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1 2 OBSERVAÇÕES INICIAIS O presente material foi preparado pela Equipe Mege imediatamente após a divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-AL. O intuito é auxiliar nossos alunos e seguidores na elaboração de recursos e possibilitar também a revisão de temas cobrados no certame em formato conclusivo. Trata-se de versão preliminar elaborada com as finalidades informadas e concluída por nosso time específico para 1ª fase de magistratura estadual, sem maiores pretensões de aprofundamento e trabalho editorial neste momento com foco no apoio concurseiro. Nas questões que identificamos como antecipadas, consideramos especialmente o conteúdo da turma de reta final TJ-AL, com destaque para o que foi abordado em rodada, simulados, selecionado para Vade Mege. Tal apuração é feita com a devida celeridade e pode não contar com a menção de todos os conteúdos abordados na turma e exigidos na prova. De todo modo, é um ótimo parâmetro para que o aluno perceba o conteúdo abordado em seu curso fielmente representado na hora do seu desafio oficial. Até 11/10/2019 (sexta-feira), de acordo com o site “olhonavaga.com” (com 2.655 notas cadastradas), a nota de corte para ampla concorrência seguia estimada em 79 pontos, mas esteve por um bom período em 76 (sendo esta uma zona de grande possibilidade de aprovação: 76-79). Para fins de parâmetro de desempenho, a nota média registrada no site pelos candidatos é de 63 pontos. Após análise de todas as questões por nosso corpo docente, consideramos 4 (quatro) como passíveis de anulação, com a numeração de acordo com o tipo de prova analisada por nossa equipe apresentada na sequência: 1 (uma) de Direito da Criança e do Adolescente, 1 (uma) de Penal, 1 (uma) de Eleitoral e 1 (uma) de Tributário (questões 40, 47, 70 e 83). Aos alunos do TJ-AL (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos próximos desafios. Como perceberam, o estudo em sprint final foi revertido em pontos decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo em menor prazo. Portanto, eis aqui o nosso extrato de conferência de pontuação com os devidos apontamentos! O respeito ao concurseiro demanda transparência de informações - um de nossos valores em cada atuação. Nenhuma efetividade seria possível sem o apoio irrestrito de nosso corpo docente, que no TJ-AL, entre materiais, simulados, videoaulas e aulão de véspera, foi 3 representado, com a devida especialização de atividades, pelos queridos mestres: Rafael Maia, Arnaldo Bruno Oliveira, Flávia Martins, Guilherme Andrade, Beatriz Fonteles, Edison Burlamaqui, Vanessa Pereira, Rafhael Nepomuceno, Raul Cabús, Jean Vilbert, Bruno Pinto, Edison Burlamaqui, Bárbara Saraiva, Vinícius Reis, Ronald Medeiros, Michael, Augusto Cezar, Domingos, Silvério Mota, Clarissa, Juliana e Fernanda Marinela. Por fim, vale ressaltar que estamos com inscrições abertas para Turma de 2ª fase TJ-AL, onde contaremos com videoaulas, provas autorais e focadas no estilo esperado para o concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio, preparação verticalizada em Humanística com o professor Rosângelo Miranda e coordenação geral do professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador de certames para magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora Juspodivm), que será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos nas nossas correções de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na manutenção da liderança em aprovações também nas turmas de 2ª fase (com vagas limitadas!). No último concurso, 33 (trinta e três) aprovados no TJ-AL estudaram ao nosso lado. Inscrições, com preço promocional de lançamento, em: www.mege.com.br/cursomege. Bons estudos! Atenciosamente, Equipe Mege. 4 SUMÁRIO BLOCO I ............................................................................................................................. 5 DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 5 DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 30 DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 48 DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 66 BLOCO II .......................................................................................................................... 73 DIREITO PENAL ............................................................................................................ 73 DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 85 DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 103 DIREITO ELEITORAL ................................................................................................... 114 BLOCO III ....................................................................................................................... 122 DIREITO EMPRESARIAL.............................................................................................. 122 DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................ 128 DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 139 DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................. 159 5 BLOCO I DIREITO CIVIL 1. Luciana e Roberto casaram-se no ano de 2004 sob o regime da separação de bens, divorciando-se em 2018, quando desfizeram a sociedade conjugal. Em 2013, Luciana, culposamente, colidiu seu automóvel com o de Roberto, causando-lhe danos. Nesse caso, a pretensão de Roberto obter a correspondente reparação civil de Luciana, segundo o Código Civil, (A) é imprescritível. (B) prescreveu em 2016. (C) prescreverá em 2021. (D) prescreveu em 2018. (E) prescreverá em 2028. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 04) e na videoaula “Regime de bens e dissolução da sociedade conjugal” (professor Paulo César) veiculada também na turma de reta final. Além disso, o artigo necessário para acertar a questão foi um dos destacados na página 05 do Vade Mege. (A) Incorreta. De acordo com o Código Civil, não corre a prescrição entre os cônjuges na constância da sociedade conjugal (art. 197, inc. I, do CC). Neste particular, considerando que o divórcio de Luciana e Roberto ocorreu em 2018 - ocasião em que desfizeram a sociedade conjugal - a pretensão de Roberto para obter a correspondente reparação civil de Luciana passa a prescrever. Alisson Realce Alisson Realce 6 (B) Incorreta. Não há que se falar em prescrição em 2016, uma vez que nesta data Luciana e Roberto ainda estavam na constância da sociedade conjugal, aplicando a regra do já referido art. 197, inc. I, do CC. (C) Correta. Como lançado no item inaugural, a pretensão de Roberto para obter a correspondente reparação civil de Luciana prescreve. Considerando que em 2018 não houve mais constância da sociedade conjugal, a partir desta data passou a contar o prazo prescricional. Com efeito, se nos termos do CC/02, prescreve em três anos a pretensão de reparaçãocivil (art. 206, § 3°. inc. V), a pretensão de Roberto obter a correspondente reparação civil de Luciana prescreverá em 2021. (D) Incorreta. Conforme comentado nos itens antecedentes - tudo à luz dos arts. 197, inc. I, e 206, § 3°. inc. V do CC - a pretensão de Roberto obter a correspondente reparação civil de Luciana não prescreveu em 2018, ano em que ocorreu o desfazimento da sociedade conjugal. (E) Incorreta. Conforme comentado nos itens antecedentes - tudo à luz dos arts. 197, inc. I, e 206, § 3°. inc. V do CC - a pretensão de Roberto obter a correspondente reparação civil de Luciana não prescreverá em 2028, mas sim em 2021. 