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Sumário Direito Civil e Processual Civil

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2 
SUMÁRIO 
 
DIREITO CIVIL ..................................................................................................................... 3 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................. 16 
DIREITO DO CONSUMIDOR .............................................................................................. 29 
DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ........................................................................... 42 
DIREITO PENAL ................................................................................................................ 49 
DIREITO PROCESSUAL PENAL .......................................................................................... 56 
DIREITO CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 65 
DIREITO ELEITORAL .......................................................................................................... 74 
DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................................... 85 
DIREITO TRIBUTÁRIO ....................................................................................................... 93 
DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................106 
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................116 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
O presente material foi preparado pela Equipe Mege imediatamente após a 
divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-MT. O intuito é auxiliar nossos 
alunos e seguidores na elaboração de recursos e possibilitar também a revisão de temas 
cobrados no certame em formato conclusivo. Trata-se de versão preliminar elaborada 
com as finalidades informadas e concluída em cerca de 24 horas de atuação de nosso 
time específico para 1ª fase de magistratura estadual, sem maiores pretensões de 
aprofundamento e trabalho editorial neste momento de apoio. 
Nas questões que identificamos como antecipadas consideramos apenas o 
conteúdo da turma de reta final TJ-MT, não sendo listadas nesta abordagem, diante do 
curto tempo (com foco maior em ajudar na via recursal e análise de maior ou menor 
chance de aprovação), as produções voltadas aos Simulados, Mege Informativos, 
Turmas Regulares e Extensivas. 
Agradecemos os comentários de reconhecimento pelo trabalho elaborado 
recebidos de nossos alunos em redes sociais, e-mails e mensagens na área do aluno. De 
fato, novamente, foi cumprido o compromisso de revisão e treinamento no formato 
apresentado pela prova oficial. Temos certeza que será, como sempre, uma invasão de 
megeanos na segunda fase (com corte estimado em 74/75 pontos sem as anulações). 
Guardem esta informação! 
Identificamos nas fundamentações as questões que entendemos passíveis de 
anulação. Com isso, o candidato poderá vislumbrar a possibilidade de um aumento em 
sua nota final. Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) 
questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica 
deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. 
Aos alunos do TJ-MT (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os 
conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será 
importante nos próximos desafios. Como perceberam, o estudo em fase final foi 
revertido em pontos decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é 
possível evoluir mesmo em um menor prazo. Portanto, eis aqui o nosso extrato de 
 
 
4 
conferência de pontuação! O respeito ao concurseiro demanda transparência de 
informações e esse é um de nossos valores em cada atuação. 
Aos alunos que prestarão TJ-SP 188, a leitura deste material é de extrema 
importância. Em especial, por seu formato objetivo – pensado justamente para um 
auxílio no sprint final. Levaremos este conteúdo para seção de materiais de sua turma. 
Por fim, vale ressaltar que estamos com inscrições abertas para Turma de 2ª 
fase TJ-MT, onde contaremos com aulas, provas autorais e focadas no estilo esperado 
para o concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio, preparação 
verticalizada em Humanística com professor Rosângelo Miranda e coordenação geral do 
professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador de certames para 
magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora Juspodivm), que 
será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos em nossas correções 
de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na manutenção da liderança de 
aprovações também na 2ª fase. Turma com vagas limitadas! 
Inscrições, com preço promocional de lançamento, em: 
 www.mege.com.br/cursomege. 
 
Bons estudos! 
Atenciosamente, 
Equipe Mege. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
DIREITO CIVIL 
 
01. Suponha as seguintes situações hipotéticas: i) o marido, tendo em vista seu desejo 
de futuramente se divorciar da esposa, pretendendo excluir alguns bens adquiridos 
durante o casamento (sob o regime da comunhão parcial) da meação, integraliza-os, 
utilizando-se de procuração outorgada por sua esposa e sem ciência desta, de parte de 
seu patrimônio em pessoa jurídica da qual é detentor de 99% do capital social (o 1% 
restante é detido por seu pai); ii) sociedade limitada que, sem fraudes e em razão de 
dificuldades financeiras decorrentes de alta do dólar, deixa de pagar todos os seus 
fornecedores, apesar de terem os sócios vultoso patrimônio; iii) pessoa jurídica encerra 
irregularmente suas atividades. Considerando a teoria da desconsideração da 
personalidade jurídica, assinale a alternativa correta. 
 
(A) É possível a desconsideração da personalidade jurídica, em todas as situações 
relatadas, tendo em vista o acolhimento da Teoria Menor pelo Código Civil. 
 
(B) O inadimplemento, por si, é causa para a desconsideração da personalidade jurídica, 
independentemente da existência de fraude, atos que configurem confusão patrimonial 
ou desvio de finalidade, razão pela qual somente seria possível a desconsideração da 
personalidade jurídica na situação “ii”. 
 
(C) Em nenhuma das hipóteses é possível a desconsideração da personalidade jurídica, 
conforme decorre da Teoria Maior, expressamente acolhida pelo Código Civil, tendo em 
vista que não se vislumbra prejuízos aos credores na hipótese “i” e nas demais não existe 
intenção fraudulenta. 
 
(D) Na hipótese “ii”, não existe possibilidade de desconsideração da personalidade 
jurídica, em razão do acolhimento da Teoria Maior pelo Código Civil, sendo possível a 
desconsideração da personalidade jurídica na situação “i”, bem como na “iii”; nesta 
última, apenas se verificada a existência de confusão patrimonial ou desvio de 
finalidade. 
 
(E) Somente na hipótese “iii” é possível a desconsideração, tendo em vista que o 
encerramento irregular, por ser um ato que ofende a lei, gera a presunção de fraude, 
independentemente da intenção de causar prejuízos aos credores. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O Código Civil adotou, em seu art. 50, a teoria da MAIOR 
desconsideração, o que já torna a alternativa incorreta. 
 
(B) INCORRETA. O inadimplemento, por si só, NÃO é causa de desconsideração sob o 
enfoque do Código Civil, que conforme art. 50, tem como requisito o abuso da 
personalidade jurídica caracterizada pelo desvio de finalidade ou pela confusão 
patrimonial. 
 
(C) INCORRETA. A própria resposta da alternativa D (CORRETA) justifica a impropriedade 
da alternativa C. 
 
(D) CORRETA. Da análise das alternativas sob a ótica da teoria da maior desconsideração, 
previstano art. 50 do CC, tem-se como única alternativa correta a letra D. 
 
(E) A própria resposta da alternativa D (CORRETA) justifica a impropriedade da 
alternativa E. 
 
 
02. João é casado com Maria, sob o regime de separação convencional de bens. 
Entretanto, ele possui uma concubina, chamada Rita. Pretendendo dar um presente a 
esta última, João propõe a Paulo, pai de Rita, que este lhe compre um apartamento (de 
propriedade exclusiva de João), por um preço irrisório, e o dê em usufruto vitalício a 
Rita. Após o negócio, Paulo propôs a João que este lhe vendesse uma casa na praia, 
também de sua exclusiva propriedade, pelo valor que entendesse justo. Apesar de Paulo 
nunca ter ameaçado ou sequer insinuado que poderia contar a alguém a respeito do 
negócio anterior, temendo que, se contrariasse Paulo, poderia ter o seu segredo 
revelado, João vendeu a Paulo a casa na praia por metade de seu valor de mercado. 
A respeito dos negócios narrados, é correto afirmar que 
 
(A) o contrato de venda do apartamento é nulo, podendo ser declarado a qualquer 
tempo. Diferentemente, o contrato de compra e venda da casa na praia é anulável, 
podendo ser desconstituído num prazo de até 4 anos. 
 
(B) ambos os contratos são anuláveis. O prazo prescricional para sua anulação é de 4 
anos, contados da celebração dos negócios jurídicos, e somente Maria é legitimada para 
pleitear a anulação da venda do apartamento. 
 
 
 
7 
(C) o contrato de compra e venda do apartamento é nulo, podendo ser declarada a 
nulidade a qualquer tempo. O contrato de compra e venda da casa de praia é válido. 
 
(D) o contrato de compra e venda do apartamento é anulável, podendo ser 
desconstituído num prazo de até 4 anos. O contrato de compra e venda da casa de praia 
é válido. 
 
