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aula 3

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Disciplina: Políticas públicas e organização de
Educação Básica
Aula 03: Função social da escola básica
Apresentação
Nos últimos anos, houve uma enorme transformação da sociedade. Ações e processos sociais foram modi�cados pela
inserção de novos conceitos, novas atividades e a incorporação das tecnologias digitais.
O papel social da escola, atualmente, não pode �car restrito ao ensino dos conteúdos programáticos, mas atuar de maneira a
formar o cidadão que participe da vida política e social do país. Dessa maneira, o planejamento pedagógico, a avaliação
escolar e a atuação do gestor escolar são fatores imprescindíveis para que a escola se constitua em instituição social que
ensine e legitime a apropriação de uma educação plena.
Para que consiga contribuir à formação de cidadãos conscientes, responsáveis e atuantes na sociedade, a escola precisa
trabalhar com temas e conteúdos que tenham signi�cado para os alunos e coloquem em prática ações que possam
melhorar a vida da comunidade na qual está inserida, educando seus alunos a pensarem e trabalharem em prol do coletivo e
do bem comum.
Nesta aula, vamos tratar um pouco sobre a função social da escola e conhecer alguns conceitos sobre Direitos Humanos e
Educação.
Objetivos
Compreender o papel da escola no Brasil;
Reconhecer como o conceito de Direitos Humanos pode ser trabalhado na escola.
O papel da escola na sociedade atual
A sociedade contemporânea, cada vez mais dinâmica, produz informações instantâneas com as inúmeras mídias sociais. Pense
na mudança que o WhatsApp fez na vida comunicacional das pessoas. Observe quantos textos você produz e reproduz utilizando
essa mídia.
 Fonte: Farknot Architect / Shutterstock
O aluno contemporâneo não aceita mais a simples condição de expectador, de receptor de conhecimento. Ele deseja também
produzir na escola, como produz nas mídias sociais.
Então, como �ca a escola nesse contexto? A instituição escolar poderá continuar
operando como fazia há 50 ou 60 anos quando aplicativos como esse não existiam?
Estas são apenas algumas indagações em meio às inúmeras perguntas que podemos fazer no contexto educacional.
Gestão escolar
Podemos perceber a importância do gestor escolar e dos professores nesse novo ambiente social.
A escola é o espaço no qual se encontram vários saberes, muitos pro�ssionais e uma imensidão de ideias e conceitos diferentes.
Como conciliar tudo isso? Sem dúvida, uma tarefa bastante difícil.
A escola, por si só, não faz esse papel. Quem lidera a escola é quem a constitui de uma maneira democrática ou não.
Por isso, o gestor escolar é justamente o pro�ssional que precisará harmonizar todas essas diferenças para tornar a escola um
lugar agradável de se estar e democrático.
 Fonte: Monkey Business Images / Shutterstock
Uma escola, para ser democrática, precisa ter uma liderança educativa e que
promova a participação de toda a comunidade escolar.
Dessa maneira, a escola passa a ser um lugar para desenvolver competências intelectuais, cognitivas, sociais, discursivas, éticas
e morais e incrementar a cidadania participativa de alunos, professores e demais funcionários. Mas, para que isso ocorra, é
necessário que a escola seja um ambiente no qual a participação de cada um é valorizada.
A gestão democrática é um princípio a�rmado pela Constituição Federal de 1988, pela LDB de 1996 e consta também no PNE
2014-2024, mais especi�camente na meta 19.
A perspectiva democrática pode ser uma excelente ferramenta de gestão para que essa sinergia aconteça. Para o professor
Libâneo (2008) a participação é um instrumento pedagógico e gerencial que garante a gestão democrática da escola, porque
promove o envolvimento das pessoas que fazem parte da escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento
adequado do espaço escolar.

O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que significa a capacidade
das pessoas e dos grupos de livre determinação de si próprios, isto é, de conduzirem sua
própria vida. Como a autonomia opõe-se às formas autoritárias de tomada de decisão,
sua realização concreta nas instituições é a participação.
