Buscar

CISTOS ODONTOGÊNICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CISTOS ODONTOGÊNICOS 
 
INTRODUÇÃO 
 São cistos resultantes da proliferação de remanescentes epiteliais associados à formação dos 
dentes. O epitélio presente em cada um dos cistos odontogênicos é derivado de uma das seguintes fontes: lâmina dentária, órgão do esmalte e de bainha de Hertwig. Os remanescentes epiteliais presentes na maxila e mandíbula são originais do ectoderma que reveste os processos embrionários que irão formar a face e boca ou de tecido epitelial que participa na odontogenese. A presença pura e simples de restos epiteliais seria insuficiente para explicar a formação de um cisto. É necessária a ação de um agente, inflamatório por exemplo, capaz de estimular e determinar a proliferação desses remanescentes. Tal 
condição é freqüente nos maxilares, onde infecções e traumas são capazes de desencadear a resposta inflamatória.
Classificação: 
 
 Cisto Dentígero 
 Cisto Periodontal Apical 
 Cisto Periodontal Lateral 
 Cisto Gengival do adulto 
 Cisto Odontogênico Calcificante
	CISTO DENTÍGERO 
 
1. CONCEITO: é um cisto odontogênico que envolve a coroa de um dente incluso, cuja cápsula adere -se ao colo do mesmo. 
 
2. ORIGEM: origina-se do epitélio reduzido do órgão do esmalte (ou remanescentes do epitélio inter no e externo do órgão do esmalte). 
 
3. ETIOLOGIA: é desconhecida, pois não se sabe o que estimula o epitélio reduzido do órgão do esmalte a crescer e formar o cisto. 
 
4. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
4.1. Evolução: lenta. Leva meses para que possa se observar manifestações clínicas. 
4.2. Dor: é indolor, porém, se houver infecção secundária da cápsula, ocorrerá inflamação aguda e conseqüente processo doloroso. 
4.3 Dente afetado: observa-se numa radiografia que o cisto envolve a coroa de um dente incluso. 
4.4. Dentes vizinhos: 
a) Deslocamento : pode ou não haver deslocamento dental, depende do tamanho do cisto. 
b) Mobilidade: a mobilidade será normal, pois ocorre remodelação dos tecidos de sustentação do dente ( ligamento periodontal e osso alveolar). 
4.5. Expansão óssea: ocorre neoformação óssea periostal. É sinal comum de cisto dentígero. 
4.6. Consistência: depende do tamanho do tumor. 
a) Óssea: quando hou ver uma grossa ca mada de osso separando a mucosa do cisto. 
b) Papirácea: quando houver uma fina camada de osso separando a mucosa do cisto. Consistência papirácea quer dizer, ceder a pressão digital e voltar a posição original logo após cessada a pr essão, originando um ruído característico, chamado d e crepitação papirácea. P ara isto, o cisto deve possuir líquido e este deve estar capsulado. 
c) Flutuante : quando o cisto estiver sub mucoso, cedendo facilmente à palpação. 
4.7. Mucosa periapical: 
a) Cor: pod erá apresentar cor azulada quando o cisto estiver sub mucoso, pois o líquido amarelo citrino absorve todos os comprimentos de onda da luz, menos o azul, refletindo-o. 
b) Continuidade: nor mal. 
c) Volume: o volume da mucosa geralmente está normal. Estará diminuído quando o cisto estiver submucoso. 
4.8. Localização preferencial : caninos superiores e 3º molares inferiores. 
4.9. Freqüência: é o 2º cisto odontogênico mais freqüente. 
 
5. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: 
 Imagem: rad iolúcida, freqüente mente associada à coroa de um dente incluso. 
 Forma: circular ou o valada. 
 Limites: são precisos, está deli mitada p or fi na linha radiop aca, contínua e destacada, r epresentando a osteog ê-
 Imagem: rad iolúcida, freqüente mente associada à coroa de um dente incluso. 
 Forma: circular ou o valada. 
 Limites: são precisos, está deli mitada p or fi na linha radiop aca, contínua e destacada, r epresentando a osteog ê-
 Imagem: rad iolúcida, freqüente mente associada à coroa de um dente incluso. 
 Forma: circular ou o valada. 
 Limites: são precisos, está deli mitada p or fi na linha radiop aca, contínua e destacada, r epresentando a osteog ê
 Imagem: rad iolúcida, freqüente mente associada à coroa de um dente incluso. 
 Forma: circular ou o valada. 
 Limites: são precisos, está deli mitada p or fi na linha radiop aca, contínua e destacada, r epresentando a osteog ê-
Imagem: radiolúcida, freqüente mente associada à coroa de um dente incluso
Forma: circular ou o valada. 
Limites: são precisos, está delimitada por fina linha radiopaca, contínua e destacada, representando a osteogênese reacional.
 Lâmina dura : não se analisa, está associada a coroa d e um dente incluso. 
Localização : localizado em torno da co roa de um dente incluso
Cortical óssea:
40 
 Lâmina dura : não se analisa, está associada a coroa d e um dente incluso. 
 Localização : localizado em torno da co roa de um dente incluso. 
 Cortical óssea: 
 
40 
 Lâmina dura : não se analisa, está associada a coroa d e um dente incluso. 
 Localização : localizado em torno da co roa de um dente incluso. 
 Cortical óssea: 
a) Expansão óssea : freqüentemente ocorre expansão, observamos que a cortical óssea está fora de sua posição normal. 
b) Continuidade: geral mente está p reservada, ou seja, a cortical não está destruída, porém, se houver destruição, esta será do tipo regular, onde podemos observar duas pontas de osso frente à frente. 
 
6. DIAGNÓSTICO: 
6.1. Clínico: características clínicas + características radio gráficas. Clinicamente observa -se ausência do canino superior, aumento d e volu me da região, o paciente não se queixa d e dor, a consistência é óssea, a mucosa está normal. Radio graficamente observa -se uma imagem radiolúcida em torno da coroa do dente incluso, circundada por fina linha esclerótica, observa- se que a c rtical está fora de sua posição normal, ou seja, está expandida, porém, está preservada. Diante dessas características temos de pensar em Cisto Dentígero . 
 
