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Dietoterapia na Obesidade e Doenças Afins

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Prévia do material em texto

Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão
Endocrinologista e Nutrólogo
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b
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e doenças afins
 (colesterol, triglicérides, diabetes e ácido úrico)
 Incluindo avaliação da sua biopersonalidade
 e a dieta específica para cada caso
 Guia de Fast Food
E a dieta da moda na Europa:
“Os Nutripontos”D
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Dietoterapia
 na
OBESIDADE
Este livro não tem o intuito de substituir a consulta médica, nem 
a pretensão de impor situações definitivas.
A vida é uma constante mutação e, como tal, os conceitos sobre 
os diversos tipos de enfermidades e seus respectivos tratamentos 
também evoluem.
É dever de todo pesquisador ter a sua mente aberta a novas 
conquistas, caso contrário, cairá na banalidade daqueles que, no 
decorrer da história, foram incapazes de admitir novas descobertas.
O tempo os colocou no “ridículo”.
Pretendo, com esse livro, transmitir informações não só de 
caráter científico como também de experiência profissional.
Acredito que a partir do momento que o público leigo tomar 
conhecimento das informações oferecidas neste livro, nós, pro-
fissionais da saúde, teremos mais chances de trabalhar em prol do 
bem-estar da comunidade.
Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão
Dr. Carlos Augusto Abrahão é médico, 
formado pela Faculdade de Medicina de 
Catanduva em 1982. Atua na área de 
Endocrinologia e Metabolismo, com 
ênfase em Nutrição e Dietoterapia. É 
especialista em Nutrologia pela ABRAN – 
Associação Brasileira de Nutrologia –, 
filiada à Associação Médica Brasileira .
É membro da Sociedade Latino-
Americana de Tireóide, Sociedade Bra-
sileira de Diabetes, Sociedade Latino-
Americana de Diabetes, Associação Bra-
sileira para o Estudo da Obesidade (Bra-
zilian Association for Study of the Obe-
sity), filiada à Federação Latino-Ame-
ricana para o Estudo da Obesidade, Socie-
dade Brasileira de Clínica Médica, As-
sociação Médica Brasileira de Oxido-
logia, Sociedade Brasileira de Medicina 
Biomolecular e Radicais Livres e Associa-
ção Brasileira de Nutrologia, filiada à 
AMB .
1
Dietoterapia na
OBESIDADE
e doenças afins
2
3
Dietoterapia na
OBESIDADE
e doenças afins
(Colesterol, Triglicérides, Diabetes e Ácido úrico)
(Teoria, avaliação, perda e manutenção do peso após perda)
Manual prático para o leigo
São Paulo - SP
2000
Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão
Endocrinologista & Nutrólogo
4
5
Aos meus pais
Jamil e Lygia
Aos meus tios Eunice e André
meu irmão e minha cunhada Marilza e Carlos Eduardo,
presentes na hora de maior necessidade
Às minhas filhas
Lyvia e Fernanda
e
À minha querida esposa
Grace Mônica,
cuja ajuda e compreensão
foram de fundamental
importância para a
feitura desta obra.
6
7
Prefácio
Foi com imenso prazer que recebi a incubência de prefaciar o livro “Dieto-
terapia na Obesidade e Doenças Afins” de autoria do Dr. Carlos Augusto Anselmo
Abrahão.
Fiquei ainda mais feliz após a leitura do mesmo, pois trata-se de um compêndio que
abrange os capítulos essenciais sobre a Obesidade e o tratamento racional da mesma.
A linguagem é simples, clara; a nomenclatura química atual nos proporciona
uma leitura agradável, leve e completa sobre o tema.
Embora o assunto tenha sido tema de muitos livros, livretos, opúsculos etc.
sobre o assunto em questão, no presente livro destaca-se, entre outros, o “Plano
alimentar definitivo ou de manutenção”, pois, o que se vê na prática diária é a
“facilidade de perder peso” e a dificuldade em se manter “enxuto”.
Na nossa opinião o livro proporciona os necessários princípios básicos do ema-
grecimento através da dietoterapia racional e fisiológica sendo, pois, recomendado à
todos que necessitem desse tratamento, bem como à estudantes de medicina e
paramedicina como um manual de conhecimentos gerais.
Finalmente, destacamos um ponto muito importante, na nossa opinião: o Autor se-
gue na sua obra as normas da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
(ABESO), entidade médica ligada às Associações médicas, endócrinas, etc.
congêneres no nosso meio.
Está, pois, de parabéns o Dr. Carlos Augusto Anselmo Abrahão.
São Paulo, Junho de 2000.
Professor Dr. José Carlos da Rosa
 Livre Docente de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina
da Universidade Federal de São Paulo.
 Chefe da Seção de Cirurgia Endócrina e Cervical
do Hospital do Servidor Público Estadual.
 Ex-Professor Titular das Faculdades de
Medicina de Jundiaí, Sorocaba e Santos.
8
9
Conteúdo
1 - TEORIA
Alimentos .................................................................................................... 17
Água ........................................................................................................... 18
Hidratos de Carbono................................................................................... 21
Fibras .......................................................................................................... 23
Lipídios........................................................................................................ 29
Proteínas ..................................................................................................... 35
Minerais ...................................................................................................... 47
Vitaminas .................................................................................................... 53
Nutrição ...................................................................................................... 63
Pirâmide alimentar ...................................................................................... 69
Obesidade ................................................................................................... 75
Classificação e formas clínicas................................................................... 79
Transtornos alimentares .............................................................................. 91
Depressão ................................................................................................... 95
Atividades físicas e exercícios.................................................................... 99
Cálculo da gordura corporal ....................................................................... 102
Dúvidas ....................................................................................................... 104
2 - PLANO ALIMENTAR PARA A PERDA DE PESO
Introdução à parte 2 ................................................................................... 111
Programa alimentar “a perda”................................................................... 113
Parte prática da perda ................................................................................ 119
Planejamento da atividade física ................................................................. 125
A caminhada “Light” ................................................................................ 126
Valores calóricos da atividade física ........................................................... 129
3 - MANUTENÇÃO
Manutenção ................................................................................................ 135
2.200 calorias .............................................................................................. 139
2.400 calorias .............................................................................................. 141
2.600 calorias .............................................................................................. 142
2.800 calorias .............................................................................................. 144
10
Grupos de alimentos ................................................................................... 146
Combinações alimentares ........................................................................... 152
Regras de ouro para não voltar a engordar ................................................157
4 - DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS AFINS (COMORBIDADES)
Hiperuricemia ............................................................................................. 161
Dislipidemias ............................................................................................... 165
Dieta especial para o paciente diabético .................................................... 171
5 - CALORIA DOS DIVERSOS ALIMENTOS + GUIA “FAST FOOD”
Burger King ................................................................................................ 185
McDonald’s ................................................................................................ 186
Pizza Hut .................................................................................................... 188
China in Box ............................................................................................... 190
Molhos e temperos ..................................................................................... 191
Bebidas e lanches ....................................................................................... 192
Outros alimentos ......................................................................................... 193
6 - DIETAS ESPECIAIS
Uma dieta para cada personalidade ........................................................... 197
Um plano alimentar para cada personalidade............................................. 205
A dieta dos nutripontos ............................................................................... 228
7 - CURIOSIDADES
Farmacoterapia da obesidade ..................................................................... 237
Nutracêuticos.............................................................................................. 240
Diet ou Light ............................................................................................... 241
Considerações finais ................................................................................... 242
11
Introdução
Quando resolvi escrever esse livro, confesso que tinha em mente ofecerer à popu-
lação leitora, um pouco da minha experiência no diagnóstico, tratamento e controle da
obesidade e doenças afins. Com o decorrer das páginas, foram aparecendo algumas idéias
novas e então, resolvi extendê-las ou melhor, aprofundá-las.
Portanto, onde existia o plano de transmitir meras informações, na realidade
foram substituídas por um verdadeiro manual “faça você mesmo”.
Deixo claro que este livro segue as normas da ABESO - Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade, na qual honradamente faço parte, e tenho muito orgulho
de divulgar seus objetivos. Seguirei os conceitos e normas estipuladas pelo Consenso
Latino-Americano de Obesidade de 1998, da mesma maneira que os pratico em mi-
nha clínica particular.
Dividimos o livro em sete partes para melhor entendimento.
Parte 1 - Teoria
Parte 2 - Plano alimentar para perda de peso
Parte 3 - Plano alimentar definitivo ou de manutenção
Parte 4 - Dietoterapia nas doenças afins (comorbidades)
Parte 5 - Quantidade de calorias dos diversos alimentos + “fast-food”
Parte 6 - Dietas especiais
Parte 7 - Curiosidades + Farmacoterapia na obesidade
A obesidade é hoje definida como uma doença endócrino-metabólica crônica e
heterogênea, com uma forte base genética que se apresenta quando esta se associa a
fatores do meio tais como alimentação hipercalórica-hipergordurosa e o sedentarismo.
O hábito alimentar das pessoas vêm se modificando de forma importante nas
últimas décadas, tendo hoje um perfil que contempla:
1 - Dietas ricas em gorduras
2 - Consumo elevado de carbohidratos simples (açúcares) ou refinados
3 - Uso de alimentos de alto valor calórico
4 - Ingestão calórica acima das necessidades nutricionais.
5 - Abuso de bebidas alcoólicas
12
Isso tudo leva ao sobrepeso e que pode por sua vez instalar uma doença crônica-
a obesidade; com todas as suas conseqüências.
Portanto, mais do que uma “cura pelo emagrecimento”, necessita-se de um
programa de tratamento: uma mudança no modo de vida graças a qual o paciente se
concientiza em comer de maneira moderada e cuidadosa e em ser fisicamente ativo.
Por isso, para que se possa realmente fazer esse planejamento alimentar, fiz
questão de explicar detalhadamente as composições químicas dos alimentos, definindo
gorduras, proteínas, hidratos de carbono, minerais, vitaminas e a própria água. Essa
definição é muito importante para que o leitor possa inclusive, identificar seus próprios
alimentos, e saber da sua utilidade na composição da nova alimentação diária.
Também o leitor vai saber fazer seus cálculos metabólicos e a partir dai, perso-
nalizar uma dieta para si mesmo, da melhor maneira que lhe convir. Isso é importante,
pois o leitor adaptará sua dieta ou plano alimentar de acordo com suas necessidades
ou conveniências.
