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Conselhos de Medicina

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
CONSELHOS DE MEDICINA 
 
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRM) constituem, em 
conjunto, uma autarquia, sendo cada um deles dotado de personalidade jurídica de direito público, além de autonomia 
administrativa e financeira. Os Conselhos já haviam sido instituídos pelo Decreto-Lei nº 7.955, de 13 de setembro de 
1945, e adquiriram suas características atuais a partir da Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957. 
O CFM tem sua sede na Capital da República, sendo dotada de jurisdição em todo o território nacional, e a ele 
ficam subordinados os Conselhos Regionais de cada Estado, com jurisdição sobre os respectivos Estados e Distrito 
Federal. 
Os Conselhos são mantidos por contribuições anuais obrigatórias de todos os que exercem a Medicina no Brasil. 
A função de Conselheiro é privativa de médicos, que são eleitos por seus pares para mandato meramente honorífico, 
sem qualquer remuneração. Para isso, é obrigado ao profissional médico ser filiado aos CRM de cada Estado onde 
trabalha, sem haver limites, ou seja, um médico, no Brasil, pode ser associado aos 27 Estados brasileiros, com tanto que 
tenha trabalho em todos. Portanto, ser filiado ao CRM é o básico da autorização legal para exercer a medicina e é este 
órgão que determina os moldes e limites para quais o médico pode exercer legalmente a sua profissão. 
 
OBS
1
: Deve-se ressaltar o fato que os Conselhos de Medicina não são órgãos de defesa da classe médica por se 
tratarem de órgãos do Governo. Uma vez pertencendo ao Governo, é função do Conselho servir e prezar pelo bem da 
sociedade. Conclui-se, então, que o CRM e CFM são instituições governamentais responsáveis por julgar as infrações 
éticas em geral causadas pela classe médica. 
OBS²: O órgão competente para a função de defesa da classe médica é a Associação Médica Brasileira (AMB). 
 
Além das funções cartoriais, como o registro profissional do médico e de seus títulos, o Conselho Federal e os 
Conselhos Regionais de Medicina são, nos termos da Lei, os órgãos supervisores da ética profissional e julgadores e 
disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito 
desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. 
Para cumprir suas funções legais, os Conselhos Regionais funcionam como tribunais, apreciando denúncias 
contra médicos e instaurando processos ético-profissionais quando existem indícios de infração ética. As apenações, na 
forma da lei, podem consistir em advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício 
profissional até 30 dias e cassação do exercício profissional. Das decisões dos Conselhos Regionais, cabe recurso ao 
Conselho Federal. 
 
 
BREVE HISTÓRICO 
 Antes da criação dos Conselhos, em 1945, havia uma dúvida em questão: se era mais apropriado para o 
momento a criação de Conselhos ou a criação da Ordem dos Médicos do Brasil. Nesse contexto, em 1937, nascia o 
Projeto 41, elaborado pelo deputado e médico, Abelardo Marinho, que dizia no seu art. 1°: 
 Art. 1°. A ordem dos médicos do Brasil é o órgão de seleção e disciplina da classe médica no país, tutelar dos 
seus direitos e interesses morais e econômicos. [Esse artigo dava o poder à Ordem Médica, que viria a ser 
instituída, de realizar provas para que os recém diplomados médicos serem selecionados para só assim, 
poderem exercer a profissão, assim como ocorre com advogados por meio da prova da OAB – Ordem dos 
Advogados do Brasil] 
 
