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Apostila - Português - Maria Tereza

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Prévia do material em texto

Assistente em Administração
Português
Profª Maria Tereza
www.acasadoconcurseiro.com.br
Português
Professora Maria Tereza
www.acasadoconcurseiro.com.br
Edital
PORTUGUÊS: Variedades de linguagem, tipos e gêneros textuais, e adequação de linguagem. 
Elementos de sentido do texto: coerência e progressão semântica do texto; relações contex-
tuais entre segmentos de um texto; informações explícitas, inferências válidas, pressupostos 
e subentendidos na leitura do texto. Elementos de estruturação do texto: recursos de coesão; 
segmentação do texto em parágrafos e sua organização temática. Interpretação do texto: iden-
tificação do sentido global de um texto; identificação de seus principais tópicos e de suas re-
lações (estrutura argumentativa); síntese do texto; adaptação e reestruturação do texto para 
novos fins retóricos.
BANCA: FAURGS
CARGO: Assistente em Administração
www.acasadoconcurseiro.com.br 7
Português
EDITAL
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO:
 • variedades de linguagem;
 • tipos e gêneros textuais e adequação de linguagem; 
 • elementos de sentido do texto: coerência e progressão semântica do texto; 
 • relações contextuais entre segmentos de um texto; informações explícitas, inferências 
válidas, pressupostos e subentendidos na leitura do texto;
 • segmentação do texto em parágrafos e sua organização temática; 
 • identificação do sentido global de um texto; 
 • identificação de seus principais tópicos e de suas relações (estrutura argumentativa); 
 • síntese do texto; 
 • adaptação e reestruturação do texto para novos fins retóricos. 
AULA 1
 • Análise e Interpretação de textos. 
 • Identificação da Ideia Central. 
 • Análise das Alternativas. 
 • Estratégias Linguísticas.
 • Inferência. 
 • Tipologias Textuais. 
Análise e interpretação de texto
PROCEDIMENTOS
1. Observação da fonte bibliográfica, do autor e do título;
2. identificação do tipo de texto (artigo, editorial, notícia, crônica, textos literários, científicos, 
etc.);
3. leitura do enunciado.
 
www.acasadoconcurseiro.com.br8
EXEMPLIFICANDO
Técnico Judiciário Área Judiciária e Administrativa – 2012 – TJ/RS – FAURGS 
1.  O avanço das mídias nas últimas décadas tem sido recebido com grande 
2. entusiasmo - não sem razão. Entre elas, uma, especialmente, é saudada 
3. como revolucionária: trata-se desta quase incompreensível massa de 
4. informações que circula por milhões e milhões de computadores pelo mundo, 
5. que é a Internet e que dá a todos nós a sensação de que podemos encontrar 
6. respostas para quase tudo, bastando colocar a palavra certa no buscador.
7.  A Internet realmente transformou o mundo, facilitou a vida de todos os 
8. que têm acesso a ela e tem um enorme potencial para popularizar e 
9. democratizar a informação e o conhecimento ao longo deste novo século.
10.  A rede possibilitou que pessoas se conheçam. Estudantes escrevem para 
11. suas bibliografias. E, estranhamente, para surpresa dos jovens, as 
12. bibliografias respondem. Aproximou colegas distantes, promovendo o 
13. intercâmbio científico e cultural, acelerou o mundo dos negócios, as bolsas 
14. de valores, e promete uma revolução da educação para os próximos anos. 
15. Fez surgir impensadas amizades e até grandes paixões. 
16.  Há, no entanto, uma grande perversidade na rede: ela está substituindo 
17. os encontros entre pessoas que não têm nenhum tipo de impedimento 
18. objetivo para se falarem olho no olho. Ou pelo menos para ouvir a voz do 
19. outro por um telefone, para o bem ou para o mal.
20.  O e-mail, como as cartas, é um monólogo, mas as cartas não são ou não 
21. eram usadas para a comunicação com o vizinho de sala e não faziam parte 
22. da vida cotidiana de pessoas que viviam na mesma cidade. Elas existiam e 
23. existem para atenuar a ausência, não para impedir a presença.
24.  Estamos tão encantados na frente da tela do computador, ditando as 
25. regras ao mundo, sem sermos interrompidos, sem sermos chamados à 
26. razão, que esquecemos de olhar ao redor. Estamos seguros e confortáveis, 
27. mas menores como seres humanos. Estamos ficando sós.
Adaptado de: PINTO, Céli Regina Jardim. Perverso mundo dos e-mails. Zero Hora, 17 fev. 2007.
Trata-se de um artigo: texto jornalístico, assinado, que expressa a opinião de alguém sobre 
um assunto que desperta o interesse da opinião pública. Geralmente, quem redige esse 
tipo de gênero textual é um indivíduo notável nas artes, na política ou em outras áreas. 
Seu objetivo é, via de regra, influenciar o ponto de vista do leitor. Entre suas características 
estilísticas se destaca a linguagem formal, objetiva, simples. Difere do editorial porque é 
sempre assinado.
UFRGS (Assistente em Administração) – Português – Profª Maria Tereza
www.acasadoconcurseiro.com.br 9
ANÁLISE DO ENUNCIADO
1. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que
No ENUNCIADO, as expressões “o texto” e “concluir” norteiam a estratégia de apreensão das 
ideias:
 • destaque das palavras-chave das alternativas/afirmativas (expressões substantivas e 
verbais);
 • identificação das palavras-chave no texto;
 • resposta correta = paráfrase mais completa do texto.
1. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que
a) a autora atribui ao desenvolvimento tecnológico dos últimos decênios as dificuldades de 
relacio¬namento do homem contemporâneo.
b) "a revolução da educação", de que fala a autora, foi uma das consequências positivas do 
advento da Internet, ocorridas nas últimas décadas.
c) a Internet tornou-se, na opinião da autora, um instrumento insubstituível de pesquisa 
acadêmica, trabalho e comunicação humana.
d) há, por parte da autora, uma postura saudosista no que se refere às formas de comunicação 
entre as pessoas.
e) ele estabelece uma equivalência entre as antigas cartas e os e-mails atuais, diferenciando-
os, porém, no tocante às finalidades com que são utilizados.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE! Atente para as expressões abertas e fechadas das 
alternativas.
Anotações:
 
