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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Didatismo e Conhecimento 1 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS: SERVIÇOS E ROTINAS DE PROTOCOLO, EXPEDIÇÃO E ARQUIVO; CLASSIFICA- ÇÃO DE DOCUMENTOS E CORRESPON- DÊNCIAS; CORRESPONDÊNCIA OFICIAL. Classificação da correspondência • Patente • Confidencial ou secreta A correspondência confidencial ou secreta nunca deve ser aberta, mas sim conduzida diretamente á direção. É conveniente, contudo, registrar a sua entrada, de preferência em livro próprio. A correspondência particular, como é lógico, também não deve ser aberta, mas sim dirigida aos respectivos destinatários. A correspondência dita patente, é que vai entrar no circuito de tratamento. Abertura A abertura da correspondência é importante referir a forma como se faz e os cuidados a ter para evitar a inutilização do con- teúdo. Antes de se abrir as cartas deve-se colocar o conteúdo para um dos cantos dos sobrescritos e em seguida abre-se pelas arestas opostas. Isto porque as cartas são normalmente mal dobradas e quando são inseridas nos subscritos ficam, por vezes, coladas no interior. Registro das entradas Geralmente esta fase da correspondência concentra-se num só departamento. Tiram-se cópias dos originais recebidos, para um exemplar ficar no departamento e o outro seguir para o respectivo destino. Mas a tiragem das cópias não pode ser feita sem antes ser colocado o respectivo carimbo da entrada contendo a data e o nume- ro da entrada. Nos serviços públicos e nas empresas mas tradiciona- listas, utiliza-se o Livro de Registo para a correspondência recebida. Distribuição A distribuição da correspondência pode ser feita de diversas formas, mas sempre de forma a poder ser controlada. E, para esse efeito utiliza-se o chamado livro de protocolo. Muitas vezes é uti- lizada uma guia de remessa de documentos que os descreve e agru- pa por destinos, acompanhando-os até á recepção. Ai é assinado um duplicado que comprova a entrega. Resposta ou Arquivo Depois de ser lida, a correspondência deve ser conveniente- mente tratada. O que significa que: • se não for necessário dar sequência ao assunto, a correspondência vai imediatamente para o arquivo, com a devida indicação no canto superior esquerdo e a assinatura do ordenante; • se é necessário uma resposta, devem ser feitas as ano- tações necessárias para a sua execução ou, então, se for o caso, o próprio destinatário encarregar-se-á de a escrever. Não esquecer que: • toda a correspondência urgente deve ter uma resposta imediata; • não se deve adiar a resolução de assuntos pendentes, tornando-os eternamente esquecidos.A execução de uma carta res- posta implica disponibilidade de tempo e disponibilidade mental. Portanto, a redação da carta deve ser executada por uma pes- soa experiente, de forma a minimizar as perdas de tempo e conse- guir uma boa qualidade de comunicação. A resposta pode ser executada de diversas formas: • ditado direto, em que o processador de texto executa di- retamente o texto que lhe é transmitido; • ditado indireto, onde o processador de texto executa o texto através de uma minuta, um registro que estenografou ou um registro gravado. Assinatura Depois de finalizada a correspondência deve ser de novo lida e em seguida assinada. A organização das grandes empresas implica que o correio e expedição esteja pronto até determinada hora, de forma a ser levado a despacho. Registro de saída O registro das saídas também é normalmente feito em livro próprio. Devem ser tiradas cópias aos originais e encaminhadas devidamente. Expedição e Arquivo Antes da correspondência ser inserida no sobrescrito deve-se verificar se: • a carta esta datada e assinada; • contém o material referido em anexo; • o endereço corresponde ao do sobrescrito.E por fim... • toda a correspondência que é expedida da empresa deve possuir em arquivo a respectiva cópia; • quando a correspondência for registrada, juntamente com a cópia, deve ser arquivado um exemplar do talão de aceitação; • no caso do registro ser com aviso de recepção, este, após ser devolvido pelo destinatário com a respectiva assinatura, deve também ser arquivado com a cópia da correspondência. Didatismo e Conhecimento 2 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos PROCESSOS ADMINISTRATIVOS: FORMA- ÇÃO, AUTUAÇÃO E TRAMITAÇÃO. PROCE- DIMENTOS PROCESSUAIS: AUTUAÇÃO, AUTUAÇÃO DE DOCUMENTOS COM CLAS- SIFICAÇÃO DE PRECEDÊNCIA, AUTUA- ÇÃO DE PROCESSOS E INSTRUÇÃO DE DOCUMENTOS COM CLASSIFICAÇÃO DE SIGILO E INFORMAÇÕES PESSOAIS, INS- TRUÇÃO E NUMERAÇÃO DE FOLHAS. CONCEITO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO Conceitualmente, temos que processo administrativo, ou en- tão, procedimento administrativo é uma sucessão concatenada de atos administrativos, que transitam todos para um único resultado final e conclusivo. Assim, para existir o processo administrativo é necessário que haja uma sequência de atos encadeados, ordenados entre si, obje- tivando um ato derradeiro, todavia, cumpre esclarecer que, apesar de estarem ligados entre si, cada ato conserva em sua essência sua identidade funcional própria, dessa forma, cada ato cumpre uma função especifica e autônoma, porém são organizadas de tal ma- neira, que é possível alcançar uma expressão decisiva a respeito de determinada matéria. REQUISITOS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO A doutrina administrativa identifica e admite 03 requisitos es- senciais para a formação do procedimento administrativo, quais são: - Inicialmente é necessário que cada ato administrativo que compõe a cadeia sequencial do procedimento possua autonomia, individualidade jurídica, objetivando conservar sua identidade própria; - Em uma segunda etapa da formação do procedimento admi- nistrativo, estes diversos atos devem estar encadeados, concatena- dos de maneira sequencial, com o objetivo de alcançar a conclusão sobre determinada matéria; - Ao final, temos como terceiro requisito, a existência da re- lação de causalidade, entre os diversos atos administrativos, que, de acordo Celso Antônio Bandeira de Mello, “um determinado ato suponha o anterior e o ato final suponha a todos eles”. OBJETIVO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO De maneira acertada, os doutrinadores administrativos identi- ficaram dois objetivos principais do procedimento administrativo: - resguardar o direito dos administrados - tornar a atuação administrativa mais transparente e organizada Assim, temos inicialmente que o primeiro objetivo da rea- lização do procedimento administrativo, é justamente ofertar ao administrado a possibilidade de suas razões serem levadas em consideração, antes mesmo da tomada de decisão, pela autoridade administrativa, que irá afetá-lo diretamente. De outro lado, temos outro objetivo do procedimento admi- nistrativo, que é a transparência das atividades administrativas durante o processo. Tal objetivo visa alcançar e complementar a garantia da defesa jurisdicional, tendo em vista que durante seu curso processual, a autoridade administrativa deve buscar a toma- da da decisão mais bem informada, mais responsável, auxiliando dessa maneira a adoção da melhor solução para os interesses públi- cos, que somente será possível com a organização sistemática do procedimento adotado, conferindo transparência aos atos adminis- trativos processuais, pautados na justiça e obediência a legislação. FASES DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Durante o procedimento administrativo, conforme ensina o Ilustre Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, verifica-se a pre- sença de diferentes fases processuais. Assim, temos a