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#costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 1 Fontes: Resumo da Magistratura Federal do TRF1 e Manual de Direito Ambiental do Frederico Amado de 2017, conjugado com meus conhecimentos, anotações do meu caderno e atualizações jurisprudenciais do Buscador Dizer o Direito. A POLÍTICA NACIONAL E O SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A POLÍTICA NACIONAL E O SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ......................................... 1 1. PRINCÍPIOS DA PNMA ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 2 3. CONCEITOS IMPORTANTES POSITIVADOS NO ARTIGO 3º ................................................. 3 4. INSTRUMENTOS ................................................................................................................ 3 4.1. DETALHAMENTO DOS INSTRUMENTOS: ........................................................................................ 7 4.1.1. Zoneamento ambiental (Dec. 4297/2002)............................................................... 11 4.1.1.1. Divisão do zoneamento industrial .................................................................................... 12 4.1.1.1.1. Observações importantes ......................................................................................... 13 4.1.1.2. Zoneamento costeiro ....................................................................................................... 13 4.1.2. Servidão Ambiental.................................................................................................. 14 5. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – SISNAMA .................................................... 14 5.1. ESTRUTURA DO SISNAMA ..................................................................................................... 15 5.2. SISNAMA E A GESTÃO DO MEIO AMBIENTE ............................................................................... 17 5.3. AS TAXAS DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL – TCF ........................................................... 17 5.4. ARTIGOS IMPORTANTES SOBRE A ATUAÇÃO DO SISNAMA ............................................................ 17 5.5. IMPORTANTES MATÉRIAS DE COMPETÊNCIA LIGADAS AO SISNAMA – LC 140/11 ............................ 18 6. JURISPRUDÊNCIAS .......................................................................................................... 19 7. ANOTAÇÕES DO MEU CADERNO ..................................................................................... 24 Atenção: leiam essa aula com o vade mecum do lado, ok? Na lei 6.938/81. 1. Princípios da PNMA O meio ambiente é um bem comum do povo, bem de interesse público, e não bem público. Isto posto, deverá seguir a Política Nacional do Meio Ambiente. A lei 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, possui como objetivo geral a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida (art. 2º), visando assegurar condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. O art. 2º da Lei 6.938/81 traz uma série de princípios que, na verdade, caracterizam-se como programas e metas a serem atingidos visando a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à via. São eles: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental da comunidade. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 2 2. Objetivos O art. 4º, por sua vez, elucida de forma mais precisa os objetivos a serem alcançados: Compatibilização do desenvolvimento econômico e social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico: trata-se do desenvolvimento sustentável já previsto desde a Convenção de Estocolmo de 1972 Definição de áreas prioritárias para a ação governamental: de acordo com o Princípio da Obrigatoriedade da Preservação Ambiental, incumbe ao poder público preservar o meio ambiente (art. 225, caput, da CF/88), definindo um planejamento sustentável para a nação; Definição de critérios de qualidade ambiental e de normas atinentes ao uso e manejo de recursos ambientais: tais padrões visam delimitar o limiar entre impacto ambiental tolerável e dano ambiental; Desenvolvimento de pesquisas e tecnologias e a difusão de tecnologia de manejo do meio ambiente e a divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico. Neste sentido, foi criado, no âmbito do IBAMA, o CENTRO DE ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, através da Portaria 93, de 14 de novembro de 1.995, que visa a organização de um fórum que permita ao Instituto colocar à disposição dos Órgãos do Governo e da Sociedade, instrumentos adequados à consecução do desenvolvimento sustentado efetivo e eficaz. Visa a conscientização pública sobre a necessidade de estruturação de um Estado Socioambiental de Direito; Preservação e restauração de recursos ambientais, utilização racional: sendo recursos finitos, a racionalização no emprego de recursos naturais visa atender a disponibilidade permanente, resguardando os interesses das futuras gerações. Neste ponto, a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente antecipou o conceito de desenvolvimento sustentável, que veio a consolidar-se - em 1987 - no Relatório Nosso Futuro Comum – Relatório Brundtland; Imposição ao poluidor da reponsabilidade de recuperar e/ou indenizar os danos causados ao meio ambiente e, ao usuário, da contribuição econômica pela utilização de recursos ambientais: a recomposição integral muitas vezes se mostra inviável. Na medida do possível, deve-se buscar ao menos a aproximação de uma condição não degradada e, sendo o dano irrecuperável, fixar-se-á a devida indenização, atendendo-se ao Princípio do Poluidor- Pagador. Em caso de impossibilidade de restauração ecológica in situ, isto é, de retorno ao status quo ante das características do local que foi degradado, passar-se-á para a tentativa de recuperação da área. Nas hipóteses em que a reparação in natura e in situ (restauração e recuperação) for impossível, caberá a compensação. Uma vez ultrapassados todas as possibilidades de recuperação in situ ou compensação, haverá, finalmente, a possibilidade de indenização, como meio indireto de reparação do dano ao meio ambiente. É na PNMA que reside o corolário da responsabilidade objetiva pela reparação cível dos danos ambientais. Quanto ao usuário, necessário fixar-se um valor econômico pelo uso de recursos naturais finitos, como forma de racionalizar seu uso e evitar o desperdício, corolário do Princípio do Usuário-Pagador. Aqui reside a positivação do poluidor-pagador e usuário-pagador. Ainda, é importante mencionarmos o artigo 5º da PNMA: As diretrizes da PNMA serão formuladas em normas e planos, destinados a orientara ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico , observados os princípios do artigo 2º (acima elencados). #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 3 No mesmo artigo, o parágrafo único traz uma disposição muito importante: As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da PNMA. 3. Conceitos importantes positivados no artigo 3º Existem vários conceitos na lei de Política Ambiental, que se encontram no art. 3º: Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Qualquer manifestação ocorrida nos reinos animal, vegetal e mineral estão incluídos no meio ambiente. Deve ser interpretado de modo abrangente, abarcando: a) meio ambiente natural ou físico; b) meio ambiente cultural (arts. 215 e 216, da CF/88), integrado pelo patrimônio artístico, paisagístico, histórico, turístico, arqueológico; c) meio ambiente artificial (art. 182 e art. 183 da CF/88), consubstanciado no conjunto de edificações (espaço público) e equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes, etc.); d) meio ambiente do trabalho (arts. 7º, XII, e 200, VIII, da CF/88), protegendo o homem em seu local de trabalho, definindo normas de segurança laborativa; Degradação da qualidade ambiental - alteração adversa das características do meio ambiente; O conceito de meio ambiente é vastíssimo e qualquer modificação não favorável ao mesmo, passa a ser considerada degradação; Poluição: trata-se de uma espécie qualificada de degradação. A degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; O legislador, foi entrelaçando os temas a partir do principal - meio ambiente - a fim de que os conceitos, embora autônomos, possam conviver de forma indissociada, para melhor facilitar sua aplicação, notadamente nos enquadramentos das sanções administrativas e penais, previstas no próprio diploma legal - artigos 14 e 15. Poluidor - A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental; Recursos Ambientais - Atmosfera, as águas interiores, superficiais ou subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 4. Instrumentos Os instrumentos da PNMA estão previstos no art. 9º 6.938/81. Dentre eles destacam-se: a) exercício do poder de polícia (exercido pela atividade de licenciamento e fiscalização dos órgãos ambientais); b) estabelecimento de padrões ambientais (o estabelecimento de padrões ambientais é importante porque nem toda atividade humana é poluidora, ainda que, potencialmente o seja. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 4 Explico: o esgoto humano, apesar de ser um problema ambiental de relevo no mundo moderno, só será poluidor se for lançado em volume tal que supere a capacidade do ecossistema receptor de absorver essa matéria orgânica). Quando superado padrão fixado a partir de análises técnicas e científicas, ter-se-á configurado um dano nocivo, nos moldes do art. 3ª, II, da Lei.6.938/81. Exemplo de padrão de qualidade de recursos hídricos: Resolução CONAMA n.º 357/2005 ; c) publicidade das medidas administrativas em matéria ambiental (onde prevalece o princípio democrático, por permitir o exercício da participação popular); d) zoneamento ambiental OU zoneamento ecológico-econômico - ZEE (consiste basicamente no disciplinamento/planejamento da vocação ambiental de determinada área ou meio, com a divisão deste em regiões específicas para o desenvolvimento das atividades humanas, de molde a que seja evitado ao máximo a degradação ambiental). Permite a tomada de decisões pelos agentes públicos e privados quanto aos planos, programas e ações a serem desenvolvidos, estabelecendo-se vedações e restrições a certas atividades, propondo alternativas ou até mesmo a realocação de projetos em setores onde inexistam incompatibilidades com as diretrizes gerais. A LC 140/2011 delimitou a competência dos entes federados para elaboração dos respectivos ZEE ( União, âmbito nacional e regional; Estados em âmbito Estadual e Municípios, mediante Plano Diretor, em âmbito local). De acordo com o Decreto 6.288/07, a implementação das ZEE buscará a sustentabilidade ecológica, econômica e social, contando para tanto com ampla participação democrática, sempre valorizando o conhecimento científico multidisciplinar; e) licenciamento ambiental: é o consentimento estatal para a utilização de recursos naturais, controlando atividades que possam impactar negativamente o meio ambiente. Se dá através de um procedimento administrativo. É uma espécie de exercício de Poder de Polícia. Apesar de atos administrativos de concessão de licença serem vinculados, a concessão de licença ambiental possui controvérsia. Uns entendem pela discricionariedade e outros pela vinculação. O que importa saber é que a licença possui características discricionárias. Ademais, a licença pode ser revogada no futuro, se houver modificação das condições fáticas (está sujeita à cláusula rebus sic stantibus); quando o Poder Executivo demora inescusavelmente no procedimento de concessão da licença, o Poder Judiciário, se provocado (via MS ou lei ordinária), não concede a licença ambiental, antes fixa prazo para que isso seja feito. O Poder Judiciário pode controlar o mérito de uma licença ambiental? De acordo com o Supremo, não poderá o Poder Judiciário entrar na questão da viabilidade da licença ambiental, no seu MÉRITO: Se não é possível considerar o projeto como inviável do ponto de vista ambiental, ausente nesta fase processual qualquer violação de norma constitucional ou legal, potente para o deferimento da cautela pretendida, a opção por esse projeto escapa inteiramente do âmbito desta Suprema Corte. Dizer sim ou não à transposição não compete ao Juiz, que se limita a examinar os aspectos normativos, no caso, para proteger o meio ambiente. 6. Agravos regimentais desprovidos”. Observação: o decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva. Atribuição para licenciamento: Federal: IBAMA – originariamente, obras com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional; supletivamente, no caso de inexistência ou inércia do órgão estadual, ou estadual e municipal, ou de inépcia de seu licenciamento. Não pode o órgão federal discordar da licença concedida pelo órgão estadual e, na vigência desta, embargar obras, etc. Isso só deve ocorrer se o órgão federal demonstrar que a licença estadual está eivada de vício. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 5 O critério da dominialidade incidente sobre um recurso natural não tem o condão, per se, de definira atribuição para o licenciamento ambiental. Isso porque a CR/88 define a competência ambiental, tanto material, como legislativa, ratione materiae e não ratione dominium (arts. 23, III, IV, VI, VII e 24, VI, VII e VIII), valendo-se, ainda, da predominância do interesse como critério para essa repartição entre União, Estados e Municípios. Só há a possibilidade de um único licenciamento para o empreendimento, não podendo os entes exigir múltiplos licenciamentos. Os demais entes poderão se manifestar no licenciamento, mas de maneira não vinculante. A LC 140 PREVÊ EXPRESSAMENTE A POSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO DO LICENCIAMENTO, mediante convênio, ao permitir tanto a delegação das atribuições quanto de ações específicas, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. Para o licenciamento federal, há um critério geral, que é o da LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA do empreendimento ou atividade (e não mais do impacto ambiental), e dois critérios suplementares: o da atividade (militar ou nuclear/radioativa) e o do ente instituidor da unidade de conservação – instituída pela União, o licenciamento é de competência desse ente (o art. 12 da LC nomeia expressamente esse critério, dizendo não se aplicar às APAs). Destaca-se, entretanto, que há doutrinador que afirma que o critério da atividade é, na verdade, ditado pela predominância do interesse (divergência). Para o licenciamento estadual há dois critérios: o residual, que deve ser orientado pela regra geral da lei, qual seja, o da localização geográfica do empreendimento ou atividade, e o do ente instituidor da unidade de conservação – se instituída pelo Estado, é desse ente o licenciamento na área (que não se aplica às APAs); Para o licenciamento municipal há dois critérios: permanece o do impacto ambiental local e o do ente instituidor das unidades de conservação (que não se aplica às APAs); Note que, segundo a LC 140, quem vai definir o que é “impacto de âmbito local”, para fins de licenciamento, é o Conselho Estadual de Meio Ambiente. No caso das APAs, o critério é a regra geral da Lei Complementar para as demais atividades, ou seja, o da localização geográfica do empreendimento ou atividade Vamos ver licenciamento em aula própria. Tem muita coisa a ser dita. f) criação de espaços territoriais especialmente protegidos (APP, Reserva Legal e Unidades de Conservação previstas no Código Florestal e SNUC – Leis 12.251/12 e 9.985/00), conforme mandamento do art. 225, § 1º da CF/88 e disposições dos arts. 7.