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1 CITOLOGIA HORMONAL 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA Profª Patrícia da Costa Marisco Sinop Citologia hormonal • É definida como a avaliação das condições endócrinas das pacientes por meio do estudo morfológico das células vaginais • Foi umas das primeiras aplicações diagnósticas clínicas da citologia clínica • Os primeiros estudos sobre citologia hormonal datam de 1847 quando Pouchet publicou um atlas descrevendo as alterações morfológicas das células vaginais durante o ciclo ovariano. 2 1 2 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ufmt&source=images&cd=&cad=rja&docid=Z-blH9j0VJkPlM&tbnid=9Vke-cYCbhZCtM:&ved=&url=http%3A%2F%2Fwww.mundodastribos.com%2Fvagas-de-intercambio-ufmt-2013.html&ei=bbcvUbLZDIrc8AS7-4GYDA&bvm=bv.43148975,d.eWU&psig=AFQjCNFXhZBvQ2uqMFWgVRfs3UgYkFp42A&ust=1362168045609070 http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=xHfRtf6JCazj5M&tbnid=vupPSLjbwyaLXM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http%3A%2F%2Ffarmaunipmanaus2010.blogspot.com%2F&ei=n9c5UcbHE5CG9gSQzYC4Dw&psig=AFQjCNH7nCnhQKJXwx7d394YtvbV0aBSUg&ust=1362831647346438 2 • A citologia hormonal, apesar de certas limitações, é eficiente, não dispendiosa e rápida para estabelecer as condições hormonais de uma paciente • Atualmente as dosagens hormonais têm sido amplamente utilizadas para a avaliação das funções ovarianas e dos distúrbios endócrinos femininos (precisas e rápidas) • Porém, se não haver acesso ou pelo alto custo, a citologia hormonal dá uma boa ideia 3 Citologia hormonal Introdução • A citologia hormonal se baseia no fato de que o epitélio cérvico vaginal é provido de receptores hormonais que controlam a maturação e diferenciação celular (estrogênio e progesterona) 4 3 4 3 Introdução • A inter-relação entre progesterona e estrogênio é uma característica constante na vida de uma mulher (é cíclica) e se reflete em seus esfregaços cérvico vaginais. • O epitélio vaginal sofre uma série de modificações cíclicas dependentes da secreção dos hormônios ovarianos estrogênio e progesterona • O epitélio escamoso do colo uterino e vagina varia em espessura dependendo da idade da mulher. • As alterações no epitélio glandular também reflete as condições hormonais, ainda que sejam mais discretas e de difícil avaliação. 5 Introdução • Assim, os diferentes estados hormonais da vida se refletem na estrutura da mucosa escamosa, e portanto, no esfregaço vaginal. 6 5 6 4 Introdução • Durante os anos de reprodução ele é ESPESSO (TRÓFICO), mas tal espessura mostrará variações, de acordo com o ciclo menstrual → Alterações dependem dos níveis de estrogênio e progesterona 7 VIDA FÉRTIL Epitélio trófico 8 E P EP 7 8 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://escuela.med.puc.cl/paginas/Cursos/tercero/patologia/fotos206-212/210.jpg&imgrefurl=http://escuela.med.puc.cl/paginas/Cursos/tercero/patologia/fotosNeoplasia9.html&h=359&w=640&sz=25&hl=pt-BR&start=102&sig2=jHGcVWPE1xveaJLD0Ag0jg&um=1&tbnid=UXpH_4UBXwvNjM:&tbnh=77&tbnw=137&ei=Xq50SKyhOIjeeqyqzNUC&prev=/images%3Fq%3Dc%25C3%25A9lulas%2Bparabasais%26start%3D90%26ndsp%3D18%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN 5 Introdução • O epitélio escamoso é FINO nas mulheres pré-púberes e nas pós-menopausadas (ATRÓFICO) (níveis hormonais baixos). 