidas de dinheiro submissas ao mercado de trabalho, ou seja, a educação 
fornecida pelo estado não tinha a intenção de diminuir a desigualdades sociais na 
população e de tornar a educação acessível a todas as classes e sim tornar as 
camadas sociais mais pobres submissas aos ditames do mercado de trabalho. 
Baseando-se na estratégia citada acima, a partir da década de 20 e 30 foram 
criadas instituições de ensino infantil, com o principal objetivo de ofertar vagas para 
aquelas crianças que as mães trabalhavam e não tinham com quem deixa-las. 
Conforme Oliveira (2005) as primeiras instituições de educação infantil no país foram 
12 
 
criadas em Belo Horizonte no ano de 1908 e no ano seguinte na cidade do Rio de 
Janeiro. Cabe ressaltar aqui que a educação em si só passou a ser considerada 
relevante no cenário brasileiro a partir de 1990 após o advento da Constituição Federal 
e de uma série de protestos a favor da educação, de melhores condições de vida, 
saúde e por mais políticas públicas a favor do cidadão. 
No ano de 1922 aconteceu na cidade do Rio de Janeiro o Primeiro Congresso 
Brasileiro de Proteção à Infância, Oliveira (2007) destaca que neste congresso foram 
discutidas temáticas sobre a educação moral e higiênica da criança, dessa forma 
foram surgindo as primeiras regulamentações no que se refere ao atendimento das 
crianças nas escolas maternais e nos jardins de infância. 
 Ferronatto (2006) nos mostra que essa nova configuração social trouxe novas 
responsabilidades para o Estado, e ela se deu devido ao aumento significativo da 
urbanização, das fábricas, da participação das mulheres no mercado de trabalho e na 
mudança da estrutura das famílias - cada vez mais mulheres passavam a trabalhar 
fora de casa. Devido a essa série de mudanças, ocorreu um grande êxodo rural, várias 
famílias passaram a sair principalmente do norte e nordeste do país em busca de 
melhores oportunidades nas grandes capitais. Essa transformação no cenário do país 
exigia respostas rápidas do Estado, este por outro lado passou a ofertar mais vagas 
nas escolas através da criação de novas unidades. 
 Assim, Oliveira (2005) destaca que como não havia experiências de educação 
infantil no país na época foi adotado o modelo que imitava as experiências europeias 
e norte-americanas. Estes modelos, via a criança como um ser carente que sofria 
várias privações entre elas a cultural e era função da escola suprir essa necessidade. 
Naquele momento, as escolas eram um ambiente altamente repressor, onde não 
estimulavam a criança (ser em plena formação) a pensar e a desenvolver senso 
crítico. 
 Além de ser um ambiente repressor Ferronatto (2006) nos diz ainda que os 
investimentos por parte do Estado em educação infantil no país à época eram 
inferiores a real demanda. Os valores não eram suficientes para manter qualidade nas 
instalações de ensino, as salas eram superlotadas, faltava material, professores e 
formação acadêmica dos docentes. Essa combinação de fatores resultava na baixa 
qualidade do ensino e na precariedade no atendimento às crianças, além de 
desestimular a continuidade do ensino, assim muitas crianças acabavam por não 
terminar os estudos e entravam muito cedo no mercado informal de trabalho. 
13 
 
Inicialmente, como nos aponta Kramer (1998) as primeiras políticas públicas 
brasileiras voltadas para a educação infantil tinham o caráter altamente interventor, 
médico, sanitarista, alimentar e assistencialista, não existia a preocupação com o 
desenvolvimento da criança e nem com seus direitos e garantias fundamentais. Foi 
somente no final do século XX que o Estado passou a atuar como garantidor e 
defensor dos direitos das crianças. 
No ano de 1961 ocorreu uma importante mudança no que se refere a educação 
das crianças, a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Nº 
4024/61), em seu artigo 23º a LDB assegura que a educação pré-primária é destinada 
a crianças de até sete anos e que será oferecida pelos jardins de infância ou escolas 
maternais. Mas, adiante em seu artigo 24º aborda que empresas que tenham 
trabalhadoras, mães de crianças até sete anos serão incentivadas a organizar e 
manter por conta própria ou em conjunto com o poder públicoinstituições que atendam 
essas crianças. 
Em 1985, com o findar do período da Ditadura Militar começava-se a se 
mencionar na sociedade, segundo Oliveira (2007), que as creches não eram somente 
vinculadas à mulher ou a família, mas diziam a respeito às empresas e ao Estado, ou 
seja, à educação infantil estava deixando de ser considerada apenas de interesse da 
família, e sim de todos, principalmente do Estado como principal provedor de 
educação gratuita, isso foi incluído em campanhas eleitorais nos anos de 1985 e 1986. 
 No final da década de 70 ocorreram diversas manifestações a favor da 
educação infantil organizadas por mães (principalmente por mães operárias, que 
trabalhavam em fábricas e tinham uma carga excessiva de trabalho), sindicatos e 
grupos de profissionais da educação. Campos (2006) ressalta que essas 
manifestações tinham como principal finalidade reivindicar por mais vagas nas 
creches e instituições de ensino infantil, construção de novas instalações, melhores 
condições de ensino e a garantia de permanência no ensino. 
 A educação no país, passou a ser valorizada a partir de meados dos anos 90, 
devido a nova demanda por profissionalização e tecnização no país, o cenário 
educacional no país ganhou mais destaque após a promulgação da Constituição 
Federal de 1988, intitulada Constituição Cidadã, esta garantia uma série de direitos 
aos cidadãos, a partir de então a educação passou a ter mais visibilidade. Com a nova 
Constituição, a educação passou a um nova patamar, o de direito social como salienta 
o art. 6: 
14 
 
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição. BRASIL, Constituição Federal (1988) 
 
A educação vem garantida no rol dos direitos sociais, por se tratar daqueles 
que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e de trabalho para todos e são 
cedidos à todos pelo Estado. Mas adiante, o art. 208 no seu inciso IV mostra que o 
atendimento em creche e pré-escola de 0 a 6 anos de idade é responsabilidade do 
Estado. E este, deve prover os meios de ofertar educação de qualidade para todos. 
Porém, apesar do suporte legal a educação continuava a ser renegada pelos 
governantes, mas a conjuntura histórica da época fez com que esse quadro mudasse. 
 Com a aprovação do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente - em 1990 
houve a consolidação dos direitos da criança à educação que estavam garantidos na 
Constituição Federal. O ECA, revolucionou ao priorizar a educação das crianças, ao 
responsabilizar o Estado, família e sociedade no que se refere a educação dos 
menores. A aprovação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) 
como já mencionado anteriormente, veio para dá mais visibilidade e importância a 
esse novo momento pelo qual passava a sociedade brasileira que demandava por 
educação de qualidade. 
 
A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de 
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996, 
p. 12). 
 
Rosemberg (2002) destaca que foi a partir das transformações societárias, das 
lutas do povo e da aprovação da Lei de Diretrizes Bases (LDB), que incorpora creches 
e pré-escolas como instituições de educação infantil que se têm o devido 
reconhecimento desse seguimento para o Estado. 
Conforme a LDB, a educação infantil tem como objetivo o desenvolvimento 
integral da criança até os seus seis anos de idade em seu aspecto: físico, psicológico, 
social, afetivo e intelectual. Assim, Oliveira (1999) conta que: 
... organizar condições para que as crianças interajam com 
outros adultos e outra crianças em situações variadas, 
construindo significações acerca do mundo e de si mesmas, 
enquanto desenvolvem formas mais complexas de sentir, 
pensar e solucionar problemas em clima de autonomia e 
cooperação. Podem as crianças, assim, constituir-se como 
15 
 
sujeitos únicos e históricos, membros de famílias que são 
igualmente singulares em uma sociedade concreta. (p.49). 
 
