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TJBA - - prova cometanda MEGE

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2 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
 
 
A Equipe Mege preparou este material imediatamente após a divulgação do 
gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-BA. A intenção é auxiliar nossos alunos e 
seguidores na elaboração de recursos, além de possibilitar a revisão, em formato 
conclusivo (diante do curto período), de temas cobrados no certame. A versão foi 
finalizada em cerca de 24 horas de atuação de nosso time específico para 1ª fase de 
magistratura estadual, sem maiores pretensões de aprofundamento e trabalho editorial 
neste momento de apoio aos alunos e seguidores em suas estratégias recursais. 
 
Fiquem atentos ao parâmetro de chance de 2ª fase após esta análise. Neste 
momento, em 17/01/2019, sem a contagem de possíveis anulações, o corte estimado 
para prova objetiva encontra-se em 71 pontos. Guardem esta informação e verifiquem 
como ficará a situação individual, caso a banca decida anular questões entre as 
possibilidades de recursos para alterações ou anulações que sugerimos como hipóteses 
(questões 14, 50, 55, 60 e 61). 
 
O candidato poderá vislumbrar a possibilidade de aumento em sua nota final, 
caso não tenha acertado alguma das questões destacadas. Em nossa experiência, 
constatamos o parâmetro de que, a cada 2 (duas) questões anuladas, a pontuação oficial 
de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica deve seguir como norte para definição de 
maiores chances de avanço no certame. 
 
Vale destacar que nas questões que identificamos como antecipadas (apuração 
que não envolveu a verificação em todas as matérias, diante do curto tempo) 
consideramos apenas o conteúdo da turma de reta final TJ-BA e aulão de véspera 
específico realizado em Salvador dia 12/01/2019. Não sendo listadas produções 
voltadas aos Simulados TJ-BA, Mege Informativos, Turmas Regulares e Extensivas de 
Magistratura Estadual. 
 
Aos alunos do TJ-BA (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os 
conteúdos das rodadas trabalhadas. A melhor fixação será importante nos próximos 
desafios. Como perceberam, o estudo em fase final foi revertido em pontos decisivos. 
Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo em um 
menor prazo. 
 
Aos alunos que prestarão os próximos concursos de magistratura, a leitura 
deste material é de extrema importância. Em especial, por seu formato objetivo – 
pensado justamente para um auxílio no sprint final. Destacamos, desde já, que 
levaremos este conteúdo para seção de materiais das turmas do Mege voltadas para 
carreira. 
 
Aproveitamos esta oportunidade para agradecer o empenho e apoio irrestrito 
dos professores que atuaram na produção de aulas e materiais na Turma de Reta Final 
TJ-BA: Rafael Maia (DPE-CE), Flávia Martins (TJ-SP), Guilherme Andrade (TJ-RJ), Edison 
 
 
3 
Burlamaqui (TJ-RJ), Beatriz Fonteles (DPE-CE), Vinícius Reis (DP-DF), Jean Vilbert (TJ-SP), 
Raul Cabús (TJ-AL), Bruno Pinto (PGE-SP), Aldemar Monteiro (DPE-CE), Rafhael 
Nepomuceno (MP-CE), Rodolfo Tomaz (DPE-PE, Rodrigo Bahia (TRF-1), Alexandre Gianni 
(DP-DF) e Bárbara Saraiva (aprovada no TJ-PI). 
 
Por fim, informamos que estão abertas as inscrições para Turma de 2ª fase TJ-
BA, onde contaremos com aulas, provas autorais e focadas no estilo esperado para o 
concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio, preparação 
verticalizada em Humanística com professor Rosângelo Miranda (Pós-Doutor em 
constitucional, Promotor de Justiça e Ex-examinador do MP-MG) e coordenação geral 
do professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador Cespe de certames para 
magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora Juspodivm), que 
será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos em nossas correções 
de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na manutenção da liderança de 
aprovações também em 2ª fase (aulas, provas, espelhos, correções, materiais, grupo de 
whatsapp e muito mais). Turma com vagas limitadas (diante do modelo personalizado 
de correções de provas). 
 
No último resultado divulgado de 2ª fase de Magistratura, vibramos muito 
com 54 alunos classificados para prova oral do TJ-CE (74% da lista de aprovados), 
sendo 6 destes entre os 10 primeiros. Mérito total destes vencedores! Sigam firmes em 
busca de seus objetivos. O ano de 2019 promete aos que lutam pela toga. Seguimos com 
inscrições abertas em turmas de retas finais para TJ-RJ, TJ-PR, TJ-AC, TJ-SC; além de TJ-
BA (2ª FASE) e TJ-CE (PROVA ORAL). Contem com nosso apoio! 
 
LINK PARA MATRÍCULAS: www.mege.com.br/cursomege 
 
 
Atenciosamente, 
Equipe Mege. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.mege.com.br/cursomege
 
 
4 
SUMÁRIO 
 
BLOCO I ............................................................................................................................. 5 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 5 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 15 
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 25 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 44 
DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................................................................. 55 
BLOCO II .......................................................................................................................... 60 
DIREITO PENAL ............................................................................................................ 60 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 75 
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 89 
DIREITO ELEITORAL ................................................................................................... 104 
BLOCO III ....................................................................................................................... 110 
DIREITO EMPRESARIAL.............................................................................................. 110 
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 114 
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................. 119 
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
BLOCO I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1. Dino, pai de três filhos, e atualmente em seu segundo casamento, resolveu adquirir 
um imóvel, em área nobre de Salvador, para com ele presentear o caçula, único filho da 
sua atual união conjugal. A fim de evitar eventuais problemas com os outros dois filhos, 
tidos em casamento anterior, Dino resolveu fazer a seguinte operação negocial: vendeu 
um dos seus cinco imóveis e, com o dinheiro obtido, adquiriu o imóvel para o caçula; e 
colocou na escritura pública de venda e compra, de comum acordo com os vendedores 
do referido imóvel, o filho caçula como comprador do bem. 
Alguns meses depois, os outros dois filhos tomaram conhecimento das transações 
realizadas e resolveram ajuizar ação judicial contra Dino, alegando que haviam sofrido 
prejuízos. 
Nessa situação hipotética, conforme a sistemática legal dos defeitos e das invalidades 
dos negócios jurídicos, os dois filhos prejudicados deverão alegar, como fundamento 
jurídico do pedido, a ocorrência de 
(A) simulação relativa, devendo ser reconhecida a invalidade da compra e venda e 
declarada a validade da doação, o que, contudo, não implicará adiantamento da 
legítima. 
(B) reserva metal, também conhecidacomo simulação unilateral, que deve ensejar a 
declaração de inexistência do negócio jurídico de venda e compra e o retorno das partes 
ao status quo ante. 
(C) causa de anulabilidade por dolo, vício de vontade consistente em artifício, 
artimanha, astúcia tendente a viciar a vontade do destinatário ou de terceiros. 
(D) simulação relativa, devendo ser reconhecida a invalidade da venda e compra e 
declarada a validade da doação, que importará em adiantamento de legítima. 
(E) simulação absoluta, devendo ser reconhecida a invalidade da venda e compra e 
doação, com retorno ao status quo ante. 
 
RESPOSTA: D 
 
 
 
6 
COMENTÁRIOS 
 
O tema SIMULAÇÃO foi revisado no aulão de véspera em Salvador. 
 
O caso em tela apresenta um caso de simulação relativa, ou também chamada 
dissimulação. Ela ocorre quando são praticados dois atos jurídicos, quais sejam: o 
negócio simulado que esconde ou camufla outro negócio, o dissimulado, que é a 
verdadeira intenção das partes. 
A simulação é uma das hipóteses de nulidade do negócio jurídico, expressa no artigo 
167 do CC. Trata-se de um ato fictício praticado para encobrir outro. Para se configurar 
a simulação é necessário ter havido a intenção de praticar ato diverso do que é praticado 
e a finalidade de enganar, seja fraudando a lei, ou prejudicando ou beneficiando 
terceiros. No caso em tela, temos uma aparente compra e venda que foi simulada para 
encobrir uma doação. 
A lei determina que apesar de nulo o negócio simulado, subsistirá o dissimulado se 
válido for na substância e na forma. Por isso, aplica-se o princípio da conservação dos 
negócios jurídicos. Por isso, deve ser reconhecida a invalidade da venda e compra e 
declarada a validade da doação. 
Por fim, tal doação válida do pai ao filho caçula em detrimento dos demais herdeiros 
configura adiantamento de legítima, conforme previsão do art. 544 do CC. 
Não se trata de dolo, como apresenta a assertiva C, uma vez que neste vício de vontade, 
há uma artimanha ou manobra para efetuar uma declaração de vontade que não seria 
emitida, se o declarante não tivesse sido enganado. No caso em tela, houve comum 
acordo entre o real comprador e os vendedores do referido imóvel. 
A reserva mental, presente na alternativa B, também não corresponde ao que está 
informado na questão. A existência de um acordo de vontades distingue a simulação da 
reserva mental. Essa segunda se caracteriza pela situação em que o declarante 
manifesta vontade para realização de um negócio que não deseja, mas sem o 
consentimento da outra parte, conforme art. 110 CC.
 
