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Semiologia Cardiológica

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Semiologia Alterada – Cardiovascular 
Fernanda Valentini Boscardin 
EXAME FÍSICO 
1. Inspeção 
2. Palpação 
3. Ausculta 
4. Descrição 
 
 
 
Sistema Cardiovascular 
 
➢ Átrio direito: desembocam a veia cava caudal, 
veia cava cranial e a veia ázigos, trazendo 
sangue dos tecidos para o coração. 
 
➢ Ventrículo direito: se comunica com o AD pela 
valva tricúspide (composta por 3 válvulas) e 
dele parte o tronco pulmonar (contém a valva 
semilunar pulmonar), que se dividirá em 
artérias pulmonar direita e esquerda, levando o 
sangue que chegou do átrio direito para os 
pulmões. 
 
➢ Átrio esquerdo: as veias pulmonares (cujo número vara, dependendo da 
espécie, de quatro a oito) trazem a ele o sangue que foi oxigenado nos pulmões. 
 
➢ Ventrículo esquerdo: se comunica com o átrio esquerdo pela válvula mitral 
(composta por 2 válvulas), propele o sangue para a artéria aorta (contém valva 
seminular aórtica) e daí se distribui para todo o organismo. 
 
Para guiar o exame, investigar: 
→ Localização 
→ Características 
→ Irradiação 
→ Intensidade 
→ Surgimento 
→ Tempo de evolução 
→ Desencadeantes 
→ Fatores de alívio 
→ Sinais e sintomas 
associados 
Principais sintomas: 
✓ Dor torácica 
✓ Palpitações 
✓ Dispneia 
✓ Edema 
✓ Síncope 
2 
 
Cordas tendíneas: 
prendem as valvas 
atrioventriculares 
à parede cardíaca, 
mantém as valvas 
abertas quando 
da passagem do 
sangue de átrios 
para ventrículos. 
 
 
A musculatura cardíaca é formada por 3 tipos: músculo atrial, músculo 
ventricular e as fibras musculares excitatórias e condutoras. 
As fibras musculares atriais e ventriculares contraem-se de forma semelhante 
às fibras musculares esqueléticas, a duração da contração nas fibras cardíacas é maior. 
As fibras musculares excitatórias e condutoras contraem-se muito fracamente, 
apresentam poucas fibras contráteis, são especializadas na ritmicidade e propagação, 
formando um sistema excitatório que controla a contração cardíaca. 
 
A irrigação cardíaca é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio coronário. 
São duas as artérias coronárias, uma direita e uma esquerda, percorrem o sulco 
coronário e são originadas da artéria aorta. Depois de percorrer sulco coronário, ela 
se anastomosa com o ramo circunflexo (ramo terminal da arteria coronária esquerda) 
que faz continuação circundando o sulco coronário. 
 
A inervação cardíaca é feita de maneira extrínseca e intrínseca. 
A extrínseca deriva do SNA, provém de nervos de fora do coração, o mesmo 
recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo 3 cervicais e 4 ou 5 torácicos. As fibras 
parassimpáticas que vão até o coração seguem pelo nervo vago (10º par craniano), do 
qual derivam 2 nervos cervicais e 1 torácico. Fisiologicamente, o simpático acelera e o 
parassimpático retarda os batimentos cardíacos. 
A intrínseca, ou sistema de condução do coração, é a razão dos batimentos 
contínuos do coração. É uma atividade elétrica e rítmica que se origina em uma rede 
de fibras musculares cardíacas especializadas, chamadas células auto-rítmicas (marco-
3 
passo cardíaco), por serem auto-excitáveis – nó sinoatrial, nó atrioventricular → 
condução pelo feixe de His. 
 
