Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 Farmacologia Dislipidemia Dislipidemias: Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos de lipoproteínas, há 3 subtipos, inclui-se: • Hipercolesterolemia; • Hipertrigliceridemia isolada; • Dislipidemia mista.. Constituem importante causa de aterosclerose e de doenças induzidas por ela, como coronariopatia, doença vascular encefálica isquêmica e doença vascular periférica. As dislipidemias e os baixos índices de colesterol das lipoproteínas de alta densidade (HDL-C) constituem as principais causas de aumento do risco aterogênicos. Os fármacos tem como função modificar os níveis de colesterol. São benéficos em pacientes com todo o espectro de níveis de colesterol, primariamente ao reduzir as lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C). O tratamento não farmacológico inclui as dietas (redução de consumo de gorduras saturadas) e exercícios físicos. Metabolismo: As lipoproteínas são compostas de colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios e apoproteínas, que conferem estabilidade a molécula. As lipoproteínas de baixa densidade tornam-se aterogênicas quando são modificadas por oxidação (etapa necessária para sua captação). A modificação dietética e o tratamento farmacológico atuam em aumentar a expressão dos receptores hepáticos de LDL (para remoção do plasma). As HDL são lipoproteínas protetoras, participam do transporte reverso do colesterol que são excretadas pelo fígado, diminuindo assim o risco de coronopatias além de possuir ação anti-inflamatória, antioxidativa, antiagregantes plaquetárias, anticoagulantes e pró- fibrinolítica. • Hiperlipoproteinemias: ↪ Primárias: genéticas ↪ Secundárias: associadas à doenças, fatores dietéticos e drogas (hipotireoidismo, diabetes melito, síndrome nefrótica, obesidade, alcoolismo, corticosteroides, betabloqueadores) à Estatinas: • Mecanismo de ação: ↪ As estatinas atuam como inibidores competitivos, específicos e reversíveis da HMG-CoA redutase (enzima limitante na síntese de colesterol no hepatócito - pois catalisa a conversão de HMG-CoA a mevalonato). ↪ Ao inibirem essa etapa, consequentemente inibem uma etapa inicial de velocidade na biossíntese do colesterol, esgotando o seu estoque intracelular, levando a célula a aumentar o número de receptores de LDL-c que podem ligá-los e internalizá-los. Assim, o colesterol no plasma diminui. ↪ Aumentam o catabolismo do LDL e a extração hepática dos precursores de LDL ↪ �Triglicerídeos e �HDL • Fármacos: sinvastatina, lovastatina, pravastatina, atorvastatina, rosuvastatina (de ação prolongada) • Ações farmacológicas: � Os níveis de triglicérides são consideravelmente reduzidos. � As estatinas reduzem os níveis de LDL-C, dependendo da dose e da estima utilizada. � A terapia com estéticas aumenta a produção endotelial do vasodilatador óxido nítrico, resultando em melhora da função endotelial. � Diminuição do estresse oxidativo e da inflamação vascular � Afetam a estabilidade de placas de ateroma, inibindo a infiltração de monócitos. � Reduzem a agregação plaquetária e diminuem depósito de trombas. • Usos terapêuticos: � Úteis em monoterapia ou em associações com resinas, niacina ou ezetimiba; � Prevenção primária de doença arterial em pacientes de alto risco em razão da concentração elevada de colesterol sérico. � Prevenção secundária do IAM e do AVC em pacientes com doença aterosclerótica sintomática (angina instável). � Dislipidemia mista, coronariopatias, insuficiências vascular cerebral e periférica. • Efeitos adversos: ↪ Pode ocorrer aumento das enzimas hepáticas - transaminases (a insuficiência hepática pode causar acúmulo do fármaco); hepatotoxicidade ↪ Miopatias (mialgia - dor, rabdomiólise - intensa destruição celular do músculo esquelético); rabdomiólise pode causar mioglobinúria � lesão renal; ↪ Aumentos discretos da creatinoquinase (CK), principalmente quando o paciente faz atividade física inensa ↪ Sintomas gastrointestinais. OBS: podem aumentar o efeito da varfarina. OBS²: devem ser administrados à noite se em dose única, horário que ocorre maior produção de colesterol. OBS³: em geral a absorção é aumentada pelos alimentos à Niacina: ácido