(E) ambos os contratos são nulos. As nulidades não são suscetíveis de confirmação e não 
convalescem pelo tempo, podendo ser declaradas a qualquer tempo. 
 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
No primeiro caso, trata-se de simulação, haja vista que foi formalizado contrato de 
compra e venda entre JOÃO e PAULO que, em verdade, buscava dissimular doação de 
JOÃO para RITA. Assim, conforme art. 167 do CC: “É nulo o negócio jurídico simulado, 
mas subsistirá o que esse dissimulou, se válido for na substância e na forma” e §1º do 
mesmo artigo: “Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I – aparentarem 
conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se 
conferem, ou transmitem”. As nulidades são matéria de ordem pública, razão pela qual 
podem ser alegadas a qualquer tempo, não se convalidando pelo decurso de lapso 
temporal. 
 
Quanto ao segundo negócio jurídico, estão presentes os requisitos de existência, 
validade e eficácia e não há qualquer vício capaz de ensejar a sua nulidade ou 
anulabilidade, não se podendo sequer falar em coação já que, conforme dispõe o art. 
153 do CC: “Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem 
o simples temor reverencial”. 
 
Assim, tem-se que o primeiro negócio jurídico é nulo, em razão da simulação, e o 
segundo é válido, sendo a resposta correta a alternativa C. 
 
 
03. Assinale a alternativa que corresponde à regra constante da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro que positivou o princípio da vigência sincrônica. 
 
(A) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco 
dias depois de oficialmente publicada. 
 
 
 
8 
(B) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique 
ou revogue. 
 
(C) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a 
correção, o prazo de início da vigência começará a correr da nova publicação. 
 
(D) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não 
revoga nem modifica a lei anterior. 
 
(E) A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada. 
 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
Pelo princípio da vigência sincrônica, a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entra 
em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua 
publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. É o que dispõe o 
art. 1º da LINDB: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. Portanto, a alternativa correta 
é a letra A. 
04. Caio e Tício receberam em comodato um apartamento de propriedade de Mélvio, 
pelo prazo de dois anos, em 31.12.2012. Após o término do contrato, Caio e Tício 
devolveram o imóvel em 31.12.2014 e, em razão dos danos causados por estes no 
imóvel, o mesmo ruiu completamente em 01.01.2015. O valor apurado para a 
reconstrução foi de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Em 25.12.2017, Caio enviou uma 
carta de próprio punho a Mélvio, se desculpando pela ruína ocasionada no imóvel, bem 
como requerendo um prazo para o pagamento dos danos ocasionados. Em 01.06.2018, 
Mélvio ajuizou ação de reparação civil, pretendendo a condenação de Caio e Tício ao 
pagamento do valor da reconstrução e perdas e danos. 
Assinale a alternativa correta. 
 
(A) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a 
condenação de Caio no valor de até R$ 100.000,00 (cem mil reais), acrescida de metade 
do valor das perdas e danos. 
 
(B) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a 
condenação de Caio no valor total da reconstrução, mais perdas e danos. 
 
 
9 
 
(C) Mélvio poderá requerer apenas metade do valor da reconstrução do imóvel de Caio 
e apenas a outra metade de Tício. 
 
(D) Mélvio poderá requerer o valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), mais 
perdas e danos, de Caio, de Tício, ou de ambos, isolada ou conjuntamente. 
 
(E) A pretensão está prescrita, tendo em vista o decurso do prazo prescricional previsto 
em lei, bem como ausência de qualquer causa de interrupção. 
 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
Conforme dispõe o CC, art. 585: “Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente 
comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o 
comodante”. Assim, verifica-se que, por força do referido artigo, Caio e Tício respondem 
solidariamente pelos danos decorrentes da perda do imóvel cujo comodante era Mélvio. 
A questão narra que o imóvel ruiu em razão de danos causados pelos comodatários, que 
devem responder por perdas e danos, conforme estabelece o art. 582 do CC: “O 
comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, 
não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou natureza dela, sob pena de 
responder por perdas e danos [...]”. Em complemento, verifica-se que, em 25.12.2017, 
Caio enviou carta de próprio punho a Mévio, na qual foi requerido prazo para 
ressarcimento dos prejuízos, o que configura causa de interrupção do prazo 
prescricional, conforme dispõe o art. 202, VI, do CC: “A interrupção da prescrição, que 
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que 
extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor”. Portanto, quando 
do ajuizamento da ação de reparação civil, não havia ainda transcorrido o prazo 
prescricional. Desta forma, a alternativa que está adequada a todas as nuances da 
questão é a alternativa D. 
 
05. João e José são irmãos. José, em razão de um acidente, necessitou de cuidados e de 
acompanhamento constante. João deixa seu emprego, onde tinha uma remuneração de 
R$ 1.000,00 (mil reais) mensais, para se dedicar totalmente aos cuidados de seu irmão 
José. Após dois anos, José se recuperou e doou para João um apartamento de sua 
propriedade, avaliado em R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), como forma de retribuir 
a dedicação do irmão. Constou expressamente da doação que ela se destinava acompensar João pelos serviços prestados, equivalentes aos valores salariais que deixou 
de receber, por ter abandonado o seu emprego para cuidar do doador. Após o 
 
 
10 
recebimento da doação, João perdeu o apartamento em razão de uma ação 
reivindicatória ajuizada por terceiro. É correto afirmar que João: 
 
(A) não tem direito a ser indenizado pela evicção por ter recebido o bem por doação, 
tendo em vista a inexistência do direito à evicção em negócios jurídicos gratuitos. 
 
(B) poderá pleitear de José a indenização pela totalidade do valor do bem em até um 
ano. 
 
(C) poderá pleitear de José a indenização pela totalidade do valor do bem em até 180 
dias. 
 
(D) somente terá direito à indenização se provar que José sabia que iria perder a 
propriedade. 
 
(E) tem direito a ser indenizado pela evicção até o limite do valor dos serviços prestados. 
 
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
Os temas DOAÇÃO e EVICÇÃO foram tratados na Rodada 1 da Turma de Reta Final TJ-
MT. 
 
Na hipótese, verifica-se que a doação de José feita a João não foi gratuita, mas sim 
onerosa, haja vista que João deixou seu emprego para se dedicar totalmente aos 
cuidados de seu irmão José. Assim, sendo onerosa, deve ser tratada como contrato 
oneroso, conforme CC, art. 447. Configurou-se a evicção com a perda do bem – recebido 
como forma de pagamento pelos serviços prestados ao irmão – em razão de sentença 
em ação reivindicatória, motivo pelo qual José faz jus ao valor da indenização pela 
totalidade dos serviços prestados, tal como se verifica na descrição da alternativa E, que 
está correta. 
 
06. Caio, servidor público municipal aposentado, contratou Tício para que ajuizasse ação 
contra o Município, pleiteando o pagamento de auxílio-alimentação. O pedido foi 
julgado improcedente em sentença, confirmada pelo Tribunal Estadual. Sem requerer 
autorização de Caio, Tício deixou de apresentar recursos aos Tribunais Superiores, em 
razão da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal nº 55, a qual consubstancia o 
entendimento de que “o direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores 
inativos”. É correto afirmar que Tício: 
 
 
11 
 
(A) não deve ser condenado, tendo em vista que a condenação pela perda de uma 
chance pressupõe a possibilidade de vitória na demanda, não existente no caso, em 
razão da súmula vinculante. 
 
(B) deve ser condenado pela perda da chance decorrente de sua omissão em recorrer, 
em valor equivalente à pretensão de Caio, podendo ser acrescida de lucros cessantes e 
danos morais. 
 
(C) não pode ser condenado por não ter recorrido, tendo em vista o não acolhimento 
pelo ordenamento jurídico brasileiro da teoria da perda de uma chance. 
(D) deve ser condenado pela perda da chance decorrente de sua omissão em recorrer, 
em valor a ser apurado, não podendo ser equivalente à pretensão de Caio, tendo em 
vista que o que se indeniza é a perda da chance e não a pretensão perdida. 
 
