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Índice
Ministério da Justiça Departamento de Polícia Rodoviária Federal
PRF
Policial Rodoviário Federal
Edital nº 1 – PRF – Policial Rodoviário Federal, de 11 de Junho de 2013
Língua Portuguesa
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ................................................................................................... 01 
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ................................................................................................................................ 15 
3 Domínio da ortografia oficial. 3.1 Emprego das letras. .............................................................................................................. 28 
3.2 Emprego da acentuação gráfica. ................................................................................................................................................. 32
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de 
conectores e outros elementos de sequenciação textual. ........................................................................................................................ 36 
4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. .................................................................................................................... 40 
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. ..................................................................................................................... 48
5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. ........................................................................................ 65 
5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. ...................................................................................... 70 
5.3 Emprego dos sinais de pontuação. .............................................................................................................................................. 72 
5.4 Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 76
5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. ........................................................................................................................................ 83 
5.6 Colocação dos pronomes átonos................................................................................................................................................. 87
6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. 6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto...................................... 89
6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. ............................................................................................. 90
Matemática
1 Números inteiros, racionais e reais. 1.1 Problemas de contagem. ............................................................................................. 01 
2 Sistema legal de medidas. ................................................................................................................................................................ 18 
3 Razões e proporções; divisão proporcional. 3.1 Regras de três simples e composta. 3.2 Porcentagens. ............................. 22 
4 Equações e inequações de 1º e 2º graus. 4.1 Sistemas lineares. .................................................................................................. 31 
5 Funções. 5.1 Gráficos. ...................................................................................................................................................................... 54 
6 Sequências numéricas. ..................................................................................................................................................................... 71 
7 Progressão aritmética e geométrica. .............................................................................................................................................. 72 
8 Noções de probabilidade e estatística. ........................................................................................................................................... 80 
9 Raciocínio lógico: problemas aritméticos. .................................................................................................................................... 86
Volume I
Índice
Noções de Direito Constitucional
1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1.1 Princípios fundamentais. ...................................................... 01 
2 Aplicabilidade das normas constitucionais. 2.1 Normas de eficácia plena, contida e limitada. 2.2 Normas programáticas. ..................02
3 Direitos e garantias fundamentais. 3.1 Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, 
direitos políticos, partidos políticos. ......................................................................................................................................................... 04 
4 Organização político-administrativa do Estado. 4.1 Estado federal brasileiro, União, estados, Distrito Federal, municípios 
e territórios. ................................................................................................................................................................................................. 13
5 Administração pública. 5.1 Disposições gerais, servidores públicos. ........................................................................................ 21 
6 Poder executivo. 6.1 Atribuições e responsabilidades do presidente da República. ............................................................... 24 
7 Poder judiciário. 7.1 Disposições gerais. 7.2 Órgãos do poder judiciário. 7.2.1 Organização e competências, Conselho 
Nacional de Justiça. 7.2.1.1 Composição e competências. .................................................................................................................... 27 
8 Funções essenciais à justiça. 8.1 Ministério público, advocacia pública. 8.2 Defensoria pública ......................................... 39
Ética no Serviço Público
1 Ética e moral. .................................................................................................................................................................................... 01 
2 Ética, princípios e valores. ............................................................................................................................................................... 02 
3 Ética e democracia: exercício da cidadania. ................................................................................................................................. 03 
4 Ética e função pública. .................................................................................................................................................................... 06
5 Ética no Setor Público ...................................................................................................................................................................... 08
5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal). ............ 11
Noções de Informática
1 Noções de sistema operacional Windows. ..................................................................................................................................... 01 
2 Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente BrOffice). ............................................................................................ 08 
3 Redes de computadores. 3.1 Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. 3.2 
Programas de navegação (Mozilla Firefox e Google Chrome). 3.3 Programas de correio eletrônico (Mozilla Thunderbird). 3.4 
Sítios de busca e pesquisa na Internet.3.5 Grupos de discussão. 3.6 Computação na nuvem (cloud computing). ..................... 20 
4 Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. .......................................... 44 
5 Segurança da informação. 5.1 Procedimentos de segurança. 5.2 Noções de vírus, worms e pragas virtuais. 5.3 Aplicativos 
para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.). 5.4 Procedimentos de backup. 5.5 Armazenamento de dados na nuvem 
(cloud storage). ............................................................................................................................................................................................ 48
.
Noções de Direito administrativo
1 Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e princípios. ............................... 01 
2 Direito administrativo: conceito, fontes e princípios. .................................................................................................................. 04 
3 Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies ..................................................................... 10
3.2 Invalidação, anulação e revogação ............................................................................................................................................. 19
3.3 Prescrição. ...................................................................................................................................................................................... 21 
4 Agentes administrativos .................................................................................................................................................................. 25
4.1 Investidura e exercício da função pública. 4.2 Direitos e deveres dos funcionários públicos; regimes jurídicos ........... 28
4.3 Processo administrativo: conceito, princípios, fases e modalidades ...................................................................................... 36
4.4 Lei nº 8.112/1990 e alterações. ..................................................................................................................................................... 39 
5 Poderes da administração: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar. ......................................... 48 
6 Princípios básicos da administração. 6.1 Responsabilidade civil da administração: evolução doutrinária e reparação do 
dano ............................................................................................................................................................................................................... 55
6.2 Enriquecimento ilícito e uso e abuso de poder. 6.3 Improbidade administrativa: sanções penais e civis — Lei nº 
Índice
8.429/1992 e alterações. .............................................................................................................................................................................. 57 
7 Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação, formas e competência de prestação. ....................................... 67 
8 Organização administrativa ........................................................................................................................................................... 74
8.1 Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada ........................................................................................... 75
8.2 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. ...................................................................... 76
9 Controle e responsabilização da administração .......................................................................................................................... 82
9.1 Controle administrativo ............................................................................................................................................................... 83
9.2 Controle judicial ............................................................................................................................................................................ 84
9.3 Controle legislativo ........................................................................................................................................................................ 86
9.4 Responsabilidade civil do Estado ................................................................................................................................................ 87
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
1
Prof. Carlos Kappler
Pós-Graduação na Faculdade São Luís: Língua Portu-
guesa, Compreensão e Produção de Textos; Bacharel em Le-
tras pela USP; Coordenador Pedagógico e Professor de Língua 
Portuguesa em diversos cursos preparatórios; Autor de diversas 
apostilas de Português e de testes comentados para concursos.
1 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO 
DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS
Na maioria das provas de Língua Portuguesa atuais, os testes 
de compreensão e ou intelecção de textos podem corresponder a 
mais de cinquenta por cento das questões. Veja, a seguir, as carac-
terísticas desse tópico tão importante.
Compreensão / intelecção de textos: Os testes exigem do 
candidato uma postura voltada para o que realmente está escrito no 
texto. Os comandos enunciam-se assim: O texto sugere...; O texto 
diz...; segundo o texto, é correto ou incorreto...; O narrador afir-
ma que..., tendo em vista as ideias do texto..., em conformidade 
com as ideias do texto...
Interpretação de textos: Os testes querem saber o que o can-
didato conclui sobre o que está escrito. Os comandos enunciam-se 
assim: Da leitura do texto, infere-se que..., O texto permite dedu-
zir que...; com base no texto, pode-se concluir que; Qual a inten-
ção do narrador, quando afirma que...
O roteiro abaixo poderá auxiliá-lo a resolver a maioria dos 
testes que envolvem compreensão e interpretação de textos nas 
provas de Português.
Roteiro para compreensão e/ou interpretação de textos
1. Leia o texto pelo menos por duas vezes. Na primeira, para 
ter uma visão geral dele; na segunda, destacando suas ideias prin-
cipais.
2. Leia duas vezes cada alternativa para descartar as absurdas 
e que nada têm a ver com o texto.
3. Observe o comando do enunciado da questão, se for de 
compreensão, entendimento ou intelecção, localize a resposta 
no texto; se for de interpretação, interprete o que o autor quis 
dizer, nunca o que você pensa sobre o texto.
4. Atenção especial às palavras opção correta, opção incor-
reta, exceto, não, sempre, respectivamente, é obrigatório, é ne-
cessário, deve, pode, inclusive. 
5. Tome cuidado com os vocábulos relatores - aqueles que 
remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pro-
nomes pessoais, pronomes demonstrativos etc.
6. Se duas alternativas parecerem corretas, busque a mais 
completa.
7. Se o enunciado solicitar a ideia principal ou tema, geral-
mente situa-se na introdução do texto (primeiro parágrafo) ou na 
conclusão (último parágrafo).
8. Evite os seguintes tipos de erros: a) extrapolação - acres-
centar ideias que não estão no texto); b) redução - dar atenção a 
alguns trechos do texto, não o analisando como um todo; c) con-
tradição: concluir contrariamente ao texto; omitir passagens im-
portantes para fugir do sentido original.
9. Questões envolvendo sinônimos são muito frequentes em 
concursos. A melhor maneira de ampliar o vocabulário é recorrer a 
um bom dicionário sempre que estiver diante de uma palavra que 
não conheça o significado; contudo, procure utilizá-la, sempre que 
possível, para não esquecê-la.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Os testes a seguir são curtos. Exigem, no entanto, leitura aten-
ta para resolvê-los. A mesma atenção que eles requerem deverá 
ter em textos mais longos. Aceite o desafio e veja como está o seu 
nível de atenção.
