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1 2 SUMÁRIO DIREITO CIVIL ..................................................................................................................... 3 DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................. 16 DIREITO DO CONSUMIDOR .............................................................................................. 29 DIREITO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE ........................................................................... 42 DIREITO PENAL ................................................................................................................ 49 DIREITO PROCESSUAL PENAL .......................................................................................... 56 DIREITO CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 65 DIREITO ELEITORAL .......................................................................................................... 74 DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................................... 85 DIREITO TRIBUTÁRIO ....................................................................................................... 93 DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................106 DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................116 3 OBSERVAÇÕES INICIAIS O presente material foi preparado pela Equipe Mege imediatamente após a divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-MT. O intuito é auxiliar nossos alunos e seguidores na elaboração de recursos e possibilitar também a revisão de temas cobrados no certame em formato conclusivo. Trata-se de versão preliminar elaborada com as finalidades informadas e concluída em cerca de 24 horas de atuação de nosso time específico para 1ª fase de magistratura estadual, sem maiores pretensões de aprofundamento e trabalho editorial neste momento de apoio. Nas questões que identificamos como antecipadas consideramos apenas o conteúdo da turma de reta final TJ-MT, não sendo listadas nesta abordagem, diante do curto tempo (com foco maior em ajudar na via recursal e análise de maior ou menor chance de aprovação), as produções voltadas aos Simulados, Mege Informativos, Turmas Regulares e Extensivas. Agradecemos os comentários de reconhecimento pelo trabalho elaborado recebidos de nossos alunos em redes sociais, e-mails e mensagens na área do aluno. De fato, novamente, foi cumprido o compromisso de revisão e treinamento no formato apresentado pela prova oficial. Temos certeza que será, como sempre, uma invasão de megeanos na segunda fase (com corte estimado em 74/75 pontos sem as anulações). Guardem esta informação! Identificamos nas fundamentações as questões que entendemos passíveis de anulação. Com isso, o candidato poderá vislumbrar a possibilidade de um aumento em sua nota final. Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas) questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. Aos alunos do TJ-MT (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será importante nos próximos desafios. Como perceberam, o estudo em fase final foi revertido em pontos decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo em um menor prazo. Portanto, eis aqui o nosso extrato de 4 conferência de pontuação! O respeito ao concurseiro demanda transparência de informações e esse é um de nossos valores em cada atuação. Aos alunos que prestarão TJ-SP 188, a leitura deste material é de extrema importância. Em especial, por seu formato objetivo – pensado justamente para um auxílio no sprint final. Levaremos este conteúdo para seção de materiais de sua turma. Por fim, vale ressaltar que estamos com inscrições abertas para Turma de 2ª fase TJ-MT, onde contaremos com aulas, provas autorais e focadas no estilo esperado para o concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio, preparação verticalizada em Humanística com professor Rosângelo Miranda e coordenação geral do professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador de certames para magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora Juspodivm), que será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos em nossas correções de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na manutenção da liderança de aprovações também na 2ª fase. Turma com vagas limitadas! Inscrições, com preço promocional de lançamento, em: www.mege.com.br/cursomege. Bons estudos! Atenciosamente, Equipe Mege. 5 DIREITO CIVIL 01. Suponha as seguintes situações hipotéticas: i) o marido, tendo em vista seu desejo de futuramente se divorciar da esposa, pretendendo excluir alguns bens adquiridos durante o casamento (sob o regime da comunhão parcial) da meação, integraliza-os, utilizando-se de procuração outorgada por sua esposa e sem ciência desta, de parte de seu patrimônio em pessoa jurídica da qual é detentor de 99% do capital social (o 1% restante é detido por seu pai); ii) sociedade limitada que, sem fraudes e em razão de dificuldades financeiras decorrentes de alta do dólar, deixa de pagar todos os seus fornecedores, apesar de terem os sócios vultoso patrimônio; iii) pessoa jurídica encerra irregularmente suas atividades. Considerando a teoria da desconsideração da personalidade jurídica, assinale a alternativa correta. (A) É possível a desconsideração da personalidade jurídica, em todas as situações relatadas, tendo em vista o acolhimento da Teoria Menor pelo Código Civil. (B) O inadimplemento, por si, é causa para a desconsideração da personalidade jurídica, independentemente da existência de fraude, atos que configurem confusão patrimonial ou desvio de finalidade, razão pela qual somente seria possível a desconsideração da personalidade jurídica na situação “ii”. (C) Em nenhuma das hipóteses é possível a desconsideração da personalidade jurídica, conforme decorre da Teoria Maior, expressamente acolhida pelo Código Civil, tendo em vista que não se vislumbra prejuízos aos credores na hipótese “i” e nas demais não existe intenção fraudulenta. (D) Na hipótese “ii”, não existe possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica, em razão do acolhimento da Teoria Maior pelo Código Civil, sendo possível a desconsideração da personalidade jurídica na situação “i”, bem como na “iii”; nesta última, apenas se verificada a existência de confusão patrimonial ou desvio de finalidade. (E) Somente na hipótese “iii” é possível a desconsideração, tendo em vista que o encerramento irregular, por ser um ato que ofende a lei, gera a presunção de fraude, independentemente da intenção de causar prejuízos aos credores. 6 RESPOSTA: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. O Código Civil adotou, em seu art. 50, a teoria da MAIOR desconsideração, o que já torna a alternativa incorreta. (B) INCORRETA. O inadimplemento, por si só, NÃO é causa de desconsideração sob o enfoque do Código Civil, que conforme art. 50, tem como requisito o abuso da personalidade jurídica caracterizada pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial. (C) INCORRETA. A própria resposta da alternativa D (CORRETA) justifica a impropriedade da alternativa C. (D) CORRETA. Da análise das alternativas sob a ótica da teoria da maior desconsideração, previstano art. 50 do CC, tem-se como única alternativa correta a letra D. (E) A própria resposta da alternativa D (CORRETA) justifica a impropriedade da alternativa E. 02. João é casado com Maria, sob o regime de separação convencional de bens. Entretanto, ele possui uma concubina, chamada Rita. Pretendendo dar um presente a esta última, João propõe a Paulo, pai de Rita, que este lhe compre um apartamento (de propriedade exclusiva de João), por um preço irrisório, e o dê em usufruto vitalício a Rita. Após o negócio, Paulo propôs a João que este lhe vendesse uma casa na praia, também de sua exclusiva propriedade, pelo valor que entendesse justo. Apesar de Paulo nunca ter ameaçado ou sequer insinuado que poderia contar a alguém a respeito do negócio anterior, temendo que, se contrariasse Paulo, poderia ter o seu segredo revelado, João vendeu a Paulo a casa na praia por metade de seu valor de mercado. A respeito dos negócios narrados, é correto afirmar que (A) o contrato de venda do apartamento é nulo, podendo ser declarado a qualquer tempo. Diferentemente, o contrato de compra e venda da casa na praia é anulável, podendo ser desconstituído num prazo de até 4 anos. (B) ambos os contratos são anuláveis. O prazo prescricional para sua anulação é de 4 anos, contados da celebração dos negócios jurídicos, e somente Maria é legitimada para pleitear a anulação da venda do apartamento. 