2. Renato emprestou seu automóvel a Paulo. Quinze dias depois, ainda na posse do veículo, Paulo o comprou de Renato, que realizou a venda sem revelar que o automóvel possuía grave defeito mecânico, vício oculto que só foi constatado por Paulo na própria data da alienação. Nesse caso, de acordo com o Código Civil, Paulo tem direito de obter a redibição do contrato de compra e venda, que se sujeita a prazo (A) prescricional, de trinta dias, contado da data em que recebeu o automóvel. (B) prescricional, de quinze dias, contado da data da alienação. (C) decadencial, de trinta dias, contado da data em que recebeu o automóvel. (D) decadencial, de quinze dias, contado da data da alienação. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 7 (E) decadencial, de noventa dias, contado da data em que recebeu o automóvel. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 04). (A) Incorreta. Vícios redibitórios são defeitos ocultos que tornam a coisa imprópria para o uso a que se destina ou lhe diminuem o valor e que tenha sido adquirida por contrato comutativo ou doação onerosa. Nesse sentido, destacamos que a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor (art. 401, caput, do CC). Aduz, ainda o CC que o adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade (art. 445, caput, do CC). Note que o dispositivo acima não fala em prazo prescricional, mais sim em decadencial, razão pela qual o item está incorreto. (B) Incorreta. Como vimos, o CC afirma que o adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade (art. 445, caput, do CC). Logo, não se trata de prazo prescricional, razão pela qual o item está incorreto. (C) Incorreta. Como vimos, o CC afirma que o adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade (art. 445, caput, do CC). Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 8 Considerado tratar-se o caso da questão de coisa móvel, que já estava na posse de Paulo, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade, motivo pela qual o item está incorreto. (D) Correta. Como vimos, o CC afirma que o adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade (art. 445, caput, do CC). Considerado tratar-se o caso da questão de coisa móvel, que já estava na posse de Paulo, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade, qual seja: 15 dias. Assim, nesse caso, de acordo com o Código Civil, Paulo tem direito de obter a redibição do contrato de compra e venda, que se sujeita a prazo decadencial, de quinze dias, contado da data da alienação. (E) Incorreta. Como vimos, o CC afirma que o adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade (art. 445, caput, do CC). Considerado tratar-se o caso da questão de coisa móvel, que já estava na posse de Paulo, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade, motivo pela qual o item está incorreto. 3. De acordo com o Código Civil, o negócio cujo objeto, ao tempo da celebração, é impossível (A) é nulo de pleno de direito, ainda que se trate de impossibilidade relativa. (B) terá validade se a impossibilidade inicial do objeto cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. (C) é valido, ainda que se trate de impossibilidade absoluta, desde que ela não tenha sido criada por nenhuma das partes. (D) é válido, porém ineficaz, ainda que se trate de impossibilidade absoluta. Alisson Realce Alisson Realce 9 (E) é nulo de pleno direito, porém eficaz, desde que se trate de impossibilidade relativa. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 04). (A) Incorreta. Como cediço, o objeto do negócio jurídico deve ser determinado ou, pelo menos, determinável (art. 104, inc. II do CC). É certo, no entanto, que não há que se falar em invalidade do negócio por indeterminação do objeto, sendo este um exemplo de incidência da regra constante do art. 106 do CC: “Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado”. Vê-se, pois, que o art. 106 do CC traz regra importante, distinguindo as consequências da impossibilidade relativa da impossibilidade absoluta. (B) Correta. Como visto, não há que se falar em invalidade do negócio por indeterminação do objeto, sendo este um exemplo de incidência da regra constante do art. 106 do CC: “Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado”. (C) Incorreta. Isso porque não coaduna com o teor do art. 106 do CC. (D) Incorreta. Isso porque não coaduna com o teor do art. 106 do CC. (E) Incorreta. Isso porque não coaduna com o teor do art. 106 do CC. Alisson Realce 10 4. Nos testamentos, (A) é válida a disposição que deixe ao arbítrio de terceiro, desde que suficientemente identificado, fixar o valor do legado. (B) é ilícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador. (C) pode ser nomeada herdeira, mas não legatária, a pessoa que nele figurou como testemunha instrumentária. (D) presume-se o prazo em favor do herdeiro. (E) são inválidas as disposições de caráter não patrimonial, se o testador tiver se limitado somente a elas. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS (A) Incorreta. Art. 1.900, inc. IV do CC: “Art. 1.900. É nula a disposição: (...) IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado;” (B) Incorreta. Art. 1.803 do CC: “Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador”. (C) Incorreta. Art. 1.801 do CC: “Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 11 I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro,ou os seus ascendentes e irmãos; II - as testemunhas do testamento; III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos; IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.” (D) Correta. Art. 133 do CC: “Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes”. (E) Incorreta. Art. 1.857 do CC: “Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. (...) § 2° São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.” 5. Por conta de mútuo oneroso, João devia a Teresa a importância de cem mil reais. No intuito de ajudar o amigo em dificuldade, Leopoldo assumiu para si a obrigação de João, para o que houve expressa anuência de Teresa. Nesse caso, (A) João ficará exonerado da dívida, salvo se Leopoldo, ao tempo da assunção, fosse insolvente e Teresa ignorasse essa sua condição. (B) Leopoldo poderá opor a Teresa as exceções pessoais que competiam a João. (C) se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito de João, sem nenhuma garantia, independentemente de quem a tenha prestado. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 12 (D) preservam-se as garantias especiais originariamente dadas a Teresa por João, independentemente do assentimento dele. (E) João responderá apenas pela metade da dívida, ainda que Leopoldo não cumpra a obrigação assumida perante Teresa. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 04) com a revisão sobre mútuo. O artigo necessário para acertar a questão foi um dos destacados na página 06 do Vade Mege. (A) Correta. Art. 299 do CC: “Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.”. (B) Incorreta. Art. 302 do CC: “Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo”. (C) Incorreta. Art. 301 do CC: “Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.”. (D) Incorreta. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 13 Art. 300 do CC: “Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.”. (E) Incorreta. Vide comentários das assertivas anteriores, especialmente da “A”. 