Leia com atenção os textosseguintes e responda V se a afir-
mação for verdadeira ou F se for falsa.
1. Este ano, o uso do formulário simplificado de IR foi esten-
dido a todos os contribuintes que receberam somente rendimentos 
de salário no ano de 2013.
a) Nos anos anteriores, havia outras normas. ( ) 
b) Há contribuintes que recebem outros rendimentos além do 
salário. ( )
2. A única atividade produtiva de expressão na fazenda é a 
engorda de bois de arrendatários.
a) A fazenda é improdutiva. ( ) 
b) Os bois não pertencem ao dono da fazenda. ( ) 
c) A fazenda é arrendada. ( ) 
3. A firma só enriqueceu quando passou a vender sistemas de 
segurança.
a) A firma não era rica. ( ) 
b) A firma sempre vendeu sistemas de segurança. ( ) 
c) A riqueza liga-se exclusivamente à venda de sistemas de 
segurança. ( ) 
4. Por medida de segurança, o depoimento da testemunha-
chave do processo contra o PM não pôde ser registrado por fotó-
grafos ou cinegrafistas.
a) O PM está sendo julgado. ( ) 
b) A testemunha-chave já depôs. ( ) 
c) Há outras testemunhas no processo. ( ) 
d) O depoimento da testemunha-chave não envolveu riscos. ( ) 
5. “Eu sei que a poesia está para a prosa assim como o amor 
está para a amizade e quem há de negar que esta lhe é superior”. 
(Caetano Veloso)
a) A prosa está para o amor como a poesia está para a amizade. ( )
b) a poesia está para amizade como a prosa está para o amor ( )
c) a amizade é superior ao amor ( ) 
6. A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido rece-
beu um telegrama: “Envie cinquenta reais. Preciso comprar uma 
capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar” E ele respondeu: 
“Regresse. Aqui chove mais barato”.
Língua Portuguesa
2
a) A preposição de tem valor semântico de finalidade. ( ) 
b) O advérbio aqui, em seus dois empregos, possui os mes-
mos referentes. ( ) 
c) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se 
a anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção “porquanto”. 
( ) 
7.
Quem lia os romances românticos?
 A prosa literária brasileira começa no Romantismo. Com 
o gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobretudo a do 
Rio de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público leitor 
composto basicamente de jovens de classe rica, cujo ócio per-
mitia a leitura de romances e folhetins. Esse público buscava na 
literatura apenas distração. Torcia por seus heróis, sofria com as 
heroínas e, tão logo chegava ao final, fechava o livro e o esquecia, 
esperando o próximo, que lhe ofereceria praticamente as mesmas 
emoções. O público hoje substituiu os romances e folhetins pelas 
telenovelas, mas ainda continua em busca de distração, passando 
o tempo a torcer e a chorar por seus heróis. (Apresentação. In: 
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de 
milícias. São Paulo, Moderna, 1993, p.7)
a) O livro, para os jovens do Rio de Janeiro, revestia-se de 
uma imagem perpétua que ficava gravada nas suas mentes. ( ) 
b) A literatura era uma maneira de distração para o público do 
Rio de Janeiro. ( ) 
c) Os leitores da atualidade ainda buscam as mesmas emoções 
dos leitores do Romantismo. ( ) 
8.
O gene da fidelidade
Cientistas americanos conseguiram transformar uma espécie 
promíscua de rato em um parceiro fiel. Para tanto, bastou alterar 
um único gene da cadeia de DNA do roedor. Mais precisamente o 
que determina a absorção pelo cérebro de um hormônio: a vaso-
pressina. 
A experiência tem consequências fantásticas para a ciência 
porque é a primeira vez que se prova que apenas um gene deter-
mina mudanças em um comportamento social tão complexo. O 
trabalho foi divulgado na revista científica Nature. 
Mas seus autores, cientistas da Universidade Emory (EUA), 
advertem que não se pode transportar este tipo de conclusão para 
os humanos. “Na cultura humana, a experiência acumulada e cer-
tos valores têm muito mais influência no comportamento.” De 
todo modo, creem que a descoberta pode ajudar a entender doen-
ças mentais como o autismo, o mal de Alzheimer e, talvez, a es-
quizofrenia. O próximo passo da equipe, então, é o de estudar a 
genética da vasopressina nos primatas, incluindo os homens.
a) No texto, o autor afirma que essa descoberta é revolucio-
nária, porque pode resolver os casos de autismo e do mal de Al-
zheimer. ( ) 
b) A descoberta é fantástica pelo fato de provar pela primeira 
vez, que um gene apenas determina mudanças no comportamento 
social. ( )
c) Transportar a descoberta para os humanos não é possível, 
porque a cultura do homem é complexa, o que invalida a desco-
berta. ( ) 
d) A partir das informações contidas no texto, pode-se de-
preender que a utilização de animais em experiências desse gênero 
é um ato de insensibilidade. ( ) 
9. O liberalismo é uma teoria política e econômica que ex-
prime os anseios da burguesia. Surge em oposição ao absolutismo 
dos reis e à teoria econômica do mercantilismo, defendendo os 
direitos da iniciativa privada e restringindo o mais possível as atri-
buições do Estado.
 Locke foi o primeiro teórico liberal. Presenciou na In-
glaterra as lutas pela deposição dos Stuarts, tendo-se refugiado na 
Holanda por questões políticas. De lá regressa quando, vitoriosa a 
Revolução de 1688, Guilherme de Orange é chamado para conso-
lidar a nova monarquia parlamentar inglesa. 
a) Locke não sofreu qualquer tipo de perseguição política. ( 
) 
b) Locke participou da deposição dos Stuarts. ( ) 
b) Ele julgava ser necessário restringir as atribuições do Es-
tado. ( ) 
c) Guilherme de Orange teria ideias liberais. ( ) 
TESTES DE CONCURSOS
(TRT 5ª Região – Analista Judiciário – 2013 – Carlos Chagas) 
Para responder às questões de números 1 a 3, considere o texto 
abaixo.
“Te embalarei com uma canção sentida”
Senta-te aqui ao meu lado, amiga, e te contarei uma história. 
Faz tempo que não te conto uma história na beira deste cais. A noi-
te está cheia de estrelas, são homens valentes que morreram. Sen-
ta-te aqui, dá-me tua mão, vou te contar a história de um homem 
valente. Vês aquela estrela lá longe, mais além do navio fundeado, 
mais além do forte velho, da sombra das ilhas? Deve ser ele ilumi-
nando o céu da Bahia. [...]
Já viste da beira do cais o vento noroeste se despenhar sobre 
a cidade e o mar, levar embarcações, desatracar navios, mudar o 
rumo de transatlânticos, transformar a cor das águas? É rápido, in-
quietante, belo, quase irreal. Dura um instante na medida do tem-
po. Mas, mesmo depois que o noroeste passa e volta a calmaria, 
fica a sua lembrança e é impossível esquecê-lo porque tudo mudou 
na face das coisas: é outra a fisionomia do cais e o ar que se respira 
é mais puro. Assim, negra, foi Castro Alves.
Tinha a força do vento noroeste, o seu ímpeto, a sua violên-
cia. Tinha a sua beleza também. E deixou o ar mais puro, a sua 
lembrança imortal. Tinha a precocidade desses moleques de rua a 
quem acaricias a cabeça e dos quais te contei a história. Começou 
muito moço e muito moço terminou. Foi o mais belo espetáculo de 
juventude e de gênio que os céus da América presenciaram.
No tempo que andou nestas e noutras ruas, disse tantas e tão 
belas coisas, amiga, que sua voz ficou soando para sempre e é cada 
vez mais alta e cada vez mais a voz de centenas, de milhares, de 
milhões de pessoas. É a sua voz, negra, é a voz do cais inteiro e da 
cidade lá atrás também. Falou por todos nós como nenhum de nós 
falaria. É ainda hoje o maior e o mais moço de todos nós. 
Língua Portuguesa
3
No teatro grande lá de cima ouviste certa vez uma numerosa 
orquestra. Lembras-te da hora em que os músicos se juntaram to-
dos num esforço supremo e produziram com os seus instrumentos 
e com sua virtuosidade uma nota mais alta que todas, que todas 
mais bela, nota que ficou soando na sala mesmo após a saída dos 
espectadores? Pois assim foi Castro Alves. Há momentos no mun-
do em que todas as forças de uma nação se conjugam e, como uma 
nota mais alta que todas,aparece, tranquilo e terrível, demoniaca-
mente belo, justo e verdadeiro, um gênio. Nasce dos desejos do 
povo, das necessidades do povo. Nunca mais morre, imortal como 
o povo. 
Este, cuja história vou te contar, foi amado e amou muitas mu-
lheres. Vieram brancas, judias e mestiças, tímidas e afoitas, para os 
seus braços e para o seu leito. Para uma, no entanto, guardou ele 
as melhores palavras, as mais doces, as mais ternas, as mais belas. 
Essa noiva tem um nome lindo, negra: liberdade. 
Vê no céu, ele brilha, é a mais poderosa das estrelas. Mas 
o encontrarás também nas ruas de qualquer cidade, no quarto de 
qualquer casa. Seja onde for que haja jovens, corações pulsando 
pela humanidade, em qualquer desses corações encontrarás Castro 
Alves.