7 (C) o contrato de compra e venda do apartamento é nulo, podendo ser declarada a nulidade a qualquer tempo. O contrato de compra e venda da casa de praia é válido. (D) o contrato de compra e venda do apartamento é anulável, podendo ser desconstituído num prazo de até 4 anos. O contrato de compra e venda da casa de praia é válido. (E) ambos os contratos são nulos. As nulidades não são suscetíveis de confirmação e não convalescem pelo tempo, podendo ser declaradas a qualquer tempo. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS No primeiro caso, trata-se de simulação, haja vista que foi formalizado contrato de compra e venda entre JOÃO e PAULO que, em verdade, buscava dissimular doação de JOÃO para RITA. Assim, conforme art. 167 do CC: “É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que esse dissimulou, se válido for na substância e na forma” e §1º do mesmo artigo: “Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem”. As nulidades são matéria de ordem pública, razão pela qual podem ser alegadas a qualquer tempo, não se convalidando pelo decurso de lapso temporal. Quanto ao segundo negócio jurídico, estão presentes os requisitos de existência, validade e eficácia e não há qualquer vício capaz de ensejar a sua nulidade ou anulabilidade, não se podendo sequer falar em coação já que, conforme dispõe o art. 153 do CC: “Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial”. Assim, tem-se que o primeiro negócio jurídico é nulo, em razão da simulação, e o segundo é válido, sendo a resposta correta a alternativa C. 03. Assinale a alternativa que corresponde à regra constante da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro que positivou o princípio da vigência sincrônica. (A) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 8 (B) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (C) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo de início da vigência começará a correr da nova publicação. (D) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. (E) A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS Pelo princípio da vigência sincrônica, a obrigatoriedade da lei é simultânea, porque entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada em vigor. É o que dispõe o art. 1º da LINDB: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. Portanto, a alternativa correta é a letra A. 04. Caio e Tício receberam em comodato um apartamento de propriedade de Mélvio, pelo prazo de dois anos, em 31.12.2012. Após o término do contrato, Caio e Tício devolveram o imóvel em 31.12.2014 e, em razão dos danos causados por estes no imóvel, o mesmo ruiu completamente em 01.01.2015. O valor apurado para a reconstrução foi de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Em 25.12.2017, Caio enviou uma carta de próprio punho a Mélvio, se desculpando pela ruína ocasionada no imóvel, bem como requerendo um prazo para o pagamento dos danos ocasionados. Em 01.06.2018, Mélvio ajuizou ação de reparação civil, pretendendo a condenação de Caio e Tício ao pagamento do valor da reconstrução e perdas e danos. Assinale a alternativa correta. (A) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a condenação de Caio no valor de até R$ 100.000,00 (cem mil reais), acrescida de metade do valor das perdas e danos. (B) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a condenação de Caio no valor total da reconstrução, mais perdas e danos. 9 (C) Mélvio poderá requerer apenas metade do valor da reconstrução do imóvel de Caio e apenas a outra metade de Tício. (D) Mélvio poderá requerer o valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), mais perdas e danos, de Caio, de Tício, ou de ambos, isolada ou conjuntamente. (E) A pretensão está prescrita, tendo em vista o decurso do prazo prescricional previsto em lei, bem como ausência de qualquer causa de interrupção. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS Conforme dispõe o CC, art. 585: “Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante”. Assim, verifica-se que, por força do referido artigo, Caio e Tício respondem solidariamente pelos danos decorrentes da perda do imóvel cujo comodante era Mélvio. A questão narra que o imóvel ruiu em razão de danos causados pelos comodatários, que devem responder por perdas e danos, conforme estabelece o art. 582 do CC: “O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos [...]”. Em complemento, verifica-se que, em 25.12.2017, Caio enviou carta de próprio punho a Mévio, na qual foi requerido prazo para ressarcimento dos prejuízos, o que configura causa de interrupção do prazo prescricional, conforme dispõe o art. 202, VI, do CC: “A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor”. Portanto, quando do ajuizamento da ação de reparação civil, não havia ainda transcorrido o prazo prescricional. Desta forma, a alternativa que está adequada a todas as nuances da questão é a alternativa D. 05. João e José são irmãos. José, em razão de um acidente, necessitou de cuidados e de acompanhamento constante. João deixa seu emprego, onde tinha uma remuneração de R$ 1.000,00 (mil reais) mensais, para se dedicar totalmente aos cuidados de seu irmão José. Após dois anos, José se recuperou e doou para João um apartamento de sua propriedade, avaliado em R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), como forma de retribuir a dedicação do irmão. Constou expressamente da doação que ela se destinava acompensar João pelos serviços prestados, equivalentes aos valores salariais que deixou de receber, por ter abandonado o seu emprego para cuidar do doador. Após o 10 recebimento da doação, João perdeu o apartamento em razão de uma ação reivindicatória ajuizada por terceiro. É correto afirmar que João: (A) não tem direito a ser indenizado pela evicção por ter recebido o bem por doação, tendo em vista a inexistência do direito à evicção em negócios jurídicos gratuitos. (B) poderá pleitear de José a indenização pela totalidade do valor do bem em até um ano. (C) poderá pleitear de José a indenização pela totalidade do valor do bem em até 180 dias. (D) somente terá direito à indenização se provar que José sabia que iria perder a propriedade. (E) tem direito a ser indenizado pela evicção até o limite do valor dos serviços prestados. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS Os temas DOAÇÃO e EVICÇÃO foram tratados na Rodada 1 da Turma de Reta Final TJ- MT. Na hipótese, verifica-se que a doação de José feita a João não foi gratuita, mas sim onerosa, haja vista que João deixou seu emprego para se dedicar totalmente aos cuidados de seu irmão José. Assim, sendo onerosa, deve ser tratada como contrato oneroso, conforme CC, art. 447. Configurou-se a evicção com a perda do bem – recebido como forma de pagamento pelos serviços prestados ao irmão – em razão de sentença em ação reivindicatória, motivo pelo qual José faz jus ao valor da indenização pela totalidade dos serviços prestados, tal como se verifica na descrição da alternativa E, que está correta. 