2. À luz da legislação pertinente, da jurisprudência e da doutrina, julgue os itens a seguir, 
a respeito do registro de imóveis. 
 
 
7 
I – De acordo com o STJ, o procedimento de dúvida registral previsto na Lei de Registros 
Públicos tem natureza administrativa, não constituindo prestação jurisdicional. 
II - Para garantir o princípio da legalidade registral, o registrador deve fazer um prévio 
controle dos títulos apresentados para registro, via procedimento de qualificação 
registral, verificando a obediência aos requisitos legais e concluindo pela aptidão ou 
inaptidão dos títulos para registro. 
III – O princípio da especialidade ou especialização registral é consagrado na Lei de 
Registros Públicos: caso o imóvel não esteja matriculado ou registrado em nome do 
outorgante, o oficial deverá exigir a prévia matrícula e o registro do título anterior. 
Assinale a opção correta. 
(A) Nenhum item está certo. 
(B) Apenas os itens I e II estão certos. 
(C) Apenas os itens I e III estão certos. 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
(E) Todos os itens estão certos. 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
(I) Correto. No julgamento do REsp 1.570.655-GO, a 2ª seção, com relatoria do Min. 
Antonio Carlos Ferreira, em 23/11/2016, foi reconhecido que o procedimento de 
dúvida registral tem, por força de expressa previsão legal, natureza administrativa 
(art. 204 da LRP), não se qualificando como prestação jurisdicional. 
 
(II) Correto. Conforme art. 156 da Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos), o oficial 
deve recusar registro a título e a documento que não se revistam das formalidades 
legais. Portanto, por meio da qualificação registral, é feita análise se o objeto que será 
levado a registro está de acordo com a legislação vigente. Esse procedimento é feito por 
imposição do Princípio da Legalidade Registral. 
 
(III) Incorreto. Na realidade, a assertiva refere-se ao Princípio da Continuidade Registral, 
que está expressa no art. 195 da Lei 6.015/1973: “se o imóvel não estiver matriculado 
 
 
8 
ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do 
título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do 
registro. O Princípio da Continuidade Registral consagra que nenhum registro pode ser 
feito se não houver menção ao título anterior. Desta forma, é possível formar um 
encadeamento ininterrupto das titularidades jurídicas de cada imóvel, porque cada 
assento registral deve apoiar-se no anterior. 
 
O Princípio da especialidade ou especialização registral apresenta um dos requisitos do 
registro, conforme expressa previsão no art. 176 da Lei 6.015/73, pois determina a 
necessidade de descrição completa do imóvel, a qualificação dos sujeitos, tanto na 
matrícula quanto no título que pretende ingresso na serventia ou seja, toda inscrição 
deve recair sobre um objeto individualizado. 
 
A letra B é a correta, apresenta como certos os itens I e II. 
 
3. De acordo com o Código Civil, é característica das sociedades cooperativas 
(A) a impossibilidade, aliada à invariabilidade, de dispensa de capital social. 
(B) o quórum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no percentual do 
capital social representado pelos sócios presentes à reunião. 
(C) o concurso de sócio em número mínimo necessário para compor a administração da 
sociedade, sem limitação de número máximo. 
(D) a intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, 
ressalvados os casos de transmissão por herança. 
(E) a indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ressalvado o caso de dissolução 
da sociedade. 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O art. 1094 inciso I do CC estabelece que, entre as características da 
sociedade cooperativa está a “variabilidade, ou dispensa do capital social”. A assertiva 
 
 
9 
diz exatamente o contrário de que há invariabilidade, assim como impossibilidade de 
dispensa do capital social. 
 
(B) INCORRETA. A assertiva diz que é característica da sociedade cooperativa o quórum 
para assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no percentual do capital 
representado pelos sócios presentes à reunião. Entretanto, está expresso no art. 1094 
inciso V do CC que o quórum, para a assembleia-geral funcionar e deliberar, é fundado 
no número de sócios presentes à reunião e não no capital social representado pelos que 
estão presentes na reunião. 
 
(C) CORRETA. O art. 1094 inciso II do CC traz expressamente o teor da assertiva. 
 
(D) INCORRETA. A parte final da assertiva contraria o que preceitua o art. 1094, IV, do 
CC, trazendo como ressalta a possibilidade de transferência de quotas de capital a 
terceiros estranhos à sociedade nos casos de transmissão de herança. No dispositivo 
legal está expresso que é característica da sociedade cooperativa a intransferibilidade 
de quotas de capital social a terceiros à sociedade, ainda que por herança. 
 
(E) INCORRETA. A assertiva não está de acordo com o expresso no Código Civil, no que 
se refere à sociedade cooperativa. Conforme o art. 1094, VIII, do CC, entre as 
características dessa sociedade está “indivisibilidade do fundo de reserva entre os 
sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade. 
 
4. Renê firmou contrato de seguro de assistência à saúde e, anos depois,quando ele 
completou sessenta anos de idade, a seguradora reajustou o valor do seu plano de 
assistência com base em uma cláusula abusiva. Por essa razão, Renê pretende ajuizar 
ação visando à declaração de nulidade da cláusula de reajuste e a condenação da 
contratada em repetição do indébito referente aos valores pagos em excesso. 
De acordo com entendimento jurisprudencial do STJ, nessa situação hipotética, as 
parcelas vencidas e não pagas em excesso estão sujeitas à 
(A) prescrição de um ano, por se tratar de contrato de seguro. 
 
 
10 
(B) prescrição de dois anos, porque, apesar de se tratar de um contrato de seguro, o 
requerente é idoso. 
(C) prescrição de cinco anos, por envolver valores líquidos e certos. 
(D) imprescritibilidade, por ser uma relação jurídica de trato sucessivo. 
(E) prescrição de três anos, porque se trata de hipótese de enriquecimento sem causa 
da empresa contratada. 
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
Os temas CONTRATOS e CONTRATOS DE SEGURO foram abordados no material da 
turma de reta final e no aulão de véspera em Salvador. 
 
A questão trata de jurisprudência recente do STJ. 
A ajuizada ação de pretensão de nulidade de cláusula de reajuste prevista em contrato 
de plano ou seguro de assistência à saúde ainda vigente, com a consequente repetição 
do indébito, está fundada no enriquecimento sem causa, e, por isso, o prazo 
prescricional é o trienal de que trata o art. 206, § 3º, IV, do Código Civil de 2002. (Agint 
no REsp 1586988/SE; Relator Marco Aurélio Bellize. 3ª Turma. Julgamento: 08/05/2018. 
DJe 21/05/2018). Portanto, a assertiva E é a correta ao afirmar que a prescrição é de 
três anos, porque se trata de hipótese de enriquecimento sem causa da empresa 
contratada. 
 
5. À luz da jurisprudência e da legislação acerca do direito das relações de consumo, 
assinale a opção correta. 
(A) As sociedades controladas e as consorciadas são solidariamente responsáveis pelas 
obrigações decorrentes do CDC. 
(B) É cabível indenização por danos morais decorrentes da inscrição indevida do 
consumidor em cadastro de proteção ao crédito, independentemente da existência 
prévia da inscrição legítima, por configurar ato ilícito a direitos de personalidade. 
 
 
11 
(C) Em demanda pertinente a responsabilidade por fato do serviço, a inversão do ônus 
da prova opera independentemente de decisão do magistrado na modalidade ope legis, 
conforme entendimento do STJ. 
(D) Atos lesivos praticados por representantes autônomos de determinado produto ou 
serviço são de responsabilidade subsidiária dos fornecedores daquele produto ou 
serviço. 
(E) O CDC dispõe que fabricantes e importadores devem assegurar a oferta de 
componentes e peças de reposição depois de cessada a fabricação ou importação do 
produto pelo prazo mínimo de cinco anos. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Segundo previsão expressa do CDC, as sociedades controladas são 
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do referido código, 
conforme art. 28 § 2º do CDC. Por sua vez, as sociedades consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do código, nos termos do 
art. 28 §3º do CDC. Portanto, a assertiva está errada porque alega que tanto as 
sociedades controladas quanto as consorciadas são solidariamente responsáveis 
pelas obrigações decorrentes do CDC. 
 
(B) INCORRETA. A assertiva contraria o que diz a súmula 385 do STJ. Não cabe 
indenização por danos morais de inscrição indevida de consumidor em cadastro de 
proteção ao crédito se houver preexistente legítima inscrição. 
 
