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Felipe A. Dal’Agnol felipeandalagnol@gmail.com Fisiologia da Bile hepática mailto:felipeandalagnol@gmail.com - o fígado secreta 600 - 1000 ml/dia de bile - a bile possui duas funções de destaque: 1. importante para digestão e absorção de gordura. Não existem enzimas que fazem a digestão, mas sim ácidos biliares, que: - ajudam a emulsificar as grandes partículas de gorduras a muitas partículas diminutas, cujas superfícies são atacadas pelas lipases do suco gástrico - ajudam na absorção dos produtos finais da digestão das gorduras através da membrana da mucosa intestinal 2. a bile é um meio de excreção de diversos produtos do sangue, incluindo, especialmente, a bilirrubina, produto final da destruição da hemoglobina e o colesterol em excesso Introdução Anatofisiologia da secreção biliar hepatócitos secretam a solução inicial (contém grandes quantidades de ácidos biliares, colesterol e outros constituintes orgânicos) → secretados aos canalículos biliares BILE NOS CANALÍCULOS DUODENO VESÍCULA DUCTO BILIAR COMUM DUCTO HEPÁTICO DUCTOS BILIARES TERMINAIS Anatofisiologia da secreção biliar - nesse caminho, a 2ª porção da secreção hepática é acrescentada: - solução aquosa de Na+ e HCO3- - secretada pelas células epiteliais que revestem os canalículos e ductos - aumenta o volume da bile em 100% ou mais - essa segunda secreção é, especialmente, estimulada pela secretina Armazenamento e contração da vesícula biliar - há secreção contínua pelos hepatócitos (maior parte vai à vesícula biliar) - volume máximo: 30-60 ml na vesícula - contudo, até 12 horas de secreção de bile (em geral, +/- 450 ml) podem ser armazenadas na vesícula biliar porque a água, o sódio, o cloreto e grande parte dos eletrólitos menores são, continuamente, absorvidos pela mucosa da vesícula biliar, concentrando os constituintes restante da bile, que são: 1. sais biliares 2. bilirrubina 3. colesterol 4. lecitina - a grande parte da absorção na VB é causada pelo transporte ativo de sódio através do epitélio da VB, seguido pela absorção secundária de íons cloreto, água e muitos outros constituintes difusívies. A bile é, comumente, concentrada por cerca de 5x, podendo chegar ao máximo de 20x Composição da bile O esvaziamento da Vesícula Biliar (CCK) GORDURA NO DUODENO CCK NO SANGUE CÉLULAS ACINARES DO PÂNCREAS CONTRAÇÕES DA VESÍCULA - no começo da digestão a vesícula começa a esvaziar, especialmente quando a gordura chega ao duodeno (+/- 30 min após ingesta) - contrações rítmicas da parede + relaxamento de Oddi → esvaziamento - NCX e SNE → Ach → contrações (em menor intensidade) - quando não há gordura no quimo, o esvaziamento é lento - quando há gordura, em quantidades significativas, há o esvaziamento total, o leva em torno de 1h - as células hepáticas sintetizam cerca de 6 gramas de sais biliares por dia - colesterol (dieta ou sintetizado pelas células hepáticas) é o precursor dos sais - colesterol → ácido cólico e ácido quenodesoxicólico - em quantidades quase iguais - geralmente se ligam à glicina → ácidos biliares glicoconjugados - as vezes, com taurina → ácidos biliares tauroconjugados - os sais desses dois últimos ácidos, especialmente os sais de sódio, são, então, secretados para a bile Funções dos sais biliares na digestão e absorção de gorduras Funções dos sais biliares na digestão e absorção de gorduras - duas ações de destaque dos sais: 1. ação detergente sobre as partículas de gordura. Isso diminui a tensão superficial das gotas de gordura e permite que a agitação no trato intestinal as quebre em partículas diminutas, o que é denominado função emulsificante ou detergente dos sais biliares 2. até mais importante, ajudam na absorção de: - ácidos graxos - monoglicerídeos - colesterol - outros lipídeos pelo trato intestinal - os sais fazem isso ao formar complexos físicos bem pequenos com esses lipídeos, as micelas, que são semissolúveis no quimo, devido às elétricas dos sais biliares. Os lipídeos intestinais são “carregados” nessa forma para a mucosa intestinal, de onde são, então, absorvidos pelo sangue - sem a presença dos sais biliares no trato intestinal, até 40% das gorduras ingeridas são perdidas nas fezes, e a pessoa, muitas vezes, desenvolve déficit metabólico em decorrência da perda desse nutriente Funções dos sais biliares na digestão e absorção de gorduras - 94% dos sais são reabsorvidos pelo intestino delgado - metade por difusão (pela mucosa, porções iniciais do intestino delgado) - metade por transporte ativo (pela mucosa, no íleo distal) - entram no sangue porte e retornam ao fígado - no fígado, em uma só passagem pelos sinusóides, esses sais são, quase totalmente, absorvidos pelas células hepáticas e secretados, de novo na bile - os sais fazem isso cerca de 17x antes de serem eliminados nas fezes - o que se perde nas fezes, as células hepáticas repõem - a produção da bile é controlada pela disponibilidade - quanto mais bile se tem, menos se produz (momentâneo) Circulação êntero-hepática dos sais biliares - no processo de secreção dos ácidos biliares, cerca de 1-2g de colesterol/dia vai junto - o colesterol é, quase completamente, insolúvel em água, mas os sais biliares e a lecitina na bile se combinam, fisicamente, com o colesterol, formando micelas ultramicroscópicas em solução coloidal - quando a bile se concentra na vesícula biliar, os sais biliares e a lecitina se concentram, proporcionalmente, ao colesterol, o que mantém o colesterol em solução - sob condições anormais, o colesterol pode se precipitar na VB, formando cálculos biliares de colesterol Secreção hepática de colesterol e formação de cálculos - a quantidade de colesterol na bile é determinada, em parte, pela quantidade de gorduras que a pessoa ingere porque as células hepáticas sintetizam colesterol, como um dos produtos do metabolismo das gorduras - dieta rica em gordura crônica tende à cálculos - a inflamação do epitélio da VB, muitas vezes, em consequências de infecção crônica de baixo grau, pode, também, alterar as características absortivas, podendo absorver excessivamente H2O e sais biliares, mas não colesterol - primeiro, precipita em pequenos cristais, depois os grandes cálculos Secreção hepática de colesterol e formação de cálculos Felipe A. Dal’Agnol felipeandalagnol@gmail.com Fisiologia da Bile hepática mailto:felipeandalagnol@gmail.com
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