7. PROGNÓSTICO: bom, pois é um cisto se m tendência à recidiva. 
 
8. TRATAMENTO : remoção cirúrgica do cisto e do dente, se não houver a possibilidade de posicioná-lo na arcada
 CISTO PERIAPICAL (CISTO RADICULAR; CISTO PERIODONTAL APICAL)
 O epitélio na região do ápice de um dente desvitalizado presumivelmente pode ser estimulado pela inflamação para formar um cisto verdadeiramente revestido por epitélio ou cisto periapical. A resposta inflamatória parece aumentar a produção do fator de crescimento de ceratinócitos pelo estroma das células periodontais, levando ao aumento da proliferação de epitélio normalmente quiescente na região. A fonte epitelial é formada pelos restos epiteliais de Malassez, mas também pode estar relacionada ao epitélio crevicular, ao revestimento sinusal ou ao revestimento epitelial dos tratos fistulosos. O desenvolvimento cístico é comum; a frequência relatada varia de 7% a 54% das imagens radiolúcidas periapicais.
Diversos pesquisadores acreditam que o diagnóstico de um cisto periapical pode ser realizado apenas após a lesão ter sido examinada por completo, em exames seriados ou de secção dos espécimes. Em estudo de secções aleatórias de granulomas periapicais fragmentados e epitelializados parecia haver a presença de uma cavidade delimitada por epitélio que não existia na realidade. Quando critérios rigorosos são utilizados, a prevalência dos cistos periapicais parece ser de quase 15%. Duas variações de cistos periapicais foram descritas quando ocorre a total remoção do cisto e da raiz. Os cistos periapicais baía têm como característica um revestimento epitelial incompleto devido à extensão da porção apical do dente para o interior do lúmen do cisto. Os cistos periapicais verdadeiros formam uma estrutura semelhante a um saco, com revestimento epitelial completo, que se localiza adjacente ao ápice do dente, mas está separado deste. Devido ao fato de a distinção entre um granuloma periapical epitelializado, um cisto “baía” e umcisto periapical “verdadeiro” possuir poucas implicações pós-cirúrgicas, os laboriosos exames histopatológicos e subclassificações tornam-se sem sentido prático.
Os cistos periapicais são caracterizados por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso revestida por epitélio com um lúmen contendo líquido e restos celulares. Teoricamente, à medida que o epitélio se descama para o interior do lúmen, aumenta o conteúdo proteico. Ocorre a entrada de fluido no lúmen, na tentativa de equilibrar a pressão osmótica, promovendo um crescimento lento. A maioria dos cistos periapicais cresce lentamente e não atinge um tamanho grande.
O tecido inflamatório periapical que não foi curetado no momento da extração do dente pode dar origem a um cisto inflamatório chamado de cisto periapical residual
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
Em geral, os pacientes com cistos periapicais não apresentam sintomas, a menos que exista uma exacerbação inflamatória aguda. Além disso, se o cisto atingir um tamanho grande, podem ser observadas tumefação e sensibilidade leve. Com o crescimento do cisto, podem ocorrer mobilidade e deslocamento dos dentes adjacentes. O dente de origem não responde ao teste pulpar térmico e elétrico
CISTO PERIODONTAL LATERAL 
 CONCEITO: é um cisto odontogênico que está loca lizado na superfície lateral da raiz de um dente com vitalidade pulpar. 
2. ORIGEM: origina -se dos remanescentes da lâmina dental ou da bainha epitelial de Hertwig 
3. ETIOLOGIA: é desconhecida, po is não se sabe o que estimula os remanescentes a formar o cisto. 
4. CARACTERÍST ICAS CLÍNI CAS: 4.1. Evolução: muito lenta. Dificilmente apresenta sinais clínicos, pois é uma lesão pequena e de evolução muito lenta.
4.2. Dor: é indolor, porém, se houver infecção secundária da cápsula, ocorr erá inflamação aguda e co nseqüente processo do loroso.
 4.3 Dente afetado: 
a) Vitalidade pulpar: é positiva.
 b) Aspecto coronal : coroa hígida. 
c) Mobilidade : a mobilidade é normal. 
d) Sensibilidade à percussão : é negativa. 
e) Extrusão súbita : é negativa. 
4.4. Dentes vizinhos: 
a) Deslocamento : não é comum, po rém, se causar, será mínimo .
 b) Mobilidade: a mobilidade será nor mal, pois oco rre r emodelação dos tecidos de sustentação d o d ente ( ligamento periodontal e o sso alveolar). 
4.5. Expansão óssea: não é comum, devido ao seu pequeno ta manho. 
4.6. Consistência: não se analisa, p ois não é palpável. 
4.7. Mucosa periapical: freqüente mente normal em cor, co ntinuidade e volume.
 4.8. Localização preferencial: entre os ca ninos e 1 os premolar es (superior e inferior) e entre os incisivos laterais e caninos (somente superior). 