 A excitação do impulso elétrico cardíaco começa no nó sinoatrial (SA) situado 
na parede atrial direita, inferior a abertura da veia cava superior. Propagando-se ao 
longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação atinge o nó atrioventricular 
(AV) situado no septo interatrial, anterior a abertura do seio coronário. 
Do nodo AV, o potencial 
de ação chega ao feixe 
atrioventricular (feixe de His), 
que é a unica conexão elétrica 
entre os átrios e ventrículos. 
Após ser conduzido ao longo do 
feixe AV, o potencial de ação 
entra nos ramos direito e 
esquerdo, que cruzam o septo 
interventricular, em direção ao 
ápice cardíaco. 
Finalmente, as miofibras 
condutoras (fibras de Purkinje) 
conduzem rapidamente o 
potencial de ação primeiro para 
o ápice do ventrículo e depois 
para o restante do miocárdio 
ventricular. 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍSTOLE (fase sistólica) 
 Período de contração isovolumétrica 
 Ejeção ventricular rápida 
 Ejeção ventricular lenta 
 Protodiástole de Wiggers 
DIÁSTOLE (fase diastólica) 
 Período de relaxamento isovolumétrico 
 Enchimento ventricular rápido 
 Enchimento ventricular reduzido 
 Período de contração atrial 
5 
 Ciclo cardíaco 
→ partindo da diástole 
1. Enchimento ventricular 
lento: no fim da diástole, 
os folhetos mitrais estão 
relaxados, permitindo que 
uma pequena quantidade 
de sangue entre no AD e 
VD, uma vez que a DDP 
entre eles é pequena → 
quarta bulha = pouco 
audível. 
→ emissão de um impulso 
nervoso 
2. Sístole atrial: como 
consequência da contração 
do AE, há uma diminuição 
do seu tamanho e um 
aumento da sua pressão 
interna, impulsionando o 
sangue para o VE. 
→ transmissão impulso 
pelo feixe 
 
3. Contração isovolumétrica: despolarização e contração da musculatura 
ventricular, com consequente aumento pressórico dessa cavidade (além da atrial), 
o que culmina no fechamento da valva mitral = PRIMEIRA BULHA CARDÍACA 
(TUM) – maior intensidade no foco mitral. Nessa fase, há o relaxamento do átrio, 
diminuindo seu volume e sua pressão (chamada de contração isovolumétrica 
porque a sua força não é suficiente para expelir o sangue do ventrículo, servindo 
apenas para fechar a valva). 
 
4. Ejeção ventricular rápida: momento no qual a pressão ventricular supera a atrial, 
culminando na abertura das valvas sigmoides aórticas – essa fase se divide em 3: 
rápida, lenta e protodiástole de Wiggers (nesta, o súbito enchimento do 
ventrículo provoca ruídos – a TERCEIRA BULHA (TU) – mais audível com a 
campânula por ser um som de baixa frequência. 
6 
→ fim da fase sistólica cardíaca 
5. Relaxamento isovolumétrico: inicia-se a SEGUNDA BULHA CARDÍACA (TÁ) = 
diminuição da pressão intraventricular (audível o fechamento das valvas aórtica 
e pulmonar – portanto, mais alto nos focos da base). Nessa fase, há o fluxo 
sanguíneo para o AE procedente dos pulmões, associado a uma recuperação do 
tônus atrial → aumento da pressão atrial (isovolumétrico, pois tanto a valva mitral 
quanto a aórtica estão fechadas na fase diastólica) 
 
6. Enchimento ventricular rápido: o aumento progressivo da pressão intra-atrial e 
o relaxamento ventricular contribuem para a abertura da valva mitral, iniciando 
o esvaziamento do AE → ao fim dessa fase, os folhetos da valva mitral ficam 
parcialmente fechados, devido à pequena ddp. 
 