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Identificação da ideia central
PROCEDIMENTOS
 • Identificação do “tópico frasal”: intenção textual percebida, geralmente, no 1º e 2º períodos 
do texto (IDEIA CENTRAL).
 • Destaque das palavras-chave dos períodos (expressões substantivas e verbais).
 • Identificação das palavras-chave nas alternativas.
 • Resposta correta = paráfrase mais completa do texto.
EXEMPLIFICANDO
Oficial Escrevente – 2010 – TJ/RS – FAURGS 
01.  Uma em cada 4 pessoas que usam a internet no mundo tem uma conta no 
02. Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos diariamente. Os 
03. 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um 
04. google no nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham 
05. termos bonitos como a "era da hipertransparência" para tentar falar que há xeretas e 
06. exibicionistas demais hoje.
07.  E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo à tal 
08. hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre o quanto que 
09. estranhos podem saber de sua vida. "Estamos construindo uma internet cujo padrão 
10. é ser sociável", decretou Mark Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar 
11. as mudanças. Utopia sociológica à parte, interessa para ele que usuários de seu 
12. serviço possam ser encontrados com mais facilidade. Se você não está no Facebook e 
13. encontra aquele amor antigo da escola ali, tende a entrar para a rede social. E, 
14. quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade.
15.  As mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de 
16. perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não ser que o 
17. usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na 
18. internet. Não é pouca coisa. Pense em quem teve um término de relacionamento 
19. conturbado e quer manter distância de namorados maníacos; ou em um adolescente 
20. que mudou de escola por causade bullying e corre o risco de que tudo comece de 
21. novo se os novos colegas descobrirem isso; em quem sofre de assédio moral no 
22. trabalho ou foi testemunha de um crime; em quem não quer que os pais descubram 
23. detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook 
24. divulgue pode fazer uma grande diferença. Não fica nisso. Um dos maiores problemas 
25. é que a internet não "esquece" nada. E agora que ela faz parte da vida de 
26. praticamente todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar 
27. um problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de anos atrás vão complicar 
28. você na disputa por um emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma 
UFRGS (Assistente em Administração) – Português – Profª Maria Tereza
www.acasadoconcurseiro.com.br 11
29. discussão com um ex, pode estar ao alcance de qualquer um. As redes sociais 
30. baseadas em GPS, como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse molho, já que 
31. elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento. Em suma, nunca 
32. existiram tantas possibilidades de exposições públicas. E sim: sempre vai ter alguém 
33. que você não esperava bisbilhotando você.
34.  É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior 
35. parte da história humana, as pessoas viveram em pequenas tribos onde todas as 
36. pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos 
37. tornando uma vila global. Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das 
38. contas, sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas W. Malone, do Centro 
39. de Estudos de Inteligência Coletiva do MIT.
40.  Seja como for, trata-se de uma anomalia de que todo mundo gosta. E por isso 
41. mesmo um movimento ganha cada vez mais força: há uma preocupação maior com a 
42. bisbilhotice. Na prática, está acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. 
43. Estamos menos "sociais".
44.  Hoje, a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta na rede para todo 
45. mundo ver é, por cabeça, bem menor do que há 5, 6 anos. É raro encontrar quem 
46. deixe suas fotos escancaradas numa rede social. Scraps públicos no Orkut já são 
47. parte de um passado remoto... Um estudo da Universidade da Califórnia mostra essa 
48. mudança: os entrevistados disseram tomar mais cuidado com o que postam online 
49. hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 88% dos jovens de 18 a 24 anos 
50. manifestaram-se a favor de uma lei que forçasse os sites a apagarem informações 
51. pessoais depois de algum tempo.
52.  Enquanto não chegam leis concretas, as pessoas reagem por conta própria. Trinta 
53. mil usuários cancelaram suas contas no Facebook no dia 31 de maio, para protestar 
54. contra aquela mudança na configuração de privacidade. Compare isso com a reação 
55. que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o 
56. seu perfil. Não faltaram reações de indignação. "Qual é a graça se não dá mais para 
57. espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários.
58.  É difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como 
59. nos comportamos em público. Porque, cada vez mais, estamos mesmo.
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante - Edição 280, junho de 
2010. Disponível em http://super.abril.com.br/tecnologia/fimfim-privacidade-580993.shtm.
ANÁLISE DO ENUNCIADO
2. O texto trata, essencialmente,
No ENUNCIADO, a expressão “essencialmente” norteia a estratégia de apreensão das ideias:
 • destaque das palavras-chave dos períodos (expressões substantivas e verbais);
 • identificação das palavras-chave nas alternativas;
 • resposta correta = paráfrase mais completa do texto. 
 
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2. O texto trata, essencialmente,
a) da utopia de se construir uma internet fundamentalmente sociável.
b) das mudanças implementadas pelas redes sociais nos últimos anos.
c) do comportamento dos usuários das redes sociais em relação à exposição imposta por 
esses meios.
d) dos riscos da superexposição na internet.
e) da longa "memória" da internet, que pode armazenar dados de seus usuários por muito 
tempo.
ERROS COMUNS
EXTRAPOLAÇÃO 
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, 
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.
REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de 
que o texto é um conjunto de ideias.
CONTRADIÇÃO
EXEMPLIFICANDO
Analista de Sistemas – 2014 – TJ/RS – FAURGS 
 Susiros de fumaça
1.  “Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim 
2. dizia meu pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu 
3. largar o cigarro. Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava 
4. escondido. Anos depois que partiu, minha mãe seguia encontrando maços em 
5. esconderijos insólitos. 
6.  Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu 
7. pai. Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava 
8. a missão. Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se 
9. nelas houvesse uma névoa de conivência. Claro, eu era criança. 
10.  Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu avô 
11. materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o 
12. fim. Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os 
13. médicos cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três 
14. meios cigarros ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia 
15. escandalosa vista grossa. Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o 
16. cigarro, ou me enganava na difícil matemática que é discernir entre três e 
17. quatro. 
UFRGS (Assistente em Administração) – Português – Profª Maria Tereza
www.acasadoconcurseiro.com.br 13
18.  Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o 
19. que faria com eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não 
20. descobri se nunca fumei para não desafiar quem derrotou meu pai ou para 
21. triunfar onde ele falhou. 
22.  Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa 
23. familiaridade de um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um 
24. amigo fiel que pontuava e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, 
25. no momento de angústia, nos momentos de alegria, contra a solidão, enfim, 
26. arrimo para todas as pausas. Mas minha paciência com o cigarro, e o custo 
27. que ele me trouxe, já havia esgotado. Agora, era eu ou ele. Quase perdi! 
28.  Havia um inimigo na trincheira, minhas memórias, tinha uma queda pelo 
29. inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e com o decisivo apoio da 
30. minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos. 
31.  Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e 
32. o preço que os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu 
33. prazer, como a medicina explica e agora está impresso em qualquer maço, a 
34. meu ver, pouco ajuda. Talvez só denote o que ele é, uma tourada com a 
35. finitude, desafiando e chamando a morte a cada tragada. O preço por esse 
36. prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais 
37. doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a 
38. fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que 
39. todos os fumantes que amei tivessem preferido a minha companhia à dele, 
40. de cuja preferência sempre terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de 
41. volta para nós. 
Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014. 
3. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do texto. 
a) Com suas brincadeiras, o pai do narrador pretendia aumentar a importância de sua 
incapacidade de parar de fumar.
b) O narrador considera-se mais culpado por não ter se empenhado contra o vício do avô do 
que por ter colaboradocom o vício do pai. 
c) O vício da mulher do narrador o incomodava por impedi-la de dedicar-se às filhas. 
d) Na opinião do narrador, o preço alto de um maço de cigarros não é suficiente para 
desestimular o tabagismo. 
e) Para o narrador, o mais doloroso é testemunhar a tentativa dos fumantes de livrar-se do 
vício do cigarro. 
 
www.acasadoconcurseiro.com.br14
Comentário:
a) CONTRADIÇÃO: aumentar a importância ≠ minimizar sua maior derrota. (l. 2)
b) CORRETA (“depreender”).
c) REDUÇÃO: escolha entre a fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa 
companhia. (l. 37-38)
d) EXTRAPOLAÇÃO: O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. (l. 
35-36)
e) CONTRADIÇÃO: talvez mais doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa 
escolha entre a fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa companhia. (l. 36-38)
Análise das Alternativas – Estratégias Linguísticas
PROCEDIMENTOS
1. PALAVRAS DESCONHECIDAS = PARÁFRASES e CAMPO SEMÂNTICO e ETIMOLOGIA.
Paráfrase = versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo 
mais fácil ao entendimento.
Campo Semântico = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.
Exemplo: aluno / professor / caderno / notas / caneta, etc.
Etimologia (do grego antigo) é a parte da gramática que trata da história ou da origem das 
palavras e da explicação do significado de palavras por meio da análise dos elementos que as 
constituem (morfemas). Por outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das 
regras de sua evolução histórica. 
Atenção:
UFRGS (Assistente em Administração) – Português – Profª Maria Tereza
www.acasadoconcurseiro.com.br 15
EXEMPLIFICANDO
Analista de Sistemas – 2014 – TJ/RS – FAURGS 
 Suspiros de fumaça
1.  “Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim 
2. dizia meu pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu 
3. largar o cigarro. Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava 
4. escondido. Anos depois que partiu, minha mãe seguia encontrando maços em 
5. esconderijos insólitos. 
4. Com a expressão esconderijos insólitos (l. 5), o narrador faz referência aos locais 
a) perigosos em que seu pai guardava os cigarros. 
b) desagradáveis em que seu pai guardava os cigarros. 
c) representativos em que seu pai guardava os cigarros. 
d) distantes em que seu pai guardava os cigarros. 
e) incomuns em que seu pai guardava os cigarros.
Programador – 2014 – TJ/RS – FAURGS 
Algumas palavras de quem não entende de futebol.
1.  Eu nunca acompanhei futebol. Não sou torcedora de time que seja, e 
2. meus sobrinhos adoram dizer que, já que não tenho time, sou do time deles 
3. em dia de jogo. Sendo assim, já fui torcedora, sem querer ou saber, de 
4. alguns times. 
5.  Em todas as Copas que cabem na minha biografia, acho que assisti a 
6. dois jogos do Brasil, e nem me lembro em quais anos. Contudo, se há algo 
7. que eu sei, é que muitos brasileiros adoram futebol. Eu nunca entendi o 
8. esporte, ou tive paciência de assistir a jogos o suficiente para ter uma ideia 
9. do que se trata esse objeto de apaixonamento coletivo. 
10.  Quando saiu a notícia de que a Copa seria no Brasil, não houve como 
11. fugir do assunto. Entraram outros temas no pacote, muitos brasileiros se 
12. inspiraram para bendizer e maldizer o esporte e o país. Em 2014, a minha 
13. curiosidade pelo futebol aumentou. Fiquei mesmo querendo entender por 
14. que as pessoas sofrem durante um jogo, ao mesmo tempo em que, a cada 
15. gol, elas entram em êxtase. 
16.  Durante a Copa, assisti a quase todos os jogos e não somente aos do 
17. Brasil. Depois do terceiro, nem era mais por curiosidade, mas por 
18. abismamento: como esses jogadores conseguem fazer o que fazem com 
19. uma bola? E por deslumbramento, que cada time tinha a sua própria 
20. coreografia, o que torna impossível um jogo ser parecido com o outro. Dei-
21. me conta, também, de que usamos termos do futebol ao nos comunicarmos 
22. diariamente. 
 
www.acasadoconcurseiro.com.br16
23.  Ainda não tenho time preferido e acho que assim continuarei. Quanto 
24. ao do Brasil, vou sempre torcer por ele em Copa, esperando que os ajustes, 
25. que os especialistas alegam serem necessários para um jogo bonito — pois 
26. é, também dei de assistir aos programas sobre o esporte —, sejam feitos, e 
27. que, assim, os torcedores possam festejá-lo, independente de uma vitória. 
Adaptado de: DIAS, Carla. Algumas palavras de quem não entende de futebol. Disponível em http://www.
cronicadodia.com.br/2014/07/algumaspalavras-de-quem-nao-entende.html. Acessado em 14 de julho de 2014. 
CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista 
apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status 
quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de 
texto é predominantemente coloquial.
5. A autora afirma que usamos termos do futebol ao nos comunicarmos diariamente (l. 21-22). 
Assinale a alternativa que apresenta um exemplo que sustenta essa afirmação. 
a) João está blefando; ele não recebeu nenhuma proposta de emprego, ao contrário do que 
nos disse. 
b) Maria sempre entrega suas tarefas aos quarenta e cinco do segundo tempo.
c) Ana está tão adiantada em suas tarefas que já está até passando por retardatários. 
d) Pedro ganhou sinal verde para executar seu projeto na empresa. 
e) Chega de mentiras! Está na hora de colocar as cartas na mesa. 
Atenção:
UFRGS (Assistente em Administração) – Português – Profª Maria Tereza
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2. BUSCA DE PALAVRAS “FECHADAS” NAS ALTERNATIVAS (possibilidade de a alternativa ser 
incorreta):
 • advérbios;
 • artigos; multimídia
 • expressões restritivas;
 • expressões totalizantes;
 • expressões enfáticas.
X
3. BUSCA DE PALAVRAS “ABERTAS” NAS ALTERNATIVAS (possibilidade de a alternativa ser a 
correta):
 • Possibilidades;
 • hipóteses (provavelmente, é possível, uso do futuro do pretérito do indicativo (-ria) , modo 
subjuntivo...).
Atenção:
 
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EXEMPLIFICANDO
Oficial Escrevente – 2010 – TJ/RS – FAURGS 
01.  Uma em cada 4 pessoas que usam a internet no mundo tem uma conta no 
02. Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos diariamente. Os 
03. 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um 
04. google no nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham 
05. termos bonitos como a "era da hipertransparência" para tentar falar que há xeretas e 
06. exibicionistas demais hoje.
07.  E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo à tal 
08. hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre o quanto que 
09. estranhos podem saber de sua vida. "Estamos construindo uma internet cujo padrão 
10. é ser sociável", decretou Mark Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar 
11. as mudanças. Utopia sociológica à parte, interessa para ele que usuários de seu 
12. serviço possam ser encontrados com mais facilidade. Se você não está no Facebook e 
13. encontra aquele amor antigo da escola ali, tende a entrar para a rede social. E, 
14. quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade.
15.  As mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de 
16. perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não ser que o 
17. usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na 
18. internet. Não é pouca coisa. Pense em quem teve um término de relacionamento 
19. conturbado e quer manter distância de namorados maníacos; ou em um adolescente 
20. que mudou de escola por causa de bullying e corre o risco de que tudo comece de 
21. novo se os novos colegas descobrirem isso; em quem sofre de assédio moral no 
22. trabalho ou foi testemunha de um crime; em quem não quer que os pais descubram 
23. detalhes de sua vida sexual.Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook 
24. divulgue pode fazer uma grande diferença. Não fica nisso. Um dos maiores problemas 
25. é que a internet não "esquece" nada. E agora que ela faz parte da vida de 
26. praticamente todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar 
27. um problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de anos atrás vão complicar 
28. você na disputa por um emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma 
29. discussão com um ex, pode estar ao alcance de qualquer um. As redes sociais 
30. baseadas em GPS, como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse molho, já que 
31. elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento. Em suma, nunca 
32. existiram tantas possibilidades de exposições públicas. E sim: sempre vai ter alguém 
33. que você não esperava bisbilhotando você.
34.  É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior 
35. parte da história humana, as pessoas viveram em pequenas tribos onde todas as 
36. pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos 
37. tornando uma vila global. Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das 
38. contas, sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas W. Malone, do Centro 
39. de Estudos de Inteligência Coletiva do MIT.
40.  Seja como for, trata-se de uma anomalia de que todo mundo gosta. E por isso 
41. mesmo um movimento ganha cada vez mais força: há uma preocupação maior com a 
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42. bisbilhotice. Na prática, está acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. 
43. Estamos menos "sociais".
44.  Hoje, a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta na rede para todo 
45. mundo ver é, por cabeça, bem menor do que há 5, 6 anos. É raro encontrar quem 
46. deixe suas fotos escancaradas numa rede social. Scraps públicos no Orkut já são 
47. parte de um passado remoto... Um estudo da Universidade da Califórnia mostra essa 
48. mudança: os entrevistados disseram tomar mais cuidado com o que postam online 
49. hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 88% dos jovens de 18 a 24 anos 
50. manifestaram-se a favor de uma lei que forçasse os sites a apagarem informações 
51. pessoais depois de algum tempo.
52.  Enquanto não chegam leis concretas, as pessoas reagem por conta própria. Trinta 
53. mil usuários cancelaram suas contas no Facebook no dia 31 de maio, para protestar 
54. contra aquela mudança na configuração de privacidade. Compare isso com a reação 
55. que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o 
56. seu perfil. Não faltaram reações de indignação. "Qual é a graça se não dá mais para 
57. espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários.
58.  É difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como 
59. nos comportamos em público. Porque, cada vez mais, estamos mesmo.
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante - Edição 280, junho de 
2010. Disponível em http://super.abril.com.br/tecnologia/fimfim-privacidade-580993.shtm.
6. Considere as seguintes afirmações.
I - Houve uma mudança na postura dos usuários de redes sociais de 2006 para cá, no que tange 
à preocupação com a privacidade.
II - Há quem entenda que a privacidade pode ser considerada um fenômeno peculiar à 
modernidade.
III - A vida privada das pessoas está interessando menos aos usuários de redes sociais.
Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto?
a) Apenas II.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
 
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  Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou que o que mais se faz no 
Facebook, depois de interagir com amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de 
conhecer. Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará formado um vínculo. No 
final, todo mundo vira amigo de todo mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o 
poder de transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam o mesmo ambiente 
social, mas não são suas amigas) em elos fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é, por 
mais que existam exceções a qualquer regra, todos os estudos mostram que amizades geradas 
com a ajuda da Internet são mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem 
fora dela.
  Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito geralmente são parecidos com você: 
pertencem ao mesmo mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles transitam 
por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe apresentar novas pessoas e ampliar seus 
horizontes – gerando uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos, 
inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das redes na Internet é simétrica: 
se você quiser ter acesso às informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com 
ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro dizer "não" a alguém que você 
conhece, todo mundo acaba adicionando todo mundo. E isso vai levando à banalização do 
conceito de amizade.
  É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou diferente. Esse tipo de sítio 
é uma rede social completamente assimétrica. E isso faz com que as redes de "seguidores" e 
"seguidos" de alguém possam se comunicar de maneira muito mais fluida. Ao estudar a sua 
própria rede no Twitter, o sociólogo Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu 
que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si independentemente da mediação 
dele. Pessoas cujo único ponto em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas. 
No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e começar a te seguir. Nós não nos 
conhecemos. Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu nome no sítio, e poderá 
falar comigo. Meus seguidores também podem se interessar pelos seus tuítes e começar a 
seguir você. Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as pessoas que estão a 
nossa volta podem virar amigas entre si.
Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em: <http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-estamudando-
amizade-619645.shtml>. Acesso em: 1º de outubro de 2012
7. Considere as seguintes afirmações sobre o conteúdo do texto.
I - O primeiro parágrafo apresenta resultado de estudo realizado por uma universidade 
americana acerca das atividades mais comuns dos usuários de certa rede social.
II - O segundo parágrafo informa que pessoas que frequentam as mesmas redes sociais 
inevitavelmente serão amigas.
III - O terceiro parágrafo mostra como o Twitter vem contribuindo para o desenvolvimento de 
amizades geradas com o auxílio da Internet.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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Médico Judiciário – 2016 – TJ/RS – FAURGS
A língua do Brasil amanhã
  Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes 
se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente 
expansionistas (em especial o inglês, atual candidato número um a língua universal); ou que 
vai se “misturar” com o espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se 
corromper pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia 
sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou 
convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. 
  Por outro lado (e não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, 
e certamente não será a mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos. O que é que poderia 
ameaçar a integridade ou a existência da nossa língua? Um dos fatores, frequentemente citado, 
é a influência do inglês – o mundo de empréstimos que andamosfazendo para nos expressarmos 
sobre certos assuntos. Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje em 
dia é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua 
portuguesa. Empréstimos são um fato da vida e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, 
mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de origem estrangeira; hoje já se 
naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça nelas. Afinal de contas, quando se começou a 
jogar aquela bolinha em cima da mesa, precisou-se de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, 
e alguns tentaram, mas a palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive entre 
nós como uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque. Quero dizer 
que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na 
língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam se assimilam. 
  Como toda língua, o português precisa crescer para dar conta das novidades sociais, 
tecnológicas, artísticas e culturais; e pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé 
– e também pode (e com maior frequência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – 
como computador, ecologia, poluição – ou então estender o uso de palavras antigas a novos 
significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não significavam há vinte 
anos. Isso está acontecendo a todo o tempo com todas as línguas, e nunca levou nenhuma 
delas à extinção. 
Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
Páginas 11-14.
8. Considere as seguintes afirmações sobre algumas das ideias do texto. 
I - Segundo o autor, a língua portuguesa não corre o risco de desaparecer ou ter sua identidade 
alterada. Contudo, é preciso estar atento ao uso demasiado de estrangeirismos, que podem, no 
longo prazo, ameaçar a integridade da língua. 
II - Existem palavras da língua portuguesa que têm sua origem estrangeira e que nunca foram 
aportuguesadas, como ravióli, ioga, chucrute, balé, que mantêm sua pronúncia original. 
III - Além de a língua contar com novas palavras, criadas no seio da própria língua (computador, 
por exemplo), o autor destaca que palavras antigas na língua podem receber novos significados 
com o passar do tempo. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas III. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I e III. 
e) Apenas II e III. 
 
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Inferência
PROCEDIMENTOS
INFERÊNCIA = ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do 
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados = “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”, etc.
Observe a tira.
Disponível em: http://obviousmag.org/archives/2007/10/publicidade_cri_1.html
EXEMPLIFICANDO
Analista de Sistemas – 2014 – TJ/RS – FAURGS 
Suspiros de fumaça
1.  “Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim 
2. dizia meu pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu 
3. largar o cigarro. Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava 
4. escondido. Anos depois que partiu, minha mãe seguia encontrando maços em 
5. esconderijos insólitos. 
6.  Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu 
7. pai. Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava 
8. a missão. Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se 
9. nelas houvesse uma névoa de conivência. Claro, eu era criança. 
10.  Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu avô 
11. materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o 
12. fim. Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os 
13. médicos cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três 
14. meios cigarros ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia 
15. escandalosa vista grossa. Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o 
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16. cigarro, ou me enganava na difícil matemática que é discernir entre três e 
17. quatro. 
18.  Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o 
19. que faria com eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não 
20. descobri se nunca fumei para não desafiar quem derrotou meu pai ou para 
21. triunfar onde ele falhou. 
22.  Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa 
23. familiaridade de um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um 
24. amigo fiel que pontuava e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, 
25. no momento de angústia, nos momentos de alegria, contra a solidão, enfim, 
26. arrimo para todas as pausas. Mas minha paciência com o cigarro, e o custo 
27. que ele me trouxe, já havia esgotado. Agora, era eu ou ele. Quase perdi! 
28. Havia um inimigo na trincheira, minhas memórias, tinha uma queda pelo 
29. inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e com o decisivo apoio da 
30. minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos. 
31.  Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e 
32. o preço que os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu 
33. prazer, como a medicina explica e agora está impresso em qualquer maço, a 
34. meu ver, pouco ajuda. Talvez só denote o que ele é, uma tourada com a 
35. finitude, desafiando e chamando a morte a cada tragada. O preço por esse 
36. prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais 
37. doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a 
38. fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que 
39. todos os fumantes que amei tivessem preferido a minha companhia à dele, 
40. de cuja preferência sempre terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de 
41. volta para nós. 
Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014. 
9. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do texto.
a) O avô do narrador, mesmo doente, pediu aos médicos para não cortar totalmente o cigarro. 
b) O narrador, em sua infância, tinha dificuldades com a matemática na escola. 
c) O narrador fingia não ver seu avô trapacear no jogo de cartas. 
d) A esposa do narrador passou a fumar depois de conhecê-lo. 
e) O narrador nunca compreendeu a disposição dos fumantes de gastar quantias significativas 
de dinheiro com o seu vício. 
 
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INTERTEXTUALIDADE multimídia
Um texto remete a outro, contendo em si – muitas vezes – trechos ou temática desse outro 
com o qual mantém “diálogo”. 
EXEMPLIFICANDO
Texto 1
A CARTA DE PERO VAZ 
Murilo Mendes
A terra é mui graciosa, 
Tão fértil eu nunca vi. 
A gente vai passear, 
No chão espeta um caniço, 
No dia seguinte nasce 
Bengala de castão de oiro. 
Tem goiabas, melancias, 
Bananas que nem chuchu. 
Quanto aos bichos, têm-nos muitos, 
De plumagens mui vistosas. 
Tem macaco até demais 
Diamantes tem à vontade 
Esmeraldas é para os trouxas.
 
Texto 2
CANÇÃO DO EXÍLIO
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
......................................
Em cismar sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Texto 3
JOGOS FLORAIS I
Cacaso
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
Vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho
vira direto vinagre.
 
Texto 4
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
Manuel Bandeira
[...]
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
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10. Considere as afirmações sobre os textos e preencha os parênteses com V (verdadeira) ou F 
(falsa). Após, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de preenchimento dos 
parênteses, de cima para baixo.
( ) Os textos 1, 3 e 4 constituem paródias do texto 2.
( ) O texto 1, a partir do próprio título, dialoga com aquele que é considerado pela crítica a 
“certidão de nascimento” do Brasil; contudo a óptica de Murilo Mendes difere da de Pero Vaz 
de Caminha.
( ) A temática da inadequação ao meio está presente tanto no texto 2 quanto no texto 4.
( ) Gonçalves Dias, em Canção do Exílio, alia a exaltação da natureza à crítica social, como fez 
Cacaso em Jogos florais I.
( ) Tanto o texto de Gonçalves Dias como o de Manuel Bandeira tratam da terra natal sob a 
óptica da exaltação ufanista da natureza.
a) F – V – V – F – F.
b) F – F – V – F – F.
c) V – V – F – V – V.
d) V – V – V – F – F.
e) F – F – F – V – V.
Atenção:
 
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Tipologias Textuais
Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não – que 
ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma 
relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. 
Descrição: é a modalidade na qual se apontam as características que compõem 
determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Usam-se adjetivos para tal. 
Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias e opiniões gerais, seguidas da 
apresentação de argumentos que as defendam e comprovem. 
Exposição: apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias. Não faz defesa de uma 
ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo 
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. 
Injunção: indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos 
e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, 
empregados no modo imperativo. 
EXEMPLIFICANDO
Auxiliar de Comunicação – 2012 – TJ/RS – FAURGS 
  Motoristas sobrevoam uma paisagem, de preferência sem dispersão, atentos a rotas, 
contextos, coordenadas. Lombas e acidentes do terreno só exigem uma rápida mudança de 
marcha. Nada precisam saber de cheiros, gosmas na calçada, vegetação e sombras, do zoológico 
de animais domésticos, dos adolescentes coreografando sua música solitária, de velhos 
ocupados e crianças contando algo a um adulto que se reclina, de pessoas belas, esdrúxulas, 
vivazes, sorumbáticas. Com cada rosto com que se cruza há uma negociação de olhares, uma 
história imaginada, medo ou confiança. Só os loucos desrespeitam a separação entre carros e 
pedestres: atravessam a rua costurando entre os carros, conduzindo sua moto de delírio.
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  Entre os veículos também há breves encontros. Os motoristas se enxergam, no tempo 
impaciente de uma sinaleira, na redução contrariada de um obstáculo. Mas a identidade não é 
o corpo, é o carro: é o gordo do Gol vermelho, a loira do Audi prata, o senhor da Saveiro preta. 
O carro é avatar: através dele expressamos, mas também ocultamos nossa personalidade. 
Isolados, minimizamos o encontro, xingamos tudo o que obstrui o fluxo. Parar nos deixa 
acuados, o engarrafamento nos desnuda.
  No conto de Julio Cortazar chamado "A autopista do sul", a história se passa numa estrada 
francesa, num engarrafamento ocorrido sem razões reveladas. São vários dias de imobilidade, 
ao longo dos quais os passageiros dos carros vão se transformando em membros de uma 
pequena sociedade nascente. A identidade das personagens inclui as características do veículo 
que dirigem. Organizam-se em grupos, lideranças se consolidam, redes de solidariedade se 
firmam, intrigas ameaçam a união. Nesse tempo de movimento cessado, a vida segue: há 
doença, um suicídio; até uma história de amor brota do árido asfalto. O autismo (perdão pela 
piada involuntária) do trânsito foi sendo suplantado pela empatia do grupo. Subitamente 
o engarrafamento dissolve-se tão inexplicavelmente quanto se perpetuara. Retomado o 
movimento da autopista, os carros se distanciam velozmente e sentimos pena dos vínculos que 
se desmancham. Instala-se novamente o fluxo da impessoalidade.
  Deslocar-se não é um trecho fora da vida. Existimos também no tempo em que ainda não 
chegamos, enquanto "estamos indo" para algum lugar. Por que não incorporar os trajetos na 
nossa consciência? Andar, pedalar, usar transportes coletivos (que não fossem uma tortura), 
são formas de locomover-se vendo sutilezas, suportando a existência de outros corpos. Mesmo 
que todos pareçam tão nus, sem seus cascos, tão frágeis, sem escudo.
Adaptado de: CORSO, D. Fluxo da impessoalidade. Zero Hora, 27 abr. 2011, Segundo Caderno, p. 6.
11. Quanto ao tipo de texto, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um texto predominantemente argumentativo, em que a narração está a serviço 
de defesa de um ponto de vista.
b) O texto é predominantemente explicativo, com o propósito fundamental de levar o leitor a 
compreender uma determinada informação.
c) O texto é descritivo, pois orienta o interlocutor em relação a procedimentos que deve 
seguir.
d) Trata-se de um relato informal, em forma de crônica, cuja proposta é recriar para o leitor 
uma situação cotidiana em linguagem literária.
e) O texto é predominantemente narrativo, visto que seu foco é a trama, que gira em torno de 
personagens cuja vida é condicionada pelo ato de dirigir e que apresenta um momento de 
complicação, que é o engarrafamento, a que se segue a solução final.
 
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AULA 2
 • Gêneros Textuais.
 • Semântica e Vocabulário. 
 • Polissemia. 
 • Conotação e Denotação. 
 • Variedades de linguagem.
 • Ortografia. 
Gêneros Textuais
EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no qual o autor (ou autores) 
não expressa a sua opinião, mas revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda 
assuntos bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública acerca de determinado tema, 
dirigindo-se (explícita ou implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes soluções.
ARTIGO: são os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é da inteira 
responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor. 
NOTÍCIA: são autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu objetivo é tão 
somente o de informar, não o de convencer.
BREVE ENSAIO: opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor expressa a sua 
opinião, abordando assuntos universais.
CRÔNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista 
apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status 
quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de 
texto é predominantemente coloquial.
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EXEMPLIFICANDO
Oficial de Justiça – 2014 – TJ/RS – FAURGS 
  A farra com as crianças acabou? Pode ser que sim, pelo menos em parte. O Conanda 
(Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) aprovou resolução que proíbe 
propagandas voltadas para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta que a publicidade 
infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser 
usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. Essa é uma 
pauta que está já há algum tempo em discussão, sofrendo grande resistência do mercado. 
  O consumo de produtos infantis é um mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser 
completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Campaign for a Commercial-Free Childhood, 
ONG que combate a propaganda abusiva para crianças, pessoas com menos de 14 anos são 
responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que 
dez anosatrás. Empresas, agências e indústrias festejam esse número, que contempla o gasto 
com uma gama enorme de produtos, desde alimentos e brinquedos, até roupas e viagens. E, 
para isso, contam com a publicidade, principalmente na TV. Mas, além de induzir à compra e ao 
consumo desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. O National Bureau of Economic 
Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, 
a obesidade infantil diminuiria em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende 
a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as mensagens publicitárias e os 
valores familiares. 
  Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa espécie de 
“era dourada das crianças”. Elas são tudo o que o mercado quer: consumidoras compulsivas, 
vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. Mais ainda: influenciam decisivamente 
os hábitos de consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta milhões de americanos entre 
2 e 12 anos são responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos 
EUA”, escreve ele. De acordo com o Instituto InterScience, há dez anos, apenas 8% das crianças 
influenciavam as decisões de compras dos adultos. Hoje, esse número saltou para 49%. Outro 
levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das 
compras dos pais são influenciadas pelos filhos. Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais 
revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os produtos comprados para toda a família, 
como o carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, som, tipo do carro, bancos e até o 
modelo das portas. 
  A criança consumidora de hoje será o adulto consumidor de amanhã. “Faz todo sentido que 
a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo. Nada 
mais natural, portanto, olharmos as crianças como futuras consumidoras de diversos produtos, 
serviços e marcas”, diz James McNeal. Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá já 
há algum tempo têm legislações extremamente rígidas com o que chamam de “métodos de 
persuasão infantil”, algo comparável a um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente de 
gel para cabelos foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. Na União Europeia, a 
legislação básica, válida para os 27 países-membros, proíbe tudo o que explore “a inexperiência 
e credibilidade infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar produtos 
ou serviços”, que “explore a confiança dos pais pelos seus filhos” e “mostre cenas perigosas 
envolvendo menores”. 
 
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  A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para possíveis 
processos e ações. Já surgem manifestações acusando a iniciativa de atentado à liberdade de 
expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação contra a integridade física e moral dos 
indivíduos. Um exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros. 
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo 
desenvolvido. Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-proibicaode-propagada-para-
criancas-e-novidade-no-brasil-masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014. 
12. Assinale a alternativa com conteúdo que se pode depreender da leitura do texto. 
a) Atualmente, a população de americanos na faixa entre 2 e 12 anos não passa de 40 milhões 
de pessoas. 
b) A cada ano que passa, crianças com menos de 14 anos consomem 4 bilhões de dólares a 
mais. 
c) Estudo realizado pela Viacom revela que 40% dos pais depende da opinião dos filhos para 
realizar compras. 
d) Segundo estudo do National Bureau of Economic Research, 20% das crianças obesas 
alimentam-se em redes de fast food. 
e) Em estudo realizado pela Viacom, mais da metade dos pais admitiram considerar a opinião 
de seus filhos em relação à compra de produtos não direcionados exclusivamente para 
crianças.
PEÇA PUBLICITÁRIA: modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, 
empresa, ideia ou política, visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a 
uma causa, posição ou atuação, ao contrário da busca de imparcialidade na comunicação. 
Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por 
omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa mensagens exageradas para 
produzir uma resposta emocional e não racional à informação apresentada. Costuma ser 
estruturada por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando elementos não verbais 
para reforçar a mensagem.
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CHARGE: é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento 
atual com uma ou mais personagens envolvidas. Mais do que um simples desenho, a 
charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa graficamente sua visão 
sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.
CARTUM: retrata situações sociais corriqueiras, relacionadas ao comportamento humano, 
mas não necesariamente situadas no tempo. Caracteriza-se por ser uma anedota gráfica 
na qual se visualiza a presença da linguagem verbal associada à não verbal.
 
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QUADRINHOS: hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas 
peculiaridades.
Semântica e Vocabulário
SINÔNIMOS: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.
Porém os sinônimos podem ser 
 • perfeitos: significado absolutamente igual (o que não é muito frequente); cambiáveis em 
qualquer contexto.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
 • imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo~formoso/ adorar~amar / fobia~receio
ANTÔNIMOS: palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do 
acréscimo de um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
fraco X forte
subir X descer
possível X impossível
simpático X antipático
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EXEMPLIFICANDO
Analista de Sistemas – 2014 – TJ/RS – FAURGS 
 Suspiros de fumaça
1.   “Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim 
2. dizia meu pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu 
3. largar o cigarro. Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava 
4. escondido. Anos depois que partiu, minha mãe seguia encontrando maços em 
5. esconderijos insólitos. 
6.   Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu 
7. pai. Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava 
8. a missão. Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se 
9. nelas houvesse uma névoa de conivência. Claro, eu era criança. 
10.   Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu avô 
11. materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o 
12. fim. Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os 
13. médicos cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três 
14. meios cigarros ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia 
15. escandalosa vista grossa. Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o 
16. cigarro, ou me enganava na difícil matemática que é discernir entre três e 
17. quatro. 
18.   Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o 
19. que faria com eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não 
20. descobri se nunca fumei para não desafiar quem derrotou meu pai ou para 
21. triunfar onde ele falhou. 
22.   Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa 
23. familiaridade de um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um 
24. amigo fiel que pontuava e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, 
25. no momento de angústia, nos momentos de alegria, contraa solidão, enfim, 
26. arrimo para todas as pausas. Mas minha paciência com o cigarro, e o custo 
27. que ele me trouxe, já havia esgotado. Agora, era eu ou ele. Quase perdi! 
28. Havia um inimigo na trincheira, minhas memórias, tinha uma queda pelo 
29. inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e com o decisivo apoio da 
30. minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos. 
31.   Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e 
32. o preço que os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu 
33. prazer, como a medicina explica e agora está impresso em qualquer maço, a 
34. meu ver, pouco ajuda. Talvez só denote o que ele é, uma tourada com a 
35. finitude, desafiando e chamando a morte a cada tragada. O preço por esse 
36. prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais 
37. doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a 
38. fuga solitária do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que 
39. todos os fumantes que amei tivessem preferido a minha companhia à dele, 
40. de cuja preferência sempre terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de 
41. volta para nós. 
Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014. 
 
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13. Assinale a alternativa que apresenta uma substituição com sentido semelhante ao da palavra 
conivência (l. 9), no contexto em que se encontra. 
a) Crítica. 
b) Audácia. 
c) Desaprovação. 
d) Admiração. 
e) Cumplicidade. 
Polissemia
Significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”, contudo, assim que se insere 
no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico, isto 
é, significado contextual. Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em 
comum. A cada um deles dá-se o nome de acepção.
 • A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.
 • Ele é o cabeça da rebelião.
 • Sabrina tem boa cabeça.
EXEMPLIFICANDO
Médico Judiciário – 2016 – TJ/RS – FAURGS
  Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente. Beber é 
trivial, bebe-se por prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar a vida, mas beber 
para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia em busca do lado escuro do 
porre. Acreditava que precisava desse terremoto orgânico para seu reequilíbrio espiritual. Sua 
ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela era almejada, 
portanto com propriedades metafísicas. Nem por isso passava menos mal, sofria muito, o 
desconforto era visível, pungente. 
  Tomava coisas que poucos profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais 
diabo. Ou então era revés de um vinho da Serra com nome de Papa, algo que nem ao menos 
rolha tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava, simultaneamente, os 
vinhos e o pontífice. Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei 
a outra conclusão: ela realmente precisava daquilo. 
  Stela inventara uma religião do Santo Daime particular, caseira, sabia que era preciso 
passar pelo inferno para vislumbrar o céu. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio1 
voluntário, um encontro reverencial com o sagrado. Depois da devastação do pileque, ela 
ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia, sua beleza readquiria os traços que a marcavam, 
seus olhos voltavam ao brilho que me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência 
e reavaliado seus rumos. Durante dias a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo. Mas 
bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava mais um inferno 
para se repensar. 
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  A rotina era extenuante. Quem aguenta uma mulher que, em vez de falar sobre a vida, 
mergulha num porre xamânico? Mas o amor perdoa. Lá estava eu ajudando-a a levantar-se 
de mais uma triste manguaça. Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar 
enxaquecas siderais e em amparar dengues existenciais. Amava Stela pela inusitada maneira 
de consultar o destino. Triste era o desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite 
mal dormida, servindo de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe 
rendera. 
  Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se encontrava 
com o melhor de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o martírio. Insistia que, sóbria, 
em seu estado normal, sofria de um otimismo injustificado que lhe turvava a realidade. Seu 
lema era: “Só na ressaca enxergamos o mundo como ele é”. Um dia, sem muitas palavras, Stela 
foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter lhe dito que eu não era bom para seu futuro. Não 
a culpo. 
Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489, 02/04/2016. Disponível em: http://
www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template=3916.
dwt&edition=28691&section=4572. Acessado em 02/04/2016.
 1 – ordálio: prova jurídica; também considerada, na Idade Média, juízo de Deus.
14. Assinale a alternativa que apresenta uma forma verbal que expressa o sentido contextual da 
palavra turvava. 
a) distorcia 
b) refletia 
c) repetia 
d) endurecia 
e) esclarecia 
Denotação e Conotação
DENOTAÇÃO: significação objetiva da palavra - valor referencial; é a palavra em "estado de 
dicionário“.
CONOTAÇÃO: significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades 
devido às associações que ela provoca.
EXEMPLIFICANDO
Auxiliar de Comunicação – 2012 – TJ/RS – FAURGS 
  Motoristas sobrevoam uma paisagem, de preferência sem dispersão, atentos a rotas, 
contextos, coordenadas. Lombas e acidentes do terreno só exigem uma rápida mudança de 
marcha. Nada precisam saber de cheiros, gosmas na calçada, vegetação e sombras, do zoológico 
de animais domésticos, dos adolescentes coreografando sua música solitária, de velhos 
ocupados e crianças contando algo a um adulto que se reclina, de pessoas belas, esdrúxulas, 
 
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vivazes, sorumbáticas. Com cada rosto com que se cruza há uma negociação de olhares, uma 
história imaginada, medo ou confiança. Só os loucos desrespeitam a separação entre carros e 
pedestres: atravessam a rua costurando entre os carros, conduzindo sua moto de delírio.
  Entre os veículos também há breves encontros. Os motoristas se enxergam, no tempo 
impaciente de uma sinaleira, na redução contrariada de um obstáculo. Mas a identidade não 
é o corpo, é o carro: é o gordo do Gol vermelho, a loira do Audi prata, o senhor da Saveiro preta. 
O carro é avatar: através dele expressamos, mas também ocultamos nossa personalidade. 
Isolados, minimizamos o encontro, xingamos tudo o que obstrui o fluxo. Parar nos deixa 
acuados, o engarrafamento nos desnuda.
  No conto de Julio Cortazar chamado "A autopista do sul", a história se passa numa estrada 
francesa, num engarrafamento ocorrido sem razões reveladas. São vários dias de imobilidade, 
ao longo dos quais os passageiros dos carros vão se transformando em membros de uma 
pequena sociedade nascente. A identidade das personagens inclui as características do veículo 
que dirigem. Organizam-se em grupos, lideranças se consolidam, redes de solidariedade se 
firmam, intrigas ameaçam a união. Nesse tempo de movimento cessado, a vida segue: há 
doença, um suicídio; até uma história de amor brota do árido asfalto. O autismo (perdão pela 
piada involuntária) do trânsito foi sendo suplantado pela empatia do grupo. Subitamente 
o engarrafamento dissolve-se tão inexplicavelmente quanto se perpetuara. Retomado o 
movimento da autopista, os carros se distanciam velozmente e sentimos pena dos vínculos que 
se desmancham. Instala-se novamente o fluxo da impessoalidade.
  Deslocar-se não é um trecho fora da vida. Existimos também no tempo em que ainda não 
chegamos, enquanto "estamos indo" para algum lugar. Por que não incorporar ostrajetos na 
nossa consciência? Andar, pedalar, usar transportes coletivos (que não fossem uma tortura), 
são formas de locomover-se vendo sutilezas, suportando a existência de outros corpos. 
Mesmo que todos pareçam tão nus, sem seus cascos, tão frágeis, sem escudo.
Adaptado de: CORSO, D. Fluxo da impessoalidade. Zero Hora, 27 abr. 2011, Segundo Caderno, p. 6.
15. Segundo o texto, o carro é ____________ do motorista. 
I - brinquedo
II - alterego
III - amigo
IV - carapaça
Quais dos itens acima completam corretamente a lacuna da frase?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e IV.
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16. De acordo com o sentido que as expressões têm no texto, NÃO ocorre uso de linguagem 
figurada em
a) conduzindo sua moto de delírio.
b) no tempo impaciente de uma sinaleira, na redução contrariada de um obstáculo
c) o engarrafamento nos desnuda 
d) suportando a existência de outros corpos
e) Mesmo que todos pareçam tão nus, sem seus cascos, tão frágeis, sem escudo 
Oficial Escrevente – 2010 – TJ/RS – FAURGS 
01.  Uma em cada 4 pessoas que usam a internet no mundo tem uma conta no 
02. Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos diariamente. Os 
03. 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um 
04. google no nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham 
05. termos bonitos como a "era da hipertransparência" para tentar falar que há xeretas e 
06. exibicionistas demais hoje.
07.  E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo à tal 
08. hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre o quanto que 
09. estranhos podem saber de sua vida. "Estamos construindo uma internet cujo padrão 
10. é ser sociável", decretou Mark Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar 
11. as mudanças. Utopia sociológica à parte, interessa para ele que usuários de seu 
12. serviço possam ser encontrados com mais facilidade. Se você não está no Facebook e 
13. encontra aquele amor antigo da escola ali, tende a entrar para a rede social. E, 
14. quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade.
15.  As mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de 
16. perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não ser que o 
17. usuário mude as configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na 
18. internet. Não é pouca coisa. Pense em quem teve um término de relacionamento 
19. conturbado e quer manter distância de namorados maníacos; ou em um adolescente 
20. que mudou de escola por causa de bullying e corre o risco de que tudo comece de 
21. novo se os novos colegas descobrirem isso; em quem sofre de assédio moral no 
22. trabalho ou foi testemunha de um crime; em quem não quer que os pais descubram 
23. detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook 
24. divulgue pode fazer uma grande diferença. Não fica nisso. Um dos maiores problemas 
25. é que a internet não "esquece" nada. E agora que ela faz parte da vida de 
26. praticamente todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar 
27. um problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de anos atrás vão complicar 
28. você na disputa por um emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma 
29. discussão com um ex, pode estar ao alcance de qualquer um. As redes sociais 
30. baseadas em GPS, como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse molho, já que 
31. elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento. Em suma, nunca 
32. existiram tantas possibilidades de exposições públicas. E sim: sempre vai ter alguém 
33. que você não esperava bisbilhotando você.
34.   É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior 
35. parte da história humana, as pessoas viveram em pequenas tribos onde todas as 
 
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36. pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos 
37. tornando uma vila global. Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das 
38. contas, sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas W. Malone, do Centro 
39. de Estudos de Inteligência Coletiva do MIT.
40.   Seja como for, trata-se de uma anomalia de que todo mundo gosta. E por isso 
41. mesmo um movimento ganha cada vez mais força: há uma preocupação maior com a 
42. bisbilhotice. Na prática, está acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. 
43. Estamos menos "sociais".
44.   Hoje, a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta na rede para todo 
45. mundo ver é, por cabeça, bem menor do que há 5, 6 anos. É raro encontrar quem 
46. deixe suas fotos escancaradas numa rede social. Scraps públicos no Orkut já são 
47. parte de um passado remoto... Um estudo da Universidade da Califórnia mostra essa 
48. mudança: os entrevistados disseram tomar mais cuidado com o que postam online 
49. hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 88% dos jovens de 18 a 24 anos 
50. manifestaram-se a favor de uma lei que forçasse os sites a apagarem informações 
51. pessoais depois de algum tempo.
52.   Enquanto não chegam leis concretas, as pessoas reagem por conta própria. Trinta 
53. mil usuários cancelaram suas contas no Facebook no dia 31 de maio, para protestar 
54. contra aquela mudança na configuração de privacidade. Compare isso com a reação 
55. que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o 
56. seu perfil. Não faltaram reações de indignação. "Qual é a graça se não dá mais para 
57. espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários.
58.   É difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como 
59. nos comportamos em público. Porque, cada vez mais, estamos mesmo.
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante - Edição 280, junho de 
2010. Disponível em http://super.abril.com.br/tecnologia/fimfim-privacidade-580993.shtm.
17. Assinale a alternativa incorreta, considerando a afirmação feita sobre recursos linguísticos 
empregados no texto.
a) A expressão um passo grande (l. 7) foi usada conotativamente e poderia ser reescrita 
invertendo-se a ordem substantivo / adjetivo, sem que isso provocasse erro ou alteração 
de significado.
b) A expressão sobre o (l. 08) poderia ser substituída por acerca do, sem que isso provocasse 
erro ou alteração de significado.
c) A fim de eliminar possibilidade de dupla leitura, a expressão foto de perfil (l. 15-16) deveria 
ser escrita da seguinte maneira: foto do perfil.
d) As aspas utilizadas na linha 25 têm o propósito de assinalar a ironia que percorre todo o 
texto.
e) O substantivo vacilo (l. 26) foi empregado conforme a norma culta informal; de acordo com 
a formal, ele poderia ser substituído por descuido.
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Médico Judiciário – 2016 – TJ/RS – FAURGS
  Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente. Beber é 
trivial, bebe-se por prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar a vida, mas beber 
para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia em busca do lado escuro do 
porre. Acreditava que precisava desse terremoto orgânico para seu reequilíbrio espiritual. Sua 
ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela era almejada, 
portanto com propriedades metafísicas. Nem por isso passava menos mal, sofria muito, o 
desconforto era visível, pungente. 
  Tomava coisas que poucos profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais 
diabo. Ou então era revés de um vinho da Serra com nome de Papa, algo que nem ao menos 
rolha tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava, simultaneamente, os 
vinhos e o pontífice. Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei 
a outra conclusão:ela realmente precisava daquilo. 
  Stela inventara uma religião do Santo Daime particular, caseira, sabia que era preciso 
passar pelo inferno para vislumbrar o céu. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio1 
voluntário, um encontro reverencial com o sagrado. Depois da devastação do pileque, ela 
ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia, sua beleza readquiria os traços que a marcavam, 
seus olhos voltavam ao brilho que me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência 
e reavaliado seus rumos. Durante dias a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo. Mas 
bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava mais um inferno 
para se repensar. 
  A rotina era extenuante. Quem aguenta uma mulher que, em vez de falar sobre a vida, 
mergulha num porre xamânico? Mas o amor perdoa. Lá estava eu ajudando-a a levantar-se 
de mais uma triste manguaça. Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar 
enxaquecas siderais e em amparar dengues existenciais. Amava Stela pela inusitada maneira 
de consultar o destino. Triste era o desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite 
mal dormida, servindo de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe 
rendera. 
  Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se encontrava 
com o melhor de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o martírio. Insistia que, sóbria, 
em seu estado normal, sofria de um otimismo injustificado que lhe turvava a realidade. Seu 
lema era: “Só na ressaca enxergamos o mundo como ele é”. Um dia, sem muitas palavras, Stela 
foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter lhe dito que eu não era bom para seu futuro. Não 
a culpo. 
Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489, 02/04/2016. Disponível em: http://
www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template=3916.
dwt&edition=28691&section=4572. Acessado em 02/04/2016.
1 – ordálio: prova jurídica; também considerada, na Idade Média, juízo de Deus.
18. Assinale a alternativa em que o trecho extraído do texto NÃO contém expressão com sentido 
metafórico. 
a) terremoto orgânico 
b) a nossa, tingida de culpa 
c) requisitava mais um inferno para se repensar (l. 32-33) 
d) poço da existência (l. 28-29) 
e) otimismo injustificado (l. 49) 
 
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Variedades de Linguagem
Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem 
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita 
a variações.
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à 
norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem, expressões vulgares, gírias e preferência 
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua.
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como 
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo 
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que 
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Pode, ainda, ser incorporada à 
língua oficial ou cair em desuso.
“Ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum 
contato com a instrução formal.
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Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto 
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista 
fonológico. Tais variações podem ser diafásicas, diastráticas, diacrônicas ou diatópicas. 
Variação Diatópica: variação que corresponde ao lugar (região, estado, zona rural, zona 
urbana...) 
Variação Diastrática: variação que se vincula às camadas sociais (faixa etária, escolaridade, 
ambiente de circulação). 
Variação Diafásica: adequação do uso da língua aos diversos contextos comunicativos em que 
o falante está incluso. 
Variação Diacrônica: variação que se vincula ao tempo (evolução da língua). 
Simplificação da escrita entre quem usa a internet.
EXEMPLIFICANDO
Médico Judiciário – 2016 – TJ/RS – FAURGS
A língua do Brasil amanhã
  Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes 
se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente 
expansionistas (em especial o inglês, atual candidato número um a língua universal); ou que 
vai se “misturar” com o espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se 
corromper pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia 
sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou 
convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. 
  Por outro lado (e não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, 
e certamente não será a mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos. O que é que poderia 
ameaçar a integridade ou a existência da nossa língua? Um dos fatores, frequentemente citado, 
é a influência do inglês – o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos 
sobre certos assuntos. Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje em 
dia é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua 
 
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portuguesa. Empréstimos são um fato da vida e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, 
mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de origem estrangeira; hoje já se 
naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça nelas. Afinal de contas, quando se começou a 
jogar aquela bolinha em cima da mesa, precisou-se de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, 
e alguns tentaram, mas a palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive entre 
nós como uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque. Quero dizer 
que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na 
língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam se assimilam. 
  Como toda língua, o português precisa crescer para dar conta das novidades sociais, 
tecnológicas, artísticas e culturais; e pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé 
– e também pode (e com maior frequência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – 
como computador, ecologia, poluição – ou então estender o uso de palavras antigas a novos 
significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não significavam há vinte 
anos. Isso está acontecendo a todo o tempo com todas as línguas, e nunca levou nenhuma 
delas à extinção. 
Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
Páginas 11-14.
19. O autor apresenta o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado como exemplo de uso de gírias e 
expressões populares. Assinale a alternativa que apresenta uma possível reescrita dessa frase, 
de acordo com a norma culta da língua portuguesa. 
a) O casaco que você sairia está rasgado. 
b) O casaco que você sairia com ele está rasgado. 
c) O casaco com o qual você sairia está rasgado. 
d) O casaco com que tu sairia está rasgado. 
e) O casaco que tu irias sair está rasgado. 
Oficial Escrevente – 2010 – TJ/RS – FAURGS 
01.  Uma em cada 4 pessoas que usam a internet no mundo tem uma conta no 
02. Facebook. Esse meio bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos diariamente. Os 
03. 100 milhões de usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um 
04. google no nome de alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham 
05. termos bonitos como a "era da hipertransparência" para tentar falar que há xeretas e 
06. exibicionistas demais hoje.
07.  E a maior rede social do planeta deu um passo

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