º, 8º e 9º da LC 140/11 ; g) SINIMA; h) Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; i) penalidades disciplinares e compensatórias pela não adoção de medidas necessárias à preservação ou mitigação da degradação ambiental; j) Relatório Anual de Qualidade Ambiental publicado pelo IBAMA; l) prestação de informações pelo Poder Público; m) Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de recursos naturais; n) instrumentos de compensação econômica, tais quais servidão, concessão florestal, seguro ambiental; #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 6 o) exigência prévia do AIA. Trata-se de medida prévia ao desenvolvimento de atividades ou empreendimentos potencialmente geradores de efeitos deletérios ao meio ambiente. Visa subsidiar os órgãos públicos na tomada de decisões, em especial na concessão de licenças ambientais, impondo ao empreendedor medidas compensatórias ou mitigadoras dos dados ocasionados, internalizando as externalidades negativas, decorrência lógica do risco do empreendimento. Tem previsão no Princípio 17 da Declaração do RIO/92. De acordo com a Resolução CONAMA 237/97, deve-se proceder ao estudo (espécie) ambiental anteriormente à localização, instalação, operação ou ampliação de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente impactantes. IMPORTANTE: AIA é género do qual EIA é espécie. São vários os estudos, que variam de acordo com o grau do risco gerado, servindo como subsídio para a análise da licença ambiental. Cite-se, à guisa de exemplo: a) relatório ambiental; b) plano e projeto de controle ambiental; c)EIA; d) plano de manejo; e) plano de recuperação de área degradada – PRAD; f) relatório ambiental preliminar; g) diagnóstico ambiental; h) análise preliminar de risco. O EIA pode ser definido como a análise prévia das prováveis modificações ambientais em decorrência da implantação de uma obra ou atividade potencialmente nociva., O RIMA é o documento final que reúne os dados do EIA, apresentado ao órgão ou entidade de meio ambiente, geralmente do Estado-membro no qual se localiza ou se pretende localizar a atividade. Por ser documento final, deve ser elaborado após encerrado o EIA. Ele sistematiza os estudos realizados, trazendo de forma concatenada todas as informações obtidas, as discussões da equipe multidisciplinar, suas conclusões e as propostas decorrentes dos levantamentos efetuados na fase de estudo, inclusive quanto a “alternativas tecnológicas e de localização do projeto”. Atividades que exigem EIA/RIMA: rol exemplificativo, mas toda atividade que efetiva ou potencialmente possam impactar o meio ambiente. Quando o empreendedor solicitar o licenciamento, o órgão ambiental pode: 1) flexibilizar a sequência desse licenciamento e, 2) flexibilizar a exigência dos estudos ambientais, se contentando com o relatório ambiental simplificado, porque a atividade não é potencialmente causadora de significativa degradação ambiental. Audiências públicas no licenciamento ambiental: a) Requeridas pelo Ministério Público; b) Requerida por entidade civil com assento no Conselho Estadual do Meio Ambiente – COSEMA; c) Solicitada por mais de 50 cidadãos (e não pessoas). O STF entende que é de competência do executivo e não do legislativo analisar sobre a necessidade ou não de realização de audiência pública para discussão sobre o RIMA. Assim, não cabe ao legislativo autorizar audiência pública através de uma comissão da Assembleia Legislativa Observação 1: EIA é ato vinculado, cabendo ao Judiciário suprir a omissão do Poder Público ao dispensá-la imotivadamente (STF, ADI 1086/01). O Estudo já realizado, todavia, não vincula a decisão do órgão ambiental competente, que poderá conceder ou não a licença requerida. A licença ambiental é ato discricionário, devendo sopesar se será ou não concedida a licença. A CR exige o estudo prévio de impacto ambiental para as atividades potencialmente poluidoras. É norma de caráter absoluto, que não comporta exceção. A conclusão do EIA-RIMA não vincula a autoridade ambiental. Ainda que determinado empreendimento tenha se dado em respeito às normas ambientais, o órgão ambiental competente pode modificar, suspender ou cancelar licenças ambientais caso haja superveniência de graves riscos ambientais ou à saúde, nos termos da Resolução do CONAMA, art. 19. Caso o próprio órgão não realize tais #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 7 modificações, é juridicamente possível a pretensão de obrigar a empresa à implementação de certos critérios mais rigorosos, com base em estudos científicos. Observação 2: atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental: rol exemplificativo da Resolução CONAMA 01/86; Observação 3: compete ao empreendedor providenciar a elaboração do EIA às suas custas, contratando empresa de consultoria cujos membros deverão estar inscritos no Cadastro TécnicoFederal de Atividades administrado pelo IBAMA (art. 17, I, da Lei 6.938/81); Observação 4: RIMA é o relatório que visa esclarecer em termos menos técnicos e complexos os dados constantes do EIA, viabilizando o princípio da informação, publicidade e da participação democrática da comunidade e dos setores direta ou reflexamente interessados; Observação 5: Audiências Públicas quanto ao EIA/RIMA podem ser solicitadas por entidade civil, Ministério Público ou por 50 ou mais cidadãos. Se solicitada, e não realizada, não terá qualquer validade (Resolução CONAMA 09/87); Observação 6: EIA/RIMA com informações falsas ou enganosas: crime tipificado no art. 69- A da Lei 9.605/98. Observação 7: A realização do EIA/RIMA NÃO CONFERE DIREITO AO DEFERIMENTO DA LICENÇA ao empreendedor por parte dos órgãos técnicos, já que é apenas uma etapa no processo de licenciamento da obra ou atividade. Não vinculam o órgão ambiental. ENTRETANTO, CASO O EIA/RIMA SEJA APROVADO PELO ÓRGÃO AMBIENTAL COMPETENTE, SERÁ OBRIGATÓRIA A EXPEDIÇÃO DA LICENÇA AMBIENTAL. Vamos ver isso em aula de licenciamento! 4.1. Detalhamento dos instrumentos: Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental: dentre os quais citamos: a Resolução CONAMA 03/90, que estabelece conceitos, padrões de qualidade, métodos de amostragem e análise de POLUENTES ATMOSFERICOS; a Resolução CONAMA 05/89, que instituiu o PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DA QUALIDADE DO AR - PRONAR; a Resolução CONAMA 18/86, que instituiu o PROGRAMA DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR POR VEICULOS AUTOMOTORES – PROCONVE, dentre outras. Frederico Amado preceitua que os estados, o DF e os municípios também poderão fixar padrões de qualidade ambiental, comumente, mais restritivos. Defende que, normalmente, inexiste qualquer conflito quando as normas estaduais, distritais e municipais são mais restritivas que as federais, ou seja, instituem regras mais protetivas ao meio ambiente, desde que a lei federal disponha expressamente acerca dessa possibilidade. Falamos sobre isso na aula de competências. Zoneamento ambiental: agora guindado à Constituição Federal, que no artigo 21, IX dispõe que é competência da União elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social. A Lei 8.171/91, por sua vez, dispõe no artigo 102, que o solo agrícola é considerado patrimônio natural. Também é previsto no artigo 19, III desta Lei, o zoneamento agroecológico para disciplinar e ordenar a ocupação espacial pelas diversas atividades produtivas, bem como para a instalação de hidrelétricas. Existe, ainda, o Decreto 99.540, de 21.09.90, que instituiu a Comissão Coordenadora do Zoneamento ecológico-econômico do Território Nacional, em âmbito macrorregional e regional, para acompanhar e avaliar a execução de trabalhos desse zoneamento, inclusive em #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 8 nível estadual. Atualmente, a matéria é regulamentada pelo Decreto No. 4.297/2002. Vou tratar disso em um tópico específico logo no final deste tópico, ok?; Avaliação de impactos ambientais: também elevado ao status constitucional, nos termos do artigo 225, parágrafo 1º, item IV. A Lei 6.938/81, no seu artigo 8º, item I, inclui entre as competências do CONAMA a de estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. Desta forma, o CONAMA através da Resolução 01/86 (alterada pelas Resoluções 11/86 e 05/87), tornou obrigatória, para diversas atividades, a elaboração de EIA - que deve contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-se, inclusive, com a hipótese de não execução, e do RIMA - que deverá ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua compreensão, e que será acessível ao público. Tal Resolução conceitua, no artigo 1º, o que considera impacto ambiental. Não é demais lembrar que a institucionalização da AIA, no Brasil e em diversos países, guiou-se pela experiência americana, face a grande efetividade que os Estudos de Impacto Ambiental demonstraram no sistema legal da “common law” dos Estados Unidos1, além das exigências internacionais, anteriormente citadas; Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras: também previsto