Buscar

11 Lisossomos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
LISOSSOMOS 
 
O conceito de lisossomos surgiu a partir da incorporação de 
técnicas de fracionamento celular que permitiram o isolamento de 
diversos componentes celulares. Em 1949 De Duve isolou uma 
classe de partículas que tinham propriedades de centrifugação 
intermediárias entre as mitocôndrias e os microssomos e nelas 
encontrou um teor elevado de enzimas hidrolíticas que possuíam uma 
máxima atividade em pH ácido: originou-se daí, o termo lisossomo 
(grego: lisis, dissolução, e soma, corpo). 
Os lisossomos são organelas envoltas por membranas que 
contêm uma variedade de enzimas capazes d e hidrolisar todos os 
tipos de polímeros biológicos tais como: proteínas, ácidos nucleicos, 
carboidratos e lipídios. Essas enzimas são sintetizadas pelos 
polirribossomos que se prendem ao retículo endoplasmático rugoso. 
Essas organelas são encontradas tanto nas células animais 
quanto nas vegetais e nos protozoários. O lisossomo é ausente nas 
bactérias, porém elas apresentam o chamado espaço periplasmático, 
observado entre a membrana e a parede celular, desempenhando 
papel similar ao dos lisossomos. 
Uma propriedade específica dos lisossomos é sua estabilidade na célula viva. As enzimas por estarem rodeadas 
por membrana, não se acham em contato direto com seus substratos, justamente, por essa membrana lisossômica 
possuir um revestimento interno de oligossacarídeos especiais, tornando-a mais resistente a qualquer enzima presente: 
desta forma, o resto da célula fica protegido do efeito destrutivo das enzimas e sua estabilidade se reveste de 
fundamental importância para o funcionamento normal da célula. 
Todo processo da digestão intracelular se realiza dentro dos lisossomos, os quais digerem tanto materiais 
captados do exterior da célula (fagocitose/pinocitose), como digerem também, os componentes obsoletos de suas 
próprias células (autofagia). 
Quanto a sua forma, essas organelas são vistas como vacúolos 
esféricos e densos, que podem apresentar variações consideráveis em relação 
ao seu tamanho (entre 0,5-3,0µm), e, forma, devido à diversificação de 
materiais captados para digestão. 
O interior dos lisossomos tem um pH máximo de 5 devido à presença 
em suas membranas de uma bomba de prótons que consome ATP, 
concentrando assim esses íons em seu interior. A destruição e renovação 
dessas organelas é um processo fisiológico que permite à célula manter seus 
componentes em bom estado funcional e em quantidades adequadas às suas 
necessidades do momento. 
Nos casos patológicos, nos quais a membrana do lisossomo torna-se 
mais frágil, ocorre à saída maciça das enzimas para a matriz citoplasmática 
com consequências catastróficas para a célula. O efeito de escapes menores 
para o citosol se vê atenuado pelo fato da atividade hidrolítica máxima das 
enzimas ocorrem em pH ácido, enquanto o pH citosólico é levemente alcalino. 
 
 
FORMAÇÃO DOS LISOSSOMOS 
 Em particular, os lisossomos são formados pela fusão de vesículas de 
transporte, brotadas da rede Golgi-trans, com os endossomos que contém 
moléculas captadas na membrana plasmática. 
Desta forma, a formação do lisossomo representa a intersecção entre a 
via secretória, através da qual as proteínas lisossomais são processadas, e a 
via endocítica, através da qual as moléculas extracelulares são adquiridas na 
membrana celular. Durante a endocitose, materiais extracelulares são 
internalizados através de vesículos endocíticos revestidos por clatrina (clathrin-
coated), que se desprendem da membrana plasmática e depois se fundem com 
o endossomo precoce (early endosome). Os componentes membranosos são 
então reciclados e o endossomo precoce gradualmente amadurece para um 
endossomo maduro (late endosome) que é o precursor do lisossomo. Uma das 
Arlindo Ugulino Netto. 
CITOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
mudanças mais significativas desse amadurecimento é a queda do pH para aproximadamente 5,5, que desempenha um 
papel vital na entrega das hidrolases ácidas lisossomais pela rede Trans-Golgi ao endossomo maduro, e quando há a 
reciclagem dos componentes da membrana. 
As hidrolases ácidas são sinalizadas para entrar no C.G. por possuírem resíduos de manose devido glicosilação 
inicial que ocorreu no R.E. Essa manose é fosforilada na rede Golgi-cis, formando a manose-6-fosfasfato que é 
reconhecida por receptores de manose-6-fosfato da rede Trans-Golgi e empacotadas em vesículas revestidas por 
clatrina, o que corresponde ao lisossomo inativo (primário). Após a remoção desse revestimento de clatrina, a 
vesícula transportadora se funde com o endossomo maduro e o pH ácido interno faz com que as hidrolases ácidas se 
desprendam do receptor de manose-6-fosfato. As hidrolases então são liberadas no lúmen do endossomo, enquanto os 
receptores permanecem na membrana e são eventualmente reciclados para o CG. Os endossomos maduros então se 
transformam em lisossomos ao adquirirem um conjunto de hidrolases ácidas que começam a digerir as 
macromoléculas originalmente incorporadas ao endossomo pela endocitose. 
No entanto existem também duas rotas alternativas das quais derivam os materiais a serem digeridos pelo 
lisossomo: a fagocitose e a autofagia, que serão descutidas mais adiante. 
 
COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
 Envolvido por uma unidade de membrana 
 Contém enzimas hidrolíticas com atividade máxima em pH 
ácido (hidrolases ácidas) 
 Foram identificados pela primeira vez através de 
centrifugação fracionada  fração rica em mitocôndrias  
subfração com atividade de hidrolases ácidas após 
tratamento capazes de romper membranas  nessa 
subfração deveria conter vesículas onde as enzimas 
estariam isoladas por membrana. 
 Tipo de enzima é variável de acordo com o tipo celular e 
depende da especialização funcional de cada célula. 
 
MEMBRANA LISOSSOMAL 
 Lipídios mais abundantes: fosfatidilcolina. Fosfolipídios e colesterol somam 14%. 
 Face interna: presença de Glicoproteínas  glicoconjugados (ligados a proteínas e lipídios). 
 Membrana permeável à água, aminoácidos, ácidos graxos e monossacarídeos. 
 Bomba de H+ para dentro dos lisossomos estabelecendo assim um pH entre 4,5 e 5, ideal para as hidrolases 
ácidas. 
 
ULTRAESTRUTURA 
 Envolvido por uma membrana lipoproteica. 
Camada de glicoconjugados  na face interna das membranas (5,5 ηm – 8,2 ηm), carboidratos 
(manose, galactose, glicose, fucose, açúcares neutros). Protegem a membrana do ataque das 
hidrolases. 
 ME  detecção da atividade da fosfatase ácida. 
 
 
TIPOS DE LISOSSOMOS 
 Originalmente, quatro tipos de lisossomos foram identificados, dos quais um é lisossomo primário e os outros 
três podem ser designados, em conjunto, como lisossomos secundários. 
 
LISOSSOMO PRIMÁRIO (INATIVO / VESÍCULA HIDROLÍTICA) 
 Representa um pequeno corpo cujo conteudo enzimático é sintetizado pelo ribossomos do reticulo 
endoplasmático. Daí, as enzimas se transferem para a região do aparelho de Golgi-cis, onde se observa a primeira 
reação de fosforilação. Os lisossomos primários conteriam apenas parte das enzimas e unicamente depois da fusão de 
vários deleles com o endossomos tardio se completaria a dotação de hidrolises ácidas. 
 
FAGOSSOMO (HETEROFAGOSSOMO / VACÚOLO DIGESTIVO) 
 É um dos tipos de lisossomos sencundários. Aparece depois da fagocitose de material estranho. Esta organela 
possui o material ingerido dentro de uma membrana e evidencia uma reação de fosfatase positiva, que pode ser devida 
à fusão do fagossomo com lisossomos primários ou vesiculas hidrolíticas provenientes do retículo trans-Golgi. O material 
englobado é progressivamente digerido pelas enzimas hidroliticas que se incorporam no que é agora um lisossomo 
secundário. Em condições ideais, a digestão dá como resultado produtos de pequeno peso molecular que podem 
atravessar a membrana lisossômica e ser icorporada à celula para sua nova utilização em diferentesciclos metabólicos. 
 No caso de o material já ter sido captado por pinocitose, as vesículas correspondentes são incorporadas como já 
vimos, aos endossomos precoces, que migram para as proximidades do aparelho de Golgi, aumentando 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
3 
 
www.medresumos.com.br 
concomitantemente sua acidez até valores próximos a um pH de 5, originando-se os endossomos tardios. Em uma 
etapa posterior, os endossomos tardios se fundem com vesículas hidrolíticas, adquirindo assim o conteudo enzimátido 
lisossômico. Neste momento, recebem o nome de endolisossomos. 
 
AUTOFAGOSSOMO (VACÚOLO AUTOFÁGICO / CITOLISOSSOMO) 
Trata-se de um caso especial, no qual o lisossomo contém partes celulares em vias de digestão. Muitos dos 
componentes celulares, como as mitocôndrias, ribossomos, etc.; renovam-se por intermédio dos lisossomos. As 
organelas citoplasmáticas são rodeadas por uma membrana de retículo endoplasmático liso e depois são 
descarregadas nestes vacúolos as enzimas provenientes de vesículas hidrolíticas ou lisossomos primários que 
destroem seu conteúdo, é quando a vesícula lisossômica digere uma partícula pertencente à própria célula. A autofagia 
é uma atividade indispensável à sobrevivência da célula. 
 
VACÚOLO RESIDUAL 
Resultam de uma digestão completa de material proveniente de várias origens. Em nossas células, 
permanecem durante longo tempo e podem ocupar boa parte do citoplasma. 
 
 
VIAS DIGESTIVAS 
 
 1. Via Endocítica 
O transporte em quantidade para dentro da célula, também chamado endocitose (via endocítica ou heterofagia), 
é feito por dois processos denominados fagocitose e pinocitose que, apesar de algumas diferenças superficiais, tem 
muito em comum nos seus princípios básicos. A endocitose está dividida em: 
 Fagocitose: processo pelo qual a célula emite pseudópodes que engloba partículas sólidas. Quando a célula 
realiza este processo observa-se dois fenômenos: adesão (quando a partícula se adere a membrana plasmática 
devido a receptores específicos) e penetração (que é mediado por movimentos ativos, dos quais há participação 
do citoesqueleto de actina e proteínas associadas, para formar prolongamentos afim de capturar tal partícula, 
havendo neste caso, necessidade de energia). Na fagocitose, células específicas, tais como os macrófagos, 
incorporam e degradam partículas grandes como bactérias e células envelhecidas que precisam ser eliminadas 
do corpo. Tais partículas são incorporadas em vacúolos fagocíticos (denominados fagossomos). Os fagossomos 
então se fundem aos lisossomos resultando na digestão de seus conteúdos. Os lisossomos formados através 
dessa via (fagolisossomos) podem ser consideravelmente grandes e heterogêneos uma vez que sua forma e 
tamanho são determinados pelo material a ser digerido. 
 Pinocitose: processo pelo qual a membrana celular se invagina, desenvolvendo um pequeno saco para 
englobar as substâncias líquidas que deseja absorver. Esta invaginação pode ser específica (receptores como a 
clatrina) ou inespecífica. 
 
OBS: Os endossomos são divididos em duas classes distintas: 
endossomos jovens, que estão tipicamente localizados próximos 
a região da membrana plasmática da célula, e endossomos 
tardios, que são tipicamente localizados junto ao núcleo. Os 
endossomos jovens e tardios podem ser distinguidos um dos 
outros com base em propriedades tais como sua densidade de 
flutuação (que permite que sejam isolados em diferentes funções 
em um gradiente de densidade), seu pH e sua composição 
proteica. 
 
 
A via endocítica inicia-se com a incorporação de 
partículas externas recobertas com a proteína clatrina que se 
fundem com túbulos e vesículas que possuem um pH ácido. 
Assim, são denominados os endossomos precoces (apresentam pH menos ácido). O interior dos endossomos é 
acidificado devido à bomba de H+ localizada em sua membrana, que baixa o pH no interior dessa vesícula para que 
possa haver a ação de algumas hidrolases ácidas. 
 Após a formação dos endossomos precoces (jovens / prematuros), os receptores de membrana que estão 
localizados na membrana da vesícula se desprendem para a luz do endossomo. Alguns desses receptores vão formar 
uma vesícula de reciclagem que será enviada para compor novamente a membrana plasmática. Os outros receptores 
permanecem no endossomo jovem para serem transferidos para o endosossomo tardio, ou esses endossomos serão 
convertidos em endossomos tardios (apresentam pH mais ácido). A transferência de materiais de endossomos jovens 
para os tardios provavelmente ocorre por meio de vesículas transportadoras endossomais especializadas (VTEs). 
Alternativamente, endossomos jovens podem simplesmente maturar em endossomos tardios. O encaminhamento dos 
endossomos tardios para os lisossomos primários de três formas: 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
4 
 
www.medresumos.com.br 
(1) Maturação dos endossomos tardios em lisossomos. 
(2) Fusão dos endossomos tardios com os lisossomos preexistentes 
(3) Vesículas de transporte que contém hidrolases ácidas são formadas no R.E. sendo encaminhadas para o 
C.G., onde vão formar essas vesículas. Com isso, essas vesículas podem se fundir com o endossomo tardio, 
liberando as hidrolases ácidas para formar os lisossomos secundários. Além disso, após a fusão da vesícula 
com o endossomo tardio, há formação de uma vesícula recicladora contendo receptores das hidrolases 
ácidas ou receptores de manose-6-fosfato, que retornam ao C.G. 
 
 2. Via autofágica 
Os lisossomos são também responsáveis pela 
autofagia, ou seja, a digestão gradual de componentes da 
própria célula. O primeiro passo da autofagia é um mecanismo 
de envolvimento da organela a ser digerida por uma membrana 
derivada do retículo endoplasmático, formando então uma 
vesícula denominada autofagossomo. Esse autofagossomo, de 
maneira análoga ao fagossomo, se funde ao lisossomo 
ocorrendo então a digestão de seu conteúdo. Esse mecanismo 
de autofagia ocorre nos girinos que perdem sua cauda; 
regressão dos ductos de Wolf no embrião do sexo feminino e os 
de Muller no sexo masculino. Essa morte tecidual programada é 
chamada de apoptose. 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DAS VESÍCULAS 
Nas células de mamíferos, as proteínas são traduzidas nos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso que é 
o primeiro ponto de ramificação na distribuição de proteínas. As proteínas são transportadas em vesículas do retículo 
endoplasmático para o Complexo de Golgi. Proteínas residentes no RE são marcadas por sequências que sinalizam seu 
retorno, do CG para o RE e outras sequências de distribuição medeiam o empacotamento seletivo de proteínas, 
exportadas em vesículas que as transportam para o CG. As proteínas são distribuídas na rede de Golgi trans para que 
sejam empacotadas nas vesículas de transporte e direcionadas para os lisossomos. As superfícies citoplasmáticas das 
vesículas são recobertas com proteínas que direcionam o brotamento de vesículas e selecionam moléculas específicas 
que devem ser transportadas. 
 
TIPOS DE VESÍCULA 
 As células possuem inúmeras vesículas limitadas por membrana. Esses compartimentos são envolvidos por um 
revestimento proteico específico que possuem duas funções básicas: 
 Induzir a membrana plasmática a curvar-se para formar um brotamento vesicular. 
 Seleção dos componentes a serem carregados pela vesícula, este ainda envolve a carga a ser transportada e a 
maquinaria utilizada para mancar e ancorar a vesícula de uma membrana receptora. 
 
As três vesículas mais estudadas são aquelas revestidas pela proteína COP II, COP I e pela clatrina. 
 
VESÍCULAS REVESTIDAS POR COP II (VESÍCULAS DE TRANSIÇÃO) 
 Essas vesículas são as primeiras da via biossintética, pois elas transportam sua carga do R.E. para a face cis-
Golgi passando entre o espaço entre essas duas organelas. O revestimento COP II é formado por cinco proteínas 
identificadas primeiramente em leveduras mutantes. Assim, anticorpos que bloqueiam a COPII, interrompema via 
secretora pois não haverá brotamento da vesícula no RE mediadas por essa proteína. 
 As proteínas do COP II atuam selecionando cargas para a vesícula, também estão envolvidas com a ancoragem 
e fusão da vesícula com o compartimento alvo. Uma proteína de extrema importância é a SAR, que se liga com o GTP, 
formando o SAR-GTP. Esse composto se liga a membrana do R.E. e estimula essa região a acumular outras proteínas 
do tipo COP II. Depois disso, estimula o brotamento de vesículas no lúmen do R.E. Antes que essas vesículas se 
fundam com um compartimento alvo, o complexo SAR-GTP é hidrolisado formando o SAR-GDP desmontando o 
revestimento proteico, com a liberação de seus componentes no citosol. 
 
VESÍCULAS REVESTIDAS POR COP I 
 Assim como a COP II, as vesículas revestidas por COP I são constituídas por subunidades proteicas. O 
revestimento COP I proporciona o transporte retrogrado vesicular entre as cisternas do complexo de Golgi da face cis-
Golgi para o R.E. Bem como ocorre com a COP II, esse revestimento contém proteínas ligantes a um equivalente do 
GTP, contudo, elas não sofrem hidrólise – são as ARF1, que controla a formação do revestimento por COPI. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
5 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
VESÍCULAS REVESTIDAS POR CLATRINA 
 Principal componente proteico das vesículas revestidas por 
clatrina. As vesículas revestidas por clatrina tem como função o 
endereçamento específico das vesículas para se fundir com os 
seguintes compartimentos: endossomos, lisossomos, vacúolos das 
células vegetais. Ela também envolve partículas endocíticas. 
Cada subunidade de clatrina consiste de três grandes e três 
pequenas cadeias polipeptídicas que, juntas, formam uma estrutura de 
três pernas chamadas de trisquélion. Os trisquélions de clatrina 
estruturam-se em uma rede convexa de hexágonos e de pentágonos 
semelhantes a um cesto, para formar fossas revestidas na superfície 
citosólica das membranas. Sob condições apropriadas os trisquélions 
espontaneamente auto-estruturam-se em típicas gaiolas poliédricas 
(em forma de uma bola de futebol). Esse revestimento aparentemente 
está envolvido no processo de endereçamento e é rapidamente 
removido logo após a formação da vesícula. 
A formação dessa vesícula ocorre com o recrutamento dos 
adaptadores para a superfície citosólica, que necessita da proteína 
ARF-1 (realizam o recrutamento de adaptadores para formação da 
vesícula). As vesículas são produzidas pela membrana plasmática por 
endocitose ou brotam da rede trans do Golgi. Esta vesícula possui 
também outra proteína, a adaptina (presente na face citosólica da 
vesícula e realiza a adrencia da clatrina à vesícula), necessária para a 
conexão da clatrina à membrana da vesícula e aprisionamento de 
moléculas específicas. 
 
 
OBS: Receptor de Manose-6-Fosfato (M6P): Os lisossomos são formados no R.E. 
e Complexo de Golgi. Contudo, as enzimas lisossomaias são produzidas no R.E.R. e 
encaminhadas para o C.G. para serem empacotadas. Porém, sabe-se que no 
complexo de Golgi existem várias proteínas a serem empacotadas. Por isso há um 
mecanismo para o endereçamento correto das enzimas lisossomais. Elas possuem a 
M6P, presente nos oligossacarídeos N-ligados. A M6P interage com receptores no 
complexo de Golgi. Então, quando as proteínas (enzimas) lisossomais são 
produzidas no R.E.R. (onde é glicosilada), elas são encaminhadas para a rede cis-
Golgi para serem fosforiladas, formando assim a M6P. Essa M6P liga-se a um 
receptor proteico no complexo de Golgi, sendo depois transportado para a rede trans 
de onde será secretado na forma de vesícula, sendo separada por hidrólise. Erros 
nesse sinal realizado pela M6P, pode ser causas de complicações patológicas. 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
6 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
BOMBA DE HIDROGÊNIOS 
 Como foi dito antes, os lisossomos possuem uma bomba 
de H+ (prótons) que mantém um pH ácido no interior da 
vesícula. Nas células de animais, a membrana plasmática possui 
a bomba de sódio e potássio (Na+/K+ ATPase) que mantém o meio 
intracelular altas concentrações de K+ e o meio extracelular com 
altas concentrações de Na+. Por isso, cria-se um gradiente de 
difusão do Na+ extra para o meio intracelular. Nesse 
transporte, o H+ pode ser impulsionado para o interior da célula. 
A proteína transmembrana lisossomal H+ ATPase bombeia os íons 
H+ para o interior dos lisossomos por meio de gasto de 
energia. 
 Nas células vegetais, a bomba H+ ATPase está na membrana plasmática transportando os íons H+ do meio intra 
para o meio extracelular. Depois disso, o H+ será transportado juntamente com o soluto para o interior da célula devido 
ao mecanismo de simporte. Esse H+ pode ser levado para dentro do vacúolo pela bomba de H+, ocorrendo também 
gastos de energia. 
 
 
FUNÇÕES DOS LISOSSOMOS 
a) Heterofágica: Substâncias que entram na célula e são digeridas pelos lisossomos. Ex: fagocitose e pinocitose. 
b) Autofágica: Os lisossomos digerem estruturas da própria célula. O primeiro passo da autofagia parece ser o 
envolvimento de uma organela (uma mitocôndria “velha” por exemplo) por uma membrana derivada do retículo 
endoplasmático. A vesícula resultante (um autofagossomo) funde-se então com um lisossomo, e seu conteúdo é 
digerido. Com isso, podemos concluir que a autofagia é um processo de renovação gradual de organelas 
citoplasmáticas. A autofagia ocorre também em casos de subnutrição, onde os lisossomos digerem os próprios 
componentes celulares para utilizar como fonte de energia. 
c) Autólise: A autólise ou citólise, é o processo pelo qual uma célula se auto destroi espontaneamente. É incomum 
em organismos adultos e usualmente ocorre em células danificadas ou em tecido que estão sofrendo morte celular. 
Na autólise, uma instabilidade da membrana lisossômica causada por fatores físicos e/ou químicos promove a 
ruptura da mesma, levando ao "derrame" enzimático que irá promover a digestão da parte orgânica da célula e, 
consequentemente, destruição da mesma. 
 Autólise positiva (apoptose): é o fenômeno ligado à manutenção evolutiva de uma determinada 
espécie. Exemplo: a autólise da cauda dos girinos. Iniciada a metamorfose dos girinos, sinais químicos são 
emitidos para as células da cauda levando os vários lisossomos a realizarem autólises sucessivas que irão 
destruir as células e, consequentemente, a cauda do girino. Chegando a fase adulta, as autólises são 
interrompidas, pois ocorre o término da metamorfose. Ao destruir a cauda durante a metamorfose, aquilo 
que não foi digerido será reaproveitado na reconstrução de um "novo" animal. 
 Autólise negativa: Exemplo: silicose. Trabalhadores de minas de carvão, jazidas minerais, entre outros, 
podem aspirar o pó de sílica que, através das vias respiratórias, chega aos pulmões. Rapidamente, 
macrófagos (células fagocitárias do organismo) migram em direção aos pulmões e fagocitam o pó de sílica 
que, acumulado no interior do lisossomo, promove sua ruptura, iniciando o fenômeno da autólise que 
destruirá o macrófago. As enzimas, após atacarem os macrófagos, atacam aos alvéolos pulmonares, 
provocando a silicose. 
 
 
PNEUMOCONIOSES 
O termo pneumoconiose é largamente utilizado quando se designa o grupo genérico de pneumopatias 
relacionadas etiologicamente à inalação de poeiras em ambientes de trabalho, ou seja, são doenças ambentais. As 
pneumoconioses são didaticamente divididas em fibrogênicas e não fibrogênicas de acordo com o potencial da poeira 
em produzir esse tipo de reação tecidual. Existem pontos comuns na patogênese: 
 A fibrose é devida à reação inflamatória provocada pelas partículas; 
 Lesões importantes ocorrem somente após exposição maciça ao longo de muitos anos; 
 O afastamento do indivíduo do agente causador é a forma eficaz de tratamento e pode prevenir as formas 
avançadas, fibróticas e incapacitantes; 
 O tabagismo contribui frequentemente para a disfunção pulmonar progressiva; A análise radiológica tem grande importância na investigação. 
 
Os lisossomos têm entre suas funções a autólise. E esta é justamente a ligação existente entre eles e as 
pneumoconioses. Um bom exemplo é o caso da silicose. Quando são inalados os cristais de sílica, atingindo os 
pulmões, as células alveolares fagocitam essas partículas, mas não conseguem digeri-las. Há o rompimento da 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● CITOLOGIA 
7 
 
www.medresumos.com.br 
membrana lisossômica, fazendo com que as enzimas digestivas existentes dentro dele se espalhem e destruam a 
célula. 
 
TIPOS DE PNEUMOCONIOSES 
 Pneumoconioses fibrogênicas: Como o termo diz são as reações pulmonares à inalação de material 
particulado que leva à fibrose intersticial do parênquima pulmonar. 
 Pneumoconioses não fibrogênicas: Caracterizam-se, do ponto de vista histopatológico, por uma lesão de tipo 
macular com deposição intersticial peribronquiolar de partículas, fagocitadas ou não, com nenhum ou discreto 
grau de desarranjo estrutural, além de leve infiltrado inflamatório ao redor, com ausência ou discreta proliferação 
fibroblástica e de fibrose. Na dependência do conhecimento do tipo de poeira inalada, a pneumoconiose leva a 
denominação específica como siderose (Fe), baritose (Ba), estanose (Sn), etc. 
 
Apesar de existirem tipos bastante polares de pneumoconioses fibrogênicas e não fibrogênicas, como a silicose 
e a asbestose, de um lado, e a baritose, de outro, existe a possibilidade fisiopatogênica de poeiras tidas como não 
fibrogênicas produzirem algum grau de fibrose, dependendo da dose e das condições de exposição. 
 
 Silicose: A silicose, causada pela inalação de poeira de quartzo (poeira de sílica), é caracterizada pela 
formação de nódulos no pulmão que podem levar a graves problemas respiratórios. A doença é progressiva e 
irreversível (piora ao longo dos anos), e seus sintomas aparecem após muitos anos de exposição: começam 
com tosses e escarros, passando por dificuldade para respirar e fraqueza no organismo, chegando, nos casos 
mais graves, a insuficiência respiratória. Os trabalhadores mais atingidos pela silicose estão na indústria 
extrativa (mineração subterrânea e de superfície); no beneficiamento de minerais (corte de pedras, britagem, 
moagem, lapidação); em fundições; em cerâmicas, em olarias; no jateamento de areia; cavadores de poços; 
polimentos e limpezas de pedras, etc. 
 Abestose: O amianto – ou asbesto – é uma fibra mineral bastante usada na fabricação de caixas-d’água, lonas 
e pastilhas de freio dos carros, telhas e pisos, tintas e tecidos anti chamas. Altamente tóxica e cancerígena, a 
fibra é proibida em vários países do mundo. A asbestose é uma doença respiratória causada pela inalação do 
pó amianto, que se aloja nos pulmões e, em longo prazo, compromete a capacidade respiratória e pode levar à 
morte, além de estar associada ao câncer de pulmão. Os doentes são geralmente trabalhares de indústrias que 
usam o amianto como matéria prima, além daqueles que trabalham na construção civil. Os principais sintomas 
são falta de ar e cansaço excessivo. Não existe tratamento para a asbestose, ela é uma doença crônica e 
progressiva, razão pela qual, se discute a proibição do uso do amianto e sua substituição por outras fibras no 
Brasil. 
 
Doenças genéticas relacionadas aos lisossomos 
 Síndrome de Gaucher: A doença de Gaucher é uma das doenças lisossomais de armazenamento mais 
comuns. Assim como as outras, é caracterizada por deficiência dos lisossomos em degradar uma substância 
específica, levando ao seu acúmulo no interior dessa organela. Esse acúmulo leva uma proliferação lisossomal 
na célula, prejudicando as suas funções. Trata-se de uma síndrome hereditária provocada pela mutação do 
gene da enzima glicocerebrosidase, responsável por digerir um tipo de gordura chamada glicocerebrosídeo, 
que seria hidrolisada em glicose e ceramida. Nessa síndrome, as células afetadas são os macrófagos, que 
passam a fagocitar grandes quantidades de lipídios ao invés de realizar suas funções vitais, que é destruir 
células velhas ou danificadas. Nos portadores da doença, essa gordura não é digerida, ficando depositada 
dentro das células. Os órgãos mais afetados costumam ser o fígado e o baço. A medula óssea também fica com 
uma camada gordurosa, por isso os portadores da anomalia costumam ter ossatura fraca, podendo apresentar 
osteoporose e até mesmo diversas fraturas ao longo da vida. A síndrome também provoca uma diminuição no 
número de plaquetas no sangue, o que resulta em sangramento, principalmente do nariz. 
 Síndrome de Tay-Sachs: É uma doença rara que resulta na progressiva destruição do sistema nervoso central. 
O organismo é incapaz de metabolizar adequadamente alguns lipídeos devido à ausência de enzima específica. 
Isso resulta em um acúmulo de lipídeos no cérebro. É uma doença produzida pela alteração de lisossomos: 
como qualquer doença metabólica, há um bloqueio devido a uma enzima ou um catalisador necessários para a 
execução de reações químicas essenciais no corpo estar ausente ou funcionando mal. Nesse caso, a enzima 
em questão é a hexosaminidase A (hex-A). Na sua ausência, um lipídio gangliosídeo aumenta anormalmente 
no corpo, fazendo com que as células nervosas do cérebro sejam particularmente afetadas. Crianças com Tay-
Sachs aparentam desenvolver-se normalmente nos primeiros meses de vida. Depois, com a distensão de 
células nervosas com material adiposo, há uma severa deterioração das habilidades mentais e físicas. A criança 
torna-se cega, surda e incapaz de engolir. Os músculos começam a atrofiar e ocorre a paralisia. Outros sintomas 
neurologicos incluem demência, convulsões e crescentes "reflexos de susto" a barulhos. A doença torna-se fatal 
normalmente na faixa de 3 a 5 anos.

Outros materiais