(LIBÂNEO, 2008, p. 102)
Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos acerca dos desa�os futuros da escola, assista ao vídeo Desa�os futuros
<https://www.youtube.com/watch?v=bERxLjM7G0I> .
A política educacional brasileira após a reforma de 1990
A política educacional brasileira é marcada por uma série de reformas que visam solucionar os contínuos problemas da
Educação. No entanto, essas ações salientam a descontinuidade dos processos e a pouca efetividade das ações nesse âmbito.
(DAMBROS; MUSSIO, 2004)
As reformas educacionais no Brasil ganharam força a partir da crise do Estado do
Bem-Estar Social, quando ocorreram reordenamentos das políticas sociais em quase
todos os países, conforme vimos em aulas anteriores.
https://www.youtube.com/watch?v=bERxLjM7G0I
A descentralização do Estado, o enaltecimento de critérios de e�ciência e qualidade, somados à gradativa 'transferência' das
responsabilidades do Estado para a sociedade, reformularam as políticas sociais no Brasil, a partir dos anos 1990. (DAMBROS;
MUSSIO, 2004)
No Brasil, em especial no caso da Educação, destaca‐se a implementação de programas de avaliação e controle de resultados do
desempenho de alunos e instituições, bem como incremento de parcerias entre Estado‐Sociedade. Para entendermos a política
de avaliação no Brasil, é necessário que voltemos um pouquinho no passado para resgatar algumas informações e
acontecimentos importantes que de�niram a atual política de avaliação nacional. (DAMBROS; MUSSIO, 2004)
Comentário
Na década de 1970, houve uma enorme crise econômica que levou ao questionamento do Estado de Bem-Estar Social e ao
crescimento do ideário neoliberal. Por conta dessa crise e da instalação dos ideais neoliberais no Brasil e no mundo, algumas
reformas foram implementadas nos países, com o objetivo de diminuir gastos e melhorar a qualidade em vários setores, inclusive
na Educação. Essas reformas foram orientadas por organismos transnacionais de �nanciamento e cooperação, como, por
exemplo: o Banco Mundial e a UNESCO.
De acordo com a visão neoliberal e outros grupos conservadores é necessário o controle sobre a Educação para que ela possa
gerar resultados que impactem de forma positiva o crescimento econômico e social. Assim, sob a orientação de instâncias
transnacionais de poder, a partir da década de 1990, o Brasil realizou reformas educacionais que tinham como um de seus eixos a
descentralização de poderes e de encargos educacionais do âmbito federal para esferas locais de poder, ou seja, os municípios.
Saiba mais
Antes de continuar seus estudos, leia o texto O Banco Mundial adverte a respeito da “crise da aprendizagem” na educação global
<http://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2017/09/26/world-bank-warns-of-learning-crisis-in-global-education> e veja o
que o Banco Mundial a�rma sobre a aprendizagem mundial.
Já os grupos contrários a essa visão neoliberal a�rmam que as propostas do Banco Mundial (BM) são “uma forma de manipular
os países, pois o BM é uma instituição �nanceira internacional que explora os países pobres ou emergentes, mediante
empréstimos e pagamentos de juros sobre esses empréstimos”.
http://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2017/09/26/world-bank-warns-of-learning-crisis-in-global-education
 Fonte: Freedomz / Shutterstock
Para esse grupo contrário, a análise da e�ciência e equidade na Educação pública é para que se implante políticas privatistas para
a Educação no país, e também para sustentar o mercado mundial, em virtude da exploração da mão de obra e dos recursos
naturais.
De acordo com esses grupos também o acesso à Educação aconteceu em detrimento ao ensino de qualidade, porque a proposta
de “e�ciência” na Educação, é na verdade para formar pessoas de maneira rápida para atuarem no mercado de trabalho, sob a
ótica da empregabilidade.
Em suma, criar soluções aceleradas para os problemas da economia e do empregoem países pobres ou emergentes, ou seja,
pessoas ensinadas a se adaptarem a vários tipos de trabalhos e ao mercado atual.
Saiba mais
Antes de continuar, leia o texto As políticas neoliberais na Educação: um panorama geral
<https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/08/09/as-politicas-neoliberais-na-educacao-um-panorama-geral/> .