Percebe-se o rompimento definitivo do caráter assistencialista que as creches 
e instituições de educação infantil tinham, desde então projetos educacionais e 
propostas educacionais passaram a ser elaborados voltados exclusivamente para a 
educação infantil, estes estavam preocupados com a aprendizagem dos pequenos e 
da adequação do conteúdo a cada faixa etária. 
Dessa forma a LDB torna a educação infantil como uma das etapas da 
educação básica, assim sendo torna-se parte do sistema regular de ensino, exigindo 
regulamentação e normatização. Esse fator foi fundamental para mudar radicalmente 
o futuro da educação infantil no Brasil. Percebe-se o longo caminho que o ensino 
infantil percorreu até ganhar o status de prioridade e de ser política pública, antes visto 
como assistencialismo e aliado ao mercado para conformar as famílias da situação 
em que viviam, atualmente política que tem seus próprios recursos e que visa o 
crescimento integral da criança: social e psicológico, além de despertar seu interesse 
e criatividade. 
Ora dado a mudança no quadro educacional, estudiosos passam a dar mais 
importância para o cenário educacional do país e começa a se ter uma preocupação 
com a forma de ensinar as crianças. Assim passasse a dar mais importância ao lúdico 
como ferramenta de ensino e de aprendizagem, principalmente no ensino infantil, 
onde as crianças ainda são pequenas e tem dificuldade de se concentrar em 
determinado assunto por muito tempo. Porém, o lúdico não é uma novidade, trata-se 
de uma ferramenta antiga e que desde muito tempo já era utilizada em outros países 
como prática de ensino. 
 
2.2 As Origens do Lúdico. 
Desde o gênesis, o ser humano é dotado de uma grande vontade de aprender 
e descobrir coisas novas. Foi assim com o fogo, com a invenção da roda, mas adiante 
do telefone, lâmpada, computador, celular, internet banda larga e etc., o homem foi 
com o passar dos anos estudando o ambiente no qual vivia e extraindo dele o que lhe 
era necessário para viver, foi dominando técnicas de caça e sobrevivência, facilitando 
o seu dia a dia através de novas tecnologias e foi através do desenvolvimento da 
educação e do conhecimento cientifico que as novas tecnológicas passaram a integrar 
o nosso cotidiano. 
16 
 
A etimologia da palavra lúdico vem do latim ludus que quer dizer brincar. Dessa 
forma associar o lúdico a aprendizagem, significa adicionar prazer, satisfação e 
felicidade, adjetivos que facilitam o ensino e a aprendizagem, principalmente de 
matérias consideradas mais difíceis e sem atrativos, como a matemática por exemplo: 
Ensinar e aprender matemática pode e deve ser uma experiência com 
bom êxito do sentido de algo que traz felicidade aos alunos. 
Curiosamente quase nunca se cita a felicidade dentro dos objetivos a 
serem alcançados no processo ensino-aprendizagem, é evidente que 
só poderemos falar de um trabalho docente bem feito quando todos 
alcançarmos um grau de felicidade satisfatório. (CORBALÁN, apud 
ALSINA, 1994, p. 14). 
 
Ora, o lúdico é o jogo, a brincadeira, o entretenimento, é o momento divertido 
que facilita o aprendizado e o torna mais atrativo e divertido, uma excelente ferramenta 
para os professores da educação infantil principalmente, pois estes lidam na sua 
prática profissional com crianças, especialistas no brincar e se divertir. 
Assim jogos e brincadeiras estão no cotidiano da vida humana desde os 
primórdios e fazem-se presentes no panorama sócio histórico da evolução da 
humanidade. “O lúdico como instrumento educativo já se fazia presente no universo 
criativo do homem desde a antiguidade” (ANDRADES E SANCHES, 2005). Conforme 
esses autores brincadeirase jogos sempre fizeram parte do cotidiano do homem, a 
contar da época das cavernas o ensino era facilitado através de técnicas e práticas 
que tornavam o ato de aprender mais dinâmico, porém, ainda não se fazia o uso da 
palavra lúdico. 
No período da Roma Antiga já se associavam a ideia do prazer ao ato de 
aprender. Na sua época Platão (que viveu de 427 há 348 a.C.) já destacava a 
importância de uma educação que se baseasse em jogos educativos, esportes e 
diversão, foi ele o percursor ao usar o recurso lúdico no ensino da matemática com o 
objetivo de facilitar o ensino e a aprendizagem, afirmava também que as crianças 
precisavam praticar juntos atividades educativas através do jogo, segundo o filosofo 
a utilização de jogos e brincadeiras era importante para o aprendizado das crianças. 
No século XV Rebelais (1484-1553) já exaltava a relevância do ensino através 
de jogos, afirmando que deveriam ensinar às crianças o prazer pela leitura, pelos 
desenhos, pelos jogos de cartas e fichas, pois estes serviam para o ensino de 
matemática e geometria. 
Ora, percebe-se que o recurso lúdico não é uma exclusividade das sociedades 
atuais, na verdade a utilização do lúdico como recurso de ensino data-se desde a 
17 
 
antiguidade. Em sua obra intitulada Les Lois, Platão já destacava a importância do 
jogo na educação. 
Brincando, aprenderá, o futuro construtor, a medir e a usar a trena; o 
guerreiro, a cavalgar e a fazer qualquer outro exercício, devendo o 
educador esforça-se por dirigir os prazeres e os gostos das crianças 
na direção que lhes permita alcançar a meta que se destinarem. 
(PLATÃO apud SILVEIRA, 1998, p. 41) 
 
Vale ressaltar que foi neste período que determinou-se a importância da 
educação sensorial, do uso do jogo como recurso didático nas mais variadas áreas 
do ensino. Comênio (1957) nos mostra que Lutero à sua época já prezava por método 
lúdico de ensino, onde o prazer estivesse associado ao aprender e as brincadeiras e 
o lazer à sala de aula. 
Que sejam instruídos com o método muito fácil, não só para que não 
se afastem dos estudos, mas até para que eles sejam atraídos como 
para verdadeiros deleites, para que as crianças experimentem nos 
estudos um prazer não menor que quando passam o dia inteiros a 
brincar com pedrinhas, bolas e corridas (COMÊNIO, 1957, p.156). 
 
Observa-se assim que Lutero era defensor do ensino lúdico, que estimulasse 
os alunos, ensino que desenvolvesse no educando o prazer de ir à escola aprender, 
ou seja para Lutero era importante aprender com prazer. 
Vários teóricos colaboraram e defenderam o uso do lúdico como ferramenta 
pedagógica de ensino, destaca-se os estudos de: Rousseau (1712) e Pestalozzi 
(1746) no século XVII, Dewey, no século XIX, Montessori, Vygotsky e Piaget. 
 É a partir da conscientização da sociedade sobre a infância e de trabalhos 
como os dos estudiosos referenciados anteriormente que instaura-se a preparação de 
métodos próprios para educação das crianças. Este novo modelo era baseado na 
concepção de que as crianças aprendem de forma natural e espontânea através do 
contato com a natureza e com as pessoas ao seu redor, assim passou-se a ser 
utilizados jogos educativos e atividades sensoriais no ensino. 
Froebel, Montessori e Decroly foram pedagogos pioneiros à sua época ao 
criarem uma nova metodologia de ensino para a educação infantil. De acordo com 
Wajskop (1995), eles romperam com a metodologia tradicional de ensino e apesar de 
suas ideias serem antigas, elas continuam a influenciar as práticas pedagógicas da 
atualidade. 
 De acordo com Pedroza (2005) o lúdico como ferramenta pedagógica de 
ensino, nasce através da preocupação de transmitir e ensinar as crianças de forma 
18 
 