Acredito que a pessoa quando realmente fica conhecendo o problema que lhe
aflige, acaba tomando conciência e, de uma maneira ou de outra, procurando ajuda.
É exatamente essa ajuda “externa” que eu vou tentar passar nas páginas
vindouras. Nós médicos, que tratamos entre outras, a obesidade, estamos cansado de
conhecer o perfil psicológico do paciente obeso. Sabemos que ele procura o médico
somente quando está vivendo uma situação nova no seu dia a dia, que, na maioria das
vezes, é de caráter emocional. É o caso do jovem obeso que conhece uma jovem, ou
um rapaz se for mulher, e se apaixona. Imediatamente ele se sente inferiorizado por-
que no nosso meio o obeso é discriminado; é motivo de chacota; a mídia valoriza o
magro; a sociedade cultua o corpo esbelto; é vítima de preconceitos diversos.
Na maioria das vezes essas pessoas obesas são deprimidas pois já fizeram
inúmeras dietas malucas buscando sucesso; ficam neuróticos com a balança; vivem
atormentados com a cobrança dos outros e sentem-se culpados pelo insucesso no
emagrecimento.
Mais que depressa, esse ou essa jovem nos procura profissionalmente, agora
decididos (a maioria das vezes momentaneamente) a empreender um tratamento sé-
rio a fim de superar todos esses obstáculos para se sentir apto ou apta à empreender
a nova conquista.
Esses jovens, na maioria das vezes, apresentam taxas bioquímicas sangüíneas
normais e raramente, algum fator endócrino. O problema é quase exclusivamente
estético mas, é óbvio, deve ser investigado.
Outro tipo comum de pessoas que nos procuram são aqueles que apresentam
alguma alteração do tipo Diabetes, Dislipidemias, Hipertensão, problemas cardíacos,
etc, na maioria das vezes associados, e, devido à obesidade. Nesse caso o processo
se deve mais à parte metabólica funcional e nem tanto à parte estética. De qualquer
13
maneira, percebemos que a aderência do paciente ao tratamento, no começo é de
100% e essa taxa vai caindo a ponto de, quando chegar na manutenção estarmos com
apenas 15% daqueles que começaram o programa, sendo que, 90% deles é proveniente
do 2º caso.
Isso é alarmante!!!
Sabemos que principalmente os fatores tempo, disponiblidade e gastos com
medicamentos e também com determinados tipos de alimentos “especiais” pesam
bastante, porém, também sabemos que o paciente quando perde alguns quilos, já se
considera “bem” e, com isso, abandona o programa alimentar.
Talvez, a principal causa de abandono do tratamento seja a desinformação. Por
mais que falemos e expliquemos, os pacientes parecem não ouvir.
Temos conciência que a atividade física das pessoas é inversamente proporcio-
nal ao avanço da tecnologia. Hoje em dia, tudo é facilitado pelo avanço tecnológico do
mundo; Andamos pouco (o automóvel faz esse papel), não subimos escadas (eleva-
dores), até o ato de mudar o canal do televisor já é feito pelo controle remoto. Por-
tanto, o avanço da tecnologia nos torna cada vez mais sedentários. Também o aprimo-
ramento da engenharia de alimentos, tornando-os mais “palatáveis” e, é claro, para
que isso ocorra é necessária a adição de gorduras.
Então, através deste livro, os leitores e, principalmente, os leitores em trata-
mento vão saberavaliar a importância do programa e sua conclusão ou melhor, sua
manutenção. Sim, manutenção porque após a perda de peso, você nunca será um
paciente magro e sim, um ex-obeso (qualquer regresso aos “maus hábitos”, fará
com que o paciente regresse ao sobrepeso). Isso fortalece a obrigatoriedade de uma
manutenção prolongada e, por que não, permanente?
Portanto, como verão no decorrer dos capítulos, a obesidade é uma doença onde
a perda de peso é apenas uma parte do tratamento e que antecede a manutenção.
14
15
Parte 1
Teoria
16
17
Alimentos
São substâncias que quando introduzidas no organismo, têm a finalidade de
promover o crescimento, a reparação dos tecidos, a produção de energia e o equilíbrio
das diversas funções orgânicas. Eles podem ter origem animal, vegetal ou mineral.
Exemplo de alimentos: Arroz, feijão, carne, leite, ovos etc.
Então, nosso organismo requer alimentos para os seguintes propósitos:
√ Fornecer energia para as funções orgânicas
√ Fornecer energia para o movimento e o trabalho do corpo
√ Manter a temperatura do corpo
√ Fornecer materiais para a produção de enzimas
√ Fornecer materiais para o crescimento, para substituições e reparações
Classificação dos alimentos
Os alimentos se dividem em:
Plásticos - São os alimentos que contém nutrientes que entram na formação
da estrutura celular: proteínas, cálcio e água.
Energéticos - São os alimentos cujos nutrientes predominantes produzem ca-
lorias: gorduras, glicídios e proteínas.
Reguladores - São os alimentos que permitem o equilíbrio das diversas fun-
ções por possuirem vitaminas (A, B. C etc) e sais minerais (Ferro, Cálcio, Sódio etc).
Nutrientes
São as substâncias químicas que constituem os alimentos e que podem ser
utilizadas pelo organismo (são necessárias para as funções orgânicas).
O organismo necessita de seis (6) categorias de nutrientes para levar avante
suas funções:
Água - Hidratos de Carbono - Lipídios - Minerais - Proteínas - Vitaminas
Descreverei a seguir, resumidamente, as 6 categorias de nutrientes citadas
acima para que o leitor tenha uma melhor compreensão e realmente saiba o que
significam.
18
ÁGUA
A água só é menos importante que o oxigênio em relação à sua necessidade
para a vida; sua falta resulta em morte em questão de dias.
Admitindo-se que 70% do peso corporal seja água, 5% são constituídos de
plasma (parte líquida do sangue), 15% como líquido intersticial e 50% como líquido
intracelular (Essas proporções são relativas ao peso corpóreo total).
Na verdade, o estoque de água do corpo, além de participante, é responsável por
praticamente todos os processos orgânicos, inclusive digestão, absorção, circulação e
excreção. A água também é o principal transportador de nutrientes, sendo necessária a
todas as funções estruturais do corpo.A água ajuda a manter a temperatura normal e é
essencial para eliminar excreções do corpo. Portanto, é muito importante repor diaria-
mente a água continuamente eliminada pelo suor e pela urina. É essencial para o funcio-
namento adequado do corpo beber pelo menos oito copos de água pura por dia, isso
porque o adulto necessita consumir de 2 a 4% do peso do seu peso corpóreo em água.
Lembre-se que, embora o corpo possa sobreviver sem alimento durante cerca de cinco
semanas, não consegue sobreviver sem água por mais de cinco dias.
Os líquidos proporcionam a principal fonte de água porém, parte dela é obtida
da oxidação dos alimentos (as dietas mistas proporcionam cerca de 12 gr de água por
100 calorias) e parte pela oxidação dos tecidos orgânicos.
A água é necessária para que o organismo metabolize os alimentos de forma
correta. Além disso, uma pessoa desidratada se cansa mais facilmente, e, quem se
exercita deve redobrar a atenção. Deve-se ingerir 600 ml de água por hora (3 copos
médios). Beber pouco líquido provoca queda no rendimento físico, redução da coor-
denação motora e mais risco de lesão muscular.
Seria relativamente fácil usar ou comprar água que atenda as nossas necessi-
dades particulares; no entanto, devido aos inúmeros tipos de classificação dadas à
água, o consumidor médio pode ficar confuso com o que existe no mercado.
A água é normalmente classificada pela sua procedência (fonte, balneário, gêiser,
fornecimento público etc.), pelo seu conteúdo mineral (contendo pelo menos 500 par-
tes por milhão de sólidos dissolvidos) ou pelo sistema de tratamento pelo qual passou
(purificada, deionizada, fluorada, destilada a vapor etc.).
Devido à grande superposição de critérios usados para classificar a água, algumas
águas aparecem em mais de uma categoria. Além disso, não há regras que normatizem.
a) Água dura
Contém cálcio e magnésio. Esses minerais impedem que o sabão faça espuma e
depositam uma película sedimentar nos cabelos, roupas, canos, pratos e banheiras.
19
Estudos mostram que o índice de mortalidade por doenças cardíacas é menor
nas áreas onde ela é consumida.
b) Água branda
Pode ser naturalmente branda ou pode ser a água dura tratada com sódio para
retirar o cálcio e o magnésio. A água artificialmente branda pode dissolver o revesti-
mento dos canos de chumbo. Os canos de cobre promovem níveis perigosos de cobre,
ferro, zinco e arsênico no corpo mediante o uso de água branda.
c) Água deionizada ou desmineralizada
É aquela água que teve sua carga elétrica neutralizada pela remoção ou adição
de elétrons. Esse processo remove da água nitratos, cálcio e magnésio além de cádmio,
bário, chumbo e algumas formas de rádio.
d) Água filtrada
É o meio pela qual a água é transformada em água pura, limpa, não-contamina-
da e de melhor sabor. A natureza filtra a água fazendo-a passar por riachos. Quando
a água passa pelas pedras dos riachos, as bactérias presentes na água prendem-se às
pedras e são substituídas por minerais como cálcio e magnésio.
Além da natureza, há muitas formas artificiais de se filtrar a água, como a
destilação, o uso de carvão ativado e osmose reversa.
Contudo, acredito que nenhum filtro é capaz de evitar a passagem de bactérias
ou vírus. Cada poro do filtro mais fino existente é grande o bastante para que milhões
de germes possam penetrar.
e) Água fluoretada
Acrescenta-se fluor a água para ajudar a manter ossos e dentes fortes. Há
uma corrente de pesquisadores que são contrários a essa atitude pois acham que a
fluorina (substância venenosa da qual deriva o fluoreto) causa danos irreparáveis ao
sistema imunológico. Atualmente a fluoretação tem sido o padrão e não a exceção.
f) Água mineral
É a água da fonte natural. Não pode ser bombeada ou forçada do solo e deve
ser engarrafada na fonte. Se estiver bebendo água mineral que contém minerais que
você não precisa, estará fazendo mais mal do que bem a você mesmo.
