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Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 Farmacologia Diabetes e antidiabéticos Diabetes Existem dois tipos de diabetes: a diabetes mellitus e a diabetes insipidus. Ambas se chamam diabetes devido a uma poliúria que apresentam, já que o termo “diabetes” significa sifão (acreditavam que o homem bebia água e ela saía, como se fosse um recipiente). A diabetes insipidus ocorre por uma deficiência do hormônio vasopressina, porém, agora nosso foco será voltado para a diabetes mellitus. à Pâncreas endócrino: No pâncreas 99% da massa é exócrina e secreta bicarbonato e enzimas digestivas no TGI. Enquanto isso a parte endócrina (1%) está espalhada na exócrina e é conhecida como ilhotas de Langherans. As ilhotas possuem células alfa (secretam glucagon), beta (secretam insulina e amilina), gama (secretam somatostatina e gastrina) e células PP (polipeptídio pancreático). o �Concentração plasmática de glicose: insulina (utilização e armazenamento de energia) o �Concentração plasmática de glicose: glucagon, catecolaminas, hormônio do crescimento e glicocorticóides (redução da utilização de glicose por órgãos vitais. à Diabetes mellitus*: Na Diabetes Mellitus (DM), independentemente do tipo, podemos observar uma hiperglicemia (aumento de glicose na corrente sanguínea). Essa hiperglicemia crônica leva a lesões microvasculares, são um sintoma patognomônico. Porém, ela pode ser gerada por uma falha da secreção de insulina e/ou um problema nos receptores dessa insulina. • DM tipo 1: o Dependente de insulina � (geralmente há ausência completa da secreção de insulina). o Há uma destruição das células b, e por conseguinte uma deficiência grave ou absoluta de insulina. o A origem dessa destruição pode ser imune (mais comum) ou idiopática; o Geralmente aparece antes dos 30 anos de idade. o Sintomas: polidipsia, poiúria, polifagia, cansaço e perda de peso � risco de cetoacidose e podem ocorrer complicações crônicas como neuropatia, angiopatia, nefropatia e retinopatia. o A suscetibilidade envolve uma ligação genética multifatorial, porém apenas 10 a 15% dos pacientes apresentam história familiar positiva. • DM tipo 2: o Não dependente de insulina � É uma resistência tecidual à ação da insulina, que pode vir juntamente com deficiência de células b e redução na secreção do hormônio. o Há a produção de insulina pelas células b, porém ela é inadequada para superar a resistência, logo há aumento da glicemia. o Mais frequente após os 40 anos; o Sintomas: inicio com poliúria e nictúria; descompensação aguda pode causar um coma hiperosmolar. As complicações crônicas são as mesmas da diabetes tipo 1, acrescidas de DC e AVC. o Individuo geralmente obeso, sedentário e com HA; o O metabolismo dos lipídios é afetado, de forma que observamos um aumento do fluxo de ácidos graxos livres e dos níveis de triglicerídeos e redução dos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL); o 30% dos pacientes utilizam a insulinoterapia para controlar a glicemia (apesar de não necessitarem disso para sobreviver). OBS: Existe uma grande importância de manter o paciente portador de DM tipo 2 (não controlado) bem hidratado. Se não estiver, ele poderá manifestar o coma hiperosmolar não-cetôtico (glicemia 6 a 20 x maior que a faixa normal), alteração do estado mental ou perda de consciência. *Jejum: falta de ingestão calórica por no mínimo 8h **Glicemia plasmática casual é a realizada a qualquer hora, sem considerar intervalo desde a última refeição; à Efeitos da insulina*: Faz a captação e o armazenamento da glicose e moléculas contendo energia. • Metabolismo da glicose: �produção e �utilização o Transporte de glicose para o tecido adiposo e músculo esquelético o Glicólise e glicogênese o Inibição da glicogenólise e gliconeogênese • Metabolismo dos lipídios: o Armazenamento de triglicerídeos o Inibição da lipólise • Metabolismo das proteínas: o Transporte de aminoácidos para o fígado, musculo esqueléticos e outras células o Síntese proteica o Inibição do catabolismo proteico # Hemoglobina glicada: A grande vantagem do exame de hemoglobina glicada é o fato de ele apresentar para o médico um resumo de como foi o controle da doença nos últimos 60 a 90 dias, apresentando uma boa ideia da média das taxas de glicose no período. Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 à HOMA-IR e HOMA beta: • HOMA-IR: referencia £3,4 glicemia jejum x insulina jejum ÷ 22,5 • HOMA-beta: referencia entre 167 e 175 (20 x insulina jejum) ÷ (glicemia jejum x 0,0555) – 3,5 Antidiabéticos 1. Secretagogos da insulina: sulfoniureias e meglitinidas (glinidas); 2. Redução da produção hepática de glicose: biguanidas; 3. Inibidores da absorção intestinal de glicose: inibidores da alfa glicosidase; 4. Análogo da amilina: pranlintida; 5. Terapia com incretinas baseadas no GLP-1; 6. Sensibilizadores da insulina: tiazolidinedionas; 7. Insulina exógena. 1. Secretagogos: sulfoniureias e glinidas à Sulfoniureias: • Mecanismo de ação*: ↪ Estimulam a liberação de insulina nas células beta do pâncreas, ao se ligarem em um receptor de sulfanilureia (SUR2) que está associado a um canal de potássio sensível ao ATP retificador interno da célula B � aumentando os níveis circulantes de insulina. ↪ Ocorre influxo de cálcio e liberação de insulina pré-formada. Além disso, também reduzem os níveis séricos de glucagon (em seu uso a longo prazo); Inibição do canal é semelhante ao processo fisiológico. – Acúmulo de ATP/despolarização/influxo de cálcio/ fusão de vesículas • Fármacos: ↪ 1ª geração: � Tolbutamida: bem absorvida, mas muito metabolizada no fígado. Duração de efeito é curta, meia-vida 4h a 5h (indicada para idosos), por isso e melhor administrada fracionada; � Clorpropamida: meia-vida de 36h, é lentamente metabolizada no fígado. Interage com os fármacos que dependem do catabolismo oxidativo hepático. É contraindicado para pacientes com insuficiência hepática ou renal (excreção); alto risco de hipoglicemia; reação de rubor e calor após a ingestão de álcool & hiponatremia; � Tolazomida: potência similar à da clorpropamida, porem com duração de ação mais curta. É absorvida mais lentamente, seu efeito glicêmico só́ aparece depois de várias horas. Meia-vida de 7h. Metabolizada em compostos que tem efeitos hipoglicemiantes. ↪ 2ª geração: são mais prescritas, usa-se dose menor para o mesmo efeito das de 1ª, tem menos efeitos adversos e menos interações medicamentosas, devem ser utilizados com cautela em pacientes com doença cardiovascular ou em pacientes idosos (risco de hipoglicemia). � Glibenclamina: potencial em causar hipoglicemia � Glipizida: só nos EUA; // � Glimepirida: pode ser usada como monoterapia em dose única diária ou em associação com a insulina. � Glicazida: liberação prolongada, equivalente à glimepirida. • Usos terapêuticos: Sua maior ação é na glicemia de jejum, não corrigindo totalmente o estado pós-prandial, o que explica o efeito adverso da hipoglicemia, já que o medicamento possui alta meia-vida e excreção apenas renal. � Efetividade das sulfonilureias: ↪ Redução da glicemia em 20% ↪ Redução da hemoglobina glicada em 1,5% • Efeitos adversos: hipoglicemia e pode causar ganho de peso ↪ Hipoglicemia* pode estar associada a: o Períodos após exercício o Omissão de refeições o Dose elevada da medicação o Agentes de ação prolongada o Desnutrição e alcoolismo o Comprometimento da função renal o Comprometimento da função hepática o Doenças gastrointestinais o Interações medicamentosas: salicilatos, sulfonamidas, fibratos, warfarina ↪ Ganho de peso: o paciente precisa comer mais para corrigir a hipoglicemia ↪ Náuseas, reações de fotossensibilidade, elevação de enzimas hepáticas • Contraindicações: Deve ser usado com cautela em pacientes com comprometimento da função simpática, alteração doestado mental ou em idade avançada. ↪ Não é muito bom no tipo I e nem no tipo II mais avançado, a pessoa tem que ter uma taxa mínima de células b funcionais. Vai abaixar a glicose, mas não é um mecanismo muito esperto