Dá-me agora tua mão direita, ouve o ABC do poeta. Obs.: 
Ortografia atualizada segundo as normas vigentes. (Jorge Amado. 
ABC de Castro Alves; 14. ed. São Paulo: Martins, 1968. p. 15-17)
01. Considerando-se o desenvolvimento do texto, está correto 
o que se afirma em:
a) Em um extenso monólogo, Jorge Amado busca entender 
as razões que hoje e sempre impulsionaram e impulsionam a ju-
ventude − com o exemplo de Castro Alves, que começou muito 
moço e muito moço terminou −, a eternizar seus ideais em palavras 
impetuosas ou de amor.
b) Segundo Jorge Amado, a defesa da liberdade que, embora 
surja dos desejos do povo, das necessidades do povo, foi, à época 
de Castro Alves, um ideal que durou um instante na medida do 
tempo, tal como um forte vento que tudo destrói à sua passagem.
c) Jorge Amado, num discurso de caráter didático, busca 
transmitir a uma amiga leitora suas próprias convicções sobre a 
atuação de jovens − que podem ser encontrados nas ruas de qual-
quer cidade, no quarto de qualquer casa − que participam da luta 
em defesa de seus ideais.
d) Jorge Amado, numa fala de caráter bastante pessoal, uma 
“canção sentida”, como se lê de início, se posiciona a respeito de 
Castro Alves, impetuoso defensor de seus ideais humanitários, 
procedimento peculiar da juventude, que pode ser observado em 
todo lugar.
e) Tomando como exemplo a vida de Castro Alves, Jorge 
Amado se detém na necessidade de se reconhecer, ainda hoje, a 
importância do belo espetáculo de juventude oferecido até mesmo 
pelos moleques de rua, tema que já havia abordado anteriormente.
02. É a sua voz, negra, é a voz do cais inteiro e da cidade lá 
atrás também. (4o parágrafo) Da afirmativa transcrita acima decor-
re a seguinte inferência:
a) Os negros, os oprimidos, os carentes de proteção falam nos 
poemas de Castro Alves, cujos versos primam pela defesa da li-
berdade.
b) Todas as pessoas, pobres ou não, ouvem os versos de Castro 
Alves, que falam dos oprimidos e, também, das atribulações da 
vida citadina.
c) A população mais pobre de uma cidade, que vive em zonas 
degradadas como a do cais, dificilmente tem voz para defender 
seus direitos. (D) Em toda a Bahia, poucos se fazem ouvir, até 
mesmo aqueles mais aquinhoados pela sorte, que vivem melhor 
nas cidades.
d) É verdadeiramente livre a cidade em que os anseios da ca-
mada mais rica se equivalem aos dos mais necessitados.
03. Para uma, no entanto, guardou ele as melhores palavras, as 
mais doces, as mais ternas, as mais belas. Essa noiva tem um nome 
lindo, negra: liberdade. (Jorge Amado)
A opinião exposta por Jorge Amado encontra respaldo, princi-
palmente, nos versos de Castro Alves transcritos em:
a) Mas não...! Somente as vagas do sepulcro / Hão de apagar 
o fogo que em mim arde... / Perdoa-me, Senhora! ... Eu sei que 
morro... / É tarde! É muito tarde!...
b) Corre nas veias negras desse mármore / Não sei que sangue 
vil de messalina, / A cova, num bocejo indiferente, / Abre ao pri-
meiro a boca libertina.
c) Eras tu que, com os dedos ensopados / No sangue dos avós 
mortos na guerra, / Livre sagravas a Colúmbia terra, / Sagravas 
livre a nova geração
d) Escravo, dá-me a coroa de amaranto / Que mandou-me inda 
há pouco Afra impudente, / Orna-me a fronte... Enrola-me os ca-
belos / Quero o mole perfume do Oriente.
e) Vai funda a tempestade no infinito, / Ruge o ciclone túmido 
e feroz... / Uiva a jaula dos tigres da procela /− Eu sonho a tua 
voz −
(TRT 5ª Região – Analista Judiciário – 2013 – Carlos Chagas) 
Para responder à questão de número 4, considere o texto abaixo.
Embora as maiores instituições humanas se alienem, ou enxo-
valhem, resta-nos sempre uma, tão nova nos lábios de Gladstone 
como nos de Péricles: a instituição divina da palavra, capaz só por 
só de reconquistar todas as outras, quando associada à misteriosa 
onipotência da verdade. Tiraram-lhe a majestade da tribuna, pela 
qual os parlamentos governam. Mas ficou-lhe a imprensa, que se 
impõe aos governos, domina os parlamentos, e instrui os povos. 
Considerada como órgão desta função, avulta incomparável, no 
mundo moderno, a sua grandeza. E é assim que a consideramos, 
que o seu prestígio nos fascina, que a sua beleza nos deslumbra, 
que a sua missão nos atrai, que as temeridades, os sacrifícios, os 
perigos da sua comunhão nos acenam, ainda hoje, com uma se-
dução diversa, mas às vezes não menos viva que a de vinte e sete 
anos atrás, quando o jornalismo arrebatou pela primeira vez no seu 
torvelinho a nossa mocidade. 
Cada país, cada raça, cada estado social, cada época tem a sua 
imprensa, e, na mesma época, o Proteu reveste, para cada ambição, 
para cada parcialidade, para cada tendência, para cada apostolado, 
a sua forma, atenuada, ou típica, vivaz, ou decadente, confessa, ou 
dissimulada. As grandes nações coevas poderiam caracterizar-se 
cada qual pelo caráter do seu jornalismo. Mas através das varie-
dades que o diversificam, das especialidades, que o enriquecem, 
das excentricidades que o desnaturam, a origem do seu valor, do 
seu poderio, da sua resistência indestrutível está na transparência 
luminosa da sua ação sobre a sociedade, na sua correspondência 
com os sofrimentos populares, na sua solidariedade com as reivin-
dicações do direito, na irreconciliabilidade da sua existência com a 
da ignorância, a da mentira, a da torpeza.
Língua Portuguesa
4
Obs.: Proteu − um deus do mar, capaz de se metamorfosear 
em todas as formas que desejasse, fossem animais ou quaisquer 
outros elementos, como água ou fogo. 
Ortografia atualizada segundo as normas vigentes. (Rui Bar-
bosa. Campanhas jornalísticas. 4. ed. São Paulo: Edigraf, 1972. 
p. 138-139)
04. Está correto o que se afirma em:
a) Do mundo antigo ao moderno, a palavra falada, ora subs-
tituída pela imprensa, bastou para que governantes se sobrepuses-
sem aos interesses e aos desígnios das respectivas sociedades.
b) Somente o respeito à verdadeira palavra, associado intrin-
secamente aos governantes, de modo geral, garante-lhes tanto a 
soberania sobre seus governados, quanto a ordem necessária ao 
convívio social.
c) O jornalismo, herdeiro das tradições originárias do hábi-
to de ouvir os discursos de governantes de todas as épocas, tem 
perdido prestígio, atualmente, em razão de nem sempre manter-se 
imparcial em relação aos fatos noticiados.
d) A imprensa, tendo sucedido aos discursos e à palavra fala-
da, tem máxima importância atualmente em sua atuação na socie-
dade, desde que se mantenha nos estritos limites éticos da verdade.
e) Como meio de propagação de ideias, a imprensa livre re-
cupera o prestígio da palavra falada, ainda que eventualmente se 
mostre parcial ao dissimular a verdade dos fatos, no interesse de 
manutenção da ordem social.
(Agente Fiscal de Rendas – ICMS – 2006 – Carlos Chagas) As 
questões de números 5 e 6 referem-se ao texto abaixo.
A educação é uma função tão natural e universal da comunida-
de humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir 
a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por 
isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição lite-
rária. O seu conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os po-
vos, é ao mesmo tempo moral e prático. Também entre os Gregos 
foi assim.Reveste, em parte, a forma de mandamentos, como hon-
rar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os estrangeiros; consiste, 
por outro lado, numa série de preceitos sobre a moralidade externa 
e em regras de prudência para a vida, transmitidas oralmente pelos 
séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de conhe-
cimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em 
que é transmissível, os Gregos deram o nome de techné. Os pre-
ceitos elementares do procedimento correto para com os deuses, 
os pais e os estranhos foram mais tarde incorporados à lei escrita 
dos Estados. E o rico tesouro da sabedoria popular, mesclado de 
regras primitivas de conduta e preceitos de prudência enraizados 
em superstições populares, chegava pela primeira vez à luz do dia, 
através de uma antiquíssima tradição oral, na poesia rural gnômica 
de Hesíodo. As regras das artes e ofícios resistiam naturalmente, 
em virtude da sua própria natureza, à exposição escrita dos seus 
segredos, como esclarece, no que se refere à profissão médica, a 
coleção dos escritos hipocráticos.