4.9. Freqüência: é o cisto odontogênico menos comum e menos freqüente
5. CARACTERÍST ICAS RADIOGRÁFIC AS: 
 Imagem: radiolúcida. 
 Forma: semilunar.
 Limites: são precisos, está delimitada por fina linha radiopaca, contínua e destacada, representando a osteogênese reacional, no lado da lesão que está em contato com o osso.
 Localização : na superfície lateral da raiz. Entre os caninos e 1º premolares (superior e inferior) e entre os incisivos laterais e caninos (somente superio r). 
Cortical óssea: 
a) Expansã o óssea: freqüentemente não oco rre expansão, pois é um cisto muito pequeno. 
b) Continuidade: geralmente está preservada, ou sej a, a cortical não está destruída.
6. DIAGNÓSTICO: 
6.1. Clínico: características clínicas + características radiográficas. Clinicamente nada se observa. 
Radiografic amente observa -se uma imagem radiolúcida, de tamanho pequeno, de forma semilunar, circundada p or fina linha esclerótica, localizada entre o 12 e o 13. Diante dessas características, temos de pensar e m Cisto Periodontal Lateral. 
7. PROGNÓST ICO: bom, pois é um cisto se m tendência à recidiva.
 8. TRATAMENTO : remoção cirúrgica do cisto e permanência do dente, po is o mesmo possui 
vida.
CISTO GENGIVAL DO ADULTO
Conceito é uma lesão incomum. Considera-se que represente a contraparte em tecidos moles do cisto periodontal lateral (próximo tópico)
Etiologia: sendo derivado de restos da lâmina dental (restos de Serres).
O diagnóstico do cisto gengival do adulto deveria ser restringido a lesões com as mesmas características histopatológicas que as do cisto periodontal lateral. Em raras ocasiões, um cisto pode se desenvolver na gengiva, no local de um enxerto gengival; contudo, tais lesões provavelmente representam cistos de inclusão epitelial, que são uma consequência do procedimento cirúrgico
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Ocorrência na região de canino e pré-molares inferiores (60% a 75% dos casos)
São mais comumente encontrados em pacientes na quinta e sexta décadas de vida.
Localizados na gengiva vestibular ou na mucosa alveolar.
Os cistos gengivais da maxila geralmente são encontrados nas regiões de incisivo, caninos e pré-molares.
Nódulo indolor, em forma de cúpula, em geral com menos de 0,5 cm de diâmetro, apesar de raramente poderem apresentar tamanho maior
São de cor azulada ou cinza-azulada.
Em alguns casos, o cisto pode causar uma “reabsorção em taça” superficial do osso alveolar, o que geralmente não se detecta na radiografia, mas se torna aparente quando o cisto é excisado.
Se houver ausência de maior quantidade de osso, pode-se argumentar que a lesão pode ser um cisto periodontal lateral que erodiu a cortical óssea, em vez de um cisto gengival que se originou na mucosa.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
São similares àquelas do cisto periodontal lateral, consistindo em um revestimento epitelial delgado e achatado, com ou sem placas focais que contêm células claras
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O cisto gengival do adulto responde bem à simples excisão cirúrgica. O prognóstico é excelente.
CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE
 (CISTO DE GORLIN; TUMOR DENTINOGÊNICO DE CÉLULAS FANTASMAS; TUMOR ODONTOGÊNICO CÍSTICO CALCIFICANTE; CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE DE CÉLULAS FANTASMAS)
É uma lesão incomum que demonstra considerável diversidade histopatológica e comportamento clínico variável. Apesar de ser amplamente considerado como um cisto, alguns investigadores preferem classificá-lo como uma neoplasia. Alguns cistos odontogênicos calcificantes parecem representar cistos não neoplásicos; outros membros desse grupo, designados de forma variada como tumores dentinogênicos de células fantasmas ou tumores odontogênicos epiteliais de células fantasmas, não apresentam características císticas, podem ser infiltrativos ou até mesmo malignos, e são considerados como neoplasias.
Além disso, o cisto odontogênico calcificante pode estar associado a outros tumores odontogênicos reconhecidos, mais comumente aos odontomas. Contudo, os tumores odontogênicos adenomatoides e os ameloblastomas também se apresentam em associação com os cistos odontogênicos calcificantes.
A classificação da OMS de tumores odontogênicos agrupa os cistos odontogênicos calcificantes, com todas as suas variantes, juntamente com os tumores odontogênicos, em vez de com os cistos odontogênicos: tumor odontogenico cístico calcificante, tumor dentinogenico de células fantasmas, carcinoma odontogenico de células fantasmas.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
É predominantemente uma lesão intra-óssea, apesar de 13% a 30% dos casos nas séries relatadas terem se apresentado como lesões periféricas (extraósseas).