6. De acordo com o Código Civil, a posse (A) adquire-se no momento da celebração do contrato, mesmo que não seja possível o exercício, em nome próprio, de quaisquer dos poderes inerentes à propriedade. (B) justa é aquela adquirida de boa-fé. (C) pode ser adquirida por terceiro sem mandato, dependendo, nesse caso, de ratificação. (D) transmite-se aos herdeiros do possuidor com os mesmos caracteres, mas não aos seus legatários. (E) do imóvel gera presunção absoluta da posse das coisas que nele estiverem. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 07) antecipado na questão 11 do 247º Simulado Mege (TJ-AL). O artigo necessário para acertar a questão foi um dos destacados na página 08 do Vade Mege. (A) Incorreta. Art. 1.204 do CC: “Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.” Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 14 (B) Incorreta. Posse justa é a que não é violenta, clandestina ou precária. Por sua vez, posse de boa-fé está presente quando o possuidor ignora os vícios ou os obstáculos que lhe impedem a aquisição da coisa ou quando tem um justo título que fundamente a sua posse. (C) Correta. Art. 1.205 do CC: “Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: (...) II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.” (D) Incorreta. Art. 1.206 do CC: “Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres”. (E) Incorreta. Art. 1.209 do CC: “Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.”. 7. Luciano, proprietário de duas casas, desapareceu do seu domicílio sem deixar testamento, representante ou procurador para administrar-lhe os bens. À falta de notícia de Luciano, o Juiz, a requerimento do Ministério Público, declarou sua ausência e nomeou-lhe curador, que arrecadou seus bens. Decorrido um ano da arrecadação dos bens, deferiu-se, a pedido dos filhos de Luciano, seus únicos herdeiros, a abertura da sucessão provisória. Nesse caso, (A) os imóveis de Luciano deverão ser vendidos, independentemente do estado de conservação, permanecendo o produto da venda depositado judicialmente até a conclusão da sucessão definitiva. (B) para se imitirem na posse das casas, os filhos de Luciano precisarão dar garantia da sua restituição, no equivalente aos seus respectivos quinhões. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 15 (C) os imóveis de Luciano não poderão ser alienados em nenhuma hipótese, sendo passíveis, no entanto, de desapropriação. (D) os filhos de Luciano serão obrigados a capitalizar todos os frutos dos bens dele nos quais forem empossados, cabendo-lhes prestar contas anualmente ao Ministério Público. (E) uma vez empossados nos seus bens, os filhos de Luciano ficarão o representando ativa e passivamente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e futuras movidas em face do ausente. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 01). O artigo necessário para acertar a questão foi um dos destacados na página 04 do Vade Mege. (A) Incorreta. Art. 31 do CC: “Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína”. (B) Incorreta. Art. 30 do CC: “Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. § 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 16 § 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente”. Note que o item não coaduna em completude com o caput do acenado dispositivo. (C) Incorreta. Art. 31 do CC: “Art.31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína”. (D) Incorreta. Art. 33 do CC: “Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29 , de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente. Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.” (E) Correta. Art. 32 do CC: “Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas”. 8. Alessandra, atualmente com 17 anos de idade, nasceu com deficiência mental que a impede, de forma permanente, de exprimir sua vontade. Para o Código Civil, ela (A) é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, e permanecerá nessa condição mesmo depois de completar 18 anos. (B) não é incapaz, absoluta ou relativamente, de exercer pessoalmente os atos da vida civil. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 17 (C) é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, e permanecerá nessa condição mesmo depois de completar 18 anos. (D) é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, mas deixará de sê-lo ao completar 18 anos. (E) é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, mas deixará de sê-lo ao completar 18 anos. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS O assunto foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 01). A questão 02 do 247º Simulado Mege (TJ-AL) também trabalhou o tema com o aluno. (A) Incorreta. Art. 4º, inc. III, do CC, vide comentários da assertiva “C”: “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (...) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;” (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (B) Incorreta. Art. 4º, inc. III, do CC. Vide comentários do item “C”. (C) Correta. Art. 4º, inc. III, do CC: “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (...) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;” (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Alisson Realce 18 A Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com deficiência), acaba por consolidar ideias constantes na Convenção de Nova York, tratado internacional de direitos humanos do qual o País é signatário e que entrou no sistema jurídico com efeitos de Emenda à Constituição por força do art. 5.º, § 3.º, da CF/1988 e do Decreto 6.949/2009. O art. 114 do Estatuto da Pessoa com Deficiência alterou substancialmente os dispositivos, revogando todos os incisos do art. 3.º e alterando os incisos II e III do art. 4.º do CC. No inciso III havia a previsão dos que, mesmo por causa transitória, não pudessem exprimir sua vontade. Com as mudanças, somente são absolutamente incapazes os menores de 16 anos, não mais havendo maiores absolutamente incapazes. Assim, considerando que Alessandra, atualmente com 17 anos de idade, nasceu com deficiência mental que a impede, de forma permanente, de exprimir sua vontade, para o CC ela é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, e permanecerá nessa condição mesmo depois de completar 18 anos. (D) Incorreta. Art. 4º, inc. III, do CC. Vide comentários do item “C”. (E) Incorreta. Art. 4º, inc. III, do CC. Vide comentários do item “C”. 9. De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei no 10.741/2003), é assegurado, nos termos da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), benefício mensal de (A) um quarto do salário-mínimo aos idosos, a partir de 60 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, ainda que possam tê-la provida por sua família. (B) um salário-mínimo aos idosos, a partir de 65 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família. (C) um salário-mínimo aos idosos, a partir de 65 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, ainda que possam tê-la provida por sua família. (D) até cinco salários-mínimos aos idosos, a partir de 60 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família. Alisson Realce Alisson Realce 19 (E) um quarto do salário-mínimo aos idosos, a partir de 70 anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (A) Incorreta. Art. 34 da Lei no 10.741/2003: “Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007) Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.” (B) Correta. Art. 34 da Lei no 10.741/2003. (C) Incorreta. Art. 34 da Lei no 10.741/2003. (D) Incorreta. Art. 34 da Lei no 10.741/2003. (E) Incorreta. Art. 34 da Lei no 10.741/2003. 