(C) CORRETA. Embora o art. 14 do CDC demonstre claramente a opção do legislador em 
incluir no Código a inversão do ônus da prova (inversão ope legis), a assertiva trazia a 
seguinte informação ao fim “conforme entendimento do STJ”. Portanto, não bastava 
saber o que está expresso na lei, mas a orientação do Tribunal Superior também. 
A resposta está em julgados do STJ, no que diz respeito à inversão do ônus da prova no 
CDC. Em decisão recente, sobre responsabilidade por fato do produto, o Tribunal refere-
 
 
12 
se novamente ao seu entendimento de que a responsabilidade por fato do produto e 
também do serviço opera-se ope legis, independentemente da decisão do magistrado. 
No AREsp 1275497 RS 2018/0081052-0, por decisão monocrática do ministro Paulo de 
Tarso Sanseverino, DJe 20/08/2018. 
 
(D) INCORRETA. O artigo 34 do CDC assevera que o fornecedor de produto e serviço é 
solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. 
A assertiva diz que essa responsabilidade é subsidiária. 
 
(E) INCORRETA. A assertiva está incorreta porque diz que o CDC estabelece prazo 
mínimo de cinco anos de oferta de componentes e peças de reposição após cessada a 
fabricação ou importação do produto. Entretanto, o Código não estabelece período. No 
art. 32, PU do CDC está expresso: “cessadas a produção ou importação, a oferta deverá 
ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
 
6. Com relação ao reconhecimento voluntário de filhos tidos fora do casamento, julgue 
os seguintes itens. 
I – O Código Civil admite o reconhecimento voluntário de paternidade por declaração 
direta e expressa perante o juiz, desde que manifestada em ação própria, denominada 
ação declaratória de paternidade. Nesse caso, o ato jurídico é irrevogável. 
II – De acordo com o Código Civil, o reconhecimento voluntário de paternidade por meio 
de testamento é revogável pelo testador, por constituir ato de última vontade, mutável 
a qualquer tempo antes do falecimento do testador. 
III – O reconhecimento de filiação pode preceder o nascimento do filho e, até mesmo, 
ser posterior ao falecimento deste. Nesse último caso, admite-se o reconhecimento post 
mortem se o filho deixar descentes. 
(A) Apenas o item II está certo. 
(B) Apenas o item III está certo. 
(C) Apenas o item I e II estão certos. 
(D) Apenas o item I e III estão certos. 
(E) Todos os itens estão certos. 
 
 
 
13 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
O tema RECONHECIMENTO DE FILHOS foi tratado na Rodada 10 da Turma de Reta Final 
do TJ-BA. 
 
(I) INCORRETO. O art. 1609 IV admite o reconhecimento voluntário de paternidade por 
declaração direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido 
objeto único e principal do ato que o contém. Portanto, não precisa ser manifestada em 
ação própria, como diz a assertiva, pode ser pedido de uma outra ação e, não 
necessariamente o principal. 
 
(II) INCORRETO. Na assertiva diz que o reconhecimento voluntário de paternidade por 
meio de testamento é revogável pelo testador. Tal afirmação é contrária ao que está 
expresso no art. 1610 do CC: “o reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo 
quando feito em testamento”. 
 
(III) CORRETO. e expressa a literalidade do art. 1609, pu, do CC, em que o 
reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu 
falecimento, se ele deixar descendentes. 
Diante disso, apenas o item III está certo, conforme assertiva B da questão. 
 
7. À luz do Código Civil e da teoria das invalidades dos atos e negócios jurídicos, a 
elaboração de testamento conjuntivo nas modalidades simultânea, recíproca e 
correspectiva é ato eivado de vício de 
(A) nulidade, nas modalidades recíproca e correspectiva, e anulabilidade na modalidade 
simultânea. 
(B) anulabilidade, na modalidade correspectiva, e nulidade nas modalidades reciproca e 
simultânea. 
(C) anulabilidade em qualquer uma das três modalidades. 
(D) nulidade em qualquer uma das três modalidades. 
(E) ineficácia em qualquer uma das três modalidades. 
 
 
14 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
O testamento conjuntivo é apresentado no art. 1830 do CC e considerado proibido em 
qualquer das suas modalidades: recíproco, simultâneo e correspectivo. 
O testamento conjuntivo simultâneo é quando dois testadores fazem disposiçõesem 
favor de terceiro. Já o recíproco, é quando um testador favorece o outro. Por fim, o 
correspectivo, além de haver reciprocidade, um beneficia o outro na mesma proporção 
que este o tiver beneficiado. 
Pela teoria das nulidades, independentemente de ser recíproco, simultâneo ou 
correspectivo é nulo de pleno direito o testamento conjuntivo. 
 
8. De acordo com o Código Civil, são bens móveis 
(A) os materiais provenientes de demolição de um prédio. 
(B) as edificações que, estando separadas do solo, puderem ser movimentadas para 
outro local, conservando sua unidade. 
(C) os materiais empregados em alguma construção. 
(D) os direitos à sucessão aberta. 
(E) ineficácia em qualquer uma das três modalidades. 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Está expresso no art. 84 do CC que os materiais provenientes de demolição 
de um prédio readquirem a qualidade de bens móveis. 
 
(B) INCORRETA. O art. 81, inciso I, do CC inclui entre as hipóteses de bens imóveis as 
edificações que, mesmo separadas do solo e puderem ser removidas para outro local, 
conservarem sua unidade. Esse é o caso da assertiva apresentada. 
 
 
 
15 
(C) INCORRETA. A assertiva é justamente contrária ao que expressa o Art. 84 do CC, no 
que se refere aos materiais destinados a uma construção. Eles somente são 
considerados bens móveis enquanto ainda não forem empregados na mesma. 
 
(D) INCORRETA. O Código Civil, em seu artigo 80, traz a categoria de bens imóveis por 
determinação legal. É uma “ficção jurídica” com o objetivo de revestir alguns direitos 
com a mesma segurança e solenidade que cercam os bens imóveis. A assertiva traz 
justamente os direitos à sucessão aberta, expressos no art. 80, II do CC, considerada 
bem imóvel. 
 
(E) INCORRETA. A assertiva traz a literalidade do art. 81, II, dos bens que não perdem o 
caráter de imóveis: “os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem”. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
9. A pessoa obrigada por contrato a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem 
for vencido na demanda ingressará no processo como 
(A) assistente simples. 
(B) denunciado à lide. 
(C) assistente litisconsorcial. 
(D) chamado ao processo. 
(E) nomeado à autoria.
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi abordada na aula de revisão online para o TJ-BA. 
 
Art. 125, II, do NCPC – “Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por 
qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio 
 
 
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foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe 
resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em 
ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo”. 
 
10. O juiz proferirá sentença sem resolução de mérito quando 
(A) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem. 
(B) homologar a transação. 
(C) homologar o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação. 
(D) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação. 
(E) verificar a impossibilidade jurídica do pedido
 
RESPOSTA: A 
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A resposta da questão foi abordada no material da turma de reta final (2ª rodada – 
“Sentença e Coisa Julgada). 
 
(A) CORRETA. Art. 485, VII, do NCPC – “Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 487, III, “b”, do NCPC – “Art. 487. Haverá resolução de mérito 
quando o juiz: III - homologar: b) a transação”. 
 
(C) INCORRETA. Art. 487, III, “a”, do NCPC – “Art. 487. Haverá resolução de mérito 
quando o juiz: III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado 
na ação ou na reconvenção”. 
 
(D) INCORRETA. Art. 487, III, “c”, do NCPC – “Art. 487. Haverá resolução de mérito 
quando o juiz: III - homologar: c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na 
reconvenção”. 
 
 
 
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(E) INCORRETA. A impossibilidade jurídica do pedido não vem mais expressa no NCPC, 
expressamente, como causa de extinção do processo sem resolução de mérito, 
conforme se observa pela leitura do artigo 485. Em que pese o NCPC não preveja mais 
a impossibilidade jurídica da ação como condição da ação, alguns doutrinadores 
entendem que esta análise pode ser feita com base na condição da ação denominada 
interesse de agir, tendo em vista a ausência da necessidade de prosseguimento de um 
processo, cujo pedido é manifestamente vedado pelo ordenamento jurídico. Outros 
doutrinadores, por sua vez, entendem que a questão deveria ser resolvida no mérito. 
 
11. Caso o juiz julgue parcialmente o mérito, reconhecendo a existência de obrigação 
ilíquida, a parte vencedora 
(A) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução. 
(B) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela 
parte vencida. 
(C) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação. 
(D) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência. 
(E) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição 
de recurso pela parte vencida.
RESPOSTA: B 
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Art. 356, §§1º e 2º, do NCPC – “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando 
um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - 
estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1o A decisão 
que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida 
ou ilíquida. § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação 
reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de 
caução, ainda que haja recurso contra essa interposto”.
 
12. De acordo com o CPC, se, em processo de execução de contrato inadimplido, ocorrer 
a penhora judicial de dinheiro depositado em conta bancária do executado, o juiz poderá 
 
 
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cancelar o ato de penhora caso acolha o pedido de impenhorabilidade sob o argumento 
de que a quantia bloqueada 
(A) pertence a terceiro. 
(B) decorreu de venda de imóvel. 
(C) corresponde a salário do executado e não ultrapassa cinquenta salários mínimos. 
(D) estava vinculada ao pagamento de conta exclusivamente em débito automático. 
(E) acarretará enriquecimento ilícito. 
 