mais dinâmica e que consiga prender a atenção dos pequenos estudantes. Foi através 
do desenvolvimento das Teorias da Escola Nova (movimento de renovação da 
educação) que o pensamento pedagógico conseguiu ter sua liberdade, a partir de 
então reformas importantes para o ensino foram realizadas e deram impulso para o 
debate sobre as necessárias reformas educacionais até alcançar a conquista da 
aprovação da Lei de Diretrizes Bases da Educação em 1996. 
Assim, desde de meados dos anos 90 no país tem se intensificado debates 
acerca da temática que vem ganhado cada vez mais espaço em meios acadêmicos e 
de pesquisas principalmente no que se refere à educação infantil, pois o brinquedo e 
o ato de brincar são essência da infância e seu uso de forma pedagógica possibilita e 
facilita a produção de conhecimento. 
Nas atividades lúdicas estão inclusos brinquedos, jogos, dinâmicas e o 
divertimento. A função didática desses suportes pedagógicos oportuniza o 
aprendizado, conhecimento e compreensão do mundo. Pois conforme aponta Coelho 
(2000) independentemente do tempo histórico, da situação e da sociedade, brincar é 
inerente à criança, pois elas vivem em mundo de fantasias, alegria e sonhos, onde 
por vezes o “faz de conta” e a realidade se confundem. 
Dohme (2003) nos diz que o lúdico refere-se a jogos pedagógicos, dinâmicas 
de grupo, brincadeiras, atividades de recorte e colagem, atividades físicas, cantigas 
de roda, dramatizações, teatro, atividades no computador, ou seja, atividades que 
acrescentam momentos de distração e divertimento no cotidiano da sala de aula. 
Conforme aponta Macedo (2000), o lúdico como ferramenta pedagógica 
possibilita a criação de um ambiente agradável no qual os educandos desenvolverão 
de forma significativa as suas habilidades. Ainda conforme o autor descreve, através 
de uma brincadeira há aquisição de novos saberes, o pequeno estudante também terá 
através do ato de brincar a oportunidade de desenvolver seu senso crítico, aprimorar 
coordenação motora e a capacidade de melhorar a sua atenção. 
Araújo (1992) diz que ao estudar a historicidade de atividades lúdicas e jogos 
averígua-se tratar de uma atividade muito importante e presente em todos os tempos: 
Revendo a história do jogo, certificamo-nos de que sua importância foi 
percebida em todos os tempos, principalmente quando se apresentava 
como fator essencial na construção da personalidade da criança. 
Desde a época anterior a Cristo já havia uma preocupação em discutir 
o valor proeminente do jogo na vida das crianças. Nos escritos de Leis, 
Livro VII, Platão preconizava o valor educativo do jogo, apesar de dar 
19 
 
à criança a liberdade do jogo somente até os seis anos de idade 
(ARAÚJO, 1992, p. 13) 
 
A autora explica que na era cristã vários pareceres a respeitos dos jogos foram 
sendo formulados. Alguns desses pareceres ressaltaram a sua importância no ensino, 
outros estudiosos porém discriminavam tanto as crianças como o interesse por 
qualquer que fosse a atividade lúdica. 
Comênio em seu livro A Escola da Infância (1628) destaca que o nível inicial 
de ensino era o colo da mãe e que este ensino inicial deveria ocorrer dentro dos lares, 
este criou um plano de ensino para o maternal que recomendava o uso de materiais 
audiovisuais e de livros com gravuras para educar as crianças pequenas. Segundo 
Oliveira (2011), Comênio mostrava que: 
O cultivo dos sentidos e da imaginação precedia o desenvolvimento 
do lado racional da criança. Impressões sensoriais advindas da 
experiência com manuseio de objetos seriam internalizadas e 
futuramente interpretadas pela razão. Também a exploração do 
mundo no brincar era vista como uma forma de educação pelos 
sentidos. Daí sua defesa de uma programação bem elaborada, com 
bons recursos materiais e boa racionalização do tempo e do espaço 
escolar, como garantia da boa "arte de ensinar", e da ideia de que 
fosse dada à criança a oportunidade de aprender coisas dentro de um 
campo abrangente de conhecimentos. OLIVEIRA (2011, p.37) 
 
Ou seja, desde de muito tempo filósofos e estudiosos contemporâneos como 
Comênio entendiam a importância de atividades sensoriais, de passeios ao ar livre, 
atividades commúsica e pinturas adequadas a idade certa dos alunos ajudavam e 
estimulavam a prática educativa e a aprendizagem. 
Conforme Rizzo (1982), o primeiro modelo de jardim de infância voltado para 
crianças de 3 a 6 anos que era baseado em linguagem afetiva, fazendo o uso de 
brinquedos e brincadeiras como técnica de ensino e aprendizagem, que valorizava 
atividades lúdicas e dinâmicas em sala de aula foi em Blankeburg na Alemanha no 
ano de 1837. 
Ainda segundo a análise do autor referenciado acima, foi Maria Montessori a 
pioneira no que se refere ao uso lúdico como ferramenta de ensino para crianças, com 
uso de técnicas práticas e simples do dia a dia. Montessori era doutora formada em 
medicina que dedicou sua vida a estudar crianças que tinham problemas mentais. Ela 
elaborou o Método Montessori para ajudar na aprendizagem e concentração das 
crianças, este foi largamente difundido por todo o mundo até os dias atuais. 
20 
 
Para Kishimoto (1993) os jogos fazem parte do patrimônio cultural de povo, no 
Brasil por exemplo tem a capoeira, o folclore, ciranda, amarelinha, jogos típicos e 
específicos de cada região entre tantos outros que foram sendo passado geração 
após geração. Estes devem sim ser incorporados no mundo infantil, desde que 
contribuam para a formação da personalidade da criança. A autora enfatiza a 
importância do uso correto de jogos e brincadeiras em sala de aula, e que por aqui foi 
a partir de 1930 que passou a ser feita a associação entre brincadeira, lazer e 
educação. 
Visto as mudanças no quadro da educação infantil no país e a priorização desse 
ramo da educação, os profissionais que atuavam nessa área começaram a passar por 
diversas formações, a preocupação em ensinar ficou mais visível e com isso surgiu a 
problemática: como ensinar para as crianças menores de maneira mais prática? Como 
despertar nelas a vontade de estar na escola e aprender? 
Vale ressaltar que o lúdico como estratégia de ensino já era utilizado no mundo, 
no Brasil a aplicação e interesse pelas práticas lúdicas ocorreu tardiamente. Foi a 
partir da validação da importância do ensino infantil e da importância deste na vida 
escolar do educando que passou-se a estudar o lúdico como ferramenta facilitadora 
no ensino, como nos lembra Macedo (2000). 
Diante do exposto pode-se concluir que esses estudiosos com suas teorias 
sobre a importância de atividades lúdicas como ferramenta de ensino, de acordo com 
Incontri (1997) abriram espaço para uma maior flexibilização e inovação nos modelos 
de ensino infantil nas escolas, construíram assim um novo espaço por meio de 
brinquedos, discos, gravuras, cores, espetáculos, espaços públicos, músicas, isto é, 
uma nova pedagogia que fez com que os educadores passassem a questionar suas 
práticas e buscarem uma nova formação. Observa-se também que o lúdico não é 
novidade da sociedade atual, existem estudos e interesse pela prática lúdica desde 
os primórdios da humanidade. 
 
2.3 Contextualizando o jogo e a brincadeira. 
 De acordo com o dicionário Aurélio (2010) a palavra jogo possui várias 
definições e dentre elas, podemos destacar “atividade lúdica ou competitiva em que 
há regras estabelecidas em que os participantes se opõem, pretendo ganhar ou 
conseguir melhor resultado”. Quanto a palavra brincadeira o dicionário Aurélio nos diz 
significar passatempo, entretenimento, diversão. Dessa forma, apresenta-se a 
21 
 
distinção básica entre jogo e brincadeira, ambos são passatempo, com regras, 
competitivas ou não, estão associados ao entretenimento e como veremos adiante ao 
ensino também. 
 Kishimoto (2011) diz que é impossível definir com exatidão jogo, brincadeira e 
brincar, pois esses termos são sinônimos em si. No Brasil, por exemplo os termos são 
utilizados de maneira indistinta. A autora define brincadeira como: 
A ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, 
ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. 
Desta forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com 
a criança e não se confundem com o jogo. Kishimoto (2011, p.26) 
 