(E) deve ser condenado pela perda da chance decorrente de sua omissão em recorrer, 
tendo em vista que, mesmo improvável a vitória, Caio tinha o direito de requerer sua 
pretensão em juízo em última instância. 
 
 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. A teoria da perda de uma chance tem ampla aplicação do direito 
brasileiro. Entretanto, para o seu reconhecimento, a chance deve ser séria e real. Não 
se exige a certeza do ganho, mas sim que a chance, ou seja, a probabilidade, seja efetiva, 
o que não se verifica na hipótese, haja vista a existência de súmula vinculante contrária 
à pretensão do autor. Assim, não há qualquer amparo legal para a condenação de Tício 
por ter deixado de apresentar recurso, na medida em que não havia chance séria e real 
de ganho por parte do autor. 
 
(B) INCORRETA. Conforme explicado na alternativa A, não havia chance séria e real capaz 
de respaldar qualquer condenação do advogado por ter deixado de apresentar recurso, 
tendo em vista que o recurso não possuía probabilidade (chance) de êxito. 
 
(C) INCORRETA. Não é esta a justificativa para que o advogado não seja condenado, 
tendo em vista que o direito brasileiro acolhe a teoria da perda de uma chance. 
 
 
 
12 
(D) INCORRETA. A alternativa estaria correta se de fato houvesse chance de êxito para 
o autor, o que foi afastado em razão da existência de súmula vinculante contrária à 
pretensão do autor. Logo, não havia chance séria e real, necessária à aplicação da teoria. 
 
(E) INCORRETA. Conforme entendimento do STJ, o fato de deixar de apresentar recurso, 
por si só, não enseja a condenação do advogado com base na teoria da perda de uma 
chance se não houver qualquer probabilidade de êxito da demanda. Nesse sentido é o 
REsp 1758767/SP. 
 
 
 
07. Foi ajuizada uma ação reivindicatória de uma extensa área urbana, de 20 000 m², 
ocupada há 6 (seis) anos, de boa-fé, por 50 (cinquenta) famílias, que a usam para 
moradia. Deverá a ação 
 
(A) ser julgada improcedente, tendo em vista o preenchimento dos requisitos para 
aquisição da área pela usucapião especial coletiva, valendo a sentença como título para 
o registro no cartório de registro de imóveis. 
(B) ser improcedente, tendo em vista que o juiz deverá declarar que o proprietário 
perdeu o imóvel, em razão da desapropriação judicial por interesse social, fixando a 
indenização devida, valendo a sentença como título para o registro no cartório de 
registro de imóveis. 
 
(C) ser julgada procedente em parte, declarando a aquisição pela usucapião de parte da 
área, limitada a 350 m2 por família, desde que os ocupantes comprovem justo título, 
bem como não sejam, e nem tenham sido, em qualquer momento, proprietários de 
outro imóvel urbano ou rural. 
 
(D) ser improcedente, tendo em vista que o juiz deverá declarar que o proprietário 
perdeu o imóvel, em razão da desapropriação judicial por interesse social, sem qualquer 
direito a indenização, valendo a sentença como título para o registro no cartório de 
registro de imóveis. 
 
(E) ser julgada procedente, tendo em vista que, em razão da extensão da área, não se 
mostra aplicável a usucapião constitucional urbana que requer ocupação de até 250 m², 
não tendo ainda se consumado o prazo da usucapião ordinária. 
 
 
 
 
 
 
13 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
O tema DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL foi tratado na Rodada 4 da Turma de Reta Final TJ-
MT. 
 
Trata-se de hipótese de desapropriação judicial, prevista no CC, art. 1.228, §§ 4º e 5º, 
que assim estabelecem: “Art. 1.228. § 4o O proprietário também pode ser privado da 
coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-
fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem 
realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de 
interesse social e econômico relevante; § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz 
fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como 
título para o registro do imóvel em nome dos possuidores”.
 
 
 
08. Maria é casada com José e mantinha um relacionamento extraconjugal com João 
quando engravidou. Nasceu Caio, que foi registrado em nome de José e era tido por este 
como filho. Entretanto, em razão de sua semelhança física com João, este ajuizou um 
pedido de reconhecimento de paternidade, tendo o teste de DNA comprovado o vínculo 
biológico. José ama seu filho e quer manter-se como pai de Caio. Assinale a solução que 
deve ser adotada, considerando o entendimento de Jurisprudência. 
 
(A) Deverá prevalecer a paternidade socioafetiva, devendo continuar a constar como pai 
de Caio, no registro de nascimento, somente José. 
 
(B) O sistema jurídico somente admite a pluripaternidade como uma situação provisória, 
devendo Caio, após a maioridade, escolher quem continuará a constar do seu registro 
de nascimento como pai. 
 
(C) Deverá prevalecer a paternidadebiológica, devendo ser retirado o nome de José do 
registro de nascimento, e ser inserido o nome de João. 
 
(D) Poderá ser incluído o nome de João como pai no registro de nascimento, mas sem 
os efeitos jurídicos decorrentes da paternidade, salvo o de permitir o conhecimento, por 
parte de Caio, da sua origem genética, por ter prevalência a paternidade socioafetiva de 
José. 
 
 
 
14 
(E) Deverá ser incluído o nome de João como pai no registro de nascimento, para os 
efeitos jurídicos próprios, devendo, entretanto, ser mantido o nome de José, em razão 
da paternidade socioafetiva deste. 
 
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
A questão cobrou jurisprudência dos tribunais superiores, que é no seguinte sentido: 
STF, RE 898.060 (com repercussão geral): "A paternidade socioafetiva, declarada ou não 
em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante 
baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios”. 
 
 
09. Caio, com idade de 70 anos, viúvo, tinha três filhos, João, Maria e José. Apesar das 
suas boas condições físicas e mentais, em razão da sua idade, decidiu fazer um 
testamento, em que deixou toda a parte disponível de seu acervo patrimonial para 
Helena, sua amiga íntima, preservando expressamente a legítima de seus descendentes. 
O testamento foi lavrado em notas de Tabelião em 01.12.2017. Em 01.02.2018, Caio foi 
citado numa ação de investigação de paternidade, em que Joaquim alegou ser seu filho. 
A ação foi julgada procedente, tendo em vista que a paternidade foi comprovada por 
exame de DNA, transitando em julgado em 01.07.2018. Em 18.09.2018, Caio faleceu. O 
testamento realizado por Caio 
 
(A) deve ser alterado, tendo em vista que a superveniência de novo herdeiro diminui o 
acervo hereditário que foi originalmente reservado para João, Maria e José, devendo ser 
retirada da parte de Helena o quanto for necessário para restabelecer a proporção 
originária destes, em igualdade de condições com Joaquim. 
 
(B) deve ser declarado rompido, em razão da superveniência de outro descendente 
sucessível, pois a lei presume, de forma absoluta, que se o testador, ao tempo da 
elaboração do testamento, soubesse da existência de outro herdeiro, teria testado de 
forma diferente. 
 
(C) é válido, tendo em vista que José já possuía herdeiros necessários, tendo deliberado 
de forma inequívoca que pretendia deixar para seus filhos apenas a parte indisponível 
que será partilhada entre João, Maria, José e Joaquim, devendo a metade disponível ser 
atribuída a Helena. 
 
 
 
15 
(D) poderá ser convalidado, desde que com expressa concordância de João, Maria, José 
e Joaquim, que devem concordar com a deliberação de seu falecido pai em atribuir 
metade de seus bens a pessoa que não constaria da ordem de vocação hereditária. 
 
(E) é um ato anulável, tendo em vista que a idade de Caio é um sério indício de que a 
vontade por este manifestada poderia ter sido realizada por influência de Helena, a qual 
poderia ter se aproveitado da senilidade do testador. 
 
 
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO! 
 
O tema da SUCESSÃO LEGÍTIMA foi tratado na Rodada 8 da Turma de Reta Final TJ-MT. 
 