Da educação, neste sentido, distingue-se a formação do Ho-
mem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente 
e claramente definido. Essa formação não é possível sem se ofe-
recer ao espírito uma imagem do homem tal como ele deve ser. A 
utilidade lhe é indiferente ou, pelo menos, não essencial. O que é 
fundamental nela é o kalón, isto é, a beleza, no sentido normativo 
da imagem desejada, do ideal. A formação manifesta-se na forma 
integral do Homem, na sua conduta e comportamento exterior e 
na sua atitude interior. Nem uma nem outra nasceram do acaso, 
mas são antes produtos de uma disciplina consciente. Já Platão a 
comparou ao adestramento de cães de raça. A princípio, esse ades-
tramento limitava-se a uma reduzida classe social, a nobreza.
Obs.: gnômico = sentencioso
(Adaptado de Werner Jaeger, Paideia: a formação do homem 
grego. Trad. Artur M. Parreira, 4.ed., São Paulo: Martins Fontes, 
2001, p. 23-24)
05. No primeiro parágrafo, o autor:
a) defende a ideia de que universalmente a sociedade humana 
se dedica à educação porque sua necessidade é inconteste.
b) abona a grande importância de a educação tratar, como 
ocorre na maioria dos povos, de temas associados a questões éti-
cas e pragmáticas.
c) atribui o caráter, de certa forma tardio, da referência à edu-
cação em textos escritos, ao fato de ser ela uma atividade absoluta-
mente inerente aos grupos humanos. 
d) evidencia que todo processo educativo é naturalmente lon-
go, implicando que a conscientização dos educandos acerca do que 
lhes é ensinado não seja imediata.
e) confere à tradição literária uma natureza relativamente 
vagarosa, visto que só registrou vestígios da atividade educativa 
quando cada indivíduo da comunidade humana já a praticava na-
tural e espontaneamente.
06. Considerado o processo de argumentação desenvolvido no 
texto, é correto afirmar:
a) Deuses e pais foram citados como modelos do procedimen-
to correto, origem dos preceitos elementares do comportamento 
grego.
b) A menção à lei dos Estados foi feita para realçar um típico 
traço da cultura grega, o cultivo da legalidade.
c) A poesia rural gnômica de Hesíodo foi citada como confir-
mação da riqueza de sabedoria popular.
d) A referência à palavra Hipócrates constitui argumento de 
reforço para o que se diz acerca das artes e ofícios.
e) A alusão feita a Platão constitui argumento de autoridade 
para fundamentar a ideia de que a educação despreza o pragma-
tismo.
(Agente Fiscal de Rendas – ICMS – 2006 – Carlos Chagas) As 
questões de números 7 e 8 referem-se ao texto abaixo.
Acerca do bem e do mal
Fulano é “do bem”, Sicrano é “do mal”. Não, não são crianças 
comentando um filme de mocinho e bandido; são frases de adul-
tos, reiteradas a propósito das mais diferentes pessoas, nas mais 
diversas situações. O julgamento definitivo e em preto e branco 
que elas implicam parece traduzir o esforço de adotar, em meio ao 
caldeirão de valores da sociedade moderna, um princípio básico 
de qualificação moral e ética. Essa oposição rudimentar revela a 
necessidade que temos de estabelecer algum juízo de valor para a 
Língua Portuguesa
5
orientação da nossa própria conduta. Tal busca de discernimento é 
antiga, e em princípio é legítima: está na base de todas as culturas, 
dá sustentação a religiões e inspira ideologias, provoca os filóso-
fos, os juristas, os políticos. O perigo está em que o movimento de 
busca cesse e dê lugar à paralisia dos valores estratificados. 
O exemplo pode vir de cima: quando um chefe de poderosa 
nação passa a classificar países inteiros como integrantes do “eixo 
do mal”, está-se proclamando como representante dos que cons-
tituiriam o “eixo do bem”. Essa divisão tosca é, de fato, muito 
conveniente, pois faculta ao mais forte a iniciativa de intervir na 
vida e no espaço do mais fraco, sob a alegação de que o faz para 
preservar os chamados “valores fundamentais da humanidade”. 
Interesses estratégicos e econômicos são, assim, mascarados pela 
suposta preservação de princípios da civilização. A História já nos 
mostrou, sobejamente, a que levam tais ideologias absolutistas, 
que se atribuem o direito de julgar o outro segundo o critério da 
religião que este professa, do regime político que adota, da etnia 
a que pertence. A intolerância em relação às diferenças culturais, 
por exemplo, acaba levando o mais forte à subjugação das pessoas 
“diferentes” - e mais fracas. É quando a ética sai de cena, para dar 
lugar à barbárie.
A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do 
mal” traz consigo um dilema: por um lado, não podemos dispensar 
alguma bússola de orientação ética e moral, que aponte para o que 
parece ser o justo, o correto, o desejável; por outro lado, se o nor-
teamento dos nossos juízos for inflexível como o teimoso ponteiro, 
comprometemos de vez a dinâmica que é própria da história e dos 
valores humanos. 
Não há, na rota da civilização, leis eternas, constituições que 
não admitam revisões, costumes inalteráveis. A escolha do crité-
rio de julgamento é sempre crítica e sofrida, quando responsável; 
dispensando-se, porém, a responsabilidade dessa escolha, restará a 
terrível fatalidade dos dogmas. Lembrando o instigante paradoxo 
de um filósofo francês, “estamos condenados a ser livres”. Nessa 
compulsória liberdade, de que fala o filósofo, a escolha entre o que 
é “do bem” e o que é “do mal” é uma questão sempre viva, que 
merece ser analisada e enfrentada em suas particulares manifesta-
ções históricas. Se assim não for, estará garantido um espaço cada 
vez maior para a ação dos fundamentalistas de todo tipo. (Cândido 
Otoniel de Almeida)
07. Na argumentação com a qual o autor desenvolve o tema 
central do texto, há a preocupação constante de:
a) acusar a maleabilidade dos princípios jurídicos, da qual de-
correm indesejáveis ambiguidades na interpretação das leis.
b) defender a necessidade de paradigmas éticos e morais que 
desprezem diferenças culturais e políticas entre os povos.
c) condenar a estratificação dos princípios éticos, que se de-
vem estabelecer no dinamismo que é próprio da história e da aná-
lise crítica.
d) relativizar a importância dos valores éticos e morais, uma 
vez que não é dada ao homem a faculdade de adotá-los livremente.
e) suprimir a diferença entre o que é o bem e o mal, em vista 
da impossibilidade de fixação de valores éticos e morais perma-
nentes.
8. Considere as seguintes afirmações:
I. A referência a um chefe de poderosa nação (2º parágrafo) 
abre a demonstração de que há ideologias absolutistas e intoleran-
tes que se sustentam pela força.
II. Julgamento (...) em preto e branco (1º parágrafo) e divi-
são tosca (2º parágrafo) são expressões que ajudam a esclarecer o 
sentido de norteamento (...) inflexível (3º parágrafo).
III. A frase “estamos condenados a ser livres” (3º parágrafo) 
instiga o autor do texto a justificar a posição dos fundamentalistas 
de todo tipo (3ºparágrafo).
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
a) II e III, somente 
b) II, somente 
c) I, II e III 
d) I e II, somente
e) I e III, somente
(TRT 4ª Região – Analista Judiciário – 2009 – Carlos Chagas) 
As questões de números 9 a 14 referem-se ao texto que segue.
Janelas quebradas
A deterioração da paisagem urbana é lida como ausência dos 
poderes públicos, portanto enfraquece os controles impostos pela 
comunidade, aumenta a insegurança e convida à prática de crimes. 
Essa tese, defendida pela primeira vez em 1982 pelos americanos 
James Wilson e George Kelling, recebeu o nome de “teoria das 
janelas quebradas”. Segundo ela, a presença de lixo nas ruas e de 
grafite sujo nas paredes provoca mais desordem, induz ao vanda-
lismo e aos pequenos crimes. Com base nessas ideias, a cidade de 
Nova York iniciou, nos anos 1990, uma campanha para remover 
os grafites do metrô, que resultou numa diminuição dos crimes 
realizados em suas dependências.
O sucesso da iniciativa serviu de base para a política de “tole-
rância zero” posta em prática a seguir. Medidas semelhantes foram 
adotadas em diversas cidades dos Estados Unidos, da Inglaterra, 
da Holanda, da Indonésia e da África do Sul. Mas, apesar da po-
pularidade, a teoria das janelas quebradas gerou controvérsias nos 
meios acadêmicos, por falta de dados empíricos capazes de com-
prová-la.
Mas houve, sim, alguns experimentos bem sucedidos. Na Ho-
landa, um deles foi conduzido numa área de compras da cidade de 
Groningen. Para simular ordem, os pesquisadores limparam a área 
e colocaram um aviso bem visível de que era proibido grafitar. 
Para a desordem, grafitaram as paredes da mesma área, apesar do 
aviso para não fazê-lo. A grafitagem constava apenas de rabiscos 
mal feitos, para evitar confusão com arte. Em ambas as situações, 
penduraram um panfleto inútil nos guidões de bicicletas, de modo 
que precisasse ser retirado pelo ciclista antes de partir. Não havia 
lixeiras no local. Na situação ordeira, sem grafite, 77% dos ciclis-
tas levaram o panfleto embora. Na presença do grafite, apenas 31% 
o fizeram, os demais jogaram-no no chão.
Em outra experiência holandesa, foi colocado, numa caixa de 
correio da rua, um envelope parcialmente preso à boca da caixa 
(como se tivesse deixado de cair para dentro dela) com uma nota 
de 5 em seu interior, em local bem visível para os transeuntes. Na 
situação ordeira, a caixa estava sem grafite e sem lixo em volta; na 
situação de desordem, a caixa estava grafitada e com lixo em redor. 