Tanto a forma intraóssea quanto a extraóssea ocorrem com aproximadamente igual frequência na maxila e na mandíbula. Cerca de 65% dos casos são encontrados nas regiões de incisivos e caninos.
Os pacientes podem ter idade variando da infância à velhice. A idade média é de 33 anos e a maioria dos casos é diagnosticada na segunda e terceira décadas de vida.
Os cistos odontogênicos calcificantes que estão associados aos odontomas tendem a ocorrer em pacientes mais jovens, com a média de idade de 17 anos. As raras variantes neoplásicas do cisto odontogênico calcificante parecem ocorrer em pacientes mais velhos.
A maioria dos cistos odontogênicos calcificantes mede entre 2 e 4 cm em seu maior diâmetro, mas lesões com até 12 cm já foram observadas.A reabsorção radicular ou a divergência dos dentes adjacentes podem ser observadas com alguma freqüência.
Os cistos odontogênicos calcificantes extraósseos se apresentam como massas gengivais sésseis ou pedunculadas, sem características clínicas específicas, eles podem se assemelhar a fibromas gengivais comuns, cistos gengivais ou granulomas de células gigantes periféricos.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
 As formas císticas (não neoplásicas) compreendem cerca de 86% a 98% dos cistos odontogênicos calcificantes em diversas séries descritas. Eles podem ocorrer tanto na forma intraóssea quanto na extraóssea
As células basais do revestimento epitelial podem ser cuboides ou colunares, semelhantes a ameloblastos. A camada sobrejacente de epitélio, arranjada frouxamente, pode lembrar o retículo estrelado de um ameloblastoma
O aspecto histopatológico mais característico do cisto odontogênico calcificante é a presença de um número variável de “células fantasmas” dentro do componente epitelial. Essas células fantasmas eosinofílicas são células epiteliais alteradas caracterizadas pela perda do núcleo com preservação do arcabouço básico da célula.
A natureza da alteração das células fantasmas é controversa. Alguns acreditam que essa alteração represente a necrose de coagulação ou o acúmulo de proteína do esmalte; outros afirmam que é uma forma de ceratinização normal ou aberrante do epitélio odontogênico.
Massas de células fantasmas podem se fusionar, formando grandes lençóis de material amorfo e acelular. Calcificações são comuns em meio às células fantasmas
Diversas variantes do tipo cístico do cisto odontogênico calcificante são observadas. Em alguns casos, o revestimento epitelial prolifera para o lúmen de forma que ele se apresenta, em grande parte, preenchido por aumentos de volume de células fantasmas e calcificações distróficas. Múltiplos cistos-filhos podem estar presentes na cápsula fibrosa, e uma reação de corpo estranho às células fantasmas extravasadas pode ser conspícua. Em outra variante, a proliferação epitelial uni ou multifocal do revestimento do cisto em direção ao lúmen pode lembrar o ameloblastoma. Essas proliferações são entremeadas por um número variado de células fantasmas. Essas proliferações epiteliais lembram superficialmente, mas não satisfazem, o rigoroso critério histopatológico para o diagnóstico de ameloblastoma.
Cerca de 20% dos cistos odontogênicos calcificantes císticos estão associados a odontomas. Essa variante geralmente é uma lesão unicística, que mostra as características de um cisto odontogênico calcificante juntamente com um pequeno odontoma complexo ou composto.
Cistos odontogênicos calcificantes neoplásicos (sólidos) são incomuns, sendo responsáveis por 2% a 16% de todos os cistos odontogênicos calcificantes nas séries descritas. Eles podem ser intra ou extraósseos.
As formas extraósseas da variante sólida parecem ser mais comuns. Elas mostram ilhas de tamanho variado de epitélio odontogênico em um estroma fibroso.
A variante intraóssea rara é um tumor sólido que consiste em ilhas e cordões de epitélio odontogênico semelhantes ao ameloblastoma dispersos em estroma de tecido conjuntivo fibroso. 
Um pequeno número de tumores epiteliais odontogênicos de células fantasmas (carcinoma odontogênico de células fantasmas) agressivos ou malignos foi relatado. Essas lesões apresentam pleomorfismo celular e atividade mitótica com invasão dos tecidos adjacentes.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
 O prognóstico de um paciente com cisto odontogênico calcificante é favorável, sendo relatadas somente poucas recidivas após a enucleação simples. O cisto odontogênico calcificante periférico neoplásico parece ter o mesmo prognóstico que o ameloblastoma periférico, com chance mínima de recidiva após a excisão cirúrgica simples
CISTOS FISSURAIS OU DE DESENVOLVIMENTO 
 