10. De acordo com o Código Civil, o casamento (A) dispensa habilitação se ambos os cônjuges forem maiores e capazes. (B) é civil e sua celebração gratuita. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 20 (C) religioso não produz efeitos civis, em nenhuma hipótese. (D) pode ser contraído entre colaterais, a partir do terceiro grau. (E) pode ser celebrado mediante procuração, por instrumento público ou particular. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 07). (A) Incorreta. É cediço que o casamento é um negócio jurídico formal e solene, relacionado com um procedimento de habilitação prévio cheio de detalhes e solenidades. A habilitação para o casamento é o procedimento administrativo, de iniciativa dos nubentes, que tramita perante o Oficial do Cartório do Registro Civil de Pessoas Naturais do domicílio de qualquer deles, com o propósito de demonstrar a capacidade para casar e a inexistência de impedimentos matrimoniais e de causas suspensivas. A habilitação está estruturada em quatro fases: (i) fase de requerimento e apresentação da documentação; (ii) fase dos editais de proclamas; (iii) registro; (iv) expedição de certidão. É através do procedimento de habilitação que se verifica se os nubentes possuem plena capacidade para o casamento, bem como a existência de impedimentos matrimoniais e de causas suspensivas. Outrossim, em relação à celebração, a norma jurídica impõe uma série de requisitos. O art. 1.525 do CC/2002 prescreve que o requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador. Por conseguinte, em regra, o casamento não dispensa habilitação se ambos os cônjuges forem maiores e capazes. (B) Correta. Art. 1.512 do CC: Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 21 “Art. 1.512. O casamentoé civil e gratuita a sua celebração. Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.” (C) Incorreta. Art. 1.515 do CC: “Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.” (D) Incorreta. Art. 1.521 do CC: “Art. 1.521. Não podem casar: (...) IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;” (E) Incorreta. Art. 1.542 do CC: “Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais. (...)”. 11. André, solteiro, não teve filhos e morreu sem deixar ascendentes vivos. Por testamento, deixou todos os seus bens para o seu melhor amigo, Antônio, com quem não tinha nenhum grau de parentesco. Sentindo-se injustamente preteridos, os três únicos irmãos de André ajuizaram ação visando à declaração da nulidade total do testamento, argumentando que, devido ao parentesco, não poderiam ter sido excluídos da sucessão. O pedido deduzido nessa ação é (A) procedente, pois os irmãos de André são herdeiros necessários, devendo ser declarada a nulidade total do testamento. Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce Alisson Realce 22 (B) procedente em parte, pois os irmãos de André são herdeiros necessários, devendo ser declarada a nulidade parcial do testamento, apenas quanto a três quartos dos bens. (C) procedente em parte, pois os irmãos de André são herdeiros necessários, devendo ser declarada a nulidade parcial do testamento, apenas quanto a metade dos bens. (D) improcedente, pois os irmãos de André não são herdeiros necessários. (E) improcedente, pois os irmãos de André, embora sejam herdeiros necessários, podem ser excluídos da sucessão mediante testamento. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS O assunto da questão é abordado no Ponto 14 (Direito Civil) da Turma Extensiva de Magistratura Estadual. O artigo necessário para acerto foi um dos selecionados na página 16 do Vade Mege. (A) Incorreta. Art. 1.845 do CC: “1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.” Irmãos também são seus herdeiros (estão na sua linha sucessória), mas eles não são herdeiros necessários. (B) Incorreta. Art. 1.845 do CC. (C) Incorreta. Art. 1.845 do CC. (D) Correta. Art. 1.845 do CC. (E) Incorreta. Art. 1.845 do CC. 23 12. Leandro formulou, perante o Cartório de Registro de Imóveis competente, pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião de imóvel não residencial, onde funciona uma fábrica de chocolates. Nesse caso, de acordo com a Lei dos Registros Públicos (Lei n. 6.015/1.973), (A) a posse poderá ser comprovada em procedimento de justificação administrativa, realizado perante a própria serventia extrajudicial. (B) a rejeição do pedido extrajudicial impedirá o ajuizamento de ação de usucapião. (C) o pedido deverá ser rejeitado de plano, pois só é admitido o reconhecimento extrajudicial de usucapião de imóvel residencial, destinado à moradia do próprio requerente. (D) não será admitido ao interessado suscitar procedimento de dúvida. (E) é facultativa a representação de Leandro por advogado. RESPOSTA: A O assunto da questão foi abordado na aula sobre a Lei de Registros Públicos: principais aspectos (Professora: Flavia Martins) veiculada na Turma Extensiva de Magistratura. COMENTÁRIOS (A) Correta. Art. 216-A, § 15 da Lei n. 6.015/1.973: “Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: (...) § 15. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o inciso IV do caput deste artigo, a posse e os demais dados necessários poderão ser comprovados em 24 procedimento de justificação administrativa perante a serventia extrajudicial, que obedecerá, no que couber, ao disposto no § 5o do art. 381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 da Lei no 13.105, de 16 março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017).” (B) Incorreta. Art. 216-A, § 9o da Lei n. 6.015/1.973: § 9 o A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (C) Incorreta. Art. 216-A, caput, § 15 da Lei n. 6.015/1.973. (D) Incorreta. Art. 216-A, § 7o da Lei n. 6.015/1.973: § 7o Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (E) Incorreta. Art. 216-A, caput, da Lei n. 6.015/1.973. 13. Acerca das preferências e privilégios creditórios, segundo o Código Civil, considere as seguintes proposições: I. O credor por benfeitorias necessárias tem privilégio geral sobre a coisa beneficiada. II. O crédito real prefere ao crédito pessoal privilegiado. III. O crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor goza de privilégio especial. IV. Os credores hipotecários conservam seu direito sobre o valor da indenização mesmo se a coisa hipotecada for desapropriada. V. Direitos reais não são títulos legais de preferência, embora confiram prioridade sobre o produto da alienação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071 25 É correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e IV. (D) III e V. (E) IV e V. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS O artigo necessário para acerto foi um dos selecionados na página 08 do Vade Mege. (A) Incorreta. Isso porque o item I está errado: Art. 964, inc. III do CC: “Art. 964. Têm privilégio especial: (...) III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis” O item II está certo: “Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral.” (B) Incorreta. Isso porque o item I está errado, como visto. O item III também está errado: “Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do devedor: 26 (...) IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre anterior à sua morte;” (C) Correta. Isso porque, como já visto, o item II está correto, e o item IV também: “Art. 959. Conservam seus respectivos direitos os credores, hipotecários ou privilegiados: II - sobre o valor da indenização, se a coisa obrigada a hipoteca ou privilégio for desapropriada.” (D) Incorreta. Isso porque conforme já analisamos, o item III está errado. Do mesmo modo, está o V: “Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos reais”. 