9 Epitélio atrófico 10 9 10 6 Introdução • Assim, os anos reprodutivos da mulher são caracterizados por alterações cíclicas nas taxas de hormônios e alterações correspondentes → Ciclo sexual feminino • O tempo reprodutivo varia conforme a mulher e as alterações dependem diretamente de fatores hormonais 11 Introdução • O ciclo ovariano é regulado pela hipófise (FSH e LH) que através do ovário (que libera estrogênio e progesterona) amadurece o óvulo no folículo e culmina com a expulsão do óvulo (ovulação). • Ocorrida a ovulação, o progesterona induz a fase secretora, caracterizada por um endométrio rico em glicogênio, pronto para receber uma possível nidação (implantação do embrião). • Se esta não ocorrer, a mucosa endometrial é expulsa durante a menstruação e o ciclo recomeça. 12 11 12 7 13 • A hipófise produzirá o FSH que estimula o amadurecimento dos folículos e o LH que estimula a ovulação. • Já o corpo amarelo ou lúteo no ovário, produzirá estrógenos e progesterona que inibirão a hipófise, inibindo novas ovulações. EIXO HIPOTÁLAMO – HIPÓFISE- OVÁRIO COMANDO CENTRAL HIPOTÁLAMO Conceito: Processo que abrange a formação, nas gônodas femininas (ovários), dos gametas femininos. Tubas uterinas Ovidutos Ovário Ovário Ligamento dos ovários Útero Colo do útero Vagina Aparelho reprodutor feminino Relembrando....OVOGÊNESE Início ainda no período pré-natal e termina depois do fim da maturação sexual (puberdade). 14 13 14 8 15 • Nascimento: cerca de 2.000.000 de ovócitos • Menarca: 250.000 • Adolescência: 40.000 • 50 anos, com ciclos regulares: 5.000 a 8.000 folículos • Perda mensal de ovócitos até a menopausa: nenhum ovócito APENAS 400 FOLÍCULOS OVULAM RESERVA OVARIANA OVÁRIOS 16 • Ovários – Localizados na região pélvica. – Órgão de produção e maturação dos ovócitos (gônadas). – Ovulogênese e ovulação. • Os ovários sofrem influência da hipófise via FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante) e regulam essa mesma glândula via liberação de estrógeno e progesterona (feedback) e, também o útero, espessando as suas paredes (endométrio). Corte sagital sediana e ou sagital 15 16 9 17 FSH LH PROGESTERONA ESTROGÊNIO 18 HORMÔNIOS SEXUAIS ▪ Então até a metade do ciclo crescem na circulação as taxas de FSH e LH, produzidos pela hipófise. ▪ Após a ovulação crescem as concentrações de estrógeno e progesterona, produzidos pelos ovários. HIPÓFISE OVÁRIOS OVÁRIOS - OVULAÇÃO ÚTERO - ENDOMÉTRIO 17 18 10 Hormônios • O Ciclo ovariano é controlado pela HIPÓFISE: 1º) FSH ↑ (concentração máxima por volta do 7º dia do ciclo) 2º) Ocorre amadurecimento dos folículos → secreção de estrógeno pelo folículo em desenvolvimento 3º) Ação do estrógeno: inibe secreção de FSH e estimula secreção de LH (ovulação), estimula crescimento do endométrio 19 Hormônios 4º) Ação do LH: estimula a ovulação e a formação do corpo lúteo no folículo ovariano 5º) O corpo lúteo por sua vez induz a produção de progesterona 6º) progesterona ↑ inibe produção de LH e FSH 7º) Se não houver fecundação, o corpo lúteo regride e reduz concentração de progesterona → MENSTRUAÇÃO 20 19 20 11 21 1º dia de sangramento = marca o início do ciclo • Do 1º ao 14º dia – ação do FSH – período de maturação do folículo ovariano (termina meiose 1) • 14º a 15º dia – ação do LH – ovocitação ou “ovulação” • Do 16º ao 28º dia – ação da progesterona – período de preparação uterina para recepção do embrião (blástula) CICLO MENSTRUAL 22 R E S U M I N D O 21 22 12 23 R E S U M I N D O Ciclo menstrual • O ciclo menstrual se desenvolve em fases: – Fase menstrual (1º ao 5º dia) – Fase estrogênica ou pré- ovulatória ou folicular (6º ao 14º dia) que termina com a expulsão do óvulo do córtex ovariano. – Ovulação (14 a 15º dia) – Fase progestacional ou pós-ovulatória ou lútea (16º ao 28º dia) 24 23 24 13 25 Ocorrem alterações da parede interna do útero. Compreende 3 fases: menstruação, fase proliferativa e fase