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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALAGOAS - CAMPUS PENEDO CURSO TÉCNICO INTEGRADO EM MEIO AMBIENTE MARIA GRAZIELA DE OLIVEIRA ROCHA ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E AMBIENTAL DO RIACHO IPIRANGA, MUNICÍPIO DE IGREJA NOVA-AL. PENEDO - AL 2019 MARIA GRAZIELA DE OLIVEIRA ROCHA ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E AMBIENTAL DO RIACHO IPIRANGA, MUNICÍPIO DE IGREJA NOVA-AL. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito de término do curso Técnico Integrado em Meio Ambiente, do Campus Penedo, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas, para obtenção do título de Técnico em Meio Ambiente. Orientador: Me. Adriano de Souza Freitas Coorientadora: Dra. Luciane Brito Oliveira PENEDO - AL 2019 MARIA GRAZIELA DE OLIVEIRA ROCHA ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E AMBIENTAL DO RIACHO IPIRANGA, MUNICÍPIO DE IGREJA NOVA-AL. Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do curso Técnico em Meio Ambiente, sob orientação do Prof. Me. Adriano de Souza Freitas. Aprovado em: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Ms. Adriano de Souza Freitas Instituto Federal de Alagoas ________________________________________________ Prof. Dra. Luciane Brito Oliveira Instituto Federal de Alagoas ________________________________________________ Prof. Dr. Gleica Maria Correia Martins Instituto Federal de Alagoas Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por toda a sabedoria, coragem e paciência que me foi dada para seguir até aqui, sem vós eu jamais iria conseguir êxito. À minha família, por toda a ajuda e apoio, por acreditarem em mim e sempre me incentivar a seguir, vocês são o meu tesouro, meu porto seguro. Amo vocês! AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido graça e sabedoria para seguir esta trajetória até aqui, por ter me dado paciência e forças em todas as vezes que pensei em desistir pensando que não daria conta, e por ter fortalecido minha fé para crer em dias melhores. Sem vós, com certeza, eu não conseguiria! À minha família, por todo o apoio desde o início. Principalmente aos meus pais, que sempre me educaram e me incentivaram a estudar, para eu me tornar uma mulher independente que sempre deve seguir em busca de seus sonhos, e é isso que estou me tornando graças a vocês! Ao meu irmão e minhas irmãs, que sempre me ajudaram no que precisei, se preocupando comigo e sempre com palavras positivas! Ao meu avô, por sempre me tratar com carinho e atenção desde sempre! Vocês são meu porto seguro! Agradeço também a todos os professores que tive na vida, vocês foram essenciais para o meu crescimento acadêmico e profissional. Sou grata especialmente aos meus professores do IFAL - Campus Penedo por cada palavra de incentivo e por fazerem eu me encantar cada vez mais com o curso, com tanto amor e compreensão que vocês ofereciam. A vocês, devo grande parte do meu desenvolvimento acadêmico e aprendizado! Ao meu orientador Adriano Souza Freitas e à minha coorientadora Luciane Brito Oliveira por todo o esforço para que eu desse o meu melhor durante a produção desse TCC, pela compreensão que tiveram comigo, e por todo o desenvolvimento acadêmico que me possibilitam ter. Eu não deveria ter parceria melhor para me orientar, muito obrigada! Agradeço à Luzia Oliveira e ao Jean Jesus que sempre me deram apoio antes e durante a elaboração deste TCC, Luzia sempre preocupada perguntando como estava indo e se propondo a me ajudar, e Jean me ajudando na metodologia e análises, que foram essenciais. Também sou grata à professora Lilian, por todo o apoio e ajuda para que fosse realizado com êxito este trabalho. Vocês são ótimos, obrigada! A todos vocês, o meu mais sincero muito obrigada! Só é verdadeiramente digno da liberdade, bem como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la (Johann Goethe). RESUMO Durante séculos as ações antrópicas causaram problemas ambientais, sobretudo danos aos recursos hídricos o que altera índices de qualidade da água, prejudicando os demais ecossistemas e podendo prejudicar a saúde humana. Embasado nesse pressuposto, o presente estudo tem o objetivo de analisar os impactos ambientais existentes no riacho Ipiranga, localizado no município de Igreja Nova – Al. Além disso, foram coletadas amostras em três pontos do riacho: antes da área habitada, durante e após, a fim de analisar os impactos em áreas geograficamente determinantes. Foram realizadas análises de parâmetros físico-químicos e microbiológicos, como: pH, turbidez, OD, STD, Salinidade, Condutividade, Coliformes Totais e Escherichia coli. As análises dos parâmetros foram realizadas em campo, por meio da sonda multiparâmetro e outras no laboratório do Instituto Federal de Alagoas, Campus Penedo. A partir dos resultados foi observado que a qualidade da água não está de acordo com os valores estabelecidos pela portaria vigente, MS, apresentando baixos índices de OD, altos valores de CE, STD e turbidez, além de apresentar contaminação por Escherichia Coli nos três pontos de coleta, resultante, principalmente, do contato com dejetos de animais e efluentes humanos. Conclui-se que não há preservação nem conservação do riacho e de suas margens, pois foi encontrado pontos de lançamento de poluição hídrica, além da ausência de mata ciliar, e a partir das análises observou-se que a qualidade da água do riacho está alterada. Palavras-chave: Águas Superficiais. Qualidade Hídrica. Impactos Ambientais. ABSTRACT For centuries, anthropic actions have caused environmental problems, especially damage to water resources, which alters the quality of waters, damaging the other ecosystems and may harm human health. Based on this assumption, the present study aims to analyze the environmental impacts existing in the Ipiranga Creek, located in the municipality of Igreja Nova – AL. In addition, samples were collected in three points of the creek: Before the inhabited area, during and after, in order to analyze the impacts in geographically determinant areas. Physicochemical and microbiological parameters were analyzed, such as: pH, staining, turbidity, OD, SDT, salinity, Electric conductivity, total coliforms and Escherichia coli. The analysis of the parameters were performed in the field, through the Multiparameter probe and others in the laboratory of the Federal Institute of Alagoas, Campus Penedo. From the results it was observed that the water quality does not conform to the values established by the current Ordinance, MS, presenting low OD indexes, high values of CE, STD and turbidity, besides presenting contamination by Escherichia Coli in Three collection points, mainly resulting from contact with animal manure and human effluent. It is concluded that there is no preservation or conservation of the creek and its margins, because it was found water pollution launch points, in addition to the absence of riparian forest, and from the analyses it was observed that the quality of the stream is altered. Keywords: Surface Water. Hydric Quality. Environmental Impacts. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – MAPA DO RIACHO IPIRANGA. ....................................................................................................... 21 FIGURA 2 – MAPA MOSTRANDO OS PONTOS DE COLETA DAS AMOSTRASDO RIACHO IPIRANGA. ......................... 22 FIGURA 3 – COLETANDO A AMOSTRA DA ÁGUA DO RIACHO. ............................................................................. 25 FIGURA 4 – ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA EM CAMPO COM A SONDA MULTIPARÂMETRO. .......................................... 26 FIGURA 5 – AMOSTRAS NA ESTUFA BACTERIOLÓGICA. .................................................................................... 27 FIGURA 6 – AMOSTRAS NA CÂMARA DE LUZ ULTRAVIOLETA DO SAAE. ............................................................. 28 FIGURA 7 – MURO CONSTRUÍDO À MARGEM DO RIACHO IPIRANGA. .................................................................. 33 FIGURA 8 – CRIAÇÃO DE ANIMAIS À MARGEM DO RIACHO. ................................................................................ 34 FIGURA 9 – EROSÃO ÀS MARGENS DO RIACHO. ............................................................................................... 35 FIGURA 10 – RESÍDUOS SÓLIDOS JOGADOS ÀS MARGENS DO RIACHO IPIRANGA. .............................................. 36 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - PADRÕES DE POTABILIDADE DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS. ................................................... 18 TABELA 2 - CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DOS PONTOS DE COLETA. ............................................................... 23 TABELA 3 - RESULTADO DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA DO RIACHO IPIRANGA. ................................. 29 TABELA 4 – RESULTADOS DA A ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DO RIACHO IPIRANGA. ............................... 31 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APP CE CF IBGE MS OD pH PNMA Área de Preservação Ambiental Condutividade Elétrica Constituição Federal Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Ministério da Saúde Oxigênio Dissolvido Potencial Hidrogeniônico Política Nacional do Meio Ambiente STD Sólidos Totais Dissolvidos UV VMP Ultravioleta Valor Máximo Permitido SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 12 2. OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS 15 2.1. OBJETIVO GERAL 15 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15 3. REFERENCIAL TEÓRICO 16 3.1. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 16 3.2. A QUESTÃO AMBIENTAL E PROBLEMAS AMBIENTAIS 17 3.3. PADRÕES DE POTABILIDADE E PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA 17 3.3.1. OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) 18 3.3.2. POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (PH) 18 3.3.3. TURBIDEZ 19 3.3.4. SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS (STD) 19 3.3.5. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (CE) 20 3.3.6. SALINIDADE 20 3.3.7. COLIFORMES TOTAIS E TERMOTOLERANTES 20 4. MATERIAIS E MÉTODOS 21 4.1. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO 22 4.2. COLETA DAS AMOSTRAS DE ÁGUA 24 4.3. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS 25 4.4. ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS 26 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 29 5.1. ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA 29 5.2. ANÁLISE MICROBIOLÓGICA 31 5.3. DEGRADAÇÃO DO RIACHO 32 5.3.1. MATA CILIAR 33 5.3.2. POLUIÇÃO 35 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 APÊNDICE 43 12 1. INTRODUÇÃO No período Neolítico (de 8000 a.C a 5000 a.C), conhecido como Idade da Pedra Polida, o homem deixou de ser nômade e tornou-se sedentário, principalmente por encontrar ambientes capazes de suprir as necessidades que buscava, o que levou ao desenvolvimento das primeiras sociedades agropastoris. Estas terras ocupadas eram próximas a corpos hídricos superficiais, pois possibilitava facilmente o uso da água para o consumo humano e dessedentação1 de animais, o cultivo de alimentos, além de possibilitar facilmente o lançamento de resíduos oriundos de atividades domésticas nestes rios e riachos. Desde então, a população se encontra mais próxima a águas superficiais, principalmente devido a essas condições (POTT, C; ESTRELA, C., 2017). Em conformidade com a Política Nacional dos Recursos Hídricos, Lei n° 9.433/1997, torna-se assegurado que a água é um recurso natural limitado, de domínio público e dotado de valor econômico, além de, assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água (BRASIL, 1997). Em virtude do aumento gradativo da população, das grandes cidades e avanço tecnológico, atrelados à ausência de preocupação ambiental como práticas de desperdício e poluição hídrica, este recurso torna-se menos acessível. A água é utilizada para diversas atividades: consumo humano, dessedentação de animais, agricultura, geração de energia, navegação, turismo e recreação (BRASIL, 1997). Além disso, os múltiplos usos da água e ocupação do solo contribui com uma parte da poluição hídrica, capaz de alterar as propriedades físico-químicas e microbiológicas, além de ambientais, por exemplo, as matas ciliares que é de enorme importância para manter o equilíbrio ecossistêmico e, portanto, sobrevivência dos seres vivos aquáticos. Consequentemente, prejudica as cadeias tróficas (cadeias alimentares) dos organismos presentes nestes ecossistemas, como argumenta Milano2: 1 Ato de matar a sede. 2 MILANO, Miguel Serediuk. Meio ambiente, desenvolvimento e conservação da natureza. In: CARBOGIM, João Bosco Priamo; PALAZZO JUNIOR, José Truda (Org.). CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, E EU COM ISSO? Fortaleza: Fundação Brasil Cidadão, 2012. p. 17-18. Disponível em: <https://docplayer.com.br/367239-Conservacao-da-natureza-e-eu-com-isso.html>. Acesso em: 10 mai. 2019. 