já que o paciente já tem uma hiperinsulinemia, aumentar mais ainda parece estranho. à Glinidas: ou metglinidas. A vantagem é que o tempo de meia vida é menor e a duração da ação também. • Fármacos: � Repaglinida: Efeito pós-prandial rápido, mas deve tomar várias vezes ao dia. Modulam a liberação de insulina pelas células beta ao regular o efluxo de potássio. Verifica-se uma certa superposição com as sulfonilureias nos locais moleculares de ação. Excreção biliar; � Nateglinida: (derivado de D-fenilalanina) é o mais recente, ela estimula a liberação muito rápida e transitória de insulina das células beta através do fechamento dos canais de potássio sensíveis ao ATP. Além disso, restabelece parcialmente a liberação inicial de insulina em resposta a um teste de tolerância a glicose intravenosa; Excreção renal. ↪ A restauração da secreção mais normal de insulina pode suprimir a liberação de glucagon no inicio da refeição, resultando em menor produção de glicose endógena ou hepática. • Usos terapêuticos: Pode desempenhar um papel especial no tratamento de indivíduos com hiperglicemia pós-prandial isolada, porem tem pouco efeito sobre os níveis de glicose noturno ou em jejum. � Efetividade das glinidas: ↪ Repaglinida: redução da HbA1C em até 1,1% ↪ Nateglinida: redução da HbA1C em até 0,6% • Efeitos adversos: praticamente iguais aos da sulfoniureias Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 2. Biguanidas: Assim como as sulfonilureias, as biguanidas estão há mais tempo no mercado (bom custo beneficio) e são o tratamento de escolha inicial tradicional para o diabetes tipo 2. Elas não dependem da presença de células b funcionais do pâncreas. • Mecanismo de ação: ↪ Redução da absorção de glicose pelo TGI, com aumento da conversão da glicose em lactato pelos enterócitos; ↪ Redução da gliconeogênese hepática e renal; e glicogenólise ↪ Estimulação direta da glicose nos tecidos, com aumento da remoção da glicose do sangue; ↪ Redução dos níveis plasmáticos de glucagon. ↪ Alguns artigos dizem que elas podem ativar os receptores de insulina, aumentando a expressão de GLUT-4 • Fármacos: fenformina e metformina* � Metformina*: Usada em pacientes cuja hiperglicemia é decorrente de uma ação ineficaz da insulina (síndrome da resistência à insulina). Por bloquear a gliconeogênese pode comprometer o metabolismo hepático do ácido lático. • Usos terapêuticos: monoterapia ou terapia combinada ↪ Monoterapia: ◦ Glicemia de jejum: �em 20% ◦ HbA1C �15% ◦ Redução e/ou manutenção do peso OBS: Quando considerar o uso de metformina? Sempre (exceto pct com doença renal crônica). Em pacientes com insuficiência renal, as biguanidas acumulam-se e aumentam o risco de acidose láctica. OBS²: Vantagens em relação à insulina ou às sulfonilureias: é um agente poupador de insulina, que não aumenta o peso corporal nem provoca hipoglicemia. Diminui o risco de doença macro e microvascular. OBS³: Pode ser usada para prevenir DM tipo 2 por indivíduos obesos de meia-idade com comprometimento da tolerância a glicose e hiperglicemia em jejum. • Efeitos adversos: � Digestivos: gosto metálico, hiporexia (�apetite), náuseas, desconforto abdominal e diarreia � ocorrem no inicio (transitórios) � Redução da absorção de vitamina B12 (30% dos pacts � uso prolongado): �concentração B12 e pode haver anemia megaloblástica (raro) � Acidose láctica � Ocorre em quem tem predisposição: IRA, hepatopatia, IC, abuso de álcool, instabilidade hemodinâmica e uso de contrastes radiográficos • Contraindicações: doença renal (IR moderada a grave; clearence de creatinina �30 ou 60), alcoolismo, doença hepática (IH grave). 