INTRODUÇÃO: 
 São verdadeiros cistos que desenvolvem na linha de fusão dos ossos da face decorrente do 
aprisionamento de remanescentes epiteliais provenientes do ectoderma durante os processes embrionários da boca e face
CISTO DO CANAL INCISIVO (conduto incisivo, conduto nasopalatino)
 Dentre os cistos fissurais é o mais freqüente estando localizado no interior do canal nasopalatino ou nas suas proximidades. É originário da proliferação de restos epiteliais encontrados no canal nasopalatino. Este canal é uma estrutura embrionária, revestida por tecido epitelial, formando duas passagem, uma de cada lado do septo nasal, ligando a cavidade oral a nasal. O desenvolvimento de um cisto nesta região mediana do palato, próxima as raízes dos incisivos centrais, pode provocar a divergência das raízes destes dentes. Este cisto pode aparecer em qualquer idade, mesmo em pessoas muito jovens. Na maioria dos casos é assintomático podendo apresentar tumefação no palato, próximo a papila palatina. Ocasionalmente, estes cistos podem ser descobertos quando do exame radiográfico de rotina. A imagem radiográfica mostra uma destruição óssea na linha média do palato acima das raízes dos incisivos centrais representada por uma imagem radiolúcida, de forma arredondada, ovóide ou cordiforme.
CISTO PAL ATINO MEDIANO
CONCEITO: é um cisto não odontogênico que está localizado na linha mediana do palato duro, posterior à papila palatina, ao nível de pré-molares e molares. 
ORIGEM: origina-se dos remanescentes epiteliais dos processos palatinos maxilares. ETIOLOGIA: é desconhecida, pois não se sabe o que estimula os remanescentes a formar o cisto.
CARACTERÍST ICAS CLÍNI CAS: 
4.1. Evolução: lenta. Leva meses para que possa se observar manifestações clínicas. 
4.2. Dor: é indolor, porém, se houver infecção secundária da cápsula, ocorrer á inflamação aguda e conseqüente processo doloroso.
 4.3. Expansão óssea: a expansão óssea o correrá se o cisto for médio ou grande, estando localizado na linha média da mucosa do palato duro, ao nível de pré-molares e molares.
 4.4. Dentes vizinhos: não se analisa, pois não tem contato com dentes vizinhos. 
4.5. Consistência: depende do tamanho do cisto. 
a) Óssea: quando houver uma grossa camada de osso separando a mucosa do cisto.
 b) Papirácea: quando houver uma fina camada de osso separando a mucosa do cisto . Consistência papirácea quer dizer, ceder a pressão digital e voltar a posição original logo após cessada a pressão, originando um Ruído característico, chamado de crepitação papirácea. Para que isto aconteça a lesão deve Possuir líquido e estar capsulada. 
c) Flutuante : quando o cisto estiver sub mucoso, cedendo facilmente à palpação.
Mucosa periapical: 
 Cor: poderá apresentar cor azulada quando o cisto estiver submucoso, pois o líquido amarelo citrino absorve todos os comprimentos de onda da luz, menos o azul, refletindo -o. Quando ele está submucoso, há maior tendência à infecção , podendo apresentar cor amarelada ou avermelhada. 
Continuidade: normal. 
Volume: o volume da mucosa geralmente está normal. Estará diminuído quando o cisto estiver submucoso. 
Localização exclusiva: na linha mediana do palato duro, posterior à papila palatina, ao nível de pré-molares e molares.
 Freqüência: é mais raro que o Cisto Nasop alatino.
CARACTERÍST ICAS RADIOGRÁFIC AS: 
 Imagem: radiolúcida. 
 Forma: circular ou ovalada. 
Limites: são precisos, está delimitada por fina linha radiopaca, contínua e destacada, representando a osteog ênese reacional.
 Localização : na linha mediana d o palato duro posterior à papila palatina, ao nível do Premolares e molares. 
 Cortical óssea: 
a) Expansão óssea: é comum, porém, não observamos que a cortical óssea está fora de sua posição normal numa radiografia oclusal, devido à superposição.
 b) Continuidade: geral mente está p reservada, ou seja, a cortical não está destruída, porém, se houver destruição, esta será do tipo regular, onde podemos observar duas pontas de osso frente à frente.
DIAGNÓSTICO: 
6.1. Clínico: características clínicas + características radiográficas. Clinica mente se observa aumento de volume na linha mediana da mucosa do palato duro,ao nível de premolares, a consistência é papirácea e o paciente diz não sentir dor.
 Radiograficamente observa -se uma imagem radiolúcida, de tamanho médio, de forma circular, circundada por fina linha esclerótica, localizada na linha mediana do palato duro posterior à papila palatina. Diante dessas característica s temos de pensar em Cisto Palatino Mediano. 