nicotínico ↪ É uma vitamina do complexo B. • Mecanismo de ação: ↪ No tecido adiposo, a niacina inibe a lipólise de triglicérides, reduzindo o transporte de ácidos graxos livres para o fígado e a síntese hepática de triglicerídeos; Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 ↪ A menor produção de triglicerídeos diminui a produção hepática de VLDL e consequentemente LDL • Fármacos: ácido nicotínico e nicotinamida • Usos terapêuticos: � Como reduz os níveis de colesterol e triglicérides no plasma, é útil no tratamento de hiperlipidemias familiares. � Usada também no tratamento de outras hipercolesterolemias graves. • Efeitos adversos: ↪ Hepatotoxidade (aumento das transaminases hepáticas). ↪ Hiperglicemia (pacientes diabéticos precisam de cuidados). ↪ Rubor (agrava-se com a terapia) ↪ Prurido, exantema e ressecamento de pele ↪ Dispepsia; ↪ Acantose nigricans. à Fibratos: derivados do ácido fíbrico • Mecanismo de ação: ↪ Aumento da transcrição dos genes da lipase proteica (LPL), e consequente redução acentuada de VLDL (precursor das lipoproteínas) e, portanto, nos triglicérides; diminui a secreção pelo fígado. ↪ Há uma redução modesta de LDL e aumento do HDL • Fármacos: genfibrozil*, bezafibrato, fenofibrato*, etofibrato, citofibrato. • Usos terapêuticos: � Hipertriglideridemias em que predominam as VLDL; � Dislipidemia mista (desde que a elevação sérica de triglicérides e colesterol não tenha sido causada por alcoolismo). � Pacientes com baixo nível de HDL e alto risco de doença ateromatosa (DM II). � Combinados com outros redutores de dislipidemia grave resistente a tratamento. � Hipertrigliceridemia grave. • Efeitos adversos: ↪ Intolerância no TGI que diminuem à medida que o tratamento continua. ↪ Por aumentarem a excreção biliar de colesterol, há uma predisposição na formação de cálculos biliares. ↪ Evitar em pacientes com disfunção renal ou hepática ↪ Miosite: inflamação de músculo voluntário (elevação de CPK) ↪ Miopatia e rabdomiólise em pacientes em uso de estatina. ↪ Hipopotassemia e níveis sanguíneos elevados de aminotransferase ou de fosfatase alcalina; ↪ Exantemas. à Resinas: de ligação de ácidos biliares • Mecanismo de ação: ↪ Os sequestradores de ácidos biliares exibem cargas altamente positivas e ligam-se a ácidos biliares de carga negativa. ↪ Devido ao seu tamanho, as resinas não são absorvidas, com os ácidos biliares ligados, sendo excretadas nas fezes. ↪ A interrupção da reabsorção de ácidos biliares causa depleção do reservatório de ácidos biliares, com consequente aumento na síntese hepática de ácidos. ↪ Em consequência, o conteúdo hepático de colesterol declina, estimulando a produção de receptores de LDL (efeito semelhante as estatinas). ↪ O aumento de receptores, aumenta a depuração das LDL e reduz os níveis de LDL-c. ↪ Entretanto, esse efeito é parcialmente compensado pela síntese aumentada de colesterol provocada pela suprarregulação. • Fármacos: colestiramina, colestipol e colesevelam • Usos terapêuticos: � Úteis nos casos isolados de aumento das LDL / hipercolesterolemia primária � Apenas como segunda linha para reduzir o LDL sérico, associando-o a estatina. • Efeitos adversos: ↪ Distensão abdominal e gases que limitam seu uso e reduzem a adesão ao tratamento (comer mais fibras) ↪ Má absorção de vitamina K resultando em hipoprotrombinemia; ↪ Comprometem a absorção de certos fármacos: glicosídios digitálicos, tiazídicos, tetraciclina, ácido acético etc à Inibidores da absorção intestinal de esterol:• Mecanismo de ação: ↪ Inibe seletivamente a absorção do colesterol da dieta e da bile no intestino delgado, diminuindo a oferta de colesterol intestinal para o fígado. ↪ Isso reduz as reservas de colesterol hepático e aumenta a remoção do colesterol do sangue. ↪ Diminui o LDD-c em cerca de 17%. • Fármacos: ezetimiba • Ações farmacológicas: redução dos níveis de LDL • Usos terapêuticos: � Hipercolesterolemia primária � É usada como adjunto no tratamento com estatinas ou em pacientes intolerantes a elas. • Efeitos adversos: baixa incidência de comprometimento da função hepática, aumentando quando é administrada com inibidor da HMG-CoA redutase. Mikaelle Teixeira Mendes – MED 33 .
Compartilhar