Dos transeuntes que passaram diante da caixa limpa, 13% furtaram 
o dinheiro. Esse número aumentou para 27% quando havia grafite 
e sujeira. A mensagem é clara: desordem e sujeira nas ruas mais do 
que duplicam o número de pessoas que praticam contravenções ou 
pequenos crimes no espaço público. (Adaptado de Dráuzio Varel-
la, Folha de São Paulo, 18/7/2009)
Língua Portuguesa
6
09. De acordo com o contexto, deve-se entender que a “teoria 
das janelas quebradas” sustenta a tese de que
a) o espaço público deve ser administrado a partir de iniciati-
vas dos cidadãos.
b) a concentração urbana é fator determinante para os serviços 
dos poderes públicos.
c) a atitude dos indivíduos é influenciada pela ação ou omis-
são dos poderes públicos.
d) a deterioração do espaço público decorre da ação irrespon-
sável da maioria dos cidadãos.
e) a iniciativa dos cidadãos é determinante para a formulação 
de políticas públicas.
10. Deve-se deduzir que a expressão janelas quebradas aponta 
para um fenômeno típico dos espaços urbanos indiciados, também, 
pela expressão
a) aviso bem visível 
b) situação ordeira 
c) caixa de correio da rua
d) lixo em redor
e) envelope parcialmente preso
11. Atente para as seguintes afirmações:
I. O relato das duas experiências ocorridas na Holanda for-
nece sérios fundamentos para que se rechace a “teoria das janelas 
quebradas”.
II. A tese defendida pelos americanos James Wilson e George 
Kelling encontra sustentação na remoção dos grafites do metrô de 
Nova York.
III. A rejeição dos meios acadêmicos à “tese das janelas que-
bradas” deveu-se à frágil sistematização teórica dos experimentos 
holandeses.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
a) I, II e III 
b) I e II, somente 
c) I e III, somente 
d) II e III, somente
e) II, somente
12. Entre as situações referidas como de ordem ou de desor-
dem, verifica-se uma relação de
a) franca oposição, caracterizada pelos tipos de indivíduos 
que são incitados a delas participarem.
b) franca oposição, caracterizada pelos elementos físicos que 
qualificam os espaços.
c) complementaridade, dado que se aplicam a indivíduos de 
índoles semelhantes.
d) complementaridade, visto que a qualidade do espaço urba-
no real não encontra gradações entre uma e outra.
e) subordinação, pois é a existência da segunda situação que 
determina a da primeira.
13. Do relato do experimento realizado em Groningen (3o. pa-
rágrafo), deve-se deduzir que
a) os rabiscos mal feitos funcionaram como índices de desor-
dem.
b) a maior parte dos ciclistas na situação desordeira interes-
sou-se pelo que dizia o panfleto.
c) há muita gente que considera artísticos os grafites mal ra-
biscados.
d) a existência ou não de lixeiras foi a variável mais relevante.
e) nem mesmo os avisos bem visíveis impedem a ação dos 
grafiteiros.
14. Com base no relato da segunda experiência holandesa (4o 
parágrafo), comprova-se que há uma relação causal entre
a) palavras grafitadas e eficácia das caixas de correio.
b) qualidade do meio urbano e comportamento moral.
c) dinheiro exposto e criminalidade urbana.
d) aumento da segurança e índice de criminalidade.
e) incitamento ao furto e situação ordeira.
(SPTrans – Advogado – 2012 – Vunesp) Leia o texto para res-
ponder às questões 15 e 16.
Na era da internet, com seus “rsrsrs” e as “longas” mensagens 
de 140 caracteres do Twitter, que lugar haveria para a retórica, a 
invenção dos gregos clássicos para permitir que nas democracias o 
bom cidadão pudesse defender seus pontos de vista falando bem? 
Na semana passada, o julgamento do mensalão no STF pôs em evi-
dência os advogados dos réus. Eles foram lá exercitar sua retórica, 
uma vez que as peças de defesa já haviam sido escritas e enviadas 
aos ministros do tribunal. Os defensores, com raras exceções, saí-
ram-se muito mal no quesito da retórica - que não é blá-blá-blá.
Quando assumiu o posto de presidente da Suprema Corte dos 
Estados Unidos, Earl Warren perguntou a um colega mais antigo 
em quem confiava plenamente o que ele deveria ler para conse-
guir escrever suas sentenças no alto nível que as circunstâncias 
exigiam. O colega de Warren, Hugo Black, respondeu: “Basta ler 
Retórica, de Aristóteles”. 
Sábio conselho. Com a democracia, os gregos criaram esse 
mecanismo de sustentação oral baseado na lógica e na honestidade 
de pensamento a que chamaram de retórica. Os cidadãos eram fre-
quentemente obrigados a defender em público não apenas ideias, 
mas sua propriedade e até a própria liberdade. Aristóteles ensinou 
que persuadir uma audiência nada tem a ver com eloquência. Isso 
é sofisma. O que separa um cidadão grego dotado da retórica de 
um mero sofista? A retórica vencedora não depende do dom da 
oratória, mas do valor moral do orador. (Otávio Cabral e Carolina 
Melo. A retórica não é blá-blá-blá. Veja, 15.8.2012)
15. A palavra que melhor traduz a ideia acerca da qualidade 
do orador, no contexto, é
a) tenacidade 
b) verbosidade 
c) probidade 
d) entusiasmo
e) proselitismo
16. Na frase final do primeiro parágrafo está implícito que, em 
sua maioria, os defensores dos réus do mensalão 
a) praticaram a retórica somente como oratória vazia.
b) restringiram sua defesa a peças escritas.
c) foram convincentes em suas manifestações escrita e oral.
d) renunciaram ao recurso da sustentação oral.
e) falaram livremente, como deve ocorrer nas democracias.
(SPTRANS – Advogado – 2012 – Vunesp) Leia o texto para 
responder à questão 17.Língua Portuguesa
7
No terceiro dia de julgamento, seguiram-se novos depoi-
mentos e finalmente fizeram-se as acareações. E o que facilitou 
grandemente a tarefa da acusação foi que, na esperança de me-
lhorarem sua posição pessoal, os réus se puseram a acusar uns aos 
outros. Fez-se publicamente o exame dos prontuários tirados da 
parte dos arquivos da Polícia Central que Zabala não tivera tempo 
de destruir. Por meio desses documentos, ficou provado que mais 
de duzentas pessoas, entre as quais algumas dúzias de estudantes, 
haviam morrido de doenças e maus tratos nas diversas prisões de 
Cerro Hermoso e arredores, e seus corpos enterrados numa vala 
comum, sem que seus parentes tivessem sido sequer notificados 
da “ocorrência”. Quando o promotor público terminou a acusação, 
o Presidente do Tribunal deu a palavra ao advogado profissional 
que o Comitê Central Revolucionário designara para defender os 
réus. O homem ergueu-se e declarou que, diante de todas aquelas 
provas, ele não só recusava fazer a defesa de seus constituintes 
como também não pedia sequer para eles a clemência dos jurados. 
E sentou-se. Sua “defesa” - que provocou aplausos - durou menos 
de um minuto. (Érico Veríssimo, O Senhor Embaixador)
17. É correto afirmar que o texto dedica-se predominantemen-
te a
a) descrever ações e relatar fatos objetivamente, tendo em vis-
ta que apresenta ocorrências havidas durante um julgamento, sem 
expressão de pontos de vista do enunciador.
b) relatar fatos e descrever personagens subjetivamente, tendo 
em vista que apresenta ações de personagens que, segundo o ponto 
de vista do enunciador, mudaram o rumo da revolução.
c) descrever personagens sem se ater a fatos, tendo em vista 
que apresenta características físicas e psicológicas daqueles, a par-
tir da perspectiva particular do enunciador.
d) expor teses que o enunciador discute a partir de um ponto 
de vista contrário às personagens identificadas como réus do pro-
cesso apresentado.
e) relatar fatos e discutir teses, tendo em vista que o enuncia-
dor tanto relata acontecimentos quanto expressa seu ponto de vista 
em apoio a estes.
(Vunesp) Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade 
para responder à questão 18.
Quero me casar
Quero me casar
na noite na rua
no mar ou no céu
quero me casar.
Procuro uma noiva
loura morena
preta ou azul
uma noiva verde
uma noiva no ar
como um passarinho.
Depressa, que o amor
não pode esperar.
18. No poema, revelam-se os seguintes sentidos:
a) solidão, irritação e angústia
b) vontade, medo e tranquilidade
c) descaso, imprudência e agitação
d) autoridade, investigação e impaciência
e) desejo, busca e pressa
(Vunesp) Leia o texto para responder às questões 19 a 21.
Não deixe para 2013
Atire a primeira pedra quem nunca deixou para amanhã o que 
podia ser feito hoje. Ou para depois do Carnaval, para o segundo 
semestre, para o ano seguinte. 