Em 1938, outro projeto, agora elaborado por entidades médicas (comissão ministerial), com base em anteprojeto 
apresentado por delegados da Academia Nacional de Medicina, da Associação Médica Paulista de Medicina e do 
sindicato Médico Brasileiro, tentou aprovar a Ordem dos Médicos, mas também não foi aprovada. Segundo esse projeto 
a Ordem dos Médicos também teria poderes para tratar dos assuntos éticos e econômicos. 
Nesse momento, a prática médica foi dividida em teses fundamentadas nos seguintes argumentos: não é 
possível aplicar, dentro de uma mesma instituição, a defesa dos interesses patrimoniais e a defesa dos interesses éticos. 
Com isso, viu-se a necessidade de criar dois órgãos distintos: um órgão para fiscalizar o exercício ético da profissão e 
um outro criado para a defesa de possíveis infrações cometidas pela classe médica (AMB), sendo este responsável por 
defender os interesses patrimoniais. 
Com isso, em 1945, foram criados os Conselhos de Medicina, sendo instituído pelo Decreto-lei n°7.955, de 13 de 
setembro de 1945. Mais de 10 anos depois, esse decreto foi regularmentado pela Lei n° 3.268, de 30 de setembro de 
1957 e, um no ano seguinte, esta Lei se referiu a um regulamento, o Decreto n° 44.045 de 19 de julho de 1958. Com 
isso, nos dias atuais, do ponto de vista prático, são essas duas leis que normatizam o exercício da profissão médica. 
Observe o que relata o artigo 1º e 2º da Lei n° 3.268/1957: 
Arlindo Ugulino Netto. 
BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
 Artigo 1° - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina, instituídos pelo Decreto-Lei n.°7.955, de 
13 de setembro de 1945, passam a constituir em seu conjunto uma autarquia, sendo cada um deles dotado de 
personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira. [Lembrado que estes 
órgãos não são responsáveis pela defesa da classe médica, mas sim, uma autarquia do Estado que trabalha 
pelos interesses da sociedade. São, portanto, órgãos públicos que defendem os interesses da sociedade no que 
tangem o exercício da profissão médica] 
 Artigo 2° - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina são órgãos supervisores da ética 
profissional em toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-
lhe zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo 
prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. [Isso significa que o poder dos 
Conselhos vai muito mais além que fiscalizar e punir médicos: qualquer quebra da Lei que repercuta os 
exercícios da medicina (como desvios de verba, má prestação de serviços médicos à comunidade, por exemplo) 
e que haja interesse da sociedade em geral, é responsabilidade desses órgãos públicos] [Quando a classe 
médica se contrapõe aos interesses da sociedade, é dever dos Conselhos se voltar para a comunidade] 
 
Após a criação dos Conselhos, ainda houve outras tentativas de criar a Ordem (como em 1951-52 – Após a 
criação dos conselhos de medicina, pelo Decreto-lei n°7.955/45). Atualmente há a tentativa de fundir a AMB ao CFM, 
constituindo a Ordem dos Médicos do Brasil. 
Em 30 de setembro de 1957, foi promulgado o Decreto-Lei 3.268, que fez com que os conselhos de Medicina se 
tornassem uma autarquia dotada de personalidade jurídica, com autonomia financeira e administrativa - modelo 
institucional que continua existindo até hoje. O mesmo Decreto de 1957 obrigava os médicos a terem seu registro no 
respectivo Conselho Regional de Medicina. Só assim poderiam emitir atestados de óbito e saúde reconhecidos pelos 
poderes públicos. 
O período compreendido entre 1927 e 1957 engloba o processo de criação do Conselho de Medicina, a 
promulgação de três códigos de ética (1931/1945/1957) e traduz a lenta e profunda transformação por que passou a 
organização do mercado de trabalho, a relação médico-paciente e a prática profissional de maneira mais ampla. 
 A questão que se faz agora é: por que tamanho interesse em se instituir a Ordem dos Médicos? A resposta pode 
ser encontrada ao definirmos melhor a AMB e a própria OAB. 
 
 
ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB) E ORDEM DOS MÉDICOS DO BRASIL (OMB) 
ASSOCIAÇÃOMÉDICA BRASILEIRA (AMB) 
PRIMEIRO ESTATUTO SOCIAL - CAPÍTULO I – TÍTULO, FINALIDADE, SEDE E ORGANIZACÃO GERAL 
 Artigo 1º. A Associação Médica Brasileira – AMB – fundada em 26 de janeiro de 1951, com sede e foro na cidade 
de São Paulo, Estado de São Paulo, é uma sociedade civil, sem finalidades lucrativas, que congrega profissionais 
de medicina em todo território nacional. [A AMB é um órgão majoritariamente de defesa de Classe] 
 Artigo 2º. São finalidades da Associação: 
a) Congregar os médicos do país para o objetivo de defesa da classe no terreno científico, ético, social e 
econômico; 
b) Contribuir para solução dos problemas médicos sociais; 
c) Orientar o público na procura de melhor assistência médica e médico-sanitária. 
 