14. Por força de contrato estimatório, Laura entregou certa quantidade de peças de vestuário a Isabela, que ficou autorizada a vender esses produtos a terceiros, pagando àquela o preço ajustado. Nesse caso, de acordo com o Código Civil, (A) Isabela, se preferir, poderá restituir os produtos a Laura, no prazo estabelecido, caso em que ficará dispensada de pagar-lhe o preço ajustado. (B) os produtos não poderão ser objeto de penhora ou sequestropelos credores de Isabela, nem mesmo depois de pago integralmente o preço a Laura. (C) Isabela se exonerará da obrigação de pagar o preço, se a restituição dos produtos, em sua integridade, se tornar impossível por fato não imputável a ela. (D) Antes da concretização da venda por Isabela, Laura poderá dispor dos produtos, mesmo antes de lhe serem restituídos ou de lhe ser comunicada a restituição. (E) Isabela atuará como mandatária de Laura, dado que ao contrato estimatório se aplicam, no que couber, as regras concernentes ao mandato. 27 RESPOSTA: A COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 04). (A) Correta. Art. 534 do CC: “Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.” (B) Incorreta. Art. 536 do CC: “Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço”. (C) Incorreta. Art. 535 do CC: “Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável”. (D) Incorreta. Art. 537 do CC: “Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.”. (E) Incorreta. Arts. 709 e 721 do CC. 15. Em contrato de locação não residencial de imóvel urbano, no qual nada foi disposto acerca das benfeitorias, 28 (A) as benfeitorias necessárias e úteis introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, serão indenizáveis. (B) as benfeitorias introduzidas pelo locatário, sejam elas necessárias, úteis ou voluptuárias, ainda que autorizadas pelo locador, serão indenizáveis até o limite máximo de três alugueres. (C) as benfeitorias voluptuárias só serão indenizáveis se não puderem ser levantadas pelo locatário, finda a locação, sem afetar a estrutura e substância do imóvel. (D) as benfeitorias úteis introduzidas pelo locatário, desde que autorizadas pelo locador, serão indenizáveis e também permitem o exercício do direito de retenção. (E) as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, se não autorizadas pelo locador, serão indenizáveis, mas não permitem o exercício do direito de retenção. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final (Rodada 04). (A) Incorreta. Art. 35 da Lei n. 8.245/91. Para responder a questão, reputa-se necessário recordar os conceitos de benfeitorias úteis e necessárias, expressos no art. 96 do Código Civil, sendo úteis aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem, e necessárias as benfeitorias que tem por finalidade conservar o bem ou evitar o seu perecimento. O enunciado, no entanto, exige conhecimento também da lei do inquilinato (Lei n. 8.245/1991), pois é no art. 35 que podemos encontrar a resposta para a questão: Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. Como se vê acima, APENAS as BENFEITORIAS NECESSÁRIAS NÃO AUTORIZADAS é que são INDENIZÁVEIS. 29 (B) Incorreta. Art. 35 e 36 da Lei n. 8.245/91. A lei não fixou limites para indenização das benfeitorias, isso porque só serão indenizáveis as benfeitorias necessárias ainda que não autorizadas, ou as benfeitorias úteis autorizadas, conforme redação do art. 35 da Lei n. 8.245/91, citado no comentário anterior. Já as VOLUPTUÁRIAS, NÃO SERÃO INDENIZÁVEIS, conforme se infere do art. 36 da lei de locação, a seguir: Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel. (C) Incorreta. Art. 36 da Lei n. 8.245/91. Nos termos do art. 36 da Lei n. 8.245/91, as benfeitorias VOLUPTUÁRIAS NÃO SERÃO INDENIZÁVEIS e PODEM SER LEVANTADAS pelo locatário com o encerramento da locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel. A alternativa incorre em erro ao prever a possibilidade de indenização se impossível o seu levantamento. (D) Correta. Art. 35 da Lei n. 8.245/91. A questão reflete a previsão do art. 35: Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. (E) Incorreta. Art. 35 da Lei n. 8.245/91 Vide comentário da alternativa anterior. 30 DIREITO PROCESSUAL CIVIL 16. É cabível denunciação da lide (A) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles. (B) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam. (C) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu. (D) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. (E) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no ponto 05 de Direito Processual Civil da Turma Extensiva de Magistratura Estadual. O artigo necessário para acerto foi um dos selecionados na página 24 do Vade Mege. (A) Incorreta. Essa seria uma hipótese de chamamento ao Processo, nos termos do artigo 130, II, do NCPC (Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles). (B) Correta. Art. 125, I, do NCPC – “Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam). (C) Incorreta. Essa seria uma hipótese de Oposição, prevista no artigo 682 do NCPC, a qual não é mais prevista como Intervenção de Terceiro, mas sim como Procedimento Especial de Jurisdição Contenciosa (Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o 31 direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos). (D) Incorreta. Não se exige a denunciação da lide para a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a qual tem seus requisitos previstos em lei, conforme artigo 133, §1º, do NCPC. (E) Incorreta. Os requisitos para que alguém se intervenha no processo como amicus curiae estão previstos no artigo 138 do NCPC, e não guardam qualquer relação com o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 17. Em relação à jurisdição, é correto afirmar que (A) ao se dizer que a lei não excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, o ordenamento jurídico processual refere-se ao princípio da indelegabilidade. (B) à jurisdição voluntária não se aplicam as garantias fundamentais do processo, pela inexistência de lide e pela possibilidade de se julgar por equidade. (C) viola o princípio do Juiz natural a instituição de Câmaras de Recesso nos tribunais, por julgarem em períodos nos quais, em regra, não deve haver atividade jurisdicional.(D) só haverá atividade jurisdicional relativa à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas em lei. (E) por ter natureza jurisdicional, a arbitragem pode tutelar quaisquer direitos, patrimoniais ou imateriais, disponíveis ou não. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no ponto 02 de Direito Processual Civil da Turma Extensiva de Magistratura Estadual. 