sistematiza- ção das fases divididas e escalonadas da seguinte maneira: - Fase de iniciativa, ou propulsória; - Fase instrutória; - Fase dispositiva; - Fase controladora ou integrativa, e; - Fase de comunicação Fase iniciativa ou propulsória: Tal fase corresponde ao impul- so que inicia o processo, que tanto poderá ser gerado pelo adminis-trado, quando requer uma autorização, licença ou então uma per- missão, ou então poderá ser produto de uma decisão administrativa “ex officio”, que é exatamente o que ocorre quando a administra- ção pública inicia a abertura de um concurso público para preen- chimento de cargos, ou então o início de uma licitação pública; Fase Instrutória: Em sequencia passamos pela fase instrutória, na qual a Administração Pública deve escolher os elementos que serão utilizados como subsídios para a tomada mais acertada da decisão final. Importante esclarecer que nesta fase deverá ser ouvido aque- le que será diretamente atingido pela decisão final da autoridade administrativa, e ainda a demonstração de todos os elementos pro- batórios necessários para formar o convencimento da autoridade julgadora do procedimento administrativo. É exatamente neste estágio do procedimento que é ofertado a possibilidade de fazer averiguações, perícias, exames, estudos técnicos, pareceres, e todo e qualquer elemento probatório; Fase dispositiva: Pela fase dispositiva temos que é o momento do procedimento administrativo na qual a Administração Pública irá explanar a sua decisão, fundamentando todos os tópicos de sua sentença final, decidindo então a questão. Fase controladora ou integrativa: É nesta fase que é disponibi- lizado as autoridades administrativas diversas que tiveram partici- pação no procedimento administrativo, para avaliarem de maneira objetiva se houve o satisfatório transcurso das varias fases proces- suais, e ainda se o que foi decidido esta de acordo com o interesse público e se devem confirmar ou não a decisão final. Fase de comunicação: Por fim, temos a fase de comunicação, em que a providencia conclusiva, ou seja, a decisão confirmada pelas autoridades administrativas deve ser transmitida pelos meios de comunicação que a lei exigir para cada caso, objetivando dar publicidade das decisões administrativas, com seus fundamentos. Didatismo e Conhecimento 3 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. Não existe em nosso ordenamento jurídico lei reguladora es- pecifica que cuida de identificar de forma taxativa quais são os princípios norteadores do procedimento administrativo, entretan- to, em análise a Constituição Federal e as demais legislações ad- ministrativas esparsas, podemos facilmente identificar alguns prin- cípios passiveis de adoção no processo administrativo, os quais serão objetos do presente estudo. - Princípio da audiência do interessado: Por tal princípio veri- ficamos a incidência de um direito fundamental de todo acusado, previsto constitucionalmente, que é o do contraditório, que não se deve resumir em uma única manifestação durante todo o transcur- so do procedimento, mas deve a parte que será afetada pela deci- são ter oportunidade de se manifestar durante todo o procedimento administrativo. - Princípio da acessibilidade: Deve estar à disposição e acessí- vel á parte interessada o exame de toda a documentação constantes dos autos do procedimento administrativo, não podendo ser obs- tada vista dos autos a parte interessada, bem como os documentos que o compõe, com o objetivo de ter conhecimento pleno de todo o teor do procedimento. - Princípio da ampla instrução probatória: Por tal princípio, temos o direito do administrado, não apenas de oferecer e produzir provas durante o tramite processual, mas também o poder de fisca- lizar a produção das provas por parte da Administração, objetivan- do sanar equívocos e se defender de provas duvidosas. - Princípio da motivação: Este princípio vincula obrigatoria- mente a administração pública em explicitar tanto o fundamento normativo quanto o fundamento fático da decisão prolatada duran- te o procedimento administrativo, bem como em sua decisão final. - Princípio da revisibilidade: Tal princípio consiste simples- mente no direito do administrado recorrer de decisão administra- tiva que lhe seja desfavorável, seja em sua totalidade ou em parte. - Princípio da representação: Durante o trâmite processual, é lícito ao administrado requerer o acompanhamento de determina- das peças técnicas de auxiliar capacitado para lhe representar e assessorar. - Princípio da lealdade e boa-fé: Temos por este princípio que a administração, em todo o trâmite processual esta obrigada a agir de maneira leal, em obediência a boa-fé administrativa, ficando proibida adoção de medidas ardilosas, capazes de colocar o ad- ministrado em nível de inferioridade no transcorrer do processo. - Princípio da verdade material: Consiste no fato da adminis- tração pública demonstrar a verdade real dos fatos, independente das provas apresentadas nos auto do procedimento administrativo. - Princípio da celeridade processual: Este princípio norteador do processo administrativo orienta a administração pública em atuar no processo com presteza e célere, a fim de garantir duração razoável do processo durante sua tramitação. - Princípio da gratuidade: Este princípio tem a finalidade de garantir que o procedimento administrativo não seja motivo de ônus econômicos ao administrado, para que assim, a falta de recur- sos econômicos e financeiros não sejam motivos de impedir que o administrado figure em qualquer dos polos do processo. LEI FEDERAL Nº 9.784/99: Para os estudos acerca da regulamentação do processo admi- nistrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é impres- cindível a leitura atenta do que dispõe a Lei 9.784/1999, sobre as disposições gerais, os direitos e os deveres dos administrados. LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Con- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1oEsta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad- ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1oOs preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. § 2oPara os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad- ministração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2oA Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segu- rança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão obser- vados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to- tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri- gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita- mente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que de- terminarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade- quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- nistrados; X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;Didatismo e Conhecimento 4 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva- das as previstas em lei; XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, ve- dada aplicação retroativa de nova interpretação. CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Art. 3oO administrado tem os seguintes direitos perante a Ad- ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões pro- feridas; III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão com- petente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4oSão deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo- rar para o esclarecimento dos fatos. CAPÍTULO IV DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 5oO processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Art. 6oO requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co- municações; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotiva- da de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. Art. 7oOs órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 8oQuando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula- dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. CAPÍTULO V DOS INTERESSADOS Art. 9oSão legitimados como interessados no processo admi- nistrativo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor- mativo próprio. CAPÍTULO VI DA COMPETÊNCIA Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos ór- gãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou- tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto nocaputdeste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou auto- ridade. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser pu- blicados no meio oficial. § 1oO ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2oO ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3oAs decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de- legado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por moti- vos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão pu- blicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. Didatismo e Conhecimento 5 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos CAPÍTULO VII DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, tes- temunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi- mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou ser- vidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. CAPÍTULO VIII DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. § 1oOs atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. § 2oSalvo imposição legal, o reconhecimento de firma somen- te será exigido quando houver dúvida de autenticidade. § 3oA autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 4oO processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial- mente e rubricadas. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilata- do até o dobro, mediante comprovada justificação. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial- mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.CAPÍTULO IX DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. § 1oA intimação deverá conter: I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II - finalidade da intimação; III - data, hora e local em que deve comparecer; IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; V - informação da continuidade do processo independente- mente do seu comparecimento; VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. § 2oA intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. § 3oA intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. § 4oNo caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. § 5oAs intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su- pre sua falta ou irregularidade. Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco- nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garan- tido direito de ampla defesa ao interessado. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. CAPÍTULO X DA INSTRUÇÃO Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces- so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1oO órgão competente para a instrução fará constar dos au- tos os dados necessários à decisão do processo. § 2oOs atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as pro- vas obtidas por meios ilícitos. Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. § 1oA abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos- sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale- gações escritas. Didatismo e Conhecimento 6 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos § 2oO comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais. Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú- blica para debates sobre a matéria do processo. Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria re- levante, poderão estabelecer outros meios de participação de admi- nistrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apre- sentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a au- diência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór- gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili- gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1oOs elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2oSomente poderão ser recusadas, mediante decisão funda- mentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilí- citas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formula- do, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligên- cia ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencio- nando-se data, hora e local de realização. Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um ór- gão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. § 1oSe um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti- do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. § 2oSe um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res- ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór- gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob- ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote- gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido ini- cial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. CAPÍTULO XI DO DEVER DE DECIDIR Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou re- clamações, em matéria de sua competência. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. CAPÍTULO XII DA MOTIVAÇÃO Art. 50. Os atos administrativosdeverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou sele- ção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo li- citatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convali- dação de ato administrativo. § 1oA motivação deve ser explícita, clara e congruente, po- dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Didatismo e Conhecimento 7 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos § 2oNa solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte- ressados. § 3oA motivação das decisões de órgãos colegiados e comis- sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. CAPÍTULO XIII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re- nunciar a direitos disponíveis. § 1oHavendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. § 2oA desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Adminis- tração considerar que o interesse público assim o exige. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces- so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. CAPÍTULO XIV DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan- do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis- trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1oNo caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de- cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2oConsidera-se exercício do direito de anular qualquer me- dida de autoridade administrativa que importe impugnação à va- lidade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem le- são ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apre- sentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. CAPÍTULO XV DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1oO recurso será dirigido à autoridade que proferiu a deci- são, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encami- nhará à autoridade superior. § 2oSalvo exigência legal, a interposição de recurso adminis- trativo independe de caução. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa con- traria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prola- tora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplica- bilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro- cesso; II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interes- ses difusos. Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o pra- zo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. § 1oQuando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. § 2oO prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree- xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorri- da ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: I - fora do prazo; II - perante órgão incompetente; III - por quem não seja legitimado; IV - após exaurida a esfera administrativa. § 1oNa hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a au- toridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. § 2oO não conhecimento do recurso não impede a Administra- ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclu- são administrativa. Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso ex- plicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a recla- mação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões Didatismo e Conhecimento 8 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabiliza- ção pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san- ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí- veis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. CAPÍTULO XVI DOS PRAZOS Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cien- tificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e in- cluindo-se o do vencimento. § 1oConsidera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se- guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 2oOs prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. § 3oOs prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprova- do, os prazos processuaisnão se suspendem. CAPÍTULO XVII DAS SANÇÕES Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade com- petente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. CAPÍTULO XVIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiaria- mente os preceitos desta Lei. Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer ór- gão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In- cluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). III –(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan- te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondilo artrose an- quilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radia- ção, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença gra- ve, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra- tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri- das.(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). § 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília 29 de janeiro de 1999; 178oda Independência e 111oda República. FONTE: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9784.htm GESTÃO DE MATERIAL E CONTROLE DE ESTOQUES E ALMOXARIFADO. Estoque A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto de origem ao ponto de consumo requer de maneira sequencial, o pla- nejamento, a programação e o controle de um conjunto de ativida- des que reúnem: insumos básicos (matérias-primas); materiais em processamento; materiais acabados; serviços e informações dispo- níveis. Como resultado da administração destas atividades gera- se o movimento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário), havendo como decorrência a geração das chamadas utilidades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores fundamentais para as funções logísticas. Para a administração pública, tanto recursos quanto o público-alvo organizacional estão espalhados em áreas de distintos tamanhos, além da diversidade sócio cultural dos re- sidentes locais. Esse é o problema que a logística têm a missão de resolver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo de transformação da organização e a demanda, de modo que os consumidores (cidadão-cliente/sociedade/usuário) tenham bens e serviços quando e onde quiserem, na condição que desejarem, e com o menor custo. Na organização pública, a missão do gestor é estabelecer o nível de atividades logísticas necessário para atender ao público- -alvo organizacional no tempo certo, no local certo e nas condições e formas desejadas, de forma economicamente eficaz, eficiente e efetiva no uso dos recursos públicos. As áreas da logística A logística realiza a integração da administração de materiais (suprimentos) com a logística organizacional, com a distribuição física e/ou prestação de serviços, e com as atividades relativas ao retorno/descarte de materiais. Logística de entrada (administração de materiais/logística de suprimentos) É o conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações necessários ao modelo de transformação da orga- nização. Para a organização pública, têm-se os seguintes entendimen- tos sobre Material e Serviços com seus respectivos embasamento legal. Didatismo e Conhecimento 9 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos No campo da Ciência Contábil o termo MATERIAL compreen- de todos os itens contabilizáveis que participam diretamente ou indi- retamente na constituição do bem/serviço de uma organização. Na gestão pública, temos a classificação de Material por natu- reza de despesa em Material Permanente e Material de Consumo, discorrendo os seguintes conceitos: a. Material Permanente é aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física e/ou tem durabilidade superior a dois anos. Se um material for adquirido como permanente e ficar com- provado que possui custo de controle superior ao seu benefício, deve ser controlado de forma simplificada, por meio de relação- carga, que mede apenas aspectos qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de controle por meio de número patrimonial. No entanto, esses bens deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da entidade. Isso deve ao fato de obedecer ao Princípio da Economicidade previsto no Art. 70 da CF/88 que se traduz na relação custo-be- nefício. Ou seja, os controles devem ser simplificados quando se apresentam como meramente formais ou cujo custo seja evidente- mente superior ao risco. b. Material de Consumo é aquele que, em razão de seu uso corrente, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos. Deve atender a pelo menos um dos critérios a seguir: - Critério de Durabilidade: se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento no prazo máximo de dois anos; - Critério de Fragilidade: se sua estrutura for quebradiça, de- formável ou danificável, caracterizando sua irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade; - Critério de Perecibilidade: se está sujeito a modificações quí- micas ou físicas, ou se deteriora ou perde sua característica pelo uso normal; - Critério de Incorporabilidade: se está destinado à incorpora- ção a outro bem, e não pode ser retirado sem prejuízo das carac- terísticas físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a constituição de novos bens, melhoria ou adições complemen- tares de bens em utilização (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que contenham a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30); - Critério de Transformabilidade: se foi adquirido para fim de transformação. Se um material de consumo for considerado como de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada ou valor relevante, deve ser controlado por meio de relação-carga e incor- porado ao patrimônio da entidade. Logística organizacional (operacional) É a integração das atividades de um sistema organizacional, em função do seu modelo de transformação, desde o planejamento e obtenção