 Tem-se, então, os dois lados da moeda: uma instituição responsável por julgar infrações médicas, os Conselhos 
de Medicina; e um órgão competente na defesa da mesma classe, a AMB. Para entender o desejo de se criar a OMB, 
observe os preceitos da OAB: 
 
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) - Título ll 
DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - Capítulo l 
DOS FINS E DA ORGANIZAÇÃO 
 Artigo 44. A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma 
federativa, tem por finalidade: 
I - Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça 
social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da 
cultura e das instituições jurídicas; 
II- Promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a 
República Federativa do Brasil. [O termo “seleção” pré-descrito fornece a OAB o poder de realizar provas 
seletivas para os advogados antes que estes possam exercer a profissão]. 
§ 1° A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. 
§ 2° O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
 A OMB viria a ser um órgão responsável por selecionar os médicos que poderiam exercer a sua profissão, além 
de fusionar, efetivamente, os órgãos julgadores e defensores da classe médica. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
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OBS
3
: É importante deixar claro que o CRM pode sim “defender” a classe médica, mas isso só ocorre se for como 
consequência a um bem maior da sociedade. Por exemplo, o CRM pode solicitar o aumento de salário para os médicos 
somente no intuito de melhorar as condições de trabalho dos mesmos para que, desse modo, haja uma melhora no 
atendimento à sociedade. 
 
 
CONSELHOS DE MEDICINA 
LEI N° 3.268/1957 
 Artigo 2° - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina são órgãos supervisores da ética 
profissional em toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhe 
zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestígio e 
bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. 
 Art. 3º Haverá na Capital da República um Conselho Federal, com jurisdição em todo o Território Nacional, ao qual 
ficam subordinados os Conselhos Regionais; e, em cada capital de Estado e Território e no Distrito Federal, um 
Conselho Regional, denominado segundo sua jurisdição, que alcançará, respectivamente, a do Estado, a do 
Território e a do Distrito Federal. 
 Art. 15. São atribuições dos Conselhos Regionais: 
b) manter um registro dos médicos, legalmente habilitados, com exercício na respectiva Região; 
c) fiscalizar o exercício da profissão de médico; 
d) conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades que 
couberem; 
h) promover, por todos os meios e o seu alcance, o perfeito desempenho técnico e moral da medicina e o 
prestígio e bom conceito da medicina, da profissão e dos que a exerçam; 
 Art. 22. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos seus membros são as seguintes: 
 a) advertência confidencial em aviso reservado; 
 b) censura confidencial em aviso reservado; 
 c) censura pública em publicação oficial; 
 d) suspensão do exercício profissional até 30 (trinta) dias; 
 e) cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal. 
 Art. 35 O Conselho Federal de Medicina elaborará o projeto de decreto de regulamentação desta lei, 
apresentando-o ao Poder Executivo dentro em 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação. 
 
DECRETO N° 44.045/1958 
 Art. 1° – Fica aprovado o Regulamento do Conselho Federal de Medicina e Conselhos Regionais de Medicina 
que, assinado pelo Ministro de Estado dos Negócios da Saúde, com este baixa. 
 
REGULAMENTO A QUE SE REFERE À LEI N° 3.268/1957 
 Art. 1° – Os médicos legalmente habilitados ao exercício da profissão em virtude dos diplomas que lhes forem 
conferidos pelas Faculdades de Medicina oficiais ou reconhecidas do país só poderão desempenhá-lo 
efetivamente depois de inscreverem-se nos Conselhos Regionais de Medicina que jurisdicionarem a área 
de sua atividade profissional. [Isso significa que, para a realização legal do exercício médico, o indivíduo 
deve ser diplomado e apresentar filiação nas jurisdições (Estados) que exercerá profissão] 
Parágrafo único - A obrigatoriedade da inscrição a que se refere o presente artigo abrange todos os 
profissionais militantes, sem distinção de cargos ou funções públicas. 
 Art. 2º - O pedido de inscrição do médico deverá ser dirigido ao presidente do competente Conselho Regional 
de Medicina, com declaração de: filiação; e faculdade de medicina pela qual se formou, sendo obrigatório o 
reconhecimento da firma do requerente. 
§1º - O requerimento de inscrição deverá ser acompanhado de seguinte documentação: original ou fotocópia 
autenticada do diploma de formatura devidamente registrado no Ministério da Educação e Cultura; prova de 
quitação com o serviço militar (se for varão); prova de habilitação eleitoral; prova de quitação do imposto 
sindical; prova de revalidação do diploma de formatura, de conformidade com a legislação em vigor, quando o 
requerente, brasileiro ou não, se tiver formado por Faculdade de Medicina estrangeira. [Note que entre os 
documentos, não é solicitado nenhum comprovante de aprovação de prova de Ordem] 
§3º - Além dos documentos especificados nos parágrafos anteriores, os Conselhos Regionais de Medicina 
poderão exigir dos requerentes ainda outros documentos que sejam julgados necessários para a 
complementação da inscrição. 
 Art. 6° – Fica o médico obrigado a comunicar ao Conselho Regional de Medicina em que estiver inscrito a 
instalação do seu consultório, ou local de trabalho profissional, assim como qualquer transferência de sede, 
ainda quando na mesma jurisdição. 
 Art. 7° – Os profissionais inscritos de acordo com o que preceitua a Lei n° 3.268, de 30 de setembro de 1957, 
ficarão obrigados ao pagamento de anuidades a serem fixadas pelo Conselho Federal de Medicina. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
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§ 1° – O pagamento da anuidade será efetuado até o dia 31 do mês de março de cada ano, salvo no 
primeiro ano, quando será feito na ocasião da expedição da carteira profissional do interessado. 
§ 2° – O pagamento de anuidades fora do prazo prescrito no parágrafo antecedente será efetuado com 
acréscimo de 20% (vinte por cento) da importância fixada. 
 Art. 17 – As penas disciplinares aplicáveis aos infratores da ética profissional são as seguintes: 
a) advertência confidencial, em aviso reservado; 
b) censura confidencial, em aviso reservado; 
c) censura pública em publicação oficial; 
d) suspensão do exercício profissional, até 30 (trinta) dias; e 
e) cassação do exercício profissional. 
 