Ora, percebe-se que os termos jogo, brincar e brincadeira estão intimamente 
ligados e diretamente alinhados à prática lúdica, ou seja, a aprender de maneira mais 
leve, por isso a dificuldade em definir com precisão cada um desses termos, pois eles 
acabam unidos coexistindo juntos. O jogo, sempre esteve presente em todos os 
tempos, entre adultos e crianças, com a finalidade lúdica de ensino ou simplesmente 
por diversão. 
Tezani (2004) ressalta que a importância do jogo como ferramenta educativa 
varia de ao longo dos anos, dependendo da sociedade e principalmente em momentos 
de crítica ao modelo societário vigente. Normalmente em períodos de contestação e 
crises políticas e econômicas há um aumento nos estudos a respeitos dos jogos como 
ferramenta de educação. Por exemplo, na época da ditadura militar brasileira houve 
uma expansão do ensino técnico, pois o país necessitava de profissionais técnicos. 
Com a garantia dos direitos da criança ao ensino e ao lazer, passou-se a priorizar o 
ensino através de técnicas que utilizam o lúdico como ferramenta de ensino. 
Para Rau (2007) a palavra lúdico significa brincar e ao mesmo tempo jogos, 
brincadeira, ou seja, a ludicidade caminha junto com o entretenimento e este por vez 
se alinha ao ensino, uma vez que quando brincando o ser descobre novos caminhos, 
desperta a curiosidade e a criatividade. 
No Brasil não existem estudos a respeito da evolução histórica dos brinquedos 
e do jogo. Na França, por exemplo a evolução histórica do brinquedo acompanha os 
grandes períodos da civilização ocidental, na Roma Antiga e na Grécia podemos citar 
o surgimento das primeiras reflexões sobre a importância do brincar e aprender 
brincando. 
Kishimoto (1994) retrata a importância dos jogos para a civilização romana, eles 
eram utilizados para preparar os soldados e formar cidadãos obedientes ao governo. 
22 
 
Foi a partir do século XVI que os humanistas passaram a visualizar o real valor 
educativo dos jogos, assim, os jesuítas passam a colocarem em práticas os jogos 
educativos, sendo os pioneiros nessa prática no país. 
Ora, o jogo sempre esteve presente nas mais variadas culturas e civilizações, 
de maneira geral tratava-se de uma forma de divertimento e de aproveitamento de 
tempo e que também era visto como um meio de preservação cultural e oportunidade 
para manifestar a religiosidade. 
De acordo com Silva (2011) através das brincadeiras e dos jogos as crianças 
aprendem sobre si e sobre o mundo que as rodeiam, aprendem também a controlar 
suas emoções, seus impulsos, a compartilhar e a se relacionar. Os jogos e 
brincadeiras são ferramentas essenciais para o desenvolvimento social e emocional 
das crianças. 
Para Fontes (2005) brincando a criança usa seu imaginário e a partir desse ato 
começa o desenvolvimento de pontos significativos na vida dos pequenos. O autor 
destaca a diferença básica entre brinquedo e o ato de brincar. Brinquedo é o objeto, 
suporte ao ato de brincar, ele torna possível algumas brincadeiras, conexões e 
aprendizados. 
Nos dias atuais as concepções acercado jogo não sofreu grandes alterações. 
O jogo ainda é tido como uma atividade de passatempo, sem relevância social: 
O jogo habita o espaço do contemporâneo com brincadeiras 
tradicionais, competições esportivas, jogos online, jogos de 
linguagem, jogos lógico-matemáticos, jogos de azar entre outros, 
sempre com noção de não sério, de passatempo [...] uma ótima 
atividade para ocupar o tempo a fim de que o sujeito não faça outra 
coisa pior. Bemvenuti (2009, p.30) 
 
Ou seja, o jogo é socialmente visto como passatempo, distração, algo a ser 
praticado durante um momento de lazer e de “falta do que fazer”. Mas adiante, 
veremos as possibilidades pedagógicas de ensino através dos jogos, pois estes 
quando bem utilizados são aliados ao ensinode qualidade e da aprendizagem eficaz. 
Assim, conclui-se que jogos e brincadeiras possuem os mesmos objetivos: 
entreter, divertir. E são exemplos de atividades lúdicas presentes no dia a dia de toda 
e qualquer atividade humana. Através dessas atividades o ser humano socializa, troca 
ideias, aprende, cria, troca experiências e conhecimentos. 
23 
 
 
3 O LÚDICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM, UM 
RECURSO PEDAGÓGICO. 
Neste capitulo abordaremos o lúdico como recurso pedagógico, as vantagens 
proporcionadas pelo ensino baseado na ludicidade; o uso de jogos, oficinas e 
brincadeiras como atividades lúdicas direcionadas, pois estas quando monitoradas e 
adequadas a idade e conteúdo geram ganhos significativos ao ensino e 
aprendizagem. 
3.1 O Lúdico como estratégia de ensino. 
 
 Como já discorrido e defendido neste trabalho, o lúdico é uma ferramenta de 
grande importância quando alinhado ao ensino e a aprendizagem. E veio se 
consolidando como ferramenta no ensino com o passar dos anos, apesar de não se 
tratar de algo novo. Agora, iremos analisar as atividades lúdicas como recursos 
pedagógicos, métodos e técnicas. 
Foi através da incansável luta por resposta e da sempre presente inquietação 
de como facilitar o ensino, tornando-o agradável para o educando e para o educador 
que descobriu-se o potencial das atividades lúdicas e dos jogos como ferramenta 
pedagógica e metodológica de ensino, estes apresentaram-se como excelentes 
aliados no processo de ensino e aprendizagem, corroborando com isso (RAU 2007, 
p.32) nos diz que: “Toda prática pedagógica deve proporcionar alegria aos alunos no 
processo de aprendizagem”. 
 Muitos estudiosos e pesquisadores a respeito da temática defendem a 
utilização de atividades lúdicas como prática pedagógica facilitadora do ensino, 
Macedo (2005) acredita que o ensino através do lúdico fortalece os laços entre 
docentes e discentes e torna a aprendizagem mais dinâmica e prática. 
 Enquanto ciências, a ludicidade apoia-se em quatro eixos, de acordo com 
Santos (2014) são eles: Psicológico, que relaciona o processo de desenvolvimento e 
aprendizagem em qualquer idade da pessoa; Sociológico, visto que a atividade lúdica 
compreende o social e o cultural; Pedagógico, uma vez que serve de embasamento 
teórico; Epistemológico, pois possui conhecimentos científicos que abordam o jogo 
como importante fator de desenvolvimento. 
 Bemvenuti (2009) nos fala que o lúdico é acima de tudo uma excelente 
ferramenta educativa pois representa a força que move toda a curiosidade de mundo 
24 
 
e vida, é o início de toda descoberta e criação. Através do lúdico, do ato de brincar, 
seja criança ou adulto há aprendizagem, há espaço para criação, para concepção de 
consciência e estabelecimento de relação. 
 Para Luckesi (2000, p. 02) “o que a ludicidade traz de novo é o fato de que 
quando o ser humano age de forma lúdica vivência uma experiência plena”, em outras 
palavras o ser humano se envolve por inteiro na execução da atividade lúdica e tem 
uma experiência completa do aprender e criar. 
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e 
não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do 
aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, 
social e cultural... facilita os processos de socialização, comunicação, 
expressão e construção do conhecimento. SANTOS (2011, p.12) 
 
 Portanto, o ensino aliado a prática lúdica contribui para que o educando 
desperte interesse pela e consequentemente pelo aprendizado presente na mesma. 
Brincadeiras e jogos são exemplos de atividades lúdicas presente no cotidiano do ser 
humano, através dessas atividades o homem aprende, cria e troca conhecimentos. 
As atividades lúdicas como ferramenta de ensino possuem um imenso valor, 
elas vão além de jogos e brincadeiras. Tratam-se de atividades que tenham como 
objetivo ensinar divertindo em oposição à prática do ensino tradicional, essas 
atividades compreendem: oficinas, pinturas, teatro, musicais, atividades de corte e 
colagem, atividades físicas, de dança e entre tantas outras formas. Rau (2007) 
reafirma as palavras de Santos (2011) quando diz que o lúdico é um excelente recurso 
pedagógico e que contêm os componentes ideais para despertar o interesse do aluno. 
Por meio de atividades lúdicas o educador tem a oportunidade de inovar sua 
prática pedagógica, de levar aos seus educandos atividades divertidas que lhes 
propiciem maior interação e melhoria na forma de se relacionarem . Kishimoto (2011) 
retrata que o uso de jogos com finalidade pedagógica resultam em ensino 
aprendizagem, pois o professor trabalha o jogo com uma finalidade de ensino e a 
criança aprende com mais facilidade, de forma prazerosa e participativa. 
O lúdico é um importante instrumento didático para o professor, partindo desta 
perspectiva a brincadeira é vista como um meio preparatório para o momento de 
aprendizagem. De acordo com Macedo, Petty e Passos (2005), com o jogo a criança 
conquista novos conhecimentos e habilidades. Por isso cabe ao professor propiciar 
circunstâncias que gerem aprendizagem de forma motivadora, de modo a despertar o 
interesse da criança, desafiando-a e despertando o interesse pelo conteúdo. 
25 
 
Quando situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto 
com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem, surge a 
dimensão educativa. Desde que mantidas as condições para a 
expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar, 
o educador está potencializando as situações de aprendizagem. 
(KISHIMOTO, 1997, p. 36) 
 
Ora, utilizar o lúdico como ferramenta/estratégia de ensino na educação infantil 
contribuir para potencializar conhecimentos para o ensino e aprendizagem do 
educando, dessa forma, a partir do prazer que eles sentem naturalmente ao brincar, 
irão aprendendo. 
Em suas análises Almeida (2007) compreende que o desenvolvimento do saber 
através de atividades lúdicas ocorre de maneira mais fácil pois ao participar de uma 
atividade a criança determina metas, monta estratégias, planeja e utiliza raciocínio 
lógico, por menor que seja a idade desta. Assim, o uso da ludicidade através de 
músicas, jogos, brincadeiras, atividades de expressão corporal proporciona ao 
educador aulas mais práticas, dinâmicas e interessantes. 
O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; 
na brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à 
criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, 
uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no 
processo de ensino-aprendizagem. Vygotsky (apud ROLIM,GUERRA 
e TASSIGNY 2008, p.177 ) 
 
Portanto, a utilização de práticas lúdicas como recurso pedagógico e 
auxiliadora no processo de aprendizagem, enriquece a prática do docente e o faz 
desenvolver novas habilidades no seu agir profissional, além, de trazer enormes 
benefícios no quesito da aprendizagem das crianças, pois, estas aprendem de 
maneira mais eficaz e eficiente. 
3.2 Brincadeira, Oficinas e Jogos Como Atividades Pedagógicas Direcionadas. 
 
O ensino infantil é formado por crianças que em média possuem entre 02 a 05 
anos de idade. Nessa fase manter a concentração, sentar para ouvir a explicação do 
professor, manter o raciocínio em algo é muito difícil, pois a criança ainda não possui 
amadurecimento cognitivo e neurológico para tais feitos, por isso o professor deve 
dispor de ferramentas que possibilitem a compreensão e que torne a aprendizagem 
para essa faixa etária mais simples. Brincadeiras, oficinas, jogos, atividades de 
construção e pintura são exemplos de atividades pedagógicas que quando 
26 
 
direcionadas e adequadas a idade e ao grau de aprendizagem do educando 
possibilitam ganhos imensos no processo de ensino e aprendizagem. 
A construção de oficinas, a utilização de jogos e brincadeiras quando bem 
direcionadospossibilitam aos educadores uma aula mais dinâmica e que “prende” a 
atenção do educando por mais tempo, contribui para a aprendizagem de maneira mais 
natural e significativa para o educando, além de desenvolver áreas psíquicas, físicas 
e motoras. 
Ao utilizar-se dessas ferramentas o professor dispõe de técnicas e estratégias 
para o planejamento de suas aulas. E como Stacciarini (1999) ressalta, nos tempos 
modernos faz-se cada vez mais necessário o uso de métodos dinâmicos de ensino, 
uma vez que o modelo tradicional de ensino, vem a cada dia deixando de 
corresponder com as reais necessidades dos alunos. 
Silva (2011) ressalta que através do jogo as crianças aprendem melhor sobre 
si e sobre o mundo que as cerca, aprendem sobre compreensão, partilha, a controlar 
impulsos e desenvolvem o intelecto. Ou seja, o jogo desenvolve além das áreas 
psicomotoras, desenvolve áreas emocionais e relativas à aprendizagem, a regras e 
objetivos. 
 O jogo como recurso educativo vem sendo alvo de constantes estudos e 
discussões, Kishimoto (2011) diz que quando o professor propicia através do jogo um 
momento de lazer e diversão ele também está proporcionando aos seus alunos acima 
de tudo um momento de aprendizagem e é justamente esta ação que dá ao jogo a 
dimensão educativa. 
O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto 
cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma 
significação. É de grade valor social, oferecendo inúmeras 
possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento 
corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para 
adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade... 
(RAU 2007, p.36). 
 
 Observa-se a riqueza do jogo não somente como ferramenta pedagógica, mas 
também como ferramenta social. Através de uma partida de futebol por exemplo, 
podem se estabelecer novos vínculos sociais entre pessoas desconhecidas 
anteriormente. O jogo enquanto ferramenta educativa gera diversos benefícios, pois 
estimula a interação do educando e a socialização do mesmo. Além de desenvolver o 
lado emocional e psicológico. 
27 
 
 Dallabona e Mendes (2004) nos falam que o lúdico é um dos métodos mais 
eficaz para envolver o educando nas atividades, é de grande importância as 
brincadeiras, oficinas e jogos nesse processo pedagógico, pois é por meio das 
atividades lúdicas que os conteúdos podem ser ensinados de maneira mais 
significativa, contribuindo assim para a melhoria na qualidade do ensino e da 
aprendizagem. 
 
Brincando o sujeito aumenta sua independência, estimula sua 
sensibilidade visual e auditiva, valoriza sua cultura popular, 
desenvolve habilidades motoras, exercita sua imaginação, sua 
criatividade, socializa-se, interage, reequilibra-se, recicla suas 
emoções, sua necessidade de conhecer e reinventar e, assim, constrói 
seus conhecimentos. (DALLABONA E MENDES, 2004, p.4). 
 
 Brincadeiras, jogos, oficinas, teatro, pinturas e músicas são exemplos de 
atividades lúdicas que permitem às crianças utilizarem a imaginação, criar e recriar o 
mundo que as cerca, essas atividades permitem também que sejam trabalhados 
fatores como respeito à regras, compreensão, respeito, companheirismo, ajuda ao 
próximo, estimulo a leitura, desperta a curiosidade dentre outros fatores. 
Brougère (1998) defende a utilização do jogo como recurso pedagógico, pois 
conforme seus estudos o momento de uma atividade lúdica como o jogo oferece 
diversos benefícios para professor e aluno entre eles a maior interação entre ambos. 
Assim, Rau (2007, p.32) nos diz que: 
O entendimento do jogo como recurso pedagógico passa pela 
concepção de que, se a escola tem objetivos a atingir e o aluno busca 
a construção de seu conhecimento, qualquer atividade dirigida e 
orientada visa a um resultado e possui finalidades pedagógicas. 
 
Dessa forma, o uso do jogo ou quaisquer que sejam as atividades lúdicas 
quando realizadas pelo professor com o objetivo de ensinar, de facilitar e mediar a 
aprendizagem, pode ser compreendido como um recurso pedagógico que torna a 
aprendizagem mais simplificada e prazerosa. 
Através do jogo a criança se torna apto para atribuir diferentes significados a 
um objeto, Passos (2000) nos diz ainda que a criança desenvolve sua capacidade de 
abstração e começar a agir independentemente daquilo que vê, pois o jogo provoca 
um desafio na mente da mesma e a estimula a pensar antes de agir. 
Sendo assim, o jogo também possibilita a criança desenvolver habilidades 
cognitivas que lhes permite associar o que foi estudado com situações práticas do dia 
28 
 
a dia. Desse modo, pode-se dizer que o jogo é um grande aliado ao ensino da 
matemática por exemplo, utilizando-se de dinâmicas que relacionem problemas do 
cotidiano com a ludicidade o professor poderá obter grandes ganhos, como nos 
mostra Macedo (2005). 
Kishimoto (2011) afirma que a utilização do jogo potencializa o conhecimento 
adquirido e permite a exploração do conhecimento adquirido, assim, quando o 
professor utiliza-se do método lúdico para ensinar ele também está ensinando o aluno 
a relacionar a aprendizagem com momento de descontração e de prazer e 
consequentemente despertando o interesse da criança para o aprendizado. 
O jogo, enquanto atividade lúdica, além de ser prazeroso pode contribuir para 
estimular, na criança, diferentes esquemas de conhecimentos que são necessários 
para que haja a aprendizagem. Segundo Rau (2007, p.53): 
Muitos aspectos podem ser trabalhados por meio da confecção e da 
aplicação de jogos selecionados, com objetivos como: aprender a lidar 
com a ansiedade; refletir sobre limites; estimular a autonomia; 
desenvolver e aprimorar as funções neurossensoriomotoras; 
desenvolver a atenção e a concentração; ampliar a elaboração de 
estratégias; estimular o raciocínio lógico e a criatividade. 
 
 Ora, o uso de jogos educativos é essencial tanto para o professor como para o 
aluno. Um se beneficia dessa prática tornando o seu agir profissional mais dinâmico 
e didático, o outro tendo uma aprendizagem mais dinâmica e espontânea. 
 Almeida (1985) ressalta o lúdico no desenvolvimento infantil em três etapas: 
Estágio sensório-motor (compreende crianças de 0 a 2 anos), os jogos são 
caracterizados como exercícios motores, movimentos simples; Estágio pré-operatório 
(crianças de 2 a 6 anos) nesse estágio aparecem os jogos simbólicos, como imitação, 
faz-de-conta e outros; Estágio operatório (crianças a partir de 6/7 anos), nesta fase 
destacam-se os jogos com regras. 
 Ora, o brincar não se trata apenas de um passatempo, quando direcionada e 
fundamentada a brincadeira influência potencialmente no desenvolvimento da 
criança, está por vez aprende valores importantes e que podem ser levados durante 
toda a vida. 
Zacharias (2002) ressalta que a utilização de jogos no ensino serve de estimulo 
para o desenvolvimento do educando e o ensino o valor de trabalho em grupo, por 
exemplo. Por meio dos jogos educativos o aluno aprende e passa a ser um agente 
transformador. Os jogos se caracterizam como importante ferramenta educativa pois 
29 
 
eles tem o potencial de estimular a imaginação, facilitar o processo de aprendizagem, 
auxiliar no controle da emoção e no processo de criação da auto estima. 
 Para tanto o professor deve priorizar jogos que estimulem a imaginação, que 
despertem a curiosidade, que foquem em situações problemas do cotidiano, jogos que 
ofereçam desafios práticos. Ao realizar tais práticas o resultado inevitável é o 
aprendizado da criança, pois a mesma sente uma razão e necessidade durante a 
realização de jogos de exercitar a mente. Vygotsky (1999) ressalta que sobre essa 
perspectiva construtiva o jogo torna-se uma ferramenta educativa de valor inestimado. 
 O autor ainda ressalta que o jogo propicia o desenvolvimento da fala, leitura, 
concentração e pensamento, assim os jogos educativos possuem fundamentalimportância no ensino e aprendizagem, pois estes faz com que os alunos 
desenvolvam concentração, inciativa e confiança. 
 Para Rau (2007) o jogo como recurso pedagógico, deve ser contextualizado 
para o aluno através de materiais concretos e da atenção à sua historicidade, significa 
que ao definir um jogo a ser utilizado em sala de aula, o docente deve estar atento à 
sua funcionalidade, a sua aplicabilidade e a relação deste recurso com o conteúdo 
ministrado. 
 Silveira (2009, p.19) ratifica afirmando que “o uso de jogos deve ser concebido 
como uma atividade que pretende auxiliar o aluno a pensar com clareza, 
desenvolvendo a criatividade e seu raciocínio lógico”. Desse modo, o uso de 
brincadeiras, jogos e outras atividades lúdicas não devem ser utilizados com o fim em 
si próprio. Para que essas atividades tenham objetivo pedagógico, o professor precisa 
ter claro o que deseja alcançar ao utilizar-se dessas ferramentas. 
 De acordo com Lopes (2011) as mais variadas metodologias tornam-se 
ineficientes quando não são adequadas a forma de aprender da criança-educando. 
Por isso, cabe ao educador quando for definir uma atividade lúdica para ser utilizada 
no processo de ensino e aprendizagem levar em consideração a necessidade e a 
capacidade educacional de seus alunos, adequando dessa forma a sua pratica 
pedagógica ao modo de aprendizagem de seus educandos. 
 Pinho e Spada (2007) ressaltam o valor da utilização de brincadeiras em sala 
de aula como suporte ao ensino, a correta aplicação desse método gera ganhos 
significativos na aprendizagem e no psicológico do educando, tornando a 
aprendizagem mais natural e eficaz. Uma oficina de construção de dominós de 
papelão por exemplo, ensina o educando com mais facilidade a contar e somar, uma 
30 
 
vez que este consegue se concentrar por mais tempo na atividade do que escrevendo 
no caderno. 
 As oficinas pedagógicas são atividades que alinham teoria e prática e são 
infinitas as possibilidades de ensino através dessa metodologia de ensino. Uma 
oficina representa uma atividade prática onde se trabalha a criação de algo através 
de uma questão “problema”. Assim, existem várias maneiras de utilizar-se desse 
método na educação infantil, por exemplo: a construção de um calendário, através do 
ato os alunos aprendem os dias da semana, os meses do ano, a quantidade de dias 
do mês. Marcondes (2008) ressalta a importância dessa metodologia no ensino, pois 
através de oficinas os alunos constroem, se envolvem no processo e ainda aprendem. 
 Para Castro e Costa (2011) as atividades lúdicas como: jogos, brincadeiras, 
oficinas de construção, teatro de bonecos dentre outras, auxiliam na absorção dos 
conteúdos e gera consequentemente uma aprendizagem mais significativa e tem o 
poder agregar conhecimentos para as crianças que participam de tais atividades. 
 Observa-se que são infinitas as possibilidades de utilização das brincadeiras, 
jogos, dinâmicas e oficinas de construção como ferramenta pedagógica. Assim, faz-
se fundamental para o educador estudar, discutir e implementar o lúdico no contexto 
educacional, uma vez comprovada sua importância e os ganhos com a utilização 
desses métodos no ensino e na construção da aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
4 O LÚDICO NO CONTEXTO EDUCACIONAL. 
 
Neste capítulo discutiremos o lúdico dentro do ambiente escolar, sua utilização, os 
ganhos com essa prática, o papel da escola nas atividades lúdicas, o papel do 
professor enquanto mediador na prática lúdica, a importância de uma atividade 
direcionada. 
 
4.1 O Lúdico Dentro do Ambiente Escolar. 
 Para que o lúdico seja trabalhado da maneira mais eficaz possível, faz-se 
necessário que a escola oferte os meios viáveis para a prática lúdica, como: espaço 
adequado, ferramentas, recursos financeiros, material para as atividades e que o 
professor esteja preparado para lhe dar com as mais variadas personalidades, para 
interagir com todas as crianças e que tenha senso crítico apurado, para estar atento 
à todas as demandas dos educandos. 
Ensinar o lúdico é ver como o brincar na escola pode ser diferenciado 
dependendo dos contextos e situações; é buscar novas formas de 
trabalhar as informações; é ter novos paradigmas para a educação; é 
deixar de lado o modismo; é atribuir sentido e significado as ações 
educacionais; é contextualizar as brincadeiras com a vida e com o 
espaço no qual os alunos se inserem. Portanto, o brincar é uma 
ferramenta a mais que o educador pode lançar mão para favorecer o 
desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, proporcionando um 
ambiente escolar planejado e enriquecido, que possibilite a vivência 
das emoções, os processos de descoberta, a curiosidade, e o 
encantamento, os quais favorecem as bases para a construção do 
conhecimento. (SANTOS, 2014, p.7) 
 
 A autora referenciada a cima nos mostra o brincar para além de uma mera 
“coisa” de criança como a sociedade acredita ser, ela trabalha o lúdico e o brincar 
como uma ferramenta de suma importância para o educador. Ainda de acordo com 
Santos (2014), é fundamental que mesmo na escola a criança continue a brincar, para 
que possa haver um ganho significativo na aprendizagem e em suas habilidades. 
 Desse modo, o lúdico dentro do contexto escolar principalmente no que se 
refere a educação infantil deve ser incentivado pela direção, dando apoio aos 
professores no que se refere as atividades extraclasses, incentivando-os com 
capacitação, pesquisas, com materiais para a realização de atividades. Pois, para 
uma educação de qualidade é importante o compromisso, a busca por novas 
alternativas para contribuir com o ensino e a aprendizagem das crianças e através do 
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ensino lúdico se abrem novos caminhos e alternativas educativas que tornam a 
criança mais criativa, espontânea e dinâmica. 
A ideia de ludicidade no processo de ensino e a aprendizagem na 
educação infantil busca o entendimento de que a escola deve ser um 
lugar onde o aluno possa construir seu próprio conhecimento e 
dominar suas ações. No processo de ensino na pré-escola as 
atividades lúdicas são essenciais e necessárias para promover o 
desenvolvimento e a aprendizagem de modo que venham a 
transformar os conteúdos em conhecimentos expressivos para toda a 
vida. (FERREIRA, 2013, p.22). 
 
