Buscar

Direito Empresarial 1 - Teoria da empresa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1. Código Comercial de 1850:
Divisão entre comerciante e sociedade comercial, com rol taxativo de atividades comerciais em seu artigo 19. 
1.2 Teoria da empresa:
Adotada pelo Código Civil de 2002, trata-se de uma teoria italiana, e traz o conceito de empresário (art. 966 CC):
Art. 966: considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços
1.2.1. Incidência:
a) Pessoa Física: empresário individual
b) Pessoa Jurídica: sociedade empresária ou empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI)
	1.2.2 Elementos:
a) Profissionalmente: aquele que pratica a atividade com habitualidade, continuidade;
b) Atividade econômica: há que ter a finalidade lucrativa;
c) Organizada: reunião harmoniosa dos 4 fatores de produção, sendo eles: mão de obra, insumos (matéria prima), capital e tecnologia;
d) Produção ou circulação de bens/serviços.
	1.2.3. Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário:
Nomenclatura:
a) Para Pessoa Física: profissional liberal;
b) Para Pessoa Jurídica: sociedade simples ou EIRELI de natureza simples.
I. Profissão intelectual:
Art. 966, Parágrafo Único: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Ocorre elemento de empresa quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo (amplo), próprio da atividade empresarial (por exemplo, uma veterinária + pet shop)
Ocorre, também, quando o serviço não se caracteriza personalíssimo (tendo em vista um cliente individualizado), mas sim um serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta. 
Será considerado empresário quando oferecer a terceiros prestações intelectuais de pessoas contratadas a seu serviço (por exemplo, um estúdio fotográfico que contrata diferentes equipes para prestar a atividade fotográfica).
	II. Sociedade de advogados:
Transcrita no artigo 15 da Lei 8.906/94, que dita:
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.
 
Ainda, há expresso impedimento legal de constituição de sociedade empresária por sociedade de advogados no artigo 16 desta mesma lei.
	III. Exercente de atividade rural sem registro na junta comercial:
Apenas o exercente de atividade rural com inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário (art. 971).
	IV. Sociedade Cooperativa:
Segundo o artigo 982 do CC, considera-se empresária a sociedade por ações (por exemplo, a sociedade anônima), e simples, a cooperativa, independentemente de seu objeto.
	1.3 Conceito de empresa:
É a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, retirado do artigo 1.142 do CC, o qual trata do estabelecimento empresarial
	2. Empresário individual:
É a pessoa natural (física), que individualmente, de forma profissional exerce uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.
· Requisitos:
a) Estar em pleno gozo da capacidade civil;
b) Não ter impedimento legal 
Observação: os membros do MP, magistrados e funcionários públicos são impedidos de exercer o comércio individual, salvo se acionista ou cotista, obstada a função de administrador. 
Outros casos de impedimento, são dos empresários falidos, enquanto não forem reabilitados (art. 102, Lei de Falências), e de leiloeiros.
Hipóteses excepcionais para o incapaz ser empresário individual:
O incapaz não pode iniciar uma atividade empresarial, mas poderá continuar (art. 974 CC), por meio de representante ou devidamente assistido, a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. Esta não é uma regra de proteção ao menor, mas sim de proteção à empresa.
Para que o incapaz possa efetivamente continuar a atividade empresarial, há que se cumprir alguns requisitos, sendo eles:
a) Estar devidamente assistido ou representado;
b) Ter a autorização judicial,dada por meio de alvará que pode, a qualquer tempo, ser revogada pelo juiz
O incapaz, ainda, não pode iniciar uma empresa como empresário individual, mas poderá figurar como sócio de sociedade, desde que devidamente assistido ou representado, e não poderá exercer a administração, e o capital social da sociedade deve estar totalmente integralizado.
2.1 Responsabilidade do empresário individual:
Trata-se de uma responsabilidade ilimitada, que significa dizer que a pessoa natural do empresário individual responde com seus bens pessoais por dívidas empresariais contraídas, de acordo com o princípio da unidade patrimonial. No entanto, o empresário responderá, primeiramente, com os bens vinculados à atividade econômica, de acordo com o benefício da ordem.
