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‘ Olá, investidores, tudo bem? A recente onda de valorização das ações do Banco Inter levou muitas pessoas a questionarem se vale a pena ou não investir no novo banco queridinho da pessoa física. Neste relatório, iremos analisar a evolução do banco, os seus principais indicadores, as perspectivas daqui para frente para por fim, avaliarmos se vale a pena ou não investir em ações da companhia. O Banco Inter É o primeiro banco 100% digital do país e o único a oferecer uma conta totalmente isenta de tarifas. Com isenção de tarifas, sem burocracia ou linguagem técnica e complicada, é a porta de entrada dos clientes para uma completa plataforma de produtos e serviços financeiros que oferece desde conta corrente de abertura e movimentação feitas online a cartão múltiplo, seguros, investimentos e câmbio. A rentabilidade do banco Inter vem de um pequeno percentual de sua compra sempre que você usa o seu cartão de crédito. O banco ainda ganha dinheiro quando você usa os outros serviços disponíveis em sua plataforma digital, como crédito imobiliário, crédito consignado, seguros e empréstimos. Transformação Digital Os smartphones conquistam cada vez mais a atenção de jovens e adultos. Eles já funcionam como extensões do corpo humano com funcionalidades como: lembretes de tarefas, agenda de compromissos, aplicativos de mensagens, promoções em restaurantes e acesso à conta corrente. As fintechs surgiram a partir desse contexto, para oferecer uma transformação digital no mercado financeiro. O Nubank, por exemplo, ganhou expressão ao disponibilizar um serviço eficiente e com baixo custo para o usuário. O interessado pode solicitar um cartão de crédito e, se for aprovado, recebe o documento em sua casa. O desbloqueio é realizado pelo próprio aplicativo, assim que o cliente o solicita. Ele ainda consegue pedir para alterar o limite de crédito e fazer o pagamento da fatura antes do prazo previsto. Com o aumento da concorrência em função da criação de fintechs, os bancos tradicionais precisaram se modernizar também. O Itaú, por exemplo, criou o Cubo — um ambiente de coworking para incentivar a troca de ideias. O Bradesco deu origem ao InovaBRA, um ecossistema de inovação. Além disso, a instituição criou o Next — uma versão digital do banco com uma mensalidade mais acessível para os usuários. Por isso, cada vez menos jovens vão em agências bancárias, pois eles passaram a frequentar os bancos apenas para realizar o saque de dinheiro ou efetuar depósitos. Cada instituição bancária desenvolve o seu modelo próprio de tecnologia para atender os clientes. Contudo, a tendência é que todas ofereçam plataformas completas, incluindo desde o acesso a saldos, transferências e investimentos. https://cubo.network/ https://www.inovabra.com.br/ https://next.me/?__hstc=4866225.786da15f9106e3a032d120656a47e1b3.1516660733652.1516660733652.1516707215096.2&__hssc=4866225.1.1516707215096&__hsfp=2065713712 https://blog.leucotron.com.br/ti-estrategico-o-que-e-e-qual-e-a-sua-importancia/ Inter versus grandes bancos Apesar de terem sobrevivido à montanha russa econômica e política de nosso país, os grandes bancos estão sendo pressionados pelo mercado devido à ameaça de novos modelos de negócios como o de Banco Inter. O digital segue como tendência no mercado brasileiro e o banco Inter se mostra como um player cada vez mais relevante. Apesar das boas perspectivas do segmento no qual ele está inserido, e do fato do banco possuir importantes diferenciais, como ser pioneiro na isenção de tarifas e expertise no segmento de crédito imobiliário, nossa visão é de que os múltiplos das ações se valorizaram muito após a entrega de bons resultados em termos de crescimento das contas digitais. Enquanto os novos entrantes têm o desafio de atrair e reter clientes (e investidores), os bancos tradicionais, que ainda possuem um maior portfólio de produtos, vivem o desafio de manter seus clientes – o que parece ser mais ‘fácil’. Além de possuírem “bolso fundo” com escala, capital, funding competitivo, expertise de atuação e apetite para expansão dos negócios, os grandes bancos continuam pagando excelentes retornos em dividendos. Em um cenário de renda fixa cada vez menor, instituições com resultados consistentes (lucro) e dividendos atrativos continuam sendo boas opções. Falando de números Nos últimos 12 meses, o lucro do Banco Inter foi cerca de R$ 70 milhões, comparado ao valor de mercado de quase R$ 12 bilhões. Mesmo considerando o lucro anualizando do primeiro semestre, R$ 90 milhões, o múltiplo preço/lucro (P/L) de 130x é sem precedentes no mercado. Em 2016, o Inter tinha 12 mil contas digitais, agora está acima de 3 milhões. Entretanto, o Banco Inter está crescendo