Os Conselhos de Medicina são, portanto, órgãos que funcionam visando os melhores interesses das seguintes 
classes, emordem hierárquica: interesse da sociedade, interesses do estado e interesses dos médicos. Para isso, o 
CFM pode até se opor aos interesses do governo, contanto que os interesses da sociedade, em geral, sejam atendidos. 
 
 
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA – ATO MÉDICO 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL / 1988 
 
 Art. 5º - Inc. XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. [Esta “lei” refere-se à Lei nº 3.268/1957 que estudamos anteriormente, que 
citava, como pré-requisitos para o exercício legal da profissão: diploma e inscrição em Conselhos na jurisdição 
onde irá atuar] 
 
Como conclusão, para a regulamentação da profissão médica, de acordo com a Lei 3.268/1957, os requisitos 
legais para o exercício da medicina: dos diplomas que lhes forem conferidos pelas Faculdades de Medicina oficiais ou 
reconhedicas do país, mas só poderão desempenhá-la efetivamente depois de inscreverem-se nos Conselhos 
Regionais de Medicina que jurisdicionarem a área de sua atividade profissional. Porém, para que esses requisitos 
fossem efetivos, a legislação passou pelas seguintes fases: 
 1932 – Decreto nº 20.931/32: Regula e fiscaliza o exercício da medicina, da odontologia, da medicina veterinária 
e das profissões de farmacêutico, parteira e enfermeira, no Brasil, e estabelece penas. 
 1945 – Decreto-Lei nº 7.955/45: Instituiu os Conselhos de Medicina. 
 1957 – Lei nº 3.268/57: Dispõe sobre os Conselhos de Medicina. 
 1958 – Decreto nº 44.045/58: Regulamentou os Conselhos de Medicina. 
 
COMPETÊNCIA DISCIPLINAR DOS CONSELHOS - Lei nº 3.268/57 
 Art. 21 – O poder disciplinar de aplicar penalidades aos médicos compete exclusivamente ao Conselho Regional, 
em que estavam inscritos ao tempo do fato punível ou em que ocorreu, nos termos do art. 18 § 1º. 
 
EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA – CÓDIGO PENAL 
 Art. 282 – Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização 
legal ou excedendo-lhe os limites. 
 Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 Parágrafo único. Se o crime é praticado com fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
Na lei, portanto, não há menções quanto aos limites de se exercer a profissão médica (apenas os requisitos), 
existindo com isso, uma lacuna legal: Qual o limite da competência do médico? O que cabe privativamente ao médico? 
A quem interessa manter ou aprofundar essa crise? A quem interessa acabar com a crise? Não há nada escrito em lei o 
que cada profissão da área de saúde é limitada a fazer. 
Foi com base nessas colocações que foi criado o Ato Médico, visando disciplinar qual é a atuação do médico 
para que impedir que outros profissionais avancem sobre a execução da medicina. Nesse contexto, quando o projeto do 
Ato Médico foi lançado, todas essas profissões das mais diversas áreas da saúde, revoltaram-se contra ele. 
 