1ª bulha – fechamento da valvas MITRAL E TRICÚSPEDE (tum) 
2ª bulha – fechamento da valvas AÓRTICA E PULMONAR (tá) 
3ª bulha – atrito do sangue com o ventrículo na ejeção atrial (tu – mais grave) 
4ª bulha – brusca desaceleração do snague após a contração atrial 
RESUMO CICLO CARDÍACO 
→ SÍSTOLE VENTRICULAR 
1º Contração Isovolumétrica: nessa fase, o ventrículo está cheio de sangue que recebeu do átrio – além do sangue, 
recebe o impulso contrátil, iniciando uma contração suficiente para o FECHAMENTO VALVAR (1ª bulha) e não para a 
ejeção de sangue (por isso ISOVOLUMÉTRICA). 
2º Ejeção Rápida: a contração continua,  a pressão intraventricular e EJETA BRUSCAMENTE o sangue no vaso. 
→ DIÁSTOLE VENTRICULAR 
3º Ejeção Lenta: o ventrículo começa a relaxar, mas o sangue permanece saindo, por inércia, em uma EJEÇÃO LENTA, 
até que a pressão aórtica supere novamente a ventricular, fechando a sua VALVA (2ª bulha). 
4ª Relaxamento Isovolumétrico: a diástole permanece ocorrendo, mas com ambas as valvas fechadas (atrioventricular e 
→ ENCHIMENTO VENTRICULAR arterial) 
5º Enchimento Rápido: a ↓ progressiva da pressão ventricular é acompanhada por um enchimento atrial (uma vez 
que, durante o esvaziamento ventricular, o átrio estava recebendo sangueque não era transferido para o ventrículo 
pois a valva atrioventricular estava fechada) então, o acúmulo de sangue no átrio é concomitante à diminuição da 
pressão ventricular, culminando na passagem de sangue em ENCHIMENTO RÁPIDO (3ª bulha). 
6º Enchimento Lento: como a valva atrioventricular já está aberta, o sangue que chega no átrio passa diretamente 
para o ventrículo, caracterizando o ENCHIMENTO LENTO. 
7º Sístole Atrial: transferencia de mais sangue para o ventrículo → REINICIA O CICLO!! 
 
 
 
7 
B1: 
• fechamento das valvas atrioventriculares “TUM” 
o Mitral (VE) 
o Tricúspide (VD) 
• SÍSTOLE 
 
B2: 
• Fechamento das valvas semilunares “TÁ” 
o Aórtica (VE) 
o Pulmonar (VD) 
• DIÁSTOLE 
• Desdobramento fisiológico “TLÁ” 
o Inspiração 
o Chega + sangue no coração e a valva pulmonar demora mais para fechar 
 
 
 
 
 
B1 = fecha AV = SÍSTOLE 
• Sopros sistólicos 
o IC das atrioventriculares 
o Esteanose das semilunares 
 
B2 = fecha SL = DIÁSTOLE 
• Sopros diastólicos 
o IC das semilunares 
o Esteanose das atrioventriculares 
 
 
 
ESTEANOSE = calcifica = valva não abre 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA = não fecha = volta sangue 
8 
1. INSPEÇÃO 
(inspeção e palpação devem ser feitas meio juntas) 
Formato do tórax/precórdio 
• Abaulamentos e depressões: observação tangencial e frontal 
• Cicatrizes 
Ictus cordis (pulsátil visualmente ou não) 
Turgência jugular patológica 
Pulsos anormais nos vasos do pescoço 
 
 
 
 
2. PALPAÇÃO 
 
Pulsos 
• Centrais: carotídeo, femoral... 
• Periféricos: radial, braquial, poplíteo, pedioso, 
tibial... 
• Analisar bilateralmente: 
o Estado da parede arterial 
o Frequência (bradisfigmia, taquisfigmia) 
o Ritmo (regular, irregular) 
o Plenitude (cheio, filiforme) 
o Amplitude 
o Simetria 
 
9 
Ictus cordis (tipo da pulsação, ritmo, frequência, sustentação) 
• Localização: varia de acordo com o biotipo do paciente 
o Brevilíneos: desloca-se aproximadamente 2cm, 
estando no 4ºEIC 
o Medilíneos: cruzamento da LHC esquerda com o 5º 
EIC 
o Longilíneos: costuma estar no 6º EIC, 1 ou 2 cm 
mediais da LHC 
 
• Extensão: avalia-se para determinar quantas polpas digitais 
são necessárias para cobrí-lo. Em condições normais, 
corresponde a 1 ou 2 polpas (2 a 2,5cm). No caso de 
hipertrofia ventricular, são necessárias 3 polpas ou mais. 
 
