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Direito Tributário (Aula 1 de 2)

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DIREITO TRIBUTÁRIO (Aula 1/2)
Introdução
Por intermédio de sua atividade financeira, o Estado obtém, gere e aplica os meios próprios para satisfazer a coletividade e realizar os seus fins. Assim, o Estado conta com algumas formas de obtenção de receitas financeiras, quais sejam, as receitas originárias - decorrentes de doações, legados e preços públicos (estes, por sua vez, provenientes da exploração do patrimônio próprio do Estado) - e as receitas derivadas - decorrentes dos tributos e multas. A receita tributária, ou seja, a arrecadação de tributos, é a mais comum e eficiente.
As fontes do Direito Tributário podem ser divididas em primárias e secundárias. As fontes primárias são as leis em sentido amplo: CF/88, leis ordinárias, leis complementares, medidas provisórias (MP), leis delegadas, emendas constitucionais, decretos legislativos, resoluções do Senado Federal e, por fim, tratados e convenções internacionais.
Por sua vez, as fontes secundárias são os atos administrativos que regulamentam a fonte primária: decretos (são normas editadas pelo chefe do Poder Executivo para o cumprimento das leis tributárias), portarias, instruções normativas, regulamentos e normas complementares dispostas no art. 100 do CTN (não inovam no ordenamento, apenas explicitam as leis, decretos, tratados e convenções internacionais).
Dentre as fontes do Direito Tributário, é importante tecer comentários acerca da CF/88, leis ordinárias, leis complementares, medidas provisórias (MP), leis delegadas e emendas constitucionais.
CF/88
A CF/88 estabelece as competências tributárias aos entes federativos (U, E, DF e M), ou seja, estabelece/confere à União, Estados, Distrito Federal e Municípios o poder de tributar. Além disso, a CF/88 também estabelece limites a esse poder de tributar.
É importante ressaltar que a CF não cria tributos, apenas confere competência para que os entes políticos instituam - por meio de lei - os tributos.
Leis ordinárias
Em regra, são as leis ordinárias o veículo normativo necessário/capaz de instituir, aumentar ou extinguir os tributos.
Leis complementares
Em regra, a lei complementar não cria tributos, salvo nas hipóteses do IGF, empréstimos compulsórios e competência residual da União. Ou seja, é a lei complementar que cria o IGF, empréstimos compulsórios e dispõe acerca da competência residual da União. À exceção destes, todos os demais tributos devem ser criados por lei ordinária, medida provisória ou lei delegada.
São funções da lei complementar em matéria tributária (arts. 146 e 146-A, CF): I- dispor sobre conflitos de competência entre os entes federativos; II- regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III- dispor sobre normas gerais em matéria tributária; IV- dispor sobre o tratamento tributário praticado pelas sociedades cooperativas; V- definir tratamento diferenciado e favorecido para as MEI e EPP; VI- estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência da União estabelecer normas de igual objetivo.
Por fim, frisa-se que as leis complementares devem ser aprovadas por maioria absoluta.
Medidas provisórias (MP)
As medidas provisórias não são lei, mas têm força de lei e estão no mesmo nível das leis ordinárias. Ou seja, têm força de lei ordinária.
Uma vez que as medidas provisórias têm força de lei, então é plenamente possível a instituição de tributo por MP.
As medidas provisórias somente podem ser editadas/instituídas pelo Presidente em casos de urgência e relevância, devendo ser apreciadas em casa uma das casas do Congresso Nacional no prazo de 60 dias, prorrogáveis automaticamente uma única vez por mais 60 dias. Têm validade, portanto, pelo prazo máximo de 120 dias, sendo o projeto de conversão em lei considerado aprovado por maioria simples.
É importante ressaltar que, como as medidas provisórias têm força de lei ordinária, não servem para disciplinar as matérias para as quais é exigida reserva de lei complementar. Dessa maneira, é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria reservada à lei complementar.
Leis delegadas
As leis delegadas dispõem sobre matérias específicas e são elaboradas pelo Presidente, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
As leis delegadas podem ser utilizadas para criar tributos, salvo no caso dos tributos que exigem sua criação por lei complementar.
Emendas constitucionais (EC)
As emendas constitucionais podem alterar, dentro dos limites estabelecidos pelo poder constituinte originário (não é permitido que a proposta de emenda tenda a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e, por fim, os direitos e garantias individuais), princípios e regras reguladoras de todo o sistema tributário.
Vigência da legislação tributária no espaço e no tempo
A legislação tributária vigora nos limites do território do ente federativo respectivo. Leis estrangeiras, em regra, não são aplicáveis em nosso país.
As leis tributárias que instituam ou majorem tributos devem obedecer ao princípio da anterioridade (estudaremos os princípios mais à frente, que se constituem como limitações ao poder de tributar, assim como as imunidades). Salvo disposição em contrário, os atos administrativos entram em vigor na data de sua publicação; as decisões com eficácia normativa, 30 dias após sua publicação; os convênios, na data neles prevista.
Tributo
O conceito de tributo não está definido na CF e sim no CTN (art. 3º). Trata-se de uma prestação pecuniária compulsória, paga em moeda ou valor que possa exprimir, instituída em lei, que não constitua sanção de ato ilícito, e cobrada mediante atividade administrativa vinculada.
Dizer que o tributo é pago em moeda ou valor que possa exprimir, significa que deve ser pago em dinheiro (ex.: não posso pagar com meu carro), porém, há de se ressaltar que pode ser pago também em cheque e que existe a exceção da dação em pagamento de bem imóvel.
O tributo não constitui sanção por ato ilícito, pois o mesmo não se trata de uma pena, de um castigo, tampouco uma multa. Se paga o tributo por praticar o fato gerador, ou seja, por praticar exatamente a hipótese de incidência prescrita na lei.
O tributo é cobrado mediante atividade administrativa vinculada, pois a Fazenda não poderá utilizar-se do poder discricionário (em razão de oportunidade e conveniência), ao contrário, deverá cobrar o tributo exatamente como se encontra previsto na lei. Nesse sentido, para constituir um crédito tributário e cobrar o pagamento do tributo, deverá o Fisco efetuar o lançamento tributário.
Espécies tributárias
Imposto
É o tributo exigível independentemente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Ou seja, o imposto independe de qualquer contraprestação estatal específica, motivo pelo qual é classificado como um tributo não vinculado.
A CF veda a vinculação da receita dos impostos. Isto é, sua receita não deve ter destinação específica. Mas existe uma importante exceção, uma vez que a repartição das receitas dos impostos pode ser vinculada.
Observação: é por meio do imposto que o Estado custeia os serviços genéricos.
O imposto pode ser classificado em real (incide independentemente da riqueza do contribuinte, por ex., IPVA e IPTU), pessoal (varia de acordo com a riqueza/capacidade contributiva, por ex., IR), direto (por sua essência deve ser suportado pelo contribuinte, não podendo ser repassado ao consumidor final, por ex., IPTU de uma loja) e indireto (admite a transmissão do ônus financeiro, por ex., ICMS e ISS).
Por fim, segundo a CF, sempre que possível o imposto irá variar conforme a riqueza/capacidade contributiva.
Taxa
É o tributo exigível em razão do exercício do poder de polícia(taxa de polícia) ou pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição (taxa de serviço). Ou seja, a taxa destina-se a custear o respectivo serviço público, motivo pelo qual é classificada como um tributo vinculado. Nesse sentido, ao pagar uma taxa, se não houver contraprestação estatal, a cobrança será inconstitucional.
Referente à taxa de serviço, é necessário fazer uma diferenciação entre a prestação de um serviço singular ("uti singuli") e a prestação de um serviço universal e genérico ("uti universi"), isto porque para a taxa de serviço ser constitucional, o serviço deve ser singular (ex.: taxa de incêndio, taxa de limpeza domiciliar, etc.). Por outro lado, exemplo de taxa de serviço inconstitucional seria o caso de uma taxa de limpeza urbana, pois este serviço é de natureza universal e genérica. Da mesma forma, a taxa de segurança pública também seria inconstitucional, pois a polícia presta um serviço genérico e não singular.
Observação: o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado por taxa, e sim através de contribuição especial (CIP).
Ponto importante a ser ressaltado é que a taxa não poderá ter base cálculo própria de imposto, tampouco fato gerador idêntico. Mas atenção para a Súmula Vinculante 29 do STF, que diz que embora a taxa não possa ter base de cálculo do imposto, pode ter um ou mais elementos da sua base de cálculo.
No tópico anterior, acerca dos impostos, afirmamos que, segundo a CF, sempre que possível o deverá variar conforme a capacidade contributiva. Mas e as taxas, se submetem à capacidade contributiva? O STF decidiu que sempre que possível os tributos devem se submeter ao princípio da capacidade contributiva.
Por fim, vamos falar sobre a questão da taxa de uso e da taxa judiciária. Em primeiro lugar, frisa-se que a taxa de uso é inconstitucional. E isto nos leva à questão da taxa judiciária. Isto porque o STF criou uma ficção jurídica, dizendo que a taxa judiciária é uma taxa de serviço, mas que somente se paga quando usa, mas não é taxa de uso. Dessa maneira, já que por uma ficção jurídica a taxa judiciária é constitucional e enquadrada como taxa de serviço, deve esta taxa se submeter a todos os princípios inerentes ao tributo e, sendo assim, o presidente do Tribunal não pode modificar a taxa judiciária, somente a lei (em respeito ao princípio da legalidade).
Caso caia na prova uma questão perguntando se as custas judiciais (taxa judiciária) podem ser modificadas por regulamento do Tribunal, a resposta é não, pois se trata de um tributo e somente pode ser modificada por lei.
Taxa ≠ tarifa (ou preço público)
A taxa é compulsória, pois é tributo, e remunera serviços públicos fundamentais prestados diretamente pelo Estado, conforme estudamos no tópico anterior. 
Já a tarifa (ou preço público) é facultativa, e remunera serviços prestados indiretamente pelo Estado.
Contribuição de melhoria
É o tributo exigível em decorrência de obra pública que implique valorização imobiliária, ou seja, o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. Destina-se a custear parcialmente a obra realizada.
Portanto, o objetivo da contribuição de melhoria é ressarcir aos cofres públicos o montante gasto na obra pública, na proporção da valorização aproveitada pelo particular. Assim, perceba que a cobrança da contribuição de melhoria deve obedecer 02 limites: individual (o valor máximo da contribuição exigida do proprietário/contribuinte não pode ultrapassar o montante da valorização do seu imóvel) e total (somadas todas as contribuições arrecadadas, o valor final não deve ultrapassar o custo total da obra).
A contribuição de melhoria nunca dirá respeito a um serviço, será sempre decorrente de obra pública. Vamos imaginar a instalação de uma UPP (serviço). Pode ser cobrada contribuição de melhoria em razão da instalação da UPP, que trouxe melhorias na segurança e com isso valorizou os imóveis daquela área? Claro que não, pois o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel em razão de obra pública. Se o fato gerador da contribuição de melhoria for serviço, a cobrança será inconstitucional.
Outro ponto importante é que somente gera a incidência da cobrança da contribuição de melhoria a obra nova. Assim, a colocação do asfalto numa via é obra nova, a qual poderá incidir a cobrança da contribuição. Por outro lado, a manutenção do asfalto não é uma obra nova e por isso não gera hipótese de incidência de cobrança da contribuição.
Por fim, cabe ressaltar que a lei que prevê a instituição da contribuição de melhoria deve ser editada/publicada antes do início das obras.
Empréstimo compulsório
É o tributo restituível, exigível em decorrência de: I- despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência; ou II- investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Com relação ao empréstimo compulsório instituído para atender despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública ou guerra externa, frisa-se que não obedece ao princípio da anterioridade. Por outro lado, o empréstimo compulsório instituído para investimento público de caráter urgente, frisa-se, deve obedecer ao princípio da anterioridade.
Só quem pode instituir empréstimo compulsório é a União, mediante lei complementar. Ou seja, não pode ser tratado/instituído por lei ordinária, lei delegada ou medida provisória, tem a obrigatoriedade de ser instituído por lei complementar (reserva de lei complementar).
O fato gerador do empréstimo compulsório não está prescrito na CF. O fato gerador é criado pela lei complementar, ou seja, a lei complementar ao instituir o empréstimo compulsório deverá prever o fato gerador, prazo e requisitos para a restituição (afinal, o empréstimo compulsório é restituível).
Cabe ressaltar que a calamidade pública pode ser local, ou seja, poderia ter sido instituído empréstimo compulsório no morro do Bumba, em Mariana, etc.
O empréstimo compulsório não é vinculado, mas sua receita sim, isto é, se criado em virtude de guerra, somente poderá ser utilizado para a guerra.
Observação importante para relembrar: a taxa é o único tributo vinculado! O imposto não é vinculado, conforme já estudamos, mas sua repartição de receitas pode ser vinculada. Da mesma forma, o empréstimo compulsório não é vinculado, mas sua repartição de receitas pode ser vinculada, com a especificidade/requisito de necessariamente ser vinculada ao motivo que ensejou a instituição do empréstimo compulsório (guerra, calamidade pública ou investimento público urgente e de interesse nacional). Por sua vez, as contribuições não são vinculadas e sim destinadas.
Contribuições especiais
As contribuições especiais têm como principal característica a finalidade/destinação para a qual são criadas. Em regra, quem institui as contribuições especiais é a União, porém, comporta exceção (no caso da COSIP, conforme veremos mais adiante). As contribuições especiais subdividem-se em 06:
(1) Contribuições sociais gerais
São instituídas/destinadas para financiar atividades ligadas à ordem social, com exceção da seguridade social. São exemplos a contribuição ao salário-educação e o sistema "S" (Sesi, Senai, Senac, Senar, Sescoop, Sest Senai, Sesc e Sebrae).
(2) Contribuições sociais para a Seguridade Social
São instituídas/destinadas para o financiamento e manutenção da seguridade social, sendo que esta compreende os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. São exemplos a CSLL, COFINS, PIS, etc.
(3) Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE)
São instituídas/destinadas para intervir sobre a parcela da atividade econômica em que atuam os agentes privados e dar efetividade às políticas econômicas. São exemplos a CIDE-petróleo e CIDE-tecnologia.
Cumpre ressaltar que a CIDE somente pode ser cobrada dos integrantes do ramo da atividade econômica objeto da intervenção.
(4) Contribuições de interesse das categorias profissionaisou econômicas (corporativas)
São instituídas/destinadas para financiar atividades de interesse das categorias profissionais ou econômicas. São exemplos a contribuição à OAB, CRC, CRM, etc.
(5) Contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP)
São instituídas/destinadas para custear o serviço de iluminação pública. Cumpre ressaltar que a competência para a instituição da COSIP é dos Municípios e do Distrito Federal, ou seja, é uma exceção, pois em regra, é a União que institui as contribuições especiais.
Questão interessante: pode ser cobrada CIP para contribuinte que não possui energia elétrica na sua rua? Sim, pois a destinação não é vinculada e sim destinada. O contribuinte paga para um dia ter o serviço.
(6) Contribuições sociais para a seguridade social dos servidores
São instituídas/destinadas para financiar a previdência social dos servidores públicos. Cumpre ressaltar que a competência para a sua instituição é comum a todos os entes federativos.
Competência tributária (poder de tributar)
Como as espécies tributárias - imposto, taxas, contribuição de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios - são inseridas em nosso ordenamento jurídico? Através da competência tributária.
A competência tributária é a atribuição/outorga dada pela CF, aos entes federativos, para que possam criar ou majorar tributos.
Frisa-se que a CF consagrou o princípio do federalismo, delimitando e distribuindo entre os entes políticos o poder de tributar, garantindo o equilíbrio entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A CF não cria tributos! Apenas outorga à União, Estados, Distrito Federal e Municípios o poder de criar ou majorar tributos, por meio da competência tributária.
São características da competência tributária:
a) Inalterabilidade - Os entes federativos não podem ampliar suas competências tributárias, da forma que somente uma emenda constitucional poderá realizar tal alteração.
b) Facultativa - A competência tributária é facultativa, pois o ente federativo pode ou não exercer a competência, ou seja, pode optar se institui ou não o tributo previsto, à exemplo do IGF, tendo em vista que a União não exerceu sua competência para instituir tal imposto.
c) Privativa - As competências conferidas pela CF à determinado ente federativo implicam a interdição dessa mesma competência a outro ente.
d) Indelegabilidade - Não é permitido que o ente federativo o qual recebeu a competência, delegá-la a outro ente.
e) Irrenunciabilidade - Em razão da competência ser proveniente de uma norma constitucional, mesmo que o ente federativo não exerça a competência, ou seja, não crie o tributo, não terá o direito de renunciar à essa competência.
f) Incaducabilidade - O ente federativo pode exercer o poder de tributar quando desejar, sem que tenha que se preocupar com o seu "prazo de validade", pois o não exercício da competência tributária não a defere a outro ente.
Existem 05 modalidades de competência tributária. Vejamos:
1) Competência comum - Diz respeito às taxas e contribuições de melhorias, as quais podem ser instituídas tanto por qualquer dos entes federativos, desde que respeitadas as matérias outorgadas pela CF para cada ente.
2) Competência privativa - Refere-se à criação de impostos, uma vez que cada ente federativo possui uma competência privativa sobre determinado conteúdo econômico (ex.: propriedade, renda, patrimônio, etc.).
3) Competência especial - Refere-se à criação das contribuições especiais e empréstimo compulsório.
4) Competência residual - É exclusiva da União para a criação de novos impostos ou contribuições sociais, ressaltando que essa criação deve atender algumas condições, tais como sua a necessidade da sua criação se dar por meio de lei complementar, não poderá haver cumulatividade e, por fim, o fato gerador e a base de cálculo devem ser diferentes dos impostos já discriminados na CF.
5) Competência extraordinária - No caso de guerra ou sua iminência, a União poderá criar o IEG (imposto extraordinário guerra) sobre conteúdos econômicos compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos gradativamente quando cessadas as causas de sua criação.
Competência tributária ≠ competência para legislar o direito tributário
Frisa-se que competência tributária é totalmente diferente de competência para legislar o direito tributário. Como já vimos, a competência tributária cria, institui e majora tributos; enquanto a competência para legislar o direito tributário diz respeito a leis que versam sobre tributos já instituídos e sobre suas relações jurídicas.
Mas então quem tem competência para legislar o direito tributário? De acordo com o art. 24 da CF, trata-se de uma competência concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, porém, cabe à União versar sobre as normas gerais de direito tributário, e aos Estados e Distrito Federal cabe suplementar essa legislação. Exemplo é o CTN, que é uma norma geral de direito tributário editada pela União.
Cabe ressaltar que se a União não editar/versar sobre matéria que caberia à ela, os Estados e o Distrito Federal passarão a ter competência plena para legislar sobre a matéria. É o que aconteceu, por exemplo, com o IPVA. Isto porque o IPVA veio depois da edição do CTN (1966) e, dessa forma, os Estados ficaram obrigados a legislar sobre o IPVA.
Mas o que acontece se posteriormente a União legislar acerca da matéria? Neste caso, deverá prevalecer a lei federal, enquanto ficará suspensa a eficácia da lei estadual. O que se deve destacar é que em hipótese alguma haverá revogação da lei estadual, pois não há hierarquia entre a lei federal e a lei estadual.
Pois bem. Falamos da competência da União, Estados e Distrito Federal para legislar o direito tributário, que, a depender da circunstância, será concorrente ou suplementar. Mas e os Municípios, estes também possuem competência para legislar o direito tributário? Sim. Segundo o art. 30 da CF, os Municípios podem legislar sobre assuntos de interesse local e, dessa maneira, suplementar a legislação federal e estadual no que lhe couber.
Capacidade tributária ativa
Embora a nomenclatura da competência tributária e da capacidade tributária ativa sejam semelhantes, os institutos diferem entre si. Já vimos que a competência tributária é o poder conferido pela CF aos entes federativos para a instituição de tributos. Trata-se de regra constitucional, conforme já estudamos.
Por sua vez, a capacidade tributária ativa consiste na atividade de arrecadar e fiscalizar tributos. Tem como principais características o fato de ser delegável (lembre-se que a competência tributária é indelegável) a outras pessoas jurídicas de Direito Público (ex.: autarquias profissionais ou mesmo outro ente federativo), bem como de possuir natureza precária, uma vez que a sua delegação pode ser revogada a qualquer tempo. Ressalta-se que a capacidade vem delegada em decorrência de uma lei ordinária.
Vejamos o panorama: somente a União pode instituir, por exemplo, o IGF, porém, a União pode delegar a arrecadação e fiscalização deste tributo a outra pessoa jurídica de Direito Público. Neste caso, a União possui o poder mais abrangente (competência), pois cria um tributo, não sendo necessário que ela própria arrecade e fiscalize a tributação de referido imposto (poder menos abrangente), sendo permitido que a União delegue a capacidade tributária ativa a outras pessoas jurídicas de Direito Público.
Fato gerador
Fato gerador é um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vinculou o nascimento da obrigação jurídica de pagar determinado tributo. A lei descreve situações que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se fixe o momento do nascimento da obrigação tributária.
O fato gerador será sempre um ato lícito, porém, existe exceção, pois os frutos da atividade ilícita podem ser tributados, a exemplo do IR do traficante de drogas, tendo em vista que para o direito tributário importará a incorrência no fato gerador, que, no caso, é auferir renda. Nesse sentido, perceba o panorama:na venda de drogas não incide ICMS (fato gerador é atividade ilícita), mas o traficante de drogas recolhe IR (o fato gerador é interpretado abstraindo-se a validade dos atos praticados).