Adiar as tarefas por minutos, as obrigações por semanas, as 
pendências pessoais por meses e a dieta e o exercício físico por 
anos é uma característica com a qual metade da humanidade se 
identifica. O problema é quando isso, o ato de procrastinar, torna-
se um ciclo vicioso e passa a trazer danos para o dia a dia. “Quem 
o faz de forma crônica tem seus afetos, trabalho e até a saúde pre-
judicados”, alerta o especialista em gestão de tempo Christian Bar-
bosa, que está escrevendo um livro acerca do tema. Saber por que 
se procrastina e como lidar com a enrolação para não chegar ao 
nível crítico é uma boa tarefa para tempos de listinhas de promes-
sas de fim de ano.
Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Psicote-
rapia e Medicina Comportamental apontou que 33% dos funcio-
nários brasileiros gastam duas horas da jornada sem fazer nada 
de efetivo. E 52% admitiram deixar atividades necessárias para a 
última hora.
A psicóloga Camila Martiny, do Laboratório de Respiração e 
Pânico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aponta três típi-
cos perfis de enrolador: o otimista, o impulsivo e o perfeccionista.
O primeiro sempre acha que vai dar tempo de fazer tudo. E 
tende a se desesperar no final. O segundo só quer o prazer imediato 
e, por isso, deixa toda atividade chata para depois. E o último é 
aquele que nunca acha que o momento é o ideal para fazer a tarefa 
porque quer fazê-la com calma e da melhor maneira possível.
Segundo Barbosa, falta de energia e medo do sucesso podem 
ser dois motivos ocultos no ato de adiar tarefas. Comer mal e levar 
uma vida sedentária tiram o ânimo para se empenhar nas ativi-
dades cotidianas. “Quem pratica mais esportes faz mais coisas e 
sempre no prazo”, diz o especialista, que entrevistou mais de seis 
mil pessoas para escrever seu livro. Já o medo do sucesso tem a ver 
com projetos grandiosos, com os sonhos.
Para uma minoria, postergar tarefas pode ocultar algo mais 
grave. Segundo Camila, quem nunca consegue cumprir prazos e 
está sempre atrasado em tudo pode ter alguma doença psíquica 
séria como depressão e transtorno de ansiedade. “Nesse caso, a 
ajuda de um profissional da saúde se faz urgente”, diz ela. (Débora 
Rubin. IstoÉ, dez. 2011. Adaptado)
19. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que
a) as pessoas que enrolam para fazer tarefas precisam tomar 
vitaminas.
b) a prática de exercícios físicos pode ajudar quem posterga 
tarefas.
c) adiar tarefas é uma característica das pessoas que têm pro-
blemas respiratórios.
d) o enrolador impulsivo sempre acha tempo para fazer as ta-
refas.
e) o transtorno de ansiedade auxilia para não postergar tarefas.
Língua Portuguesa
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20. Segundo Christian Barbosa,
a) metade da humanidade gasta duas horas por dia sem fazer 
nada de efetivo.
b) ninguém não sabe cumprir tarefas no prazo tem problemas 
depressivos.
c) 52% dos funcionários brasileiros têm pendências pessoais.
d) boa alimentação e vida não sedentária ajudam para realizar 
tarefas do dia a dia.
e) os perfis de enrolador variam de acordo com o sexo e a 
faixa etária.
21. No texto, o ato de procrastinar significa
a) deixar tarefas necessárias para depois.
b) não fazer exercícios físicos por anos.
c) fazer hoje o que pode ser feito amanhã.
d) deixar atividades cotidianas para outros fazerem.
e) cumprir prazos com precisão.
(FINEP – Analista – 2011 – Cesgranrio) Texto para as ques-
tões 22 e 23.
Retratos de uma época
Mostra exibe cartões-postais de um tempo que não volta 
mais
Em tempos de redes sociais e da presença cada vez maior da 
internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre 
tudo foi assim tão rápido, instantâneo e impessoal. Se os adultos 
esquecem logo, crianças e adolescentes nem sabem como os avós 
de seus avós se comunicavam. Há 15 dias, uma educadora no Re-
cife, Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os 
meios de comunicação que eles conheciam. Nenhum citou cartões
-postais.
Pois eles já foram tão importantes que eram usados para troca 
de mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de 
versos enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, en-
tre os séculos XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a 
sonho e romantismo. 
Para se ter uma ideia de sua importância, basta lembrar um 
pouco da história: nasceram na Áustria, na segunda metade do sé-
culo XIX, como um novo meio de correspondência. E a invenção 
de um professor de Economia chamado Emannuel Hermann fez 
tanto sucesso que, em apenas um ano, foram vendidos mais de dez 
milhões de unidades só no Império Austro-Húngaro. Depois, espa-
lharam-se pelo mundo e eram aguardados com ansiedade.
— A moda dos cartões-postais, trazida da Europa, sobretudo 
da França, no início do século passado para o Recife de antiga-
mente, tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade - lembra 
o colecionador Liedo Maranhão, que passou meio século colecio-
nando-os e reuniu mais de 600, 253 dos quais estão na exposição 
“Postaes: A correspondência afetiva na Coleção Liedo Maranhão”, 
no Centro Cultural dos Correios, na capital pernambucana.
O pesquisador, residente em Pernambuco,começou a se in-
teressar pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram 
trocados na sua própria família. Depois, passou a comprá-los no 
Mercado São José, reduto da cultura popular do Recife, onde eram 
encontrados em caixas de sapato ou pendurados em cordões para 
chamar a atenção dos visitantes. Boa parte da coleção vem daí. [...] 
— Acho que seu impacto é justamente o de trazer para o mundo 
contemporâneo o glamour e o romantismo de um meio de comu-
nicação tão usual no passado — afirma o curador Gustavo Maia.
— O que mais chama a atenção é o sentimento romântico 
como conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de 
uma forma de comunicação que hoje está em desuso — reforça 
Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...] LINS, Letícia. Re-
tratos de uma época. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 
26-28, 1º maio 2011. Adaptado.
22. A ideia contida nos dois primeiros parágrafos é a de que
a) a necessidade de comunicação interpessoal desenvolveu-se 
só com a internet.
b) os cartões-postais eram, à sua época, considerados cafonas.
c) a atividade interpessoal realizada hoje pela internet era rea-
lizada, antes, similarmente por meio dos cartões-postais.
d) a importância dos cartões-postais se deveu ao fato de terem 
sido criados na Europa e, então, trazidos para o Brasil.
e) os cartões-postais eram o principal meio de correspondên-
cia entre os professores na Áustria.
23. As afirmações abaixo relacionam-se ao professor Eman-
nuel Hermann.
I. Deixou de ser professor de Economia, após vender mais de 
dez milhões de postais.
II. Inventou os cartões-postais.
III. Nasceu na segunda metade do século XIX.
Está contido no texto o que se afirma em
a) I, apenas 
b) II, apenas 
c) III, apenas 
d) I e II, apenas
e) II e III, apenas
(Casa da Moeda – Advogado – 2009 – Cesgranrio) Texto para 
as questões 24 a 27.
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da pintura, da 
fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias, da História e já anun-
ciaram até que o mundo ia se acabar. Todos os que previram esses 
desfechos chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que o 
jornalismo está terminando (e o livro também). Citam importantes 
jornais do mundo como alguns dos veículos com sérias dificulda-
des financeiras. Reconheço que há argumentos respeitáveis e indí-
cios preocupantes. Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por 
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos diários cresceu. 
Em 2007, enquanto a expansão mundial não passou de 2,5%, aqui 
foi de 11,8%. 
Desconfio muito das antecipações feitas por um mundo que 
não conseguiu prever nem a crise econômica atual. Além do mais, 
nunca uma nova tecnologia de comunicação eliminou a anterior. 
Com o advento da escrita - para citar a primeira dessas transforma-
ções - acreditava-se que, por desuso, a memória iria desaparecer. 
Dispondo de um suporte mecânico para registrar suas experiên-
cias, o homem não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era 
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última especula-
ção no gênero é a de que o Google vai tornar inúteis arquivos e 
bibliotecas). 
Língua Portuguesa
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Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV) iria abolir a 
“civilização verbal”. Uma imagem vale mais que mil palavras, re-
petia-se, esquecendo-se de que só se diz isso com palavras. Agora 
se afirma, veja a ironia, que a Internet veio salvar a escrita que a 
TV estava matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje, 
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo on-line pas-
sou então a funcionar como uma espécie de pá de cal sobre o jor-
nal. Só que a Internet ainda precisa da confirmação e do endosso 
do “impresso”, de seu prestígio e credibilidade. Os blogueiros sé-
rios que me perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para 
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles ali). Uma vez, 
um site noticiou que eu tinha morrido. Houve controvérsia, mas eu 
só não morri mesmo porque a notícia não saiu nos jornais. 
Por tudo isso, é provável que, em vez de extermínio, haja 
convergência e convivência de mídias, como já está ocorrendo. 
Muitos dos blogs e sites mais influentes estão hospedados em jor-
nais e revistas. VENTURA, Zuenir. O Globo - 14 fev. 2009. (com 
adaptações) 
24. O início do 1º parágrafo deixa claro que a moda de que 
fala o cronista é um tema
a) inédito 
b) inusitado 
c) recorrente 
d) contraditório 
e) irreverente
25. Pelas previsões citadas no 2º parágrafo do texto, estaria 
reservado à memória, aos arquivos e às bibliotecas um destino co-
mum: tornarem-se
a) relevantes 
b) obsoletos 
c) inatingíveis 
d) vulneráveis
e) apócrifos
26. Considere as afirmações.
I. Para o cronista é impossível a coexistência de duas tecnolo-
gias da comunicação.