• Mobilidade: marca-se o local do ictus com o paciente em decúbito dorsal; então, 
adota-se as posições decúbito lateral esquerdo e direito e marca-se a mudança 
nessas posições també. O normal é deslocar-se 1 a 2cm, se houver sínfise 
cardíaca (se os folhetos do pericárdio estiverem aderidos entre si e com as 
estruturas vizinhas) o ictus não se desloca. 
 
• Intensidade: repousa-se a palma da mão sobre a região dos batimentos (mais 
intenso em hipertrofia ventricular esquerda – normalmente consequência de 
insuficiência aórtica). 
 
Impulsão paraesternal esquerda 
• Avalia a hipertrofia das câmaras direitas do coração 
• 2º, 3º e 4º dedos nos espaçoes intercostais da região para-esternal esquerda 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Frêmito nos focos de ausculta: sensação tátil determinada por vibrações produzidas 
no coração e nos vasos (compara-se ao que se sente ao tocar o pescoço de um gato 
ronronando). SOPROS!!! Ao encontrar frêmito, investigar: 
• Localização 
• Situação no ciclo cardíaco (sistólico, diastólico, sistodiastólico: diferenciando-se 
pela coincidência ou não com o ictus ou com o pulso carotídeo) 
• Intensidade (+ a ++++) 
• CORRESPONDEM AOS SOPROS DE MAIOR INTENSIDADE!! (4 a 6) 
 
Refluxo hepato-jugular: distensão das veias jugulares quando uma compressão é 
aplicada ao abdome (próxima ao fígado). 
• Indica hipervolemia. 
• Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva, regurgitação tricúspide, 
pericardite constritiva, tamponamento cardíaco e obstrução da veia cava 
superior. 
 
Perfusão periférica 
• Temperatura 
o Choque cardiogênico: fria 
o Choque séptico: quente 
• Coloração 
o Choque cardiogênico: cianótico 
o Choque séptico: corado 
• Tempo de enchimento dos capilares dos dedos das mãos e dos pés 
o Normal é de 2 a 3 segundos 
o Choque cardiogênico: lentificado 
o Choque séptico: lentificado 
 
Edema periférico 
 
 
 
 
 
 
11 
3. AUSCULTA 
 
Outros focos 
• Carótidas: avaliar presença de sopro. Pedir para paciente inspirar 
profundamente e segurar a respiração por alguns segundos (não se deve 
auscultar sopro). Avaliar bilateralmente 
 
• Aorta abdominal: avaliar presença de sopro. 
 
Focos precordiais 
• Foco pulmonar: localiza-se no 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. É neste foco 
que se tem as condições ideais para a análise dos desdobramentos (fisiológico 
ou patológico) – 2ª bulha !! 
 
• Foco aórtico: localiza-se no 2º EIC direito, junto ao esterno. Foco aórtico 
acessório – 3º e 4º EIC. 
 
• Foco tricúspide: corresponde à base esquerda do apêndice xifoide. Os 
fenômenos acústicos orignados na valva tricúspide – principalmente o sopro 
sistólico indicativo de insuficiência desta valva – costumam ser maos 
percebidos nas proximidades da área mitral. Por isso, é indispensável auscultar 
o coração durante a inspiração profunda (intensificando o sopro se ele for de 
origem tricúspide). 
 