secretora. MENSTRUAÇÃO- Dura cerca de 5 dias e resulta da ruptura dos vasos sanguíneos e descamação do endométrio, que, no seu conjunto, constituem o fluxo menstrual. FASE PROLIFERATIVA- Dura cerca de 9 dias, nos quais ocorre a reconstituição do endométrio e dos vasos sanguíneos. FASE SECRETORA- Dura cerca de 13-14 dias, nos quais as glândulas do endométrio produzem secreções, preparando o útero para a recepção do embrião. A parede uterina interna atinge o máximo de espessura. CICLO UTERINO 26 25 26 14 Finalidade Citologia Hormonal • Utilizada para estudar a condição hormonal da paciente • Avaliar a função ovariana e os distúrbioshormonais da puberdade até a menopausa • Verificar a presença ou não de ovulação e estimar o tempo da ovulação • Acompanhamento da terapia hormonal • Avaliar a função placentária e disfunções em obstetrícia 27 Finalidade Citologia Hormonal Este método permite avaliar: • se um ciclo menstrual foi ovulatório ou não; • a fase do ciclo menstrual em que está a paciente; • as alterações celulares características da gestação; • o estado de amadurecimento do epitélio na perimenopausa; • o tipo de estímulo hormonal no puerpério tardio; • o acompanhamento da resposta a uma terapia hormonal. 28 27 28 15 Finalidade Citologia Hormonal • Apesar dos seus limites, o método permite uma avaliação rápida, barata e eficaz da função ovariana na prática médica diária. Como o epitélio vaginal é extremamente sensível ao estrogênio, a colheita realizada no terço superior da parede vaginal lateral. 29 30 (A) Posicionamento do braço alongado da espátula de Ayre no orifício externo do colo e rotação de 360°. (B) Introdução da escova no canal endocervical e rotação de 360°. (C) Raspagem do fundo de saco com a extremidade arredondada da espátula de Ayre. (D) Raspagem do terço superior da parede lateral da vagina com a extremidade arredondada da espátula de Ayre. 29 30 16 Restrições da Citologia Hormonal • Processos inflamatórios • Infecções específicas ou não • Vaginose bacteriana • Presença de escamas anucleadas • Citólise 31 Aspectos citológicos dos estados hormonais funcionais 32 31 32 17 AO LONGO DA VIDA 33 1)INFÂNCIA E PRÉ- PUBERDADE 34 33 34 18 1)INFÂNCIA E PRÉ-PUBERDADE • RECÉM-NASCIDA: • A mucosa vaginal é bem desenvolvida e o esfregaço vaginal da recém-nascida reflete a atividade hormonal da mãe no momento do parto: • sendo constituído por células superficiais e intermediárias, e algumas naviculares parecido com a fase secretora). • Por volta do 15º dia de vida o esfregaço assume um padrão atrófico (células parabasais). 35 1)INFÂNCIA E PRÉ-PUBERDADE Resumindo a citologia na menina recém-nascida: • RN - 1 dia - padrão citológico igual ao da mãe. • RN - 3-7 dias - início da metabolização dos hormônios. • RN- 7-8 dias - predomínio de células parabasais. • RN - 15 dia - o epitélio completamente atrófico 36 35 36 19 • Na infância: predomínio de cocos e células basais (profundas). • Observa-se a maturação do epitélio por volta da puberdade (variação hormonal), mais ou menos de 2 a 3 anos antes da menarca. • Pré-puberdade: surgem células intermediárias e superficiais e a presença de bacilos de Doderlein (lactobacilos). 37 1)INFÂNCIA E PRÉ-PUBERDADE Indicações da citologia na menina • Pesquisa de infecções vaginais • Avaliação de distúrbios hormonais: – Puberdade precoce – Investigação de tumores ovarianos secretores de hormônio 38 37 38 20 2) PERÍODO PUBERDADE 39 2)PERÍODO PUBERDADE • 8-10 anos: instabilidade hormonal • 12-15 anos: início dos ciclos menstruais, porém muitos ciclos são anovulatórios • Ocorre a maturação sexual • Início do período fértil 40 39 40 21 41 TROFISMO DO EPITÉLIO • Normotrófico • Hipertrófico • Hipotrófico • Atrófico A)Fase menstrual (1º ao 5º dia) • O 1º dia da menstruação é o 1º dia do ciclo. • Esfregaços são hemorrágicos. • Células escamosas: predominam células cianófilas, especialmente intermediárias. • Células agrupadas, algumas com pregueaduras. • Células endocervicais. • Podem aparecer células endometriais isoladas e em aglomerados. 