no artigo 9º, inciso IV da PNMA e no artigo 10, como já mencionado, e no artigo 17 do Decreto no. 99.274/90. Alguns exemplos: A Resolução CONAMA 01/86, dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA; A Resolução CONAMA 06/87, dispõe sobre o licenciamento ambiental de obras de grande porte, especialmente aquelas nas quais a União tenha interesse relevante, como a geração de energia elétrica. Tal Resolução dispõe que a Licença Prévia - LP, deverá ser requerida no início do estudo de viabilidade da Usina; a Licença de Instalação - LI, deverá ser obtida antes da realização da licitação para construção do empreendimento e, a Licença de Operação - LO, antes do fechamento da barragem. Necessária, também, a Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica – DRDH; Resolução CONAMA 05/88 dispõe sobre o Licenciamento de Obras de Saneamento; Resolução CONAMA 08/88, dispõe sobre o Licenciamento de Atividade Mineral, uso de mercúrio metálico e do cianeto; Resolução CONAMA 09/90, dispõe sobre o licenciamento de Atividade Mineral das Classes I, III e VII; Resolução CONAMA 10/90, dispõe sobre o licenciamento de Atividade Mineral da Classe II; Resolução CONAMA 02/96 que dispõe sobre o licenciamento de Obras de Grande Porte, bem como a implantação ou fortalecimento de Unidade de Conservação já existente, tendo revogado a Resolução CONAMA 10/87; Resolução CONAMA 237/97 regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente; Resolução CONAMA 279/2001, estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental; 1 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL - Agentes Sociais, Procedimentos e Ferramentas. Op. Cit. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 9 Resolução CONAMA 284/2001 Dispõe sobre o licenciamento de empreendimentos de irrigação; Resolução CONAMA 289/2001 estabelece diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária; Vamos ver essa matéria em aula específica, ok? Licenciamento é um tema importante. Incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; Tal previsão tem encontrado grande eco, atualmente, por força dos processos de certificação da ISO 9.000 e ISO 14.000. Criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, estadual ou Municipal, tais como APA, ARIE e RESEX. A matéria foi alçada à esfera constitucional, vez que o artigo 225, III da Constituição Federal dispõe que incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, tendo sido regulamentada através da Lei 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.Sistema nacional de informação sobre meio ambiente - SINIMA – Trata-se de instrumento criado como expressão dos princípios da obrigatoriedade da intervenção estatal, da informação e da participação democrática, visando fortalecer o processo de criação, sistematização, análise de informações, estatísticas e indicadores ambientais. SINIMA, já totalmente formalizado e fazendo parte da estrutura do IBAMA, no âmbito do CNIA - Centro Nacional de Informação Ambiental. À União compete organizá-lo e mantê-lo (LC 140/2011). Aos Estados incumbe prestar informações para alimentar e atualizar o sistema central, além de organizar e manter o próprio sistema estadual. Aos municípios, em padrão escalonado, cabe manter os sistemas estaduais e fornecer informações aos sistemas estaduais e federal. Destaque-se que a LC 140/2011, art. 7º, VIII, preceitua que compete à União, com auxílio dos demais entes federados, organizar e manter o Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente – SINIMA. Ademais, a mesma lei prevê a criação do Sistema Municipal de Informações sobre o Meio Ambiente. Além disso, o novo Código Florestal instituiu o Cadastro Ambiental Rural – CAR, obrigatórios para todos os imóveis rurais, para registros de posse e propriedades rurais. Esse cadastro no CAR não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a necessidade de inscrição no Cadastro Nacional de Imóveis Rurais da Lei 10.267/01. Cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental: nos termos da Resolução CONAMA 01/88, este Cadastro tem como objetivo proceder ao registro, com caráter obrigatório, de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. É administrado pelo IBAMA, nos termos do artigo 17, I da Lei 6.938/81. Existe ainda o CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES AMBIENTALISTAS - CNEA, criado pela Resolução CONAMA 06/89. Penalidades disciplinares ou compensatórias ao não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental: matéria também erigida a sítio Constitucional, nos termos do artigo 225, § 3º da Constituição Federal, tendo sido regulamentada pela Lei 9.605/1998 (art. 70 e seguintes) e pelo Decreto No. 3.179/1999. No entanto, sabe-se que a coleção de leis e outros atos normativos dispondo sobre as sanções #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 10 administrativas, cíveis ou criminais é extensa. O que precisa é ser eficazmente implementada, através do fortalecimento institucional dos órgãos responsáveis pela execução da política ambiental. Decorre do exercício do poder de polícia ambiental. Ademais, conforme dispõe o artigo 14 da PNMA, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores à: i) multa simples ou diária, agravada em caso de reincidência específica, vedada sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, DF, ou Municípios. Ainda, “o pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência” (art. 76 da Lei 9605/98). Como fica isso? Vejamos: Art. 17 (LC 140). Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada. O que o STJ entende? “Uma sanção imposta pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal substitui a multa imposta pela União em relação ao mesmo fato, mas a multa estabelecida pela União não impossibilita a imposição de multa por Município”. Logo, A lei não permite a substituição de multa local por multa federal, mas apenas o contrário. Nessa mesma esteira, a competência comum dos entes justifica a imposição de multa local pelo mesmo fato já sancionado na órbita federal, não havendo ilegítimo bis in idem. ii) Perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; iii) Perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimento oficiais de crédito; iv) Suspensão de sua atividade. Ainda, o §1º do artigo 14 dispõe que sem obstar a aplicação das penalidades acima, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. Aqui fica positivada a consagração da responsabilidade objetiva por danos ambientais, na PNMA. Instituição do RQMA - Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA: pode-se dizer que este item não tem sido cumprido sistematicamente por parte do IBAMA, mas vale ressaltar a importância e o relevo do Relatório lançado pelo mesmo, denominado GEO BRASIL 2002 - Perspectivas do meio ambiente no Brasil. Garantia de prestação de informações relativas ao meio ambiente: além da edição da Lei 10.650/2003, acima mencionada, vale destacar os serviços postos à disposição do cidadão, através da LINHA VERDE, uma Central de Atendimentos integrante da OUVIDORIA do IBAMA que, além de receber denúncias, presta informações ou encaminha as solicitações às unidades internas que possam prestá-las. Demais disto, nos licenciamentos de projetos de significativos impactos ambientais é assegurada a realização de Audiências Públicas, nos termos das Resoluções CONAMA 01/86, 09/87 e 237/1997. A lei 10.650/2003, no § 1º, do art. 2º, estabelece que não há necessidade de comprovação de interesse específico para acesso aos processos administrativos de natureza ambiental. Nesse aspecto, referida norma, por ser específica, afasta a aplicação do disposto na Lei 9.051/1991, que dispõe de modo diverso. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 11 Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais: também em pleno funcionamento por parte do IBAMA que o administra, nos termos do artigo 17, II, da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente e inclusive cobra uma taxa anual para tal fim, nos termos da Lei 10.165/2000. Servidão Ambiental: Vou fazer um tópico próprio ao final deste tópico. Ok??? É um ponto muito importante. Incentivos governamentais: previsão no art. 12 da Lei 6.938/81. Trata-se de instrumento econômico para induzir comportamentos ambientalmente recomendados. Condiciona a concessão de incentivos e financiamentos públicos à comprovação de licenciamento ambiental e ao cumprimento das normas vigentes. O fomento de atividades econômicas segue os “Princípios do Equador”, que estabelecem critérios mínimos internacionalmente fixados para concessão de crédito no âmbito do mercado financeiro. Atento a isso, o Novo Código Florestal (art. 78 –A) prevê que “após cinco anos da data da publicação desta lei, as instituições financeiras só concederão créditos agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no CAR(...).” Nota: Por fim, vale destacar que a Lei 11.284/2006 criou novos instrumentos para a PNMA,tais como a concessão florestal, a servidão ambiental, o seguro ambiental, e os fundos públicos e privados direcionados ao meio ambiente, de modo que se pode concluir que o rol previsto na Lei 6.938/81 é aberto. 4.1.1. Zoneamento ambiental (Dec. 4297/2002) Trata-se do zoneamento ecológico ambiental (ZEE), sendo um dos instrumentos para efetivação da PNMA. É uma modalidade de intervenção estatal sobre o território, a fim de reparti-lo em zonas consoante o melhor interesse na preservação ambiental e no uso sustentável dos recursos naturais. O ZEE deverá observar os princípios da função socioambiental da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador, da participação informada, do acesso equitativo e da integração, conforme expressa previsão regulamentar. O ZEE é definido como o instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelecendo medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Seu objetivo geral é organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. Isto posto, devem ser considerados no ZEE a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo-se vedações, restrições e alternativas de exploração do território e determinando-se, quando for o caso, inclusive a relocalização de atividades incompatíveis com suas diretrizes gerais. Compete ao Poder Público Federal elaborar e executar o ZEE nacional e os regionais, quando tiver por objeto biomas brasileiros ou territórios abrangidos por planos e projetos prioritários estabelecidos pelo Governo Federal. Aos Estados, DF e Municípios, compete elaborar zoneamentos que atendam suas peculiaridades regionais e locais, respectivamente, respeitando os parâmetros do ZEE federal. Inexiste previsão específica para os municípios, havendo apenas previsão de elaboração do #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 12 Plano Diretor, observados os zoneamentos ambientais, entendendo a doutrina que em tal competência estaria embutida a do zoneamento. O ZEE dividirá o território em zonas, conforme as necessidades de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, orientando-se pelos princípios da utilidade e da simplicidade, de modo a facilitar a implementação de seus limites e restrições pelo Poder Público. As alterações no ZEE somente poderão ser feitas após decorrido o prazo mínimo de dez anos de sua conclusão, ou de sua última modificação. Mas atenção: esse prazo não é exigido para aumentar o rigor da proteção ambiental da zona a ser alterada, ou de atualizações decorrentes de aprimoramento técnico-científico. Tais alterações dependerão de consulta pública e aprovação pela comissão estadual do ZEE e pela comissão coordenadora do ZEE< mediante processo legislativo de iniciativa do Poder Executivo. Atenção: alteração do ZEE não poderá reduzir o percentual de reserva legal definido em legislação específica, nem as áreas protegidas, como unidades de conservação ou não. 4.1.1.1. Divisão do zoneamento industrial a) Zonas de uso estritamente industrial Destinam-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos e vibrações, emanações e radiações possam causar perigo à saúde, ao bem-estar e à segurança das populações, mesmo depois de aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, nos termos da legislação vigente. A sua localização deverá ser promovida em áreas com elevada capacidade de suporte de poluição, com a manutenção, no seu entorno, de anéis verdes de isolamento capazes de proteger as zonas circunvizinhas contra possíveis efeitos residuais e acidentes. Nestas zonas deverão operar apenas atividades essenciais às funções básicas das indústrias. No caso de instalações de polos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos, instalações nucleares e outras definidas em lei, a competência será exclusiva da União, ouvidos os Estados e Municípios. b) Zonas de uso predominantemente industrial Destinam-se, preferencialmente, à instalação de indústrias cujos processos, submetidos a métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, não causem incômodo sensíveis às demais atividades urbanas e nem perturbem o repouso noturno das populações. Deverão localizar-se em áreas cujas condições favoreçam a instalação adequada de infraestrutura de serviços básicos necessária a seu funcionamento e segurança; bem como dispor, em seu interior, de áreas de proteção ambiental que minimizem os efeitos da poluição em relação a outros usos. Tanto as zonas de uso estritamente industrial quanto as de uso predominantemente industrial, deverão ser classificadas em saturadas, não saturadas, em vias de saturação e saturadas, o que definirá a formulação das políticas públicas ambientais em cada área. c) Zonas de uso diversificado Destinam-se à localização de estabelecimentos industriais, cujo processo produtivo seja complementar das atividades do meio urbano ou rural que se situem, e com elas se compatibilizem, independentemente do uso de métodos especiais de controle de poluição, não #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 13 ocasionando, em qualquer caso, inconvenientes à saúde, ao bem-estar e à segurança das populações vizinhas. d) Zonas de reserva ambiental Por suas características culturais, ecológicas, paisagísticas ou pela necessidade de preservação de mananciais e proteção de áreas especiais, ficará vedada a localização de estabelecimentos industriais. 4.1.1.1.1. Observações importantes As indústrias ou grupos industriais já existentes, que não resultarem confinadas nas zonas industriais definidas de acordo com a lei de zoneamento industrial, serão submetidas à: a) instalação e equipamentos especiais de controle e, nos casos mais graves, b) à relocalização, haja vista a inexistência de direito adquirido de poluir. No caso de relocalização, é possível que haja uma indenização a ser verificada no caso concreto, mensurando-se se os prejuízos experimentados pela empresa decorreram ou não diretamente de uma postura comissiva ou omissiva da Administração Pública. As regras de higiene, de poluição etc., podem perfeitamente ser alteradas pelo Poder Público, com incidência imediata sobre quem já estava instalado. HÁ DE SE AFERIR QUAL O TIPO DE ALTERAÇÃO LEGAL FOI PROMOVIDO, SE REGRAS DE CONDUTA E FUNCIONAMENTO OU SE REGRAS FULMINANTES DO PRÓPRIO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE ANTES INSTALADA. AS REGRAS DE CONDUTA PODEM PERFEITAMENTE SER EXIGIDAS SEM QUE SURJA DIREITO À INDENIZAÇÃO. Já as regras acerca do exercício da atividade podem acabar por fulminar o direito de propriedade, implicando em verdadeira desapropriação indireta. O zoneamento interfere diretamente no direito de propriedade, de forma legítima, já que se trata de manifestação do Poder de Polícia e visa a concretizar a função social da propriedade. Há precedente do STJ no sentido de que não cabe indenização pela restrição, pura e simples, imposta pelo zoneamento, salvo se for superveniente e diminuir totalmentea utilidade econômica da propriedade. 