Tal princípio, no entanto, não recai sobre a sociedade ou EIRELI, sendo que, sentes casos, difere-se o patrimônio da pessoa física e da pessoa jurídica. Assim, a responsabilidade será limitada.
Observação: não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o menor já possuía no momento da sucessão.
No caso de ser o empresário casado, só poderá alienar os bens sem autorização do cônjuge se se tratar de bens integrantes do patrimônio da empresa ou se for casado com separação total de bens. No caso de o imóvel ser de patrimônio da pessoa física, o empresário irá precisar da autorização prévia do cônjuge.
	3. EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada):
Introduzida pela lei 12.441/11, que introduziu um artigo ao Código Civil (998-a), trata-se de uma nova modalidade de atividade empresarial, é uma Pessoa Jurídica individual, constituída por um único titular, com responsabilidade limitada. Isto significa dizer que as dívidas da empresa recairão apenas sobre os bens desta mesma empresa, diferentemente do que ocorre com o empresário individual.
3.1 Capital mínimo:
O valor será devidamente integralizado (ou seja, devidamente pago) e nunca inferior a 100 vezes o salário mínimo vigente no país. 
Questionamento: com o aumento ulterior do salário mínimo, será necessário atualizar o capital da Pessoa Jurídica? Não. deve-se atentar ao valor do salário mínimo apenas no ato de integralização.
· Atenção: capital subscrito - prometido; capital integralizado - já pago
	3.1.1 Formas de integralização:
a) Dinheiro;
b) Bens, móveis ou imóveis;
c) Prestação de serviços, 
Na integralização por bens imóveis, não haverá incidência do ITBI, por força do artigo 156, § 2º, I da CF.
3.2. Limitação:
A Pessoa Natural que constituir EIRELI, somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade, ou seja, apenas será permitida uma EIRELI por CPF.
· Quem pode ser titular de uma EIRELI?
Neste sentido, existem duas correntes:
A primeira corrente diz que a PJ e PF, fundamentado no caput do artigo 980-a, e a lei não proíbe expressamente a PJ de ser titular de EIRELI. Existe, no entanto, uma instrução normativa impedindo a PJ de ser titular, contudo, segundo a CF, compete privativamente à União legislar sobre Direito Civil, não sendo, portanto, matéria de instrução normativa. Ainda neste sentido, o §6º do artigo 980-a prevê a aplicação subsidiária das regras da sociedade LTDA, a qual admite as PJs como sócios.
Já a segunda corrente considera legítimas as instruções normativas no sentido da proibição das PJs de serem titulares de EIRELI. Ainda, argumenta quanto à redação do §2º do artigo 980-a, que diz ser permitido apenas uma EIRELI por CPF, mas não diz nada sobre CNPJ. argumenta, também, que a ideia da EIRELI é a de acabar com a informalidade do empresário individual.
Observação: o produtor rural pode ter uma EIRELI? O rural que não tem registro, não é considerado empresário para o Direito Empresarial. O enunciado 62 da II Jornada de Direito Comercial diz que o produtor rural poderá constituirEIRELI nas condições do artigo 971 do CCB, refere-se ao produtor rural que tem registro.
E quanto ao funcionário público? Ante a falta de previsão legal, assume-se que o funcionário público não pode ser titular de EIRELI.
	3.2 Administrador:
Quem pode ser administrador de uma EIRELI? Tal questão é tratada sob a ótica do art. 980-a, § 6º, que trata da aplicação das regras da sociedade limitada (LTDA). Para a sociedade limitada, podem ser administrador tanto o sócio quanto o não-sócio. Assim sendo, por analogia, o administrador pode ser tanto o titular da EIRELI, quanto o não-titular.
	3.3 Transformação:
Na transformação do empresário individual para a EIRELI, o CNPJ será mantido, e este será o titular da empresa. No caso da sociedade empresária, tal transformação também será possível, no entanto, será necessário concentrar 100% das quotas e ações em um sócio só, que virá a ser o titular da empresa.