3. Inibidores da alfa-glicosidase: Possuem efeito antidiabético fraco e muitos efeitos adversos, indicados para indivíduos que não conseguem atingir metas glicêmicas com outras medicações. • Mecanismo de ação: ↪ Bloqueadores do amido – retarda a absorção dos carboidratos. São análogos de carboidratos que se ligam a alfa- glicosidase e inibem a clivagem dos carboidratos em glicose. Aumentam o tempo de absorção dos carboidratos complexos, reduzindo o pico e glicemia pós-prandial. • Fármacos: acarbose (glucobay® ou aglucose®), miglitol e voglibose A Arcabose e o Miglitol atuam sobre a sacarase, maltase, glicoamilase e dextranase, sendo que o primeiro atua também sobre a alfa- amilase e o segundo sobre a isomaltose e beta-glicosidase (lactose). O objetivo é reduzir ao mínimo a digestão, e adiar a absorção do amido e dos dissacarídeos ingeridos até a porção distal do intestino delgado. Assim, eu reduzo a excursões glicêmicas pós- prandiais, criando um efeito poupador de insulina. • Usos terapêuticos*: � Eficácia: ◦ Glicemia de jejum: �em até 63mg/dL ◦ HbA1C �0,4 a 0,9% � Deve ser tomado junto a refeição � Sem risco de hipoglicemia (exceto se associar com sulfoniureias � tratar com dextrose) � Maior utilidade em hiperglicemia pós-prandial; � Esquemas de monoterapia (baixa eficácia) ou terapia adjuvante; melhor terapia combinada � Ascarbose: tratamento de intolerância à glicose ↪ Ajuda a manter o peso ↪ Glicemia elevada: jejum x pós-prandial • Efeitos adversos*: geralmente causados pelo carboidrato não digerido que fornece alimento para as bactérias do intestino. � Flatulência � Dor abdominal � Diarreia � Elevação das transaminases � Hipersensibilidade • Contraindicações: em pacientes com doença inflamatória intestinal. Por serem excretadas pelos rins, não podem ser usados por pessoas com comprometimento renal. 4. Pranlintida: análogo sintético da amilina É injetável e modula os níveis de glicose pós-prandiais (deve ser feita imediatamente antes da alimentação). Ela suprime a liberação de glucagon, retarda o esvaziamento gástrico e exerce efeitos anoréticos mediados pelo SNC. Sua absorção é rápida (níveis máximos em 20 minutos), mas deve ser dado três vezes ao dia. É metabolizada pelos rins. Seringa sempre deve ser separada para a pranlintida (nunca misturar com insulina). Efeitos colaterais: hipoglicemia e sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e anorexia. 5. Terapia com incretinas baseadas no GLP-1: à Análogos do GLP-1: O glucagon é sintetizado pelas células a das ilhotas de Langherans. A meia-vida do hormônio no plasma é de 3 a 6 min (semelhante à insulina). Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 Existem enteroglucagons (glicentina, peptidios glucagon- similares 1 e 2 – GLP1 e GLP2). O GLP-1 (insulinotropina) é um poderoso estimulante da liberação de insulina. Agente terapêutico potencial para DM tipo 2. Entretanto, exige infusão subcutânea continua para produzir uma redução duradoura da hiperglicemia tanto em jejum quanto pós-prandial (limitação). O glucagon se liga a receptores das células hepáticas, levando a um aumento da atividade da adenilciclase acoplada à proteína G. Ocorre produção do AMPc, que facilita o catabolismo do glicogênio. Ele, porém, não exerce nenhum efeito no glicogênio da musculatura esquelética. • Mecanismo de ação: Sobre os análogos do GLP-1: incretinas são hormônios liberados pelo intestino após a refeição para tentar controlar a glicemia. Estima- se que mais de 50% da secreção de insulina em resposta a uma refeição seja decorrente desses hormônios. Entre os hormônios está o GLP-1. Os incretinomiméticos são agentes terapêuticos desenvolvidos com base nesses hormônios. Nos diabéticos tipo 2, o efeito incretina apresenta-se diminuído ou ausente, o que contribui para a deficiência de secreção de insulina característica da doença. As ações do GLP-1 incluem*: ↪ Aumento da secreção de insulina dependente de glicose ↪ Reduz a liberação hepática de glicose por meio da secreçãode glucagon; ↪ Retardo do esvaziamento gástrico e indução de saciedade; ↪ Em animais e in vitro, foram comprovados efeitos tróficos e anti-apoptóticos da célula b, levando preservação e expansão da massa de células b. • Fármacos: exenatida e liraglutida* � Exanatida: resistência à degradação pela DPP-IV ↪ Primeira terapia com incretinas ↪ Redução do peso e controle glicêmico ↪ Efeitos adversos: náuseas ↪ Uso 2x ao dia � Liraglutida*: é um análogo do receptor do GLP-1 resistente à DPP-4, ligado a um ácido graxo. Sua posologia é 1 vez ao dia, por via subcutânea. • Usos terapêuticos: hipoglicemia grave ↪ Importância: obesidade; ↪ Não tem efeitos glicemiantes (devido receptor ser glicose- dependente); ↪ Usado principalmente em diabetes tipo 2 (reduz HbA1c em 0,89 a 1,1%); ↪ Diminuição de apoptose e aumento da regeneração das células b. • Efeitos adversos: poucos efeitos colaterais (náuseas e vômitos); ↪ Raros (<1%): IR, pancreatite aguda, carcinoma papilar de tireoide, hiperplasia de células C ou parafoliculares. • Contraindicações: pcts com antecedentes de CA medular de tireoide ou neoplasia endócrina múltipla do tipo 2. à Inibidores da DPP-4: ou Gliptinas. • Mecanismo de ação: semelhante ao anterior. • Fármacos: Sita, Vilda, Saxa e Lina gliptina são os representantes que existem no Brasil. � Sitagliptina*: é um inibidor da dipeptilpeptidase 4 (DPP-4), enzima que degrada a incretina e outras moléculas semelhantes ao GLP-1. Deverá ser aprovado para uso em DM tipo 2. Biodisponibilidade 80%, meia- vida de 8h a 14h. • Usos terapêuticos: DM2 ↪ Reduz HbA1C em 0,6% • Efeitos adversos: � Reações cutâneas (anafilaxia, angioderma e exfoliação) • Precauções: � Vildagliptina e disfunção hepática � Sitagliptina e reações cutâneas. ǃ OBS*: O mecanismo de ação da liraglutida e da sitagliptina se baseia na atuação do efeito incretínico e posterior secreção de insulina, possibilitando o retardo do esvaziamento gástrico, redução da secreção do glucagon, redução da ingestão de alimentos e diferenciação e proliferação de células beta, lançando mão de análogos do GLP-1 e inibidor da DPP-IV para que esse processo ocorra. 6. Tiazolidinedionas (Tzds): Ou glitazonas. • Mecanismo de ação: São agentes muito efetivos na redução da resistência à insulina; regulam os genes envolvidos no metabolismo da glicose e dos lipídios e na diferenciação dos adipócitos. ↪ São ligantes do receptor gama ativado por proliferador peroxissomico (PPAR-gama). Esses receptores são encontrados no músculo esquelético, no tecido adiposo e no fígado. ↪ �Produção de glicose e �utilização de glicose • Fármacos: o Troglitazona (hepatotoxicidade) � retirado do mercado o Rosiglitazona (toxicidade cardiovascular); gera hipoglicemia o Pioglitazona*: absorvida 2h após a ingestão. Alimentos concomitantes podem retardar a absorção, mas não alteram a biodisponibilidade. Anticoncepcionais orais com estrogênio não podem ser usados, devido à metabolização que transforma a droga em um composto ativo. ↪ Usada em monoterapia ou associada à metformina, sulfonilureias e insulina para tratar diabetes tipo 2. • Usos terapêuticos: mono ou combinada ↪ Monoterapia: ◦ Glicemia de jejum: �em 40 a 65mg/dL ◦ HbA1C �1,0 a 1,6% • Efeitos adversos: � Ganho ponderal (dose e tempo-dependente) � por meio de ret hídrica, proliferação de adipócitos e �apetite � Retenção hídrica � edema periférico e ICC; risco em terapia concomitante com insulina; por meio de reabsorção de sódio e água � Efeitos cardiovasculares � Efeitos esqueléticos: �densidade mineral óssea, �risco de fraturas (mecanismo: �diferenciação de osteoblastos e formação óssea; tb ativa osteoclastos) • Contraindicações: hipersensibilidade, IC, terapia concomitante com insulina, �dens mineral óssea/ risco de fraturas e risco de câncer de bexiga. Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 ǃ OBS*: A pioglitazona atua, a nível celular, na diferenciação de adipócitos e na diminuição da inflamação no tecido adiposo. Seus efeitos benéficos são a melhora da sensibilidade insulínica no tecido adiposo, fígado e musculo esquelético e melhora da secreção insulínica por melhorar a função hepática. 