32 (A) Incorreta. Trata-se, em verdade, do Princípio da Inafastabilidade do Poder Jurisdicional. Com efeito, a prestação jurisdicional deve sempre ser realizada, ainda que para se dizer que o direito não existe, ou, simplesmente, para se declarar a incompetência, conforme dispõe o artigo 5º, XXXV da Constituição e o artigo 3º do NCPC. O princípio da Indelegabilidade, por sua vez, decorre do princípio da indeclinabilidade, anteriormente estudado, segundo o qual o órgão jurisdicional, uma vez provocado, não pode recusar- se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios, mesmo se houver lacunas na lei, caso em que poderá o juiz valer-se de outras fontes do direito, como a analogia, os costumes e os princípios gerais (art. 4º, LINDB). De fato, não pode o juiz delegar sua jurisdição a outro órgão, pois, se assim o fizesse, violaria, pela via oblíqua, o princípio da inafastabilidade e a garantia constitucionalmente assegurada do juiz natural. (B) Incorreta. A jurisdição voluntária não afasta as garantias fundamentais do Processo. (C) Incorreta. Somente haveria tal violação se fossem criadas especificamente para um determinado ou determinados processos, mas não se houver norma predeterminada, já que o Princípio do Juiz Natural determina que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”, devendo 1) haver a preexistência do órgão jurisdicional ao fato; 2) ser proibido juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII, CRFB); 3) haver o respeito absoluto às regras de competência (Art. 5º, LIII, CRFB - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; / Art. 5º, XXXVII, CRFB - não haverá juízo ou tribunal de exceção). (D) Correta. Art. 217, §1º, da Constituição – “Art. 217. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”. (E) Incorreta. A arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes e com relação a direitos disponíveis (art. 1º da Lei 9.307/96). 18. Manoel oferece no quinto dia contestação em uma ação de cobrança contra ele proposta. Posteriormente, ainda dentro dos quinze dias para defesa, apresenta petição complementando suas razões, com argumentos outros que havia esquecido de exteriorizar. Essa conduta 33 (A) não é possível, tendo ocorrido preclusão consumativa. (B) é possível por se ainda estar no prazo de defesa, não tendo ocorrido preclusão temporal. (C) não é possível, tendo ocorrido preclusão-sanção ou punitiva. (D) é possível pelo direito da parte ao contraditório amplo, não sujeito à preclusão. (E) não é possível, tendo ocorrido preclusão lógica. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS Em que pese a questão trate de uma “contestação”, o tema Preclusão foi constantemente explicado durante a Terceira Rodada de Processo Civil da Turma de Reta Final, ao tratar dos “Recursos”, especialmente nos comentários às questões, onde fizemos questão de transcrever as lições doutrinárias de Fredie Didier. (A) Correta. Segundo Fredie Didier (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. - 17. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015, p. 421-424) (...) A PRECLUSÃO CONSUMATIVA consiste na perda de faculdade/poder processual, em razão de essa faculdade ou esse poder já ter sido exercido, pouco importa se bem ou mal. Já se praticou o ato processual pretendido, não sendo possível corrigi-lo, melhorá-lo ou repeti-lo. A consumação do exercício do poder o extingue. Perde-se o poder pelo exercício dele. Essa preclusão decorre da ideia de que não se deve repetir ato processual já praticado, encontrando fundamento normativo, para as partes, no art. 200 do CPC, que se refere à produção de efeitos imediatos com a prática atos processuais pela parte, exaurindo-se o exercício do respectivo poder”. Nesse sentido, é pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que “Após a interposição do recurso, tem-se a preclusão consumativa e temporal da via recursal, não sendo possível se apresentar complementação mais de 1 mês após a apresentação do Recurso ((AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp 1229041/AM, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 14/09/2018)”. 34 (B) Incorreta. Vide explicação da assertiva A. (C) Incorreta. Segundo Fredie Didier (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. - 17. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015, p. 421-425), “A PRECLUSÃO-SANÇÃO OU PRECLUSÃO PUNITIVA, conforme advertido linhas atrás, é possível que a preclusão decorra da prática de um ato ilícito. Neste caso, a preclusão terá natureza jurídica de sanção. Há ilícitos que geram a perda de um poder ou direito (na verdade, perda de qualquer "categoria eficacial" ou situação jurídica ativa). São chamados de ilícitos caducificantes. "Os atos ilícitos que não têm a eficácia de dever indenizativo e importam em perda de direitos, pretensões, ações ou exceções são ditos caducificantes, espécie de fato precludente. Quer dizer: a sua eficácia consiste em que direitos, pretensões, ações, ou exceções caiam". Há alguns exemplos no direito processual brasileiro, em que se vislumbra a perda de um poder processual (preclusão), como sanção decorrente da prática de um ato ilícito: a) perda da situação jurídica de inventariante, em razão da ocorrência dos ilícitos apontados no art. 622 do CPC; b) a confissão ficta, decorrente do não-comparecimento ao depoimento pessoal (art. 385, § 1°, CPC), que é considerado um dever da parte (art. 379, I, CPC), implica preclusão do direito de provar fato confessado, mas, desta feita, como decorrência de um ilícito (descumprimento de um dever processual); c) o excesso de prazo não-justificado autoriza a perda da competência do magistrado para processar e julgar a causa (art. 235, §2°, do CPC); d) constatada a prática de atentado (ilícito processual), perde-se o direito de falar nos autos, até a purgação dos efeitos do ilícito (art. 77, §7°, do CPC)'6; e) a não devolução dos autos pelo advogado implica a perda do direito de vista fora do cartório (art. 234, §2o, CPC). Em todas essas hipóteses, há a perda de um poder jurídico processual decorrente da prática de um ato ilícito; há, pois, preclusão decorrente de um ilícito e não do descumprimento de um ônus. É preciso, enfim, completar a classificação de Chiovenda, que leva em consideração apenas a preclusão decorrente da prática de atos lícitos”. (D) Incorreta. Vide explicação da assertiva A. (E) Incorreta. Segundo Fredie Didier (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. - 17. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015, p. 421-424) 35 “(...) A PRECLUSÃO LÓGICA consiste na perda de faculdade/poder processual em razão da prática anterior de ato incompatível com exercício desse poder. Advém, assim, da prática de ato incompatível com o exercício da faculdade/poder processual. Trata-se da "impossibilidade em que se encontra a parte de praticar determinado ato oupostular certa providência judicial em razão da incompatibilidade existente entre aquilo que agora a parte pretende e sua própria conduta processual anterior. É o que ocorre, por exemplo, quando a parte aceita expressa ou tacitamente a decisão, o que é incompatível com o exercício do direito de impugná-la (direito de recorrer), na forma do art. 1013, CPC. Também há preclusão lógica do direito de produzir a prova do fato confessado (ao confessar, a parte perde o direito de produzir prova do fato confessado). A parte que deu causa ao defeito processual não pode pedir a sua invalidação (art. 276 do CPC). Não pode a parte, que ofereceu o bem à penhora, pedir a invalidação dessa mesma penhora”. 