RESPOSTA: C 
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A resposta da questão foi expressamente abordada em nossa aula de revisão de véspera 
online para o TJ-BA. 
 
Art. 833, IV e §2º, do NCPC – “Art. 833. São impenhoráveis: IV - os vencimentos, os 
subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as 
pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade 
de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de 
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; § 2o O 
disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento 
de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às 
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a 
constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3º”. 
 
13. A respeito da petição inicial de ação civil, julgue os itens a seguir. 
I) Ainda que, para atender os requisitos da petição inicial, o autor requeira uma 
diligência excessivamente onerosa, é vedado ao juiz indeferir a inicial sob esse 
fundamento. 
II) Ao contrário da ausência da indicação dos fundamentos jurídicos do pedido, a falta 
de indicação dos fatos acarreta o indeferimento de plano da inicial. 
 
 
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III) Não lhe sendo possível obter o nome do réu, o autor poderá indicar as características 
físicas do demandado, o que, se viabilizar a citação deste, não será causa de 
indeferimento dainicial. 
IV) Se a ação tiver por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, o autor 
deverá, sob pena de inépcia, discriminar na inicial, entre as obrigações contratuais, 
aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
 
Estão certos apenas os itens 
(A) I e II. 
(B) I e IV. 
(C) III e IV. 
(D) I, II e III. 
(E) II, III e IV.
 
RESPOSTA: C 
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(I) INCORRETO. O examinador buscou confundir o candidato com a hipótese do II e do 
§3º do artigo 319 do NCPC. Veja que o autor deve indicar na petição inicial a correta 
qualificação das partes, conforme determina o artigo 319, II, do NCPC. Ocorre que, 
muitas vezes, a obtenção destes dados completos poderá ser impossível ou 
excessivamente onerosa ao autor. Nesta hipótese, o juiz não deverá indeferir a petição 
inicial desde que seja possível a indicação do réu, ainda que incerto, conforme dispõe o 
§3º do artigo 319 do NCPC. Mas veja que esta hipótese não se aplica a todos os 
requisitos da petição inicial, cabendo ao autor diligenciar para o cumprimento dos 
demais, sendo certo que, caso o autor requeira uma diligência outra, que será 
excessivamente onerosa, poderá o juiz indeferir a petição inicial. / Art. 319, II, e §§1º e 
3º do NCPC – “Art. 319. A petição inicial indicará: II - os nomes, os prenomes, o estado 
civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu; § 1o Caso não disponha das informações 
previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências 
 
 
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necessárias a sua obtenção. §3º A petição inicial não será indeferida pelo não 
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações 
tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça”. 
 
(II) INCORRETO. A ausência de indicação dos fundamentos jurídicos do pedido também 
causa de indeferimento da petição inicial, conforme artigos 319, III e 321, Parágrafo 
único do NCPC. Isso porque, o NCPC adotou a teoria da Substancialização da causa de 
pedir, que impõe ao autor o ônus de indicar qual o fato jurídico e qual a relação jurídica 
dele que dão suporte ao seu pedido. / “Art. 319. A petição inicial indicará: III - o fato e 
os fundamentos jurídicos do pedido; / Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial 
não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, 
no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que 
deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, 
o juiz indeferirá a petição inicial”. 
 
(III) CORRETO. Art. 319, II e §2º, do NCPC – ““Art. 319. A petição inicial indicará: II - os 
nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, 
o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; § 2o A petição inicial 
não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, 
for possível a citação do réu”. 
IV – CORRETA – Art. 330, §2º, do NCPC – “Art. 330, § 2o Nas ações que tenham por 
objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de 
alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, 
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de 
quantificar o valor incontroverso do débito”.
 
14. De acordo com o CPC, o magistrado concederá a tutela de urgência durante o curso 
do processo se 
(A) ficar caracterizado abuso do direito pelo réu e as alegações fáticas puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente. 
 
 
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(B) houver manifesto propósito protelatório da parte contrária e probabilidade do 
direito. 
(C) as alegações fáticas puderem ser comprovadas apenas documentalmente e existir 
risco ao resultado útil do processo. 
(D) for verificada a existência de risco ao resultado útil do processo. 
(E) houver constatação do perigo de dano e o réu não apresentar prova capaz de gerar 
dúvida razoável acerca do direito discutido.
 
RESPOSTA: D 
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QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO! 
O gabarito oficial aponta como correta a assertiva “D”. No entanto, conforme será 
exposto, esta não é a alternativa correta, mas sim a assertiva E, motivo pelo qual 
entendo passível de recurso a presente questão. 
 
Inicialmente, deve-se lembrar que “a tutela provisória pode fundamentar-se em 
urgência ou evidência, conforme dispõe o artigo 294 do NCPC. Para a concessão da 
tutela de urgência, é imprescindível “a probabilidade do direito e o perigo de dano ou 
o risco ao resultado útil do processo”, nos termos do artigo 300 do NCPC. A tutela de 
evidência, por sua vez, conforme expressa previsão legal (Art. 311, caput, do CPC), a 
tutela de evidência independe da demonstração de perigo da demora da prestação 
jurisdicional, em diferenciação clara e indiscutível com a tutela de urgência. Segundo o 
artigo 311 do NCPC, “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil 
do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas 
apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou 
em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova 
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for 
instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a 
 
 
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que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas 
hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente”. Feitas estas 
considerações, vejamos cada uma das assertivas. 
 
Segundo a ASSERTIVA “A”, “de acordo com o CPC, o magistrado concederá a tutela de 
urgência durante o curso do processo se ficar caracterizado abuso do direito pelo réu e 
as alegações fáticas puderem ser comprovadas apenas documentalmente”. Esta 
assertiva está INCORRETA, pois refere-se aos requisitos para a concessão da tutela de 
evidência, conforme se observa pela leitura do artigo 311, I e II. Ademais, cumpre 
lembrar que, para a concessão da tutela de urgência, é imprescindível “a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”, nos termos do 
artigo 300 do NCPC, não havendo qualquer menção ao perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo nesta assertiva. 
 
Segundo a ASSERTIVA “B”, “de acordo com o CPC, o magistrado concederá a tutela de 
urgência durante o curso do processo se houver manifesto propósito protelatório da 
parte contrária e probabilidade do direito”. Trata-se, mais uma vez, de um requisito para 
a concessão da tutela de evidência, conforme artigo 311, I, do NCPC, não havendo 
qualquer menção ao perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, que são 
requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência. Desta forma, a assertiva 
está INCORRETA. 
 
Segundo a ASSERTIVA “C”, de acordo com o CPC, o magistrado concederá a tutela de 
urgência durante o curso do processo se “as alegações fáticas puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente e existir risco ao resultado útil do processo”. 
Esta assertiva também está incorreta. Veja que o examinador quer confundir o 
candidato, tendo misturado os requisitos para a concessão da tutela de evidência com 
os requisitos para a concessãoda tutela de urgência. Com efeito, segundo o artigo 311, 
inciso II, do NCPC “a tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando as 
alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”. Observe-se que 
 
 
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para a concessão da tutela de evidência não basta que as alegações de fato estejam 
provadas documentalmente, sendo imprescindível que o direito do autor já esteja 
amparado por tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante”. Da mesma forma, para a concessão de uma tutela de urgência, não basta 
que o autor prove as suas alegações de fato, sendo imprescindível que, além da 
demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, esteja 
demonstrada a probabilidade do direito do autor. Isto é, não é porque o autor provou a 
ocorrência dos fatos que o direito dele é “provável”. Pode ser que o autor demonstre a 
ocorrência de uma situação fática, mas que esta situação fática não lhe dê qualquer 
direito. Sendo assim, a assertiva está INCORRETA, pois para a concessão da tutela de 
urgência, é imprescindível “a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo”, nos termos do artigo 300 do NCPC. 
 
Segundo a ASSERTIVA “D”, de acordo com o CPC, o magistrado concederá a tutela de 
urgência durante o curso do processo se for verificada a existência de risco ao resultado 
útil do processo”. Esta assertiva não pode ser considerada correta, uma vez que, para 
a concessão da tutela provisória de urgência não basta o risco ao resultado útil do 
processo, devendo ser demonstrada a probabilidade do direito do autor, conforme 
artigo 300 do NCPC. 
 
Por fim, segundo a ASSERTIVA “E” – “de acordo com o CPC, o magistrado concederá a 
tutela de urgência durante o curso do processo se houver constatação do perigo de dano 
e o réu não apresentar prova capaz de gerar dúvida razoável acerca do direito 
discutido”. Esta assertiva está correta. Em que pese queira confundir o candidato com a 
tutela de evidência concedida nos termos do artigo 311, IV, do NCPC (Art. 311. A tutela 
da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo, quando: IV - a petição inicial for instruída com 
prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não 
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.), a assertiva demonstra a presença dos 
requisitos para a concessão da tutela de urgência, qual seja, a probabilidade do direito 
e o perigo de dano. Veja, se o réu não apresenta prova capaz de gerar dúvida razoável 
acerca do direito discutido, está demonstrada a probabilidade do direito do autor, o que 
 
 
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somado à existência do perigo de dano permite a concessão da tutela de urgência, nos 
termos do artigo 300 do NCPC. 
 