Obrigação tributária
Obrigação tributária é o vínculo que se estabelece entre o Estado (credor - sujeito ativo - Fisco) e o particular (devedor - sujeito passivo - contribuinte), em função da ocorrência de um fato previsto na legislação tributária como incidente na obrigação do pagamento do tributo.
Segundo o CTN, a obrigação tributária é o vínculo que se estabelece entre o Estado e o particular, em virtude de uma prestação de cunho patrimonial, prevista na legislação tributária, traduzida na obrigação de pegar o tributo, ou penalidade, ou em fazer alguma coisa no interesse do Fisco, ou deixar de praticar determinado ato de acordo com a lei.
A obrigação tributária se subdivide em principal e acessória. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto a obrigação de pagar o tributo em si ou da penalidade pecuniária (multa).
Por sua vez, a obrigação acessória decorre da legislação e tem por objeto deveres instrumentais (obrigação de fazer ou não fazer) por parte do contribuinte, como, por exemplo, a obrigação de emitir notas fiscais, dever de não receber mercadorias sem a documentação legal exigida, etc.
Ponto importante a se destacar é que a obrigação acessória não cumprida converte-se em principal no que se refere ao pagamento da penalidade pecuniária. Além disso, cabe também ressaltar que a dispensa do pagamento do tributo não desobriga o contribuinte do cumprimento da obrigação acessória prevista em lei.
Sujeito passivo
No que se refere ao sujeito passivo da obrigação principal, o CTN o define como contribuinte (sujeito passivo direto, aquele que possui uma relação direta e pessoal com o fato gerador da obrigação) ou responsável (sujeito passivo indireto, que é aquele que não é contribuinte, não possui uma relação direta e pessoal com o fato gerador, mas tem a obrigação de pagar o tributo em virtude de uma imposição legal).
No que se refere ao sujeito passivo da obrigação acessória, o legislador deverá indicar as pessoas que serão responsáveis pelo cumprimento das obrigações acessórias, conforme os interesses da arrecadação ou da fiscalização.
Um ponto importante a ser abordado são as convenções particulares. Se não houver disposição em contrário, os contratos particulares não podem alterar a definição do sujeito passivo da obrigação tributária. Por exemplo, no contrato de locação, a obrigação de pagar o IPTU pode ser atribuída ao locatário, no entanto, tal convenção não poderá ser oposta contra o Fisco, que exigirá o pagamento do imposto do sujeito passivo eleito pela lei, ou seja, o proprietário.
Ainda no tocante às questões sobre o sujeito passivo da obrigação tributária, existe um ponto importante da matéria que trata da solidariedade. A solidariedade passiva em matéria tributária caracteriza-se toda vez que duas ou mais pessoas são simultaneamente obrigadas a pagar o tributo, de acordo com os casos previstos em lei.
Frisa-se que na solidariedade não existe benefício de ordem, não existe a figura do devedor principal. Dessa forma, o Fisco poderá cobrar o tributo de qualquer um dos devedores solidários.
O próprio CTN indica quais as hipóteses em que se configurará a solidariedade passiva. Vejamos:
I- quando os solidários têm interesse em comum na situação que constitua o fato gerador, por exemplo, no condomínio, a Prefeitura pode exigir o IPTU de qualquer um dos proprietários à sua escolha;
II- quando ocorre por determinação prevista em lei, independentemente da existência de interesse comum entre os solidários, por exemplo, na construção civil, o empreiteiro e o proprietário são responsáveis solidários pelos débitos previdenciários decorrentes da obra.
O CTN também dispõe acerca dos efeitos da solidariedade. O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais. Além disso, a isenção ou remissão do crédito tributário exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, neste caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo. Por fim, a interrupção da prescrição em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais.
O último ponto a ser tratado neste tópico de sujeito passivo é a capacidade tributária passiva. Segundo o CTN, a capacidade tributária passiva, ou seja, para ser contribuinte, independe: I- da capacidade civil das pessoas naturais; II- de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício das atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III- de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configura uma unidade econômica ou profissional.
Se a capacidade tributária independe da capacidade civil, significa que o menor de idade é capaz na esfera tribunal, motivo pelo qual a MC Melody tem que recolher o IR.

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