06. Caio, servidor público municipal aposentado, contratou Tício para que ajuizasse ação contra o Município, pleiteando o pagamento de auxílio-alimentação. O pedido foi julgado improcedente em sentença, confirmada pelo Tribunal Estadual. Sem requerer autorização de Caio, Tício deixou de apresentar recursos aos Tribunais Superiores, em razão da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal nº 55, a qual consubstancia o entendimento de que “o direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos”. É correto afirmar que Tício: 11 (A) não deve ser condenado, tendo em vista que a condenação pela perda de uma chance pressupõe a possibilidade de vitória na demanda, não existente no caso, em razão da súmula vinculante. (B) deve ser condenado pela perda da chance decorrente de sua omissão em recorrer, em valor equivalente à pretensão de Caio, podendo ser acrescida de lucros cessantes e danos morais. (C) não pode ser condenado por não ter recorrido, tendo em vista o não acolhimento pelo ordenamento jurídico brasileiro da teoria da perda de uma chance. (D) deve ser condenado pela perda da chance decorrente de sua omissão em recorrer, em valor a ser apurado, não podendo ser equivalente à pretensão de Caio, tendo em vista que o que se indeniza é a perda da chance e não a pretensão perdida. (E) deve ser condenado pela perda da chance decorrente de sua omissão em recorrer, tendo em vista que, mesmo improvável a vitória, Caio tinha o direito de requerer sua pretensão em juízo em última instância. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS (A) CORRETA. A teoria da perda de uma chance tem ampla aplicação do direito brasileiro. Entretanto, para o seu reconhecimento, a chance deve ser séria e real. Não se exige a certeza do ganho, mas sim que a chance, ou seja, a probabilidade, seja efetiva, o que não se verifica na hipótese, haja vista a existência de súmula vinculante contrária à pretensão do autor. Assim, não há qualquer amparo legal para a condenação de Tício por ter deixado de apresentar recurso, na medida em que não havia chance séria e real de ganho por parte do autor. (B) INCORRETA. Conforme explicado na alternativa A, não havia chance séria e real capaz de respaldar qualquer condenação do advogado por ter deixado de apresentar recurso, tendo em vista que o recurso não possuía probabilidade (chance) de êxito. (C) INCORRETA. Não é esta a justificativa para que o advogado não seja condenado, tendo em vista que o direito brasileiro acolhe a teoria da perda de uma chance. 12 (D) INCORRETA. A alternativa estaria correta se de fato houvesse chance de êxito para o autor, o que foi afastado em razão da existência de súmula vinculante contrária à pretensão do autor. Logo, não havia chance séria e real, necessária à aplicação da teoria. (E) INCORRETA. Conforme entendimento do STJ, o fato de deixar de apresentar recurso, por si só, não enseja a condenação do advogado com base na teoria da perda de uma chance se não houver qualquer probabilidade de êxito da demanda. Nesse sentido é o REsp 1758767/SP. 07. Foi ajuizada uma ação reivindicatória de uma extensa área urbana, de 20 000 m², ocupada há 6 (seis) anos, de boa-fé, por 50 (cinquenta) famílias, que a usam para moradia. Deverá a ação (A) ser julgada improcedente, tendo em vista o preenchimento dos requisitos para aquisição da área pela usucapião especial coletiva, valendo a sentença como título para o registro no cartório de registro de imóveis. (B) ser improcedente, tendo em vista que o juiz deverá declarar que o proprietário perdeu o imóvel, em razão da desapropriação judicial por interesse social, fixando a indenização devida, valendo a sentença como título para o registro no cartório de registro de imóveis. (C) ser julgada procedente em parte, declarando a aquisição pela usucapião de parte da área, limitada a 350 m2 por família, desde que os ocupantes comprovem justo título, bem como não sejam, e nem tenham sido, em qualquer momento, proprietários de outro imóvel urbano ou rural. (D) ser improcedente, tendo em vista que o juiz deverá declarar que o proprietário perdeu o imóvel, em razão da desapropriação judicial por interesse social, sem qualquer direito a indenização, valendo a sentença como título para o registro no cartório de registro de imóveis. (E) ser julgada procedente, tendo em vista que, em razão da extensão da área, não se mostra aplicável a usucapião constitucional urbana que requer ocupação de até 250 m², não tendo ainda se consumado o prazo da usucapião ordinária. 13 RESPOSTA: B COMENTÁRIOS O tema DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL foi tratado na Rodada 4 da Turma de Reta Final TJ- MT. Trata-se de hipótese de desapropriação judicial, prevista no CC, art. 1.228, §§ 4º e 5º, que assim estabelecem: “Art. 1.228. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa- fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante; § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores”. 08. Maria é casada com José e mantinha um relacionamento extraconjugal com João quando engravidou. Nasceu Caio, que foi registrado em nome de José e era tido por este como filho. Entretanto, em razão de sua semelhança física com João, este ajuizou um pedido de reconhecimento de paternidade, tendo o teste de DNA comprovado o vínculo biológico. José ama seu filho e quer manter-se como pai de Caio. Assinale a solução que deve ser adotada, considerando o entendimento de Jurisprudência. (A) Deverá prevalecer a paternidade socioafetiva, devendo continuar a constar como pai de Caio, no registro de nascimento, somente José. (B) O sistema jurídico somente admite a pluripaternidade como uma situação provisória, devendo Caio, após a maioridade, escolher quem continuará a constar do seu registro de nascimento como pai. (C) Deverá prevalecer a paternidadebiológica, devendo ser retirado o nome de José do registro de nascimento, e ser inserido o nome de João. (D) Poderá ser incluído o nome de João como pai no registro de nascimento, mas sem os efeitos jurídicos decorrentes da paternidade, salvo o de permitir o conhecimento, por parte de Caio, da sua origem genética, por ter prevalência a paternidade socioafetiva de José. 14 (E) Deverá ser incluído o nome de João como pai no registro de nascimento, para os efeitos jurídicos próprios, devendo, entretanto, ser mantido o nome de José, em razão da paternidade socioafetiva deste. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS A questão cobrou jurisprudência dos tribunais superiores, que é no seguinte sentido: STF, RE 898.060 (com repercussão geral): "A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios”. 09. Caio, com idade de 70 anos, viúvo, tinha três filhos, João, Maria e José. Apesar das suas boas condições físicas e mentais, em razão da sua idade, decidiu fazer um testamento, em que deixou toda a parte disponível de seu acervo patrimonial para Helena, sua amiga íntima, preservando expressamente a legítima de seus descendentes. O testamento foi lavrado em notas de Tabelião em 01.12.2017. Em 01.02.2018, Caio foi citado numa ação de investigação de paternidade, em que Joaquim alegou ser seu filho. A ação foi julgada procedente, tendo em vista que a paternidade foi comprovada por exame de DNA, transitando em julgado em 01.07.2018. Em 18.09.2018, Caio faleceu. O testamento realizado por Caio (A) deve ser alterado, tendo em vista que a superveniência de novo herdeiro diminui o acervo hereditário que foi originalmente reservado para João, Maria e José, devendo ser retirada da parte de Helena o quanto for necessário para restabelecer a proporção originária destes, em igualdade de condições com Joaquim. (B) deve ser declarado rompido, em razão da superveniência de outro descendente sucessível, pois a lei presume, de forma absoluta, que se o testador, ao tempo da elaboração do testamento, soubesse da existência de outro herdeiro, teria testado de forma diferente. (C) é válido, tendo em vista que José já possuía herdeiros necessários, tendo deliberado de forma inequívoca que pretendia deixar para seus filhos apenas a parte indisponível que será partilhada entre João, Maria, José e Joaquim, devendo a metade disponível ser atribuída a Helena. 15 (D) poderá ser convalidado, desde que com expressa concordância de João, Maria, José e Joaquim, que devem concordar com a deliberação de seu falecido pai em atribuir metade de seus bens a pessoa que não constaria da ordem de vocação hereditária. (E) é um ato anulável, tendo em vista que a idade de Caio é um sério indício de que a vontade por este manifestada poderia ter sido realizada por influência de Helena, a qual poderia ter se aproveitado da senilidade do testador. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS QUESTÃO PASSÍVEL DE ANULAÇÃO! O tema da SUCESSÃO LEGÍTIMA foi tratado na Rodada 8 da Turma de Reta Final TJ-MT. Da narrativa da questão, verifica-se que o falecido respeitou a legítima (parte indisponível) de seus herdeiros necessários, testando apenas sobre a parte disponível de seu patrimônio. Assim, não há que se falar em qualquer óbice ao cumprimento do testamento, ainda que, em momento posterior, o testador tenha um filho reconhecido em razão de sentença decorrente de ação de investigação de paternidade, que não afetará o testamento, mas apenas reduzirá a fração que caberá a cada um de seus herdeiros necessários. É possível compreender que a questão apontava para o reconhecimento da alternativa C como a correta. Entretanto, há um erro material na opção, tendo em vista que o nome do de cujus é CAIO, e não JOSÉ, como apontado na alternativa, o que torna a questão passível de anulação por ausência de alternativa correta. 16 DIREITO PROCESSUAL CIVIL 10. João e José formam um casal homoafetivo, sem filhos, que possuem domicílio certo em Cuiabá. A empresa Y atua no ramo de produção de cosméticos e também está localizada na capital do Estado do Mato Grosso. Com base nessas informações e nas regras de competência fixadas no CPC/2015, assinale a alternativa correta. (A) No caso de falecimento de José ocorrido no estrangeiro, o foro de situação dos bens imóveis será o competente para processar e julgar a ação de inventário. (B) No caso de ação de dissolução da união estável de João e José, será competente o foro do último domicílio do casal. (C) Se a empresa Y demandar ação de reparação de danos contra serventia notarial com sede no interior do Estado, por ato praticado em razão do ofício, será competente o foro da Comarca de Cuiabá. (D) Tramitando no juízo da Comarca de Cuiabá ação de falência da empresa Y, a intervenção da União como interessada no feito implicará na remessa dos autos à Justiça Federal. (E) Caso José proponha uma ação possessória imobiliária, terá competência relativa o juízo do foro de situação da coisa. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS A resposta da questão foi abordada em nossa aulão de revisão de véspera, na qual chamamos atenção dos alunos para a competência para processar e julgar as ações de dissolução de união estável. Além disso, a questão inteira foi abordada em nossa primeira rodada de processo civil da Turma de Reta Final TJ-MT. (A) INCORRETA. Segundo o artigo 48 do NCPC, “o foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro”. No caso da questão, José tinha domicílio em Cuiabá, razão pela qual o foro competente para processar o seu inventário é o da Comarca de Cuiabá, sendo irrelevante se o estava viajando ou passando férias no estrangeiro, já que possuía domicílio no Brasil. Ademais, a menção ao local onde estão os bens imóveis, neste caso, 17 é irrelevante, e tenta confundir o candidato com as hipóteses em que analisamos os limites da jurisdição nacional, especialmente a de “competência exclusiva”, prevista no artigo 23 do NCPC. (B) CORRETA. Art. 53 do NCPC – “Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal”. (C) INCORRETA. Art. 53, III, f, do NCPC – “Art. 53. É competente o foro: III - do lugar: f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício”. (D) INCORRETA. Em regra, quando há interesse jurídico da União, as ações anteriormente propostas perante a Justiça Estadual devem ser remetidas à Justiça Federal. No entanto, a Justiça Federal não tem competência para julgar as ações de falência, conforme dispõe o artigo 109, I, da Constituição, bem como o artigo 45 do NCPC: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; /Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselhode fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho”. (E) CORRETA. Art. 47, §2º, do NCPC – “Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. 11. A Advocacia Pública, o Ministério Público e a Defensoria Pública compõem as chamadas funções essenciais à justiça. A respeito da atuação dessas instituições no processo civil, assinale a alternativa correta. (A) O juiz determinará, de ofício, a intimação pessoal da parte patrocinada pela Defensoria Pública quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada. 18 (B) A curadoria especial é função institucional da Defensoria Pública e do Ministério Público. (C) Os membros da Defensoria Pública, do Ministério Público e da Advocacia Pública serão civil e regressivamente responsáveis quando agirem com dolo ou fraude no exercício de suas funções. (D) Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público terá vista dos autos antes das partes, sendo intimado de todos os atos do processo. (E) A intimação pessoal do membro do Ministério Público se dá da mesma forma da intimação pessoal do membro da Defensoria Pública, mas de forma diversa da prevista para os membros da Advocacia Pública. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 186, §2º, do NCPC – “Art. 186, § 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada”. (B) INCORRETA. Art. 72, Parágrafo único do NCPC – “Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. (C) CORRETA. Arts. 181, 184 e 187 do NCPC – “Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções. / Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções. / Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções”. (D) INCORRETA. Art. 179, I, do NCPC “Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo”. 19 (E) INCORRETA. A intimação pessoal de todos eles, inclusive da Advocacia Pública, será feita mediante remessa dos autos, conforme artigos 183, §1º, 180, e 186, §1º, todos do NCPC: “Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. / Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º / Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais. § 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º”. 12. O Código de Processo Civil de 2015 introduziu no sistema processual um mecanismo próprio e diferenciado, destinado a disciplinar situações que envolvem a desconsideração da personalidade jurídica. Acerca desse incidente, assinale a alternativa correta. (A) Será resolvido por decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, quando proferida pelo relator. (B) Não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais. (C) A instauração será dispensada se o pedido de desconsideração da personalidade jurídica for requerido na petição inicial. (D) Não é cabível na fase de cumprimento de sentença. (E) Quando tramitar em autos apartados não suspenderá o processo principal. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Realmente a decisão que julga o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é uma decisão interlocutória. Mas se este incidente for julgado pelo relator, no Tribunal, o recurso cabível não é o agravo de instrumento, mas o Agravo Interno, conforme artigo 136, Parágrafo único do NCPC – “Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno”. (B) INCORRETA. Art. 1062 do NCPC – “Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais”. 20 (C) CORRETA. Art. 134, §2º, do NCPC – “Art. 134, §2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica”. (D) INCORRETA. Art. 134, do NCPC – “Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial”. (E) INCORRETA. Não há esta diferenciação em autos apartados, de maneira que, instaurado o incidente, o juiz deverá suspender o processo, salvo se requerido na petição inicial, nos termos do artigo 134, §3º, do NCPC: “Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. § 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º”. 13. O Código de Processo Civil conceitua sentença como o pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Com relação à fase decisória, é correto afirmar que (A) o juiz não está autorizado a proferir decisão de mérito em relação à parte incontroversa do pedido, dando continuidade ao procedimento em relação às demais pretensões. (B) sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga o benefício da gratuidade da justiça para o autor, não efetuado o recolhimento das despesas no prazo assinalado, o processo não será extinto, mas o valor devido será encaminhado para inscrição em dívida ativa. (C) quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença com resolução de mérito. (D) na ação relativa à obrigação de pagar quantia, caso seja formulado pedido genérico, o juiz não está autorizado, na sentença, a definir a extensão da obrigação, que deverá ser apurada em liquidação. (E) desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual sentença terminativa. RESPOSTA: E COMENTÁRIOS 21 (A) INCORRETA. Art. 356, I, do NCPC – “Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso”. (B) INCORRETA. Art. 102, Parágrafo único do NCPC – “Art. 102.Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga a gratuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento de todas as despesas de cujo adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao recurso interposto, se houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções previstas em lei. Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o processo será extinto sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência requerida pela parte enquanto não efetuado o depósito”. (C) INCORRETA. Art. 57 do NCPC – “Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas”. (D) INCORRETA. Art. 491, do NCPC – “Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença”. (E) CORRETA. É o chamado Princípio da primazia do julgamento do mérito, previsto no artigo 488 do NCPC – “Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485”. 14. Em relação aos recursos previstos no Direito Processual brasileiro, é correto afirmar que (A) não possui efeito suspensivo o recurso especial ou ordinário contra a decisão do tribunal de segunda instância no julgamento de resolução de demandas repetitivas. (B) no caso de falecimento do recorrente, é possível ao sucessor a complementação do recurso já interposto. 22 (C) interposta apelação, não é possível ao juiz de primeiro grau convencer-se das razões expostas pelo apelante e alterar a sentença proferida. (D) a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida daquela e objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos. (E) não impede a interposição do recurso a aquiescência tácita da parte com relação à decisão proferida. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO! QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. A questão aponta como assertiva correta apenas a letra “D”. No entanto, conforme será exposto na explicação à assertiva “C”, esta também está correta. O tema Recursos foi abordado em nossa Terceira Rodada de Processo Civil da Turma de Reta Final TJ-MT. (A) INCORRETA. Trata-se de uma exceção aos efeitos dos recursos excepcionais, os quais, em regra, não possuem efeito suspensivo – “Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso. § 1o O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida”. (B) INCORRETA. Dispõe o artigo 1.004 do NCPC que, “se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da intimação”. Veja, entretanto, que a devolução do prazo só ocorrerá, obviamente, se o recurso ainda não foi interposto. Caso o recurso já tenha sido interposto, o sucessor não poderá complementar o recurso, pois terá ocorrido a preclusão consumativa. (C) INCORRETA. O gabarito considerou esta assertiva como incorreta. No entanto, esta assertiva está correta, uma vez que, como regra, conforme dispõe o artigo 494 do NCPC, “publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la para a) corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; ou b) por meio de 23 embargos de declaração. Ou seja, em regra, o juiz não pode convencer-se das razões expostas pelo apelante e alterar a sentença proferida. Conforme exposto em nossa Terceira Rodada de Processo Civil, no caso de apelação, o CPC previu apenas três hipóteses em que ocorrerá o efeito regressivo, ou seja, em que o juiz poderá, ao analisar as razões da apelação, retratar-se de sua sentença, sendo elas: a) apelação interposta contra sentença de indeferimento da petição inicial (art. 331); b) apelação interposta contra sentença de improcedência liminar (art. 332, §3º); c) apelação interposta contra sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito (art. 485, §7º, do NCPC. Desta forma, entendo que a questão deverá ser anulado ou, ao menos, considerar como correta a assertiva C. (D) CORRETA. Art. 988, Parágrafo único do NCPC – “Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos”. (E) INCORRETA. Art. 1000 do NCPC – “Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer”. 15. Para o Direito brasileiro, a Fazenda Pública, em razão da atividade de tutela do interesse público, ostenta condição diferenciada das demais pessoas físicas e jurídicas no processo, sendo correto afirmar que (A) assim como o Ministério Público e a Defensoria Pública, desfruta de prazo em dobro apenas para recorrer e contestar. (B) a prerrogativa do prazo em dobro aplica-se no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública. (C) o prazo fixado na Lei de Mandado de Segurança para apresentação de informações da autoridade impetrada deve ser contado em dobro. (D) o prazo fixado no Código de Processo Civil para impugnação pelo ente público do cumprimento da sentença deve ser computado em dobro. (E) o prazo para apelação do ente público no Mandado de Segurança será computado em dobro. RESPOSTA: E 24 COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 183 do NCPC – “Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal”. (B) INCORRETA. Art. 9º da Lei 10.259/01 – “Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias”. (C) INCORRETA. O artigo 7º, I, do NCPC, estipula que “ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações”. No entanto, este prazo de 10 dias para a apresentação de informações não é para a Fazenda Pública, mas sim para a autoridade coatora, que são coisas distintas. E ainda que assim não fosse, cumpre ressaltar que, segundo o §2º do artigo 183 do NCPC que “não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público”. No caso da prestação de informações no Procedimento do Mandado de Segurança, a FazendaPública já possui um prazo específico, conforme dispõe o artigo 7º, I, da Lei 12.016/09, não havendo que se falar, portanto, em prazo em dobro. (D) INCORRETA. No cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública, esta já possui um prazo específico para a impugnação, conforme dispõe o artigo 535 do NCPC: “Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: (...)”. (E) INCORRETA. A Lei 12.016/09 não estipula um prazo específico para a Fazenda Pública recorrer, razão pela qual deve ser aplicado o artigo 183 do NCPC, permitindo-se a contagem em dobro. 16. Com relação aos Juizados Especiais, assinale a alternativa correta. (A) Não poderão ser partes o incapaz, o preso, a massa falida, o insolvente civil e as sociedades de crédito ao microempreendedor. 25 (B) Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. (C) É admissível a denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. (D) É cabível o incidente de uniformização de jurisprudência quando houver divergência entre as decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito processual. (E) No Juizado Especial Cível, a decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. As sociedades de crédito ao microempreendedor podem ser partes nos Juizados Especiais Cíveis, conforme se verifica pela leitura do artigo 8º, caput, e §1º, IV, da Lei 9099/95: “Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil. § 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001”. (B) CORRETA. Art. 12 da Lei 9.099/95 – “Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária”. (C) INCORRETA. Art. 10 da Lei 9099/95 – “Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio”. (D) INCORRETA. Tal incidente tem cabimento apenas nos Juizados Especiais Federais e nos Juizados Especiais da Fazenda Pública. No entanto, o objetivo é compor divergência sobre direito material, e não processual, conforme dispõem os artigos 14 da Lei 10.259/01 e 18 da Lei 12.153/09: Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei. /Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material”. 26 (E) INCORRETA. Art. 59 da Lei 9099/95 – “Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei”. 17. Com relação ao direito à prova previsto no atual Código de Processo Civil, é correto afirmar que (A) a confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação, por meio de ação cuja legitimidade é exclusiva do confitente e não pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura. (B) dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos não poderão constar da ata notarial. (C) os peritos e assistentes técnicos estão sujeitos a impedimento ou suspeição. (D) a escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade. (E) fixados os honorários do perito, o juiz não poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. Art. 393 do NCPC – “Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura”. (B) INCORRETA. Art. 384, Parágrafo único do NCPC – “Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial”. (C) INCORRETA. Os peritos, obviamente, estão sujeitos ao impedimento e suspeição (art. 465, §1º, I, do NCPC). No entanto, o mesmo não ocorre com o assistente técnico, eis que, segundo o artigo 466, § 1º, do NCPC, “os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição”. 27 (D) CORRETA. Art. 419 do NCPC – “Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade”. (E) INCORRETA. Art. 465, §5º, do NCPC – “Art. 465, § 5o Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho”. 18. As tutelas provisórias têm como objetivo minimizar as consequências nefastas que o tempo do processo pode causar no direito da parte. No entanto, sua efetivação poderá causar prejuízos à parte adversa. A respeito do tema, assinale a alternativa correta. (A) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. (B) A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor não tem o condão de gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação da tutela de urgência. (C) Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em responsabilidade pela efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de culpa do requerente. (D) A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao final do processo foi cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, devendo ser realizada em autos apartados. (E) O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de indenização contra o requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a condenação do responsável. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS (A) CORRETA. Parágrafo único do artigo 302 do NCPC - “Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação 28 da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível”. (B) INCORRETA. Art. 302, IV, do NCPC - “Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa,se: IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor”. (C) INCORRETA. “A Segunda Seção do STJ é firme no entendimento de que os danos decorrentes da execução de tutela antecipada, assim como de tutela cautelar e execução provisória, são disciplinados pelo sistema processual vigente, independentemente da análise sobre culpa da parte, ou se esta agiu de má-fé (REsp 1767956/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018)”. (D) INCORRETA. Vide comentários às alíneas B e C. (E) INCORRETA. “A sentença de improcedência, quando revoga tutela concedida por antecipação, constitui, como efeito secundário, título de certeza da obrigação de o autor indenizar o réu pelos danos eventualmente experimentados, cujo valor exato será posteriormente apurado em liquidação nos próprios autos (REsp 1767956/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018)”. 29 DIREITO DO CONSUMIDOR 19. Nos termos das súmulas do STJ, assinale a alternativa correta. (A) O CDC se aplica nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. (B) O CDC se aplica aos contratos de planos privados de assistência à saúde na modalidade de autogestão. (C) É considerada abusiva a cláusula contratual de plano que saúde que preveja algum prazo de carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou urgência. (D) O CDC se aplica aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas. (E) É possível ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas nos contratos bancários. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS A questão foi inteiramente trabalhada na Turma de Reta Final TJ-MT e no aulão de revisão de véspera e no material das rodadas! Trata-se de questão bastante objetiva, que cobra, em cada uma de suas assertivas, enunciados de Súmula do STJ. (A) INCORRETA. Segundo a Súmula 563 do STJ: “O CDC é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas”. Sobre essa diferenciação, fizemos alerta na revisão de véspera. (B) INCORRETA. Segundo a Súmula 608 do STJ: “Aplica-se o CDC aos contratos de planos de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão”. Também sobre essa Súmula, que contém a regra e uma exceção expressa, fizemos registro na revisão de véspera, inclusive ressaltando o cancelamento da Súmula 469 (que só previa a regra), para que a exceção que já vinha sendo reconhecida na jurisprudência também constasse do enunciado. 30 (C) INCORRETA. A “pegadinha” dessa assertiva era não confundir a permissão de cláusula de carência para as situações de urgência e emergência em relações de planos de saúde com o prazo exíguo de carência que é permitido legal e jurisprudencialmente (até 24 horas contadas da contratação). Imaginando que essa pegadinha poderia ser cobrada em prova, alertamos mais de uma vez na nossa Turma de Reta Final (tanto no material das rodadas como na revisão de véspera). Vejamos a Súmula 597 do STJ: “A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação”. Em resumo: Cláusula de carência → em regra, VÁLIDA. Utilização dos serviços de assistência médica para as situações de emergência ou urgência → PRAZO DE CARÊNCIA DE ATÉ 24 HORAS CONTADAS DA CONTRATAÇÃO (prazo superior é cláusula abusiva – S. 597 STJ). (D) CORRETA. É a literalidade da Súmula 602 do STJ: “O CDC é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas”. (E) INCORRETA. Via de regra, as cláusulas abusivas inseridas em contratos de consumo são nulas de pleno direito (art. 51 do CDC) e podem ser reconhecidas de ofício pelo magistrado. A exceção foi prevista jurisprudencialmente para (só e somente só) os contratos bancários. Súmula 381 STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas”. 20. Estipêndio da Silva queria galgar rapidamente posições em sua profissão e para tal finalidade se inscreveu em uma instituição de ensino superior, próxima da sua residência, que oferecia curso por mensalidade módica. Contudo, concluídos os estudos, Estipêndio soube que o curso ainda não era reconhecido pelo Ministério da Educação e, em razão disso, não poderia obter o diploma. Sentindo-se ludibriado pela situação, pretende ser reparado pelos gastos na realização do curso. Diante dessa situação, assinale a alternativa correta, considerando também entendimento jurisprudencial sumulado sobre a questão. (A) A instituição de ensino responde objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor, ainda que comprove que deu prévia e adequada informação a Estipêndio antes de ele efetivar a matrícula. 