Da narrativa da questão, verifica-se que o falecido respeitou a legítima (parte 
indisponível) de seus herdeiros necessários, testando apenas sobre a parte disponível 
de seu patrimônio. Assim, não há que se falar em qualquer óbice ao cumprimento do 
testamento, ainda que, em momento posterior, o testador tenha um filho reconhecido 
em razão de sentença decorrente de ação de investigação de paternidade, que não 
afetará o testamento, mas apenas reduzirá a fração que caberá a cada um de seus 
herdeiros necessários. É possível compreender que a questão apontava para o 
reconhecimento da alternativa C como a correta. Entretanto, há um erro material na 
opção, tendo em vista que o nome do de cujus é CAIO, e não JOSÉ, como apontado na 
alternativa, o que torna a questão passível de anulação por ausência de alternativa 
correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
10. João e José formam um casal homoafetivo, sem filhos, que possuem domicílio certo 
em Cuiabá. A empresa Y atua no ramo de produção de cosméticos e também está 
localizada na capital do Estado do Mato Grosso. Com base nessas informações e nas 
regras de competência fixadas no CPC/2015, assinale a alternativa correta. 
 
(A) No caso de falecimento de José ocorrido no estrangeiro, o foro de situação dos bens 
imóveis será o competente para processar e julgar a ação de inventário. 
 
(B) No caso de ação de dissolução da união estável de João e José, será competente o 
foro do último domicílio do casal. 
 
(C) Se a empresa Y demandar ação de reparação de danos contra serventia notarial com 
sede no interior do Estado, por ato praticado em razão do ofício, será competente o foro 
da Comarca de Cuiabá. 
 
(D) Tramitando no juízo da Comarca de Cuiabá ação de falência da empresa Y, a 
intervenção da União como interessada no feito implicará na remessa dos autos à Justiça 
Federal. 
 
(E) Caso José proponha uma ação possessória imobiliária, terá competência relativa o 
juízo do foro de situação da coisa. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
A resposta da questão foi abordada em nossa aulão de revisão de véspera, na qual 
chamamos atenção dos alunos para a competência para processar e julgar as ações de 
dissolução de união estável. Além disso, a questão inteira foi abordada em nossa 
primeira rodada de processo civil da Turma de Reta Final TJ-MT. 
 
(A) INCORRETA. Segundo o artigo 48 do NCPC, “o foro de domicílio do autor da herança, 
no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento 
de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e 
para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no 
estrangeiro”. No caso da questão, José tinha domicílio em Cuiabá, razão pela qual o foro 
competente para processar o seu inventário é o da Comarca de Cuiabá, sendo 
irrelevante se o estava viajando ou passando férias no estrangeiro, já que possuía 
domicílio no Brasil. Ademais, a menção ao local onde estão os bens imóveis, neste caso, 
 
 
17 
é irrelevante, e tenta confundir o candidato com as hipóteses em que analisamos os 
limites da jurisdição nacional, especialmente a de “competência exclusiva”, prevista no 
artigo 23 do NCPC. 
 
(B) CORRETA. Art. 53 do NCPC – “Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, 
separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal”. 
 
(C) INCORRETA. Art. 53, III, f, do NCPC – “Art. 53. É competente o foro: III - do lugar: f) 
da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato 
praticado em razão do ofício”. 
 
(D) INCORRETA. Em regra, quando há interesse jurídico da União, as ações 
anteriormente propostas perante a Justiça Estadual devem ser remetidas à Justiça 
Federal. No entanto, a Justiça Federal não tem competência para julgar as ações de 
falência, conforme dispõe o artigo 109, I, da Constituição, bem como o artigo 45 do 
NCPC: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a 
União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição 
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; /Art. 45. Tramitando o 
processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se 
nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou 
conselhode fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro 
interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e 
acidente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho”. 
 
(E) CORRETA. Art. 47, §2º, do NCPC – “Art. 47. Para as ações fundadas em direito real 
sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 2o A ação possessória 
imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência 
absoluta. 
 
 
11. A Advocacia Pública, o Ministério Público e a Defensoria Pública compõem as 
chamadas funções essenciais à justiça. A respeito da atuação dessas instituições no 
processo civil, assinale a alternativa correta. 
 
(A) O juiz determinará, de ofício, a intimação pessoal da parte patrocinada pela 
Defensoria Pública quando o ato processual depender de providência ou informação 
que somente por ela possa ser realizada ou prestada. 
 
 
18 
 
(B) A curadoria especial é função institucional da Defensoria Pública e do Ministério 
Público. 
 
(C) Os membros da Defensoria Pública, do Ministério Público e da Advocacia Pública 
serão civil e regressivamente responsáveis quando agirem com dolo ou fraude no 
exercício de suas funções. 
 
(D) Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público terá 
vista dos autos antes das partes, sendo intimado de todos os atos do processo. 
 
(E) A intimação pessoal do membro do Ministério Público se dá da mesma forma da 
intimação pessoal do membro da Defensoria Pública, mas de forma diversa da prevista 
para os membros da Advocacia Pública.
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Art. 186, §2º, do NCPC – “Art. 186, § 2o A requerimento da Defensoria 
Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato 
processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser 
realizada ou prestada”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 72, Parágrafo único do NCPC – “Art. 72. O juiz nomeará curador 
especial ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste 
colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem 
como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído 
advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, 
nos termos da lei. 
 
(C) CORRETA. Arts. 181, 184 e 187 do NCPC – “Art. 181. O membro do Ministério Público 
será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício 
de suas funções. / Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente 
responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções. / Art. 187. O 
membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando agir 
com dolo ou fraude no exercício de suas funções”. 
 
(D) INCORRETA. Art. 179, I, do NCPC “Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da 
ordem jurídica, o Ministério Público: I - terá vista dos autos depois das partes, sendo 
intimado de todos os atos do processo”. 
 
 
19 
 
(E) INCORRETA. A intimação pessoal de todos eles, inclusive da Advocacia Pública, será 
feita mediante remessa dos autos, conforme artigos 183, §1º, 180, e 186, §1º, todos do 
NCPC: “Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para 
todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação 
pessoal. § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. / Art. 
180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que 
terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º / Art. 186. A 
Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações 
processuais. § 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos 
termos do art. 183, § 1º”. 
 
 
12. O Código de Processo Civil de 2015 introduziu no sistema processual um mecanismo 
próprio e diferenciado, destinado a disciplinar situações que envolvem a 
desconsideração da personalidade jurídica. Acerca desse incidente, assinale a 
alternativa correta. 
(A) Será resolvido por decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, 
quando proferida pelo relator. 
(B) Não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais. 
(C) A instauração será dispensada se o pedido de desconsideração da personalidade 
jurídica for requerido na petição inicial. 
(D) Não é cabível na fase de cumprimento de sentença. 
(E) Quando tramitar em autos apartados não suspenderá o processo principal. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Realmente a decisão que julga o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica é uma decisão interlocutória. Mas se este incidente for julgado 
pelo relator, no Tribunal, o recurso cabível não é o agravo de instrumento, mas o Agravo 
Interno, conforme artigo 136, Parágrafo único do NCPC – “Art. 136. Concluída a 
instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo 
único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 1062 do NCPC – “Art. 1.062. O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais”. 
 
 
 
20 
(C) CORRETA. Art. 134, §2º, do NCPC – “Art. 134, §2o Dispensa-se a instauração do 
incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, 
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica”. 
 
(D) INCORRETA. Art. 134, do NCPC – “Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível 
em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na 
execução fundada em título executivo extrajudicial”. 
 
(E) INCORRETA. Não há esta diferenciação em autos apartados, de maneira que, 
instaurado o incidente, o juiz deverá suspender o processo, salvo se requerido na 
petição inicial, nos termos do artigo 134, §3º, do NCPC: “Art. 134. O incidente de 
desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. § 3o 
A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º”. 
 
 
13. O Código de Processo Civil conceitua sentença como o pronunciamento por meio do 
qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a 
execução. Com relação à fase decisória, é correto afirmar que 
 
(A) o juiz não está autorizado a proferir decisão de mérito em relação à parte 
incontroversa do pedido, dando continuidade ao procedimento em relação às demais 
pretensões. 
 
(B) sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga o benefício da gratuidade 
da justiça para o autor, não efetuado o recolhimento das despesas no prazo assinalado, 
o processo não será extinto, mas o valor devido será encaminhado para inscrição em 
dívida ativa. 
 