15. De acordo com a Lei n.º 12.016/2009, que dispõe sobre o mandado de segurança, 
se, depois de deferido o pedido liminar, o impetrante criar obstáculos ao normal 
andamento do processo, o juiz deverá 
(A) intimar imediatamente o MP para se manifestar sobre a protelação e notificar, 
posteriormente, a parte para praticar o ato necessário, sob pena de multa. 
(B) notificar imediatamente a parte para praticar o ato necessário, sob pena de multa. 
(C) cassar a medida liminar, desde que assim seja requerido pelo MP. 
(D) revogar a decisão liminar, desde que assim seja requerido pela autoridade coatora 
ou pelo MP. 
(E) decretar a perempção da medida liminar, de ofício ou por requerimento do MP. 
RESPOSTA: E 
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Art. 8º da Lei 12.016/09 – “Art. 8º Será decretada a perempção ou caducidade da 
medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a 
medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de 
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem”. 
 
16. De acordo com o CPC, na ação em que houver pedido subsidiário, o valor da causa 
corresponderá 
(A) à soma dos valores dos pedidos principal e subsidiário. 
(B) ao pedido de maior valor, entre o principal e o subsidiário. 
(C) à média dos valores dos pedidos principal e subsidiário. 
(D) ao valor do pedido principal. 
(E) ao valor de qualquer dos pedidos, principal ou subsidiário, desde que a diferença dos 
seus valores seja de até 5%.
RESPOSTA: D 
 
 
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Art. 292, VIII, do NCPC – “Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será: VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal”. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
17. A respeito de cláusulas abusivas, prescrição, proteção contratual e relação entre 
consumidor e planos de saúde, assinale a opção correta, de acordo com o entendimento 
jurisprudencial do STJ. 
(A) A operadora de plano de saúde pode estabelecer, no contrato, as doenças que terão 
cobertura, mas não pode limitar o tipo de tratamento a ser utilizado pelo paciente, 
exceto se tal tratamento não constar na lista de procedimentos da ANS. 
(B) Uma das condições para que o reajuste de mensalidade de plano de saúde individual 
fundado na mudança de faixa etária do beneficiário seja válido é que os percentuais 
aplicados sejam razoáveis, baseados em estudos atuariais idôneos, e não onerem 
excessivamente o consumidor nem discriminem o idoso. 
(C) Na vigência dos contratos de seguro de assistência à saúde, a pretensão 
condenatória decorrente da declaração de nulidade de cláusula de reajuste neles 
prevista prescreve em um ano. 
(D) É abusiva a cláusula contratual de coparticipação na hipótese de internação superior 
a trinta dias em razão de transtornos psiquiátricos, por restringir obrigação fundamental 
inerente à natureza do contrato. 
(E) A operadora de plano de saúde, em razão da sua autonomia, será isenta de 
responsabilidade por falha na prestação de serviço de hospital conveniado. 
RESPOSTA: B 
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As assertivas B, C, D e E foram abordadas no material da turma de reta final TJ-BA. 
 
 
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(A) INCORRETA. O rol da ANS configura cobertura mínima que as operadoras de planos 
de saúde devem ofertar aos beneficiários. Trata-se de entendimento veiculado em 
diversos julgados do STJ. 
Ex.: Está firmada a orientação de que é inadmissível a recusa do plano de saúde em 
cobrir tratamento médico voltado à cura de doença coberta pelo contrato sob o 
argumento de não constar da lista de procedimentos da ANS, pois este rol é 
exemplificativo, impondo-se uma interpretação mais favorável ao consumidor. 
(AgInt no AREsp 1328258/AL, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 03/12/2018, DJe 06/12/2018) 
 
O fato de o procedimento não constar do rol da ANS não afasta o dever de cobertura do 
plano de saúde, haja vista se tratar de rol meramente exemplificativo, não se admitindo 
restrição imposta no contrato de plano de saúde quanto à obtenção de tratamento 
necessário à completa recuperação da saúde do beneficiário. 
(AgInt no AgInt no AREsp 1134753/CE, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 
22/05/2018, DJe 30/05/2018) 
 
(B) CORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
 
Trata-se de entendimento consolidado pelo STJ em sede de Recurso Repetitivo (Info 
588). 
 
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO 
OCORRÊNCIA. CIVIL. PLANO DE SAÚDE. MODALIDADE INDIVIDUAL OU FAMILIAR. 
CLÁUSULA DE REAJUSTE DE MENSALIDADE POR MUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA. 
LEGALIDADE. ÚLTIMO GRUPO DE RISCO. PERCENTUAL DE REAJUSTE. DEFINIÇÃO DE 
PARÂMETROS. ABUSIVIDADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO. EQUILÍBRIO FINANCEIRO-
ATUARIAL DO CONTRATO. 
2. A cláusula de aumento de mensalidadede plano de saúde conforme a mudança de 
faixa etária do beneficiário encontra fundamento no mutualismo (regime de repartição 
 
 
27 
simples) e na solidariedade intergeracional, além de ser regra atuarial e asseguradora 
de riscos. 
 
4. Para que as contraprestações financeiras dos idosos não ficassem extremamente 
dispendiosas, o ordenamento jurídico pátrio acolheu o princípio da solidariedade 
intergeracional, a forçar que os de mais tenra idade suportassem parte dos custos 
gerados pelos mais velhos, originando, assim, subsídios cruzados (mecanismo do 
community rating modificado). 
 
6. A norma do art. 15, § 3º, da Lei nº 10.741/2003, que veda "a discriminação do idoso 
nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade", apenas 
inibe o reajuste que consubstanciar discriminação desproporcional ao idoso, ou seja, 
aquele sem pertinência alguma com o incremento do risco assistencial acobertado pelo 
contrato. 
 
8. A abusividade dos aumentos das mensalidades de plano de saúde por inserção do 
usuário em nova faixa de risco, sobretudo de participantes idosos, deverá ser aferida em 
cada caso concreto. Tal reajuste será adequado e razoável sempre que o percentual de 
majoração for justificado atuarialmente, a permitir a continuidade contratual tanto de 
jovens quanto de idosos, bem como a sobrevivência do próprio fundo mútuo e da 
operadora, que visa comumente o lucro, o qual não pode ser predatório, haja vista a 
natureza da atividade econômica explorada: serviço público impróprio ou atividade 
privada regulamentada, complementar, no caso, ao Serviço Único de Saúde (SUS), de 
responsabilidade do Estado. 
 
10. TESE para os fins do art. 1.040 do CPC/2015: O reajuste de mensalidade de plano 
de saúde individual ou familiar fundado na mudança de faixa etária do beneficiário é 
válido desde que (i) haja previsão contratual, (ii) sejam observadas as normas expedidas 
pelos órgãos governamentais reguladores e (iii) não sejam aplicados percentuais 
desarrazoados ou aleatórios que, concretamente e sem base atuarial idônea, onerem 
excessivamente o consumidor ou discriminem o idoso. 
 
 
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(REsp 1568244/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, SEGUNDA SEÇÃO, 
julgado em 14/12/2016, DJe 19/12/2016) 
 
(C) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
Prazo de 03 anos para ação declaratória de nulidade de reajuste de plano ou seguro de 
assistência à saúde ainda vigente. Trata-se de entendimento solidificado pelo STJ em 
sede de recurso repetitivo. 
 
Cuidando-se de pretensão de nulidade de cláusula de reajuste prevista em contrato de 
plano ou seguro de assistência à saúde ainda vigente, com a consequente repetição do 
indébito, a ação ajuizada está fundada no enriquecimento sem causa e, por isso, o prazo 
prescricional é o trienal de que trata o art. 206, § 3º, IV, do Código Civil de 2002. 
Na vigência dos contratos de plano ou de seguro de assistência à saúde, a pretensão 
condenatória decorrente da declaração de nulidade de cláusula de reajuste nele 
prevista prescreve em 20 anos (art. 177 do CC/1916) ou em 3 anos (art. 206, § 3º, IV, do 
CC/2002), observada a regra de transição do art. 2.028 do CC/2002. 
(REsp 1360969/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO 
AURÉLIO BELLIZZE, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/08/2016, DJe 19/09/2016). 
 