 A escola aqui é compreendida como um ambiente acolhedor e alegre, que 
propicie os meios para o desenvolvimento integral da criança, espaço no qual a 
criança tenha prazer em estar e aprender. Ambiente no qual o educador, consiga 
trabalhar de forma mais significativa o ensino, que tenha os recursos adequados para 
que o aluno possa desenvolver integralmente suas habilidades. Assim, faz-se 
necessário analisarmos o papel do educador enquanto mediador na prática lúdica, 
pois é através do trabalho e do olhar aguçado de um professor que a prática lúdica 
ocorre no ambiente escolar. 
4.2 O Papel do Professor como Mediador. 
 A utilização do lúdico como instrumento de ensino transforma o ambiente 
escolar em um local desafiador, construtivo, criativo, dinâmico e divertido. Portanto, 
analisaremos nesse tópico a relação do professor como mediador nas atividades 
lúdicas e como essas enriquecem o agir profissional do educador. 
 O educador que atua na educação infantil, precisa diariamente se apropriar de 
métodos e técnicas que facilitem o aprendizado e tornem as aulas mais dinâmicas e 
prazerosas para os pequeninos. Isso exige do professor um processo longo que 
compreende desde a escolha da atividade, adequação a idade dos alunos ao 
conteúdo e ao materiais disponíveis entre outros fatores. 
 Andrade (2012) ressalta a importância do professor trabalhar atividades lúdicas 
como ferramenta de aprendizagem e destaca que cabe a este, o professor, ter a 
consciência de que quando brinca a criança está experimentando o mundo ao seu 
redor, fazendo novas descobertas, inventando, criando e aprendendo.Assim, faz-se 
fundamental nas aulas, atividades lúdicas que promovam todos esses adjetivos dados 
às crianças, desse modo, é essencial que as atividades lúdicas propostas sejam 
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propositivas, criativas, que estimulem curiosidade e confiança, que proporcionem 
autonomia e confiança. 
 É de grande importância para o agir profissional do educador que ele seja, 
como nos diz Sacchetto (2011) um profissional critico, mediador, que proporcione 
desafios aos seus alunos, que desperte curiosidades neles, além disso, cabe ao 
professor propor ações que estimulem e incentivem seus alunos pela descoberta e 
aprendizagem. 
 Desse modo, o professor que atua na educação infantil tem como desafio e 
dever, desenvolver seu agir profissional focado em brincadeiras educativas que 
ensinem e divirtam seus alunos, atentar à idade dos educandos, incentivar a 
solucionar problemas, a serem criativos e propositivos. 
 Para Dias (2013), o professor precisa ter uma fundamentação bem estruturada, 
ter bastante atenção para que possa compreender a subjetividade e a particularidade 
de cada criança. Assim, trabalhar o lúdico permite ao educador inserir a criança no 
meio cultural, onde ela pode vivenciar a prática de acordo com a sua realidade, isso 
faz com que a criança se relacione com o ambiente escolar de maneira mais natural. 
É fundamental que o educador busque e desenvolva diferentes 
estratégias de ensino, que oportunizem o desenvolvimento social, 
cognitivo e afetivo do educando. E que também se repense em sua 
prática pedagógica, ou seja, uma sistematização da prática docente 
apoiado na ludicidade que garantam que as crianças de fato 
construam conhecimentos verdadeiros. Dessa maneira, teremos uma 
educação cujo objetivo é formar pessoas críticas e que pensam por si. 
(FERREIRA, 2013, p.11). 
 
Por isso, que o agir profissional do educador que trabalha na educação infantil 
seja guiado pela prática lúdica, pois através desta ferramenta o profissional consegue 
trabalhar o desenvolvimento da criança integralmente, obtendo ganhos significativos 
no ensino e na aprendizagem. De acordo com Ferreira (2013) a educação tem como 
papel o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, por conseguinte é de 
grande importância que o professor tenha uma formação especializada, que saiba 
mesclar a teoria à prática e esteja atento às características de cada criança e às suas 
condições de aprendizagem. 
• Possibilitar tempo, espaço e materiais para as crianças brincarem 
livremente; 
 • Escutar o que as crianças têm a dizer, fortalecendo seus 
posicionamentos e autoestima; 
 • Fomentar a autonomia durante os conflitos, para estimular o 
desenvolvimento emocional e o autoconhecimento das crianças; 
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 • Possibilitar ações físicas que motivem as crianças a ser 
mentalmente ativas; 
 • Proporcionar a troca de ideias para chegar a um acordo sobre as 
regras (...); 
• Incentivar a responsabilidade de cada criança quanto ao 
cumprimento das regras, motivar o desenvolvimento da iniciativa, 
agilidade e confiança em dizer o que sente e pensa (...) 
 (FRIEDMANN, p. 54 e 55, 2012). 
 
Dessa forma, observa-se que o papel do professor como mediador da prática 
lúdica vai além de propor uma atividade, de implementar algo em sala de aula. O papel 
do professor aqui é também o de observador, o de ajudante, daquele que está 
preparado para tirar dúvidas e ouvir questionamentos, daquele escuta as inquietações 
dos alunos, do que incentiva a curiosidade e a descoberta de novos métodos, que 
incentiva a criatividade por meios de brincadeiras, mas que também ensina sobre 
regras e responsabilidades. 
Assim, se firma o papel do educador nas práticas lúdicas de acordo com 
Fernandes (2013) ao incentivar a criança da maneira adequada, o professor vai 
desenvolver ferramentas para que aquele pequeno ser em desenvolvimento possa vir 
a ser um adulto criativo, propositivo e inventivo. Nesse processo de aprender através 
de atividades lúdicas, que despertam interesse e curiosidade nos alunos, o professor 
tem papel de fundamental importância como mediador, sabendo utilizar o lúdico como 
ferramenta corretamente, o educador auxilia a criança no processo de aprendizagem, 
fazendo com que essa se desenvolva nos mais variados aspectos e propiciando uma 
educação integral e de qualidade. 
 
4.3 As Contribuições do Ensino Lúdico no Ensino e Aprendizagem. 
 Já discorremos ao longo dessa pesquisa a importância do lúdico no ensino, os 
ganhos que os professores tem ao utilizar-se desse método e porque ele faz-se 
importante no ensino das crianças. Mas, além de todos esses benefícios, o ensino 
através da prática lúdica tem se mostrado eficaz devido os seus ganhos na 
aprendizagem. A utilização das atividades lúdicas em sala de aula vem crescendo a 
cada dia dentro das instituições, pois este método oferece aprendizagem e incentivo 
à descobertas para os estudantes. 
 Santos (2011) diz que a ludicidade deve ser incentivada nas práticas 
educacionais pois o brincar é a essência da infância, seu uso pedagogicamente 
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falando permite a produção e a fixação do conhecimento, ou seja, representa um 
enorme ganho no ensino, pois facilita o diálogo do professor com a criança e na 
aprendizagem, uma vez que esta através do lúdico ocorre de forma mais natural e 
facilitada. Assim, pode ser até soar repetitivo ou adagio popular, mas após leituras 
extensas e pesquisas a respeito da temática, baseando-se nos pesquisadores e 
autores da temática é possível dizer que a criança aprende brincando, pois em 
momento de distração, no qual ela se diverti, ela também interage com o professor 
com mais qualidade gerando ganhos exponenciais na aprendizagem e concentração. 
As crianças que estão na educação infantil são peritos em brincar, por esse 
motivo, jogos, brincadeiras, oficinas e dinâmicas devem fazer parte do dia a dia da 
sala de aula dos pequeninos, onde o lúdico pode ser trabalhado de forma 
interdisciplinar enriquecendo a prática pedagógica do docente e o aprendizado dos 
alunos, assim, percebe-se que o lúdico é uma ferramenta enriquecedora e benéfica 
tanto para o aluno como para o professor. O educador possui através da ferramenta 
lúdica infinitas possibilidades para tratar conteúdos disciplinares e interdisciplinares, 
através dessa ferramenta, o educador também tem a oportunidade de conhecer mais 
o aluno e quando possível ajudá-lo a compreender problemáticas além dos conteúdos 
didáticos. 
 O ato de brincar é um meio pelo qual animais e seres humanos exploram as 
mais variadas experiências nas situações mais diversas e para diferentes propósitos. 
Para Moyles (2002) quando um adulto adquire um novo equipamento, ele prefere 
brincar (sair testando aleatoriamente) com as funcionalidades e controles deste ao ler 
o manual de instruções por completo. 
O brincar deve ser valorizado por aqueles envolvidos na educação e 
na criação das crianças pequenas, fazendo a escolha dos materiais 
lúdicos que são reservados no brincar, cujo objetivo deve ter seu efeito 
sobre o desenvolvimento da criança. Porque muitas crianças chegam 
à escola maternal incapazes de envolver-se no brincar, em virtude de 
uma educação passiva que via o brincar como uma atividade 
barulhenta, desorganizada e desnecessária. HOLTZ (1998,p.12) 
 