(C) quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, 
no processo relativo à ação contida será proferida sentença com resolução de mérito. 
 
(D) na ação relativa à obrigação de pagar quantia, caso seja formulado pedido genérico, 
o juiz não está autorizado, na sentença, a definir a extensão da obrigação, que deverá 
ser apurada em liquidação. 
 
(E) desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à 
parte a quem aproveitaria eventual sentença terminativa. 
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
 
 
21 
 
(A) INCORRETA. Art. 356, I, do NCPC – “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito 
quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se 
incontroverso”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 102, Parágrafo único do NCPC – “Art. 102.Sobrevindo o trânsito 
em julgado de decisão que revoga a gratuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento 
de todas as despesas de cujo adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao 
recurso interposto, se houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das 
sanções previstas em lei. Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o processo 
será extinto sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não 
poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência requerida pela parte 
enquanto não efetuado o depósito”. 
 
(C) INCORRETA. Art. 57 do NCPC – “Art. 57. Quando houver continência e a ação 
continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será 
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão 
necessariamente reunidas”. 
 
(D) INCORRETA. Art. 491, do NCPC – “Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar 
quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a 
extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial 
de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I - 
não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II - a apuração do 
valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou 
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença”. 
 
(E) CORRETA. É o chamado Princípio da primazia do julgamento do mérito, previsto no 
artigo 488 do NCPC – “Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre 
que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos 
termos do art. 485”. 
 
 
14. Em relação aos recursos previstos no Direito Processual brasileiro, é correto afirmar 
que 
 
(A) não possui efeito suspensivo o recurso especial ou ordinário contra a decisão do 
tribunal de segunda instância no julgamento de resolução de demandas repetitivas. 
(B) no caso de falecimento do recorrente, é possível ao sucessor a complementação do 
recurso já interposto. 
 
 
 
22 
(C) interposta apelação, não é possível ao juiz de primeiro grau convencer-se das razões 
expostas pelo apelante e alterar a sentença proferida. 
 
(D) a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já 
tenha sido reconhecida daquela e objeto de julgamento de recursos extraordinários ou 
especiais repetitivos. 
 
(E) não impede a interposição do recurso a aquiescência tácita da parte com relação à 
decisão proferida. 
 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO! 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. A questão aponta como assertiva correta apenas a 
letra “D”. No entanto, conforme será exposto na explicação à assertiva “C”, esta 
também está correta. 
O tema Recursos foi abordado em nossa Terceira Rodada de Processo Civil da Turma de 
Reta Final TJ-MT. 
 
(A) INCORRETA. Trata-se de uma exceção aos efeitos dos recursos excepcionais, os 
quais, em regra, não possuem efeito suspensivo – “Art. 987. Do julgamento do mérito 
do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso. § 1o O recurso 
tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional 
eventualmente discutida”. 
 
(B) INCORRETA. Dispõe o artigo 1.004 do NCPC que, “se, durante o prazo para a 
interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou 
ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo 
restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a 
correr novamente depois da intimação”. Veja, entretanto, que a devolução do prazo só 
ocorrerá, obviamente, se o recurso ainda não foi interposto. Caso o recurso já tenha 
sido interposto, o sucessor não poderá complementar o recurso, pois terá ocorrido a 
preclusão consumativa. 
 
(C) INCORRETA. O gabarito considerou esta assertiva como incorreta. No entanto, esta 
assertiva está correta, uma vez que, como regra, conforme dispõe o artigo 494 do NCPC, 
“publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la para a) corrigir-lhe, de ofício ou a 
requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; ou b) por meio de 
 
 
23 
embargos de declaração. Ou seja, em regra, o juiz não pode convencer-se das razões 
expostas pelo apelante e alterar a sentença proferida. Conforme exposto em nossa 
Terceira Rodada de Processo Civil, no caso de apelação, o CPC previu apenas três 
hipóteses em que ocorrerá o efeito regressivo, ou seja, em que o juiz poderá, ao analisar 
as razões da apelação, retratar-se de sua sentença, sendo elas: a) apelação interposta 
contra sentença de indeferimento da petição inicial (art. 331); b) apelação interposta 
contra sentença de improcedência liminar (art. 332, §3º); c) apelação interposta contra 
sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito (art. 485, §7º, do NCPC. 
Desta forma, entendo que a questão deverá ser anulado ou, ao menos, considerar como 
correta a assertiva C. 
 
(D) CORRETA. Art. 988, Parágrafo único do NCPC – “Art. 998. O recorrente poderá, a 
qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. 
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja 
repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos 
extraordinários ou especiais repetitivos”. 
 
(E) INCORRETA. Art. 1000 do NCPC – “Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou 
tacitamente a decisão não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação 
tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer”. 
 
 
15. Para o Direito brasileiro, a Fazenda Pública, em razão da atividade de tutela do 
interesse público, ostenta condição diferenciada das demais pessoas físicas e jurídicas 
no processo, sendo correto afirmar que 
 
(A) assim como o Ministério Público e a Defensoria Pública, desfruta de prazo em dobro 
apenas para recorrer e contestar. 
 
(B) a prerrogativa do prazo em dobro aplica-se no âmbito do Juizado Especial da Fazenda 
Pública. 
 
(C) o prazo fixado na Lei de Mandado de Segurança para apresentação de informações 
da autoridade impetrada deve ser contado em dobro. 
 
(D) o prazo fixado no Código de Processo Civil para impugnação pelo ente público do 
cumprimento da sentença deve ser computado em dobro. 
(E) o prazo para apelação do ente público no Mandado de Segurança será computado 
em dobro. 
RESPOSTA: E 
 
 
24 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Art. 183 do NCPC – “Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de 
prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 9º da Lei 10.259/01 – “Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para 
a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive 
a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada 
com antecedência mínima de trinta dias”. 
 
(C) INCORRETA. O artigo 7º, I, do NCPC, estipula que “ao despachar a inicial, o juiz 
ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a 
segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 
(dez) dias, preste as informações”. No entanto, este prazo de 10 dias para a 
apresentação de informações não é para a Fazenda Pública, mas sim para a autoridade 
coatora, que são coisas distintas. E ainda que assim não fosse, cumpre ressaltar que, 
segundo o §2º do artigo 183 do NCPC que “não se aplica o benefício da contagem em 
dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público”. 
No caso da prestação de informações no Procedimento do Mandado de Segurança, a 
FazendaPública já possui um prazo específico, conforme dispõe o artigo 7º, I, da Lei 
12.016/09, não havendo que se falar, portanto, em prazo em dobro. 
 
(D) INCORRETA. No cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública, esta já possui 
um prazo específico para a impugnação, conforme dispõe o artigo 535 do NCPC: “Art. 
535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, 
remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios 
autos, impugnar a execução, podendo arguir: (...)”. 
 
(E) INCORRETA. A Lei 12.016/09 não estipula um prazo específico para a Fazenda Pública 
recorrer, razão pela qual deve ser aplicado o artigo 183 do NCPC, permitindo-se a 
contagem em dobro. 
 
 
 
16. Com relação aos Juizados Especiais, assinale a alternativa correta. 
 
(A) Não poderão ser partes o incapaz, o preso, a massa falida, o insolvente civil e as 
sociedades de crédito ao microempreendedor. 
 
 
25 
 
(B) Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, 
conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 
(C) É admissível a denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, 
a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
 
(D) É cabível o incidente de uniformização de jurisprudência quando houver divergência 
entre as decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito processual. 
 
(E) No Juizado Especial Cível, a decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser 
rescindida quando se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz. 
RESPOSTA: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. As sociedades de crédito ao microempreendedor podem ser partes nos 
Juizados Especiais Cíveis, conforme se verifica pela leitura do artigo 8º, caput, e §1º, IV, 
da Lei 9099/95: “Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o 
incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, 
a massa falida e o insolvente civil. § 1o Somente serão admitidas a propor ação perante 
o Juizado Especial: IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do 
art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001”. 
 
(B) CORRETA. Art. 12 da Lei 9.099/95 – “Art. 12. Os atos processuais serão públicos e 
poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de 
organização judiciária”. 
 
(C) INCORRETA. Art. 10 da Lei 9099/95 – “Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer 
forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio”. 
 
(D) INCORRETA. Tal incidente tem cabimento apenas nos Juizados Especiais Federais e 
nos Juizados Especiais da Fazenda Pública. No entanto, o objetivo é compor divergência 
sobre direito material, e não processual, conforme dispõem os artigos 14 da Lei 
10.259/01 e 18 da Lei 12.153/09: Art. 14. Caberá pedido de uniformização de 
interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões 
de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei. /Art. 18. 
Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência 
entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material”. 
 
 
26 
 
(E) INCORRETA. Art. 59 da Lei 9099/95 – “Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas 
causas sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei”. 
 
17. Com relação ao direito à prova previsto no atual Código de Processo Civil, é correto 
afirmar que 
 
(A) a confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de 
coação, por meio de ação cuja legitimidade é exclusiva do confitente e não pode ser 
transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura. 
 
(B) dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos não 
poderão constar da ata notarial. 
 
(C) os peritos e assistentes técnicos estão sujeitos a impedimento ou suspeição. 
 
(D) a escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, 
uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão 
considerados em conjunto, como unidade. 
 
(E) fixados os honorários do perito, o juiz não poderá reduzir a remuneração 
inicialmente arbitrada para o trabalho.
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Art. 393 do NCPC – “Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser 
anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. Parágrafo único. A legitimidade para 
a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus 
herdeiros se ele falecer após a propositura”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 384, Parágrafo único do NCPC – “Art. 384. A existência e o modo 
de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do 
interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Parágrafo único. Dados representados 
por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial”. 
 
(C) INCORRETA. Os peritos, obviamente, estão sujeitos ao impedimento e suspeição (art. 
465, §1º, I, do NCPC). No entanto, o mesmo não ocorre com o assistente técnico, eis 
que, segundo o artigo 466, § 1º, do NCPC, “os assistentes técnicos são de confiança da 
parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição”. 
 
 
27 
 
(D) CORRETA. Art. 419 do NCPC – “Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se 
dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e 
outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade”. 
 
(E) INCORRETA. Art. 465, §5º, do NCPC – “Art. 465, § 5o Quando a perícia for 
inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada 
para o trabalho”. 
18. As tutelas provisórias têm como objetivo minimizar as consequências nefastas que 
o tempo do processo pode causar no direito da parte. No entanto, sua efetivação poderá 
causar prejuízos à parte adversa. A respeito do tema, assinale a alternativa correta. 
 
(A) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, 
sempre que possível. 
 
(B) A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor não 
tem o condão de gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação da 
tutela de urgência. 
 
(C) Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em 
responsabilidade pela efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de 
culpa do requerente. 
 
(D) A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao final 
do processo foi cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, 
devendo ser realizada em autos apartados. 
 
(E) O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de 
indenização contra o requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a 
condenação do responsável. 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Parágrafo único do artigo 302 do NCPC - “Art. 302. Independentemente 
da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da 
tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - 
obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios 
necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação 
 
 
28 
da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de 
decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será 
liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível”. 
 
(B) INCORRETA. Art. 302, IV, do NCPC - “Art. 302. Independentemente da reparação por 
dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência 
causar à parte adversa,se: IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da 
pretensão do autor”. 
 
(C) INCORRETA. “A Segunda Seção do STJ é firme no entendimento de que os danos 
decorrentes da execução de tutela antecipada, assim como de tutela cautelar e 
execução provisória, são disciplinados pelo sistema processual vigente, 
independentemente da análise sobre culpa da parte, ou se esta agiu de má-fé (REsp 
1767956/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, 
DJe 26/10/2018)”. 
 
(D) INCORRETA. Vide comentários às alíneas B e C. 
 
(E) INCORRETA. “A sentença de improcedência, quando revoga tutela concedida por 
antecipação, constitui, como efeito secundário, título de certeza da obrigação de o 
autor indenizar o réu pelos danos eventualmente experimentados, cujo valor exato 
será posteriormente apurado em liquidação nos próprios autos (REsp 1767956/RJ, Rel. 
Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 
26/10/2018)”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
19. Nos termos das súmulas do STJ, assinale a alternativa correta. 
 
(A) O CDC se aplica nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
 
(B) O CDC se aplica aos contratos de planos privados de assistência à saúde na 
modalidade de autogestão. 
 
(C) É considerada abusiva a cláusula contratual de plano que saúde que preveja algum 
prazo de carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de 
emergência ou urgência. 
 
(D) O CDC se aplica aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades 
cooperativas. 
 
(E) É possível ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas nos contratos 
bancários. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
 
A questão foi inteiramente trabalhada na Turma de Reta Final TJ-MT e no aulão de 
revisão de véspera e no material das rodadas! 
 
Trata-se de questão bastante objetiva, que cobra, em cada uma de suas assertivas, 
enunciados de Súmula do STJ. 
 
(A) INCORRETA. Segundo a Súmula 563 do STJ: “O CDC é aplicável às entidades abertas 
de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados 
com entidades fechadas”. 
Sobre essa diferenciação, fizemos alerta na revisão de véspera. 
 
(B) INCORRETA. Segundo a Súmula 608 do STJ: “Aplica-se o CDC aos contratos de planos 
de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão”. 
Também sobre essa Súmula, que contém a regra e uma exceção expressa, fizemos 
registro na revisão de véspera, inclusive ressaltando o cancelamento da Súmula 469 
(que só previa a regra), para que a exceção que já vinha sendo reconhecida na 
jurisprudência também constasse do enunciado. 
 
 
30 
(C) INCORRETA. A “pegadinha” dessa assertiva era não confundir a permissão de 
cláusula de carência para as situações de urgência e emergência em relações de planos 
de saúde com o prazo exíguo de carência que é permitido legal e jurisprudencialmente 
(até 24 horas contadas da contratação). Imaginando que essa pegadinha poderia ser 
cobrada em prova, alertamos mais de uma vez na nossa Turma de Reta Final (tanto no 
material das rodadas como na revisão de véspera). 
Vejamos a Súmula 597 do STJ: “A cláusula contratual de plano de saúde que prevê 
carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência 
ou urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas 
contado da data da contratação”. 
Em resumo: 
Cláusula de carência → em regra, VÁLIDA. 
Utilização dos serviços de assistência médica para as situações de emergência ou 
urgência → PRAZO DE CARÊNCIA DE ATÉ 24 HORAS CONTADAS DA CONTRATAÇÃO 
(prazo superior é cláusula abusiva – S. 597 STJ). 
 
(D) CORRETA. É a literalidade da Súmula 602 do STJ: “O CDC é aplicável aos 
empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas”. 
 
(E) INCORRETA. Via de regra, as cláusulas abusivas inseridas em contratos de consumo 
são nulas de pleno direito (art. 51 do CDC) e podem ser reconhecidas de ofício pelo 
magistrado. A exceção foi prevista jurisprudencialmente para (só e somente só) os 
contratos bancários. 
Súmula 381 STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da 
abusividade das cláusulas”.
20. Estipêndio da Silva queria galgar rapidamente posições em sua profissão e para tal 
finalidade se inscreveu em uma instituição de ensino superior, próxima da sua 
residência, que oferecia curso por mensalidade módica. Contudo, concluídos os estudos, 
Estipêndio soube que o curso ainda não era reconhecido pelo Ministério da Educação e, 
em razão disso, não poderia obter o diploma. Sentindo-se ludibriado pela situação, 
pretende ser reparado pelos gastos na realização do curso. Diante dessa situação, 
assinale a alternativa correta, considerando também entendimento jurisprudencial 
sumulado sobre a questão. 
 
(A) A instituição de ensino responde objetivamente pelos danos suportados pelo 
aluno/consumidor, ainda que comprove que deu prévia e adequada informação a 
Estipêndio antes de ele efetivar a matrícula. 
 
 
31 
(B) Se a instituição de ensino demonstrar que o não reconhecimento do curso no 
Ministério da Educação foi decorrente da burocracia governamental, não responderá 
pelos danos suportados por Estipêndio. 
 