RESOLUÇÃO COFEN Nº 271/2002 
 Art. 1º - É ação da Enfermagem, quando praticada pelo Enfermeiro, como integrante da equipe de saúde, a 
prescrição de medicamentos. 
 Art. 2º - Os limites legais, para a prática desta ação, são os Programas de Saúde Pública e rotinas que tenham sido 
aprovadas em Instituições de Saúde, pública ou privada. 
 Art. 3º - O Enfermeiro, quando no exercício da atividade capitulada no art. 1º, tem autonomia na escolha dos 
medicamentos e respectiva posologia, respondendo integralmente pelos atos praticados. 
 Art. 4º - Para assegurar o pleno exercício profissional, garantindo ao cliente/paciente, uma atenção isenta de risco, 
prudente e segura, na conduta prescricional/terapêutica, o Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
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complementares, conforme disposto na Resolução COFEN 195/97. 
 Art. 5º - O Enfermeiro pode receber o cliente/paciente, nos limites previstos do art 2º, para efetuar a consulta de 
Enfermagem, com o objetivo de conhecer/intervir, sobre os problemas/situações de saúde/doença. 
 
Esta resolução, por exemplo, seria um dos argumentos que baseiam o CRM na produção do Ato Médico, uma 
vez que o enfermeiro, neste caso, agiria tal qual um médico. Como reação, o CRM criou o Projeto de Lei do Ato 
Médico. 
Este projeto, portanto, serviu como uma reação à resolução do COFEN, porém não rendeu bons frutos devido a 
um péssimo marketing, até porque, para a sociedade (principalmente para os leigos), independente do que está escrito 
na lei, os demais profissionais são extremamente competentes no que fazem e, na maioria dos casos, preferem ser 
atendidos por fisioterapeutas ou enfermeiros, por exemplo, a ser atendido por médicos. 
 
PLS Nº 25/2002 - LEI DO ATO MÉDICO 
 Art. 1º - Ato médico é todo procedimento técnico-profissional praticado por médico habilitado e dirigido para: 
A prevenção primária, definida como a promoção da saúde e a prevenção da ocorrência de enfermidades ou 
profilaxia; 
A prevenção secundária, definida como a prevenção da evolução das enfermidades ou execução de 
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos; 
A prevenção terciária, definida como a prevenção da invalidez ou reabilitação dos enfermos. 
§ 1º - As atividades de prevenção de que trata este artigo, que envolvam procedimentos diagnósticos de 
enfermidades ou impliquem em indicação terapêutica, são atos privativos do profissional médico. 
 § 2º - As atividades de prevenção primária e terciária que não impliquem na execução de diagnósticos e 
indicações terapêuticas podem ser atos profissionais compartilhados com outros profissionais da área da 
saúde, dentro dos limites impostos pela legislação pertinente. 
 Art. 2º - Compete ao Conselho Federal de Medicina, nos termos do artigo anterior e respeitada a legislação 
pertinente, definir, por meio de resolução, os procedimentos médicos experimentais, os aceitos e os vedados, 
para utilização pelos profissionais médicos. 
 Art. 3º - As atividades de coordenação, direção, chefia, perícia, auditoria, supervisão, desde que vinculadas, de 
forma imediata e direta a procedimentos médicos e, ainda, as atividades de ensino dos procedimentos médicos 
privativos, incluem-se entre os atos médicos e devem ser unicamente exercidos por médicos. 
 Art. 4° - São atividades privativas de médico: 
 I- formulação do diagnóstico posológico e sua respectiva prescrição terapêutica; 
 II - prescrição de medicamentos ou de substâncias similares; 
 III - indicação da intervenção, cirúrgica, sua realização e a prescrição dos cuidados médicos pré e pós-
operatórios; 
 IV - indicação e execução de procedimentos invasivos, sejam eles diagnósticos, terapêuticas ou estéticos, 
incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias; 
 V - intubação naso e orotraqueal, controle da ventilação pulmonar e instalação e retirada de equipamentos 
de respiração artificial; 
 VI - sedação profunda bloqueios anestésicos e anestesia geral; 
 VII - emissão de laudo dos exames endoscópicos, invasivos e de imagem, bem como dos demais exames 
complementares que exijam formação médica especifica para sua realização; 
 VIII - indicação e órteses e próteses; 
 IX - determinação do prognóstico; 
 X - indicação de internação e alta de pacientes dos serviços de atenção à saúde; 
 XI - realização de perícia e exames médico-legais; 
 XII - atestação de condições de saúde, deficiência e doença, e do óbito. 
 