• Foco mitral: situa-se 
no 5º EIC da LHCE e 
corresponde ao 
ictus cordis ou ponta 
do coração (varia 
com o biotipo e com 
patologias) 
 
 
 
 
12 
Identificação de sopros cardíacos: 
1. Verifique a cronologia do sopro – SÍSTOLE ou DIÁSTOLE? 
2. Localize o ponto da região precordial em que o sopro é mais forte – na 
BASE, ao longo da BORDA ESTERNAL, no ÁPICE? 
3. Execute as manobras necessárias para melhor identificação – INCLINAR 
PRA FRENTE E EXPIRAR, ou ficar em DECÚBITO LATERAL ESQUERDO 
4. Determine a forma do sopro – CRESCENDO, DECRESCENDO, 
HOLOSSISTÓLICO? 
5. Gradue a intensidade do sopro de 1 a 6 – tabela abaixo 
6. Identifique manifestações associadas, como as características de B1 e B2, 
a existência ou não de bulhas extras (como B3 e B4), um estalito de 
abertura ou se há sopros adicionais. 
7. Certifique-se de fazer a ausculta em aposento silencioso – caso não seja 
possível, descreva que a ausculta foi prejudicada e por que. 
(1) CRONOLOGIA: 
Sopros sistólicos: 
 
 
Sopros diastólicos: 
 
 
13 
 
 
Sopro contínuo: 
 
 
 
 
(4) FORMA DOS SOPROS 
 
 
(5) GRADUAÇÕES DOS SOPROS: 
 Grau 1: muito suave, auscultado apenas após o ouvinte ter se “sintonizado”; 
não é auscultado em todas as posições. 
 Grau 2: baixo, mas auscultado imediatamente após se posicionar o 
estetoscópio sobre o tórax. 
 Grau 3: moderadamente forte. 
 Grau 4: forte, com frêmito palpável. 
 Grau 5: muito forte, acompanhado por frêmito; pode ser auscultado com o 
estetoscópio parcialmente fora do tórax. 
 Grau 6: muito alto, com frêmito; pode ser auscultado com o estetoscópio 
totalmente fora do tórax. 
14 
 
 
 
Identificação de cliques: 
• Tensão súbita a que os folhetos redundantes e cordas tendíneas são 
submetidos na sístole ventricular 
• Ruídos de alta frequência 
• Curta duração 
• Timbre de estalido 
• Ocorrem na porção média ou final da sístole 
• Causa mais frequente: prolapso da valva mitral 
 
Identificação de estalidos: 
• Tensão súbita a que são submetidos os folhetos da valvas AV durante a sua 
abertura incompleta, no início da diástole, na presença de um gradiente de 
pressão maior que o da situação normal (não-patológica). 
• Valvas atrioventriculares estenóticas 
o Ruídos de alta frequência 
o Timbre de estalido 
o Surgem após o componente aórtico da 2ª bulha 
• Causa mais frequente: estenose mitral 
 
 
15 
Identificação de atritos: 
• Contato das camadas visceral e parietal do pericárdio, envolvidas em um 
processo inflamatório 
• Duração relativamente prolongada 
• Podem ocorrer tanto na sístole quanto na diástole 
• Concomitantemente ou de modo isolado 
• Sons rudesou ásperos 
 
4. DESCRIÇÃO NORMAL DOS ACHADOS 
 
Precordio atípico, normodinâmico 
Ictus de ventriculo esquerdo invisível, palpável em 5º espaço intercostal na linha 
hemiclavicular esquerda, medindo cerca de 2 polpas digitais (2,5cm), não propulsivo. 
Ausência de atritos e frêmitos 
Ritmo cardíaco regular, 2 tempos, com bulhas normofonéticas. Ausência de sopro 
ou extrassístoles. F.C. = _____ (70-80bpm) 
Ausência de turgência jugular patológica. Refluxo hepato-jugular negativo. 
Pulsos arteriais simétricos, sincrônicos e com boa amplitude. 
Ausência de edema periférico. Boa perfusão periférica (menor de 3 segundos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
RESUMO ECG NORMAL 
Os ventrículos são despolarizados, em série, por 4 vetores, que formam o complexo 
QRS. A despolarização ventricular ocorre em espiral 
• 1º vetor: septo médio – à frente e à direita 
• 2º vetor: septo baixo – à frente e à esquerda 
• 3º vetor: parede livre – atrás e à esquerda 
• 4º vetor: porção basal – atrás e à direita 
O ECG convencional possui 12 derivações pré-estabelecidas, que são dispostas em 2 
sistemas distintos: sistema hexaxial (plano vertical) e sistema precordial (plano 
horizontal) 
• V1: 4º EICD, LPE 
• V2: 4º EICE, LPE 
• V3: entre V2 e V4 
• V4: 5º EICE, na LHC 
• V5: lateral à V4, na LAA 
• V6: lateral à V5, na LAM 
17 
 