(C) A questão retrata a hipótese de culpa concorrente, eis que caberia à instituição de 
ensino informar ao autor, assim como competia ao autor buscar informações sobre o 
curso antes da realização da matrícula. 
 
(D) A instituição de ensino responde objetivamente pelos danos sofridos pelo 
aluno/consumidor que realiza curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, mas 
exime-se da responsabilidade se provar que o aluno foi prévia e adequadamente 
informado do fato. 
 
(E) A instituição de ensino deve reparar Estipêndio pelos danos suportados para a 
realização do curso, se restar comprovado que houve dolo ou culpa da instituição, por 
tratar-se de hipótese de responsabilidade subjetiva. 
RESPOSTA: D 
 
COMENTÁRIOS 
 
Tratamos dessa questão, inclusive citando exemplo, tanto no aulão de véspera quanto 
no material escrito das rodadas. 
 
Para solucionar o caso concreto exposto, é preciso conhecer a Súmula 595 do STJ: “As 
instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo 
aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da 
Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. 
No enunciado da questão, deixou-se claro que apenas quando “concluídos os estudos” 
Estipêndio da Silva tomou conhecimento da ausência de reconhecimento pelo MEC, 
razão pela qual não lhe foi dada prévia e adequada informação. 
(A) INCORRETA. A parte final da assertiva a torna incorreta (“ainda que comprove que 
deu prévia e adequada informação a Estipêndio antes de ele efetivar a matrícula”), pois 
viola a parte final da Súmula 595. 
(B) e (C) INCORRETAS. 
A responsabilidade da instituição de ensino superior é OBJETIVA e, para além disso, 
decorre de violação do seu dever de informar, verdadeira publicidade enganosa por 
omissão, pois a situação de ainda se estar buscando administrativamente o 
reconhecimento do MEC deve ser objeto de prévia e adequada informação ao 
 
 
32 
consumidor/aluno, para que este possa avaliar se deseja, ainda assim, assumir o risco e 
efetuar o curso. 
De acordo com os arts. 6o, IV, e 37 do CDC, é vedada a publicidade, inteira ou 
parcialmente, enganosa. O par. 1o do art. 37 define a publicidade enganosa nos 
seguintes termos: 
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter 
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por 
omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, 
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preçoe quaisquer outros dados sobre 
produtos e serviços. 
 
O sistema protetivo do CDC, ademais, não impõe ao consumidor o dever de buscar as 
informações que são do seu interesse. Esse dever básico de informar é apenas do 
fornecedor, conforme arts. 6o, III, e 31 do CDC. 
Art. 6o. São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com 
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos 
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem. 
 
Art. 31. A oferta e a apresentação de produtos ou serviços devem assegurar 
informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas 
características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de 
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à 
saúde e segurança dos consumidores. 
(D) CORRETA. Como já explicitado acima. 
(E) INCORRETA. Como visto, a teor do sistema geral de responsabilidade objetiva do CDC 
(exemplo arts. 14 e 20 do CDC, no que tange a serviços) e do próprio enunciado da 
Súmula 595, a responsabilidade é objetiva.
 
 
21. No que concerne ao banco de dados e cadastro de consumidores, considerando 
também o posicionamento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, assinale a 
alternativa correta. 
 
(A) É indispensável que a carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de 
seu nome em banco de dados e cadastros seja expedido com aviso de recebimento (AR). 
 
 
 
33 
(B) A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao 
crédito pelo prazo máximo de cinco anos, exceto se a execução se tornar prescrita antes 
desta data. 
 
(C) No prazo de cinco dias úteis a partir do integral e efetivo pagamento do débito, o 
credor deverá promover a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no 
cadastro de inadimplentes. 
 
(D) A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não 
constitui banco de dados, não dispensa o consentimento do consumidor, que deverá ser 
esclarecido sobre as informações valoradas e as fontes dos dados considerados nos 
cálculos. 
 
(E) O órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito deve notificar o devedor 
após proceder à inscrição no cadastro de inadimplentes. 
 
RESPOSTA: C 
 
COMENTÁRIOS 
 
Essa questão foi inteiramente trabalhada com a Turma de Reta Final TJ-MT e no aulão 
de revisão de véspera! 
 
Trata-se de questão bastante objetiva, que cobra, em cada uma de suas assertivas, 
enunciados de Súmula do STJ. 
 
(A) INCORRETA. É uma “pegadinha” clássica! O Aviso de Recebimento é dispensável! 
A notificação, além de ser prévia e por escrito, precisa ser acompanhada de prova de 
efetiva notificação do devedor (ex.: aviso de recebimento)? Não! A questão já foi 
pacificada pelo STJ. 
Súmula 404 do STJ. “É dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de 
comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e 
cadastros”. 
 
(B) INCORRETA. O par. 1o do art. 43 do CDC, ao mesmo tempo em que dispõe sobre 
alguns requisitos a serem obedecidos pelos cadastros e dados dos consumidores 
(“devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão”), 
estabelece um limite temporal para as informações negativas: não podem constar 
quando referentes a um período superior a 5 anos (prazo máximo das informações 
negativas). 
 
 
 
34 
Súmula 323 do STJ. A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de 
proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco (5) anos, independentemente da 
prescrição da execução. 
 
(C) CORRETA. De quem é a responsabilidade pela retirada do nome do consumidor do 
cadastro, quando paga a dívida? 
No caso de pagamento da dívida ou acordo entre as partes, cabe ao credor tomar as 
medidas para a retirada do nome do devedor de cadastro de inadimplentes, sob pena 
de sua responsabilização civil. 
Há prazo para a retirada? 
Sim, aplicando-se analogicamente o par. 3o do art. 43 do CDC (que trata do prazo para 
correção de inexatidões em cadastros e bancos de dados), o STJ entende que o prazo é 
de cinco dias úteis, contados do efetivo e integral pagamento do débito. 
 
Súmula 548 do STJ. “Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do 
devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral 
e efetivo pagamento do débito”. 
 
(D) INCORRETA. Primeiramente, o que é o sistema creditscoring? 
O sistema "creditscoring" é um método desenvolvido para avaliação do risco de 
concessão de crédito, a partir de modelos estatísticos, considerando diversas variáveis, 
com atribuição de uma pontuação ao consumidor avaliado (nota do risco de crédito). 
Ex.: Pretendo obter, junto a uma instituição financeira, um empréstimo pessoal. Para 
fins de concessão ou não do crédito, é feita uma análise de variáveis sobre a minha vida, 
com atribuição de pontuação (em suma, para se avaliar se serei ou não uma boa 
“pagadora”) para fatores como idade, sexo, estado civil, profissão, renda, histórico de 
crédito etc. 
Como já estudado acima, trata-se de uma prática comercial lícita (posição do STJ). 
Premissa (STJ): não se trata de um cadastro ou banco de dados de consumidores, mas 
de uma metodologia de cálculo do risco de crédito, utilizando-se de modelos estatísticos 
e dos dados existentes no mercado acessíveis via internet. 
Pode-se, assim, compreender o teor do enunciado: 
Súmula 550 do STJ. A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação 
de risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, 
que terá direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e 
as fontes de dados considerados no respectivo cálculo. 
 
(E) INCORRETA. A notificação deve ser anterior, e não posterior! 
Súmula 359 do STJ. “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a 
notificação do devedor antes de proceder à inscrição”.
 
 
35 
22. Nos termos do CDC, no que tange à desconsideração da personalidade jurídica, 
assinale a alternativa correta. 
 
(A) As sociedades coligadas só responderão por culpa. 
 
(B) As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do CDC. 
 
(C) As sociedades consorciadas são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações 
decorrentes do CDC. 
 
(D) A desconsideração da personalidade jurídica não poderá ser efetivada quando 
houver falência ou estado de insolvência. 
 
(E) Não será possível a desconsideração da personalidade jurídica na hipótese de 
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
As responsabilidades societárias estão previstas nos parágrafos 2º, 3º e 4º do art. 28. 
(A) CORRETA. Responsabilidade subjetiva das sociedades coligadas (§ 4º): 
As sociedades coligadas só responderão por culpa. 
 