OBS
4
: Deve-se ressaltar que se um paciente está sob cuidados do médico plantonista e este o envia para um 
profissional competente, qualquer dano que ocorrer ao paciente nas mãos deste profissional, a responsabilidade é do 
médico. 
 
 
APURAÇÃO E JULGAMENTO DAS INFRAÇÕES ÉTICAS 
 É comum profissionais médicos já formados, durante o exercício de sua profissão, falharem e ferirem normas do 
Código de Ética Médica, seja por falta de aptidão física, do cansaço transcorrente do exercício médico ou por um 
ambiente de trabalho inadequado.Com relação a essa situação, que é bastante frequente, é aconselhável ao médico 
que não aceite trabalhar em ambientes hospitalares que não atendam a uma segurança adequada para a realização de 
sua função, que é manter a saúde íntegra do paciente. E é ainda dever do médico denunciar tais irregularidades ao 
CRM, o qual, mesmo não sendo órgão de defesa de classe, tem o dever de pelo menos manter boas condições de 
trabalho para o médico, devendo avaliar a denuncia e fiscalizar a instituição de saúde. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
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 Enfim, independente de irregularidades ou adversidades, um grande número de médicos, em alguma fase de 
sua carreira profissional, atenderá sindicâncias e denúncias. Uma parte desta classe (cerca de 3 a 5%), responderão a 
um processo ético profissional, fruto de uma infração ética. Nesse caso, o indivíduo é sujeito a uma apuração da infração 
pelos conselhos e será julgado em face desse processo ético-profissional. 
 
DECRETO-LEI N. 7.955/1945 
 Art. 5º São atribuições dos Conselhos Regionais: 
b) conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades que 
couberem; 
 
LEI N° 3.268/1957 
 Artigo 2° - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina são órgãos supervisores da ética profissional 
em toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhe zelar e 
trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom 
conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. 
 Art. 15 - São atribuições dos Conselhos Regionais: 
c) fiscalizar o exercício da profissão de médico; 
d) conhecer, apreciar e decidir os assuntos atinentes à ética profissional, impondo as penalidades que 
couberem; 
 Art . 22. As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos seus membros são as seguintes: 
a) advertência confidencial em aviso reservado; [O denunciado recebe uma advertência via carta, em seu 
domicílio, alertado que o mesmo foi multado imputando-lhe a pena prevista na linha a do Art. 22, da Lei n° 
3.268/1957.] 
b) censura confidencial em aviso reservado; [Não há nenhuma diferença gritante entre a pena da linha a e esta, 
da linha b, em virtude de ambas serem ministradas da mesma forma, mudando apenas o modo de como é 
direcionada: prevista na linha b do Art. 22, da Lei n° 3.268/1957] 
c) censura pública em publicação oficial; [Já apresenta um certo impacto, pois a notícia já é divulgada em 
publicações e periódicos de circulação local] 
d) suspensão do exercício profissional até 30 (trinta) dias; [Censura é publicada e há suspensão de seus 
direitos de exercício profissional por até 30 dias] 
e) cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal. [De caráter mais grave e aplicado 
também a faltas mais graves, retira o direito de exercer a profissão médica de maneira definitiva e vitalícia, 
sendo caçado o seu registro no Conselho e não o diploma, porém, para exercer a profissão legalmente, deve-se 
ter ambos] 
 
O Conselho tem a atribuição de fiscalizar o exercício profissional médico, conceber procedimentos 
investigatórios para verificar se houveram infrações éticas das normas que emanam o próprio Conselhos e, 
vislumbrando a ocorrência de alguma delas, cabe ao Conselho aplicar uma das penalidades descritas no Art. 22 da Lei 
n
o
 3.268/1957. O Conselho zela pelo perfeito desempenho ético da profissão. Quando chega uma denuncia ao conselho, 
ele avalia o fato em seus mínimos detalhes, inclusive todos os atores envolvidos no mesmo, podendo até o denunciante 
se tornar, com o desenvolver das apurações, o denunciado. 
 