 
 
• Onda P: corresponde à despolarização dos átrios, abrangendo tanto a 
despolarização do átrio direito (DAD) quanto a despolarização do átrio 
esquerdo (DAE). 
• Segmento PR (PR): corresponde à pausa da atividade elétrica quando o 
estímulo passa pelo nó AV. 
• Intervalo PR (iPR): demonstra a correlação atrioventricular, mostrando o 
tempo que o impulso leva para sair do átrio e chegar no ventrículo (diferente 
do PR, o iPR inclui a onda P) 
• Complexo QRS: corresponde à despolarização ventricular, quando o estímulo 
atinge o feixe de His-Purkinje. (ocorrem 4 eventos nesse complexo) 
o toda onda positiva dentro deste complexo é chamada de onda R, assim 
temos R, R’, R’’... 
o onda Q, se existir, é a onda negativa que antecede a primeira onda R 
o se houver uma onda negativa após a 1ª onda R, será a onda S 
o se não houver onda R, o traçado será chamado de complexo QS 
• Segmento ST (ST): corresponde ao intervalo de tempo, sem atividade elétrica, 
entre a despolarização e a repolarização ventricular 
18 
• Onda T: repolarização ventricular (não é possível visualizar repolarização atrial) 
• Intervalo QT (iQT): corresponde ao tempo que o estímulo durou nos ventrículos 
• Ponto X: início do complexo QRS 
• Ponto J: final do complexo QRS 
• Ponto Y: ponto J + 2mm 
 
 
 
 
 
 
EIXOS: 
Onda P: deve ser positiva em DI e em aVF, pois toda onda P que é positiva em DI e em 
aVF é compatível com aquela onda que saiu do nó SA e se 
direcionou ao nó AV. 
• DI + / aVF + onda P atrial sinusal 
• DI + / aVF - onda P atrial ectópica 
• DI - / aVF + onda P atrial ectópica 
• DI - / aVF - onda P atrial ectópica 
Complexo QRS: 
• SâQRS (-30° a 120°): despolarização ventricular normal 
• b (180° a 270°): desvio extremo, ou seja, 
despolarização ventricular completamente 
antagônica, causada por bloqueios do feixe de 
His-Purkinje 
• c (-30° a -90°): desvio para a esquerda, 
encontrado em 20% dos ECG. Pode ser causado 
por cardiopatia hipertensica, por exemplo 
iPR + iQT = ciclo cardíaco 
Normalmente, o traçado em D2 é o mais 
“agradável”, entretanto, o ritmo e o 
comportamente cardíaco será o mesmo 
em qualquer derivação. 
Papel milimetrado: 
• 1 quadradinho: 40ms e 0,1mV 
• 5 quadradinhos = 1 quadradão: 200ms e 0,5Mv 
 
19 
• d (120° a 180°): desvio para a direita 
• DI + / aVF + despolarização ventricular normal 
• DI - / aVF - desvito extremo 
• DI + / aVF - avaliar DII: 
o DII + despolarização ventricular normal 
o DII - desvio para a esquerda 
• DI - / aVF + necessário avaliar aVR: 
o aVR + desvio para a direita 
o aVR - despolarização ventricular normal 
 
 
 
 
 
20 
DOR TORÁCICA 
 
Uma das principais causas de consulta médica 
em ambiente de emergência 
Dor ou desconforto da mandíbula até a cicatriz 
umbilical, incluindo MMSS e dorso 
 
