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Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG AULA 11/01/20 – NEFROLOGIA Anatomia renal: Córtex renal = parte mais externa onde estão os glomérulos Medula renal = parte mais interna onde desaguam os sistemas tubulares O objetivo principal dos rins é MANTER A HOMEOSTASE dos líquidos internos = urina é uma consequência Função endócrina = produção de eritropoietina (produção de hemácias) e calcitriol (forma ativa da vit D3) Pirâmide de Malpighi = basme voltada para o córtex e vértice para um cálice menor (papila renal) A urina formada sai da papila e pinga nos cálices menores A papila é onde desaguam os ductos coletores e é a parte final do parênquima renal O parênquima renal acaba na papila última área a ser perfundida isquemia primeiro em casos de comprometimento da vascularização Ductos coletores papila renal cálice menor cálice maior pelve renal ureteres 3 cálices menores = cálice maior 3 cálices maiores = pelve renal Pirâmide + córtex subjacente = lobo renal vascularização renal segue o caminho entre os lobos renais Vasculopatia diabética = isquemia e necrose de papila dor Vascularização renal: Artéria renal quando chega ao rim se ramifica várias vezes = não tem objetivo inicial de perfundir o órgão e sim de filtrar o sangue Primeiro filtra para depois irrigar Artéria renal hilo renal ramificações sucessivas artéria interlobar arciforme ou arqueada que são horizontais (limite entre córtex e medula) interlobulares perpendiculares (esclerodermia, HAS agridem) arteríola aferente (HAS agride) enovelamento de vasos glomérulo (para filtrar) arteríola eferente irrigação do rim (do córtex para medula) vasa reta Final da medula é pobremente vascularizada DM, uso de antiinflamatório = podem causar isquemia de papila renal Medula é hipertônica Necrose de papila = dor papila descama e cai nos ductos coletores Papila é a região menos vascularizada Filtração renal: Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Capilar glomerular pressão hidrostática filtração cai na cápsula de Bowman túbulos renais ducto coletor Néfron = unidade funcional do rim Alça de Henle e uma parte do ducto coletor estão na medula Ducto coletor desagua na papila renal O glomérulo: O folheto externo da Cápsula de Bowman recebe o filtrado = epitélio pavimentoso simples Folheto interno da cápsula de Bowman = podócitos prolongamentos primários prolongamentos secundários envolvem intimamente as alças capilares fendas de filtração Podócitos = barreira MECÂNICA de filtração através das fendas de filtração MB é barreira elétrica = repele cargas negativas Entre o endotélio e o epitélio = membrana basal contínua (única estrutura contínua do glomérulo) Liquido extravasa facilmente através dessas fendas de filtração, as outras substâncias têm que vencer essa barreira Endotélio é fenestrado A MB não envolve por inteiro uma alça capilar = reveste o conjunto de alças capilares entre esse espaço não revestido pela MB está o mesângio e as células mesangiais, que servem de sustentação Sustentação do miolo do glomérulo não envolvido por MB = tecido conjunto (MESANGIO) = TEM CHANCE DE SANGRAR!! MB é repleta de cargas negativas = REPELE ÂNIOS!!!! Ac que esta passando no sangue e deposita entre o endotélio e MB = depósito subendotelial Ac pode se ligar entre a MB e o epitélio = depósito subepitelial Ac pode se ligar na MB Exame que enxerga depósito imunológico nos rins = IMUNOFLUORESCÊNCIA - Padrão granular = bagunçado (depósito subendotelial + subepitelial) - Padrão linear = mais certinho (depósito na MB é contínua, logo os depósitos também serão) O rim é alvo de inúmeras lesões, pois recebe todo sangue do corpo LESÕES RENAIS: 1. Síndrome Glomerular = como o glomérulo recebe diretamente o sangue, ele é alvo de muitos acometimentos 2. Síndrome Vascular 3. Síndrome Tubular 4. Distúrbio hidroeletrolítico/AB 5. Síndrome urêmica (falência renal) Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG AS SÍNDROMES NEFRÍTICAS: 1. Síndrome nefrítica ou GN difusa aguda (principal = GNPE) 2. Alteração urinária assintomática = hematúria (Berger) 3. GNRP = principal é agressão à MB (Goodpasture) 4. Síndrome nefrótica 5. Trombose glomerular = síndrome