Lhe foram conferidas duas visões diferentes e antagônicas entre si, agora é importante que você pense sobre o que acabou de ler,
julgue essas duas perspectivas políticas acerca da educação e seus problemas, e re�ita sobre como você percebe a questão da
Educação hoje.
Mas, voltando aos anos de 1990, podemos observar que as reformas políticas educacionais começaram no governo do
presidente Collor, mediante ao processo de ajuste da economia brasileira às exigências da reestruturação global da economia.
Após o governo Collor, as reformas continuaram tendo seu ápice no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) que, como
vimos, teve seu início ainda na década de 1970, in�uenciado pela instauração da política neoliberal e pela participação dos
organismos multilaterais na de�nição das políticas educacionais. (DAMBROS; MUSSIO, 2004)
https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/08/09/as-politicas-neoliberais-na-educacao-um-panorama-geral/

Esses organismos entendiam e assentavam a Educação como estratégia para
competitividade e ascensão do país na agenda global.
(OLIVEIRA, 2010)
Nas políticas públicas e no campo econômico a crise do Capitalismo global, vivenciada nos anos 1970 e as discussões acerca do
papel do Estado, haviam culminado em uma Reforma Estatal que deu origem ao neoliberalismo . (DAMBROS; MUSSIO, 2004)
Para que as reformas acontecessem, o governo brasileiro tomou algumas providências:
1
01 Abriu o mercado doméstico aos produtos internacionais, em uma época em que o país mal havia iniciado suareestruturação produtiva; (DAMBROS; MUSSIO, 2004)
02 Intensi�cou a circulação �nanceira e o processo de privatização das empresas estatais;
03 Tomou medidas �nanceiras para a estabilização monetária (Plano Real).
Para aumentar a produtividade no país, era necessário quali�car as pessoas pro�ssionalmente, por meio da Educação. A
educação deveria conferir o potencial de sustentar a competividade dos processos produtivos e econômicos para sustentar a
competitividade do mercado. Por esse motivo, foi solicitada uma reforma na Educação brasileira que pudesse atender a esse
objetivo. Dentro dessa reforma, estavam os pedidos de universalizar a Educação e democratizar o acesso à escola.
Houve, portanto, a instauração de um processo de (des)regulação social, em que foram
criados novos modelos de relação entre Estado, sociedade e mercado.
Nesse novo cenário e adequação às propostas neoliberais é que a Educação aparece no centro das discussões porque
representava o meio ao desenvolvimento cientí�co e tecnológico e de preparação das forças produtivas para o mercado.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/polpu1/aula3.html
Aos estudarmos a situação social dos anos 1990, percebemos
que as reformas surgem em um cenário brasileiro de crise
educacional, em que há uma cobrança por diversos direitos
sociais. Essa nova política de perspectiva neoliberalista
realizada pelas entidades internacionais, como, por exemplo,
CEPAL — Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe — e UNESCO — Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e a Cultura — colocou a Educação em uma
perspectiva da iniciativa privada, como a redentora da
sociedade e ferramenta capaz de pôr os países emergentes e
pobres dentro do contexto econômico internacional.
 
Mas, você pode estar se perguntando: quem são os organismos estrangeiros responsáveis pelas políticas educacionais no
Brasil?
Além dos já referenciados acima, são também o Banco Mundial e as agências da Organização das Nações Unidas (ONU) que
juntos com CEPAL e UNESCO, estabelecem regras de reestruturação econômica e globalização, no Brasil e na América Latina,
enfatizando os aspectos de mercantilização e privatização da Educação. (DAMBROS; MUSSIO, 2004)
Esses organismos elaboram alguns documentos e espaços para efetivar essa nova conjuntura econômica na Educação:
A Conferência Mundial de Educação para Todos;
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe;
O Relatório Delors;
A V Reunião do Comitê Regional Intergovernamental do Projeto Principal de Educação para a América Latina e Caribe e da
Carta Educação.
Foram necessárias medidas de ajuste econômico e político, mas também que favorecessem as relações de mercado.
As políticas sociais foram apresentadas à sociedade (Estado) como concessão, em que Estado e capital estão como bem-
feitores. Assim, as políticas sociais são assistencialistas com ampla mercantilização dos direitos sociais, que passam a ser vistos
como bens e serviços.
E você, o que pensa sobre isso? Você consegue perceber essa relação economia-educação no cotidiano dos brasileiros?
Saiba mais
Assista ao vídeo Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública — a Educação no Brasil
<https://www.youtube.com/watch?v=4P2QXsvxa6Y> e re�ita sobre a condição social da escola brasileira e sua função na
sociedade.
https://www.youtube.com/watch?v=4P2QXsvxa6Y
A perspectiva da Educação e dos Direitos Humanos no Brasil
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um grande
passo para o reconhecimento da dignidade de todo o ser
humano. O Estado brasileiro tem como dever estabelecer
princípios para a a�rmação dos direitos humanos como
universais, indivisíveis e interdependentes.
Para isso, precisa estabelecer políticas públicas que propiciem
a igualdade de oportunidades e da equidade, no respeito à
diversidade e na consolidação de uma cultura democrática e
cidadã (BRASIL, 2006)
Nessa direção, o governo brasileiro tem o compromisso maior
de promover uma Educação de qualidade para todos,
entendida como direito humano essencial.
 Fonte: Cate_89 / Shutterstock
São tarefas prioritárias e imprescindíveis para as conquistas relacionadas aos direitos humanos no país (BRASIL, 2006):
A universalização do Ensino Fundamental;
A ampliação da educação infantil, do ensino médio, da educação superior;
A melhoria da qualidade em todos esses níveis e nas diversas modalidades de ensino.
Igualmente é dever dos governos democráticos garantir a educação de pessoas com necessidades especiais, a
pro�ssionalização de jovens e adultos, a erradicação do analfabetismo e a valorização dos(as) educadores(as) da educação, da
qualidade da formação inicial e continuada, tendo como eixos estruturantes o conhecimento e a consolidação dos direitos
humanos. (BRASIL, 2006)
O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), elaborado pelos órgãos o�ciais da Educação no Brasil, incorpora
aspectos dos principais documentos internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. O documento também
agrega demandas antigas e contemporâneas de nossa sociedade pela efetivação da democracia, do desenvolvimento, da justiça
social e pela construção de uma cultura de paz. (BRASIL, 2006)
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) e o
Ministério da Educação (MEC), junto com o Ministério da Justiça (MJ) e Secretarias
Especiais, tem o dever de executar programas e projetos de Educação em direitos humanos,
pois são responsáveis pela coordenação e avaliação das ações desenvolvidas por órgãos e
entidades públicas e privadas. (BRASIL, 2006)
O que propõe a Educação de Direitos Humanos no Brasil
Pensar em Educação em Direitos Humanos e incluir esse tema no cotidiano escolar é compreender que a educação precisa:
Ter uma perspectiva contínua e universal;
Promover mudanças e transformações no indivíduo e na sociedade;
Não abrir mão de educar por meio dos valores.
Educar na escola não é apenas ensinar conteúdos escolares formais, mas também, conduzir as práticas pedagógicas e as
atividades escolares a partir da Educação para os valores. Acrescente-se, ainda, que ou esta Educação é compartilhadapor
aqueles que estão envolvidos no processo educacional (educadores e educandos) ou ela não será Educação e muito menos
Educação em Direitos Humanos.
Tais pontos são premissas:
A educação continuada;
A educação para a mudança;
A educação compreensiva, no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a razão quanto a emoção.
O que signi�ca dizer que queremos trabalhar com Educação em Direitos Humanos?
A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a
formação de uma cultura de respeito à dignidade humana por
meio da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da
justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da
tolerância e da paz.
A formação desta cultura signi�ca criar, in�uenciar,
compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes,
hábitos e comportamentos que decorrem, todos, daqueles
valores essenciais citados — os quais devem se transformar
em práticas.
A universalização da Educação Básica, com um direito social e
indicador de equidade é condição essencial para o
cumprimento do que está disposto no artigo 1º da
Constituição Federal e para a disseminação do conhecimento
socialmente produzido e acumulado e para a democratização
da sociedade, como a�rma o PNEDH de 2007.
 Fonte: Monkey Business Images / Shutterstock
Mas, é claro que não é só a escola que produz ou reproduz o conhecimento, nem tampouco ela sozinha conseguirá “redimir” a
sociedade de todos os seus males. Ela foi a escolhida socialmente para trabalhar o conhecimento estruturado para ser repassado
aos alunos e todas as pessoas. Por isso, se torna um local propício para também ocorrer o exercício dos direitos humanos, por
parte de professores e alunos, e não somente um espaço para repassar conteúdo programático, porque só isso é muito pouco
para a escola atual.
Sabemos que a escola precisa ensinar os conteúdos programáticos às crianças, porque a escola é um lugar de convívio social e
nessa relação social precisamos exercitar virtudes tais como: diálogo, paciência, objetividades, persistência, respeito, bondade,
autocontrole entre tantas outras.
As virtudes não nascem com o ser humano. Ao contrário, elas são aprendidas na sociedade por meio do hábito, da re�exão e da
educação. O indivíduo só adquire a capacidade de praticar a virtude, praticando-a, ou seja, pela ação. Os atos, de acordo com
Aristóteles , são éticos quando determinados por uma escolha pensada voltada para o bem comum e com base nas virtudes.
(MONTES, 2017)
2
Percebeu como é importante pensarmos sobre nossos atos?
O ser humano é a única espécie que consegue escolher de maneira ética e analítica por ser um indivíduo racional, que re�ete. As
escolhas humanas partem de regras, princípios e valores que nos orientam. O meio social é o lugar adequado para que o indivíduo
exercite sua capacidade de deliberar, ou seja, tomar uma decisão com base nos valores morais depois de re�etir sobre os atos.
(MONTES, 2017)
Também de acordo com o PNEDH, o processo deve prever o reconhecimento da pluralidade
e da alteridade, condições básicas da liberdade para o exercício da crítica, da criatividade,
do debate de ideias e para o reconhecimento, respeito, promoção e valorização da
diversidade.
Para que esses processos aconteçam na escola é de suma importância a atuação do gestor e dos professores, como vimos nos
itens anteriores. A atuação democrática do líder pode motivar a comunidade escolar ao exercício e ao entendimento das relações
humanas sob a ótica da dignidade, da igualdade de oportunidades, da participação e da autonomia (BRASIL, 2007).
Ainda de acordo com o PNEDH, a educação em direitos humanos deve ser promovida em três dimensões:
Conhecimentos e habilidades
Compreender os direitos humanos e os mecanismos existentes para a sua proteção, assim como
incentivar o exercício de habilidades na vida cotidiana.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/polpu1/aula3.html
Valores, atitudes e comportamentos
Desenvolver valores e fortalecer atitudes e comportamentos que respeitem os direitos humanos.
Ações
Desencadear atividades para a promoção, defesa e reparação das violações aos direitos humanos.
(BRASIL, 2007)
Saiba mais
Antes de encerrar seus estudos, veja quais são os princípios que norteiam essas dimensões no PNEDH
<galeria/aula3/anexo/doc.pdf> .
Atividade
1. Cada gestor escolar estabelece um tipo de liderança, ou seja, forma de interagir com seus liderados. Identi�que a seguir as
características de uma liderança democrática:
I - permite a participação das pessoas na organização e planejamento da escola;
II – foca as ações nas pessoas que constituem o grupo;
III - os grupos não são supervisionados pois os liderados atuam de maneira autônoma para conduzirem seus projetos.
Assinale a única alternativa que contém somente a�rmativa(s) correta(s):
a) Estão corretas as afirmativas I e II.
b) Estão corretas as afirmativas I, II e III.
c) Estão corretas as afirmativas I e III.
d) Somente a afirmativa I está correta.
e) Somente a afirmativa II está correta.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/polpu1/galeria/aula3/anexo/doc.pdf
2. Além das atitudes de reconhecer, ouvir, inspirar, delegar e desa�ar, o gestor escolar democrático precisa tomar determinadas
ações, que são:
I – criar uma comunidade colaborativa;
II - promover um clima de con�ança;
III - valorizar as capacidades e aptidões dos participantes.
Assinale a única alternativa que contém somente a�rmativa(s) correta(s):
a) Estão corretas as afirmativas I, II e III.
b) Estão corretas as afirmativas I e III.
c) Estão corretas as afirmativas I e III.
d) Somente a afirmativa I está correta.
e) Somente a afirmativa II está correta.
3. No sentido de uma educação que esteja alinhada com os direitos humanos, o governo de um país precisa promover uma
Educação de qualidade para todos e:
I – universalizar o Ensino Fundamental;
II – ampliar a oferta da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio;
III - garantir a educação de pessoas com necessidades especiais e a pro�ssionalização de jovens e adultos.
Assinale a única alternativa que contém somente a�rmativa(s) correta(s):
a) Estão corretas as afirmativas I, II e III.
b) Estão corretas as afirmativas I e III.
c) Estão corretas as afirmativas I e III.
d) Somente a afirmativa I está correta.
e) Somente a afirmativa II está correta.
Notas
Neoliberalismo1
Uma expressão derivada de liberalismo, doutrina de política econômica fundada nos séculos XVIII e XIX que teve como orientação
básica a não intervenção do Estado nas relações econômicas, garantindo total liberdade para que os grupos econômicos
(proprietários dos meios de produção; burguesia, usando uma de�nição marxista) pudessem investir a seu modo os seus bens.
Na perspectiva liberal, o Estado deixa de regular a relação entre empregador e trabalhador, entre patrão e empregado, entre
burguesia e proletariado. Isso fatalmente conduz as relações de produção a uma situação de completa exploração da classe
proprietária sobre a classe despossuída. (OLIVEIRA, 2010, p. 6)
Aristóteles2Referências
Filósofo da Grécia antiga (384 a.C. – 322. a.C.)BRASIL. (Constituição 1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. (2007) Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2191-plano-nacional-
pdf&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192 <http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=2191-plano-nacional-pdf&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192> .
Acesso em: 08 out. 2018.
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Campinas, v. 30, n. 81, p. 233-249, mai.-ago. 2010.
DAMBROS, M.; MUSSIO, B. R. Política educacional brasileira: a reforma dos anos 90 e suas implicações. In: ANPED SUL, X.,
2004, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UDESC, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria eprática. 5. ed. Goiânia: MF Livros, 2008.
LUCK, Heloisa. Liderança em gestão escolar. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
MONTES, M. T. do A. AuCoPre: uma metodologia ativa para o trabalho com fóruns de discussão. Curitiba: Appris, 2017.
OLIVEIRA, Adão Francisco de. Políticas públicas educacionais: conceito e contextualização numa perspectiva didática. In:
OLIVEIRA, Adão F. de; PIZZIO, Alex; FRANÇA, George. (Orgs.) Fronteiras da educação: desigualdades, tecnologias e políticas.
Goiás: PUC, 2010.
SAVIANI, Dermeval. Política educacional brasileira: limites e perspectivas. In: Revista de Educação. PUC Campinas, Campinas, n.
24, jun. 2008, p. 7‐16.
VIANNA, Ilca O. A. Planejamento participativo na escola: um desa�o ao educador. São Paulo: EPU, 2006.
Próxima aula
Gestão democrática;
Gerencialismo na Educação.
Explore mais
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manifestações populares de junho a setembro de 2013 a partir da proposta da democracia deliberativa. Disponível em:
http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/12057/1/2014_art_daandrade.pdf
<http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/12057/1/2014_art_daandrade.pdf> . Acesso em: 08 out. 2018.
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DOURADO, Luiz Fernandes et al. Função social da educação e da escola. Disponível em:
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PIAGET, Jean. Estudos sociológicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973.
http://reitoronline.ig.com.br/index.php/2018/07/20/educacao-mais-recursos-versus-melhor-gestao/
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