*desafio diagnóstico 
 
Cutânea: 
• Herpes-zoster 
• Cicatrizes/retrações 
• Alodinia: doloroso ao toque 
 
Esofágica: 
• DRGE 
• Acalasia 
• Espasmo esofagiano 
• Ruptura esofágica 
Óssea: 
• Fraturas caixa torácica 
• Deformidades ósseas 
• Tumor ósseo 
Articular: 
• Síndrome de Tietze: na altura do esterno, entre a segunda e a terceira costela 
 
21 
 
 Muscular: 
• Contraturas 
• Contusão 
• Ruptura muscular 
 
Pleural: 
• Pneumonia/pleurisia (pleurite) 
• TEP 
• Tuberculose pleural 
• Pneumotórax 
 
Vascular: 
• Dissecção de aorta 
 
Vias aéreas: 
• Infecções 
• Neoplasias 
 
22 
Pericardite: 
• Viral 
• Urêmica 
• Autoimune 
• Neoplásica 
 
Dor piora quando respira? Pleural, osteomuscular, traqueobrônquica. NÃO CARDÍACA 
Reprodutível a digitopressão? Osteomuscular 
Alivia em repouso? Cardíaca 
 
Emergências: colocam a vida do paciente em risco 
→ Infarto agudo do miocárdio 
→ Dissecção de aorta 
→ Tromboembolismo pulmonar 
→ Pneumotórax hipertensivo 
→ Tamponamento pericárdico 
→ Mediastinite 
 
Epidemiologia: doenças cardiovasculares são a principal caude de morte no Brasil e 
no mundo. 
Doença Arterial Coronariana (DAC) – obstrução das artérias coronárias. 
IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) é fatal em até 30% dos pacientes. 
Aproximadamente 15% dos pacientes com dor torácica na emergência tem IAM. 
 
23 
DAC – Doença Arterial Coronariana 
Suspeitar em pacientes com mais de 30 anos (geral) 
Sintomas: 
• Dor, desconforto, pressão torácica (difícil de descrever) mal localizada 
• Com ou sem irradiação para mandíbula, MMSS, abdômen superior 
• Com ou sem náuseas, vômitos, sudorese, tontura 
• Com ou sem síncope 
• Sinal de Levine (mão no peito, ombros pra frente) 
• Frio 
• Pós-prandial, pós-esforço físico, pós-estresse emocional 
• Angina “típica” 
o Homem, meia idade 
o Substernal 
o Alivia com repouso ou nitrato 
o Não piora com respiração 
o Estimulação nervosa pela adenosina (radical livre), ocorre pelo menos 30’ 
depois da isquemia (desbalanço entre oferta e demanda, aumento da 
demanda – tireotoxicose, estenose aórtica; redução da oferta de O2 
• Angina não-específica 
o Mulheres 
o Idosos 
o Pacientes com DM 
Fatores de Risco: 
HF positiva 
Masculino 
DM, HAS 
Angina estável: sintoma com exercício e 
estável por longo período de tempo. 
Angina instável: dor que ao exercício 
evolui, e passa a ocorrer no repouso. 
Infarto agudo: dor persistente, 
prolongada 
24 
Dislipidemia (elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma ou a diminuição dos 
níveis de HDL que contribuem para a aterosclerose) 
Sedentarismo 
Obesidade abdominal 
Tabagismo 
 
 
ATEROSCLEROSE 
• Acúmulo de lipídios 
• Ativação das células endoteliais 
• Migração de células inflamatórias 
• Recrutamento das células musculares lisas 
• Proliferação e síntese da matriz 
• Formação da capa fibrosa 
• Ruptura da placa 
• Agregaçao plaquetária 
• Trombo 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
26 
SCA – Síndrome Coronariana Aguda 
Obstrução aguda de uma artéria coronária 
• Angina instável 
• Infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (IMSESST) 
• Infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCEST) 
Troponina I e T: marcadores sensíveis e específicos para lesão miocárdica, usadas para 
diagnóstico de SCA (síndrome coronariana aguda). Há situações de falso positivo e 
negativo. 
 