6.2. Diferencial: 
 Cisto Palatino Med iano // Cisto Nasop alatino: 
a) Cisto Nasopalatino:
 1. Localização: radiograficamente ob serva-se que o Cisto Nasopala tino está localizado dentro do canal incisivo, enquanto que, o Cisto Palatino Mediano, está localizado na linha mediana do palato duro, posterior à papila palatina. 
2. Exploração cirúrgica: o Cisto Nasopalatino encontra -se dentro do canal nasopalatino, enquanto que, o Cisto Palatino Mediano, encontra -se fora do canal nasopalatino, localizado na linha mediana do palato duro, posterior à papila palatina. 
3. Imagem radiográfica do forame incisivo : no Cisto Palatino Mediano, o forame incisivo é visível, enquanto que, no Cisto Nasopa latino, o forame encontra -se mascarado
Definitivo: biópsia.
7-PROGNÓST ICO: bom, pois é um cisto se m tendência à recidiva.
 8. TRATAMENTO : remoção cirúrgica do cisto.
CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO 
Este cisto é originário da proliferação de remanescentes epiteliais do trato tireoglosso embrionário (do forame cego da língua e a glândula tireóide). 
É um cisto raro que pode ocorrer em qualquer idade, mas usualmente os casos relatados referem-se a indivíduos jovens.
 O seu desenvolvimento é lento, assintomático, podendo variar de tamanho e posição ao longo do trajeto entre o forame cego na língua e a região da glândula tireóide. O cisto apresenta uma massa tecidual, na linha média, de consistência firme a palpação, móvel, e dependendo da sua localização pode trazer dificuldade na deglutição. Em alguns casos pode ocorrer infecção secundária com formação de fistula com drenagem na pele ou mucosa oral. O tratamento para o cisto do ducto tireoglosso é a excisão cirúrgica total e cuidadosa evitando-se, assim, a recidiva que é freqüente neste tipo de cisto. Embora, raro, têm sido relatados casos de carcinomas desenvolvendo-se a partir de restos do trato tireoglosso.
CISTO NASOLABIAL (Nasoalveolar) 
Ao contrário dos cistos fissurais descritos anteriormente, em que a imagem radiográfica é primordial para o seu diagnóstico, no cisto nasolabial muito raramente vamos encontrar algum comprometimento ósseo. O diagnóstico é eminentemente clínico caracterizando-se pelo edema localizado na região da prega mucolabial podendo estender-se para o assoalho do nariz. Embora este cisto tenha o seu desenvolvimento processado externamente ao tecido ósseo, sua provável origem é atribuído a remanescentes epiteliais alojados na junção dos processos globular, nasal lateral, e maxilar. O cisto deve ser removido através de uma enucleação cirúrgica
CISTO MANDIBULAR MEDIANO 
A origem deste cisto é discutível. Se considerarmos o seu desenvolvimento originário de restos epiteliais aprisionados na fissura mediana da mandíbula, quando da fusão dos arcos mandibulares, este é realmente um cisto de desenvolvimento. Contudo, esta lesão pode representar perfeitamente um cisto odontogênico do tipo primordial ou periodontal lateral. Na falta de uma melhor definição de sua origem, este cisto permanece enquadrado dentre os fissurais. É um cisto pouco freqüente não apresentando, na maioria das vezes, expansão perceptível clinicamente de cortical óssea. Isto dificulta o seu descobrimento, sendo muitas vezes encontrados quando de radiografias de rotina. É importante salientar que embora a lesão esteja localizada entre os incisivos inferiores, estes dentes apresentam vitalidade, salvo associação de outro processo patológico. A imagem que a radiografia pode apresentar é a de uma área de destruição óssea, radiolúcida, de bordos nítidos, podendo ser unilocular ou multilocular. O tratamento é cirúrgico, com preservação dos dentes adjacentes, quando possível.
CISTO LINFOEPITELIAL (Cisto branquial, cisto cervical benigno lateral, cisto da fenda branquial). 
Este cisto tem sido descrito como originário da proliferação de restos de tecidos provenientes dos arcos branquiais ou das bolsas faringeanas. Há contudo, considerável evidência da histogênese, que este tipo de cisto tem como origem a proliferação de resto epiteliais de glândulas salivares inclusos nos nódulos cervicais. O cisto localiza-se na porção lateral do pescoço, próximo ao ângulo da mandíbula. O seu desenvolvimento é lento e assintomático, constituindo-se em uma massa móvel e de pouca consistência à palpação, que pode ter duração de semanas a muitos anos. O tratamento preconizado é a enucleação cirúrgica cuidadosa, a fim de, evitar-se recidiva.
CISTO DERMÓIDE 