Observação: a transformação não exclui a necessidade do capital mínimo, devidamente integralizado no ato da transformação.
	3.4 Natureza empresária e simples (ver novamente tópico 1.2.3):
A EIRELI de natureza empresária deverá ser registrada na Junta Comercial, e terá o código 2305, e a simples, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, com o código 2313.
	3.5 EIRELI originária e derivada:
Originária é aquela empresa que desde a sua constituição, está na forma de EIRELI. Derivada é aquela que passa pela transformação para a EIRELI (por exemplo, a sociedade limitada que se transforma em EIRELI)
	3.6 Quadro comparativo:
	Empresário Individual
	Sociedade Empresária
	EIRELI
	Pessoa natural
	Pessoa Jurídica
	Pessoa Jurídica
	Ilimitada
	Ilimitada/Limitada
	Limitada
	Sem capital mínimo
	Sem capital mínimo
	Capital mínimo
	4. Obrigações empresariais:
Serão aplicadas tanto para o empresário individual, quanto para a sociedade empresária, e empresa individual de responsabilidade limitada.
4.1 Registro: 
Competência: o registro será feito na Junta Comercial (órgãos estaduais, que são fiscalizados e normatizados pelo DREI);
Exceção: art. 971, que trata do empresário rural que poderá ser inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis, e ficará equiparado ao empresário. Neste caso, o registro é facultativo.
O registro, via de regra, é mera condição de regularidade do empresário, mas no caso do empresário rural, o registro tem natureza constitutiva.
As consequências da falta de registro são: a) não poderá pedir a falência de outrem, b) não poderá pedir a recuperação judicial, c) a falta de registro implicará na responsabilidade ilimitada.
Após 10 anos, será necessária uma comunicação de que a empresa ainda está ativa, e, na ausência de tal comunicação, o registro será cancelado.
4.2 Escrituração dos livros comerciais:
• Livro facultativo: a escrituração não é obrigatória (por exemplo, livro caixa, livro razão, livro conta-corrente);
• Livro obrigatório:
a) Obrigatório especial: livro de registro de duplicata (somente para empresários que emitem duplicata).
b) Obrigatório comum:
art. 1.180: Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.
I. Consequências da escrituração irregular ou da ausência de escrituração: 
Força probante dos livros empresariais:
Art. 418: Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários
Art. 417: “Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos
A não escrituração é sancionada no âmbito empresarial? Não. Todavia, constitui crime falimentar nas hipóteses seguintes cf. Lei n. 11.101/05, 
Art. 178: Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
II. Dispensa da escrituração:
Art. 1.179: “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
§ 1º: Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados.
§ 2º: É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970”.
Análise do pequeno empresário: LC n. 123/06 – modificadas pelas Leis complementares 139/11 e 147/14.
LC n. 123/06, Art. 3º: Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso.
O critério objetivo da classificação expressa pela LC n. 123/06 é a receita bruta anual:
	Microempresa
	Empresa de pequeno porte
	Microempreendedor individual
	Igual ou inferior a 360.000,00
	Superior a 360.000,00, e igual ou inferior a 4.800.000,00
	Igual ou inferior a 60.000,00
III. Falsificação dos livros comerciais:
Para os efeitos penais, equipara-se ao documento público os livros mercantis, segundo o artigo 297, §2º do CP. A pena é de reclusão, de dois a seis anos, e multa.
IV. Princípio da Sigilosidade (atenção!): 
Art. 1.190: Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
· Exceções:
a) Exibição total/integral:
Art. 1.191: O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
Apenas essas 4 situações, portanto, permitem a exibição total dos livros mercantis. No entanto, o juiz não poderá ordenar de ofício, apenas a requerimento da parte.
b) Exibição parcial:
Ocorre em qualquer ação judicial, poderá ocorrer de ofício ou a requerimento da parte. Extrai-se, dos livros, a soma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
c) Autoridade fazendária:
As restrições do princípio da sigilosidade não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de tributos (1.193 CC).
 V. Consequências da ausência de apresentação dos livros:
Ocorrerá a busca e apreensão dos livros, e ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros. A confissão poderá ser elidida por prova documental em contrário.
4.3 Demonstrativos contábeis periódicos:
a) Balanço patrimonial: apura os ativos e passivos da atividade empresarial
b) Balanço de resultado econômico: constarão crédito e débito (lucros e perdas) empresarial
	4.4 Boa guarda dos documentos:
O empresário e a sociedade empresária serão obrigados a conservar em boa guarda toda sua escrituração, correspondência e papéis concernentes a sua atividade até o fim do prazo prescricional.
5. Nome empresarial/comercial:
O nome empresarial tem proteção prevista no inciso XXIX do art. 5º da CF. É o elemento de identificação do empresário individual/sociedade empresária/EIRELI
	5.1 Modalidades:
a) Firma: pode ser individual ou social, sendo que a firma individual aplica-se ao empresário individual, e é composta donome civil do empresário (completo ou abreviado) e a firma social é equivalente a razão social, aplica-se à sociedade empresária cujo sócio possui responsabilidade ilimitada, e é composta pelo(s) nome(s) do(s) sócio(s), completo ou abreviado, ou o nome + cia.
Para a firma, o ramo de atividade será facultativo.
b) Denominação: aplica-se à sociedade cujo sócio possua responsabilidade limitada (LTDA e Sociedade Anônima). É composta de uma expressão linguística, e o ramo de atividade é obrigatório.
	
	Firma 
	Denominação 
	Empresário individual
	Tem 
	Não tem
	Sociedade em comandita simples
	Tem 
	Não tem
	Sociedade em nome coletivo
	Tem 
	Não tem
	Sociedade Anônima
	Não tem
	Tem 
	Cooperativa
	Não tem
	Tem 
	Sociedade LTDA
	tem 
	Tem (art. 1.158 CC)
	EIRELI
	Tem 
	Tem (art.980-A § 1º)
	Sociedade em comandita de ações
	Tem 
	Tem 
	Sociedade em conta de participação
	Não tem
	Não tem
Observação:na sociedade limitada que adotar firma ou denominação, deverá constar, ao final, a palavra “limitada” ou abreviatura, sua eventual omissão resultará na determinação da responsabilidade ilimitada dos administradores.
	5.2 Princípios:
O nome empresarial é regido pelo princípio da novidade e da veracidade. Segundo o princípio da veracidade, a firma individual ou social deverá ser composta pelo nome do empresário ou dos sócios, ou seja, o nome empresarial deve corresponder à realidade fática da empresa.
Ainda neste sentido, o artigo 1.165 do CC traz que o nome do sócio que vier a falecer ou se retirar a sociedade não poderá continuar compondo a firma social. Destaca-se que tal artigo menciona apenas a firma social, isso se dá pois na denominação se admite a manutenção do nome de um sócio que não mais compõe a sociedade quando houver a modalidade de honraria, ou seja, em homenagem ao antigo sócio.
Já em decorrência do princípio da novidade, faz-se inalienável o nome empresarial (1.164 CC). caberá ao prejudicado, portanto, a qualquer tempo, ação para anular inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato (1.167 CC).
	Nome empresarial
	Marca 
	Nome fantasia
	Inscrição de sociedade empresária, empresa individual,ou EIRELI
	Identificação de um produto ou serviço
	Nome popular de uma empresa
	Registro na Junta Comercial
	Registro no INPI
	O registro não é obrigatório, mas poderá ser feito no INPI
	Proteção estadual
	Proteção federal
	Se não tiver registro, não terá proteção, e duas ou mais empresas poderão adotar o mesmo nome fantasia, mas se for registrado, será passível de proteção federal.
6. Estabelecimento empresarial: 
Complexo de bens organizado para exercício da empresa,por empresário ou sociedade empresária. Composto por bens corpóreos (móveis, maquinários, mercadorias, etc) e por bens incorpóreos (marcas, ponto comercial, patente, domínio de internet, etc).
Há que se diferenciar, no entanto, patrimônio de estabelecimento. Estabelecimento é o conjunto de bens diretamente destinado ao exercício da atividade comercial. Já o patrimônio é composto pelo estabelecimento, bem como por outros bens não ligados à atividade comercial, como, por exemplo, ações, ouro, veículos, etc.
6.1 Trespasse:
É a denominação do contrato de compra e venda de estabelecimento comercial, ou seja, a transferência de titularidade de estabelecimento. 
Observação: trespasse não se confunde com a cessão de quotas sociais, sendo essas a mera transferência de participação societária, não do estabelecimento comercial.
a) Formalidade: não se exige nenhuma formalidade para que o contrato produza efeitos entre adquirente e alienante, mas serão necessários o preenchimento de formalidades para que faça efeitos a terceiros (art. 1.144 CC)
Art. 1.144: O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Ou seja, a lei exige a publicidade do ato para que produza efeitos perante terceiros.
b) Eficácia: 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Ou seja, se desobedecer ao artigo 1.145, o contrato de trespasse será ineficaz.
c) Responsabilidade por dívidas anteriores:
O adquirente terá, sim, responsabilidade por dívidas anteriores desde que a dívida esteja contabilizada, respondendo solidariamente, o devedor primitivo, pelo prazo de um ano, contando da data de publicação (na imprensa oficial), para dívidas vencidas, e da data de vencimento da dívida, para vincendas.
Obs: não vale para a dívida tributária nem trabalhista, pois estas dívidas têm regulamento próprio.
d) Concorrência: 
É o contrato de trespasse que permitirá ou não a concorrência. Se o contrato, no entanto, for omisso, aplica-se a regra do art. 1.147 do CC, que diz que o alienante do estabelecimento não poderá fazer concorrência ao adquirente nos 5 anos subsequentes à transferência. Este artigo se trata de uma proteção à concorrência leal, e não uma violação ao princípio da livre concorrência.
Obs: no caso de usufruto, esta proibição persistirá durante o prazo do contrato
· É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
e) Sub-rogação dos contratos de exploração:
É uma proteção ao investimento, trata-se da transferência automática dos contratos anteriores ao trespasse. Disposto no artigo 1.148 CC.
Art. 1.148: Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
6.2 Aviamento/goodwill of trade:
É o potencial de lucratividade do estabelecimento, a articulação dos bens que compõem o estabelecimento na exploração de uma atividade econômica agregou-lhes valor reconhecido pelo mercado.
 
O aviamento não é um elemento integrante do estabelecimento, mas sim um atributo.
	7. Locação comercial - direito ao ponto comercial:
Ponto comercial é o local onde a atividade comercial é desempenhada e conhecida pelo mercado empresarial.
7.1 Ação renovatória:
Previsto nos artigos 51 e ss da Lei de locação.
a) Requisitos: 
São cumulativos, sendo eles:
· Contrato escrito e com prazo determinado (sendo assim, o contrato verbal e o contrato por prazo indeterminado não admitem ação renovatória)
· Contrato ou a soma ininterrupta dos contratos deve totalizar o prazo contratual mínimo de cinco anos.
· É necessário que o locatário esteja explorando o mesmo ramo de atividade nos últimos três anos.
b) Prazo:
Está estabelecido no artigo 51 da Lei de locação, que estabelece que o prazo para ajuizar ação renovatória se inicia a partir de um ano antes do fim do contrato, e se encerra com 6 meses antes do fim do contrato.
c) Exceção de retomada:
Durante a ação renovatória, o locador poderá invocar a exceção de retomada, hipótese em que o imóvel ficará com o locador. Pode ocorrer nas seguintes situações:
I) Para realizar obras no imóvel que resulte em sua valorização (ex.: construção de um estacionamento); II) Poder Público solicitar reforma no imóvel que implique em sua radical transformação; III) Proposta melhor de terceiro; IV) Para uso próprio; V) Para transferência de fundo de comércio (estabelecimento empresarial) existente há mais de um ano, sendo
detentor da maioria do capital o locador, se o cônjuge, ascendente ou descendente.
d) Shopping Center:
“Empreendimentos com Área Bruta Locável (ABL), normalmente, superior a 5 mil m2, formados por diversas unidades comerciais, com administração única e centralizada, que pratica aluguel fixo e percentual. Na maioria das vezes,dispõe de lojas âncoras e vagas de estacionamento compatível com a legislação da região onde está instalado”
No caso dos Shoppings, a ação renovatória poderá, sim, ocorrer, mas não com fundamento no inciso II do artigo 52 da Lei 8.245/91, transcrito a seguir:
Art. 52, II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.