42 41 42 22 • Outros elementos: – Leucócitos numerosos; detritos celulares. – Histiócitos, especialmente no final da fase. – Glóbulos vermelhos (hemácias) – Pode obscurecer as células e pode ser necessária a repetição da colheita na metade do ciclo. 43 A) Fase menstrual (1º ao 5º dia) 44 A) Fase menstrual (1º ao 5º dia) 43 44 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyt14577&cat=D3 23 45 B) Fase estrogênica ( 6º ao 14º dia) fase proliferativa • Fase proliferativa precoce: início (5º ao 10º) • Fase proliferativa tardia: do 11º ao 14º 46 45 46 24 B) Fase estrogênica ( 6º ao 14º dia) fase proliferativa • Células escamosas – Início (fase precoce): aglomerados de células cianófilas intermediárias (predomínio) e superficiais – Usualmente não são encontradas células parabasais. – A eosinofilia e a picnose (células superficiais) se elevam progressivamente. – Por volta da ovulação as células superficiais isoladas predominam (fase tardia). 47 ✓As células endocervicais podem estar presentes • Células endocervicais –Citoplasma cianófilo que pode ser esférico e núcleo elíptico ou esférico central. 48 B) Fase estrogênica ( 6º ao 14º dia) fase proliferativa 47 48 25 • Células endometriais –Podem persistir até o 10º/12º dia do ciclo. • Outros elementos – Leucócitos, histiócitos e hemáceas ficam raros. • O fundo do campo é claro 49 B) Fase estrogênica ( 6º ao 14º dia) fase proliferativa 50 Padrão da fase estrogênica ou proliferativa 49 50 26 51 Padrão da fase estrogênica ou proliferativa 52 Padrão da fase estrogênica ou proliferativa 51 52 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyto5951&cat=D1 27 53 Padrão da fase estrogênica ou proliferativa C) Fase ovulatória (14º - 15º dia) • Células escamosas: – Predominam células superficiais eosinofílicas isoladas, geralmente com bordas dobradas e núcleos picnóticos. 54 • As células endocervicais incham, ficam maiores e têm citoplasma abundante, cheio de muco • Este aspecto de células endocervicais persiste até o final do ciclo. 53 54 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyto6032&cat=D2b 28 55 C) Fase ovulatória (14º - 15º dia) • Outros elementos: –Raros Leucócitos –Hemácias: algumas provenientes da ovulação, ou hemorragia coleta. –Muco abundante. –Aspecto do esfregaço é caracterizado como “esfregaço limpo” 56 Padrão da fase ovulatória (14º - 15º dia) 55 56 29 57 Padrão da fase ovulatória (14º - 15º dia) D) Fase lútea ou progestacional ou secretória (15º ao 28º dia) • Células escamosas: – No início (fase precoce), células intermediárias, no geral com glicogênio. – O nº de células intermediárias cianófilas aumentam progressivamente. – Encontra-se raras células naviculares. – No final da fase aumentam os aglomerados celulares com pregueaduras e citoplasma cianófilo. – O nº de células superficiais eosinófilas com núcleo picnótico diminui. – Na fase tardia instala-se a degeneração citoplasmática e citólise (efeito citolítico dos bacilos de Doderlein) 58 57 58 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=00017488&cat=D1 30 • Outros elementos: – Leucócitos maior quantidade –Muco reaparece espesso; –Aspecto do esfregaço “sujo”. • A citólise excessiva pode tornar o esfregaço inapropriado para interpretação. 