Observa-se com as palavras do autor referenciado a cima que na maioria das 
vezes os adultos não reconhecem e não dão a devida importância ao ato de brincar. 
Porém, este é um ato de imenso valor para criança e que se usado da maneira correta 
e com as ferramentas adequadas torna-se um ato de divertimento e educação. Ainda 
de conformidade com o autor supracitado, o ato de brincar não é apenas um momento 
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de divertimento barulhento e desorganizado, na verdade o brincar trata-se de uma 
excelente oportunidade para o aprendizado, para novas descobertas e experiências. 
Pesquisasrecentes ressaltam a importância do brincar, dos jogos e de 
atividades lúdicas no desenvolvimento infantil. Como ressalta o Estatuto da Criança, 
é um direito de toda criança de brincar e diverte-se e cabe a sociedade garantir a 
efetivação desse direito. 
Quando a criança brinca, e se relaciona com brinquedos educativos 
ela é levada pela mediação do professor e a partir disso, ela cria, 
experimenta, monta, usa a imaginação e através disso ela começa a 
distinguir a diferença entre certo e o errado, assim ela começa a refletir 
e superar suas limitações. (RODRIGUES E ROSIN, 2007, p. 11) 
 
Assim entende-se que o lúdico como ferramenta pedagógica está associado ao 
uso de dinâmicas, jogos, brincadeiras, criatividade, interesse no conteúdo de forma 
prazerosa, ajudando assim ao educando a desenvolver habilidades. Assim, essa 
ferramenta é utilizada como método para facilitar a construção da aprendizagem, 
possibilitando ao educando despertar autonomia, estímulos, alegria, diversão, 
identidade entre outras habilidades. 
Para Vasconcelos (2005) o lúdico no processo de ensino proporciona para o 
educando o desenvolvimento da aprendizagem aliada a criatividade, além de gerar 
mais vontade de aprender e participar da aula, o aluno deixa de ser um mero 
espectador e passa a interagir, trocar ideias e dialogar sobre o conteúdo. Dessa 
maneira, o lúdico também possibilita ao aluno desenvolver sua imaginação e 
socialização, principalmente por estarem interagindo com outras crianças. 
De acordo com Piaget (1998) a atividade lúdica é primordial na educação das 
crianças, pois esta é um “berço obrigatório” que estimula a aprendizagem da criança, 
visto que ensina a mesma sobre regras, limites, possibilidades, interação, observação. 
Diversos são os ganhos na aprendizagem tanto para o docente e para o discente 
através dos recursos pedagógicos lúdicos. Uma vez que esta ferramenta facilita e 
dinamiza o trabalho de ensino do educador, torna a aprendizagem mais dinâmica para 
o aluno. 
No contexto educacional o brincar proporciona meios de aprendizagem, assim 
o lúdico como ferramenta de ensino e aprendizagem é um estimulo para o aluno, uma 
vez que através do mesmo consegue-se trabalhar diversas áreas do desenvolvimento 
infantil, além de despertar em potencial o interesse da criança pelo assunto trabalhado 
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em sala de aula tornando a aprendizagem mais eficiente e eficácia como nos diz Lima 
(1998). 
Diante do exposto, percebe-se que são inúmeros os benefícios e ganhos para 
alunos e professores da utilização dessa prática pedagógica em sala de aula, ganhos 
para o profissional e para o educando. Por isso, o incentivo diário a prática lúdica faz-
se necessário, através da formação continuada dos educadores e por meio da escola, 
oportunizando aos professores espaço adequado, materiais e apoio nas atividades 
lúdicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Através das pesquisas bibliográficas para a realização deste trabalho, ficou 
claro a importância de se utilizar o lúdico como ferramenta pedagógica de ensino na 
Educação Infantil. Nessa etapa do ensino, professores lidam com crianças de 2 a 5 
anos, peritas na arte de brincar. Compreender o lúdico como ferramenta de ensino, é 
entender a possibilidade educativa e pedagógica por trás de jogos, brinquedos, 
brincadeiras e atividades lúdicas que envolvam momentos de distração e 
aprendizagem. 
Apesar dos altos ganhos com a prática lúdica, no país a visibilidade dessa 
ferramenta de ensino ocorreu historicamente com a valorização da educação infantil. 
Como o estudado, as crianças por muito tempo eram visualizadas como adultos em 
miniaturas e não se tinha a preocupação de atividades especificas voltadas para os 
pequenos, em certos momentos as crianças trabalhavam com os pais para 
complementar a renda da família. Com o reconhecimento dos direitos das crianças, 
diversos manifestos passaram a ser feitos para garantir o direito das mesmas à 
educação de qualidade. 
Assim, iniciou-se um longo processo de lutas sociais pela educação infantil, a 
promulgação da LDB (1961), da Constituição Federal (1988) e do Estatuto da Criança 
e do Adolescente (1991) são considerados grandes marcos no que se refere a 
garantia de direitos das crianças e principalmente no que se refere à educação. 
Por conseguinte à garantia de direitos, inicia-se um processo de valorização da 
educação das crianças. Com isso, novos métodos de ensino passam ser adotados, 
uma vez que no passado a educação das crianças tinha caráter meramente 
assistencialista. Agora, a preocupação passa a ser a criança de forma integral, o 
desenvolver-se emocionalmente, psicologicamente, socialmente e culturalmente. 
Dessa forma o lúdico ganhou mais espaço na educação, passou a permear 
debates e discussões em espaços acadêmicos no que se refere a métodos 
facilitadores do ensino, porém, vale lembrar que o estudo do lúdico não é uma 
novidade da sociedade contemporânea, esse técnica de ensino para as crianças já 
era utilizada e estudada por filósofos como Platão e Comênio. 
Essa metodologia, contribui significativamente para o desenvolvimento integral 
da criança. Através do lúdico, a criança aprende de maneira mais simples, pois uma 
brincadeira desperta nela interesse, curiosidade, a estimula a socializar e 
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compartilhar, assim o lúdico invade o universo da criança, o brincar e o transforma em 
ferramenta pedagógica que enriquece a prática profissional, fortalecendo e tornando 
o ensino mais fácil e dinâmico. 
Por meio de brinquedos, brincadeiras, jogos, oficinas, teatro de bonecos, 
músicas e outras atividades lúdicas a criança aprende através do divertimento, pois, 
na idade escolar da Educação Infantil é impossível separar a criança do ato de brincar. 
Desse modo o professor, por meio do lúdico facilita a sua prática e tem ganhos 
significativos na aprendizagem das crianças. 
Vale ressaltar a relevância desse estudo e dessa discussão pertinente no meio 
acadêmico, pois é de suma importância a necessidade de refletir e refazer sempre 
que necessária a pratica educativa do professor no processo de ensino e 
aprendizagem na educação infantil. 
Assim, concluímos que o lúdico como ferramenta de ensino é muito importante 
e eficaz para o desenvolvimento da criança e de suas habilidades cognitivas, afetivas 
e sociais, dessa forma pode-se dizer que a prática contribui para o desenvolvimento 
integral da criança. Portanto, é essencial que os professores percebam que o lúdico 
vai além do brincar e do divertimento, pois essa prática exige uma intencionalidade e 
planejamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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