20
g) Água da fonte
O conteúdo mineral não foi alterado, mas pode ou não ter sido filtrada ou tratada.
Essa água não é processada e pode-se acrescentar a ela sabor ou gases
h) Água destilada a vapor
A destilação é o processo de vaporizar a água por meio de sua fervura. O
vapor sobe, deixando para trás grande parte das bactérias, vírus, substâncias quími-
cas, minerais e poluentes de água. O vapor vai em seguida para uma câmara de
condensação onde é resfriado e condensado para se tornar água destilada.
Depois de consumida, a água destilada expulsa do corpo minerais inorgânicos
rejeitados pelas células dos tecidos. Por isso, é importantíssimo consumir água destilada.
i) Água de torneira
A água que sai das torneiras e pias vem dos lençóis de água, ou seja, água que
flui de lagoas, córregos, riachos, rios e lagos. Contudo, a água da chuva pode levar
poluentes a esses corpos de água, fazendo com que a água que bebemos fique conta-
minada. Os resíduos de fertilizantes e inseticidas podem ser facilmente lavados nos
lençóis freáticos, assim como o chumbo dos automóveis e emissões de fábricas. Além
disso, a fim de purificar a água potável, são muitas vezes utilizadas substâncias quími-
cas como alume, carbono, cloro, flúor, cal, fosfatos, carbonato de sódio e aluminatos
de sódio. Essas substânciasquímicas são usadas para matar as bactérias encontradas
na água, mas atualmente acredita-se que causem câncer.
21
HIDRATOS DE CARBONO
Os hidratos de carbono (HC) são nutrientes eminentemente energéticos e que
fornecem energia aos processos vitais. São nutrientes compostos dos elementos car-
bono, hidrogênio e oxigênio.
Sob o ponto de vista químico eles se dividem em 3 grupos:
Monossacarídeos ou oses
Glicose - Frutose - Galactose - Pentoses
Dissacarídeos
Lactose - Sucrose - Maltose - Trehalose
Polissacarídeos
Amido - Amilose - Amilopectina - Glicogênio
Os HC são classificados de acordo com suas unidades de açúcar ou sacárides.
Os açúcares são excelentes agentes redutores (doam elétrons). Um monossacáride é
um açúcar simples. Não pode ser desdobrado em nenhuma outra unidade de açúcar
simples. Eles têm somente 1 molécula porém 2 fórmulas estruturais: a forma D (onde
o carbono assimétrico desvia a luz polarizada para a direita) e a forma L (onde o
Carbono assimétrico desvia a luz polarizada para a esquerda). Nosso organismo assi-
mila somente a forma D. Os monossacárides tem a mesma fórmula química
C6 H12 O6
porém o arranjo das moléculas, conforme visto anteriormente, difere de uma para
outra. As hexoses (glicose) são os monossacarídeos mais comuns.
Quando dois monossacárides se juntam ou se combinam eles formam um
dissacáride.
Polissácarides são compostos complexos resultantes da combinação de mui-
tas unidades de monossácarides ou açúcar simples. Eles funcionam como reserva
calórica no nosso organismo. O principal é o glicogênio e nos vegetais, o amido.
Os polissacárides são insolúveis em água e são digeridos em várias etapas de
degradação.
Há alguns polissacárides que são classificados como não digeríveis. Esses
polissacárides incluem celulose, hemicelulose, pectina, ágar, carágeno e lignina. Estas subs-
tâncias são denominadas genericamente de fibras. O organismo não possui enzimas capa-
zes de digerí-los, portanto as fibras passam pelo tubo digestivo e levam com elas muitas
substâncias que do contrário ficariam alojados no próprio intestino.
22
Alguns polissacárides tem funções especiais principalmente estruturais como
os mucopolissacárides. Dentre eles citamos o ácido hialurônico e a heparina.
Nas plantas os HC são armazenados na forma de amido. São grânulos envoltos
por paredes celulósicas. O cozimento causa inchação dos grânulos e o rompimento da
parede celulósica, o que permite o contato dos grânulos com as enzimas digestivas e
possibilita sua digestão. Por isso nas dietas hipocalóricas podemos comer verduras e
legumes crus à vontade porém, quando cozidos devemos limitá-los.
Os HC são armazenados no organismo como glicogênio, em quantidade limita-
da. Aproximadamente de 300 a 500 gr de HC são armazenadas no organismo de um
adulto com saúde dividos assim: - figado 100 gr - músculos lisos, esqueleticos e cora-
ção 200 a 250 gr, e líquido extraceluar 15 gr
Oficialmente não são estabelecidos os requerimentos diários recomendados
(RDA = required daily allowance) para os HC; eles constiteum parte dos requerimen-
tos energéticos. Pelo menos 50 a 100 gr diários são necessários para prevenir a cetose.
Os HC são as fontes preferídas de energias para o organismo, e são necessários para
a oxidação das gorduras. Nos USA há organismos que recomendam que de 55 a 60%
do total calórico devam ser cobertos com hidratos de carbonos (United States Dietary
Goals - U.S.Sent, 1977).
Os hidratos de carbonos uma vez digeridos e absorvidos, seguem um dos
três caminhos:
- Podem ser metabolizados para atender as necessidades energéticas do
organismo
- Podem ser convertidos em glicogênio e armazenados no fígado ou músculos.
- Finalmente, podem ser convertidos em gordura e armazenados para necessi-
dades futuras de energia
Os produtos finais do metabolismo dos hidratos de carbono são: dióxido de
carbono, água e energia.
 Um grama de Hidrato de Carbono fornece 4 calorias ou 16.8 Joules.
23
FIBRAS
Por considerar as fibras fundamental em nossa alimentação, principalmente nos
dias de hoje onde notamos por parte das pessoas um total desconhecimento nutricional,
dedico especialmente este capítulo à elas. Seja por fatores culturais, por fatores monetá-
rios ou simplesmente por “não gostar” de determinadas comidas, uma grande parte das
pessoas deixa de consumi-las. Já sabemos de capítulos anteriores que as fibras são hidratos
de carbono do tipo polissacarídeos que são compostos complexos resultantes da combina-
ção de muitas unidades de açúcar simples, ou monossacárideos. Elas são insolúveis em
água e são classificados como não digeríveis. Encontradas em muitos alimentos, as fibras
ajudam a adminuir os níveis de colesterol e a estabilizar os níveis de açúcar no sangue,
beneficiando principamente os portadores de colesterol elevado e diabéticos, ajudam a
evitar o câncer do instestino grosso, prisão-de-ventre, hemorróidas, obesidade e muitos
outros problemas. Alimentos com altos de teor de fibras passam pelo aparelho intestinal
devido à ação peristáltica do canal alimentar, e levam com elas muitas substância tóxicas
que do contrário ficariam aí alojadas. As fibras alimentares agem sobre o peso das fezes.
A ingestão de 100-170 gramas de fibras por dia provoca um trânsito intestinal de 30 horas
(peso 500 gr). Já os americanos, ingerindo cerca de 20 gramas por dia, têm um trânsito de
48 horas e um peso menor que 100 gramas. Daí ser usada no tratamento da constipação
intestinal, assim como em casos de diarréia, provocando a normalização do trânsito, já que
o maior peso causa menor pressão da defecação com menos estresse inflingindo as pare-
des, daí diminuindo a incidência de formação de diverticulos.
A digestão dos alimentos é beneficiada pelas fibras que alteram o trânsito in-
testinal e o esvaziamento gástrico.A glicemia também se normaliza, já que a absorção
se torna mais lenta. Os metais tóxicos são eliminados porém os essenciais também
podem sê-lo. Daí os riscos que uma dieta estritamente vegetariana pode causar em
relação ao Zinco, que pode ser depletado pelas fibras (este metal só é praticamente
encontrado em fontes animais).
As fibras pouco solúveis tem ação menor (farelo de aveia); a fermentação das
fibras produzem ácidos graxos de cadeia curta (acético-propiônico-butírico) que exer-
cem proteção a parede intestinal inclusive inibindo a gênese do carcinoma intestinal.
Com a ingestão de fibras, a flora intestinal se torna predominantemente de
lactobacilos, consequentemente, diminuindo a flora patogênica.
A prevenção da obesidade vem do fato que as fibras causam um aumento na
mastigação melhorando o processo alimentar e com isso, aumentando a perda fecal
de calorias, aumento da reação de enzimas digestivas, aumento da saciedade e me-
lhora da tolerância à glicose. Se essas substâncias nocivas não são expulsas pelo
corpo, resultam em doenças.
Há sete formas de fibras, e cada forma tem sua própria função.
24
As fibras são:
01-Pectina
Devida a lenta absorção de alimentos após as refeições, a pectina é benéfica
para os diabéticos. Também retira metais e toxinas indesejáveis no corpo, é valiosa na
radioterapia, ajuda a diminuir o colesterol (através da formação de gel), e reduz o
risco de doenças cardíacas e cálculos biliares.Também tem ação como anorexígeno
(diminuição do apetite).
A pectina é encontrada em maçã, cenoura, beterraba, banana, repolho, fruta
cítricas, ervilhas secas e quiabo.
02-Celulose
É um hidrato de carbono não digerível encontrado na camada externa de ver-
duras e frutas.
É benéfica para hemorróidas, varizes, colite e prisão-de-ventre, além de remo-
ver substâncias cancerígenas da parede do cólon.
É encontrado na maçã,pera, cenoura, brócolis, ervilhas, grãos integrais, casta-
nha-do-pará, vagem e beterraba.
03-Hemicelulose
É um hidrato de carbono complexo, não digerível, que absorve água.
É benéfica para quem quer perder peso, prisão-de-ventre, câncer de colo e
para controlar substâncias cancerogênicas no aparelho intestinal.
É encontrada em maçã, beterraba,cereais de grãos integrais, repolho, banana,
leguminosas, milho, pimentão, verduras epera.
04-Lignina
Esta fibra é boa para diminuir as taxas de colesterol e previnir a formação de
cálculos biliares ao unir-se aos ácidos biliares.
É benéfica para aqueles que têm diabetes ou câncer de cólon.
Exercem poderoso efeito anticâncer e antibacteriano.
É encontrada em cenoura, vagem, ervilha, grãos integrais, castanha-do-pará,
pêssego, tomate, morango e batata.