59 Fase lútea ou progestacional (15º ao 28º dia) Padrão da fase secretora ou progestacional 60 59 60 31 Padrão da fase secretora ou progestacional 61 Padrão da fase secretora ou progestacional 62 CITÓLISE 61 62 32 63 Padrão da fase secretora ou progestacional CITÓLISE I → IS → IS → IS → I → I → I +++ ++++ ++++ ++++ +++ +++ +++ +++ ++ ++ + +++ ++++ Bacilos de Doderlein +++ ++ ++ + ++ ++Leucócitos Grupamentos celulares ++ + - ++ +++ 64 Células epidermóides 63 64 http://screening.iarc.fr/atlascyto_detail.php?flag=1&lang=4&Id=cyto5995&cat=D1 33 Fase menstrual Fase estrogênica Fase pós-ovulatória Fase progestacional Fase pré - ovulatória Fase ovulatória Fase pós-ovulatória Fase pré-menstrual 65 66 34 67 R E S U M I N D O 3) Menopausa e pós- menopausa 68 67 68 35 69 3) Menopausa e pós-menopausa 3) Menopausa e pós-menopausa • Representa o desaparecimento das menstruações e diminuição da produção dos hormônios sexuais • Ocorre declínio progressivo da atividade hormonal • Esse processo pode serrápido ou demorar alguns anos. • O epitélio regride (involui) progressivamente até a atrofia 70 69 70 36 71 • Gradualmente vai se instalando o quadro de atrofia do epitélios à medida que caem os níveis de estrogênio OBS: • Células intermediárias e lactobacilos podem aparecer se houver reposição hormonal • Atividade sexual prolonga o tipo de esfregaço 3) Menopausa e pós-menopausa • Ocorre diminuição do muco; dessecação das mucosas; alterações inflamatórias são frequentes. • Perimenopausa: Padrão celular misto, com células superficiais, intermediárias e parabasais. • Pós-menopausa: Variedade de aparências, 3 etapas citológicas: 72 71 72 37 → 1º etapa (fase inicial): • Células intermediárias ficam majoritárias (baixa atividade estrogênica) e são acompanhadas eventualmente por lactobacilos. • Ainda algumas células superficiais. 73 3) Menopausa e pós-menopausa OBS: Em mulheres que mantém atividade sexual, esse tipo de esfregaço pode permanecer após menopausa clínica. 74 73 74 38 – Tendência à descamação em aglomerados 75 3) Menopausa e pós-menopausa → 2ª etapa: – Regressão mais marcada da atividade estrogênica, com predomínio de células intermediárias e uma minoria de células parabasais. – Pode ter células naviculares (citoplasma de células intermediárias com depósitos de glicogênio). 3) Menopausa e pós-menopausa → 3ª Etapa: – Maioria de células parabasais indicando a diminuição da atividade hormonal. – Esfregaço com “Atrofia profunda”, frequentemente acompanhado de fenômenos inflamatórios. 76 Epitélio atrófico é mais suscetível à infecções pelo menor número de camadas 75 76 39 77 3) Menopausa e pós-menopausa → 3ª Etapa: – Dessecação do epitélio, com aumento no tamanho das células, com núcleos volumosos e pálidos – Pelo dessecamento: pseudoeosinofilia citoplasmática, picnose nuclear, cariorrexe, variação de tamanho e forma das células (dificuldade diagnóstica) – Ocasionalmente contem células queratinizadas. OBS: essas alterações podem confundir, pois essas alterações também podem ocorrer no carcinoma escamoso. Portanto, a administração de estrogênio ajuda na avaliação diferencial. 78 77 78 40 79 Padrão do esfregaço pós menopausa Padrão do esfregaço pós menopausa 80 79 80 41 Padrão do esfregaço pós menopausa 81 Padrão do esfregaço pós menopausa 82 81 82 42 Padrão do esfregaço pós menopausa 83 Características citológicas da atrofia • Esfregaço inflamatório: com muitos leucócitos, histiócitos (células mono ou multinucleadas) • Células superficiais em miniatura com núcleo picnótico → degeneração celular • Grupos de células profundas que não devem ser confundidos com células endocervicais 84 83 84 43 85 4) Gravidez 86 85 86 44 HORMÔNIOS - GRAVIDEZ 87 PLACENTA 12º semana HORMÔNIOS - GRAVIDEZ 88 87 88 45 4) Gravidez • HISTOLOGIA – A camada intermediária aumenta consideravelmente de tamanho (espessa). – Parada das variações cíclicas e estímulo progestacional. • CITOLOGIA – Células escamosas: • Predominam células intermediárias e células naviculares, com flora lactobacilar abundante e citólise (a partir do 3º mês). 