(D) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
Como regra, são lícitas (não abusivas) as cláusulas constantes em planos de saúde que 
estabeleçam o regime de coparticipação, desde que não caracterize o financiamento 
integral do procedimento por parte do usuário ou fator restritivo severo ao acesso aos 
serviços; 
 
Info 634 STJ 2018 – Segunda Seção 
Não é abusiva a cláusula de coparticipação expressamente contratada e informada ao 
consumidor para a hipótese de internação superior a 30 (trinta) dias decorrentes de 
transtornos psiquiátricos. 
Inicialmente, cumpre salientar que o art. 12, II, "a" da Lei n. 9.656/1998, veda às 
operadoras de plano de saúde a limitação de prazo, valor máximo e quantidade de 
cobertura de internações hospitalares. Contudo, o art. 16, inc. VIII da mesma lei, 
 
 
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determina que conste em qualquer modalidade de produto, serviço ou contrato de 
assistência médica, hospitalar e odontológica, com clareza, "a franquia, os limites 
financeiros ou o percentual de coparticipação do consumidor ou beneficiário, 
contratualmente previstos nas despesas com assistência médica, hospitalar e 
odontológica". 
(EAREsp 793.323-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 
10/10/2018, DJe 15/10/2018). 
 
(E) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
O plano de saúde responde solidariamente, com hospitais e médicos credenciados, pelo 
dano causado ao paciente. (STJ, AgInt no AREsp 986.140, T4, Rel. Ministra Isabel Gallotti, 
DJe 22/05/2017 e inúmeros outros precedentes). 
 
É importante atentar à diferença estabelecida pelo STJ: 
- Seguros saúde - há livre escolha pelo beneficiário/segurado de médicos e hospitais, 
com reembolso das despesas no limite da apólice. Não se poderá falar em 
responsabilidade da seguradora pela má prestação do serviço; a responsabilidade será 
direta do médico e/ou hospital, se for o caso. 
 
- Contratos de planos de saúde - é fundado na prestação de serviços médicos e 
hospitalares próprios e/ou credenciados, no qual a operadora de plano de saúde 
mantém hospitais e emprega médicos ou indica um rol de conveniados. Há 
responsabilidade solidária e objetiva pela má prestação do serviço.
 
18. No que se refere aos direitos básicos do consumidor, à legitimidade ativa para a 
propositura de ações coletivas e aos bancos de dados e cadastros de consumidores, 
julgue os itens a seguir. 
I - A responsabilidade subjetiva do médico não exclui a possibilidade de inversão do ônus 
da prova, se presentes os requisitos previstos no CDC, devendo o profissional 
demonstrar ter agido com respeito às orientações técnicas aplicáveis. 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=EAREsp793323
 
 
30 
II - O MP terá legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e 
individuais homogêneos dos consumidores, exceto quando tais direitos decorrerem da 
prestação de serviço público. 
III - A manutenção de inscrição negativa nos cadastros de proteção ao crédito deve 
respeitar a exigibilidade do débito inadimplido, tendo, para tanto, um limite de cinco 
anos, independentemente do prazo prescricional para a cobrança do crédito. 
 
Assinale a opção correta. 
(A) Apenas o item I está certo. 
(B) Apenas o item II está certo. 
(C) Apenas os itens I e III estão certos. 
(D) Apenas os itens II e III estão certos. 
(E) Todos os itens estão certos.
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Questão abordada na Turma de Reta Final TJ-BA. 
 
(I) CORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final TJ-BA. 
O STJ tem entendido assim, notadamente quanto à responsabilidade de profissionais 
liberais comprometidos com obrigações de resultado (ex.: cirurgia plástica 
embelezadora). 
 
O STJ vem se posicionando pela responsabilidade subjetiva pelas obrigações de 
resultado, mas com presunção (relativa) de culpa (= inversão do ônus da prova). Há 
inúmeros julgados nesse sentido: “possuindo a cirurgia estética a natureza de obrigação 
de resultado cuja responsabilidade do médico é presumida, cabe a este demonstrar 
existir alguma excludente de sua responsabilização [permanece subjetiva] apta a afastar 
o direito ao ressarcimento do paciente”. (AgRg no REsp 1468756, T3, Rel. Ministro 
MOURA RIBEIRO, DJe 24/05/2016). 
 
 
 
31 
(II) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final TJ-BA. 
O erro da assertiva está na expressão “exceto quando tais direitos decorrem da 
prestação de serviço público”. O STJ entende pelalegitimidade ainda nesses casos, 
conforme expresso em enunciado novo. 
Súmula 601. O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos 
difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes 
da prestação de serviço público. 
 
(III) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final TJ-BA. 
O par. 1o do art. 43 do CDC, ao mesmo tempo em que dispõe sobre alguns requisitos a 
serem obedecidos pelos cadastros e dados dos consumidores (“devem ser objetivos, 
claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão”), estabelece um limite 
temporal para as informações negativas: não podem constar quando referentes a um 
período superior a 5 anos (prazo máximo das informações negativas). 
 
Súmula 323 do STJ. A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de 
proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco (5) anos, independentemente da 
prescrição da execução. 
 
Essa assertiva foi uma pegadinha que poderia conduzir ao erro em caso de leitura 
apressada. Perceba-se que a assertiva coloca o “prazo prescricional para a cobrança do 
crédito”, e não o prazo da prescrição da execução.
19. A respeito de proteção contratual, responsabilidade por vício do serviço e 
legitimidade ativa para a propositura de ações coletivas, assinale a opção correta, com 
base no CDC e na jurisprudência do STJ. 
(A) Admite-se a responsabilização de buscadores da Internet pelos resultados de busca 
apresentados para fazer cessar o vínculo criado, nos seus bancos de dados, entre dados 
pessoais e os resultados que não guardam relevância para o interesse público à 
informação, seja pelo conteúdo eminentemente privado, seja pelo decurso do tempo. 
(B) Sob o argumento da reciprocidade, é válida a imposição, pelo juiz, de cláusula penal 
a fornecedor de bens móveis no caso de demora na restituição do valor pago quando 
 
 
32 
do exercício do direito de arrependimento pelo consumidor, ante a premissa de que 
este é apenado com a obrigação de arcar com multa moratória quando atrasa o 
pagamento de suas faturas de cartão de crédito. 
(C) Pela sua especificidade, as normas previstas no CDC têm prevalência em relação 
àquelas previstas nos tratados internacionais que limitam a responsabilidade das 
transportadoras aéreas de passageiros pelo desvio de bagagem, especialmente as 
Convenções de Varsóvia e de Montreal. 
(D) O município não possui legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública em defesa 
de servidores a ele vinculados, questionando a cobrança de tarifas bancárias de 
renovação de cadastro, uma vez que a proteção de direitos individuais homogêneos não 
está incluída em sua função constitucional. 
(E) É válida a rescisão unilateral imotivada de plano de saúde coletivo empresarial pela 
operadora de plano de saúde em desfavor de microempresa com apenas dois 
beneficiários, em razão da inaplicabilidade das normas que regulam os contratos 
coletivos, justamente por faltar o elemento essencial de uma população de 
beneficiários.
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Questão abordada na Turma de Reta Final TJ-BA. 
 
(A) CORRETA. Alternativa indicada no aulão de véspera e no material de Reta Final. 
Informativo 628 STJ 2018 (REsp 1.660.168/RJ): É possível determinar o rompimento do 
vínculo estabelecido por provedores de aplicação de busca na internet entre o nome de 
prejudicado, utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia apontada nos 
resultados (DIREITO AO ESQUECIMENTO). 
 
A jurisprudência da Corte Superior tem entendimento reiterado no sentido de afastar a 
responsabilidade de buscadores da internet pelos resultados de busca apresentados, 
reconhecendo a impossibilidade de lhe atribuir a função de censor e impondo ao 
prejudicado o direcionamento de sua pretensão contra os provedores de conteúdo, 
 
 
33 
responsáveis pela disponibilização do conteúdo indevido na internet. Há, todavia, 
circunstâncias excepcionalíssimas em que é necessária a intervenção pontual do Poder 
Judiciário para fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de dados dos provedores de 
busca, entre dados pessoais e resultados da busca, que não guardam relevância para 
interesse público à informação, seja pelo conteúdo eminentemente privado, seja pelo 
decurso do tempo. Essa é a essência do direito ao esquecimento: não se trata de 
efetivamente apagar o passado, mas de permitir que a pessoa envolvida siga sua vida 
com razoável anonimato, não sendo o fato desabonador corriqueiramente rememorado 
e perenizado por sistemas automatizados de busca. 
 
Peculiaridade: pleiteiava-se a desindexação do nome da recorrente, em resultados nas 
aplicações de busca na internet, de notícia sobre fraude em concurso público, no qual 
havia sido reprovada. O fato referido já contava com mais de uma década, e ainda hoje 
os resultados de busca apontavam como mais relevantes as notícias a ela relacionadas, 
como se, ao longo de uma década, não houvesse nenhum desdobramento da notícia 
nem fatos novos relacionados ao nome da autora. 
 