19. O erro de forma do processo (A) acarreta a ineficácia de todos os atos processuais, que deverão ser repetidos de acordo com a forma prescrita ou não defesa em lei. (B) acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais. (C) não acarreta consequência processual alguma, devendo prevalecer os atos praticados em nome do exercício pleno e efetivo da atividade jurisdicional. (D) acarreta a inexistência dos atos processuais cujo aproveitamento não seja possível, a serem novamente praticados em tempo razoável. (E) é mera irregularidade, que só necessitará de ratificação ou convalidação se alguma das partes for menor ou incapaz. RESPOSTA: B 36 COMENTÁRIOS O tema “Atos Processuais” foi abordado na Primeira Rodada de Processo Civil da Turma de Reta Final para o Concurso do TJ-AL. O assunto da questão também foi abordado na questão 18 do 266º Simulado Mege (TJ- AL II). O artigo necessário para acerto foi um dos selecionados na página 24 do Vade Mege. Art. 283 do NCPC – “Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais. Parágrafo único. Dar- se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte”. 20. A tutela da evidência (A) em nenhuma hipótese admite concessão de liminar judicial. (B) depende de demonstração de perigo de dano iminente. (C) depende de demonstração de risco ao resultado útil do processo. (D) não pode ser concedida se dependente de prova documental dos fatos constitutivos do direito do autor, ainda que o réu não oponha objeção capaz de gerar dúvida razoável. (E) será concedida, entre outras hipóteses, se se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no ponto 07 de Direito Processual Civil da Turma Extensiva de Magistratura Estadual. (A) Incorreta. 37 Nas hipóteses dos incisos II e III do artigo 311, o juiz poderá decidir liminarmente, nos termos do Parágrafo único do artigo 311 do NCPC (Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente). (B) Incorreta. Art. 311, caput, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, INDEPENDENTEMENTE DA DEMONSTRAÇÃO DE PERIGO DE DANO OU DE RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO (...)”. (C) Incorreta. Vide explicação da assertiva B. (D) Incorreta. Art. 311, IV, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável”. (E) Correta. Art. 311, III, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa”. 21. Considere os enunciados seguintes, referentes à petição inicial: I. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. 38 II. O pedido deve ser determinado, sendo lícito porém formular pedido genérico somente se não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato, ou ainda, nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados. III. É lícita a cumulação em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, desde que entre eles haja conexão ou continência. IV. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. Está correto o que se afirma APENAS em (A) II e III. (B) II e IV. (C) I, II e III. (D) I e IV. (E) I, III e IV. RESPOSTA: D Tema tratado na videoaula de Processo Civil “Da Petição Inicial e da Improcedência Liminar do Pedido (Professor: Guilherme Andrade)” veiculada na Turma de Reta Final TJ-AL. Além disso, o assunto da questão foi abordado no ponto 07 de Direito Processual Civil da Turma Extensiva de Magistratura Estadual. COMENTÁRIOS (I) Correto. Art. 323 do NCPC – “Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las”. 39 (II) Incorreto. Também é possível formular pedido genérico, além das hipóteses mencionadas, quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu, nos termos do artigo 324, §1º, III, do NCPC. (III) Incorreto. Art. 327 do NCPC – “Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão”. (IV) Correto. Art. 328 do NCPC – “Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito”. 22. Quanto aos princípios gerais e às modalidades de provas no Processo Civil, (A) a existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados mediante ata lavrada por tabelião, salvo em relação a dados relativos a imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos. (B) a produção antecipada da prova previne a competência do Juízo para a ação que venha a ser proposta. (C) quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, somente prova pericial pode suprir-lhe a falta. (D) a confissão judicial pode ser espontânea ouprovocada; se espontânea, só pode ser feita pela própria parte. (E) o documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS 40 O assunto da questão foi abordado no Ponto 11 (Direito Processual Civil) da 3ª Turma Extensiva de Magistratura Estadual. A assertiva “B” foi destacada na questão 19 do 247º Simulado Mege (TJ-AL). (A) Incorreta. Art. 384 do NCPC – “Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Parágrafo único. DADOS REPRESENTADOS POR IMAGEM OU SOM GRAVADOS EM ARQUIVOS ELETRÔNICOS PODERÃO CONSTAR DA ATA NOTARIAL”. (B) Incorreta. Art. 381, §3º, do NCPC – “Art. 381. § 3º A produção antecipada da prova NÃO PREVINE a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta”. (C) Incorreta. Art. 406 do NCPC – “Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta”. (D) Incorreta. Art. 390 e §1º do NCPC – “Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. § 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte OU POR REPRESENTANTE COM PODER ESPECIAL”. (E) Correta. Art. 407 do NCPC – “Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular”. 23. Quanto aos requisitos e efeitos da sentença, (A) uma vez publicada, só poderá ser alterada por meio de embargos de declaração. (B) a decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação pecuniária e em obrigação de fazer ou não fazer valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária, salvo se a condenação for genérica. (C) no caso de colisão entre normas, ao ser proferida decisão, o Juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que 41 autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. (D) é defeso ao Juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior à pleiteada, podendo, porém, a condenação, referir-se a objeto diverso se ao Juiz parecer compatível e adequado à natureza da causa. (E) a decisão deve ser certa, salvo se resolver relação jurídica condicional. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS O gabarito da questão foi integralmente abordado na Segunda Rodada de Processo Civil da Turma de Reta Final para o Concurso do TJ-AL, ao tratar do tema “Sentença e Coisa Julgada”, sendo certo também que algumas assertivas foram abordadas no Aulão de Revisão. (A) Incorreta. Art. 494 do NCPC – “Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração”. (B) Incorreta. Art. 495, §1º, I, do NCPC – “Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica”. (C) Correta. Art. 498, §2º, do NCPC – “Art. 489. § 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão”. (D) Incorreta. 42 Art. 492 do NCPC – “Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”. (E) Incorreta. Art. 492, Parágrafo único do NCPC – “Art. 492. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional”. 24. Os embargos de terceiro podem ser (A) ajuizados pelo adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução, dentre outras hipóteses. (B) impugnados em dez dias, após o que seguirão procedimento comum. (C) opostos até ser proferida a sentença nos autos em que ocorreu a constrição. (D) ajuizados somente pelo terceiro proprietário, ainda que fiduciário. (E) utilizados sempre para manutenção ou reintegração de posse, necessariamente em exame inicial e com prestação de caução pelo embargante. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no Ponto 20 de Direito Processual Civil da Turma Extensiva de Magistratura Estadual. A questão 22 do 266º Simulado Mege (TJ-AL II) antecipou a abordagem da questão. Além disso, o artigo foi destacado no Vade Mege TJ-AL, página 31. (A) Correta. Art. 674, §2º, II, do NCPC – “Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento 43 dos embargos: II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução”. (B) Incorreta. Art. 679 do NCPC – “Art. 679. Os embargos poderão ser contestados NO PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS, findo o qual se seguirá o procedimento comum”. (C) Incorreta. Art. 675 do NCPC – “Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta”. (D) Incorreta. Art. 674, §1º, do NCPC – “Art. 674. § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, OU POSSUIDOR”. (E) Incorreta. Arts. 677, §1º e 678, Parágrafo único do NCPC – “Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. § 1º É facultada a prova da posse EM AUDIÊNCIA PRELIMINAR designada pelo juiz. / Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, RESSALVADA A IMPOSSIBILIDADE DA PARTE ECONOMICAMENTE HIPOSSUFICIENTE”. 25. Quanto aos prazos, (A) sendo a lei omissa, o prazo para a parte praticar o ato processual será sempre o de dez dias. (B) a parte pode renunciar àqueles estabelecidos exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa. (C) quando contados em dias, estabelecidos legal ou judicialmente, computar-se-ão os dias corridos. 44 (D) se processuais, interrompem-se nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. (E) será considerado intempestivo o ato praticado antes de seu termo inicial, por ainda não existir, processualmente. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS O gabarito da questão foi integralmente abordado na Primeira Rodadade Processo Civil da Turma de Reta Final para o Concurso do TJ-AL, ao tratar do tema “Atos Processuais”, sendo certo também que algumas assertivas foram abordadas no Aulão de Revisão. (A) Incorreta. Art. 218, §1º, do NCPC – “Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei. § 1º Quando a lei for omissa, O JUIZ DETERMINARÁ OS PRAZOS em consideração à complexidade do ato”. (B) Correta. Art. 225 do NCPC – “Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa”. (C) Incorreta. Art. 219 do NCPC – “Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis”. (D) Incorreta. Art. 220 do NCPC – “Art. 220. SUSPENDE-SE o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive”. (E) Incorreta. Art. 218, §4º, do NCPC – “Art. 218. § 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo”. 26. Considere os enunciados quanto ao cumprimento da sentença: 45 I. O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á de ofício ou a requerimento do exequente. II. Quando o Juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. III. A autocomposição judicial, no cumprimento da sentença, pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. IV. A decisão judicial, desde que pendente de recurso recebido somente no efeito devolutivo, poderá ser levada a protesto nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário. Está correto o que se afirma APENAS em (A) II e III. (B) I, II e IV. (C) I e IV. (D) III e IV. (E) I, II e III. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado no ponto 11 de Direito Processual Civil Turma Extensiva de Magistratura Estadual. (I) Incorreto. Art. 513, §1º, do NCPC – “Art. 513. § 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, FAR-SE-Á A REQUERIMENTO do exequente”. 46 (II) Correto. Art. 514 do NCPC – “Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo”. (III) Correto. Art. 515, §2º, do NCPC – “Art. 515. § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo”. (IV) Incorreto. Art. 517 do NCPC – “Art. 517. A decisão judicial TRANSITADA EM JULGADO poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523”. 27. Nos Juizados Especiais Cíveis (A) cabem recursos de suas sentenças a serem recebidos no efeito devolutivo e suspensivo como regra geral, não havendo assim execução provisória do julgado. (B) não se admite, em seus processos, qualquer forma de intervenção de terceiro, assistência ou litisconsórcio. (C) só se admitem ações possessórias sobre bens móveis, mas não sobre bens imóveis. (D) em seus processos o mandato ao advogado poderá ser verbal, inclusive quanto aos poderes especiais. (E) a prova oral será produzida na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requerida previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir o que considerar excessivo, impertinente ou protelatório. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS O artigo foi destacado na página 37 do Vade Mege TJ-AL. 47 (A) Incorreta. Art. 43 da Lei 9.099/95 – “Art. 43. O recurso terá SOMENTE EFEITO DEVOLUTIVO, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte”. (B) Incorreta. Art. 10 da Lei 9.099/95 – “Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. ADMITIR-SE-Á O LITISCONSÓRCIO”. (C) Incorreta. Art. 3º, IV, da Lei 9.099/95 – “Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo”. (D) Incorreta. Art. 9º, §3º, da Lei 9.099/95 – “Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. § 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais”. (E) Correta. Art. 33 da Lei 9.099/95 – “Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias”. 48 DIREITO DO CONSUMIDOR 28. No que concerne à qualidade de produtos e serviços, prevenção e reparação dos danos nas relações de consumo, (A) o comerciante só será responsabilizado perante o consumidor se não conservar adequadamente os produtos perecíveis. (B) os produtos e serviços colocados no mercado de consumo em nenhuma hipótese poderão acarretar riscos à saúde ou à segurança dos consumidores. (C) o fabricante, o produtor, o construtor e o importador respondem objetivamente pela reparação dos danos causados aos consumidores, independentemente da existência de nexo de causalidade, na modalidade de risco integral. (D) o fornecedor de produtos e serviços deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados nesse fornecimento, ou colocados à disposição do consumidor, informando, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (E) a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais dar-se-á objetivamente, na modalidade do risco atividade. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta final. A questão 30 do 266º Simulado Mege (TJ-AL II) antecipou a abordagem do tema. (A) Incorreta. Art. 13 do CDC. Nos casos de responsabilidade por fato do produto, O comerciante não responde objetiva e solidariamente em toda e qualquer situação. As hipóteses de responsabilidade estão elencadas no art. 13: 49 - quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados (inciso I); - quando o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador (inciso II); - no caso de produtos perecíveis, o comerciante não os conservar adequadamente (inciso III). A assertiva está incorreta diante da sua incompletude. Primeiro porque não delimita a responsabilidade do fornecedor aos casos de responsabilidade por fato do produto, segundo porque aponta apenas uma das três hipóteses previstas legalmente no art. 13. (B) Incorreta. Art. 8º CDC. O artigo 8º estabelece que os produtos/serviços não poderão acarretar riscos à saúde e segurança do consumidor. Entretanto, são tolerados os riscos qualificados como “normais e previsíveis”, desde que acompanhados de informações claras e precisas. Trata-se da tolerância frente à periculosidade inerente ou latente: aquela que é indissociável do produto/serviço e não surpreende o consumidor. Essa tolerância, todavia, não exime o fornecedor do seu dever de informar. Ex.: STJ, REsp 1.599.405/SP – Em se tratando de produto de periculosidade inerente (medicamento), cujos riscos são normais à sua natureza
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