89 90 89 90 46 Padrão do esfregaço na gravidez 91 Células naviculares Padrão do esfregaço na gravidez Células naviculares 92 91 92 47 93 5) Pós-parto (puerpério) 94 93 94 48 5) Período pós-parto • A imagem do esfregaço se modifica rapidamente: –Quadro de atrofia, composto por células intermediárias e parabasais. –Células endometriais e inflamatórias (Leucócitos, histiócitos). – Muco. –Células endocervicais quase sempre presentes. –Aspecto “sujo” do esfregaço. 95 Padrão esfregaço pós- parto 96 95 96 49 97 OBS: A imagem de atrofia permanece durante o aleitamento. 98 97 98 50 Efeitos dos hormônios nos esfregaços vaginais 99 Efeitos dos hormônios nos esfregaços vaginais 100 99 100 51 Efeito do Estrogênio – O epitélio vaginal é extremamente sensível ao estrogênio – Administração de estrógeno oral ou parenteral determina a maturação do epitélio caracterizando-se por uma % elevada de células superficiais eosinofílicas, às vezes de grande tamanho, com núcleos picnóticos. – A Maturação independente do tipo de esfregaço inicial, no momento da administração hormonal. 101 Estado hiperestrogênico 102 101 102 52 Efeito da Progesterona →O efeito da progesterona depende do esfregaço inicial: • No Esfregaço estrogênico: regressão da maturação, com formação de aglomerados de células intermediárias. • No Esfregaço atrófico: proliferação do epitélio com presença de células intermediárias. O epitélio mostra uma considerável proliferação, especialmente na camada intermediária, que fica cheia de glicogênio. • No Esfregaço progestacional: Não há mudança observável. 103 Aspecto progestacional 104 103 104 53 Efeito de medicações contraceptivas contendo estrogênio e progesterona • A curto prazo, o efeito dos estro- progestativos orais é intermediário entre os efeitos de cada hormônio. 105 106 105 106 54 Padrão com o uso de Anticoncepcionais orais - ACOs • Varia com o tipo de pílula: – Pílula combinada (estropregestativos)→ depende da concentração de cada hormônio → na maioria das vezes padrão atrófico leve, mesmo em mulheres jovens (ao longo dos anos, 2 – 3 anos). OBS: Porém, varia entre as mulheres – Pílula apenas com progesterona: principalmente células intermediárias. 107 Efeito da pílula combinada 108 107 108 55 Efeito da pílula apenas com progesterona 109 OUTROS • ANDRÓGENOS – Ação muito semelhante ao da progesterona • TAMOXIFENO – É um agonista estrogênico usado na tratamento do câncer de mama – Induz aumento na maturação do epitélio, especialmente na menopausa 110 109 110 56 Situações clínicas x citologia 111 Situações clínicas associadas ao predomínio de células superficiais • Pré – ovulação • Ovulação • Tumores ovarianos produtores de estrogênio 112 111 112 57 Situações clínicas associadas ao predomínio de células intermediárias • Pré-menarca • Pos-menstruação e início da (fase proliferativa) • Pós – ovulação e fase secretora • Gestação • Início da menopausa (1ª fase) 113 Situações clínicas associadas ao predomínio de células profundas (parabasais e basais) • Pós-menopausa • Insuficiência ovariana • Pós parto e lactação • Prolactinemia • Pós-radiação • Infância 114 113 114 58 AVALIAÇÃO LABORATORIAL 115 Leitura das lâminas • A análise do esfregaço é realizada através da leitura (método ziguezague) em microscópio óptico, que deve ter boa resolução e ser utilizado apenas do setor de citologia. • A triagem (rastreamento) é realizada com a objetiva de 10X, e análise minuciosa (confirmação de detalhes celulares) com a objetiva de 40X. 116 115 116 59 Índices citológicos para a avaliação hormonal • Fornecem valores relativos e não absolutos • São calculados contando no mínimo 100 células escamosas em quatro campos microscópicos diferentes em aumento de 400x (objetiva azul). 