dos insumos necessários, passando pelo processo pro- dutivo até a distribuição para o consumidor (intermediário/final), atendendo as necessidades do público-alvo a custos reduzidos, com qualidade e uso adequado de recursos. O instrumento legal de criação da instituição pública e seu regimento interno norteiam essas atividades na organização. Logística de saída (distribuição física do bem/prestação do serviço) É o conjunto de operações associadas à transferência do resul- tado objeto de uma transação desde o local de origem até o local designado no destino e no fluxo de informação associado, devendo garantir que chegue ao destino nas condições desejadas, oportuna- mente e com uso maximizado dos recursos disponíveis. A missão da organização constante no dispositivo de sua criação e as atri- buições funcionais inerentes ao cargo desempenhado orientam os gestores públicos na execução dessas operações. LogísticaReversa: Para o autor PIRES, duas premissas básicas impõem a ne- cessidade de gestão da logística reversa: a agregação de valor e a responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial. A agregação de valor, considerando o aumento do comércio global, está relacio- nada à importância na gestão dos recipientes (pallets, containers, etc.) e das embalagens, envolvendo processos logísticos comple- xos e estando sujeitos a restrições legais e sanitárias, dentre outras. A responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial diz respeito à gestão dos materiais após o término de suas vidas úteis, passando a vigorar cada vez mais a regra de que “quem produz é o responsável pelo produto após a sua vida útil”. Para a organização pública, essa preocupação e/ou exigência sócioambiental pode ser observada na INSTRUÇÃO NORMATI- VA Nº 205, DE 08 DE ABRIL DE 1988 expressa no item 1. Ma- terial que: “a designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de qualquer fa- tor, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos economica- mente aproveitáveis (grifo meu)”, dando importância à logística reversa nas organizações públicas com o objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso de material através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejá- veis condições de operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades. As funções logísticas As atividades administrativas a serem geridas, em qualquer organização, podem incluir todo ou parte do seguinte: transpor- tes, manutenção de estoques, processamento de pedidos, compras (obtenção), armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, pa- drões de serviços e programação do processo de produtivo. Devido à característica sistêmica da logística, as atividades administrativas organizacionais passam a ser abordadas de forma diferente da tradicional distinção em atividades fim e atividades meio. Essa nova abordagem vem sendo provocada pela necessida- de das organizações em direcionar seus esforços para o foco do seu negócio, terceirizando aquelas atividades que são economica- mente melhor desempenhadas por outras organizações que as tem como produto do seu trabalho e que, consequentemente, passam a serem parceiros no negócio da empresa. Um exemplo clássico é o da indústria automotiva, formando uma cadeia produtiva. Para a organização pública não está sendo diferente. Hoje se tem, por exemplo, serviços como segurança, manutenção e limpe- za realizados por terceiros e que até pouco tempo eram realizados Didatismo e Conhecimento 10 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos pela organização com um quadro próprio de servidores. Como a prática administrativa na organização pública precisa de uma base jurídica, a Instrução Normativa Nº 02 de 30 de Abril de 2008 dis- põe sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, conti- nuados ou não, definindo, em seu Art. 6º, que os serviços continua- dos que podem ser contratos por terceiros são aqueles que apoiam a realização de atividades essenciais ao cumprimento da missão institucional do órgão ou entidade. Essas atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do órgão ou entidade pode- rão ser objeto de execução indireta (Art. 1º do Decreto 2.271/97). É interessante observar os seguintes conceitos relativos à lo- gística: - Função logística é a reunião, sob uma única designação, de um conjunto de atividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza. - Atividade logística é um conjunto de tarefas afins, reunidas segundo critérios de relacionamento, interdependência ou de si- milaridade. - Tarefa logística é um trabalho específico e limitado no tem- po, que agrupa passos, atos ou movimentos interligados segundo uma determinada sequência e visando à obtenção de um resultado definido. As funções logísticas primárias (o ciclo crítico) O conceito de logística identifica aquelas funções ou ativi- dades que são de importância primária para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas atividades-chave são: Transporte, Manutenção de Estoques, Processamento de Pedidos. Constituem o “ciclo crítico de atividades logísticas”. O resultado final é prover o cidadão (cliente final) quando e onde necessitar, com a melhor alocação de recursos (menor custo). a. A função logística primária de transportes Para a maioria das organizações, o transporte é a atividade logística mais importante simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma instituição pode operar sem providenciar a movimentação de seu produto (bem/serviço) de alguma forma. Implica na utilização dos modais de transporte para se movimen- tar bens. Este movimento é realizado pelos modais de transporte: aeroviário, dutoviário, ferroviário, hidroviário; rodoviário, inter- modalidade e multimodalidade. Os transportes adicionam valor de “lugar” ao produto. b. A função logística primária de manutenção de estoques Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de bens, é necessário manter estoques, que agem como “amortecedores” en- tre a disponibilidade e a necessidade (oferta e demanda). O estoque agrega valor de “tempo”. Na administração pública, a Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, da Secretaria de Administração Pública da Presidência da República (SEDAP/PR), trata do assunto no item DA AQUISIÇÃO: - “As compras de material, para reposição de estoques e/ou para atender necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do Departamento de Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou ainda, pelas corres- pondentes repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou seccionais, (delegacias, distritos, etc.)”. Uma questão importante é saber qual o nível de estoque mais adequado para a organização. Para isso, crescem em importância para a gestão de estoques as variáveis “quantidade” e “tempo”. Essas variáveis compõem os chamados fatores de ressuprimento. POZO expressa que uma das técnicas utilizadas para a avalia- ção dos níveis de estoques é o enfoque da dimensão do “lote eco- nômico” para a manutenção de níveis de estoques satisfatórios e que é denominado de “sistema máximo-mínimo”. O funcionamen- to do sistema consiste na necessidade nas seguintes informações básicas para cada material: - Estoque mínimo ou de segurança que se deseja manter (EMin/ESeg); - O momento em que nova quantidade de material deve ser adquirida, o Ponto do Pedido (PP); - O tempo necessário para repor o material (TR); - A quantidade de material que deve ser adquirida, ou seja, o Lote de Compra ou Ressuprimento (LC); e - Quando o material é recebido e aceito pela organização, tem- se o estoque máximo (EMax). A IN 205/88, no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, emprega essas variáveis quando expressa que o acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de “quando” e “quanto” comprar deverão ocorrer em função da aplicação de fatores de ressuprimento e suas respectivas fórmulas constantes no dispositivo legal e aplicáveis à gerência de estoques. Os fatores de ressuprimento são: Tempo de Aquisição, Intervalo de Aquisição, Ponto de Pedido, Consumo Médio Mensal, Estoque Mínimo, Estoque Máximo e Quantidade a Ressuprir. Como pode-se inferir esses fatores constituem o sistema máximo-mínimo com o enfoque da dimensão do lote econômico para a manutenção de níveis de estoques satisfatórios. Tempo de Aquisição (T) Conforme consta no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, da IN 205/88, é entendido como o período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o recebimento domaterial no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês). Intervalo de Aquisição (I) Compreende o período entre duas aquisições normais e suces- sivas (IN 205/88). Ponto de Pedido (Pp) É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina imediata emissão de um pedido de compra, visando completar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c) pelo Tempo de Aquisição (T) (IN 205/88). Consumo Médio Mensal (c) É a média aritmética do consumo nos últimos 12 meses (IN 205/88). Estoque Mínimo (Em) É a menor quantidade de material a ser mantida em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado para certo período ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Men- sal (c) por uma fração (f) do tempo de aquisição (T) que deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T (IN 205/88). Essa fração Didatismo e Conhecimento 11 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos (f) do Tempo de Aquisição (T) é o chamado fator de risco que a organização está disposta a assumir com relação à ocorrência de falta de estoque. É básico para o adequado estabelecimento do Ponto de Pedido (Pp). Estoque Máximo (EM) É a maior quantidade de material admissível em estoque, sufi- ciente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento, obsoletis- mo, etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88). Quantidade a Ressuprir (Q) É o número de unidades a adquirir para recompor o Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88). No item SANEAMENTO DE MATERIAL, a IN 205/88 ex- pressa que essa atividade visa a otimização física dos materiais em estoque ou em uso decorrente da simplificação de variedades, reutilização, recuperação e movimentação daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como a alienação dos antieconômi- cos e irrecuperáveis”; “Os estoques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises. Essas atividades são responsáveis pela iden- tificação dos itens ativos e inativos”. c. A função logística primária de processamento de pedidos É a atividade que inicializa a movimentação de bens e a pres- tação de serviços. Sua importância deriva do tempo necessário para levar bens e serviços aos consumidores. Para a organização pública, o início dessa atividade pode ser considerado por ocasião do levantamento das necessidades organi- zacionais, no ano vigente, a serem incluídas na previsão orçamen- tária para o exercício financeiro do ano seguinte. Após a liberação orçamentária no início do ano em exercício é que as instituições podem começar a realizar seus processos de licitações e contratos. Essa consideração visa esclarecer uma prática bastante co- mum nas organizações públicas quanto à solicitação de material feita pelas áreas demandantes. É comum o entendimento equivo- cado de que o pedido de material feito pela área demandante é para efetuar a compra, ou seja, um “pedido de compra”. O pedido realizado é para “fornecimento” através de uma requisição ou ta- bela de provisão (IN 205/88). A definição do “quanto comprar” já deve ter sido realizada por ocasião do processo de previsão do orçamento no ano anterior, e a consequente liberação orçamentária no ano vigente para a decisão dos gestores em relação ao “quando comprar”, com os ajustes, se for o caso, na definição do “quanto comprar”. Esse esclarecimento é importante pois visa valorizar o planejamento na instituição. É importante destacar que a descrição do material para o Pedi- do de Compra deverá ser elaborada através do método Descritivo, que identifica com clareza o item através da enumeração de suas características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempe- nho, possibilitando sua perfeita caracterização para a boa orien- tação do processo licitatório e deverá ser utilizada com absoluta prioridade, sempre que possível. E pelo método Referencial, que identifica indiretamente o item, através do nome do material, alia- do ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo fa- bricante, não representando necessariamente preferência de marca (IN 205/88). As necessidades de uma organização pública são atendidas por BENS contratados por meio de atividades de COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua EXECUÇÃO. Esses contratos são oriundos de um procedimento adminis- trativo formal chamado de LICITAÇÃO, em que o órgão público convoca, por meio de condições estabelecidas em ato próprio (edi- tal/convite) as empresas interessadas. Tem por objetivos a obser- vância do princípio constitucional da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA MAIS VANTAJOSA para a administração pública. As funções logísticas de apoio Apoiam as atividades primárias: Armazenagem, Manuseio de Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção, Programação de Produtos e Manutenção de Informação. a. A função logística de apoio de armazenagem Uma questão básica do gerenciamento logístico nas organiza- ções públicas é como estruturar sistemas de distribuição/prestação capazes de atender, otimizando a aplicação de recursos, o cida- dão-cliente geograficamente disperso das fontes de distribuição/ prestação de um bem/serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos em termos de disponibilidade de estoque e tempo de atendimento. A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO de materiais para as entidades públicas. Expressa que o recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público no local previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almo- xarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará nos locais de- signados. Qualquer que seja o local de recebimento, o registro de entrada do material será sempre no almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de: compra, ces- são, doação, permuta, transferência, produção interna. No item ARMAZENAGEM expressa que essa atividade com- preende a guarda, localização, segurança e preservação do material adquirido, a fim de suprir adequadamente as necessidades opera- cionais das unidades integrantes da estrutura do órgão ou entidade. b. A função logística de apoio de manuseio de materiais Diz respeito à movimentação do bem no local de estocagem. São atividades: de seleção do equipamento de movimentação e ba- lanceamento da carga de trabalho. No setor público, pode-se inferir que essa função logística está caracterizada na Instrução Normativa Nr. 205/88, no item ARMA- ZENAGEM, onde se verifica: “os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um rápido inventário”; “os materiais que possuem grande movimentação devem ser esto- cados em lugar de fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material que possui pequena movimentação deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição”; “os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso utili- zar corretamente os acessórios de estocagem para os proteger”; “a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores de incêndio ou à circulação de pessoal Didatismo e Conhecimento 12 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos especializado para combater a incêndio (Corpo de Bombeiros)”; “os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de facilitar a movimentação e inventário”; “os materiaispesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a movimentação”; e “quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento (distância de 70 cm aproxi- madamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes)”. c. A função logística de apoio de embalagem de proteção Destina-se a movimentar bens sem danificá-los. No governo, a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do “comprasnet”, apre- senta, no item ARMAZENAGEM, as atividades a serem realiza- das pelo gestor público nesta função logística: “os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quan- do houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização”; “a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso ao local de armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item, permitindo a fácil e rápida leitura de identificação e das demais informações registradas”. d. A função logística de apoio de obtenção A função obtenção é também tratada como suprimentos e aquisição. Independente do termo usado é basicamente uma fun- ção de compras. O termo “compras”, para o órgão ou entidade pública, deve ser entendido como toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento de uma só vez ou parceladamente (Art. 6º da Lei 8.666/93). Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere-se àque- las atividades que ocorrem entre a organização e os seus fornece- dores e, geralmente, dá a impressão de tratar-se de “compras”. Para o autor existem três variáveis-chave no processo de fornecimento para a organização: o preço, a qualidade e a disponibilidade ou entrega do produto. É a atividade que deixa o BEM disponível para o sistema produtivo organizacional. Devem-se considerar as seguintes decisões: quantidades a serem obtidas; programação de compras; localização de fornecedores e a forma física das mer- cadorias: As quantidades a serem obtidas envolvem decisões sobre “o que deve ser comprado” de fontes externas e sobre “o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez, as quantidades a serem compradas devem ser abordadas pelo total a ser comprado e pelo tamanho do lote individual de entrega e/ou de compra. A programação de compras envolve os aspectos de volume e da frequência das compras. A determinação do “tempo certo” é uma questão-chave. A localização de fornecedores envolve a “variável distância” que implica no tempo para a entrega do suprimento. Fontes pró- ximas têm vantagens, pois a entrega pode ser mais rápida e há menor risco de interrupções no transporte. A forma física das mercadorias influencia o fluxo de mate- riais entre o fornecedor e o comprador, sendo essencial para a efi- ciência da movimentação no que se refere ao uso de equipamentos adequados para a movimentação, à conversão de um para outro tipo de acondicionamento da mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal de transporte mais apropriado. Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é vista como uma extensão da programação do processo produtivo orga- nizacional, pois é onde são geradas as informações de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu). Para a organização pública, podemos observar a necessidade dessas informações na IN 205/88 em seu item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer em função da aplicação de fórmulas constan- tes na referida Instrução Normativa. Ainda na IN 205/88, pode ser encontrado no item DA RE- QUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa de material (ou nota de transferência), além de outros dados informativos jul- gados necessários, deverá conter: descrição padronizada do mate- rial; quantidade; unidade de medida; preços (unitário e total); nú- mero de volumes; peso; acondicionamento e embalagem; e grau de fragilidade ou perecibilidade do material”. No setor público, pode-se considerar a aplicação do concei- to de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de material, para reposição de estoques e/ou para atender necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do Departamento de Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou sec- cionais. e. A função logística de apoio de programação do produto Não diz respeito à programação detalhada da produção, exe- cutada diariamente pelos programadores de produção. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação de serviço. Trata do fluxo de saída. Nas organizações públicas, a missão institucional estabelece o produto organizacional e o seu regimento interno regula as ati- vidades administrativas a serem desenvolvidas para a consecução de metas e objetivos estabelecidos para atender as necessidades do público-alvo organizacional, caracterizando essa função logística. f. A função logística de apoio de manutenção de informação Segundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial para o desempenho das funções logísticas em qualquer organização por- que disponibiliza fatos e dados para o gestor agrupá-los e analisá- -los a fim de tomar decisões administrativas organizacionais. Como toda organização integra uma ou várias cadeias de su- primentos a informação se torna ainda mais importante porque permite que a gerência tome decisões sobre um amplo escopo que abrange interação de funções e interação com outras instituições, sendo influenciada por fatores do ambiente externo à organização, tais como: econômico, político-legal, sócio cultural, tecnológico, fisiográfico e ecológico. Para realizar a integração das funções logísticas, o gestor pú- blico deve se valer de informações, além daquelas sobre os obje- tivos da análise dos fatores ambientais, as relativas ao fornecedor, às funções logísticas críticas (transporte, manutenção de estoque e processamento de pedidos) e as funções logísticas de apoio (armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de produto) cujo resultado será o estabe- lecimento do nível de serviço desejado, possível e adequado às características do público-alvo organizacional. A necessidade de Didatismo e Conhecimento 13 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos informação sobre essas áreas agrega valor às atividades adminis- trativas organizacionais, permitindo melhor coordenação entre os envolvidos no negócio público, configurando uma engrenagem logística. Enfim, para a organização pública, a importância da Logística está no fato de que ela permite administrar o fluxo dos bens/servi- ços de onde eles são transformados para o local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo e com o emprego adequado dos recursos públicos disponíveis, proporcionando o nível de serviço desejado pela sociedade. Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes pela es- pecialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às outras regiões. Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a técnica logísti- ca nas atividades administrativas de uma organização pública é estabelecer uma relação entre os dispositivos legais e normativos vigentes para o setor público com os conceitos e procedimentos logísticos aplicáveis às atividades funcionais do gestor público e aos processos administrativos de sua instituição com vistas: a uma convergência aos padrões internacionais de logística aplicados a uma organização (pública ou privada); a adoção de procedimentos e práticas que permitam o reconhecimento, a mensuração, a ava-liação e a evidenciação das funções logísticas nas atividades admi- nistrativas públicas; a configuração de um sistema logístico no âm- bito da organização, valendo-se dos instrumentos administrativos existentes; e a caracterização e a consolidação das informações de natureza logística constantes nos sistemas estruturadores do go- verno e nos dispositivos legais e normativos para a administração pública. ]Custos Logisticos Muitas pessoas que estudam e trabalham com logística às ve- zes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o que compõe o processo logístico. Quando se está em uma empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo (ou por onde está saindo!), e compreender quais são os componentes dos custos logísticos é essencial nessa área. A função mais conhecida da logística são os transportes, e eles representam o maior percentual dos custos logísticos para a maioria das empresas. Considerando que a matriz de transporte brasileira, que utiliza fundamentalmente o transporte rodoviário mesmo para longas distâncias, faz com que os custos de trans- portes sejam muito elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os variáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o custo é pago na forma de frete. Outro fator importante na composição dos custos logísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e frequente, então pode- mos manter níveis de estoques baixos, mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro lado, se os lotes são grandes (grandes volu- mes, pouca frequência), então o estoque médio será alto e custo de estocagem será elevado. O custo do estoque é composto por diver- sos elementos: (1) o próprio valor do estoque que poderia estar in- vestido rendendo juros e pela oportunidade do capital; (2) manter o estoque também custa dinheiro: seguros, obsolescência, perdas e outros riscos associados; (3) durante a operação de transportes, um pouco do estoque fica indisponível dentro dos caminhões – assim, o estoque em trânsito também compõe este custo; (4) finalmente, caso os estoques não sejam bem gerenciados, a empresa terá uma falta de produtos, e este custo é difícil de ser mensurado. O local onde é feita a armazenagem também compõe o cus- to logístico. Assim, o custo com armazenagem envolve impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém seja alugado); para manusear os produtos são necessários equipamentos de movimen- tação e armazenagem, além de salários (e encargos) dos funcio- nários. Um pouco menores, mas também importantes de serem consi- derados, estão os custos do pedido: custos relacionados ao material utilizado (papel, materiais de escritório, computadores), custos de pessoal (salários e encargos) e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros). Gestão de estoque Um dos itens mais importantes do Ativo de uma empresa co- mercial é o estoque. Essa importância advém não só de sua alta participação percentual no total do Ativo, mas também do fato de ser a partir dele que se determina o custo das mercadorias ou produtos vendidos. O estoque representa o custo das mercadorias possuídas por uma empresa numa data especifica. Ou seja, é uma conta que registra os bens adquiridos para serem revendidos ou transformados. O tipo de estoque que uma empresa possui, depende do seu objetivo social: se for uma empresa que comercializa produtos, ela compra e vende os mesmos produtos e seu estoque é constituído de mercadorias. Assim sendo, a venda de estoques gera receita de vendas, custo de mercadorias ou produtos vendidos e estoque final. O termo Custo de Mercadorias entende-se que é o preço pago pela mercadoria, acrescido de outras despesas para movimentação do estoque, deduzido os impostos recuperáveis e o valor de mercado. O princípio básico é que o custo das mercadorias adquiridas deve compreender todos os gastos que a empresa realiza para ad- quiri-las e colocá-las em condições de serem vendidas. Para uma empresa que compra e vende mercadorias, tais custos incluem o preço de compra e os gastos com transporte, recepção, inspeção e colocação nas prateleiras, além de custos administrativos associa- dos ao controle dos estoques. (STICKNEY, 2001, P.340). Diante da existência do custo das mercadorias e do valor de mercado, sur- ge a necessidade de escolher o menor valor para avaliar o estoque. O problema para se chegar a essa conclusão, prende-se ao fato da empresa ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas dis- tintas, com custos unitários diferentes. Se a empresa conseguir identificar qual unidade foi vendida e quais unidades ficaram em estoque no final do período, a men- suração do custo das mercadorias vendidas e do estoque final não apresenta problemas. A semelhança física entre unidades de alguns produtos, entretanto, cria dificuldades para a identificação de quais unidades foram vendidas e quais ficaram em estoque. Mesmo quando avanços na tecnologia permitem que a empresa acompa- nhe cada item de seu estoque, ela pode preferir não fazê-lo, dados os custos envolvidos. (STICKNEY, 2001, p.339). Desta forma, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do balanço. Favaro et al. (1997, p.219), destaca que: “o importante é que de acordo com os princípios contábeis (do custo original como base de valor), deve se trabalhar com os Didatismo e Conhecimento 14 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS\ Oficial de Serviços Administrativos valores de aquisição (entradas) das mercadorias, o que pode variar é o critério adotado para sua valoração”. Considerando esse pon- to de vista são varias as possibilidades de atribuição desse valor. Qualquer um dos métodos de valoração dos estoques, quando uti- lizados nas mesmas condições de quantidades e preços, manterá a situação real das empresas nas mesmas igualdades, com a mesma quantidade de estoque, porém segundo Favaro et al. (1997, p.253), os resultados são influenciados pelos diferentes critérios de valo- ração de seus estoques, que provocam diferença no custo das mer- cadorias vendidas interferindo assim na obtenção do lucro bruto na Demonstração de Resultado do Exercício. Isso quer dizer que os resultados obtidos são diferentes, em consequência dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora todos tenham como base o mesmo custo de aquisição. Alguns critérios de avaliação de estoques: - Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), do in- glês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros artigos a entra- rem no estoque, serão aqueles que sairão em primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve ser considerado pelo valor de compra desses primeiros artigos. O estoque apresenta uma re- lação forte com o custo de reposição, pois esse estoque representa os preços pagos recentemente, adotar este método, faz com que haja oscilação dos preços sobre os resultados, pois as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das prin- cipais razões pelas quais alguns se mostram contrários a este mé- todo. As vantagens o desse método consistem no controle preciso dos materiais, pois são ordenados em uma base contínua de acordo com sua entrada, o que é importante, quando se trata de produtos sujeitos a mudança de qualidade, decomposição, deterioração etc.; o resultado obtido revela o custo real dos artigos específicos utili- zados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do estoque e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira sistemática e lógica. - Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do inglês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar estoque bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as pri- meiras unidades vendidas
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