7.2 Luvas:
Trata-se do pagamento em razão da conotação do ponto comercial (exemplo, ponto próximo a metrô). É um pagamento feito pelo locador ao locatário, como uma garantia pelo contrato de locação comercial.
Segundo a jurisprudência, serão válidas apenas a cobrança de luvas iniciais, não as luvas por renovação.
	7.3 “Build to suit”:
É o tipo de locação feita sob medida. O locatário “encomenda” determinada construção ou reforma de um imóvel que atenda às suas necessidades, sendo todo o custo da obra suportado pelo locador.
Faz-se possível cláusula de revisão de valor do aluguel e multa por rescisão antecipada (sendo esta não superior ao valor dos aluguéis até o fim do contrato).
	8. Propriedade industrial:
A finalidade da lei de propriedade industrial é a de garantir o uso exclusivo. Tal garantia está fundamentada no artigo 5º, inciso XXIX da CF, transcrito:
Art. 5º, XXIX: a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Os bens protegidos são: invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e marca.
	Bens 
	Proteção 
	Prazo de exclusividade
	Início do prazo
	Prorrogabilidade 
	Invenção 
	Patente 
	20 anos
	Da data do depósito
	Não 
	Modelo de utilidade
	Patente 
	15 anos
	Da data do depósito
	Não 
	Desenho industrial
	Registro 
	10 anos
	Da data do depósito
	Sim 
	Marca 
	Registro 
	10 anos
	Da data de concessão
	Sim 
Observação: o registro e a patente são realizados no INPI, uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (rever tabela do item 5.2).
8.1 Patente:
Trata-se de um título de monopólio temporário sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores. Por outro lado, há a obrigação por lado do inventor de expor todos os detalhes técnicos da matéria protegida pela patente. há , ainda, o chamado segredo industrial, que é o elemento não levado à patente, que, por não ter seus dados revelados publicamente, terá proteção à informação por tempo indeterminado. (por exemplo, coca-cola, chanel nº 5)
A invenção é o produto da inteligência humana que objetiva criar bens até então desconhecidos para aplicação industrial. Já o modelo de utilidade é o objeto de uso prático na atividade industrial, que resulte em maior funcionalidade ou melhoria.
Quanto à titularidade, o Brasil adotou o sistema declarativo, em que é assegurado o direito a patente àquele que provar depósito mais antigo, independentemente da data de invenção ou criação. Poderá ser Pessoa Física ou Jurídica
Os requisitos para a patenteabilidade são:
a) Novidade: prevista no art. 11 da Lei de Propriedade Industrial, é considerado novo quando não compreendido no estado da técnica. Estado da técnica, por sua vez, é todo o conjunto de informações que já se encontrava em domínio público antes do registro da patente.
b) Atividade inventiva: 
Lei n. 9.279/96, art. 13: “A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
Lei n. 9.279/96, art. 14: “O modelo de utilidade é dotado de ato inventivo sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira comum ou vulgar do estado da técnica
c) Aplicação industrial: a patente exige que a invenção ou modelo de utilidade comporte a industrialização.
d) Licitude (não ter impedimento legal):
Lei n. 9.279/96, art. 18: Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico;
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8o e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
Observação: patente x empregado> a invenção ou modelo de utilidade pertencerá exclusivamente ao empregador quando decorrer de contrato de trabalho de execução no Brasil, e que tenha por objeto a pesquisa ou atividade inventiva, ou que resulte da natureza dos serviços para os quais o empregado foi contratado (art. 88).
Lembrar: Empresário e a sociedade empresária = Registro Público de Empresas Mercantis
Sociedade simples: Registro Civil das Pessoas Jurídicas

Outros materiais