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VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS E VENTILAÇÃO MECÂNICA Via aérea artificial Substitui total ou parcialmente a ventilação espontânea e está indicada na insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Objetivos: - Oferecer oxigênio maior que o da atmosfera (21%) - O transporte adequado de oxigênio depende: · Débito cardíaco · Concentração de oxigênio arterial · Concentração da hemoglobina · Exigências metabólicas - Frequência ou padrão respiratório alterado >> indica oxigenoterapia. - Hipoxemia: · Baixa concentração de oxigênio no sangue arterial · Agitação · Desorientação e confusão mental · Dispneia · Taquipneia · Taquicardia · Arritmias · Cianose central · Sudorese · Extremidades frias - Hipóxia: · Baixa concentração de oxigênio nos tecidos · SNC (falta de coordenação e julgamento comprometido) · Fadiga · Sonolência · Apatia · Desatenção · Tempo de reação lento - Gasometria · PaO2: 80 – 100mmHg · PaCO2: 35 – 45mmHg · pH: 7,35 – 7,45 · HCO3: 22 – 26 mEq · SatO2: 95% a 100% Sistemas de Baixo Fluxo >> Cânula nasal (tipo óculos) · Concentração baixa ou média de oxigênio · Simples e mais utilizado · 24% a 44% de FiO2 (1L a 6L/min) · A cada 1L, oferece 4% a mais da concentração de O2. · Vias nasais permeáveis >> Máscara simples · Nebulização contínua · Curto prazo · Abrange nariz e boca · O corpo da máscara armazena O2 e a expiração ocorre através dos orifícios laterais da máscara · 40% a 60% de FiO2 · Fluxo de 6L a 8L/min · Por causa da pressão e umidade pode haver ruptura da pele · Devido ao risco de retenção de CO2, a máscara não deve ser utilizada com fluxo inferior a 5L/min (máscara age como espaço morto) >> Máscara de reinalação parcial · Bolsa-reservatório que deve ficar insuflada durante o ciclo respiratório · Parcialmente inalável · Sistema não possui válvulas anti-retorno (válvula é bidirecional) · O paciente inspira o O2 da máscara, da bolsa e do ambiente · Expiração: parte do ar expirado sai por orifícios laterais e outra parte é armazenada dentro da bolsa (espaço morto) · 50% a 75% de FiO2 · Fluxo de 8L a 11L/min >> Máscara de não reinalação · Bolsa-reservatório que deve ficar insuflada durante o ciclo respiratório · Inspiração: válvula inspiratória se abre direcionando o oxigênio de dentro da bolsa para a máscara · Expiração: o ar sai pela válvula expiratória lateral (unidirecional), não entrando na bolsa · As válvulas impedem que o paciente inspire novamente o ar expirado · 80% a 100% de FiO2 · Fluxo de 12L/min >> Máscara/Colar de traqueotomia · Indicada para pacientes traqueostomizados, sendo posicionado sobre a cânula de traqueostomia · Favorece melhor umidificação · Permite alcançar uma FiO2 de 40% a 60% · Fluxo de 6 a 15L/min Sistema de alto fluxo >> Máscara de Venturi · O oxigênio passa por um orifício sobre pressão, causando aspiração do ar ambiente para o interior da máscar · Permite um fluxo constante de ar ambiente misturado com fluxo fixo de O2 · Administra concentrações exatas de O2 · 24% a 50% de FiO2 · Fluxo de 4 a 12L/min · Um volume exato de O2 pode ser administrado ao variar o tamanho do orifício do jatou Ventilação mecânica não invasiva (CPAP ou BIPAP) · A ventilação mecânica não invasiva tem menor risco de infecções, o paciente precisa concordar e se manter calmo, manter-se com bom nível de consciência e vias aéreas pérvias. · A ventilação mecânica invasiva utiliza sedação, necessita que o paciente esteja em UTI. · A VM propicia melhora nas trocas gasosas e diminui o trabalho respiratório. · Na VM não invasiva utiliza uma pressão inspiratória para ventilar o paciente através de interface naso-facial (IPAP/PSV) e uma pressão positiva expiratória para manter as vias aéreas e os alvéolos abertos para melhorar a oxigenação (EPAP/PEEP). >> Máscaras nasais · IRpA leve, claustrofobia ou má adaptação à máscara facial. >> Máscaras oro-nasais · IRpA leve a oderada, visando melhora dos parâmetros fisiológicos (trocas gasosas e trabalho respiratório). · Monitorizar tolerância e efeitos colaterais como úlcera em pontos de apoio e distensão gástrica. >> Máscara facial total e capacete · IRp hipoxêmica mais graves por permitir uma pressurização maior nas vias aéreas. · Por cobrir todo o rosto, distribui a pressão da máscara exercida na pele, evitando pontos de pressão em torno do nariz, reduzindo o risco de lesões cutâneas. Candidatos a VMNI > IRp aguda ou crônica > edema agudo de pulmão > DPOC > Insuf. Cardíaca Crônica > Distúrbios relacionados ao sono · Não havendo contraindicação, os pacientes com incapacidade de manter ventilação espontânea devem iniciar o uso de VMNI com dois níveis de pressão. - pressão inspiratória suficiente para manter um processo de ventilação adequada, visando impedir a progressão para fadiga muscular e/ou parada respiratória. · A VMNI deve ser usada visando encurtar a duração da VMI. · Parâmetros: Vol/min > 4L/min, PaCO2 < 50mmHg e pH >7,25 - Contraindicações da VMNI · Absolutas: necessidade e intubação de emergência e PCR · Relativas (avaliar risco-benefício): incapacidade de cooperar, proteger as VAS ou secreções abundantes, encefalopatias, arritmias malignas, rebaixamento do nível de consciência. - Tipos de ventiladores · A VMNI pode ser aplicada através de ventiladores portáteis específicos: - Devem ser acoplados a interfaces naso-faciais com circuito único e válvula exalatória localizada na própria máscara · Ventiladores invasivos microprocessados com programas específicos para esse fim: - Devem ser acoplados a interfaces naso-faciais através de cotovelo e circuito duplo conectado ao ventilador mecânico - Tipos de modos ventilatórios na VMNI · CPAP: pressão constante nas vias aéreas, mantém os alvéolos abertos para que não colabem no fim da expiração. Suporte expiratório. Ventilação espontânea. Indicado para EAP cardiogênico, no PO de cirurgia abdominal e apneia do sono leve ou moderada. · Pressão positiva contínua nas VAS. · Administrado somente uma pressão positiva expiratória final (EPAP ou PEEP) nas vias aéreas e a ventilação do paciente é feita de forma totalmente espontânea. · PEEP: evita colabamento dos alvéolos e atelectasia. · Em períodos noturnos, evita que o paciente pare de respirar enquanto dorme. · Esses modelos ajustam o fluxo de ar a cada respiração, baseados nas necessidades de cada momento da respiração do paciente. · Bilevel (BPAP): dois níveis de pressão, suporte inspiratório (IPAP) e expiratório (EPAP). Ciclagem a fluxo. Indicado nas hipercapnias agudas, descanso da musculatura respiratória, no EAP cardiogênico e infecções de imunossuprimidos. · Pressão positiva binivelada. · Configuração de dois níveis diferentes de pressão: uma sobre a inspiração (IPAP – pressão positiva de inspiração) e outra sobre a expiração (EPAP – pressão positiva de expiração). · EPAP: o esforço para exalar o ar é menor nos dispositivos biníveis. Mantém as VAS e os alvéolos abertos. · Também pode se adicionar pressão de suporte (PSV). - Quando descontinuar a VMNI · O uso da VMNI deve ser monitorado por profissional de saúde a beira-leito de 30min a 2h. · Pode ser considerado sucesso: diminuição da FR, aumento do VC, melhora do nível de consciência, diminuição ou cessação do uso de musculatura acessória aumento da PaO2 e/ou da SpO2 e diminuição da PaCO2 sem distensão abdominal significativa. · Quando não há sucesso, recomenda-se imediata IOT (intubação oro-traqueal) e VMI. Espera-se sucesso na população hipercápnica com uso da VMNI em 75% dos casos, e nos hipoxêmicos em cerca de 50%. Ventilação mecânica invasiva - Indicação: · Quando a VA não pode ser mantida permeável com um dispositivo de VMNI · Manejo de uma obstrução grave de VAS · Proteção de VAS inferiores da aspiração de secreções orais ou gástricas >> permite fácil remoção de secreções · Broncoconstricção · Presença de corpo estranho ou secreções · Emergências - Tipos: >> Tubo oro-traqueal · Intubação endotraqueal · PCR · Insuficiências respiratórias severas · Obstrução das VAS e presença de secreções abundantes na árvore brônquica · Intubação orotaqueal · Tubos: 6,5; 7; 7,5; 8...· Cuff: ao ser inflado com o ar, se distende contra a parede da traqueia. O balonete se comunica com o exterior por um fino manguito de insuflação. Neste manguito está um balão piloto que indica o grau de insuflação do balonete. · Laringoscópio: · Traqueostomia · Orifício artificial criado cirurgicamente · + que 7 a 10 dias ou 10 a 14 dias de intubação com prognóstico ruim · Se for prevista precocemente a necessidade de VA artificial/VM prolongada, a TQT pode ser realizada antes · Material: plástico PVC, silicone, metal, de diversos tamanho · Fixação: materiais de algodão, velcro · Cuidados de enfermagem: troca/ limpeza da endocânula, auxílio na troca da TQT >> Ventilador mecânico invasivo - Indicação: · Controle das respirações do paciente durante cirurgia ou traumatismo grave · Oxigenar o sangue quando os esforços ventilatórios são insuficientes · Repousar os músculos respiratórios · Laboratoriais e clínicas: PaO2 < 55mmHg; PaCO2 > 50mmHg e pH < 7,32. Ou seja, diminuição da oxigenação contínua, aumento dos níveis arteriais de CO2 e uma acidose persistente (pH baixo). · Dificuldade respiratória · Aumento do trabalho respiratório não aliviado por outras intervenções · Overdose, distúrbios neuromusculares, lesão