117 1 - Índice de picnose – IP (cariopicnose) • É a porcentagem de células com núcleos picnóticos entre todas as células superficiais e intermediárias presentes no esfregaço • É o percentual de células com núcleo picnótico em relação à outras células escamosas (S e I) sem núcleo picnótico, sem considerar afinidades tintoriais. • Diferenças de 15% entre os avaliadores 118 117 118 60 1 - Índice de picnose - IP • Valor máximo: período ovulatório (50 A 85%). –Núcleos picnóticos são puntiformes, hipercromáticos, opacos, homogêneos e os quais não se pode visualizar a estrutura no seu interior. 119 2 - Indice de eosinofilia - IE • Percentual de células maduras eosinófilas que estão presentes no esfregaço, em relação ao total de células escamosas (S e I), independente do tamanho nuclear. –Não incluir células intermediárias ou profundas, coradas de vermelho ou rosa, com núcleos globosos (falsa eosinofilia → pseudoeosinofilia). 120 119120 61 3 - Índice de maturação - IM • Índice de Maturação (IM) ou Índice de Frost (IF) • É o mais informativo de todos e consiste na determinação de células parabasais, intermediárias e superficiais (P / I / S) E EXPRESSAS EM PORCENTAGEM • EX: IF = 0 / 50 /50 121 • Para calcular esse valor há um coeficiente atribuído a cada tipo celular: –0,0 para células parabasais. –0,5 para células intermediárias. –1,0 para células superficiais. 122 4 - Valor de maturação - VM 121 122 62 4 - Valor de maturação - VM • É obtido multiplicando a porcentagem (IF) de cada tipo celular pelo seu coeficiente. Valor de maturação(VM) = Nº cél P x 0,0 + Nº cél I x 0,5 + Nº de cél S x 1,0 123 Exemplo • Um esfregaço com 10% de células parabasais, 30% de intermediárias e 60% de superficiais IF: 10/80/10 VM= 10 x 0,0 + 80 x 0,5 + 10 x 1,0 VM = 50 124 123 124 63 4 - Valor de maturação - VM • A escala vai de 100 a 0 • VM = 0 indica população homogênea de células profundas. • VM = 100 indica população homogênea de células superficiais. 125 INTERPRETAÇÃO HORMONAL 126 • VM mais próximo de 0 (VM < 25): ATRÓFICO • VM mais próximo de 50 (26 – 75); HIPOTRÓFICO • VM mais próximo de 100 (> 76): HIPERTRÓFICO ou EUTRÓFICO 125 126 64 Exemplo • Um esfregaço com 10% de células parabasais, 30% de intermediárias e 60% de superficiais IF: 10/80/10 VM= 10 x 0,0 + 40 x 0,5 + 10 x 1,0 VM = 50 Este índice indica maturação moderada (hipotrófico) 127 Exemplo • IM por ocasião: • da ovulação seria aproximadamente 0/40/60, e o IP= 60; • na gravidez 0/100/0, o IP= 0; • na menopausa 80/20/0, e o IP= 0 128 127 128 65 INTERPRETAÇÃO HORMONAL 129 FASE PERÍODO DIA IE FUNDO MICROBIOTA 1ª Menstrual Até o 5º ≤ 10% Fundo limpo Lactobacilos finos Pós-menstrual ou folicular inicial 6º ao 10º 11 – 25% Pré-ovulatório ou folicular 11 ao 13º 26 – 45% Ovulatório ou folicular avançado 14 e 15º > 45% 2ª Pós-ovulatório ou luteínico inicial 16 ao 21º 26 – 45% Fundo sujo Lactobacilos robustos Luteínico propriamente dito ou luteínico pleno 22 ao 25º 11 – 25% Luteínico avançado ou pré- menstrual 26 ao 28º <10% 130 Ovulatória Atrófica Normotrófica Hiperstrogênica 129 130 66 INTERPRETAÇÃO 131 5 - Índice de pregueamento