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
 
 
 
 
 
 
 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
Coração incapaz de encher ou bombear sangue/oxigênio de forma adequada 
aos tecidos ou faz às custas do aumento da pressão de enchimento. 
É o estágio final de várias doenças que podem acometer o coração 
• HAS 
• Doencas valvares 
• Cardiopatia alcoolica• Cardiopatia isquêmica 
• Doença de Chagas 
• Miocardites 
• Hipertrofia ventricular 
• Miocardiopatias 
• Periparto 
Pontuação Mortalidade, 
novo evento 
0/1 ponto 4,7 % 
2 pontos 8,3 % 
3 pontos 13,2 % 
4 pontos 19,9 % 
5 pontos 26,2 % 
6/7 pontos 40,9 % 
TIMI Risk Score 
Idade > 65 anos 
Presença de 3 fatores de risco (ou mais) 
Estenose coronariana prévia >50% 
Alteração no ST no ECG da chegada 
Pelo menos 2 episódios de angina nas últimas 24h 
Biomarcadores cardíacos elevados 
Uso de aspirina nos últimos 7 dias 
 
Pressão de enchimento elevada 
Função sistólica preservada 
Principal fator: HAS 
 
 
Aumento das câmaras cardíacas 
Déficit de contratilidade 
Principal fator: cardiopatia isquêmica 
 
 
 
→ Queda do débito cardíaco e diminuiçao da resistência periférica 
→ Diminuição da pressão de enchimento 
→ Receptores de pressão de enchimento 
→ Sistema renina-angiotensina-aldosterona (remodelamento) 
→ SN simpático (aumento DC, redistribuição fluxo, ionotropia e cronotropismo, 
hipertrofia miócitos..) 
→ Vasopressina/endotelina 
→ Aumento da retenção hidrossalina 
 
 
 
 
28 
 
IC Esquerda 
Dificuldade em bombear sangue para a circulação 
sistêmica. 
Déficit de relaxamento que dificulta o adequado 
enchimento do coração 
→ Edema pulmonar 
→ Dispnéia 
→ Dispnéia paroxística noturna/ortopneia 
→ Crepitantes pulmonares 
 
IC Direita 
→ Edema periférico – membros inferiores 
→ Congestão hepática/ascite 
→ Insuficiência renal 
→ Turgência jugular 
 
IC Congestiva 
→ Hepatomegalia congestiva 
→ Ganho de peso 
→ Ascite 
→ Anorexia 
→ Náuseas 
→ Fraqueza 
 
B3 (galope) – decorrente da coluna de sangue batendo 
na parede do ventrículo – enchimento rápido. 
B4 – contração atrial contra ventrículo hipertrofiado 
Hiperfonese em B2 – aumento da P na art. pulmonar 
Pulsos finos – baixo débito 
Crepitantes pulmonares 
Taquicardia 
Ictus desviado 
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Diagnóstico: no mínimo 1 critério maior e 2 menores 
• Critérios maiores 
o Dispneia paroxística noturna 
o Distensão de veias do pescoço 
(turgência jugular) 
o Estertores pulmonares 
o Cardiomegalia 
o Edema agudo de pulmão 
o Galope de terceira bulha (B3) 
o Pressão venosa aumentada 
(>16mmHg) 
• Critérios menores 
o Edema de membros 
o Tosse noturna 
o Dispneia de esforço 
o Hepatomegalia 
o Derrame pleural 
o Capacidade vital redizida a 1/3 do 
normal 
o Taquicardia (>120 BPM) 
o Reflexo hepato-jugular 
 
Exames complementares: 
• ECG 
• RX de tórax – área cardíaca, circulação pulmonar 
• Ecocardiograma 
• Dosagem de peptídeo natriurético 
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