muito em volume, mas com clientes que não se mostram rentáveis. A receita com serviços do banco em 2016 era pouco menos de R$ 20 milhões. Hoje, ela é de R$ 68 milhões. Ou seja, a receita cresceu pouco em relação ao número ao número de contas. Afinal, os clientes não pagam taxas e não rentabilizam. Ao pensarmos iguais os fundos de Venture Capital (estratégia que investem em negócio de tecnologia, com alta escala e em estágios iniciais), a ausência de lucros, em primeiro momento, não é nenhum problema. Porém, sob a visão do investidor tradicional, a problemática está em como o banco vai conseguir se rentabilizar no futuro já que ele não vai conseguir cobrar taxas ao estilo Itaú Personnalité ou Bradesco Prime. A receita do Banco Inter por cliente gira em torno de R$ 20 por ano. O Itaú tem uma receita de R$ 500 por ano enquanto a XP, que (ainda) não tem capital aberto, mas é um player importante a ser considerado, gira em torno de R$ 700 por cliente. Portanto, enquanto Itaú e XP conseguem extrair valor do cliente, o Banco Inter ainda não se mostrou capaz de fazer isso. O parceiro que pode ter mudado o jogo O Banco Inter confirmou recentemente que o SoftBank aumentou a sua participação no capital banco para 15% do total e assinou acordo de acionistas com os controladores do Banco Inter: Rubens Menin e João Vitor Menin. Dessa forma, o Softbank passa a ter direito a indicar um assento no Conselho de Administração, com caminho aberto para listagem das ações nos EUA. Conclusão “Na vida, você eventualmente aprende que as latas vazias são as que mais fazem barulho” - Larry McCarthy, ex-Lehman Brothers, chefe da mesa de dívida que anteviu a crise de 2008 com 2 anos de antecedência. Com o avanço da digitalização, a agência bancária passou a estar na palma da mão, com um alcance potencial muito maior do que as agências físicas tradicionais. E, considerando os 43% da população baixa renda sem conta bancária, existe sim potencial para que o Inter se torne cada vez mais relevante no cenário bancário. Porém, os potenciais clientes que poderiam gerar renda ao banco digital (média e alta renda) já iniciaram a transição dos bancos tradicionais para a XP ainda em 2014 e 2015. O case depende de o investidor seguir injetando dinheiro consistentemente para somente no futuro focar em como ganhar dinheiro: um caso clássico de venture capital. Entretanto, com o aporte do SoftBank Group, empresa dona do Yahoo, Uber e WeWork, o Banco conquista o maior aliado que ele poderia ter no mercado. Em suma, enxergamos Banco Inter como um case puramente de crescimento em que a questão da rentabilidade fica em segundo plano. Investir no Banco Inter é um jogo de grandes riscos onde você pode fazer o melhor investimento do mundo, mas que também pode ser um fiasco. Neste momento, o Risco x Retorno não nos parece fazer mais sentido. Não temos Banco Inter em nenhuma de nossas recomendações por questão de estilo e por preferirmoso método de investimento tradicional. Entretanto, entendemos que o papel pode continuar subindo no futuro próximo, mesmo sem se mostrar rentável, em função da entrada do SoftBank, um player capaz de mudar o jogo drasticamente. Disclaimer Este relatório foi elaborado pela Levante Ideias de Investimento e o uso é exclusivo de seu assinante, estando protegido pela Lei de Direitos Autorais. Este conteúdo não pode ser reproduzido, copiado ou distribuído, no todo ou em parte, a terceiros, sem prévia e expressa autorização. Este documento tem como objetivo somente informar os leitores e não tem a finalidade de assegurar, prometer ou sugerir a existência de garantia de resultados futuros ou isenção de risco para os leitores. O documento não tem o cunho de ofertar, negociar, comercializar ou distribuir títulos ou valores mobiliários ou qualquer outro instrumento financeiro. As decisões de investimentos devem ser realizadas pelo próprio leitor. O analista responsável poderá esclarecer dúvidas de seus leitores através de vídeos ou relatórios que serão enviados simultaneamente aos assinantes, mantendo e garantindo a isonomia de informações. As informações deste relatório foram baseadas em fontes públicas e consideradas fidedignas na data de publicação, e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação com respeito a tal mudança. Nos termos do artigo 17 da ICVM 598/2018, os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram que as recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma. Conforme o artigo 16, parágrafo único da ICVM 598/2018, o analista Eduardo Guimarães se declara inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Os valores mobiliários não contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC.
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