celular • Determina a proporção de células pregueadas entre todas as células escamosas maduras • Um alto índice de pregueamento celular é observado quando o IE é baixo e vice-versa • Isso pelo fato de que as células que apresentam pregueamento são mais imaturas (células intermediárias) • As células superficiais perdem essa tendências de preguear-se 132 131 132 67 6 - Índice de agrupamento celular • Representa a tendência de células formarem aglomerados, porém é de difícil execução, uma vez que as células agrupadas não permitem a realização de uma contagem exata 133 DETERMINAÇÃO DE ÍNDICES CELULARES Resultados: representação gráfica durante o ciclo • Comparação com índice prévio da paciente • Índice igual entre duas pacientes pode ter significado diferente 134 133 134 68 LIMITAÇÕES: • Índices propostos em uma época que não se dispunha de métodos precisos de dosagens hormonais no sangue. • Estudos não permitiram estabelecer um balanço hormonal preciso (variações). • Certas imagens citológicas apresentam um significado, independentemente do cálculo de índice. 135 EX.: esfregaço atrófico • Apenas CPB presentes” • “Ausência de efeito estrogênico; IP= zero • “IM: 100/0/0” • “Evidência acentuada de deficiência estrogênica” • “Evidência de atrofia senil” • “ Compatível com a idade e história menstrual da paciente” 136 135 136 69 EX.: esfregaço com células intermediárias • “na recém nascida normal” • “na criança pré menarca” • “mulher na fase luteínica normal” • “na grávida normal” • “na mulher na pós-menopausa normal” 137 Três perguntas antes de liberar o laudo: 1) Amostra colhida da parede vaginal? 2) Existe escama córnea anucleada? 3) O exame está acompanhado da idade e história menstrual da paciente? Se negativa: ”Não é possível a realização da avaliação hormonal” 138 137 138 70 Citologia hormonal seriada Comentário O exame visa avaliar alterações do ciclo menstrual, estudar ciclos anovulatórios ou ovulatórios e acompanhar tratamentos hormonais. O grau de maturação do epitélio escamoso do trato genital feminino é hormônio dependente. Portanto, a variação no grau de maturação destas células serve como índice para avaliar a situação endócrina da mulher. Na tentativa de reproduzir numericamente a avaliação hormonal dos esfregaços aplica-se, quando solicitado, o “índice de Frost”, que expressa a relação percentual entre as células profundas, intermediárias e superficiais. 139 Citologia hormonal seriada Instruções - A coleta é sempre realizada pelo médico, seguindo uma sequência que pode representar as diferentes fases do ciclo menstrual. Sugere-se o seguinte esquema de colheita: - Primeira lâmina da primeira fase (até o 8º dia do ciclo menstrual). - Segunda colheita deverá ser feita em torno do período ovulatório (13º , 14º e 15º dia do ciclo menstrual). - Terceira lâmina a partir do 18º dia do ciclo menstrual. - Última lâmina em torno do 26º - 28º dia do ciclo. - Locais: preferencialmente na parede vaginal (no seu terço superior) não devendo haver inflamação (colpite ou cervicite) no momento da colheita; Fundo de saco vaginal; Ectocérvix. 140 139 140 71 Citologia hormonal seriada Interferentes Evitar duchas e lavagens vaginais, cremes e talcos vaginais, relações sexuais (24 horas antes da coleta), colheita no período menstrual, estar em uso de medicação hormonal (se não for possível, indicar qual tipo de hormônio e tempo de uso). A paciente não pode estar com processos inflamatórios ou infecciosos durante as coletas, sendo necessário tratamento antes de se iniciar as coletas para citologia hormonal seriada. 141 141
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