Embora receba o nome de cisto dermóide ou epidermóide, na realidade é uma forma de teratoma cístico originário do epitélio germinativo embrionário. Pode desenvolver em diversas áreas do corpo, porém, é na boca a localização mais freqüente. O assoalho de boca, a região submandibular e sublingual, são os locais comuns de ocorrência. O desenvolvimento se dá geralmente em jovens, mas nas regiões bucais pode acarretar um deslocamento de estruturas teciduais subjacentes causando dificuldade na deglutição e na fonação. O tratamento do cisto dermóide e a sua remoção cirúrgica com prognóstico muito bom, raramente tendo recidiva.
CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO 
É uma lesa-o intra-óssea que tem sido observada em praticamente todas as regiões do esqueleto, sendo mais freqüentemente encontrada em ossos longos e vértebras. também, são regiões incidentes, Os ossos da maxila e da mandibular sendo nesta última mais freqüente. Este "cisto" é mais encontrado em jovens, não tendo predileção por quaisquer um dos sexos. Embora não se constituindo em um verdadeiro cisto a imagem radiográfica mostra alguma semelhança com esta lesão. Basicamente apresenta zona radiolúcida, de contorno nítido com formações cavitárias em seu interior, do tipo favos de mel ou bolhas de sabão. A cortical óssea pode apresentar-se expandida ou mesmo, em determinadas regiões, destruídas. Microscopicamente esta lesa-o apresenta no seu interior um tecido esponjoso constituído basicamente de células gigantes multinucleadas, de substância osteóide. Este tecido fibroblástico que é banhado por grande quantidade de sangue está contido em diversas cavidades representando os espaços cavernosos. Quando este cisto, se desenvolve na mandíbula ou na maxila, a principal manifestação é o aumento progressivo mas lento dos ossos da região afetada. De uma maneira geral não há queixa de sintomatologia dolorosa. Apesar de ainda haver muita controvérsia quanto a natureza desta lesão, fatores desencadeantes são apontados, tais como trauma e doença óssea primária, como iniciadores deste "cisto". Embora haja relatos de cura espontânea, o tratamento indicado e o cirúrgico, através de curetagem. 
PSEUDOCISTOS DOS MAXILARES 
Não são cistos verdadeiros, dão imagem radiográfica de cistos, mas na verdade não são cistos:
CISTO” ÓSSEO ESTÁTICO (“Cisto” de Stafne)
1. CONCEI TO: é um pseudo cisto dos maxilares caracterizado po r uma cavidade óssea co ntendo parte d a glândula submandibular. 
2. ET IOLOGIA: é desconhecida, p orém, alguns autores acreditam que quando a mandíbula está em formação há inclusão de parte de glândula submandibular. 
3. CARACTERÍST ICAS CLÍNI CAS: 3.1. Evolução: lenta e limitada, o pseudocisto para de crescer quando a mandíbula alcança seu tamanho normal. 
3.2. Dor: é indolor. 
3.3. Expansão óssea: não causa expansão óssea. 
3.4. Consistência: não se analisa, pois não é palpável, não há expansão.
 3.5. Mucosa da região: normal e m cor, continuidade e volume. 
3.6. Localização preferen cial: mandíbula, região de 2o e 3o molares, freqüente mente abaixo d o canal mandibular. Ocasionalmente pode ser bilateral.
 3.7. Freqüência: rara.
4. CARACTERÍST ICAS RADIOGRÁFIC AS: 
Imagem: rad iolúcida. 
 Forma: circular ouo valada. Não é uma lesão fechada. Este for mato se deve à incidência d o fei xe de r aios X.
 Limites: são p recisos, embora não haja osteogênese reacional. O que delimita a lesão é a cortical óssea mandibular lingual, que está fora de sua posição normal devido à inclusão de parte da glândula sub mandibular. 
Localização : na região de 2 o e 3o molar, freqüentemente abaixo do canal mandibular. Cortical óssea: 
a) Expansão óssea: não há expansão óssea. 
b) Continuidade: está preservada, ou seja, a cortical óssea não está destruída. 
5. DIAGNÓSTICO:
 5.1. Clínico: exame radiográfico de rotina. Clinica mente nada se observa. Radiograficamente obser va -se uma imagem radio lúcida, de for ma circular, circundada por fina linha esclerótica, localizada na mandíbula, na região de molares e, freqüente mente, abaixo do canal mandibular. Diante d essas característica s temo s de pensar e m “Cisto” Ósseo Estático.
Definitivo: não há necessidade de biópsia, basta fazer um acompanhamento radiográfico, se a lesão não aumentar de tamanho, confirma-se o diagnóstico “Cisto” Ósseo Estático. 
 
6. PROGNÓSTICO: bom, pois a lesão deixa de crescer com a formação completa da mandíbula. 
7. TRATAMENTO : não requer tratamento.

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes