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LICENCIATURA EM LETRAS E RESPECTIVA LITERATURA Áreas de Concentração a) Ensino de Língua Portuguesa Ensinar língua portuguesa é um grande desafio atualmente. Há alguns anos, a língua portuguesa era vista como a responsável por fazer com que o estudante aprendesse a ler e a escrever. Hoje, o pensamento acerca da língua tornou-se mais reflexivo, e o ato de ler e escrever passou a ser visto como uma consequência da compreensão. O ensino da língua não é mais visto numa percepção fragmentada, mas como um processo contínuo, que tem por finalidade contribuir para que a pessoa aprenda a ouvir, a produzir, tanto escrita quanto oralmente, a desenvolver o raciocínio e a interpretar o mundo no qual elevive. Nesse contexto, recebemos contribuições da linguística cujos princípios vêm sendo amplamente difundidos no ensino de língua portuguesa. Alguns deles referem-se à compreensão que se tem acerca do conceito de língua. Não basta apenas compreender o que é a língua, é necessário entender que o português não é estático, que ele muda de acordo com a região geográfica, questões socioeconômicas, escolaridade, gênero, situação, entre outros. Da mesma maneira, a ciência linguística ajuda a repensar o uso da gramática em sala de aula, pois o ensino fragmentado não possibilita ao estudante compreender a língua no todo. Uma das maneiras de trabalhar a gramática sem fragmentá-la é inseri-la no contexto dos alunos, familiarizando-os, assim, com o tema e fazendo com que se interessem por ele. Acadêmico(a) , caso você opte por esta área de concentração para seu Trabalho de Graduação, poderá desenvolver temas referentes ao planejamento das aulas de língua portuguesa, contribuir para a implementação e direção de atividades didáticas, sempre com o objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e reflexão do educando. Além disso, você também poderá abordar questões acerca da natureza da linguagem, bem como a relação entre os textos orais e escritos, refletir sobre o uso da gramática em sala de aula, da produção de textos orais, da leitura de textos escritos e da prática de análise linguística em sala de aula ou na escola. b) Ensino de Literatura “O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria” (Mário Quintana). Você certamente já deve ter ouvido algo parecido com a frase “quem lê viaja” ou “ler é viajar”. A partir desta frase, iniciamos uma breve conversa sobre a literatura e seus benefícios, tanto em sala de aula quanto fora dela. A literatura é uma forma de viajar pelo mundo, de vivenciar estilos de diferentes épocas, de sentir cheiros e sabores jamais imaginados. Literatura é imaginação. Na escola, o ensino da literatura não cabe somente aos professores de língua portuguesa, mas cabe a eles incentivá-la e apresentá-la de forma mais aprofundada aos alunos. Seja literatura clássica ou romance de ficção, a leitura proporciona ao ser humano ampliar seu léxico, compreender o mundo ao seu redor e desenvolver a imaginação. Caso você escolha como área de concentração o “Ensino de Literatura”, está convidado a viajar pelo mundo da leitura. Você poderá, através de pesquisas bibliográficas ou entrevistas, fazer um levantamento do processo de formação literária das diferentes regiões, resgatando sua história e sua literatura, além de verificar como ela estabelece um diálogo com a literatura nacional e universal. Poderá ainda abordar questões relativas ao trabalho de articulação da literatura de diferentes épocas com o presente, para que esta se transforme em memória de fato e lance suas repercussões para o futuro, transformando-se em memória acessível a leitores de outros tempos. Caso queira abordar uma temática mais atual, porém relacionada a esta área de concentração, poderá abordar as mudanças do comportamento do leitor face à relação entre a literatura e as novas tecnologias. Não apenas o leitor/livro vem sofrendo uma mudança nos últimos tempos, mas também a relação do leitor com aquilo que é lido. A grande quantidade de informações veiculadas pela internet e outras mídias interferem na forma como o aluno compreende o que leu. E o professor de literatura está preparado para assimilar metodologias orientadas para o conteúdo digital? Poderá ainda abordar questões relativas ao trabalho de articulação da literatura de diferentes épocas com o presente, para que esta se transforme em memória de fato e lance suas repercussões para o futuro, transformando-se em memória acessível a leitores de outros tempos. Além disso, pode, em seu Trabalho de Graduação, ressaltar o valor desse intercâmbio, à luz das tradições culturais e literárias, sem desviar a atenção das rupturas que são percebidas nos diálogos com outras literaturas. c) Formação do professor de Língua Portuguesa Um bom profissional inserido no mercado de trabalho, independente da área a que está ligado (saúde, engenharia, artes, estética ou ciência), sabe da necessidade de uma boa formação para destacar-se entre tantos outros. Conhece também a importância que o professor teve em sua formação profissional. É necessário que se tenha, tanto para ser professor de alfabetização quanto de graduação, muito preparo para poder exercer a docência. A responsabilidade social, a exigência e o comprometimento impostos sobre este profissional vêm aumentando com o passar do tempo, haja vista as mudanças tanto sociais quanto tecnológicas que ocorrem constantemente. Estudar não é mais opção para quem deseja ser professor: é obrigação. Parar de atualizar-se significa parar no tempo, pois as transformações surgem cada vez mais velozes e o professor é o principal mediador desta situação. Caso você opte por trabalhar sua temática relacionada a esta área de concentração, poderá explorar quais são as contribuições do professor de língua portuguesa e literatura no processo educacional como um todo, pois estas contribuições vão muito além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas, pautadas nas concepções teóricas que orientam os processos de ensinar e aprender. Outra possibilidade é também enfocar questões relacionadas à experiência da comunicação humana como fenômeno linguístico, desencadeando reflexões sobre as percepções modernas da aprendizagem da língua portuguesa e da literatura.
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