por inalação, apneia, DPOC... - Ventilador por pressão positiva · Insuflam os pulmões ao exercer a PP sobre as VAS · Força os alvéolos a se expandirem na inspiração · A expiração ocorre de forma passiva (os ciclos são orientados pela inspiração) · Ciclados por pressão: termina a inspiração quando uma pressão preestabelecida foi atingida · Ciclados por tempo: termina a inspiração após um tempo (em segundos) preestabelecido · Ciclados por volume: o volume de ar a cada inspiração é preestabelecido - Modalidades >> Ventilação mandatória intermitente e sincronizada (VMIS). · O ventilador aplica ciclos respiratórios pré-determinados (fornece volume e frequência) em sincronia com o esforço inspiratório do paciente (respirações espontâneas). · Pode ser garantida uma FR mínima, chamada de back-up de apneia. Se houver uma apneia, o próximo ciclo será disparado até que retornem as incursões inspiratórias do paciente. · Evitar o uso no modo VMIS, pois se mostrou associado ao aumento do tempo de retirada da VM. >> Ventilação assistido-controlada (A/C) · Todos os esforços inspiratórios detectados no paciente geram um ciclo respiratório no ventilador. O próximo ciclo do ventilador é retardado. · Mecanismo duplo de disparo (máquina e paciente) na inspiração (o ciclo não se adapta ao paciente, volume determinado > assistida). · Maior segurança para o paciente, pois o ciclo controlado entra sempre que o paciente não disparar o ciclo assistido. · Costuma-se ajustar a FR do ventilador abaixo da FR espontânea do paciente. · A/C > VCV, PCV >> Ventilação mecânica controlada (VMC) · O ventilador assegura todos os movimentos ventilatórios. · O ventilador determina o início da inspiração estipulado a partir do ajuste do comando FR, sem participação do paciente. >> Ventilação com pressão de suporte (PSV) · É considerado o modo preferencial durante a ventilação assistida ou espontânea. · Modo disparado exclusivamente pelo paciente (zerar a FR e deixar o suporte). · Aplica um platô de pressão na VA durante toda a inspiração realizada pelo paciente, para diminuir a resistência dentro do tubo. · A pressão é reduzida à medida que a força do paciente aumenta. · Pode ser utilizado em associação ao VMIS para dar um suporte extra. · Pode ser necessário ajustar o suporte pressórico para evitar Taquipneia ou grandes volumes correntes. - Ciclos: · Controlados: modalidades controlado, assistido/controlado ou VMIS · Assistido: modalidade assistido/controlado · Espontâneo: modalidades VMIS e espontâneo Parâmetros >> Fluxo inspirado (L/min) · Velocidade com que a mistura gasosa é administrada pelo ventilador durante a inspiração · 40 a 60L/min >> Volume corrente · Volume de ar inspirado ou expirado em cada incursão respiratória normal · Iniciar: 6mL/kg (predito do paciente). Reavaliar de acordo com a evolução do quadro clínico do paciente · Normalmente utiliza-se entre 6 – 12mL/kg · Homem: 50 + 0,91 x (altura – 152,4cm) · Mulher: 45,5 + 0,91 x (altura – 152,4cm) >> FiO2 · Ideal: 60% · Concentração inspirada de O2 fornecida pelo respirador (inicia-se em valores mais elevados e vai reduzindo gradativamente) · Valores são reajustados conforme a gasometria (SatO2 entre 93% e 97%. >> Sensibilidade · Esforço feito pelo paciente para disparar uma nova inspiração assistida pelo ventilador · Geralmente são utilizados 2 cm de H2O · No modo assistido o paciente deve iniciar um esforço inspiratório inicial para que o ventilador dispare o ciclo programado >> Relação inspiração/expiração · Resulta dos ajustes do VC, fluxo e FR · Em geral, valores de 1:2 ou 1:3 são utilizados · 1 seg de inspiração para 2 ou 3 seg de expiração >> PEEP · Pressão positiva no final da expiração · Pressão contínua para prevenir que, ao final da expiração, os alvéolos não colabem · Representa a presença de volume de ar residual ao final do ciclo respiratório · 3 – 5cm de água inicialmente. A PEEP mínima após intubação é 5cm de H2O >> Frequência respiratória · Pode variar de 4 a 20irpm · Iniciar com 12 a 16irpm · Doenças restritivas (SARA, fibrose) >20irpm · Doenças obstrutivas (DPOC) <12irpm · Após os ajustes do VC e FR deve-se colher gasometria arterial e verificar o pH e a PaCO2. E a partir daí, realizar os ajuste. Desmame da VM · Remover o paciente da dependência do ventilador · Processos: - Gradual remoção da VM - Gradual remoção do tubo - Gradual remoção da oxigenoterapia · Deve-se reduzir a sedação para que ocorra o desmame. · Aptidão ao desmame: a causa da falência respiratória, estabilidade hemodinâmica, PaO2 > 60mmHg com FiO2 < 40% e PEEP < 5 a 8 cm de H2O ciclagem expiração disparo inspiração
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