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05-Farelo
É a parte grosseira da semente do grão do cereal, separada da farinha por
peneiração ou coagem. Ajudam a diminuir o colesterol.
São usadas principalmente os farelos de aveia, trigo, arroz e milho.
06 e 07-Gomas e Mucilagens
Tanto as gomas quanto as mucilagens ajudam a regularizar as taxas de glicose
do sangue e a diminuir o colesterol além de remover toxinas do corpo.
São encontradas na farinha de aveia, farelo de aveia, gergelin e leguminosas secas.
Como exemplos de gomas e mucilagens citaremos as 3 mais usados atualmente:
a) Glicomanana
Captura e remove gordura da parede do cólon. É benéfica para diabete e obe-
sidade pois é um mobilizador de lipídeos. Normaliza o açúcar no sangue. Expande até
60 vezes seu peso ajudando a diminuir o apetite.
b) Goma Guar
Ajuda a diminuir o apetite, colesterol, triglicérides e diabete. Diminue os níveis
de LDL-colesterol (colesterol ruim) e ajuda a expulsar substâncias tóxicas do corpo.
c) Sementes de psílio
Amolecedor de fezes. É uma das fibras mais usadas inclusive pela indústria
farmacêutica. São usados como laxantes e como suplemento de fibras. Também aju-
da a diminuir o apetite, colesterol, triglicérides e diabete.
√ Agora, faça você mesmo um teste rápido e funcional e veremos como está
sua ingestão diária de fibras
√ Marque um “X” naqueles itens que você consome diariamente e some os
pontos obtidos (cada item tem seu valor correspondente do lado direito)
√ Depois some os três subtotais obtidos e vamos ter nosso valor final
Importante: Aquele alimento que você consome mais de uma vez ao dia deve
ser somado tantas vezes quantas o consumir.
Por exemplo: Se come uma maçã de manhã e uma maçã a tarde, deve somar
a pontuação correspondente a maçã duas vezes.
26
No café da manhã e lanches
01 maçã média com casca 3
01 fatia de pão branco tostado 0
01 fatia de pão integral 1,9
01 copo de suco de laranja 0
01 fatia de queijo
½ xícara de leite com fibras (cereais
 matinais) 12,2
½ xícara de leite com 01 fatia
 de pão francês 0,8
Total
No almoço e jantar
01 porção de carne vermelha
 / branca / peixe 0
½ xícara de lentilhas cozidas 3,7
½ xícara de arroz integral 1,7
½ xícara de arroz branco 0,6
Não consome legumes 0
½ xícara de vegetais cozidos:
abobrinha 1,3
brócolis 2,0
espinafre 2,0
couve de bruxelas 3,4
½ batata doce 1,7
Vegetais crus:
01 xícara de alface 1,0
01 tomate médio 1,6
01 cenoura média 2,3
01 misto quente 0
01 Cheese burger 0
Não consome verduras 0
Total
27
Sobremesas
01 taça de morangos 3,9
01 laranja média 3,1
01 banana média 1,8
01pera média com casca 4,3
01 pêssego com casca 1,4
Não consome frutas 0
Total
Se a pontuação obtida for:
⇒ De 20 a 35 pontos = Ok. Você está consumindo a quantidade recomendada
de fibras. Continue assim!!!
⇒ Menos de 20 pontos = Significa que está consumindo poucas fibras e que
deve aumentar seu consumo.
Como fazer para consumir mais fibras?
- Consuma diariamente vegetais e frutas
- Incorpore legumes e cereais integrais em sua alimentação
Não se esqueça...
Que o café da manhã é uma excelente ocasião para consumir alimentos ricos
em fibras combinados com leite, iogurte, vitamina de frutas, mamão com laranja e
outros.
Uma prática e saborosa maneira de consumir fibras tem sido explicada e colo-
cada em uso na nossa clínica particular. É acessível monetariamente a qualquer pes-
soa e facilmente encontrada nos supermercados ou mercearias. Oriento nossos pacien-
tes a misturar em um recipiente (de preferência um frasco de 2 ou 3 litros) com tampa
os seguintes ingredientes:
- 01 pacote de FIBRE-1  (cereal matinal de trigo e milho)
- 01 pacote de ALL-BRAN  (cereal matinal à base de trigo)
- 01 pacote de BASIC SEVEN  (cereais naturais, maçã, côco, uva passa e mel)
- 01 pacote de CORN FLAKES  sabor côco
- 01 pacote de 300 gr de FARELO DE TRIGO de qualquer marca.
Cada 30 gramas (2 colheres de sopa rasa) desta mistura fornecem 90 calorias.
Se misturarmos esse preparado com 01 copo de leite desnatado (200 ml) teremos
uma quantidade calórica de 165 calorias.
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Acrescente os seguintes alimentos à sua dieta:
Cereais e farinhas de grãos integrais, arroz integral, todos os tipos de farelos, da-
masco, maçã, ameixa seca, frutas, nozes, sementes, feijão, lentilhas, ervilha e hortaliças.
Se quiser perder peso, fibras e exercícios devem fazer parte do programa.
Encontre a fibra que apresenta melhores resultados para você.
Comer pipoca sem sal e sem manteiga também é uma forma excelente de acres-
centar fibras.
Recomenda-se uma ingestão diária de 0,5 grama de fibras para cada 100 calorias.
Alimentos ricos em fibras
(Coma as sementes, cascas e folhas sempre que possível).
Verduras e legumes % em fibras
Abóbora 3,5
Brócolis 4,1
Cebola 2,1
Cenoura 3,7
Couve 3,1
Ervilha 7,8
Feijão (qualquer tipo) 7,75
Milho verde 4,7
Pimentão 2,1
Repolho 2,8
Soja em grão 4,2
Frutas % em fibras
Ameixa 1,8
Banana 1,8
Côco 3,8
Goiaba 5,3
Kiwi 3,4
Laranja 2,1
Maçã 3,4
Morango 2,1
Pera 2,4
Pistache 10,8
Lembre-se sempre que os alimentos com conteúdo escasso de fibras como
os lácteos, ovos e carnes devem estar incluídos em sua alimentação devido
ao aporte de nutrientes essenciais para a saúde e o bem-estar.
29
LIPÍDIOS
Os lipídios são compostos por um grupo heterogênio de substâncias que apre-
sentam como propriedade comum a insolubilidade na água e a solubilidade nos solventes
orgânicos como etanol, éter, benzeno e acetona e capazes de reagir formando ésteres
com os ácidos graxos (de alto peso molecular). Os lipídios são compostos de carbono,
hidrogênio e oxigênio, porém em proporções diferentes dos hidratos de carbono. Os
lipídios representam de 35 a 45% da dieta americana. A ingestão de gorduras tende a
aumentar nas classes abastadas. É preferível usar o termo lipídios, ao invés de gordu-
ras, porque abrange não só as gorduras, como os óleos. Os óleos são líquidos à tem-
peratura ambiente, enquanto as gorduras são sólidas a esta mesma temperatura.
Os lipídios são classificados como:
a) simples
b) compostos
c) derivados
Simples - São ésteres de glicerol e ácidos graxos. Um éster é um composto
formado por alcoól e ácidos graxos, com remoção de água. O glicerol é um alcoól
formado por 3 carbonos e 3 grupos oxidrilas (OH), cada um dos quais pode combinar
com um ácido graxo. Exemplo de lipídios simples são os monoglicerídeos, os
diglicerídeos, os triglicerídeos e os cerídeos (as cêras).
Compostos - são formados por ésteres de glicerol, ácidos graxos e outras
substâncias, tais como hidratos de carbono, fosfatos ou compostos nitrogenados. Exem-
plo de lipídios compostos: fosfolipídios, lipoproteínas e glicolipí-dios.
Derivados - São substâncias gordurosas obtidas de gorduras simples e com-
postas, através da ação de enzimas ou hidrólises. Incluem ácidos graxos, glicerol,
esteróis, carotenóides e as vitaminas A, D, E e K. Exemplo de lipídios derivados:
colesterol, hormônios esteróides (sexuais) e ergosterol.
Os triglicérides constituem aproximadamente 98% das gorduras contidas nos
alimentos e 90% da gordura contida no organismo humano. Os triglicérides são clas-
sificados como simples ou mistos. Um triglicéride simples contém três ácidos graxos
iguais. Um triglicéride misto contém pelo menos dois ácidos graxos diferentes.
Os ácidos graxos podem ser:
a) Saturados
b) Insaturados - cis
- trans
30
Os ácidos graxos “trans” no organismo humano podem tornar-se extrema-
mente tóxicos. Assim, na hidrogenação da margarina há a formação abundante de
ácidos graxos “trans”que podem inclusive inibir enzimas importantes como a “delta
6desaturase” .
Hidrogenação é o processo pelo qual os átomos de hidrogênio são adicionados
aos ácidos graxos para torná-los mais sólidos e saturados.
No campo da medicina, é crescente o aumento do interesse a respeito do nível
de saturação dos ácidos graxos, em relação com os níveis sangüíneos de colesterol.
Um ácido graxo saturado contém o número máximo de átomos de hidrogênio de que
pode se apoderar. Um ácido graxo insaturado pode formar uma ligação com outro
átomo de hidrogênio. Um ácido graxo poliinsaturado pode ainda receber mais de um
átomo adicional de hidrogênio. Os ácidos graxos insaturados e poliinsaturados apre-
sentam mais baixo ponto de fusão e são líquidos à temperatura ambiente. Os ácidos
graxos saturados parecem elevar os níveis sangüíneos do colesterol. Os ácidos
graxos insaturados parecem não afetar apreciavelmente os níveis sangüíneos
do colesterol. Os ácidos graxos poliinsaturados parecem baixar os níveis do
colesterol sangüíneo.
A maioria das gorduras animais é saturada, enquanto a maioria dos óleos vege-
tais e de peixes contém grandes quantidades de ácidos graxos insaturados e
poliinsaturados. O óleo de coco, o de dendê e o chocolate, embora sendo produ-
tos vegetais, contém maiores quantidades de ácidos graxos saturados do que
insaturados e poliinsaturados.
Há um ácido graxo que o organismo é incapaz de sintetizar e por isso ele se
torna um componente essencial da dieta. É o ácido linoléico que é considerado ácido
graxo essencial. É um ácido graxo poliinsaturado, encontrado nos óleos de açafroa,
soja, milho, semente de algodão e de amendoim.
Aspectos metabólicos dos lípides
Os principais lípides para o ser humano são: ácidos graxos, colesterol, triglicérides
e fosfolipídios. Estas moléculas constituem a porção lipídica das lipoproteínas (que é a
forma de transporte dos lípides na circulação sangüínea). A maioria dos ácidos graxos
pode ser sintetizada pelo fígado, com exceção do linoléico e de seu metabólito, o ácido
araquidônico (ácidos graxos essenciais). a outra parte das lipoproteínas é constituída
de proteínas especiais, denominadas apolipoproteínas ou apoproteínas (apo).
Estas têm as seguintes funções:
a) transporte dos lípides na corrente sangüínea
b) ligação com os receptores celulares
c) ativação de determinadas enzimas
31
O colesterol é importante para a formação e função das membranas celulares e
para sintese de sais biliares, de hormônios esteróides (sexuais) e da vitamina D. Os
triglicérides têm papel energético, para utilização imediata ou após armazenamento, en-
quanto os fosfolípides são importante para manter a integridade das membranas celulares
e a solubilidade dos ésteres de colesterol e dos triglicérides no interior das lipoproteínas.
As fontes de lípides do organismo são a síntese interna (endógena) e a alimen-
tação (exógena).
Ciclo exógeno:
A gordura (triglicérides) proveniente da alimentação, é hidrolisada (“quebra-
da”) pela Lipase Pancreática a diglicerídeo e monoglicerídeo que junto com os ácidos
graxos e os sais biliares, formam as micelas que permitem o transporte dos lipídios
através da parede intestinal. Nestas, os monoglicerídeos são reesterificados (“rejun-
tados”) a triglicérides que unindo-se a uma porção proteica (apoproteína) vão formar
os quilomicrons. Estes vão circular no sangue e, nos capilares do tecido gorduroso ou
muscular eles são metabolizados pela Lipase LipoProteica (LLP) a qual hidrolisa os
triglicérides, retirando os ácidos graxos dos quilomicrons. Estes se tornam de menor
tamanho e são rapidamente removidos da circulação pelo fígado.
Ciclo endógeno:
Tem início com a formação pelo fígado de uma lipoproteína denominada VLDL
(very low density lipoprotein) ou lipoproteína de muito baixa densidade, a qual contém
como lípides principalmente os triglicérides. No capilar sangüíneo eles entram em
contato com a enzima Lipase LipoProteíca (LLP) e são absorvidos pelo fígado ou
sofrem ação da Lipase Hepática dando origem às LDL (“low density lipoprotein”) ou
lipoproteína de baixa densidade. As LDL são retiradas da circulação por células prin-
cipalmente do fígado, fragmentadas e, liberam colesterol livre e aminoácidos na circu-
lação. O colesterol livre é utilizado imediatamente ou armazenado após esterificação.
Parte do material liberado pela ação da LLP sobre os quilomicrons e as VLDL
é utilizado na fabricação de outra lipoproteína: a HDL (“high density lipoprotein”) ou
lipoproteína de alta densidade, sintetizada no intestino e no fígado. É responsável pelo
chamado transporte reverso do colesterol: retira-o das células e troca-o com outras
lipoproteínas (principalmente as VLDL) ou leva-o diretamente para o fígado.
A única maneira que o organismo dispõe para eliminar colesterol é através da
bile, como colesterol livre ou como ácido biliar.
32
Sendo a gordura insolúvel, ela circula no sangue sob a forma de lipoproteínas. De
grande interesse para a comunidade médica é a relação entre as lipoproteínas de alta
densidade e as doenças cardíacas. As lipoproteínas de alta densidade contém uma alta
proporção de proteínas, fosfolipídios e colesterol e não parecem ser grandemente afeta-
das pela dieta ou idade. As lipoproteínas de baixa densidade são compostas de triglicérides,
colesterol, fosfolipídios e proteínas e parecem estar relacionadas com a dieta e com a
idade. Tem sido verificada uma proporção inversa entre altos níveis de lipoproteínas de
alta densidade (HDL) no sangue e as doenças cardíacas.
A gordura é a forma de armazenamento de energia do organismo. A porção
glicerol da gordura pode ser convertida em glicose pelo processo de gliconeogênese
(transformação química da gordura em glicose para obter energia). Todas as células
do organismo, exceto as do sistema nervoso central e as células vermelhas do sangue,
podem oxidar ácidos graxos para produzir energia. Embora as células do sistema
nervoso central necessitem de glicose como fonte de energia, após um período de
desnutrição, elas podem adaptar-se ao uso de aminoácidos e de corpos cetônicos,
obtidos das gorduras, para suas necessidades energéticas. Os produtos finais do me-
tabolismo das gorduras são os ácidos graxos e o glicerol. Estes produtos podem ser
anabolizados em tecido gorduroso ou catabolizados em dióxido de carbono, água e
energia.
Um grama de gordura proporciona 9 calorias (38 joules). As gorduras são
também fontes de vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K
Conteúdo de gordura total e saturada na carne bovina:
Tipo de carne Gordura total Gordura saturada
Alcatra magro 7,0 gr 2,6 gr
Alcatra gordo 16,9 gr 6,8 gr
Coxão mole magro 6,2 gr 3,3 gr
Coxão mole gordo 8,8 gr 3,6 gr
Filé mignon magro 9,3 gr 3,6 gr
Filé mignon gordo 17,2 gr 7,0 gr
Lagarto magro 6,5 gr 2,5 gr
Lagarto gordo 14,2 gr 5,6 gr
Patinho magro 9,7 gr 3,4 gr
Patinho gordo 14,8 gr 5,6 gr
33
Gordura em vários tipos de carne
Tipo de carne Gordura total Gordura saturada
Pescada branca # 2,6 gr 0,7 gr
Peru-Carne branca + 3,2 gr 1,0 gr
Peito de frango * 3,6 gr 1,1 gr
Lombo de porco + 7,3 gr 2,6 gr
Sobrecoxa de frango + 10,9 gr 3,1 gr
# - Cozido + - Assado * - Grelhado
* Adaptado de: USDA = United States Department of Agriculture, composition
of food.
35
PROTEÍNAS
Proteínas são nutrientes compostos de Carbono, Hidrogênio, Oxigênio e Nitro-
gênio. Além disso, quase todas contêm certa quantidade de Enxôfre e Fósforo. Elas
constituem o tecido nobre do organismo humano. As proteínas são compostos
nitrogenados de grande peso molecular. Os aminoácidos são os componentes mais
importantes da proteína. Os aminoácidos são essenciais para a síntese dos tecidos
orgânicos em crescimento, para sua manutenção e reparação. As proteínas podem
também ser usadas como fonte de energia. Elas representam cerca de 15% do teor
calórico da dieta normal Americana. A ingestão de proteínas tende a aumentar à
medida que aumenta o poder aquisitivo. No Brasil, a limitação desse poder se reflete
na redução da ingestão proteica.
A proteína é constituída por aminoácidos:
- Alifáticos
-Aromáticos
- Indólicos
- Ácidos
- Básicos
Os aminoácidos se unem através da ligação CO-NH formando peptídeos os
quais vão formar os protídeos de peso molecular mais elevado.
Os aminoácidos são classificados como essenciais e não essenciais.
Um aminoácido essencial é aquele que o organismo é incapaz de sintetizar e
que portanto deve estar presente na dieta. São eles:
- Histidina
- Isoleucina
- Leucina
- Lisina
- Metionina
- Fenilalanina
- Treonina
- Triptofano
- Valina
Os aminoácidos não essenciais podem ser sintetizados pelo organismo nas
quantidades necessárias para o seu funcionamento normal. Os aminoácidos não es-
senciais são necessários ao organismo; entretanto, se eles podem ser fabricados pelo
organismo a partir de outros aminoácidos, não são considerados essenciais à dieta.
Quando o organismo necessita destes aminoácidos, ele pode sintetizá-los a partir dos
componentes proteicos dos alimentos.
36
Os aminoácidos não essenciais são:
- Alanina
- Arginina
- Ácido aspártico
- Citrulina
- Cistina
- Äcido glutâmico
- Glicina
- Ácido hidroxiglutâmico
- Hidroxiprolina
- Norleucina
- Prolina
- Serina
- Tirosina
O valor biológico de uma proteína é a capacidade desta proteína de, por si só,
conseguir manter a vida. Isso é determinado pela existência de aminoácidos essen-
ciais nesta proteína, em quantidades e qualidades suficientes. Esses aminoácidos es-
senciais só existem em quantidades suficientes nos alimentos de origem animal. Os
alimentos de origem vegetal tem menor quantidade de alguns aminoácidos. O
aminoácido que existe em menor quantidade em uma proteína é chamado aminoácido
limitante. Ele limita a absorção dos outros aminoácidos da mesma proteína.
Se considerarmos os aminoácidos que compõe as proteínas, podemos imaginar
as paredes de uma piscina com quatro lados iguais e da mesma altura. Estas repre-
sentam os aminoácidos essenciais (fig. 1).
Para que exista absorção dos nutrientes à nível intestinal, é necessário que
existam em um mesmo momento todos os aminoácidos essenciais nas quantidades
mínimas. As paredes da nossa piscina estando completas e iguais, permitem que a
piscina encha de água por completo. Representará a absorção de todos os aminoácidos.
Representa uma proteína de alto valor biológico, por exemplo, a caseína do leite.
Se na nossa piscina tivermos 3 paredes de alturas diferentes, umas maiores e
outras menores e colocarmos água em seu interior, o limite de líquido que poderemos
 Fig. 1 - “Proteína de alto valor biológico”.
Lados iguais, portanto capazes de
ar mazenar “água”por completo.
 A A B B C C D D
37
colocar vai corresponder à borda de menor altura. Portanto, essa piscina representa
uma proteína incompleta (fig.2). A absorção se dará a partir do aminoácido que esti-
ver em menor quantidade, indicado aqui pela parede de menor altura. A este aminoácido
chamamos de aminoácido limitante. Como exemplo, citamos a proteína da soja, que
tem como amionoácido limitante a metronina.
Se faltar uma parede nesta piscina (fig.3), nenhum líquido poderá ser colocado
em seu interior.
Cada parede da piscina, representa um aminoácido. Portanto, a falta de um
aminoácido a nível intestinal impedirá a absorção de todos os demais, embora possam
existir em quantidades grandes.
Essa proteína terá um valor biológico nulo. Como exemplo, citamos a proteína
da gelatina em que falta o aminoácido triptofano.
Fig. 2 - “Proteína incompleta”.
Lados diferentes. O nível de água será
limitado pela parede de menor altura.
(aminoácido limitante).
A figura 4 representa uma mistura de proteínas. Temos a correção do tamanho
de uma parede por um “remendo” que a torna maior e, portanto, permitindo coloca-
ção de maior quantidade de líquido no seu interior. A nível intestinal o mesmo aconte-
cerá se fizermos a mistura de duas ou mais proteínas, ingeridas concomitante em uma
mesma refeição. Como exemplo podemos citar o feijão, que sendo rico em um
aminoácido chamado lisina, não possui em quantidades suficiente o aminoácido
metionina. Portanto, embora seja um alimento rico em proteína não tem uma absor-
ção completa a nível intestinal.
É uma proteína incompleta - de baixo valor biológico.
 Fig. 3 - Exemplo gráfico de proteína de valor biológico
nulo. Observe que a falta de um lado da parede
faz com que não se consiga armazenar “água”
no seu interior.
D D
C CB B A A
 A A B B D D
38
O mesmo fato ocorre com o arroz, que sendo um alimento rico em metionina
não possui em quantidade suficiente o aminoácido lisina.
Será portanto, uma proteína incompleta.
Se misturarmos em uma mesma refeição o arroz e o feijão, conseguiremos
fornecer um alimento protéico completo, pois, como demonstra a figura 4, será corrigida
a falha na quantidade de aminoácido e haverá uma absorção total dos aminoácidos
essenciais. A essa associação, chamamos de mistura protéica.
Proteínas Plasmáticas
No plasma sangüíneo há muitas proteínas que desempenham papel relevante.
Como ilustração citaremos algumas:
Pré albumina - Transporta a vitamina A e a Tiroxina (transtiretina)
Albumina - Importante papel na manutenção da pressão osmótica e tam-
bém no transporte de ácidos graxos não esterificados e de metais de transi-
ção (ferro). Isso confere a esta proteína papel fundamental na manutenção
do equilíbrio oxidativo já que o ferro participa ativamente na formação do
OH* (radical hidroxila) que é um radical livre danoso ao nosso organismo.
Alfa 1 e Beta Lipoproteínas - Respectivamente são as HDL e LDL que são
as proteínas responsáveis pelo metabolismo do colesterol que por sua im-
portância veremos em capítulo específico.
Haptoglobina e a Hemopexina - São duas proteínas plasmáticas que se com-
binam com a hemoglobina livre, impedindo que a mesma provoque lesões
nos túbulos renais. Elas tem sua quantidade diminuída nos processos
hemolíticos.
Ferritina - É a forma de armazenamento do ferro no organismo. É um espe-
lho do que ocorre com o ferro. Traduz a reserva do mesmo. Uma molécula
de ferritina pode ter até 4.000 moléculas de ferro. Infecção tende a diminuir
o nível sangüíneo de ferritina. Por outro lado, a doença hepática ou a Hepa-
 A A B B E E D D
Fig. 4 - O gráfico representa uma complemen-
tação da 3º parede que era menor que
as outras. Com isso, a parede foi re-
construída e podemos “encher” com
líquido até a borda.
C C
39
tite elevam esses níveis. A hemossiderina é um derivado parcialmente desi-
dratado e insolúvel da ferritina.
Proteínas de fase aguda - São aquelas que se elevam por ocasião da des-
truição tecidual. As principais são:
- Antitripsina
- Ceruloplasmina
- Proteína C reativa
- Frações do complemento (C3 - C4)
As proteínas são classificadas como Simples, Conjugadas e Derivadas.
Uma proteína Simples é aquela que quando hidrolisada dará em resultado so-
mente aminoácidos ou seus derivados. A Albumina e a Globulina são exemplos de
proteínas simples.
Proteínas Conjugadas são as compostas por uma proteína simples e uma subs-
tância não proteica. Mucoproteínas e lipoproteínas são exemplos de proteínas
conjugadas.
Proteínas Conjugadas não são mais que estágios da decomposição da molécula
proteica. Proteoses e Peptonas são proteínas derivadas.
As proteínas são também classificadas de acordo com seu valor nutricional.
Uma proteína completa contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades su-
ficientes para manter o balanço de Nitrogênio e sustentar o crescimento. Uma proteí-
na é completa também quando possui alto valor biológico. As proteínas existentes na
carne de vaca, de galinha, do peixe, no leite e nos ovos são proteínas com alto valor
biológico ou proteínas completas.
Proteínas incompletas são aquelas que não possuem quantidades suficientes de
aminoácidos necessários para o balanço de nitrogênio e para o crescimento do organis-
mo, como é o caso dos existentes nos cereais, nas leguminosas e vegetais em geral.
Comentaremos a seguir a função e a importância específica de cada aminoácido:
a) Ácido Glutâmico - Glutamina - ÁcidoGama Amino Butírico (GABA). (não essen-
cial)
São neurotransmissores. O ácido glutâmico é excitatório e a Glutamina e o
Gaba exercem efeito inibitório à nível de sistema nervoso.
Sob o efeito da vitamina B6, o ácido glutâmico se transforma em Gaba. No
tecido nervoso o ácido glutâmico se transforma em Glutamina através da enzima
Glutamina Sintetase. Esta enzima é muito sensível aos Radicais Livres (RL). Quando
o organismo passa por um estresse oxidativo e gera RL em excesso, o aumento de
40
RL provoca uma destruição desta enzima. Como consequência vai haver acúmulo de
ácido glutâmico que por ser excitatório provoca o aumento da entrada de Cálcio ++ no
tecido nervoso e morte neuronal. Isto ocorre em várias doenças neurológicas como:
Alzheimer, Parkinson, Esclerose lateral amiotrófica e outras.
Por ser um aminoácido não essencial, o ácido glutâmico pode ser sintetizado
pela Ornitina, Arginina e pelo Ácido alfa-cetoglutárico.
De acordo com Hayashi, as células do Sistema Nervoso consomem não só a ener-
gia dos Carbohidratos mas também a de alguns aminoácidos principalmente do Gaba.
Outros autores inclusive Takahashi, demonstram que o Gaba funciona de modo
a induzir a ação de normalizar os EletroEncefaloGramas (EEG) ricos de ondas vaga-
rosas. Mas, em função de doses maiores ou menores, ele pode recuperar a hipo ou
hiperfunção do sistema nervoso central, conduzindo-as à normalidade e, quando usa-
do por via intravenosa, age rapidamente como uma substância aceleradora do meta-
bolismo, especialmente nos casos de hipofunção.
O Gaba é usado clinicamente para melhoria do aprendizado na criança excep-
cional. Usado também como terapêutica auxiliar nas sequelas dos acidentes vasculares
cerebral (“Derrame”) e arterioesclerose.
A Glutamina exerce efeito benéfico sobre o alcoolismo e a baixa de Gaba
provoca um aumento do apetite.
b) Serina - (não essencial)
É um aminoácido não essencial que se transforma em Glicina através da Vita-
mina B3.
c) Alanina - (não essencial)
Aminoácido não essencial que desempenha papel importante na síntese de
Glicogênio e parece desempenhar papel essencial na prevenção do cálculo urinário.
d) Treonina - (essencial)
Grande formadora de Glicina no cérebro. Tem papel decisivo na liberação do
Hormônio do crescimento (GH). É utilizada no tratamento da depressão e epilepsia.
e ) Glicina - (não essencial)
Liberadora do Hormônio do crescimento (GH - “growth hormone”) . É impor-
tante nos casos de insônia, distúrbios de memória, epilepsia, dor (efeito morfina-símile),
cicatrização. É um poderoso desintoxicante. Forma a dimetilglicina (Vitamina B 15)
poderosa imunomoduladora. No olho ela é sintetizada a partir do GABA.
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f) Triptofano - (essencial)
É a fonte de serotonina, daí suas deficiências estarem diretamente envolvidas
no processo de depressão. O deficit de serotonina acarreta agressividade, insônia,
depressão, “desejos por açucar”. Participa da sintese de melotonina que é
antiestressante e antioxidante. Participa também da síntese de vitamina B3. É usado
no tratamento da depressão. Tem melhor efeito quando administrado conjuntamente
com glicídios (hidratos de carbono). Daí o motivo de usarmos frutas conjuntamente.
A vitamina B6 e o ácido fólico favorecem sua ação. Quando temos baixos
níveis de B6 e Magnésio (estresse, uso de anticoncepcionais e depressão) o triptofano
se transforma em ácido xanturêmico que se combina com a insulina diminuindo-lhe a
atividade. Por isso, mulheres tomando pílula apresentam nível glicêmico (curva
glicêmica) alterado (aumentam a taxa de glicose no sangue) o que não ocorre se
administrarmos vitamina B6.
O triptofano provoca liberação do hormônio do crescimento (GH) atuando sobre o
metabolismo muscular exercendo efeito anabólico. Nos EUA grande número de atletas
usaram o triptofano como anabólico. Um laboratório japonês lançou um novo triptofânio
por engenharia genética com alteração em sua molécula. Com isso, várias pessoas, espe-
cialmente os atletas tiveram quadros de destruição muscular, levando até a morte (Síndrome
de eosinofilia mialgia). Por isso, o FDA proibiu o triptofano até melhores esclarecimentos.
Continua proibido apesar da constatação de que houve falha na fabricação.
g) Aminoácidos com cadeia ramificada - Leucina - Isoleucina - Valina (essenciais)
São 3 aminoácidos essenciais chamados BCAA (“Branched Chain Amino
Acids”). Sua falta causa a doençado Bordo em que a urina dos pacientes tem o odor
desta substância. Nesta doença, eles tem que ser retirados da alimentação por causa
da sua metabolização deficiente.
h) Arginina e Citrulina - (não essenciais)
Arginina é poderoso liberador do Hormônio do crescimento (GH). É formadora
de massa muscular. A arginina forma o óxido nítrico que é um potente vasodilatador.
Diminui o colesterol sangüíneo. Tem ação oncostática (inibidora do crescimento do
câncer). É usado com sucesso no tratamento da infertilidade.
i) Fenilalanina - (essencial)
Se houve forma em tirosina com papel importante da vitamina C e ácido fólico nesta
reação. Sua deficiência causa fenilcetonúria (oligofrenia fenilpirúvica). É usado no
tratamento da depressão pois sintetiza catecolaminas. A fenilalanina também forma
feniletilamina, que é uma substância importante na gênese do prazer. Daí ser freqüente
encontrar-se depressão por carência desta. O interessante é que o chocolate é rico
em feniletilamina e há casos de depressão por deficiência desta, em que pacientes,
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instintivamente, aumentam a ingestão de chocolate. O uso de fenilalanina é restrito
em casos de câncer do tipo melanoma, já que participa ativamente da síntese de
melanina. Ao contrário, em casos de Vitiligo, têm sido prescrita com real êxito. Não
deve ser usada em pacientes tomando inibidores da MAO (mono-amino oxidade).
A fenilalanina provoca a liberação de colecistoquinina, hormônio gastrintestinal, que
além de sua conhecida ação digestiva (aumento da secreção pancreática e contração da
vesícula biliar), tem importante ação anorexígena (inibição do apetite) e antidepressiva.
O aspartame contém fenilalanina.
j) Tirosina - (não essencial)
É precursor das catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina) e da
melanina, assim como dos hormonais tireoidianas. Ela se transforma em dopamina
cujo excesso tem papel importante na genese da esquizofrenia. Os antipsicóticos blo-
queiam esta conversão.
A tirosina diminui no estresse e sua administração causa melhora do mesmo.
Em alguns tipos de depressão, há uma grande diminuição da formação de
catecolaminas. Como o produto final do metabolismo das cotelaminas é o MHPG
(metoxi-hidroxifenilglicol) esse metabólito estava com níveis baixos. Esse nível abaixo
do normal é um excelente marcador desta forma de depressão e a administração da
tirosina provoca melhora clínica com elevação de MHPG.
A tirosina tem sido moda principalmente por via sublingual, como afrodisíaco,
especialmente em associação com a ioimbina.
k) Lisina - (essencial)
Forma a cetrulina. Tem sido usada no tratamento do herpes simples, provavel-
mente competindo com a arginina, que parece ser necessária ao crescimento deste
virus. Por isso, restingue-se o uso de alimentos ricos em arginina (chocolate, gelatina,
nozes, amêndoas, amendoim, castanha-de-cajú, avelã) em pessoas acometidas deste
mal. É imunoestimulante. Aumenta a liberação de hormônio do crescimento (G.H.).
Há diminuição de lisina no estresse e na osteoporose.
l) Carnitina - (não essencial)
É usada como tônico cardíaco, e como coadjvante no tratamento da obesidade.
Atua também nos distúrbios do Sistema Nervoso, especialmente na doença de Alzheimer.
Sua falta pode dar câimbras. Na hemodiálise seus níveis estão diminuídos. Sua
injestão melhora o exercício muscular, assim como a musculatura em geral (especial-
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mente no hipotiroidismo). Outras indicações - alcoolismo, infertilidade masculina (au-
menta motilidade dos espermatozóides) arritmas, anginas, fraqueza muscular em geral.
É importante para aumentar o colesterol HDL (bom) e diminuir o LDL (ruim).
Alimentosricos em carnitina: carne vermelha, ovos, laticínios.
m)Histidina (não essencial)
Têm sido usada no tratamento da artrite reumatóide. Forma a Histamina que
possue ação vasodilatadora potente e provoca ereção peniana.
Sua deficiência causa histapenia (diminuição do número de basófilos no sangue
para menos de 15/mm3) e agitação que pode ser tratado com Vitamina B12 e ácido
fólico. Em contra partida, o uso destas vitaminas é contra indicado em pacientes
histadélicos com contagem de basófilos sangüíneos superiores a 40/mm3 com um
quadro de depressão as vezes grave. Contudo, o uso de Cálcio, Vitamina C e Metionina
provoca melhora clínica acentuada na histadelia.
Na catarata é comum estar diminuido os níveis de histidina.
n) Prolina e Hidroxiprolina - (não essenciais)
A prolina tem papel importante no metabolismo do colágeno, transformando-se
em hidroxiprolina. No cérebro, a presença de hidroxiprolina pode indicar um estresse
oxidativo poderoso.
A prolina pode ser sintetizada a partir da ornitina ou do ácido glutâmico. A
dosagem de hidroxiprolina na urina é utilizada como marcador de destruição do colágeno
(doenças dos ossos, pele e músculos).
Também a ingestão de proteínas (gelatina, carne) em quantidade “excessiva”
pode aumentar-lhe a excreção, assim como a febre. No alcoolismo, especialmente na
cirrose, encontramos níveis altos de prolina, o mesmo ocorrendo no câncer. A prolina
se acha envolvida na cicatrização e faz parte da molécula de um peptídeo neurotrans-
missor: a substância P.
o) Ácido aspártico e asparagina - (não essenciais)
O ácido aspártico exerce um efeito excitatório no cérebro. O magnésio exerce,
neste caso, um efeito inibidor.
No câncer, há um excesso de formação de asparagina, sendo que o ácido aspártico
tem efeito imunoestimulante, assim como antifadiga (aspartato de potássio e magnésio).
O ácido aspártico, junto com a fenilalanina, faz parte do edulcorante aspartame.
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p) Aminoácidos sulfurados - (não essenciais)
Os três mais importantes são: cisteína - metionina - taurina
Oxida-se a cisteína facilmente formando cistina (no organismo a vitamina C
protege-a da oxidação).
Reagindo com a glicina e o ácido glutâmico, forma um tripeptídeo glutatião
(ácido glutâmico + cisteína + glicina). O glutatião desempenha papel de enorme rele-
vância no organismo, protegendo as células do estresse oxidativo.
A cisteína tem sido usada no tratamento da psoríase e da queda de cabelos. O
principal agente terapêutico, não obstante, é a cisteína sob forma acetilada (N-
acetilcisteína), em que ela é muito mais absorvida e se transforma mais facilmente em
glutatião. Váios periódicos de renome têm publicado trabalhos visando à administra-
ção preventiva de N-acetilcisteína no câncer e, principalmente, na AIDS. Como as
células ricas em glutatião são extremamente resistentes ao vírus da AIDS, este agen-
te parece ser uma grande promessa no tratamente desta condição.
Aliás, estudos de Dröge comprovam que antioxidantes como a N-acetilciasteína,
ácido lipóico e succinato de tocoferol impedem a transcrição do fator NF Kappa-B
(NFKB), que é indispensável à replicação do HIV.
A cisteína minora os problemas com fumo e poluição, melhora a artrite
reumatóide e é usada como agente preventivo do câncer e catarata, assim como
aumenta a resistência à infecções e melhora a cicatrização tissular.
q) Metionina - ( essencial)
A metionina combina-se com a adenosina formando S-adenosil metionina (SAM)
que é um poderoso agente metilante. O SAM tem sido usado como agente
antidepressivo e também na terapia do parkinsonismo, já que aumenta a formação de
dopamina a partir da L-dopa.
A metionina em condições de deficit de B6, forma a homocisteína, a qual é
aterogênica, aumentando a agregação de plaquetas. Pode participar da gênese de qua-
dros psicóticos que respondem bem ao tratamento com megadoses de piridoxina (vita-
mina B6). De modo inverso, em outras formas de esquizofrenia a metionina não pode
ser usada, já que há excesso de metilação, formando-se uma substância alucinógena
(dimetiltriptamina). Quando o nível desta triptamina está elevado na urina, ad-
ministramos Nicotinamida (vitamina B3) que vai varrer os Radicais Livres Metila e
ser excretada na urina como metilnicotinamida. Em poucas semanas há recuperação
total do paciente.
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r) Taurina - (não essencial)
É abundantemente encontrada no coração, sistema nervoso central e músculo
esquelético, sendo o mais abundante aminoácido da retina e do cérebro.
É importante para a visão e tem sido usada no tratamento antioxidante da dege-
neração macular da retina. É formada a partir da cisteína, numa reação B6 dependen-
te, e desempenha, no cérebro, um papel inibidor .
A taurina tem sido usada como ansiolítico e melhora as arritmias e a insuficiên-
cia cardíaca. Junto com outros antioxidantes, tem real efeito terapêutico no prolapso
da válvula mitral. Baixa os níveis de colesterol.
 Aumenta a motilidade dos espermatozóides e atua nas disbioses intestinais.
Na epilepsia tem sido usada como substância inibidora.
O monossódioglutamato (MSG), tempero usado nos restaurantes chineses, bai-
xa a formação da taurina, enquanto o zinco auxilia na formação da mesma.
Existe um sal usado no tratamento da hipertensão, sem sódio, constituído por
ornitina e taurina.
s) Glutatião - (não essencial)
É um tripeptídio constituído de três aminoácidos, a saber:
- Glicina
- Cisteína
- Ácido glutâmico
É um marcador de saúde celular já que, potente antioxidante, impede o estresse
oxidativo celular.
Há duas enzimas importantes em seu metabolismo, que são:
- Glutatião peroxidade (selênio-dependente) - catabolisa os peróxidos.
- Glutatião redutase (B2-dependente) - sintetiza o glutatião reduzido (for-
ma ativa) a partir do oxidado.
É estimulante da imunidade e anti-hemolítico, auxiliando na eliminação de me-
tais pesados.
Neutraliza radiações e Radicais Livres, tendo ação anticâncer. É preventivo da
catarata.
É importante no tratamento de doenças renais e na doença de Wilson, já que
retira o cobre livre. Alguns trabalhos sugerem a possibilidade de o glutatião ser um
neurotransmissor.
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Substâncias tóxicas eliminados pelo glutatião (GSH).
Grupo Substância
Nitrogenados Nitratos - Nitrosaminas - Nitritos
Solventes Clorofórmio
Tetracloreto de carbono Organofosforados - Malathion
Fungicidas Derivados clorofenólicos
Quinonas Antiquinonas
Cádmio
Metais pesados Mercúrio
Chumbo
Fumo Derivados quinônicos
Asbestos
Poluentes atmosféricos e da água Metais
Solventes, etc.
Para finalizar o capítulo sobre proteínas, farei aqui um breve resumo das principais
ações dos aminoácidos. Todos na forma L, com exceção da metionina e fenilalanina (DL).
⇒ Diminuem o colesterol e os triglicérides:
arginina - carnitina - glicina - metionina - taurina
⇒ Promovem a liberação do hormônio do crescimento (GH):
arginina - glicina - triptofano - valina - ornitina - lisina
⇒ Promovem o aumento da massa muscular:
arginina - carnitina - alanina - leucina - isoleucina - valina
⇒ Aumento da histamina:
carnitina - dimetilglicina
⇒ Ajudam a abaixar a pressão sangüínea:
GABA - taurina - triptofânio
⇒ Diminuição da dor:
metionina - triptofano - DL-fenilalanina
⇒ Melhora dos sintomas da doença de Parkinson:
triptofano - tirosina - L-Dopa - metionina - GABA - treonina
⇒ Insônia:
triptofano - GABA - taurina - glicina
⇒ Agressividade (promove melhora nos sintomas):
triptofano - GABA - taurina
Um grama de proteína fornece 4 calorias ou 16.8 Joules.
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MINERAIS
São elementos inorgânicos necessários ao organismo, para atuarem como
catalisadores (aceleradores) nas reações bioquímicas. Portanto, assim como as vitami-
nas, funcionam como coenzimas (catalisadores) possibilitando que o corpo realize rápi-
da e precisamente suas atividades. São necessários à composição adequada dos fluidos
corporais, formação do sangue e ossos e manutenção da saúde do sistema nervoso. Os
minerais são elementos que ocorrem naturalmente, encontrados na terra. As formações
rochosas são feitas de sais minerais. Em milhõesde anos de erosão, as rochas e pedras
vão sendo quebrados em pequenos fragmentos, pó e areia vão sendo acumulados e
forma-se a base do solo. Além desses ínfimos cristais de sais minerais, o solo está
repleto de micróbios que os utilizam. Os minerais são então passados do solo às plantas,
que são consumidas por animais herbívoros. O homem, por sua vez, obtém esses mine-
rais utilizados pelo organismo ao consumir essas plantas ou animais herbívoros.
A importância dos minerais para o nosso organismo constitui ponto pacífico e
sem discussão para a ciência médica.
Alguns são necessários em quantidades maiores - os macrominerais - Eles
são requeridos em quantidades de 100 mg ou mais por dia.
Macrominerais
Cálcio, Fósforo, Sódio, Potássio, Magnésio, Cloro, Enxôfre.
Outros são indispensáveis para o organismo, porém em quantidades bem me-
nores os oligoelementos - Somente poucos miligramas ou traços são necessários
diariamente. São também conhecidos como “elementos traço”.
Oligoelementos
Cobalto, Cobre, Cromo, Estanho, Ferro, Flúor, Iodo, Manganês, Mo-
libdênio Selênio , Silício, Zinco.
Outro grupo, os minerais possivelmente essenciais, encontra-se sob constante
investigação científica para identificação de suas funções biológicas:
Boro, Estrôncio, Germânico, Lítio, Níquel, Rubídio, Vanádio.
Vários desses possivelmente essenciais já foram associados com funções defi-
nidas, como é o caso do Boro na formação óssea, o Vanádio no metabolismo lipídico
e glicídico, o Estrôncio na formação da matriz óssea.
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Resta relacionar o grupo dos minerais tóxicos, aqueles para os quais foram
descritos quadros de intoxicação aguda ou crônica e não apresentam funções biológi-
cas conhecidas.
Neste grupo, os principais são:
Alumínio, Arsênico, Cádmio, Chumbo, Mercúrio.
Como melhorar a absorção de minerais
As formas queladas e complexidas de minerais (ligadas a uma molécula protéica
que os transporta para o sangue para melhorar sua absorção) são as que apresentam
melhor absorção pois o metal (ou mineral) encontra-se protegido no interior da molé-
cula, não sendo passível de ataque por parte do ácido estomacal. Os minerais podem
ser quelados com aminoácidos ou com ácidos orgânicos nutrientes. As formas com
aminoácidos são muito absorvidas devido ao grande número de receptores existentes
à nivel intestinal.
A utilização de sais orgânicos dos minerais (lactato, gluconato, fumarato etc)
permite uma boa absorção, pois os ácidos orgânicos selecionados, sendo parte de
nossa dieta e encontrados na alimentação, facilitam a entrada do metal na circulação.
Os suplementos minerais ingeridos durante a refeição são em geral quelados
automaticamente no estômago durante a digestão. Há controvérsias quanto ao tipo de
mineral a tomar.
Na minha clínica preferimos usar os preparados quelados tendo como sais or-
gânicos os “orotatos” e os “arginatos”.
Citarei a seguir, suscintamente, algumas funções dos minerais:
Cálcio
Importante para condução de estímulos nervosos
Contração dos músculos
Controle da freqüência cardíaca
Em excesso pode provocar cálculos renais ou piorar a tensão pré-menstrual.
Café e comidas muito salgadas aumentam a perda de cálcio pela urina.
Níveis fisiológicos sangüíneos de cálcio (7 a 10 mg / 100 ml) são mantidos
através da glândula paratireóide. Os hormônios da paratireóide estimulam a absorção
intestinal, reabsorção pelos rins e mobilização de cálcio ósseo. A vitamina D facilita a
absorção do cálcio.
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Sendo o cálcio mais solúvel em meio ácido, sua absorção decai com a idade
pelo decréscimo da secreção gástrica de ácido clorídrico.
Fontes: sardinha, siri e salmão (com esqueleto), legumes, nozes, ver-
dura, gema de ovo, fígado, leite e derivados.
Magnésio
Dificulta a formação de cálculos renais. Em grande quantidade é laxante. Pro-
move o relaxamento muscular em repouso.
 Sua deficiência causa insônia, nervosismo, depressão, fraqueza muscular. No
meio extracelular das células nervosas, o cálcio faz o papel de estimulador enquanto o
magnésio, o de relaxador.
Fontes: tofu, germe de trigo, castanha de caju, batata, espinafre, peito
de frango, leite, pão branco.
Sódio
Seu excesso pode causar inchaço, pressão alta, falta de potássio, problemas
renais e cardíacos. Está presente em todos os alimentos. Uma colherzinha de chá de
sal de cozinha (cloreto de sódio) contém 2 gramas de sódio. Recomenda-se para
quem não tem problema de hipertensão + ou - 5 gramas por dia.
Potássio
Participa da contração muscular, condução nervosa, batimentos cardíacos, pro-
dução de energia e síntese de proteínas.
Alimentos ricos em potássio combatem a pressão alta.
Melhora o desempenho de atletas.
O potássio trabalha com o magnésio como um relaxante muscular em oposição
ao cálcio que causa a irritação e contração muscular.
O potássio extracelular afeta os músculos estriados e pode causar paralisia
quando em excesso.
Fontes: abacate, espinafre, passas, feijão preto, leite, cebola, batata,
laranja.
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Ferro
É o mineral mais importante no processo de produção de energia no organismo.
Enzimas ricas em ferro participam do processo de queima de açúcar.
A hemoglobina é rica em ferro. Sua falta causa a anemia ferropriva (microcítica).
Fontes: melado, ovos, vísceras, frango, germe de terigo, fígado.
Fósforo
Participa da produção e armazenamento de energia, transmissão de informa-
ções biológicas, contração cardíaca.
Em atletas aumenta a resistência e combate a fadiga.
Cobre
Também faz parte da hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio no
organismo). Em excesso estimula o efeito dos Radicais Livres podendo induzir o câncer.
Zinco
Principal protetor de sistema de defesa do organismo. Com a idade o zinco vai
diminuindo. Aumenta a potencia sexual masculina e a libido (desejo sexual).
Participa da formação da insulina. A presença do Zinco é necessária em mais
de 70 enzimas, sendo o mineral envolvido no maior número de funções metabólicas
que conhecemos.
Fontes: ostras, germe de trigo, carne vermelha, fígado, amendoim, lei-
te, queijo, ricota.
Boro
É importante para a prevenção e tratamento da osteoporose na menopausa.
Auxilia o desenvolvimento da musculatura. Acredita-se que o Boro auxilie a absorção
do Cálcio no tubo digestivo. Parece ser útil na artrite.
Fontes: frutas, verduras, legumes e leguminosas
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Cromo
É considerado o mineral-traço (ou oligoelemento) mais importante para evitar a
intolerância à glicose (hipoglicemia, hiperglicemia ou diabetes).
Fontes: levêdo de cerveja, carne, fígado, trigo integral, batata, ostras maçã es-
pinafre e ovos.
Mânganes
Importante eliminador de Radicais Livres.
Sua deficiência está relacionada com a fragilidade dos ossos, problemas cardía-
cos, arritmias cardíacas, diminuição da produção de insulina.
Fontes: cereais integrais, espinafre, queijo, manteiga e algumas frutas,
especialmente a maçã.
Selênio
Sua deficiência leva à catarata, distrofia muscular, depressão, necrose de fíga-
do, infertilidade, doenças cardíacas e câncer.
É um excelente antioxidante pois tem a capacidade de eliminar o peróxido de
hidrogênio dos tecidos e de proteger os eritrócitos (células vermelhas do sangue -
hemáceas) do acúmulo do mesmo.
Protege o organismos dos metais pesados e outras toxinas.
Fontes: castanha-do-pará, cogumelos, salmão, leite, queijo, alho, ovos,
carne vermelha, germe de trigo.
Flúor
É o microelemento mais abundante do organismo depois do ferro
Combate as cáries. Também ajuda no combate à osteoporose (fluoreto).
Enxofre
É componente das vitaminas do complexo B. Não há descrições específicas
sobre sua deficiência ou sobre seu excesso.
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Iodo
É o componente básico dos hormônios da tireóide.
A deficiência de iodo no período fetal ou no recém-nascido pode causar
cretinismo. A deficiência em crianças e adultos resulta em bócio (aumento da tireóide
para poder compensar a falta de iodo). Iodo em excesso pode resultar em bócio
tóxico (aumento da tireóide devido ao hipertireoidismo).
Fontes: sal iodado, alimentos marinhos, aditivos alimentares.

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