OBS
5
: Certos casos são tão graves, com em casos em que existem evidencias tão veementes (como, por exemplo, 
médicos cometendo abusos com seus pacientes e foram filmados por circuitos internos de câmeras), que obriga o 
médico a se afastar do exercício da profissão antes mesmo de ser julgado, devido ao impacto que a notícia poderá 
trazer à sociedade. Porém, isso não é uma pena exercida pelo Conselho, é apenas uma decisão liminar. 
 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA (RESOLUÇÃO CFM nº 1.246/88) – CAPÍTULO III – RESPONSABILIDADE 
PROFISSIONAL 
 
É vedado ao médico: 
 Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas [resoluções] emanadas dos Conselhos Federal e 
Regionais de Medicina e de atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações no prazo 
determinado. 
 Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou 
desrespeitá-los. [Em função destes dois artigos, o médico não só está sujeito a responder por infrações éticas 
referidas no Código de Ética Médica, como qualquer resolução do CFM que seja descumprida, o médico estará 
sujeito a um processo ético profissional] 
 
RESOLUÇÃO CFM N º 1.885/2008 (PUBLICADA NO D.O.U. DE 22 DE OUTUBRO DE 2008, SEÇÃO I, P.90) 
É vedado ao médico participar de pesquisa envolvendo seres humanos utilizando placebo, quando houver 
tratamento disponível eficaz já conhecido. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
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RESOLVE: 
 Art. 1º É vedado ao médico vínculo de qualquer natureza com pesquisas médicas envolvendo seres humanos, 
que utilizem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doença 
pesquisada. 
 Art. 2º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário. 
 
CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL 
RESOLUÇÃO CFM nº 1.617/2001 
 
 Art.1º - O Processo Ético-Profissional, nos Conselhos de Medicina, reger-se-á por este Código e tramitará em 
sigilo processual. [Este sigilo processual não se confunde com o sigilo profissional, uma vez que o primeiro não 
obriga apenas o médico, mas também, a outra parte do processo. Além disso, as informações que são trazidas 
com o processo, são informações relacionadas com o Sigilo Médico e, portanto, não devem ser veiculadas 
abertamente] [Esta colocação é expressa e frisada neste artigo pois, como regra, qualquer processo no sistema 
brasileiro, é de cunho público, mas não este Processo Ético-Profissional] 
 Art. 2º - A competência para apreciar e julgar infrações éticas será atribuída ao Conselho Regional de Medicina 
em que o médico estiver inscrito, ao tempo do fato punível ou de sua ocorrência. [Isso significa que a infração 
ética deve ser julgada no CRM do Estado onde ela aconteceu. Porém, se o médico não tiver inscrição no CRM 
do Estado no qual ocorreu a infração (trabalhando ilegalmente, por exemplo), o processo é apurado neste 
estado, mas o julgamento é feito onde o médico tiver inscrição] 
§ 1º - No caso de a infração ética ter sido cometida em local onde o médico não possua inscrição, a apuração 
dos fatos será realizada onde ocorreu o fato. 
§ 2º - A apreciação e o julgamento de infrações éticas de Conselheiros obedecerá às seguintes regras: 
I - a sindicância realizar-se-á pelo Conselho Regional de Medicina onde o fato ocorreu; 
II - decidida a instauração de Processo Ético-Profissional a instrução ocorrerá no Conselho Regional de 
Medicina, remetendo ao Conselho Federal de Medicina para desaforamento do julgamento. 
 Art. 3º - O processo terá a forma de autos judiciais, com as peças anexadas por termo, e os despachos, 
pareceres e decisões serão exarados em ordem cronológica e numérica. 
 Art. 4º - Os Presidentes dos Conselhos de Medicina poderão delegar aos Corregedores a designação, mediante 
o critério de distribuição ou sorteio, dos Conselheiros Sindicante, Instrutor, Relator e Revisor. 
 Art. 5º - Os Conselhos de Medicina poderão ser compostos em Câmaras, sendo obrigatória a existência de 
Câmara(s) de Julgamento de Sindicâncias. 
 Art. 6º - A sindicância será instaurada: [Sindicância é um procedimento preliminar, no qual não vigora o princípio 
do contraditório da defesa,a partir do qual o Conselho deve formar um consentimento acerca da existência da 
infração ética ou não] 
I - "ex-officio"; 
II - mediante denúncia por escrito ou tomada a termo, na qual conste o relato dos fatos e a identificação 
completa do denunciante; 
III – pela Comissão de Ética Médica, Delegacia Regional ou Representação que tiver ciência do fato com 
supostos indícios de infração ética, devendo esta informar, de imediato, tal acontecimento ao Conselho 
Regional. 
[Pré-citado a cima estão as três hipóteses relativas à Sindicância, cabendo ao Processo Ético-Profissional 
(PEP) a abertura dessa sindicância no objetivo de procurar indícios de determinadas infrações] 
 