(B) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
Em compras realizadas na internet, o fato de o consumidor ser penalizado com a 
obrigação de arcar com multa moratória, prevista no contrato com a financeira, quando 
atrasa o pagamento de suas faturas de cartão de crédito não autoriza a imposição, por 
sentença coletiva, de cláusula penal ao fornecedor de bens móveis, nos casos de 
atraso na entrega da mercadoria e na demora de restituição do valor pago quando do 
exercício do direito do arrependimento. 
Informativo 628 STJ 2018. REsp 1.412.993-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. 
Min. Maria Isabel Gallotti, por maioria, julgado em 08/05/2018, DJe 07/06/2018. 
 
(C) INCORRETA. Alternativa indicada no aulão de véspera e no material de reta final. 
 
Informativo 866 STF 2017: Extravio de bagagem. Dano material. Limitação. 
Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. É aplicável o 
limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos 
 
 
34 
internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material 
decorrente de extravio de bagagem, em voos internacionais. 
Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição 
da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade 
das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia 
e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor". 
Vamos entender alguns detalhes do julgado acima do STF. 
Em suma, decidiu-se uma antinomia aparente entre os seguintes diplomas: 
- CDC (1990) – vige o princípio da reparação integral (art. 6o, VI); 
- Convenção de Varsóvia (Decreto n. 20.704/31), alterada pela Convenção de Montreal 
(Decreto n. 2.861/98) – tratam das indenizações que o transportador aéreo poderá ser 
obrigado a pagar em caso de destruição, perda ou avaria de bagagens e fixam limites 
(“indenização tarifada”). 
 
Para compreender a decisão da Suprema Corte, é fundamental conhecer o teor do art. 
178 da CF/88. 
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, 
devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos 
firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. 
Diante do exposto da CF, aliado aos critérios cronológico (a Convenção de Montreal foi 
incorporada no ordenamento jurídico brasileiro após o CDC, e modificou a Convenção 
de Varsória no que tange ao tema ora discutido) e especial (a Convenção de Montreal 
dispõe especificamente sobre a indenização pelo extravio de bagagem em transporte 
aéreo), o STF decidiu que deve prevalecer o disposto nas Convenções de Varsóvia e de 
Montreal em detrimento do CDC. 
 
CUIDADO: é preciso atentar para os balizadores dessa decisão, pois não é qualquer 
transporte nem qualquer danopor ela abrangido. 
- transporte aéreo internacional (NÃO se aplica ao transporte aéreo doméstico); 
- danos materiais (os danos morais NÃO se sujeitam à indenização tarifada). 
 
(D) INCORRETA. 
 
 
35 
Informativo 626 STJ. Município tem legitimidade ad causam para ajuizar Ação Civil 
Pública em defesa de direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas 
bancárias. 
 
Trata-se, em verdade, de dever-poder, decorrente da supremacia do interesse público 
sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público, a impor aos entes políticos 
o dever de agir na defesa de interesses metaindividuais, por serem seus poderes 
irrenunciáveis e destinados à satisfação dos interesses públicos. Ademais, (...) não se 
questiona sua pertinência temática ou representatividade adequada, por serem 
presumidas. 
(...) no que se refere especificamente à defesa de interesses individuais homogêneos 
dos consumidores, o Município é o ente político que terá maior contato com as 
eventuais lesões cometidas contra esses interesses, pois, conforme afirma a doutrina, 
"será no Município que esses fatos ensejadores da ação civil pública se farão sentir com 
maior intensidade [...] em face da proximidade, da imediatidade entre ele e seus 
munícipes” ) 
REsp 1.509.586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 15/05/2018, 
DJe 18/05/2018). 
 
(E) INCORRETA. Não é válida a rescisão unilateral imotivada de plano de saúde coletivo 
empresarial por parte da operadora em face de microempresa com apenas dois 
beneficiários. (Informativo 621 STJ). 
 
DIREITO PRIVADO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C 
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. PLANOS DE SAÚDE. REGIME DE CONTRATAÇÃO. 
COLETIVO. POPULAÇÃO VINCULADA À PESSOA JURÍDICA. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. 
DOIS BENEFICIÁRIOS. RESCISÃO UNILATERAL E IMOTIVADA. DIRIGISMO CONTRATUAL. 
CONFRONTO ENTRE PROBLEMAS. ANALOGIA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. SIMILITUDE 
FÁTICA. AUSÊNCIA. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA RECURSAL. MAJORAÇÃO. 
2. O propósito recursal é definir se é válida a rescisão unilateral imotivada de plano de 
saúde coletivo empresarial por parte da operadora de plano de saúde em face de 
microempresa com apenas dois beneficiários. 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1509586
 
 
36 
3. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio da Resolução Normativa 
195/09, definiu que: i) o plano de saúde individual ou familiar é aquele que oferece 
cobertura da atenção prestada para a livre adesão de beneficiários, pessoas naturais, 
com ou sem grupo familiar; ii) o plano coletivo empresarial é delimitado à população 
vinculada à pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária; e iii) o plano coletivo 
por adesão é aquele que oferece cobertura à população que mantenha vínculo com 
pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. 
4. A contratação por uma microempresa de plano de saúde em favor de dois únicos 
beneficiários não atinge o escopo da norma que regula os contratos coletivos, 
justamente por faltar o elemento essencial de uma população de beneficiários. 
5. Não se verifica a violação do art. 13, parágrafo único, II, da Lei 9.656/98 pelo Tribunal 
de origem, pois a hipótese sob exame revela um atípico contrato coletivo que, em 
verdade, reclama o excepcional tratamento como individual/familiar. 
6. Recurso especial conhecido e não provido, com majoração de honorários recursais. 
(REsp 1701600/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
06/03/2018, DJe 09/03/2018)
 
20. No que se refere a responsabilidade por vício do serviço, legitimidade ativa para a 
propositura de ações coletivas, cláusulas abusivas, prescrição e decadência, assinale a 
opção correta, com base no CDC e na jurisprudência do STJ. 
(A) Associação de defesa de interesses de consumidores possui legitimidade ativa para 
ajuizar ação civil pública contra seguradora operadora do seguro DPVAT, a fim de buscar 
a condenação de indenizar vítimas de danos pessoais ocorridos com veículos 
automotores. 
(B) O furto de joias que sejam objetos de penhor constitui falha do serviço prestado pela 
instituição financeira, e não mero inadimplemento contratual, devendo incidir o prazo 
prescricional de cinco anos para o ajuizamento das competentes ações de indenização, 
conforme previsto no CDC. 
(C) Desde que destacada, será válida cláusula contratual de prestação de serviços de 
cartão de crédito que autorize o banco contratante a compartilhar dados dos 
consumidores com outras entidades financeiras, ainda que não seja dada ao cliente 
opção de discordar desse compartilhamento. 
 
 
37 
(D) O saque indevido de numerário em conta-corrente mantida por correntista em 
determinado banco configura dano moral in re ipsa ao direito do correntista à segurança 
dos valores lá depositados ou aplicados. 
(E) A reclamação obstativa da decadência feita verbalmente pelo consumidor para 
protestar vícios do produto não tem validade.
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
Questão abordada na Turma de Reta Final TJ-BA. 
 
(A) INCORRETA. 
 
Informativo 618 STJ: associação com fins específicos de proteção ao consumidor não 
possui legitimidade para o ajuizamento de ACP com a finalidade de tutelar interesses 
coletivos de beneficiários do seguro DPVAT (REsp 1.091.756/MG, Segunda Seção, Rel. 
Ministro Marco Aurélio Bellizze, j. em 13/12/2017). 
 
(B) CORRETA. Alternativa indicada no aulão de véspera e no material de Reta Final. 
 
Informativo 616 STJ 2018 (REsp 1.369.579/PR): As pretensões indenizatórias 
decorrentes do furto de joias, objeto de penhor em instituição financeira, prescrevem 
em 05 anos, de acordo com o disposto no art. 27 do CDC. 
A jurisprudência do STJ assentou que, quando o credor é banco e o bem dado em 
garantia fica depositado em cofre, não é possível admitir o furto ou o roubo como causas 
excludentes do dever de indenizar, devendo-se considerar esse tipo de evento como um 
fortuito interno, inerente à própria atividade, incapaz de afastar, enfim, a 
responsabilidade do depositário. Há, portanto, nos casos de roubo de joias objeto de 
contrato de penhor ligado ao mútuo, falha no serviço prestado pela instituição 
financeira, a impor a incidência da norma especial. Com isso, na hipótese em análise 
deve incidir o prazo de cinco anos previsto no art. 27 do CDC para a ação de indenização 
por danos materiais e morais. Isso porque, frise-se, a indenização requerida não se 
 
 
38 
fundamenta no inadimplemento contratual, nada obstante a base da natureza jurídica 
entre as partes seja o contrato regido pela lei consumerista. A guarda do bem 
penhorado é, sim, obrigação da instituição financeira, isso não se discute, mas não é 
prestação contratual stricto sensu. 
 