13 As atividades humanas levaram o planeta à beira de uma onda maciça de extinção de espécies, ameaçando ainda mais nosso bem-estar; dois bilhões de pessoas estão vivendo em regiões secas sob alta vulnerabilidade de perder acesso à água como questão um serviço provido por ecossistemas; os ecossistemas estão sob impacto crescente das mudanças climáticas e da poluição por nutrientes, e várias espécies de peixes estão sob drásticas condições de vulnerabilidade (MILANO, p. 17-18, 2012). Ou seja, a maioria das atividades antrópicas é responsável por diversos problemas ambientais, que acarretam inclusive em extinção de espécies e danos à saúde humana, um verdadeiro desequilíbrio ambiental. Isto fortalece ainda mais a importância de verificar a qualidade hídrica e real situação da água, com base nos padrões de qualidade estabelecidos pelas normas vigentes: Resolução CONAMA n° 357/2005 e a Portaria MS nº 2914/2011. O art. 225 da Constituição Federal de 1988 assegura a todos os brasileiros o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como a qualidade de vida. Baseado nisso, o Ministério da Saúde juntamente com programas governamentais e ambientais visam minimizar os impactos à saúde humana advindos também dos problemas ambientais existentes (BRASIL, 2009). Além de assegurar direitos ambientais aos seres humanos, o artigo também estabelece que é dever do poder público e da sociedade civil preservar e conservar o meio ambiente, este direito fundamental e o dever constado na Constituição também passou a ser assegurado após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, no princípio 1º da Declaração de Estocolmo em 19723: O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras (ONU, p. 2, 1972). Ademais, consiste na Lei de Saneamento Básico (Lei n° 11.445/2007) que os cidadãos têm direito aos serviços de saneamento básico a fim de garantir a saúde humana. Esta lei também conceitua saneamento básico como “o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, 3 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano. In: Anais Conferência das NaçõesUnidas sobre Meio Ambiente Humano. Estocolmo, 6p., 1972. Disponível em:< https://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/DesenvolvimentoSustentavel/1972_Declaracao_Estocolm o.pdf> Acesso em: 02 mai. 2019. 14 limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas” (BRASIL, 2007). Com isso, saneamento básico está diretamente relacionado às condições de saúde humana. Além da qualidade da água, há também a preocupação quanto ao equilíbrio ambiental entre os ecossistemas, pois os ecossistemas estão interligados e, se houver degradação em um, pode alterar outros ecossistemas, como exemplo prático disto é o lixão. O lixão é um local onde vários tipos de resíduos são jogados, sem nenhum tratamento, devido a isso os resíduos podem sofrer reações pela toxidade, reatividade e corrosão de alguns levando a produção e lançamento de gases poluentes do efeito estufa na atmosfera, também há a produção do chorume (líquido altamente tóxico advindo da decomposição do lixo) o qual infiltra o solo, poluindo-o, até chegar ao lençol freático, contaminando-o e podendo ir até nascentes. Portanto, além das análises físico-químicas faz-se imprescindível analisar as características ambientais ao longo do riacho, pois elas são capazes de alterar direta/indiretamente a qualidade da água e causar desequilíbrio ao meio ambiente. Devido à importância da preservação do meio ambiente para o equilíbrio ambiental, inclusive para saúde humana, faz-se necessário analisar da água do riacho Ipiranga, localizado em Ipiranga Igreja Nova – AL, além de verificar os problemas ambientais existentes devido aos usos múltiplos da água do riacho e a ocupação do solo. 15 2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS 2.1. Objetivo Geral Avaliar, por meio de parâmetros físico-químicos, microbiológicos e aspectos ambientais, a qualidade da água do riacho Ipiranga, localizado em Igreja Nova – AL, além de verificar os problemas ambientais existentes devido aos usos múltiplos da água do riacho e a ocupação do solo. 2.2. Objetivos específicos • Perceber possíveis degradações às margens do riacho, advindas de atividades antrópicas como poluição e desmatamento; • Analisar parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água para avaliação da qualidade da água; • Delinear as consequências ao ecossistema devido às alterações nas margens do corpo hídrico, como a ausência de mata ciliar, criação de animais e descarte incorreto de efluentes domésticos; • Relacionar as atividades antrópicas realizadas durante o percurso do riacho com os resultados obtidos das análises físico-químicas. 16 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1. Legislação Ambiental A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei n° 9433/1997, também conhecida como Lei das Águas, descreve a gestão das águas no Brasil a partir do estabelecimento dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos de domínio federal, e a responsabilidade para que seja promovida a garantia dos usos múltiplos dos recursos hídricos, além dessas questões criou o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SINGREH). Destaca-se que possui o objetivo de controlar os usos múltiplos dos recursos hídricos e o meio ambiente de modo qualitativo e quantitativo, considera a água um recurso finito, vulnerável e dotado de valor econômico. Foi estabelecida pela Lei nº 6.938/1981 a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), que tem como objetivo geral garantir a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, além disto foi a partir dela que foi criado o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). A Resolução CONAMA nº 357/2005 dispõe da classificação dos corpos hídricos e diretrizes para o enquadramento dos corpos de águas, além de estabelecer condições e padrões de lançamento dos efluentes nos cursos d’água, dando também providências para manter e garantir a qualidade hídrica. Ainda, esta resolução discorre que a água engloba as preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios de função ecológica, da precaução e prevenção (BRASIL, 2005). De acordo com o Código Florestal, Lei 12.651/2012, todos os cursos d’água deve possuir em suas nascentes e entorno de seus leitos uma faixa marginal de vegetação denominada mata ciliar, com a finalidade de garantir o equilíbrio ambiental além de garantir o fluxo gênico entre as espécies. Esta lei constitui definições como Área de 17 Preservação Ambiental e Reserva Legal, com um dos objetivos de preservar e conservar as vegetações, além de controlar o uso de matérias primas. 3.2. A questão ambiental e problemas ambientais As ações antrópicas são geralmente o principal fator de variação das características físico-químicas e microbiológicas do ecossistema aquático, principalmente devido à poluição hídrica e ao desmatamento de áreas de preservação ambiental entorno de cursos d’água, tais alterações contribuem direta ou indiretamente na qualidade da água a ponto de deixar o meio aquático inadequado ao consumo humano e à manutenção da vida no bioma (SPERLING, 2005). A degradação da qualidade ambiental pode ser compreendida pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6938/1981) como a alteração adversa das características do meio ambiente, seja elas físico-químicas seja biológicas. Entretanto, toda degradação ambiental que resulte direta ou indiretamente na qualidade do meio ambiente ou da saúde pública é considerada poluição ambiental (BRASIL, 1981). Para Sperling (2005), a poluição da água é caracterizada pelo aumento de substâncias que, direta ou indiretamente, modifica a sua qualidade e que prejudicam seus usos naturais, como abastecimento humano e dessedentação de animais, que estão contidos como usos prioritários em casos de escassez na Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei nº 9433/1997). 3.3. Padrões de Potabilidade e Parâmetros de Qualidade da Água A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde dispõe sobre os procedimentos de vigilância e controle da qualidade da água destinada ao consumo humano, bem como o seu padrão de potabilidade, a partir de análises de parâmetros de qualidade de água. Os padrões de potabilidade, segundo a Portaria 2914/2011 do MS, é um “conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo humano”. Mostra-se a seguir, na tabela 1, os respectivos valores máximos permitidos de parâmetros de água analisados. 18 Tabela 1 - Padrões de Potabilidade de parâmetros físico-químicos. Parâmetros VMP Oxigênio Dissolvido (OD) > 5 mg/L Potencial Hidrogeniônico (pH) 6 a 9,5 Sólidos Totais Dissolvidos (STD) 1000 mg/L Turbidez 5 NTU Fonte: Autoria própria/2019. A qualidade da água pode ser quantificada a partir das características físico- químicas e biológicas, traduzidas na forma de parâmetros. Isto reflete a interferência no ecossistema por efluentes domésticos, industriais e outros materiais orgânicos, nutrientes e sólidos (SPERLING, 2005), com isto, alguns parâmetros de qualidade de água podem ser analisados: 3.3.1. Oxigênio Dissolvido (OD) O oxigênio dissolvido é um importante parâmetro para análise, pois ele é vital para os seres aquáticos aeróbicos (seres que vivem na presença de oxigênio). Durante o processo de decomposição e estabilização da matéria orgânica, as bactérias consomem oxigênio e pode causar a redução de sua concentração na água, quanto maior a quantidade de matéria menor o índice de OD (SPERLING, 2005). Para Sperling (2005), dependendo da magnitude deste fenômeno pode causar a morte dealguns seres vivos, inclusive peixes. A análise de oxigênio dissolvido é essencial para perceber se há vida no ambiente e/ou se é propício a ter (SPERLING, 2005). 3.3.2. Potencial Hidrogeniônico (pH) Segundo Sperling (2005), pH representa a quantidade de íons hidrogênio H+, que colabora para a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. 19 Maier (1978) estudou as águas de ambientes lóticos brasileiros (rios e riachos) e percebeu que o pH destes ambientes é próximo à neutralidade, ou seja, semelhante à água pura que possui o pH 7,0. 3.3.3. Turbidez Para Sperling (2005), a turbidez representa o nível de interferência com a absorção da luz na água, devido à quantidade de sólidos suspensos, conferindo uma aparência turva a ela. Estes sólidos em suspensão inclusive podem servir de abrigo para alguns microrganismos patogênicos, diminuindo a eficiência da desinfecção (SPERLING, 2005). Os principais fatores da turbidez na água são materiais em suspensão, como: silte4, argila, matéria orgânica e outros organismos microscópicos. A depender do grau de turbulência do corpo hídrico há variação no tamanho das partículas presentes no meio. A partir da quantidade existente destas partículas há diminuição no nível de absorção e dispersão da luz no ecossistema aquático, e isto provoca problemas na fotossíntese diminuindo inclusive a quantidade de oxigênio (ANA, 2004). 3.3.4. Sólidos Totais Dissolvidos (STD) Os sólidos totais referem-se à junção dos sólidos em suspensão, coloidais, sólidos dissolvidos, ou ainda, os resquícios de resíduos de matéria orgânica e outras substâncias presentes na água após o processo de vaporação, secagem ou calcinação, que definem as partes dispersas na água (sólidos totais, suspensos, dissolvidos, fixos 27 e voláteis). Os sólidos em suspensão ou dissolvidos no corpo hídrico podem prejudicar a absorção de luz, prejudicando a fotossíntese e diminuindo a quantidade de oxigênio (ANA, 2004). Além disto, o aumento de STD nos corpos d’água pode ser um fator agravante para o assoreamento, que gera problemas para navegação e aumenta o risco de enchentes (ANA, 2004). 4 fragmentos de rocha ou partículas menores que um grão de areia, que entram na formação do solo ou de uma rocha sedimentar. 20 3.3.5. Condutividade Elétrica (CE) A condutividade elétrica corresponde à capacidade de uma solução aquosa conduzir corrente elétrica. Este parâmetro depende da quantidade de íons presentes na solução, pois quanto maior a sua concentração iônica, maior será a facilidade de a solução conduzir tal eletricidade (ANA, 2004). 3.3.6. Salinidade A salinidade é caracterizada pela medida da quantidade de sais existentes nas águas, é uma razão entre a quantidade de sais dissolvidos e a massa de água que serve como solvente, estabelecendo uma proporção. Este parâmetro é essencial para a caracterização dos coros hídricos, pois determina várias propriedades físico- químicas, entre elas a densidade da água, condutividade elétrica e sólidos totais dissolvidos, além do tipo de flora e fauna e os potenciais usos da água (ANA, 2004). 3.3.7. Coliformes Totais e Termotolerantes Os coliformes totais são bactérias não causadoras de doenças, no entanto, a razão desde parâmetro como indicador de contaminação da água é devida alguns aspectos: são bactérias presentes no organismo de animais de sangue quente, inclusive seres humanos; a sua presença indica alto grau de contaminação fecal; são detectadas e quantificadas facilmente; se reproduzem em ambientes aquáticos; são mais resistentes a agentes desinfetantes e vivem mais que germes patogênicos (ANA, 2004). Os Termotolerantes, conhecidos também como coliformes fecais, são caracterizados assim por tolerarem temperaturas acima de 40ºC e reproduzem-se em menos de 24 horas nestas temperaturas. A presença deste parâmetro na água indica alto teor de microrganismos patogênicos, como a bactéria Escherichia Coli, que são responsáveis por doenças de veiculação hídrica, tais como a febre paratifoide, febre tifoide, cólera e disenteria bacilar (ANA, 2004). 21 4. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi desenvolvida no Riacho Ipiranga (Figura 1), localizado povoado Ipiranga, município de Igreja Nova, Alagoas. A área total do município é de 427,029 km², e possui uma população de 23.292 habitantes, sendo sua maioria da zona rural (IBGE, 2017). A partir da ferramenta de geoprocessamento Google Earth foi possível obter a extensão do Riacho Ipiranga que é equivalente a 3,61 km, bem como o perfil de elevação do solo, onde observou-se que a elevação do local da nascente é de 98m, e à medida que o leito se distancia da nascente a sua elevação diminui (anexado). Figura 1 – Mapa do Riacho Ipiranga. Fonte: Autoria própria/2019 Foram coletadas 03 (três) amostras que estão representadas no mapa abaixo (Figura 2) com os pontos de amostragem do riacho. Faz necessário descrever as características dos pontos de coleta, visto que pode influenciar no resultado, portanto: O ponto de coleta P1 se encontra anteriormente à área habitada, possui presença de animais em sua área, poucas plantas às margens do riacho (mas há presença de vegetação nativa); o ponto P2 está localizado na área habitada, próximo à ponte, 22 muros e casas, além de descarte de dejetos de animais e humanos, não há presença de vegetação nativa e sim poucas plantas rasteiras; o ponto P3 está após à área habitada, em uma área de criação de gado que possui somente vegetação rasteira. Tais pontos de coleta foram escolhidos estrategicamente com base no local onde as amostras seriam adquiridas, visto que, à medida que a água passa por locais habitados, há uma maior tendência a ser poluída e diminuir, portanto, a sua qualidade devido ao contato direto com as ações antrópicas. Figura 2 – Mapa mostrando os pontos de coleta das amostras do Riacho Ipiranga. Fonte: Autoria própria/2019. Portanto, com base nas ações antrópicas ao longo do riacho, as três amostras foram coletadas, respectivamente, antes, durante e após a área habitada (Povoado Ipiranga). 4.1. Caracterização da região As propriedades onde as amostras de água foram coletadas são localizadas na zona rural do município de Igreja Nova, no povoado Ipiranga, e observou-se que em todas as propriedades há criação de animais (Tabela 2), que servem de subsistências das famílias, pois os consomem e/ou vendem para outras pessoas. Todavia, isto pode influenciar diretamente no resultado das análises devido ao alto índice de 23 contaminação por fezes advindas do lançamento inadequado dos dejetos destes animais. Além da criação de animais (Figura 8), na propriedade 2 há moradias e, como tratado a seguir, isto também se torna um agravante ambiental pois muitas famílias descartam resíduos sólidos domésticos no riacho, bem como efluentes domésticos (esgoto e água cinza5). Tabela 2 - Caracterização da região dos pontos de coleta. Pontos de Coletas Descrição Finalidade da água amostrada Atividades desenvolvidas na propriedade P1 Antes da área habitada Dessedentação de animais Criação de animais P2 Área habitada Dessedentação de animais Moradia e Criação de animais P3 Depois da área habitada Dessedentação de animais Criação de animais Fonte: Autoria própria/2019. A partir de informes de um morador do povoado, funcionário da prefeitura responsável pela destinação da água potável da região amostrada, foi possível obter que os trechos amostrados de água são destinados apenas para dessedentação de animais, enquanto a água destinada ao consumo humano é de poços artesianos localizados no povoado Ipiranga. 5 Água residual originada a partir de processos domésticos, como: lavagem de roupa, lavagem de louça e banho.24 4.2. Coleta das amostras de água As amostras de água foram coletadas em período chuvoso em propriedades localizadas no povoado Ipiranga, onde é localizado o riacho Ipiranga, no dia 24 de abril de 2019. As amostragens da água para análises físico-químicas e microbiológicas foram realizadas coletando-se cerca de 500 ml de água em uma garrafa plástica (Figura 3). Os recipientes foram ambientalizados6 e, posteriormente, preenchidos, deixando sempre um espaço de ar no frasco (aproximadamente 2,5 cm) para facilitar a homogeneização antes da análise. No momento da coleta, as mãos não entraram em contato com a água, para, assim, evitar contaminação. Os frascos foram identificados como P1, P2 e P3, e em um caderno foram descritos os locais das coletas, caracterização da área da coleta e data. Após a coleta, os frascos contendo a amostra foram colocados sob refrigeração dentro de uma caixa térmica com gelo e levados rapidamente ao laboratório do IFAL, Campus Penedo, para realizar as análises físico-químicas de turbidez e as análises microbiológicas, por exemplo, a análise qualitativa de coliformes totais e fecais na água. 6 Lavados três vezes com a água do local a ser analisado. 25 Figura 3 – Coletando a amostra da água do riacho. Fonte: Autoria própria/2019. 4.3. Análises físico-químicas Segundo a Fundação Nacional de Saúde7: O exame da água, principalmente daquela destinada ao consumo humano, é de fundamental importância. Por ele pode-se ter certeza de que a água distribuída é de confiança, se está isenta de microorganismos ou substâncias químicas que podem ser prejudiciais à saúde das pessoas (BRASIL, p. 5, 2016) Com isso, os parâmetros físico-químicos são os índices mais importantes para se caracterizar a qualidade de uma água (BRANCO, 2003), pois eles possibilitam: determinar o teor de contaminação da água e a origem dos poluentes encontrados, caracterizar a concentração de poluentes tóxicos e as possíveis fontes, avaliar o equilíbrio ambiental que é necessário para a manutenção da vida aquática, além de avaliar as necessidades de nutrientes. 7 BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, p. 146. 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_analise_agua_2ed.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2019. 26 As amostras de água foram submetidas as análises dos seguintes parâmetros físico-químicos: pH, condutividade, salinidade, Sólidos Totais Dissolvidos, Oxigênio Dissolvido, turbidez e cor. Todas estas análises, exceto os Sólidos Totais Dissolvidos (STD) e turbidez, foram realizadas em campo com o auxílio de uma sonda macrométrica da marca Akron, modelo KR8405, que apresenta os resultados instantaneamente após as análises (Figura 4). Figura 4 – Análise físico-química em campo com a sonda multiparâmetro. Fonte: Autoria própria/2019. Os demais ensaios foram realizados no laboratório de Meio Ambiente do Instituto Federal de Alagoas, Campus Penedo-AL, a partir da utilização do turbidímetro da marca PoliControl e modelo AP2000, para análise de turbidez, enquanto o resultado de STD foi encontrado a partir do resultado de salinidade. 4.4. Análises microbiológicas As análises microbiológicas possibilitam perceber se há contaminação da água por microrganismos, como coliformes totais e coliformes fecais. Os coliformes totais são bactérias de origem fecal que está presente nos organismos de seres humanos e 27 animais de sangue frio e quentes, para contribuir na digestão dos alimentos, mas que não transmitem doenças. Coliformes fecais, ou termotolerantes, são bactérias presentes no organismo de humanos e animais de sangue quente que são capazes de desencadear doenças, e são indicadores de contaminação fecal. Devido ao potencial de detecção de contaminação da água por fezes, fez-se necessário realizar também as análises microbiológicas. As análises de parâmetros microbiológicos (Coliformes Totais e Escherichia coli) foram realizadas no laboratório de Meio Ambiente do Instituto Federal de Alagoas, campus Penedo no mesmo dia (24 de abril de 2019), após a coleta das amostras. Foi realizada a análise qualitativa para determinar se há a presença de Coliformes Totais e Escherichia coli através da técnica do Substrato Cromogênico Enzimático Colilert (COVERT et al., 1989; MARQUEZI, 2010; BRASIL, 2014). Os resultados foram obtidos após as amostras ficarem 24h na estufa bacteriológica do laboratório do IFAL campus Penedo (Figura 5). Figura 5 – Amostras na estufa bacteriológica. Fonte: Autoria própria/2019. Após o período de 24h que as amostras passaram na estufa bacteriológica, foi necessário utilizar a câmara de luz ultravioleta do laboratório do Serviço Autônomo de 28 Água e Esgoto (SAAE) de Penedo-AL (Figura 6), para finalizar a análise e adquirir o resultado da mesma. Figura 6 – Amostras na câmara de luz ultravioleta do SAAE. Fonte: Autoria própria/2019. 29 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Análise físico-química Foram realizadas análises físico-químicas e microbiológica para avaliar a qualidade da água, de acordo com os parâmetros de qualidade de água e seus respectivos Valores Máximos Permitidos (VPM) estabelecidos pela portaria do Ministério da Saúde nº 2914/2011 e pela Resolução CONAMA n° 357/2005 (Tabela 1), que dispõem da classificação da água e das diretrizes ambientais para o enquadramento da mesma para os seus usos preponderantes, além de estabelecer padrões e condições de lançamento de efluentes. A partir das análises físico-químicas foram obtidos os resultados de parâmetros de qualidade de água que estão expressos a seguir na Tabela 3. Tabela 3 - Resultado das análises físico-químicas da água do riacho Ipiranga. AMOSTRA pH Temp. (ºC) OD (mg/L) CE (µS/cm) Salinidade (ppt) STD (mg/L) Turbidez (NTU) P1 6,72 25,2 6,7 163,6 0,10 104,7 17 P2 6,54 25,8 4,2 198,7 0,13 127,17 25 P3 6,54 26,6 3,1 281 0,14 179,8 25 Fonte: Autoria própria/2019. Potencial Hidrogeniônico, ou pH, indica a acidez, neutralidade, ou alcalinidade presente na água, de acordo com as concentrações dos íons H+ e OH- responsáveis por caracterizar a água como ácida ou básica. As amostras analisadas apresentaram pH entre 6,54 e 6,72, estando mais próximas à neutralidade, concordando com Maier (1978), o qual observou que em ambientes lóticos brasileiros, ou seja, rios e riachos, 30 o pH se encontram aproximadamente neutro, além de estar de acordo com a portaria do MS que estabelece o VMP do pH entre 6,0 e 9,5. O Oxigênio dissolvido é a concentração do oxigênio na água, sendo essencial para a vida aquática. De acordo com o CONAMA, os valores de OD em águas doces devem ser superiores a 5 mg/L para que haja melhores condições de vida aquática no ambiente. Ao analisar os valores de OD das amostras expressados na tabela 3, observa-se que somente a amostra P1 (6,7 mg/L) está de acordo com a resolução, enquanto as amostras P2 (4,2 mg/L) e P3 (3,1 mg/L) estão abaixo do recomendado. Estes valores de OD podem estar relacionados aos locais de amostragem, visto que a amostra 1 (6,7 mg/L) foi coletada antes da área habitada onde não há muita poluição antrópica e presença de dejetos de animais, enquanto as demais estão contaminadas com diversos tipos de poluição, tendo em vista que estão expostas a dejetos de animais e efluentes humanos, bem como devido ao acúmulo de matéria orgânica na água o oxigênio diminui. A condutividade elétrica é a propriedade equivalente a capacidade de produzir corrente elétrica a partir da presença de sólidos dissolvidos na forma de íons, sobretudo desais. Esta relação entre condutividade elétrica, STD e salinidade prevalece, pois, a partir dos dados na tabela 3 percebe-se que, à medida que a salinidade aumenta, há elevação nos valores da condutividade elétrica, ocorrendo o mesmo com o aumento da presença de STD nas amostras. A presença elevada de STD nas amostras pode estar relacionada à ausência de matas ciliares nas margens do riacho, pois à medida que a água da chuva escoa até o riacho também leva consigo resíduos presentes nas margens como grãos de areia. A amostra 1 (104,7 mg/L), localizada antes da área habitada, possui mais presença de plantas às suas margens, e apresentou o menor índice de STD das amostras, enquanto a amostra 3 (179,8 mg/L) apresentou o maior valor de STD e possui menor quantidade de plantas às margens, mesmo sendo plantas de pequeno porte. Isto reforça a importância das matas ciliares, pois um de seus principais benefícios é segurar as margens para que não haja erosão nem possível assoreamento do curso d’água. No entanto, está dentro dos Valores Máximos 31 Permitidos da Portaria na qual estabelece que o valor STD não deve ultrapassar o limite de 1000 mg/L. A Portaria MS nº 2914/2011 estabelece o VMP da turbidez de 5,0 NTU, e todas as amostras ultrapassaram estes valores (tabela 3), variando entre 17 e 25 NTU, isto pode estar relacionado às quantidades de STD presentes nas amostras, visto que a turbidez é a propriedade responsável por indicar a transparência da amostra de acordo com o percentual de materiais em suspensão e coloidais existentes na água. Há uma relação entre a turbidez e os Sólidos Totais Dissolvidos, pois ao analisar a amostra 1 e 2 percebe-se que na medida que aumenta os valores de STD aumenta- se a turbidez. 5.2. Análise microbiológica Devido ao grau de importância da detecção se há contaminação por fezes na água do riacho amostrado, foi necessário realizar análises microbiológicas das amostras, os resultados estão expressados na tabela 4. Tabela 4 – Resultados da a análise microbiológica da água do riacho Ipiranga. AMOSTRA COLIFORMES TOTAIS COLIFORMES FECAIS P1 Presente Presente P2 Presente Presente P3 Presente Presente Fonte: Autoria própria/2019. A partir do método de análise qualitativa de coliformes termotolerantes (fecais) seria possível identificar se existe contaminação por coliformes totais e fecais devido a alteração na cor da amostra, quando colocada sob a luz UV, a amostra poderia adotar 3 tipos de alterações e isto indicaria os respectivos resultados: sem alteração, ausência de coliformes totais e fecais; cor amarelada, presença de coliformes totais; e cor florescente, presença de coliformes totais e fecais. 32 A partir dos resultados obtidos na análise qualitativa de coliformes foi possível perceber a presença de coliformes totais e fecais (Escherichia coli) em todas amostras de água coletadas (Tabela 4), isso, obviamente, devido à alteração da amostra para a cor florescente (Figura 8). Isto deve-se ao contato com dejetos de animais e efluentes humanos que são lançados no riacho ao longo de seu percurso, causando assim a contaminação da água por coliformes fecais do gênero E. Coli8. Não foi possível quantificar as bactérias devido à falta de acesso ao material, com isso torna-se impossível verificar se este parâmetro está dentro dos padrões de potabilidade da Lei 2914/2011. 5.3. Degradação do Riacho Riacho Ipiranga é um pequeno rio que nasce no povoado Tabuleiro dos Negros, município de Penedo – AL, passa maior parte do seu curso no povoado Ipiranga, município de Igreja Nova – AL, onde termina seu leito. Faz parte da Bacia do Rio São Francisco, localizado precisamente o sul do estado de Alagoas e, devido à pequena vazão o riacho, não deságua em outro curso d’água, portanto, seu leito termina no povoado Ipiranga infiltrando no lençol freático. Ao longo dos 3,61 km de comprimento do riacho há diversas ações antrópicas que contribuem com a degradação ambiental dele, de suas margens e principalmente do lençol freático, visto que há infiltração das águas do riacho. De acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938/1981, degradação ambiental é “a alteração adversa das características do meio ambiente” (BRASIL, 1981)9, ou seja, todo o impacto ambiental negativo, pois pode causar desequilíbrio ambiental. As degradações ambientais encontradas ao longo do riacho foram: poluição, desmatamento e erosão do solo, além de um muro construindo às margens do riacho após o segundo local de coleta (Figura 7), o que pode ter um potencial de risco futuramente, a citar, erosão e posteriormente desabamento do muro devido às infiltrações no solo. 8 Escherichia coli 9 BRASIL. Constituição (1981). Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Política Nacional do Meio Ambiente. Brasília, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocument 33 Figura 7 – Muro construído à margem do Riacho Ipiranga. Fonte: Autoria própria/2019. Além do muro estar construído em uma área proibida, visto que é uma APP de margens de cursos d’água, também apresenta alto risco de desabamento futuramente, isto se dá devido à falta de mata ciliar que traz como consequência a erosão das margens do riacho provocada pela velocidade e contato do leito do riacho com o solo e o escoamento da água da chuva que não é infiltrada. Portanto, a erosão gradativa da base do muro, somada à infiltração de água no solo, onde o muro está construído, pode levar ao desabamento da construção posteriormente. 5.3.1. Mata ciliar Com o auxílio do Google Earth, além da pesquisa de campo exploratória, foi possível analisar que a mata ciliar ao longo do riacho está menor que 10m de largura, em grande maioria, não existe. É encontrada principalmente vegetação rasteira, como o capim, visto que ocorre criação de gado (Figura 8) na maioria das propriedades por onde passa o riacho, como exemplo as propriedades 1 e 3, já a propriedade 2 encontra-se durante a área habitada com casas às suas margens, sem preservação ambiental com resíduos lançados diariamente no riacho (Figura 9 e 10). 34 Figura 8 – Criação de animais à margem do riacho. Fonte: Autoria própria/2019. A presença de mata ciliar é essencial para que haja equilíbrio ambiental, pois ela possibilita que a água infiltre no solo e seja armazenada nos lençóis freáticos, o reflorestamento destas áreas também é recomendado por João Suassuna (2007): Os reflorestamentos são ações necessárias para impedir, tanto o processo erosivo do solo como o da exaustão de nascentes, já observados em várias localidades da bacia do rio São Francisco. Atenção especial deverá ser dada às matas ciliares, como forma de conter os desbarranqueamentos das suas margens, os quais são vetores dos processos de assoreamentos existentes em seu leito que impedem ou dificultam a navegação (SUASSUNA, p. 123, 2007) Ou seja, a sua preservação é imprescindível, porque ela protege as margens dos cursos d’água contra a erosão e evita o assoreamento dos rios/córregos/riachos, como é o caso do Rio São Francisco, onde há assoreamento impedindo inclusive o fluxo de transportes aquáticos. Outrossim, protege as lavouras das pragas, pois é habitat de alguns seres vivos, além de servir como corredores naturais possibilitando o fluxo gênico estre as espécies de seres vivos. 35 Figura 9 – Erosão às margens do riacho. Fonte: Autoria própria/2019. Devido à ausência da mata ciliar, alguns trechos do riacho encontram-se com erosão nas margens, pois a água da chuva escorre em direção ao riacho levando consigo sedimentos do solo, que ao serem depositados na água a deixam barrenta eimpossibilita a entrada de luz bem como a de oxigênio, além de causar assoreamento. 5.3.2. Poluição Segundo o art. 3 da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei nº 6938/1981, entende-se poluição ambiental como: A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente (BRASIL, 1981).10 Tendo em vista o conceito de poluição estabelecido pela PNMA, foram encontradas ações ao longo do riacho dentro destes critérios, como: resíduos urbanos de origem doméstica jogados às suas margens, lançamento de efluentes humanos e dejetos de animais em suas águas, além do despejo de água cinza. 10 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938compilada.htm>. 36 O despejo de resíduos sólidos sobre as margens do riacho (Figura 10) pode ser um agravante para procriação de organismos capazes de transmitir doenças, como o mosquito Aedes Aegypt - transmissor da dengue -, podendo prejudicar a saúde humana e inclusive causar a morte. Além do ambiente adequado para agentes patogênicos, os resíduos sólidos também podem impedir ou dificultar os cursos d’água, causando enchente, ou até serem ingeridos por animais aquáticos prejudicando a saúde deles, podendo levá-los à morte. A poluição por esgotos domésticos causa a contaminação da água por bactérias e microrganismos, muitos destes como bactéria E. Coli, de origem fecal, são transmissores de doenças como febre tifoide, febre paratifoide, disenteria bacilar e cólera (ANA, 2004). Estes efluentes humanos e dejetos de animais também provocam alterações na qualidade da água, podendo reduzir o OD, aumentar a turbidez, alterar o pH, aumentar a concentração de matéria orgânica e causar eutrofização11. Figura 10 – Resíduos sólidos jogados às margens do Riacho Ipiranga. Fonte: Autoria própria/2019. Segundo o IBGE (2017), apenas 7,2% da população de Igreja Nova possui esgotamento sanitário adequado, o que não condiz com as legislações colocadas anteriormente. As internações devido a diarreias no município são de 1.4 para cada 1000 habitantes, estando em 3° de 5° na microrregião inserida, no estado ocupa a 11 Eutrofização é o aumento da concecolintração de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos, que tem como consequência o aumento de suas produtividades. (ESTEVES, 1998) 37 posição 39 de 102 (IBGE, 2017). Essa situação poderia ser revertida se houvesse maior investimento no saneamento básico, visto que a cada dólar investido em água e saneamento, são economizados 4,3 dólares nos custos em saúde no mundo, segundo a ONU (2014), isso ocorre porque saneamento básico está atrelado à saúde posto que é um conjunto de serviços para garantir a saúde e a melhoria do meio ambiente. 38 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista os resultados obtidos com as análises físico-químicas e microbiológicas das águas do Riacho Ipiranga, além das características ambientais observadas das áreas, conclui-se que não há preservação nem conservação ambiental. A partir da comparação dos resultados das análises com as legislações vigentes foi possível concluir que a qualidade hídrica do riacho está prejudicada, pois a partir das amostras coletadas foi possível constatar que suas águas estão contaminadas com coliformes fecais, devido à quantidade de dejetos lançados, e é praticamente impossível haver vida aquática, porque o percentual de oxigênio dissolvido na água se encontra no limite necessário para a vida de seres aquáticos, e em alguns trechos este percentual está abaixo do limite. Quanto aos impactos ambientais, também há muita degradação principalmente com o desmatamento das matas ciliares e a poluição hídrica existente na maioria dos trechos do riacho. É importante ressaltar a dificuldade em concluir o trabalho devido à falta de materiais necessários para a finalização com êxito, só tornou-se possível finalizar a análise microbiológica a partir da disponibilização do instrumento do SAAE de Penedo-AL, isto reforça a ausência da preocupação por parte do governo para a realização de pesquisas, e principalmente quando se tratam de pesquisas relacionadas ao meio ambiente. De acordo com Milano: As alterações que ajudaram a melhorar a vida de bilhões de pessoas, ao mesmo tempo enfraqueceram a capacidade da natureza de prover outros serviços fundamentais, como a purificação do ar e da água, a estabilidade climática, a proteção contra catástrofes naturais e o provimento de alimentos e remédios naturais (Milano, 2007). Ou seja, o homem visa tanto o desenvolvimento econômico que não se preocupa com o meio ambiente enfraquecendo-o e causando desequilíbrio ambiental, isto não prejudica somente o ecossistema e sim a saúde humana também pois o homem depende do meio ambiente para sobreviver e viver bem. 39 Esta situação da qualidade do riacho poderia ser revertida se houvesse maior investimento governamental para mitigação, preservação e conservação ambiental. Este investimento iria permitir a realização do zoneamento da área, reflorestamento, delimitação dos usos múltiplos, esgotamento sanitário eficiente, entre outras ações que melhorariam o meio ambiente. Seria imprescindível também a implementação da educação ambiental através de reuniões e palestras com a população, sociedade civil, órgãos ambientas e o poder público, visto que é dever destas pessoas preservar e conservar o meio ambiente, como consta no art. 5º da Constituição Federal de 1988. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRANCO, S. M. Água: Origem, Uso e Preservação. 2° Ed. São Paulo. Moderna. 2003 BRASIL. Agência Nacional Das Águas. Enquadramento – Bases Legais. Brasília DF: Disponível em:<http://pnqa.ana.gov.br/enquadramento-bases-legais.aspx>. Acesso em: 27 jun. 2019. _____. Agência Nacional Das Águas. Indicadores de Qualidade – Índice de Qualidade das Águas (IQA). Brasília DF: Disponível em:<http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx>. Acesso em: 27 jun. 2019. _____. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. 48. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. _____. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. rev. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, p. 146. 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_analise_agua_2ed.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2019. _____. Lei nº 11445, de 05 de janeiro de 2007. Lei de Saneamento Básico. Brasília, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2007/Lei/L11445.htm>. 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Acesso em: 25 jun. 2019. 43 APÊNDICE ANEXO I – Elevação do solo ao longo do leito do riacho Fonte: Autoria própria/2019. ANEXO II – Vista posterior do muro à margem do riacho Fonte: Autoria própria/2019.
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