(B) INCORRETA. Responsabilidade subsidiária dos grupos societários e sociedades 
controladas (§ 2º): 
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são 
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. 
O erro da assertiva está no vocábulo “solidariamente”, pois se trata de responsabilidade 
subsidiária. 
 
(C) INCORRETA. Responsabilidade solidária das sociedades consorciadas (§ 3º): 
§ 3º. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações 
decorrentes deste código. 
O erro da assertiva está no vocábulo “subsidiariamente”, pois se trata de 
responsabilidade solidária. 
 
 
36 
 
RESUMO DA RESPONSABILIDADE DAS SOCIEDADES 
INTEGRANTES DOS GRUPOS 
SOCIETÁRIOS E CONTROLADAS 
SUBSIDIÁRIA 
CONSORCIADAS SOLIDÁRIA 
MNEMÔNICO: CONSOLIDÁRIA 
COLIGADAS SÓ RESPONDEM POR CULPA 
MNEMÔNICO:COLIGOCULPA 
 
(D) e (E) INCORRETAS 
O caput do art. 28 do CDC prevê expressamente: 
Art. 28. (...) A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado 
de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má 
administração. 
 
 
23. Salamandra dos Santos estava em um grande centro de compras, cujo teto 
desmoronou, sofrendo ferimentos na perna, com sequelas que a impede de 
empreender marcha regular. O acidente causou a morte e ferimentos em centenas de 
pessoas que se encontravam no local. Várias das pessoas que foram atingidas pelo 
desabamento formaram uma associação que pretende ingressar com ação coletiva de 
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos em face do centro de compras. 
Diante desses fatos hipotéticos, assinale a alternativa correta. 
 
(A) Se a ação coletiva for proposta, Salamandra poderá se beneficiar de eventual 
sentença condenatória dessa ação, ainda que não seja integrante da associação. 
 
(B) Se Salamandra ingressar com ação judicial individual, não requerer suspensão e esta 
for julgada improcedente, não poderá se beneficiar da sentença favorável com o mesmo 
pleito que seja proferida na ação coletiva. 
 
(C) Não é possível o ingresso da ação coletiva pela associação pelo não preenchimento 
do requisito da pré-constituição há pelo menos um ano. 
 
(D) Diante da grande dimensão do dano que evidencia manifesto interesse social, a 
associação poderá ingressar com ação coletiva, desde que tenha autorização 
assemblear. 
 
 
37 
(E) Se Salamandra se filiar à associação e esta ingressar com ação coletiva, não poderá 
ingressar com ação individual com o mesmo desiderato.
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. É amplamente majoritário na jurisprudência o entendimento de que as 
associações são representantes, e não substitutas processuais, dos seus associados, 
exigindo-se autorização expressa dos associados para que estejam legitimadas a agir. 
STF: RE 573.232/SC (Informativo 746 - Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014, 
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-182 DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014). 
Decidiu que a autorização estatutária genérica concedida à associação não é suficiente 
para legitimar sua atuação em juízo na defesa de interesses de seus filiados, sendo 
necessário que os associados a autorizem de forma expressa e específica, seja através 
de: 
- declaração individual; ou 
- aprovação na assembleia geral da entidade. 
 
Dessa forma, os não associados não podem se beneficiar da sentença coletiva favorável. 
Nesse sentido: 
O servidor não filiado não detém legitimidade para executar individualmente a 
sentença de procedência oriunda de ação coletiva proposta por associação de 
servidores (exceto se a sentença coletiva favorável for proferida em sede de Mandado 
de Segurança Coletivo, pelas razões acima explicitadas) – REsp 1.374.678/RJ, Rel. 
Ministro Luis Felipe Salomão, T4, j. em 23/06/2015. 
No mesmo passo, a recente decisão do STF: 
- Beneficiários do título executivo, no caso de ação proposta por associação, são aqueles 
que, residentes na área compreendida na jurisdição do órgão julgador, detinham, antes 
do ajuizamento, a condição de filiados e constaram da lista apresentada com a peça 
inicial (RE 612.043/PR, Rel. Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, j. em 10/05/2017). 
 
(B) CORRETA. Consideramos que a assertiva não se utilizou da melhor técnica de 
redação, pois não esclareceu explicitamente se Salamandra tomou ciência nos autos do 
ajuizamento da ação coletiva pela associação. 
De todo modo, não acho que seja o suficiente para anulação da questão. A assertiva 
envolve o conhecimento do art. 104 do CDC. 
 
 
 
38 
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, 
não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada 
erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não 
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no 
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. 
Dessa forma, se Salamandra não requereu a suspensão da sua demanda individual, de 
fato, não poderá se beneficiar dos efeitos da coisa julgada coletiva. 
 
(C) INCORRETA. O requisito da pré-constituição temporal (no mínimo por um ano) não 
é absoluto e poderá ser afastado no caso concreto, por decisão do magistrado. 
O julgador pode dispensar esse requisito, quando houver manifesto interesse social 
evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico 
a ser protegido (LACP, art. 5º, par. 4º; CDC, art. 82, par. 1º). 
Observe-se que compete a análise da dispensa ou não do requisito temporal ao 
magistrado atuante no caso específico (a dispensa, portanto, não é automática, e sim 
ope judicis). Ademais, pode ser fundamentada em duas situações alternativas: 
i) o manifesto interesse social (cujos parâmetros são a dimensão 
ou a característica do dano); ou 
ii) a relevância do bem jurídico a ser protegido. 
 
(D) INCORRETA. Como visto nos comentários à assertiva acima, o manifesto interesse 
social (que realmente pode ser evidenciado pela dimensão do dano) pode excepcionar 
o requisito temporal da pré-constituição da associação. 
Todavia, a legitimidade ativa da associação depende também de outro requisito omitido 
na assertiva, que é a constituição na forma da lei (“legalmente constituídas”). O inciso 
IV do art. 82 do CDC ainda é claro ao prever que é “dispensada a autorização 
assemblear”. Incorreta, portanto, a assertiva. 
 
(E) INCORRETA. A assertiva está incorreta porque assim prevê a primeira parte do art. 
104 do CDC: “Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo 
único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais”.
 
24. Alarmino Figueira adquiriu um secador de cabelos para presentear sua sogra, Dona 
Afrodite Merluza. O secador era de uma marca conhecida e continha folheto com 
instruções de uso e identificação de fabricante. Contudo, quando sua sogra foi utilizar o 
secador de cabelos pela primeira vez, conforme as instruções do manual do usuário, o 
objeto explodiu, causando-lhe queimaduras no rosto e nas mãos. Diante desse fato 
hipotético, assinale a alternativa correta. 
 
 
39 
(A) Trata-se de responsabilidade pelo fato do produto, pois o secador de cabelos se 
mostrou defeituoso, porque não ofereceu a segurança que dele legitimamente se 
espera, devendo o fabricante ser responsabilizado pelo dano causado a Dona Afrodite. 
 
(B) Trata-se de vício do produto, porque não teve utilidade para o fim ao qual foi 
adquirido. 
 
(C) Trata-se de acidente de consumo, ensejando responsabilidade pelo fato do produto, 
e o consumidor deve acionar o comerciante que vendeu o produto. 
 
(D) Alarmino Figueira deve pleitear a substituição, o abatimento ou a devolução integral 
do preço, bem como reparação pelos danos sofridos por Dona Afrodite, no prazo 
decadencial de 90 dias. 
 
(E) Tratando-se de hipótese de responsabilidade por vício do produto, a ignorância do 
fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação do produto não o exime de 
responsabilidade. 
 
RESPOSTA: A 
 
COMENTÁRIOS 
 
Essa questão foi trabalhada na Rodada 1 da Turma de Reta Final TJ-MT. 
 
ALTERNATIVAS A (CORRETA), B (INCORRETA) e E (INCORRETA) 
De um lado, tem-se a responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, que 
compreende os defeitos de segurança, e de outro, a responsabilidade por vício do 
produto ou do serviço, que abrange os vícios por inadequação. A diferença pode ser 
assim resumida: 
a) haverá vício de adequação sempre que um produto ou serviço não corresponder à 
legítima expectativa do consumidor quanto à sua utilização ou fruição 
(comprometimento da prestabilidade); 
b) haverá defeito de segurança quando, além de não corresponder

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