II. Dificuldades financeiras e onipresença do universo on-line 
constituem ameaças à vida dos jornais.
III. Falta à Internet a credibilidade e a confiabilidade do jornal 
impresso.
É(São) verdadeira(s) apenas a(s) afirmação(ões)
a) I 
b) II 
c) III 
d) I e II 
e) II e III
27. De acordo com o texto, a Internet seria duplamente res-
ponsável:
a) pelo renascimento da “civilização visual” e pelo desapare-
cimento da memória.
b) pelo desaparecimento da memória e pelo resgate da “civi-
lização verbal”.
c) pelo resgate da memória e pela morte da “civilização vi-
sual”.
d) pelo resgate da “civilização visual” e pela salvação do jornal.
e) pelo resgate da “civilização verbal” e pela extinção do jornal.
(Petrobras – Engenheiro – 2010 – Cesgranrio) Texto para as 
questões 28 a 31.
O profissional holístico
Não nascemos profissionais, nos tornamos a partir de um pro-
cesso de crescimento, amadurecimento, vivências e experiências 
com determinadas áreas e atividades. Cada vez mais o merca-
do exige de nós a capacidade de atuarmos em áreas que não são 
efetivamente de nossa preferência e passa a exigir flexibilidade 
para entender que podemos adquirir novos conhecimentos, além 
de desenvolvermos habilidades e atitudes importantes, de modo a 
contribuir para o processo de conquista da posição em que preten-
demos estar no futuro.
O profissional holístico é composto de uma totalidade, em que 
o pensar, o sentir e o querer são as energias básicas para a reali-
zação. O sentir faz a ponte entre o pensar e o agir. Essa esfera nos 
coloca em contato com a experimentação e consequentemente nos 
leva ao aprendizado.
Cada atividade que realizamos faz parte de um quadro maior, 
onde as peças se completam e se somam ao alcance do objetivo 
final. São estágios nos quais se obtêm informações, novo olhar, e 
se desenvolvem capacidades na direção da área ou profissão es-
colhida.
Neste contexto, é importante que se compreenda a ideia ho-
lística, o pensar sistemicamente, ou seja, entender que as ações, a 
existência e as demais ocorrências do dia a dia não são isoladas. 
Está conectado a outros acontecimentos ou à vida de outras pes-
soas e organizações. 
Pensar e agir sistemicamente não são privilégios, mas, sim, 
necessidades, e cabem a todos, estejam atuando onde estiverem.
Encare qualquer emprego, tarefa, apresentação ou outra práti-
ca como uma licença para aprender. Faça muitas perguntas, pense 
como cliente, observe o processo total do qual faz parte e como 
ele pode ser melhorado. O importante é estar engajado psicologi-
camente nas tarefas e conexões, e estar aberto para aprender. Em 
outras palavras: o esforço faz a diferença. As qualidades mais im-
portantes para a construção de uma carreira de sucesso não são 
atributos congênitos como, por exemplo, altura ou cor dos olhos, 
mas a flexibilidade, a tolerância à incerteza, a capacidade de levan-
tar-se depois da queda. É tornar-se um autoaprendiz, é encontrar 
o seu caminho com o coração, é usar o processo de autorreflexão 
e de uma revisão constante de importantes verdades a respeito de 
nós mesmos. Redescobrir a estrada que percorremos ao longo da 
vida, ainda que você seja jovem.
Certa vez, alguémperguntou a um velho se ele tinha crescido 
naquela cidade. A resposta dele foi: “ainda não”. O processo de 
crescimento é contínuo, essa é a mensagem que nos ensina a res-
posta do velho sábio. 
OLIVEIRA, Ângela. O profissional holístico. 
Disponível em: http://www.rh.com.br/Portal/Carreira/Arti-
go/6136 o-profissional-holistico.html Acesso em: 15 dez 2009. 
(com adaptações)
28. De acordo com as ideias apresentadas no texto, profissio-
nal holístico é o que
Língua Portuguesa
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a) se fixa e se aprimora em determinada área profissional.
b) universaliza sua capacidade de atuação profissional.
c) possui um perfil psicologicamente integrado às atividades 
de sua preferência nas quais atua.
d) demonstra, principalmente, capacidade de adaptação aos 
demais companheiros de equipe.
e) demonstra sua capacidade de atuação em uma atividade es-
pecífica profissional.
29. Segundo o texto, o profissionalismo está no(a)
a) afloramento de uma tendência nata do indivíduo.
b) capacidade de atuar satisfatória e preferentemente em de-
terminada área.
c) conjugação da competência profissional com o equilíbrio 
emocional.
d) flexibilidade psicológica dos relacionamentos interpes-
soais.
e) diversidade de atuação aliada a uma predisposição ao 
aprendizado, visando ao sucesso profissional.
30. Considere as afirmativas abaixo.
I. Cada empreendimento configura-se, numa visão holística, 
como singular e autossuficiente no que se refere à aspiração pro-
fissional.
II. O perfil ideal do profissional privilegia as características 
psicológicas em detrimento do potencial genético.
III. A concepção holística engloba as atividades profissionais 
tanto no âmbito pessoal quanto no interpessoal.
Está correto apenas o que se afirma em
a) I 
b) II 
c) III 
d) I e II 
e) II e III
31. Qual parágrafo do texto se atém a tecer considerações so-
bre a importância da aprendizagem?
a) 1º 
b) 3º 
c) 4º 
d) 5º
e) 5º
(Petrobras – Engenheiro – 2010 – Cesgranrio) Texto para as 
questões 32 a 35.
Quase
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a 
desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me en-
tristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. 
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, 
quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta 
pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances 
que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por 
essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida 
morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de 
cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão 
dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. 
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão quei-
ma, o amor enlouquece, o desejo trai. 
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria 
e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo 
no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o 
arco-íris, em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não 
aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro 
de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas este-
jam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-
nos somente paciência, porém preferir a derrota prévia à dúvida 
da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há 
perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. 
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um 
romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não 
deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo 
impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gas-
te mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, 
vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja 
vivo, quem quase vive já morreu. WESTPHAL, Sarah. 
Disponível em: http://www.pensador.inf/p/ quase_cronicas_
de_luiz_fernando_verissimo/3/. Acesso em: 3 jan 2010.
32. Relacionando o “quase” com o “não” e o “talvez”, é cor-
reto afirmar que o “quase”, de acordo com o texto
a) assim como o “talvez”, prenuncia uma derrota.
b) em cada situação, nega previamente uma ação, um senti-
mento, um estado.
c) torna-se mais enfático e mais decisivo que o “não”.
d) é mais definitivo que o “não” e o “talvez”.
e) é mais decisivo que o “não” e menos frustrante que o “tal-
vez”.
33. O “quase” só não caracteriza, no texto, resultado decor-
rente de um(a)
a) desejo 
b) tentativa 
c) necessidade 
d) esperança
e) realização
34. Assinale a passagem do texto que, semanticamente, não 
estabelece uma relação direta com o “quase”.
a) “...a convicção do não...” (primeiro parágrafo)
b) “...a incerteza do talvez...” (primeiro parágrafo)
c) “oportunidades que escaparam pelos dedos,” (primeiro pa-
rágrafo)
d) “preferir a derrota prévia à dúvida da vitória...” (terceiro 
parágrafo)
e) “...acredite em você.” (terceiro parágrafo)
35. Assinale a passagem que se configura como uma definição 
para o “quase”.
a) “...tudo que poderia ter sido e não foi.” (primeiro parágrafo)
b) “quem quase morreu está vivo,” (primeiro parágrafo)
c) “...chances que se perdem por medo,” (primeiro parágrafo)
d) “...ideias que nunca sairão do papel...” (primeiro parágrafo)
e) “...maldita mania de viver no outono.” (primeiro parágrafo)
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(Funrio) Texto para as questões de números 36 a 40.
Coisas essenciais da vida
Rubem Alves
Se eu tivesse que propor uma lista das coisas essenciais da 
vida, elas pareceriam extremamente banais. As coisas que acabam 
sendo essenciais, primeiro, não são sempre as mesmas, mudam 
sempre; segundo, para mim pelo menos, elas são absolutamente 
quaisquer. São, de repente, o reflexo em um copo d’água, o cheiro 
da pipoca no cinema... As coisas essenciais da vida são pequenas 
mas precisa que, por alguma razão - é disso que eu vou tentar falar 
-, elas sejam portadoras de um certo tipo de emoção que as torna 
coisas essenciais da vida.
Para tentar entender esse tipo de emoção, a primeira coisa que 
queria dizer é que o drama - que pode ter um lado divertido mas é 
um drama - para nós humanos, é que o essencial não coincide nun-
ca com o necessário. Comida, agasalho, moradia, coitos regulares, 
são necessários para sobreviver e para reproduzir a espécie, mas 
não são coisas essenciais da vida. 
Se não existisse esse divórcio entre o necessário e o essencial, 
é claro que nós seríamos muito mais simples, seríamos menos doí-
dos e também menos doidos. Mas, por outro lado, sem esse divór-
cio entre o que é para nós essencial e as coisas que são necessárias, 
a corrida louca da nossa espécie não teria nem começado (...)
Na verdade, as coisas essenciais da vida só aparecem no catá-
logo das coisas necessárias sob a forma seguinte: como a sensação 
de uma estranha falta. 
Talvez a presença mais clara, mais positiva, do essencial da 
vida, para mim, seja isto: um mal-estar que me faz sentir que o 
necessário não me basta e que a lista das coisas essenciais está 
sempre incompleta. Talvez essa seja a presença mais constante das 
coisas essenciais da vida.
Claro que ao falar do divórcio entre o essencial e o necessá-
rio sinto um pouco de vergonha e de culpa. Porque, no fundo, eu 
acharia muito mais simples dizer que as coisas essenciais são as 
necessárias. Constatar o contrário me deixa um gosto desconfor-
tável na boca, porque parece conversa de menino rico. “Não vem 
com esse papo, você não sabe o que é estar em falta do necessário 
para a sobrevivência. É fácil dizer de pança cheia que o necessário 
para a sobrevivência é o essencial.
Traz a comida, depois a gente fala”: é uma reação possível, 
uma reação que se impõe. Será que dizer que o essencial não coin-
cide com o necessário não é um jeito de estar negando o essencial 
aos outros? É a mesma vergonha do artista que se pergunta o por-
quê de sua arte em uma época de peste.
Para responder,há a história do radinho, não sei se vocês co-
nhecem essa história... numa campanha de controle demográfico 
- se lembro bem, na Índia, muitos anos atrás - convidaram homens 
e mulheres a pedir (essa coisa de convidar a pedir...). Bom, convi-
daram-nos a pedir para serem esterilizados. E para estimular essa 
decisão “autônoma” era oferecida uma escolha entre duas recom-
pensas: uma saca de arroz ou um radinho de pilhas. 
Agora, o interessante é que, numa situação de pobreza abso-
luta, de falta do necessário para a subsistência, quase todos esco-
lheram o radinho. Mesmo na falta mais cruel do necessário o que 
lhes parecia essencial era o que é aparentemente supérfluo, era o 
radinho. Na verdade, privados da liberdade, ou então vivamente 
encorajados a desistir da liberdade de se reproduzir, aparentemen-
te, era mais importante para eles afirmar sua humanidade querendo 
um rádio do que satisfazer as necessidades querendo o arroz. A 
resposta, então, era algo assim “você me trata e me esteriliza como 
se eu fosse gado. Agora, eu não sou bicho, eu não quero arroz, eu 
quero rádio”.
A racionalidade nos diria que é uma falsa escolha, uma esco-
lha alienada. Vamos morrer de fome para escutar musiquinhas e 
propagandas. Mas a questão é outra. Qual racionalidade nos au-
toriza a retirar a um miserável sua qualidade humana sob o pre-
texto de lhe facilitar a subsistência? Porque é disso que se trata. 
Em nome da necessidade, gostaríamos que ele parasse de querer 
o supérfluo. Enquanto que é propriamente considerar que a coisa 
essencial da vida é o supérfluo, que resiste, mesmo na miséria, a 
humanidade de todos.
Se não gostaram da história do radinho, vou lhes contar ou-
tra. Numa prisão onde a Gestapo interrogava, torturava e matava 
presos políticos na Polônia, quando o Exército Vermelho chegou 
na hora da libertação, encontrou (além de estrago, morte, nenhum 
sobrevivente) escondidos, enfiados à força nas pedras das paredes, 
bilhetinhos escritos. Não devia ser muito fácil, naquelas condições, 
achar caneta, papel, tinta, se não fosse sangue, e achar vontade 
de escrever. O que eram esses bilhetinhos? Será que respondiam 
à necessidade de contar o acontecido ou de deixar uma última 
mensagem à mulher, aos pais, aos filhos, aos amigos, a alguém... 
nada disso, os bilhetinhos não eram mensagens para alguém, tam-
bém não eram depoimentos. Eram poesias. (Palestra proferida na 
UFRGS, no Projeto “Coisas essenciais da vida”, disponível em 
http://www.ufrgs.br. Acesso em 22/02/2008)
36. De acordo com o ponto de vista expresso pelo autor do 
texto, a palavra ou expressão que pertence ao campo semântico de 
“coisas essenciais” é:
a) agasalho 
b) arroz 
c) cheiro da pipoca 
d) mensagem aos amigos
e) moradia
37. É correto afirmar, segundo o autor do texto, que o “divór-
cio entre o essencial e o necessário” é:
a) incomum entre as pessoas pobres
b) vergonhoso e, por isso, deve ser esquecido
c) equivocado por separar o banal do supérfluo
d) próprio do ser humano
e) fruto da alienação
38. “Vamos morrer de fome para escutar musiquinhas e pro-
pagandas.” De acordo com o texto, diminutivo dá à palavra grifada 
acima:
a) valor afetivo
b) noção de tamanho reduzido
c) sentido pejorativo
d) ideia de indignação
e) sugestão musical
39. “Não vem com esse papo, você não sabe o que é estar em 
falta do necessário para a sobrevivência. É fácil dizer de pança 
cheia que o necessário para a sobrevivência é o essencial. Traz a 
comida, depois a gente fala” 
Língua Portuguesa
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No fragmento acima, o emprego das aspas é feito para:
a) indicar referência ao discurso alheio
b) assinalar o discurso direto do autor
c) revelar a falta de coerência do povo
d) fragmentar o discurso do autor
e) marcar a citação de autor consagrado
40. No parágrafo final, para validar seus argumentos, o autor 
lança mão de um artifício que tem como base a:
a) moral
b) mídia
c) arte
d) correspondência
e) sociedade
(Cespe-Unb) Leia o texto abaixo para responder às questões 
41 e 42.
Invenções
Aí o homem achou um pedaço de carvão e inventou o dese-
nho; aí a mulher achou um pedaço de carvão e inventou o lápis de 
sobrancelhas.
Aí o homem achou uma pena de ganso e inventou a caneta; aí 
a mulher achou uma pena de ganso e inventou o chapéu.
Aí o homem achou um pedaço de pano e inventou um lenço; 
aí a mulher achou um pedaço de pano e inventou o biquíni.
Aí o homem achou um pedaço de vidro e inventou a garrafa; 
aí a mulher achou um pedaço de vidro e inventou o espelho.
 Max Nunes, Uma pulga na camisola 
(com adaptações)
41. Nem todas as ideias de um texto são claras ou explícitas; 
algumas ficam apenas sugeridas ou subentendidas. Nesse sentido, 
de acordo com as ideias do texto, assinale a opção correta.
a) Invenções são sempre resultado de minuciosa pesquisa.
b) O lápis e a caneta têm a mesma origem.
c) O autor tem mais simpatia pelas invenções femininas do 
que pelas masculinas.
d) A criatividade masculina é mais voltada para o trabalho e a 
feminina, para o lazer.
e) As repetições de palavras e de estruturas sintáticas enfa-
tizam a ideia de se fazer correspondência entre a criatividade de 
homens e de mulheres.
42. A associação de vocábulos de acordo com sua função 
constitui a estrutura sintática de uma oração. Assinale a oração que 
produz a estrutura sintática que se repete nas orações do texto.
a) Aí o homem, desenhando inventou o mundo.
b) Daí, quando o homem sonhou, surgiu a poesia. 
c) Então o homem encontrou um pedaço de raio e criou a lâm-
pada.
d) Por isso, o homem achou que tinha criado o dia.
e) E assim, ao buscar o conforto, o homem encontrou o tra-
balho.
(Cespe-Unb) Leia o texto abaixo para responder à questão 43.
Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pes-
soas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação 
se manifeste por meio de um conjunto de organizações e institui-
ções extramercado. Uma cultura política atuante precisa de grupos 
comunitários, bibliotecas, escolas públicas, associações de mo-
radores, cooperativas, locais para reuniões públicas, associações 
voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação, 
encontro e interação entre os concidadãos. A democracia neolibe-
ral, com sua ideia de mercado uber alles, nunca leva em conta essa 
atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores. Em vez de 
comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma socie-
dade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e 
socialmente impotentes.
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato 
da verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados 
Unidos, mas em todo o planeta, e assim continuará no futuro pre-
visível. Robert W. McChesney. Introdução. In: Noam Chomsky. 
O lucro ou as pessoas? Neoliberalismo e ordem global. Pedro 
Jorgensen Jr. (Trad.). 4.ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004 
(com adaptações).
43. Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto
a) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa 
de se construir uma cultura política verdadeiramente democrática.
b) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da socie-
dade civil organizada, reduz a condição política do cidadão a um 
plano mínimo.
c) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo 
evolua para uma democracia extramercado.
d) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada, 
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor.
e) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associa-
tivas por promover a interação entre seus associados.
(Cespe-Unb) Leia o texto abaixo para responder às questões 
44 a 47.
A Paz e a Lei
A paz! Não a vejo. Não há, como não pode existir, senão uma, 
é a que assenta na lei, na punição dos crimes, na responsabilida-
de dos culpados, na guarda rigorosa das instituições livres. Outra 
espécie de paz, não é senão a paz da servidão, a paz indigna e 
aviltante dos países oprimidos, a paz abjeta que a nossa índole, o 
nosso regímen essencialmente

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