 Art. 6º - A sindicância será instaurada: 
§ 1º - As denúncias apresentadas aos Conselhos Regionais de Medicina somente serão recebidas quando 
devidamente assinadas e, se possível, documentadas. 
§ 2º - Não ocorrendo a hipótese do § 1º, caberá ao Conselheiro Corregedor fixar prazo de 10 (dez) dias 
para a complementação da denúncia. 
§ 3º Uma vez não cumprido pelo denunciante o disposto no § 2º, caberá ao Conselheiro Corregedor, 
encaminhar a matéria à primeira sessão de Câmara, com despacho fundamentado. 
[Os Parágrafos pré-citados determinam que a denúncia deve ser fundamentada e assinada, descartando 
denúncias anônimas] 
 Art. 7º - Instaurada a sindicância, nos termos dos incisos I, II e III do art. 6º, o Presidente do Conselho ou o 
Conselheiro Corregedor nomeará um Sindicante para, no prazo de até 30 (trinta) dias, prorrogável a critério do 
Presidente ou Corregedor, apresentar relatório contendo a descrição dos fatos, circunstâncias em que 
ocorreram, identificação das partes e conclusão sobre a existência ou inexistência de indícios de infração ética. 
[O Sindicante é o conselheiro responsável por coletar dados e depoimentos da sindicância para, finalmente, 
elaborar um relatório, detalhando tudo que foi apreciado e dando a sua posição quanto a essa matéria, dizendo 
ao final se há ou não indícios de infração ética. O relatório segue então para a Câmara dos Conselheiros 
(composta de 15 deles), onde o relatório será julgado] 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● BIOÉTICA / ÉTICA MÉDICA 
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 Art. 8º - Do julgamento do relatório da sindicância poderá resultar: 
I - arquivamento da denúncia com sua fundamentação, ou baixa em diligência; 
II - homologação de procedimento de conciliação; 
III - instauração do Processo Ético-Profissional. 
Parágrafo único - Do termo de abertura do Processo Ético-Profissional constarão os fatos e a capitulação 
do delito ético. 
[Então, a sindicância pode ter quatro desfechos: arquivamento, baixa em diligência (sendo essa 
caracterizada por um futuro e novo julgamento), conciliação ou abertura de PEP] 
 Art. 9º - Será facultada a conciliação de denúncias de possível infração ao Código de Ética Médica, com a 
expressa concordância das partes, até o encerramento da sindicância. 
§ 1° - Realizada a audiência e aceito, pelas partes, o resultado da conciliação, o Conselheiro Sindicante 
elaborará relatório circunstanciado sobre o fato, para aprovação pela Câmara, com a respectiva 
homologação pelo Pleno do Conselho Regional de Medicina. 
§ 2° - O procedimento de conciliação orientar-se-á pelos critérios de oralidade, simplicidade, informalidade 
e economia processual. 
§ 3° - Não caberá recurso no procedimento de conciliação, se aceito pelas partes, o resultado da mesma. 
§ 4° - Resultando inexitosa a conciliação, a sindicância prosseguirá em seus termos. 
 Art. 10 - Na homologação de conciliação não será permitido acerto pecuniário. [“Pecúnia” significa dinheiro. O 
Art. 10 da Resolução CFM Nº 1.617/2001 determina que a conciliação não deve ter um caráter financeiro, ou 
seja, acordos patrimoniais. Se não for aceito, a sindicância continuará em julgamento] 
 Art. 11 - Decidida a instauração de Processo Ético-Profissional, o Presidente do Conselho ou o Conselheiro 
Corregedor terá o prazo de 5 (cinco) dias para nomear o Conselheiro Instrutor, o qual terá 60 (sessenta) dias 
para instruir o processo. 
 Art.30 - O Presidente do Conselho ou o Conselheiro Corregedor, após o recebimento do processo, devidamente 
instruído, terá o prazo de 10 (dez) dias para designar o Conselheiro Relator e o Revisor, os quais ficarão 
responsáveis pela elaboração de relatórios a serem entregues em 60 (sessenta) e 30 (trinta) dias, 
respectivamente, podendo ser prorrogados, quantas vezes for necessário, por motivo justificado e a critério do 
Presidente ou Corregedor do Conselho. 
 Art.31 - Recebidos os relatórios do Relator e Revisor, o Presidente ou o Conselheiro Corregedor determinará a 
inclusão do processo na pauta de julgamento. 
 Art.32 - As partes serão intimadas da data de julgamento com a antecedência mínima de 10 (dez) dias.

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