31 (B) Se a instituição de ensino demonstrar que o não reconhecimento do curso no Ministério da Educação foi decorrente da burocracia governamental, não responderá pelos danos suportados por Estipêndio. (C) A questão retrata a hipótese de culpa concorrente, eis que caberia à instituição de ensino informar ao autor, assim como competia ao autor buscar informações sobre o curso antes da realização da matrícula. (D) A instituição de ensino responde objetivamente pelos danos sofridos pelo aluno/consumidor que realiza curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, mas exime-se da responsabilidade se provar que o aluno foi prévia e adequadamente informado do fato. (E) A instituição de ensino deve reparar Estipêndio pelos danos suportados para a realização do curso, se restar comprovado que houve dolo ou culpa da instituição, por tratar-se de hipótese de responsabilidade subjetiva. RESPOSTA: D COMENTÁRIOS Tratamos dessa questão, inclusive citando exemplo, tanto no aulão de véspera quanto no material escrito das rodadas. Para solucionar o caso concreto exposto, é preciso conhecer a Súmula 595 do STJ: “As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. No enunciado da questão, deixou-se claro que apenas quando “concluídos os estudos” Estipêndio da Silva tomou conhecimento da ausência de reconhecimento pelo MEC, razão pela qual não lhe foi dada prévia e adequada informação. (A) INCORRETA. A parte final da assertiva a torna incorreta (“ainda que comprove que deu prévia e adequada informação a Estipêndio antes de ele efetivar a matrícula”), pois viola a parte final da Súmula 595. (B) e (C) INCORRETAS. A responsabilidade da instituição de ensino superior é OBJETIVA e, para além disso, decorre de violação do seu dever de informar, verdadeira publicidade enganosa por omissão, pois a situação de ainda se estar buscando administrativamente o reconhecimento do MEC deve ser objeto de prévia e adequada informação ao 32 consumidor/aluno, para que este possa avaliar se deseja, ainda assim, assumir o risco e efetuar o curso. De acordo com os arts. 6o, IV, e 37 do CDC, é vedada a publicidade, inteira ou parcialmente, enganosa. O par. 1o do art. 37 define a publicidade enganosa nos seguintes termos: § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preçoe quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. O sistema protetivo do CDC, ademais, não impõe ao consumidor o dever de buscar as informações que são do seu interesse. Esse dever básico de informar é apenas do fornecedor, conforme arts. 6o, III, e 31 do CDC. Art. 6o. São direitos básicos do consumidor: (...) III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem. Art. 31. A oferta e a apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. (D) CORRETA. Como já explicitado acima. (E) INCORRETA. Como visto, a teor do sistema geral de responsabilidade objetiva do CDC (exemplo arts. 14 e 20 do CDC, no que tange a serviços) e do próprio enunciado da Súmula 595, a responsabilidade é objetiva. 21. No que concerne ao banco de dados e cadastro de consumidores, considerando também o posicionamento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa correta. (A) É indispensável que a carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em banco de dados e cadastros seja expedido com aviso de recebimento (AR). 33 (B) A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito pelo prazo máximo de cinco anos, exceto se a execução se tornar prescrita antes desta data. (C) No prazo de cinco dias úteis a partir do integral e efetivo pagamento do débito, o credor deverá promover a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes. (D) A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de dados, não dispensa o consentimento do consumidor, que deverá ser esclarecido sobre as informações valoradas e as fontes dos dados considerados nos cálculos. (E) O órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito deve notificar o devedor após proceder à inscrição no cadastro de inadimplentes. RESPOSTA: C COMENTÁRIOS Essa questão foi inteiramente trabalhada com a Turma de Reta Final TJ-MT e no aulão de revisão de véspera! Trata-se de questão bastante objetiva, que cobra, em cada uma de suas assertivas, enunciados de Súmula do STJ. (A) INCORRETA. É uma “pegadinha” clássica! O Aviso de Recebimento é dispensável! A notificação, além de ser prévia e por escrito, precisa ser acompanhada de prova de efetiva notificação do devedor (ex.: aviso de recebimento)? Não! A questão já foi pacificada pelo STJ. Súmula 404 do STJ. “É dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros”. (B) INCORRETA. O par. 1o do art. 43 do CDC, ao mesmo tempo em que dispõe sobre alguns requisitos a serem obedecidos pelos cadastros e dados dos consumidores (“devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão”), estabelece um limite temporal para as informações negativas: não podem constar quando referentes a um período superior a 5 anos (prazo máximo das informações negativas). 34 Súmula 323 do STJ. A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco (5) anos, independentemente da prescrição da execução. (C) CORRETA. De quem é a responsabilidade pela retirada do nome do consumidor do cadastro, quando paga a dívida? No caso de pagamento da dívida ou acordo entre as partes, cabe ao credor tomar as medidas para a retirada do nome do devedor de cadastro de inadimplentes, sob pena de sua responsabilização civil. Há prazo para a retirada? Sim, aplicando-se analogicamente o par. 3o do art. 43 do CDC (que trata do prazo para correção de inexatidões em cadastros e bancos de dados), o STJ entende que o prazo é de cinco dias úteis, contados do efetivo e integral pagamento do débito. Súmula 548 do STJ. “Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito”. (D) INCORRETA. Primeiramente, o que é o sistema creditscoring? O sistema "creditscoring" é um método desenvolvido para avaliação do risco de concessão de crédito, a partir de modelos estatísticos, considerando diversas variáveis, com atribuição de uma pontuação ao consumidor avaliado (nota do risco de crédito). Ex.: Pretendo obter, junto a uma instituição financeira, um empréstimo pessoal. Para fins de concessão ou não do crédito, é feita uma análise de variáveis sobre a minha vida, com atribuição de pontuação (em suma, para se avaliar se serei ou não uma boa “pagadora”) para fatores como idade, sexo, estado civil, profissão, renda, histórico de crédito etc. Como já estudado acima, trata-se de uma prática comercial lícita (posição do STJ). Premissa (STJ): não se trata de um cadastro ou banco de dados de consumidores, mas de uma metodologia de cálculo do risco de crédito, utilizando-se de modelos estatísticos e dos dados existentes no mercado acessíveis via internet. Pode-se, assim, compreender o teor do enunciado: Súmula 550 do STJ. A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes de dados considerados no respectivo cálculo. (E) INCORRETA. A notificação deve ser anterior, e não posterior! Súmula 359 do STJ. “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição”. 35 22. Nos termos do CDC, no que tange à desconsideração da personalidade jurídica, assinale a alternativa correta. (A) As sociedades coligadas só responderão por culpa. (B) As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do CDC. (C) As sociedades consorciadas são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do CDC. (D) A desconsideração da personalidade jurídica não poderá ser efetivada quando houver falência ou estado de insolvência. (E) Não será possível a desconsideração da personalidade jurídica na hipótese de encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS As responsabilidades societárias estão previstas nos parágrafos 2º, 3º e 4º do art. 28. (A) CORRETA. Responsabilidade subjetiva das sociedades coligadas (§ 4º): As sociedades coligadas só responderão por culpa. (B) INCORRETA. Responsabilidade subsidiária dos grupos societários e sociedades controladas (§ 2º): § 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. O erro da assertiva está no vocábulo “solidariamente”, pois se trata de responsabilidade subsidiária. (C) INCORRETA. Responsabilidade solidária das sociedades consorciadas (§ 3º): § 3º. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. O erro da assertiva está no vocábulo “subsidiariamente”, pois se trata de responsabilidade solidária. 36 RESUMO DA RESPONSABILIDADE DAS SOCIEDADES INTEGRANTES DOS GRUPOS SOCIETÁRIOS E CONTROLADAS SUBSIDIÁRIA CONSORCIADAS SOLIDÁRIA MNEMÔNICO: CONSOLIDÁRIA COLIGADAS SÓ RESPONDEM POR CULPA MNEMÔNICO:COLIGOCULPA (D) e (E) INCORRETAS O caput do art. 28 do CDC prevê expressamente: Art. 28. (...) A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. 23. Salamandra dos Santos estava em um grande centro de compras, cujo teto desmoronou, sofrendo ferimentos na perna, com sequelas que a impede de empreender marcha regular. O acidente causou a morte e ferimentos em centenas de pessoas que se encontravam no local. Várias das pessoas que foram atingidas pelo desabamento formaram uma associação que pretende ingressar com ação coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos em face do centro de compras. Diante desses fatos hipotéticos, assinale a alternativa correta. (A) Se a ação coletiva for proposta, Salamandra poderá se beneficiar de eventual sentença condenatória dessa ação, ainda que não seja integrante da associação. (B) Se Salamandra ingressar com ação judicial individual, não requerer suspensão e esta for julgada improcedente, não poderá se beneficiar da sentença favorável com o mesmo pleito que seja proferida na ação coletiva. (C) Não é possível o ingresso da ação coletiva pela associação pelo não preenchimento do requisito da pré-constituição há pelo menos um ano. (D) Diante da grande dimensão do dano que evidencia manifesto interesse social, a associação poderá ingressar com ação coletiva, desde que tenha autorização assemblear. 37 (E) Se Salamandra se filiar à associação e esta ingressar com ação coletiva, não poderá ingressar com ação individual com o mesmo desiderato. RESPOSTA: B COMENTÁRIOS (A) INCORRETA. É amplamente majoritário na jurisprudência o entendimento de que as associações são representantes, e não substitutas processuais, dos seus associados, exigindo-se autorização expressa dos associados para que estejam legitimadas a agir. STF: RE 573.232/SC (Informativo 746 - Tribunal Pleno, julgado em 14/05/2014, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-182 DIVULG 18-09-2014 PUBLIC 19-09-2014). Decidiu que a autorização estatutária genérica concedida à associação não é suficiente para legitimar sua atuação em juízo na defesa de interesses de seus filiados, sendo necessário que os associados a autorizem de forma expressa e específica, seja através de: - declaração individual; ou - aprovação na assembleia geral da entidade. Dessa forma, os não associados não podem se beneficiar da sentença coletiva favorável. Nesse sentido: O servidor não filiado não detém legitimidade para executar individualmente a sentença de procedência oriunda de ação coletiva proposta por associação de servidores (exceto se a sentença coletiva favorável for proferida em sede de Mandado de Segurança Coletivo, pelas razões acima explicitadas) – REsp 1.374.678/RJ, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, T4, j. em 23/06/2015. No mesmo passo, a recente decisão do STF: - Beneficiários do título executivo, no caso de ação proposta por associação, são aqueles que, residentes na área compreendida na jurisdição do órgão julgador, detinham, antes do ajuizamento, a condição de filiados e constaram da lista apresentada com a peça inicial (RE 612.043/PR, Rel. Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, j. em 10/05/2017). (B) CORRETA. Consideramos que a assertiva não se utilizou da melhor técnica de redação, pois não esclareceu explicitamente se Salamandra tomou ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva pela associação. De todo modo, não acho que seja o suficiente para anulação da questão. A assertiva envolve o conhecimento do art. 104 do CDC. 38 Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. Dessa forma, se Salamandra não requereu a suspensão da sua demanda individual, de fato, não poderá se beneficiar dos efeitos da coisa julgada coletiva. (C) INCORRETA. O requisito da pré-constituição temporal (no mínimo por um ano) não é absoluto e poderá ser afastado no caso concreto, por decisão do magistrado. O julgador pode dispensar esse requisito, quando houver manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido (LACP, art. 5º, par. 4º; CDC, art. 82, par. 1º). Observe-se que compete a análise da dispensa ou não do requisito temporal ao magistrado atuante no caso específico (a dispensa, portanto, não é automática, e sim ope judicis). Ademais, pode ser fundamentada em duas situações alternativas: i) o manifesto interesse social (cujos parâmetros são a dimensão ou a característica do dano); ou ii) a relevância do bem jurídico a ser protegido. (D) INCORRETA. Como visto nos comentários à assertiva acima, o manifesto interesse social (que realmente pode ser evidenciado pela dimensão do dano) pode excepcionar o requisito temporal da pré-constituição da associação. Todavia, a legitimidade ativa da associação depende também de outro requisito omitido na assertiva, que é a constituição na forma da lei (“legalmente constituídas”). O inciso IV do art. 82 do CDC ainda é claro ao prever que é “dispensada a autorização assemblear”. Incorreta, portanto, a assertiva. (E) INCORRETA. A assertiva está incorreta porque assim prevê a primeira parte do art. 104 do CDC: “Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais”. 24. Alarmino Figueira adquiriu um secador de cabelos para presentear sua sogra, Dona Afrodite Merluza. O secador era de uma marca conhecida e continha folheto com instruções de uso e identificação de fabricante. Contudo, quando sua sogra foi utilizar o secador de cabelos pela primeira vez, conforme as instruções do manual do usuário, o objeto explodiu, causando-lhe queimaduras no rosto e nas mãos. Diante desse fato hipotético, assinale a alternativa correta. 39 (A) Trata-se de responsabilidade pelo fato do produto, pois o secador de cabelos se mostrou defeituoso, porque não ofereceu a segurança que dele legitimamente se espera, devendo o fabricante ser responsabilizado pelo dano causado a Dona Afrodite. (B) Trata-se de vício do produto, porque não teve utilidade para o fim ao qual foi adquirido. (C) Trata-se de acidente de consumo, ensejando responsabilidade pelo fato do produto, e o consumidor deve acionar o comerciante que vendeu o produto. (D) Alarmino Figueira deve pleitear a substituição, o abatimento ou a devolução integral do preço, bem como reparação pelos danos sofridos por Dona Afrodite, no prazo decadencial de 90 dias. (E) Tratando-se de hipótese de responsabilidade por vício do produto, a ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação do produto não o exime de responsabilidade. RESPOSTA: A COMENTÁRIOS Essa questão foi trabalhada na Rodada 1 da Turma de Reta Final TJ-MT. ALTERNATIVAS A (CORRETA), B (INCORRETA) e E (INCORRETA) De um lado, tem-se a responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, que compreende os defeitos de segurança, e de outro, a responsabilidade por vício do produto ou do serviço, que abrange os vícios por inadequação. A diferença pode ser assim resumida: a) haverá vício de adequação sempre que um produto ou serviço não corresponder à legítima expectativa do consumidor quanto à sua utilização ou fruição (comprometimento da prestabilidade); b) haverá defeito de segurança quando, além de não corresponder
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