4.1.1.2. Zoneamento costeiro Definição: Considera-se Zona Costeira o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, que serão definida pelo Plano. Deverá prever o zoneamento de usos e atividades na Zona Costeira e dar prioridade à conservação e proteção, entre outros, dos seguintes bens: I - recursos naturais, renováveis e não renováveis; recifes, parcéis e bancos de algas; ilhas costeiras e oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais e pradarias submersas; II - sítios ecológicos de relevância cultural e demais unidades naturais de preservação permanente; III - monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 14 4.1.2. Servidão Ambiental Com previsão no art. 9-A da Lei 6.938/81, é uma espécie de servidão administrativa, com natureza de direito real sobre coisa alheia, possuindo regramento peculiar. Consiste na renúncia voluntária do proprietário rural ao direito de uso, exploração ou supressão dos recursos naturais existentes em sua propriedade. O proprietário ou possuidor do imóvel rural, pessoa física ou jurídica, voluntariamente limita o uso de toda sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos naturais existentes. Tratando-se de floresta, deve estar além do limite da Reserva Legal obrigatória e dos limites da APP, já que em ambas a preservação decorre de lei. A servidão ambiental não pode ser aplicada em áreas de reserva legal e áreas de preservação permanente, pois aquelas decorrem de lei. Pode ser negociada, onerosa ou gratuitamente, com proprietários ou possuidores de terras onde a proteção ambiental se mostra deficitária, havendo uma verdadeira compensação. De acordo com a Lei 12.651/12, o instrumento de servidão deve conter, ao menos, os seguintes itens: I) memorial descritivo da área de servidão, com levantamento de pelo menos um ponto georreferenciado; II) objeto da servidão; III) direitos e deveres do instituidor e do beneficiário; III) prazo da servidão. O detentor da servidão ambiental poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, total ou parcialmente, por prazo determinado ou em caráter definitivo, em favor de outro proprietário ou de entidade pública ou privada que tenha a conservação ambiental como fim social. A instituição da servidão ambiental se dará por instrumento público ou particular ou por termo administrativo, e deverá ser averbada na matrícula do imóvel, bem como alienação cessão ou transferência. Sua proteção será de, no mínimo, a aplicada para reserva legal, o que implica impossibilidade de supressão vegetal, salvo sob forma de manejo sustentável. Imprescindível a averbação da servidão na matrícula do imóvel - ou imóveis envolvidos, em caso de compensação de áreas de Reserva Legal. Pode ser temporária (mínimo de 15 anos) ou perpétua. A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN. Em caso de transferência, desmembramento, retificação de área ou cessão do imóvel, é vedada a destinação da área da servidão já instituída durante seu prazo de vigência. 5. Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA O Sistema Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA, é formado pelo conjunto de órgãos e instituições dos diversos níveis do Poder Público, incumbidos da melhoria da qualidade ambiental, da proteção ambiental e da implementação da Política Nacional do Meio ambiente –PNMA. O SISNAMA é o conjunto de órgãos que irá administrar a PNMA. O antecedente do SISNAMA foi a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, que surgiu logo após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano- Estocolmo, 1972. Ante a pressão da comunidade internacional, o SEMA surgiu com declarado objetivo de orientar uma política de conservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais e foi a resposta brasileira neutralizadora das pressões do momento. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 15 5.1. Estrutura do SISNAMA O suporte das atividades de gestão ambiental está desenhado numa estrutura político- administrativa descrita no art. 6º da Lei 6.938/81. É importante destacar que, atualmente, a lei 6.938/81 precisa ser interpretada conjuntamente com a Lei Complementar 140/2011, que passou a disciplinar as competências materiais comuns de todos os entes federativos, na forma do art. 23 da CF/88. Trata-se, de direito e de fato, de uma estrutura político-administrativa oficial, governamental, ainda que aberta à participação de instituições não-governamentais, através dos canais competentes. Constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do DF, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura: 1. Órgão superior: o Conselho de Governo, presidido pelo Presidente da República ou pelo Ministro Chefe da Casa Civil (na prática, seu lugar tem sido ocupado pelo CONAMA). É órgão de assessoramento direto do Presidente da República na formulação da política nacional e das diretrizes governamentais para o meio ambiente. 2. Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Presidido pelo Ministro do Meio Ambiente. Visa assessorar, estudar e propor ao conselho de Governo as diretrizes de políticas nacionais voltadas à proteção ambiental, além de definir padrões de qualidade ambiental e ações voltadas à manutenção do equilíbrio ambiental e à proteção e/ou recuperação de áreas degradadas. Destaca-se sua competência normativa, editando normas complementares à lei – atuação secum legem. Segundo entendimento do STJ (Resp nº 994.881 – SC, Ministro Benedito Gonçalves, Publi. Dje de 09/09/2009): Pelo exame da legislação que regula a matéria (Leis 6.938/81 e 4.771/65), verifica-se que possui o Conama autorização legal para editar resoluções que visem à proteção do meio ambiente e dos recurso naturais, inclusive mediante a fixação de parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente, não havendo o que se falar em excesso regulamentar.” Logo, suas resoluções possuem força de lei para todo o sistema, condicionando e subordinando as demais normas ambientais publicadas pelos outros entes. Por terem força de leis federais (por expressa delegação legislativa), suas resoluções possuem o caráter de norma geral, no que tange à competência concorrente. Entretanto, suas deliberações somente podem ser secundum legem, nunca podendo contrariar leis formais, revogá-las ou inovar o ordenamento. Essa “força de lei” deve ser entendida no sentido de obrigar os participantes do SISNAMA. Isso porque evidentemente não poderia uma lei (PNMA) conferir caráter legislativo abstrato e geral a um diploma em acréscimo àqueles previstos no capítulo do processo legislativo da Constituição da República. Face sua força de lei, as resoluções do CONAMA estão sujeitas ao controle concentrado de Constitucionalidade perante o STF, salvo quando seu conteúdo material for de efeitos concretos ou quando regularem legislação infraconstitucional: somente será cabível controle de constitucionalidade,na verdade, se regular diretamente dispositivo da constituição. Ao CONAMA, compete a APRECIAÇÃO, e não a aprovação, dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. Conforme o artigo 11 da PNMA, compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento das obras efetiva ou potencialmente poluidoras. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 16 Ademais, o Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do CONAMA. (art. 8, p.u.) Sobre as competências do CONAMA, é importante destacar: i) estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; ii) determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando, aos órgãos federais, estaduais e municipais, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas de patrimônio nacional; iii) determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou a restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais; iv) estabelecer, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves, embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; v) estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. 