hemolítico-urêmica Primária = condição nasceu no glomérulo Secundária = a condições sistêmicas I - SÍNDROME NEFRÍTICA GN difusa aguda ou glomerulite Causada por um processo inflamatório agudo nos glomérulos distorção da arquitetura das fendas de filtração Os sinais flogísticos são importantes apenas macroscopicamente Microscopicamente = recrutamento de leucócitos (células inflamatórias) Inflamação glomerular Atrai leucócitos para o glomérulo edema glomerular obstrução das fendas de filtração OLIGÚRIA continua a ingerir líquido congestão volêmica HIPERTENSÃO + EDEMA Oligúria: - Adultos: < 400 ml/24h - Crianças: < 0,5 ml/kg/h - Dano inflamatório glomerular importante = retenção de Ur e Cr no sangue (TFG < 40%) Hipertensão = volume dependente Edema generalizado = acomete região periorbitária Tríade da Sínd. Nefrítica = Oligúria + Hipertensão e edema + HEMATÚRIA Hematúria = > 3 hemácias/campo) urina avermelhada ou escura ou cor de coca-cola Hematúria = cálculo, infecção causas mais comuns Hematúria de origem glomerular = a hemácia quando vem do glomérulo é rasgada quando é filtrada (buraco muito pequeno) = HEMATÚRIA DISMÓRFICA OU CILINDROS HEMÁTICOS só na GNDA ou sind. Nefritica Diagnostica a hematúria dismórfica pelo exame simples de urina, mas tem que pedir para pesquisar dismorfismo eritrocitário Se ↓ TGF para < 40% do basal = pode surgir AZOTEMIA, com retenção de Ur e Cr Hemácias dismórficas: - Deformadas, fragmentadas e hipocrômicas - Sofre ação físico-químicas de mudanças no pH e na osmolaridade quando passam pelo sistema tubular dismorfismo Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Laboratório: Hematúria dismórfica Piúria (leucocitúria) + cilindros leucocitários Cilindros celulares = cilindro de hemático = Síndrome Nefrítica 1 cilindro já sela o diagnóstico A alça de Henle secreta uma proteína (Tamm Horsfall) que gruda nos túbulos renais toma a forma dos túbulos renais descama sai na urina cilindros hialinos (desidratação e febre maior intensidade de cilindros) Pode haver cilindro leucocitário, mas é muito mais comum em inflamação tubulo-intersticial * Cilindro granuloso = ? * Cilindros graxos = sindrome nefrótica Proteinúria na faixa nefrítica = 150mg-3,5g/dia Aumento das escórias nitrogenadas = Ureia e Creatinina Oligúria O que são cilindros? A alça de Henle secreta uma glicoproteína (Tamm Horsfall) segue o fluxo urinário gruda no TCD e TC toma a forma dos túbulos renais diversas substâncias/células/partículas grudam nelas descamação sai na urina na forma de cilindros Cilindros hialinos (desidratação e febre maior intensidade de cilindros) = normal, sai só a proteína TODO cilindro CELULAR é patológico Acelulares: 1. Cilindros hialinos = apenas a proteína de Tamm-Horsfall - Transparente - Grande quantidade = desidratação, uso de diuréticos, esforço físico, febre 2. Cilindros céreos = evolução de um cilindro granuloso patológico - Amarelado - Disfunção renal avançada (formados quando o fluxo tubular é baixo) 3. Cilindros largos = insuficiência renal avançada - Diâmetro bem maior - Formados pela dilatação dos túbulos coletores 4. Cilindros graxos = síndrome nefrótica - Presença de gotículas de gordura - Estados de lipidúria Celulares: 5. Cilindros epiteliais = lesão tubular renal (NTA e nefropatias tubulointersticiais) - Células epiteliais descamadas dos túbulos renais aderidasà matriz proteica - Degeneração celular cilindros granulosos Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG - Células epiteliais podem ser encontrados na urina de uma pessoa normal, mas os cilindros epiteliais são sempre patológicos 6. Cilindros granulosos = lesão tubular >>> lesão glomerular - Necrose tubular aguda = causa clássica de cilindros granulosos pigmentares (acúmulo de pigmento hemoglobínico modificado) - Formado por debris celulares 7. Cilindros hemáticos = lesão glomerular (glomerulonefrites) - Hemácias que aderem à proteína 8. Cilindros leucocitários (ou piocitários) = nefrites tubulointersticiais (pielonefrite aguda bacteriana) >>> glomerulonefrites - Leucócitos PMN aderidos à matriz proteica - Podem conter bactérias Resumindo os sintomas da síndrome nefrítica: 1. Oligúria = urina presa 2. Hematúria = urina escura 3. Hipertensão artéria + edema = congestão hídrica (bebe água e não urina) 4. Dismorfismo eritrocitário + piúria + cilindros hemáticos 5. Proteinúria subnefrótica <3,5g/24h NÃO SELETIVA = alterações da permeabilidade + rupturas mecânicas na parede dos glomérulos comprometidos Etiologia: 1. Infecciosas: Pós estreptocócica Não pós estreptocócica - Bacterianas: endocardite, abscessos, shunt VP infectado, sepse - Virais: hepatite B, hepatice C, mononucleose infecciosa, caxumba, sarampo, varicela - Parasitárias: malária falciparum, toxoplasmose 2. Doenças multissistêmicas: LES Púrpura de Henoch-Schonlein Crioglobulinemia Poliarterite microscópica Granulomatose de Wegener Síndrome de Goodpasture Tumores 3. Primárias do glomérulo: Doença de Berger GN membranoproliferativa (mesangiocapilar) GN proliferativa mesangial GN por imunocomplexos idiopática GN antimembrana basal glomerular Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG GN pauci-imune (ANCA positivo) < 30% **** > 70% dos casos de GNDA = deposição glomerular de imunocomplexos com IgG, IgM, IgA + complemento (C3) GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCICA “A GNPE é o protótipo das GNDA” Complicação tardia e não supurativa de uma infecção estreptocócica a distância = não há participação direta do agente infeccioso GN sem incubação = pode ter uma glomerulopatia crônica e a infecção só potencializou Epidemiologia: Predileção por homens (2:1) Faixa etária: - 2-15 anos principal causa de GNDA em crianças - Piodermites = faixa pré-escolar (2-6 anos) - Infecção orofaríngea = escolar e adolescentes (6-15 anos) Cepas envolvidas: - Piodermites: M-tipo 49 - Orofaringe: M-tipo 12 Período de incubação = tem que produzir Ac primeiro e isso leva tempo - Até 1 semana de infecção = rastreamento microbiológico - Após 1 sem = rastreamento por Ac Período de incubação: - Faringe > 1 sem média de 10 dias - Piodermite > 2 sem (tem proteção de queratina para quebrar, por isso demora mais) média 21 dias Faringoamigdalite por estrepto = 15% de chance de desenvolver GNPE Tratamos faringoamigdalite para evitar complicações (febre reumática ou abscesso supurativo) e para reduzir o tempo de sintomas = tratamento não previne GNPE Prognóstico é muito bom Patogênese: Sequela de uma infecção por Streptococcus pyogenes (beta-hemoílitico do grupo A) = faringite ou piodermite só cepas nefritogênicas Como ocorre a deposição de imunocomplexos: 1. Deposição de IC circulantes formados no sangue 2. Formação de IC in situ, após aprisionamento de Ag circulantes pela MB = mais comum na GNPE 3. Reação cruzada de Ac antiestreptocócicos com constituintes normais do glomérulo 4. Ag glomerulares sofrem alterações, tornando-se imunogênicos Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Clínica da GNPE: Síndrome nefrítica clássica = Hipertensão e edema + hematúria dismórfica + oligúria Mal estar e sintomas gastrointestinais vagos Dor lombar bilateral = intumescimento da cápsula renal Hematúria é SEM coágulos Edema inicialmente periorbitário e matutino anasarca Complicações: - Encefalopatia hipertensiva - Edema agudo de pulmão = pela congestão volêmica - Hipercalemia Congestão volêmica redução na produção de renina hipoaldosteronismo reabsorve menos sódio secreta menos potássio e H+ Diagnóstico: Algoritmo diagnóstico para GNPE 1. História de faringite ou piodermite recentes? 2. Período de incubação é compatível?????? 3. A infecção foi realmente estreptocócica? Rastreamento sorológico = ASLO (Ac antiestreptolisina-O) + anti-DNAse B (mais comuns) - Quando a via de infecção é a pele, preferimos a anti-DNAse B - Faringe = ASLO 4. Houve queda transitória do C3 e CH50? (via alternativa) permanece baixo por até 8 semanas Biópsia se estiver estranho, fugindo do padrão Prognóstico = maioria tem bom prognóstico Não causa sequela o rim = recupera a função renal completamente SE não for grave (1-5%) 1-5% desenvolvem lesões glomerulares graves (GNRP) mais comum em adultos > 20 anos Maioria é autolimitada com recuperação total da função renal História natural: Oligúria = primeiro sinal clínico a aparecer e a desaparecer leucócitos foram embora volta a filtrar MELHORA ATÉ 7 DIAS HAS + hematúria macroscópica = até 6 semanas Complemento baixo ATÉ 8 semanas Hematúria microscópica = até 1-2 anos Proteinúria leve < 1g/dia = 2-5 anos ↑ Ur e Cr LEVE e não pregressiva Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Indicação de biópsia: quadro que está estranho, fugindo do padrão = vai ter que tratar o rim 1. Oligúria que persiste > 7 dias 2. Anúria ou ↑ acelerado das escórias nitrogenadas = indicativo de perda de função renal rápida (GNRP) 3. Complemento baixo por > 8 sem 4. Proteinúria nefrótica (>3,5g/24 em adultos e > 50mg/kg/24h na criança) > 4sem 5. Ausência de evidências laboratoriais de infecção estreptocócica 6. Evidência clínica ou sorológica de doença sistêmica 7. Complemento sérico normal Indicação de biópsia renal na suspeita de GNPE, pela SBP: 1. Anúria ou oligúria importante > 72h 2. C3 baixo que não melhora em até 8 sem 3. Proteinúria > 50mg/kg/24h > 4 sem 4. Hipertensão arterial ou hematúria macroscópica > 4 sem 5. Função renal alterada > 4 Biópsia: MO = Padrão proliferativo difuso (neutrófilos e mononucleares) acomete difusamente quase todos os glomérulos = INFLAMAÇÃO Invade o mesângio e as alças capilares = proliferação endocapilar Formação de crescente (5%) = pior prognóstico mais comum em adultos IF = depósitos granulares endocapilares e no mesângio ME = presença de gibas ou corcovas ou humps depósito subepitelial de IC - Pode haver também depósitos subendoteliais Curiosidade: Nódulos subepiteliais são clareados por último = causam a proteinúria ao lesarem os podócitos e alterarem a permeabilidade das fendas de filtração - Proteinúria melhora por último Nódulos subendoteliais são clareados primeiros = provocam a oligúria, HAS + edema e a hematúria melhoram primeiro Diagnóstico diferencial: Outras doenças que cursam com síndrome nefrítica + hipocomplementemia 1. Outras GN pós-infecciosas 2. GN lúpica 3. GN membrano proliferativa ou GN mesangiocapilar: - Proteinúria na faixa nefrótica - Hipocomplementemia > 8 semanas Tratamento: Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Não trata especificamente a doença, apenas sintomáticos Síndrome autolimitada = não há nada que acelere o tempo de resolução Restrição hídrica + repouso + dieta hipossódica Diurético de alça = Furosemida Vasodilatadores = aumentar a filtração aliviar a pressão = Hidralazina Diálise = se necessário - Se síndrome urêmica - Tratar congestão volêmica grave refratária à terapia medicamentosa ATB: - Não há beneficio para o paciente na GNPE - A terapia precoce NÃO previne a GNPE - Não encurta a duraçãoda GNPE - Não melhora prognóstico - Não está indicada a profilaxia na GNPE - Fazemos SIM ATB na GNPE = evitar transmissão para terceiros de cepas nefritogênicas medida epidemiológica GN AGUDA NÃO INFECCIOSA: 1. Multissistêmicas: LES Púrpura de Henoch-Schonlein Poliarterite microscópica Granulomatose de Wegener Crioglobulinemia mista essencial Doença de Goodpasture 2. Primárias: Doença de Berger GN membranoproliferativa ou mesangiocapilar GN por IC idiopática GN pauci-imune GN antimembrana basal glomerular GN fibrilar/imunotactoide II – ALTERACÕES ASSINTOMÁTICAS: DOENCA DE BERGER Epidemiologia: - Glomerulopatia primária mais comum nasce no glomérulo - Principal glomerulopatia crônica no mundo - Faixa etária = 10-40 anos - Homens 2:1 mulheres Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Patogênese: - Depósito de IgA no MESÂNGIO - Surtos de hematúria assintomático hematúria assintomático - Nefrites sinfaringíticas = não há período de incubação após a infecção Clinica: - 50% episódios intensos de hematúria macroscópica intermitentes = após fatores precipitantes (infecções, exercícios extenuantes, estresse psicológico) - 40% assintomáticos = hematúria microscópica persistente prognóstico pior - 10% Síndrome nefrítica = hipertensão, edema, oligúria, hematúria - Não respeita o período de incubação!!!!!!! = o problema já estava no glomérulo perda da homeostase quadro clínico - Complemento NORMAL Púrpura de Henoch-Schonlein - Artrite + dor abdominal + petéquias em MMII palpáveis + lesão renal glomerulite proliferativa mesangial (depósito de IgA no mesângio) - Associada a doença celíaca, HIC e cirrose - Depósito de IgA em diversos tecidos - Doença de Berger é uma forma LIMITADA aos rins Diagnóstico: - História clinica = hematúria macro ou micro ou nefrítica - Complemento sérico normal - Dosagem de IgA no sangue ou na pele = aumento - Certeza = biópsia glomerular ou cutânea - IF = depósitos de IgA no mesângio Tratamento: - Acompanhamento em pacientes com pouca clínica = apenas hematúria - Proteinúria > 1g/24h OU hipertensão = IECA (nefroprotetor) Vasodilatação da arteríola EFERENTE = ↓ pressão hidrostática = atraso na sobrecarga dos néfrons remanescentes - Retenção azotêmica (crescentes glomerulares) = corticoide com ou sem imunossupressor + ciclofosfamida + plasmaférese Prognóstico: - Variável - 5% nunca mais vai ter - 5% vai perder o rim rápido - 90% terão episódios recorrentes uma parte pode caminhar para DRC tratar se piorar função renal 60% evolução benigna 30% IRC em 20 anos Pior prognóstico: - Idade mais avançada - Sexo masculino - Hematúria micro - Proteinúria alta > 1g/dia Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG - Creatinina alta > 1,5 corticoide - Hipertensão arterial coexistente - Presença de crescente OU depósitos subendoteliais de IgA III – GN RAPIDAMENTE PROGRESSIVA Perda completa de função renal em semanas a poucos meses Quadro exagerado, muito grave SEMPRE BIOPSIAR E JÁ TRATAR Agressao glomerular contra a MB maior risco de GNRP Presença de crescentes = extravasamento de monócitos e fibrinas comprime alça capilar morte do glomérulo Mais de 50% dos glomerulos acometidos por crescentes = grave Causas: - IC = GNPE, Berger, LES - Pacui-imune = Wegener, Poliangeíte microscópica DOENCA DE GOODPASTURE: Fisiopatologia: Produção de Ac anti-membrana basal Ac contra a cadeia alfa 3 do colágeno tipo IV da MB pulmonar e renal = específica desses sítios Anti-MBG ataca MB dos rins = glomerulonefrite Ataca MB dos alvéolos = alveolite necrosante = hemorragia pulmonar (hemoptise maciça) Síndrome glomerular + síndrome hemorrágica pulmonar = Síndrome de Goodpasture Síndrome glomerular apenas = glomerulonefrite anti-MBG primária (GN crescêntica tipo I idiopática) Epidemiologia Rara 20-40 anos Homens 6:1 mulheres Relação com: - Tabagismo - Infecção respiratória recente - Exposição a hidrocarbonetos voláteis (solventes) Relacionada com o marcador genético HLA-DR2 Clínica: Glomerulonefrite = GNRP clássica Hemorragia pulmonar = precede a glomerulite por semanas a meses Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG HEMOPTISE é o sintoma predominante Febre Dispneia Síndrome nefrítica grave IR Diagnostico: Anti-MBG positivo Biopsia = IF padrao linear + >50% dos glomérulos apresentando crescentes Rx de tórax = infiltrado bilateral difuso hemorragia alveolar generalizada Teste de difusão do CO = aumento da difusão Anemia microcítica-hipocrômica = perda de sangue para os alvéolos **** Aumento da difusão do CO deve-se à presença de hemácias no interior dos alvéolos Hb capta avidamente o CO Diagnóstico diferencial: outras causas da Síndrome Pulmão-Rim Síndrome de Goodpasture Poliarterite microscópica Granulomatose de Wegener Outras vasculites necrosantes sistêmicas LES Púrpura de Henoch-Schonlein Crioglobulinemia mista essencial Púrpura trombocitopênica trombótica Legionelose Leptospirose = Síndrome de Weil Hantavirose Distúrbio da hemostasia Edema agudo de pulmão + IR Tratamento: Indução: - Corticoide = pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por 3 dias - Imunossupressor = pulso de ciclofosfamida (2mg/kg/dia) - Plasmaférese diária ou em dias alternados até negativação do anti-MBG Manutenção: - Prednisona 1mg/kg/dia - Azatioprina (1-2mg/kg/dia) Prognóstico renal: Urgência dialítica, azotemia, síndrome urêmica = perda do rim Beatriz Miranda Assis – Medicina UFMG Se ainda não está nesse ponto, o tratamento faz efeito e recupera um pouco a função O complemento na SN: GNPE = reduz por até 8 sem (via alternativa – C3) Infecciosa não GNPE = reduz LES = reduz GN membranoproliferativa = reduz Doença de Berger = normal Doença de Goodpasture = normal Vasculites = normal GN aguda pós-infecciosa = padrão inespecífico (proliferativo difuso) *** Imunocomplexo ativa e consome complemento!!!!!!!!!!!!!!!!! *** IgA, Ac anti-MBG não ativam complemento!!!!!!!!!!!!1 *** Vasculites pauci-imunes = não formam IC
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