(C) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
 
Informativo 616 STJ 2018 - É abusiva e ilegal cláusula prevista em contrato de prestação 
de serviços de cartão de crédito que autoriza o banco contratante a compartilhar 
dados dos consumidores com outras entidades financeiras ou mantenedoras de 
cadastros positivos e negativos de consumidores, sem que seja dada opção de 
discordar daquele compartilhamento. 
Assim, é possível concluir que a cláusula posta em contrato de serviço de cartão de 
crédito que não possibilite ao consumidor a opção de discordar do compartilhamento 
de dados é abusiva por deixar de atender a dois princípios importantes da relação de 
consumo: transparência e confiança. 
(REsp 1.348.532-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 
10/10/2017, DJe 30/11/2017). 
 
(D) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
 
Informativo 615 STJ 2017 (REsp 1.573.859/SP): O saque indevido de numerário em conta 
corrente, reconhecido e devolvido pela instituição financeira dias após a prática do 
ilícito, NÃO configura, porsi só, dano moral in re ipsa. 
Peculiaridade: reconhecendo que há outros precedentes em que se considerou o dano 
moral in re ipsa pelo saque indevido de numerário de conta corrente, apresenta-se a 
situação específica levada a julgamento. O saque indevido foi de pequena quantia, 
considerada irrisória se comparada ao saldo que o correntista dispunha ao tempo da 
ocorrência da fraude, sem maiores repercussões. 
 
(E) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
 
 
 
39 
Julgado STJ de 2017 (Informativo 614): A reclamação obstativa da decadência, prevista 
no art. 26, par. 2o, I, do CDC pode ser feita documentalmente ou verbalmente (REsp 
1.442.597/DF, T3, DJe 30/10/2017). 
 
21. Com base no CDC e na jurisprudência do STJ, assinale a opção correta, a respeito de 
qualidade de produtos e serviços, prevenção e reparação de danos, proteção à saúde e 
à segurança, prescrição e decadência, responsabilidade pelo fato do produto e do 
serviço, práticas comerciais e direitos básicos do consumidor. 
(A) Noventa dias após a compra de imóvel, contados da efetiva entrega do bem, o 
consumidor decai do direito de obter, na esfera judicial, indenização em razão de 
prejuízos causados por vícios aparentes ou de fácil constatação verificados no imóvel 
adquirido. 
(B) Os denominados clubes de turismo, em que os consumidores adquirem o direito de 
utilizar diárias em hotéis pré-selecionados após pagarem taxas de adesão e de 
manutenção mensal e observarem o prazo de carência, não responderão por acidentes 
de consumo causados na prestação do serviço de hotelaria, devido à configuração de 
culpa exclusiva do hotel conveniado. 
(C) A responsabilidade do comerciante no que tange à disponibilização e prestação de 
serviço de assistência técnica restringe-se à informação ao consumidor de que os 
serviços de reparo serão realizados pelo fabricante do produto. 
(D) Caso o cliente tenha adquirido passagens aéreas de ida e volta na categoria 
promocional, mas não compareça ao embarque no trecho de ida, será válido o 
cancelamento unilateral e automático da passagem relativa ao trecho de volta, em razão 
da necessidade de equacionamento dos custos e riscos da fornecedora do serviço de 
transporte aéreo. 
(E) A aquisição de produto alimentício que contenha em seu interior corpo estranho que 
exponha o consumidor a risco concreto de lesão a sua saúde e segurança, ainda que o 
consumidor não o ingira, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao 
direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da 
pessoa humana.
RESPOSTA: E 
 
 
40 
COMENTÁRIOS 
 
Questão abordada na Turma de Reta Final TJ-BA. 
 
(A) INCORRETA. Alternativa indicada no aulão de véspera e no material de Reta Final. 
Observe que a decadência, consoante previsto no art. 26 do CDC, é prazo para 
reclamação, na via extrajudicial, quanto aos vícios dos produtos ou serviços. 
A alternativa invoca expressamente a expressão “na esfera judicial”, o que significa que 
quer saber o prazo respectivo da pretensão judicial, razão pela qual se estará diante de 
um prazo de prescrição. Fizemos alusão à possibilidade de a banca abordar essa 
confusão de prazos, pelo que trouxemos o seguinte mnemônico no aulão de véspera 
(PRE)tensão = (PRE)scrição – PRE/PRE. 
 
(B) INCORRETA. Alternativa indicada no material de Reta Final. 
Informativo 620 STJ 2018 (REsp 1.378.284/PB): A Bancorbrás é parte legítima para 
figurar no polo passivo de ação indenizatória de dano moral decorrente de defeito do 
serviço prestado por hotel integrante de sua rede conveniada. 
 
A escolha do adquirente do título fica limitada aos estabelecimentos previamente 
credenciados e contratados pela Bancorbrás, que, em seu próprio regimento interno, 
prevê a necessidade de um padrão de atendimento e de qualidade dos serviços 
prestados. O caso, portanto, não pode ser tratado como culpa exclusiva de terceiro, 
pois o hotel conveniado integra a cadeia de consumo referente ao serviço introduzido 
no mercado pela Bancorbrás. Em verdade, sobressai a indissociabilidade entre as 
obrigações de fazer assumidas pela Bancorbrás e o hotel credenciado. Nesse sentido, 
evidencia-se que os prestadores de serviço de hospedagem credenciados funcionam 
como verdadeiros prepostos ou representantes autônomos da Bancorbrás, o que atrai 
a incidência do artigo 34 do CDC. 
 
Peculiaridade: consumidor, no período de lazer programado, fora - juntamente com 
seus familiares - submetido a desconforto e aborrecimentos desarrazoados, em virtude 
 
 
41 
de alojamento, em quarto insalubre, em resort integrante da rede conveniada da 
Bancorbrás. 
 
(C) INCORRETA. Alternativa indicada no aulão de véspera e no material de reta final. 
 
Informativo 619 STJ 2018 (REsp 1.634.851/RJ, 3a Turma): Cabe ao consumidor a escolha 
para exercer seu direito de ter sanado o vício do produto em 30 dias – levar o produto 
ao comerciante, à assistência técnica ou diretamente ao fabricante (ainda que a 
assistência técnica esteja situada no mesmo município do estabelecimento comercial). 
 
Isso porque o dia a dia revela que o consumidor, não raramente, trava verdadeira 
batalha para, após bastante tempo, atender a sua legítima expectativa de obter o 
produto adequado ao uso, em sua quantidade e qualidade. Aliás, há doutrina a 
defender, nessas hipóteses, a responsabilidade civil pela perda injusta e intolerável do 
tempo útil. Assim, não é razoável que, à frustração do consumidor de adquirir o bem 
com vício, se acrescente o desgaste para tentar resolver o problema ao qual ele não deu 
causa, o que, por certo, pode ser evitado – ou, ao menos, atenuado – se o próprio 
comerciante participar ativamente do processo de reparo, intermediando a relação 
entre consumidor e fabricante, inclusive porque, juntamente com este, tem o dever 
legal de garantir a adequação do produto oferecido ao consumo. 
 
ATENÇÃO (mudança de entendimento): há um precedente anterior, igualmente da 
Terceira Turma do STJ, que entendeu de modo diverso do recentíssimo julgado acima. 
Com efeito, no REsp 1.411.136/RS, sob a relatoria do Min. Marco Aurélio Bellizze, a 
Terceira Turma do STJ decidiu, em 24/02/2015 (precedente veiculado no Informativo 
557 do STJ), que “o comerciante não tem o dever de receber e de encaminhar produto 
viciado à assistência técnica, a não ser que esta não esteja localizada no mesmo 
município do estabelecimento comercial”. 
Neste novo julgado (de 12/09/2017, DJe 15/02/2018), a mesma Terceira Turma, por 
maioria (o Min. Marco Aurélio Bellizze teve voto vencido), expressamente informou que 
a posição esboçada naquele julgado antecedente deveria ser revisitada: 
 
 
42 
A Terceira Turma do STJ, no entanto, ao analisar situação análoga se manifestou no 
sentido de que, "disponibilizado serviço de assistência técnica, de forma eficaz, efetiva 
e eficiente, na mesma localidade [município] do estabelecimento do comerciante, a 
intermediação do serviço apenas acarretaria delongas e acréscimo de custos, não 
justificando a imposição pretendida na ação coletiva" (REsp 1.411.136-RS, DJe 
10/03/2015). No entanto, esse tema merece nova reflexão. Isso porque o dia a dia revela 
que o consumidor, não raramente, trava verdadeira batalha para, após bastante tempo, 
atender a sua legítima expectativa de obter o produto adequado ao uso, em sua 
quantidade e qualidade. Aliás, há doutrina a defender, nessas hipóteses, a 
responsabilidade civil pela perda injusta e intolerável do tempo útil. Assim, não é 
razoável que, à frustração do consumidor de adquirir o bem com vício, se acrescente o 
desgaste para tentar resolver o problema ao qual ele não deu causa, o que, por certo, 
pode ser evitado – ou, ao menos, atenuado – se o próprio comerciante participar 
ativamente do processo de reparo, intermediando a relação entre consumidor e 
fabricante, inclusive porque, juntamente com este, tem

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