3. Órgão central: Ministério do Meio Ambiente, a quem incumbe planejar, coordenar, supervisionar e controlar a Política Nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. São áreas de atuação: política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos; melhoria da qualidade ambiental; conservação e utilização sustentável de ecossistemas, da biodiversidade de florestas e dos recursos naturais; zoneamento ecológico- econômico; políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal. 4. Órgão executor: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis – IBAMA. Tem natureza de autarquia especial com autonomia administrativa e financeira e vinculação ao Ministério do Meio ambiente. Apesar da omissão no art. 6º, IV, da Lei 6.938/81, o art. 3º, IV, do Decreto 99.274/90, modificado pelo Decreto 6.792/09, inseriu o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade como órgão executor do Sisnama e atribuiu-lhe a gestão das unidades de conservação federais. Assim , após a Lei 11.516/07, passou o IBAMA a contar com atribuição supletiva do poder de polícia ambiental. Ao IBAMA, inclui-se na sua competência da fiscalização e controle, a análise de projetos de entidades públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores. O IBAMA é autorizado a celebrar convênios com os Estados, Municípios e o DF para desempenharem atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a taxa de controle e fiscalização ambiental. Relativamente ao IBAMA, o TCU já decidiu que não cabe ao IBAMA, na condição de órgão executor do SISNAMA, fixar diretrizes para os órgãos executores das esferas estadual, distrital e municipal, uma vez que não possui posição hierárquica superiores a estes. Tal competência é do órgão central do referido sistema. O IBAMA é órgão executor geral, o Instituto Chico Mendes é órgão executor apenas na atuação das unidades de conservação, é uma autarquia voltada apenas para a gestão das unidades de conservação. Todas as outras políticas governamentais de meio ambiente, em nível federal, são executadas pelo IBAMA. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 17 5. Órgãos setoriais: compreende entes da Administração Federal direta e indireta, e fundações instituídas pelo poder público, cujas atividades estejam associadas à proteção da qualidade ambiental ou àquelas que disciplinam o uso de recursos ambientais. 6. Órgãos seccionais: são órgãos ou entidades estaduais constituídos na forma da lei e por ela incumbidos de preservar o meio ambiente, assegurar e melhorar a qualidade ambiental, controlar e fiscalizar ações potencial ou efetivamente lesivas aos recursos naturais e à qualidade do meio. Referida atribuição está em harmonia com o disposto no art. 8º, da Lei Complementar 140/2011. 7. Órgãos locais: são órgãos ou entidades municipais incumbidos legalmente de exercer a gestão ambiental no respectivo território e no âmbito de sua competência, na forma a lei. Referida atribuição está em harmonia com o disposto no art. 9º, da Lei Complementar 140/2011. O Município passa a estar inserido no SISNAMA a partir do momento em que cria, através de lei, seu Conselho de Meio Ambiente. 5.2. SISNAMA e a gestão do meio ambiente Deve-se entender que o SISNAMA, como um sistema, não pode exercer a tutela administrativa do ambiente, contudo, através do fluxo de informações, em seu âmbito, atuarão os órgãos com poder de polícia administrativa ambiental, notadamente, o IBAMA, o ICMBio e os órgãos seccionais e locais, investidos de autoridade para praticar atos tutelares necessários à gestão do meio ambiente. 5.3. As taxas de controle e fiscalização ambiental – TCF Trata-se de tributo, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. (art. 17-B). A TCFA é definida pelo cruzamento do grau de poluição e utilização ambiental com o porte da empresa e deve ser paga trimestralmente pelo empreendedor. O grau de poluição e utilização ambiental, bem como os valores para cada porte são definidos, conforme a categoria de atividade, no Anexo VIII da Lei 10.165/00. Nesse sentido decisão do TRF5 ao afirmar que “(...) a cobrancça da TCFA relaciona-se com a dimensão, com o potencial de poluição e com o grau de utilização de recursos naturais da empresa, justificando-se uma cobrança maior daqueles que demandem, em razão de sua extensão, uma maior intensidade da atividade fiscalizadora prestada pelo IBAMA (AMS 80384/AL). O STF já se manifestou pela constitucionalidade da referida taxa. Há previsão de isenção do pagamento da TCFA às entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, às entidades filantrópicas, àqueles que praticam agricultura de subsistência e às populações tradicionais Rememore-se a possibilidade de instituição de taxas estaduais e municipais com o mesmo objetivo. De acordo com o art. 17-P da Lei 6.938/81, parte do montante efetivamente pago pelo empreendedor ao Estado ou ao Município constitui crédito para compensação com o valor devido a título de TCFA (federal). 5.4. Artigos importantes sobre a atuação do SISNAMA Neste tópico, resolvi separar os artigos importantes que, por vezes, deixam de ser citados expressamente nos livros. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 18 O artigo 10 dispõe que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento ambiental. Artigo muito importante, ok? A CF fala algo parecido no artigo 225, IV, mas lá ele requer o estudo prévio de impacto ambiental, para as obras potencialmente causadoras de significativo impacto ambiental. Não confundam. O artigo 12 também é importante, dispondo que as entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, e ao cumprimento das normas, critérios e padrões expedidos pelo CONAMA. Ainda, lembrem-se do artigo 14, §1º que eu disse lá em cima. A PNMA consagra a responsabilidade objetiva (independentemente de culpa) por danos ambientais!!! 5.5. Importantes matérias de competência ligadas ao SISNAMA – LC 140/11 Até a edição da Lei Complementar 140/2011, a matéria relativa à competência ambiental era, em boa parte, regulada pela Resolução n.º 237/97 do CONAMA, especialmente em matéria de licenciamento ambiental. Ao tratar dos temas relativos à atuação ambiental dos entes políticos, a referida resolução mostrou-se inconstitucional, posto que o parágrafo único do art. 23, da CF/88, exige lei complementar para a fixação de normas de cooperação entre os entes, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Para equacionar a questão, editou-se a Lei Complementar 140/2011. Que falaremos brevemente abaixo. Lembremo-nos que na aula 02, de competência, eu falei bastante sobre essa lei. Ok? Vamos ver novamente quando formos falar de licenciamento. Por ora falaremos apenas de questões ligadas à competência. Os objetivos fundamentais são os seguintes (art. 3º): a) proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente; b) garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais; c) harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; e d) garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as peculiaridades regionais e locais. A Lei disponibilizou os seguintes instrumentos de cooperação (art. 4º): a) Consórcios públicos; b) Convênios, acordos de cooperação técnica e outros Instrumentos similares com órgãos e entidades do Poder Público; c) Comissões Tripartites Nacional, Estaduais e Municipais, formadas, paritariamente, por representantes de todos os entes federativos; d) Fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos; e e) Delegação de atribuições e de ações administrativas de um ente federativo a outro (somente ocorrerá a delegação se o ente destinatário da delegação dispor de Conselho de Meio Ambiente e Órgão ambiental capacitado, considerado aquele que possua técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações a serem delegadas). No que se refere às competências, a Lei dispôs que, em matéria de: Licenciamento ambiental: compete à União o licenciamento de empreendimento e atividades a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 19 econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar n.º 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. Compete aos Municípios o licenciamento de atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) (a doutrina tem apontado para a inconstitucionalidade do disposto no item a em razão da ofensa da autonomia do município). A fixação da competência dos estados se dá de modo residual. Além disso, o DF acumula a competência estadual e a municipal. Em relação ao licenciamento de atividades em Área de Proteção Ambiental (APA), há regramento próprio, que impõe observância do disposto nas alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h”, do inciso XIV, do art. 7º, do inciso XIV, do art. 8º, e da alínea “a”, do inciso XIV, do art. 9º, ou seja, a competência para o licenciamento será definida, em regra, pelo grau de impacto da atividade, não importando se a APA é federal, estadual ou municipal. Supressão Vegetal e Manejo: Compete à União, aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs e atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União. Compete aos Estados aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º, e atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado. Compete aos Municípios aprovar a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município. Em relação às APAs, segue-se a mesma lógica do licenciamento. Fiscalização ambiental: em regra, a competência para a fiscalização ambiental é do ente licenciador. Há, porém, a possibilidade de fiscalização pelos demais entes federativos. No caso de cumulação de infrações por entes diversos, prevalece o auto de infração do órgão que detenha a atribuição de licenciamento ou autorização (art. 17 § 3º). 