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João Paulo Lima Borges de Souza Conversão Eletromecânica A importância do rendimento de motores e da automação, para implantação de sistemas de gestão de energia, na eficiência energética de processos industriais. Redenção – CE Janeiro/2020 1 1. INTRODUÇÃO Segundo dados da CNI (Confederação nacional da indústria), os motores elétricos são responsáveis por cerca de 68% do consumo de energia elétrica nas empresas, devido principalmente pela idade dos parques industriais do país, que em média tem 17 anos, isso ocasiona naturalmente a alta idade dos motores elétricos utilizados. Esses dados levaram o governo brasileiro em agosto de 2017 a publicar no diário da união a portaria interministerial que validaria o chamado programa de metas para motores elétricos trifásicos de indução, que consistia em adequar as empresas a novos parâmetros no que diz respeito a fabricação, importação, comercialização e utilização de motores descritos na portaria. A modernização proposta pela portaria interministerial n° 1 com o foco nos motores elétricos, pode levar os polos industriais brasileiros a uma significante redução dos custos operacionais, bem como uma redução em até 60% no consumo de energia, além dos ganhos socioambientais. Esses ganhos podem ser alcançados com o uso de técnicas e modelos de sistemas de gestão da energia (SEG), que são de fato um conjunto de elementos que cooperam entre si para estabelecer processos e políticas energéticas, em prol de um objetivo, a eficiência energética. O uso de SEG’s na indústria brasileira deve seguir os parâmetros dispostos na norma brasileira 50001, Sistemas de Gestão de Energia – Requisitos com Orientações Para Uso. Esta norma tem o objetivo de habilitar as organizações a estabelecerem sistemas e processos necessários para melhorar o desempenho energético em geral de suas atuações, levando-as a redução das emissões de gases do efeito estufa, melhoria no uso e consumo de energia, e outros impactos socioambientais. 2 2. DESENVOLVIMENTO Tendo em vista os dados apresentados anteriormente, podemos analisar a importância do rendimento de motores e da automação de processos, para a implantação de sistemas de gestão de energia, na eficiência energética de processos industriais. Por definição, a eficiência energética é a relação quantitativa entre uma saída de desempenho, serviços, produtos ou energia e uma entrada de energia. Sendo a entrada e a saída especificadas em quantidade e qualidade, e com parâmetros mensuráveis. Para se obter um nível satisfatório na eficiência energética, uma organização deve estabelecer objetivos e ações claras, e por isso a NBR 50001 busca nortear as organizações para que elas consigam alcançar esses objetivos, que são específicos para cada empresa, independente do seu ramo de atuação, condições geográfica, sociais e culturais. A norma se baseia na estrutura de melhoria contínua PDCA (Plan-Do-Check-Act, no português literal, Planejar- Fazer-Verificar-Agir), que pode ser descrito desta maneira: - Plan (Planejar): Executar a revisão energética de todos os seus e estabelecer planos de ação de gestão de energia - Do (Fazer): Realizar os planos determinados. - Check (Verificar): Monitorar e medir a eficácia dos planos realizados, divulgando resultados, satisfatórios ou não. - Act (Agir): Tomar ações que melhorem os resultados, principalmente os não satisfatórios, iniciando novamente o ciclo do PDCA em busca sempre de avanços. A norma em si pode ser aplicada para qualquer tipo de indústria e seus processos, porém, focando no uso de motores elétricos, é possível determinar ações básicas, seguindo o modelo proposto pela norma. Isso porque como os dados apresentados mostram uma grande deficiência na indústria em relação aos motores elétricos, e é de grande importância a melhoria desde a análise e compra de um motor para uma organização, até a sua utilização. Pensando na eficiência energética, uma indústria precisa levar em consideração não só o custo para a aquisição de um motor, e sim todas as despesas durante a sua vida útil, para isso é preciso analisar corretamente as demandas da empresa, para se fazer uma boa escolha. As vezes um motor com um custo de aquisição mais elevado e com alto rendimento, ou seja, mais oneroso, proporciona um retorno financeiro melhor comparado a uma escolha mais barata e de menor rendimento. Isso se dá pelo fato de que os custos de aquisição e manutenção de um motor representam apenas 3 a 5% de suas despesas gerais, enquanto o custo de consumo de energia elétrica representa 95%. Pensando nisso e adequando-se para a norma 50001 uma empresa pode cumprir o primeiro passo do SGE proposto, ao planejar-se para realizar uma substituição de motores antigos por modelos de alta eficiência, com um dimensionamento correto para suas demandas, e planejar também a automação de seus processos. Em seguida fazer o uso de técnicas para o bom uso e prolongamento da vida útil do motor de alta eficiência adquirido, como por 3 exemplo, utilizar variadores eletrônicos de velocidade, para ajudar o motor a trabalhar em sua faixa de máxima eficiência, evitar superaquecimento do motor, o instalando em local com ventilação adequada, ou alterando sua planta de instalação, realizar as manutenções preventivas regularmente, para se reduzir custos e desperdícios. Seguindo com o Sistema de gestão de energia a organização pode então verificar e medir os dados das ações realizadas, analisando os pontos positivos e negativos das ações tomadas e com base nesses dados, proporcionar informação e capacitação para seus colaboradores visando melhorias. 4 3. CONCLUSÃO Conclui-se que é possível alcançar ótimos resultados de eficiência energética nos processos industriais de uma organização, ao seguir os parâmetros dispostos nas normas, portarias e conhecimentos acadêmicos, e que seguir esses parâmetros é vantajoso no ponto de vista econômico, ambiental e sociocultural para a indústria, levando em consideração apenas as sugestões anteriores no uso de SEG’s somente em processos com motores, o que pode ser melhorado com aplicações em outras áreas de uma organização, potencializando ainda mais a sua eficiência energética em geral.
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