7. Insulina exógena: � Base para o tratamento da DM-1 e adjuvante na DM2 quando as outras formas de terapia são insuficientes. � Administrada por via parenteral, geralmente por injeção subcutânea criando um depósito de insulina no local da injeção para ser absorvida. � A velocidade da absorção depende de fatores como solubilidade da preparação e circulação local. � Quanto mais rápida a absorção mais rápida o início da ação. � Pacientes que fazem uso habitual de insulina necessitam de insulina basal e em bolo prandial para obter ótimo controle da hiperglicemia. • Mecanismo de ação: Com o aumento da glicose na circulação, ocorre uma estimulação de células beta no pâncreas, essa estimulação causa um aumento na secreção de insulina. Esse aumento da insulina tem efeitos no fígado, no músculo e no tecido adiposo. Esses efeitos são: o aumento da síntese de glicogênio, de síntese de proteínas, aumento dos triglicerídeos, diminuição do catabolismo (fígado), aumento do transporte de aminoácidos e o aumento da síntese de proteínas (músculo) e o aumento do armazenamento de triacilglicerol (tec. adiposo). Todos esses efeitos combinados acarretam a diminuição da glicose em circulação. O objetivo da insulinoterapia por via subcutânea consiste em repor a insulina basal normal noturna, em jejum e entre outras refeições, bem como a insulina prandial ou em bolus (durante as refeições). A terapia convenciona conta com injeções de misturas de insulinas de ação rápida ou curta e de ação intermediária em doses fracionadas. • Tipos: a. Ação curta: insulina regular; é obtida por técnica de DNA recombinante. Seu efeito aparece 30 min após a injeção subcutânea, com pico de ação de 2-3horas e dura de 5- 8 horas. Única de adm EV. ↪ É necessário injeta-la de 30-45 min antes das refeições, e assim evitar o risco de ocorrer uma hiperglicemia pós-prandial ou uma hipoglicemia pós- prandial tardia. ↪ Pode ser usada em cetoacidose diabética e outras que necessitem efeito imediato. b. Ação rápida: análogos da de curta; ↪ Existem três tipos de análogos injetáveis: lispro, aspart e glulisina. Todas elas permitem uma reposição prandial mais fisiológica, pois a secreção prandial normal de insulina endógena possui rápido início de ação e ação máxima precoce. Lispro e aspart adm imediatamente antes da refeição; ↪ A duração da sua ação é cerca de 3 a 5 horas no máximo (o que é bom, visto que reduz o risco de hipoglicemia pós-prandial tardia). ↪ As preferidas para uso em dispositivos de infusão subcutânea contínua; c. Ação intermediaria e longa: NPH, glargina, detemir e degludeca ↪ Insulina NPH: início de ação de 2h a 5h e duração de 12h a 18h. Em geral, é misturada com as insulinas de ação rápida ou ultrarrápida, e administrada 2 a 4 vezes por dia para portadores de diabetes tipo 1. ↪ Insulina glargina: é um análogo de insulina de ação ultralonga “sem pico”. Feito para permitir reposição da insulina reproduzível, conveniente e basal. Início da ação de 1h a 1h30, efeito máximo de 4h a 6h. Essa atividade máxima é mantida por 11h a 24h ou mais, dose 1 vez ao dia ou 2 vezes ao dia (pacientes sensíveis a insulina). Não deve ser misturada a outras insulinas. ↪ Detemir: Possui cadeia de ácidos graxos ligado a lisina, que permite a ligação do análogo a albumina sérica e tecidual que retarda sua absorção, ação e depuração do fármaco. Possui efeito mais reproduzível e está associada a menor grau de hipoglicemia do que a insulina NPH. Início de ação de 1h a 2h e duração de 24h. ↪ Degludeca: uma injeção a cada dois dias, é a mais recente. OBS: Não se deve misturar glargina e determir nunca. • Efeitos adversos: � Hipoglicemia � Lipodistrofia(hipertróficas e atróficas) ↪ impureza da insulina – lipoatrofias � Resistência a insulina ↪ agravamento da obesidade ↪ produção de anticorpos contra insulina - administrar insulina humana � Obesidade • Contraindicações: O principal perigo da insulinoterapia é que a administração de insulina quando não há ingestão adequada de carboidratos pode resultar em hipoglicemia. # Para tratar a hipoglicemia administramos glicose ou açúcar simples de forma diluída para acelerar a absorção. Quando já há perda de consciência, podemos administrar solução de glicose endovenosa, ou ainda uma injeção de glucagon subcutânea. .
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