6. Jurisprudências #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 20 DEMARCAÇÃO. RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. ... Conforme explicitou o Min. Relator, em nosso sistema normativo (art. 16 e parágrafos da Lei n. 4.771/1965 – Código Florestal – e art. 99 da Lei n. 8.171/1991), a obrigação de demarcar, averbar e restaurar a área de reserva legal nas propriedades rurais constitui limitação administrativa ao uso da propriedade privada, a qual se destina a tutelar o meio ambiente, que deve ser defendido e preservado. Ademais, por ter como fonte a própria lei e por incidir sobre as propriedades em si, configura dever jurídico (obrigação ex lege) que se transfere automaticamente com a transferência do domínio (obrigação propter rem), podendo, em consequência, ser imediatamente exigível do proprietário atual independentemente de qualquer indagação a respeito da boa-fé do adquirente ou de outro nexo causal que não o que se estabelece pela titularidade do domínio. ... REsp 1.179.316-SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 15/6/2010. DANO AMBIENTAL. BREJO. LITISCONSÓRCIO. Foi ajuizada ação civil pública contra a usina ora recorrida, pois se constatou que ela promovia a drenagem de um reservatório natural (brejo). Por sua vez, as instâncias ordinárias consideraram improcedente o pedido ao fundamento de que a usina só deu continuidade ao que o próprio Poder Público começou. Nesse panorama, afastou-se, preliminarmente, a necessidade de o órgão federal, também reputado degradador, integrar a lide; pois, mesmo havendo vários agentes poluidores, a jurisprudência do STJ é firme quanto a não ser obrigatória a formação de litisconsórcio, visto que a responsabilidade de reparação integral do dano ambiental é solidária (permite demandar qualquer um ou todos eles). Pela mesma razão, a jurisprudência deste Superior Tribunal entende que os envolvidos não podem alegar que não contribuíram de forma direta e própria para o dano ambiental, como forma de afastar a responsabilidade de reparar. Estão assentadas, no acórdão e na sentença, a premissa de que a usina continuou as atividades degradantes iniciadas pelo Poder Público, o que aumentou a lesão ao meio ambiente, e a de que sua atividade preservaria uma rodovia construída sobre aterro contíguo ao brejeiro. Contudo, não há dúvidas de que houve dano ambiental e contribuição da usina para tanto, mesmo que reconhecido pelas instâncias ordinárias ser o Poder Público, também, degradador. Assim, aplicam-se os arts. 3º, IV, e 4º, VII, da Lei n. 6.938/1981. Anote-se que a usina poderá, em outra ação, cobrar de quem considere cabível parte das despesas de recuperação. REsp 880.160-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/5/2010. ACP. DANOS AMBIENTAIS. PÁSSAROS SILVESTRES. ... entendeu-se que, tendo em conta todos os elementos dos autos, é inviável o acolhimento da pretensão do MP, que, com base em descumprimento de norma administrativa (necessidade de autorização do Ibama para manter em cativeiro aves silvestres), pleiteava a responsabilização civil sem a devida comprovação de efetivo dano ambiental. Isso porque, em se tratando de reparação civil, seria fundamental a comprovação de tal dano, o que não aconteceu na hipótese. REsp 1.140.549-MG, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 6/4/2010 REPETITIVO. PRESCRIÇÃO. MULTA. MEIO AMBIENTE. Trata-se de recurso representativo de controvérsia (art. 543-C do CPC e Res. n. 8/2008- STJ) em que a questão em debate resume-se à definição do prazo prescricional para a cobrança #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 21 de multa administrativa por infração à legislação federal, no caso, a Lei n. 9.873/1999 (com os acréscimos da Lei n. 11.941/2009), nos autos de execução fiscal ajuizada pelo Ibama para cobrança de débito inscrito em dívida ativa. Ressaltou o Min. Relator que a questão já foi debatida no REsp 1.112.577-SP, DJe 8/2/2010, também sob o regime dos recursos repetitivos, mas somente quando a multa administrativa decorria do poder de polícia ambiental exercido por entidade estadual, situação em que não seria pertinente a discussão sob as duas leis federais citadas. Agora, no caso, como a multa foi aplicada pelo Ibama, entidade federal de fiscalização e controle do meio ambiente, é possível discutir a incidência daquelas leis federais, o que foi feito nessa hipótese. Diante disso, a Seção entendeu incidente o prazo de cinco anos (art. 1º da citada lei) para que, no exercício do poder de polícia, a Administração Pública Federal (direta ou indireta) apure o cometimento da infração à legislação do meio ambiente. Esse prazo deve ser contado da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que houver cessado a infração. Observou que o art. 1º da Lei n. 9.873/2009 estabeleceu o prazo para a constituição do crédito, não para a cobrança judicial do crédito inadimplido. Ressaltou, ainda, que, antes da MP n. 1.708/1998, convertida na Lei n. 9.873/1999, não existia prazo decadencial para o exercício do poder de polícia por parte da Administração Pública Federal, por isso a penalidade aplicada, nesses casos, sujeita-se apenas ao prazo prescricional de cinco anos segundo a jurisprudência deste Superior Tribunal, em razão da aplicação analógica do art. 1º do Dec. n. 20.910/1932. Ademais, a jurisprudência também já assentou que, por se tratar de multa administrativa, não é aplicável a regra geral de prescrição do CC, seja o de 1916 ou o de 2002.REsp 1.115.078-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 24/3/2010. MEIO AMBIENTE. REPARAÇÃO. INDENIZAÇÃO. O princípio da reparação in integrum aplica-se ao dano ambiental. Com isso, a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua restauração plena. Contudo, se quem degradou promoveu a restauração imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, em regra, não se fala em indenização. Já os benefícios econômicos que aquele auferiu com a exploração ilegal do meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o art. 225, caput, da CF/1988) devem reverter à coletividade, tal qual no caso, em que se explorou garimpo ilegal de ouro em área de preservação permanente sem qualquer licença ambiental de funcionamento ou autorização para desmatamento. Com esse entendimento, a Turma deu parcial provimento ao recurso para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de indenização pecuniária e obrigações de fazer voltadas à recomposição in natura do bem lesado, o que impõe a devolução dos autos ao tribunal de origem para que verifique existir dano indenizável e seu eventual quantum debeatur. Precedente citado: REsp 1.120.117-AC, Dje 19/11/2009. REsp 1.114.893-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/3/2010. MEIO AMBIENTE. LEGITIMIDADE PASSIVA. ESTADO. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de reconhecer a legitimidade passiva de pessoa jurídica de direito público (no caso, estado-membro) na ação que busca a responsabilidade pela degradação do meio ambiente, em razão da conduta omissiva quanto a seu dever de fiscalizá-lo. AgRg no REsp 958.766-MS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/3/2010. #costurandoatoga Direito Ambiental PNMA e SISNAMA Apostila 03 Dia: 10/05/2018 ________________________________________________________________________ 22 EXTRAÇÃO ILEGAL. MADEIRA. INTERPRETAÇÃO. ART. 25, § 2º, DA LEI N. 9.605/1998. Na espécie, discute-se a possibilidade de doação de toras de madeira apreendidas pelo Ibama (art. 25, § 2º, da Lei n. 9.605/1998) que, no caso, foram extraídas por invasores, sem qualquer
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