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Resumo de Hermenêutica

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Resumo de Hermenêutica por Andreia Mendes
Através do primeiro grande paradigma da ontologia clássica: o Paradigma[footnoteRef:1] objetivista ou também denominado aristotélico-tomista (paradigma que perdurou da antiguidade clássica até a idade média). [1: Paradigma: é visão de mundo. É a forma como se enxerga e compreende qualquer coisa. É como uma lente.] 
Nesse período não existia uma ciência sistematizada, próximo do que a gente conhece hoje. A ideia de ciência, de conhecimento sistematizado, teorias etc., é uma ideia moderna. Então, no momento em estudo (antiguidade clássica), se produzia o conhecimento e se buscava organizar, inclusive, esse conhecimento, mas foi o início disso. A atitude que levava as pessoas a conhecer as coisas era a atitude do espanto. Porque o homem se espantava com aquilo que ele não conhecia. Ex.: Se o homem da antiguidade clássica visse um risco no céu, ele questionava: o que é aquilo? Como é que conheço aquilo?
E a partir desse espanto é que se buscava conhecer o fenômeno/a coisa. O foco desse conhecimento estava no objeto. É exatamente por isso que esse paradigma ficou conhecido como objetivista, porque se acreditava que a partir do estudo sobre o objeto, seria capaz revelar a essência desse objeto para então poder alcançar a verdade sobre ele e a partir daí poder construir conhecimento sobre esse dado objeto.
A partir da captura dessa essência de dado objeto (que faz dele o que ele é) é que se poderia procurar outros objetos e construir o entendimento sobre ele.
Essa crença na existência de uma essência do objeto, ou seja, de uma physis, é uma das bases desse paradigma. Ou seja, a crença de que existe uma essência que torna esse objeto ele mesmo, e encontrando e capturando a verdade sobre o objeto (uma cadeira, por exemplo) é que é possível estudar e compreender outros objetos (outras formas de cadeira) e esse entendimento se aplicaria tanto ao que é uma cadeira, ao que é o direito, ao que é filosofia e quanto a qualquer coisa que se desejasse conhecer.
Por isso que surge a ontologia enquanto estudo do ser. Porque é a partir daqui que se começa a sistematizar o conhecimento de modo a se entender o que são as coisas.
Então, resumindo temos:
1º Paradigma da ontologia clássica: 
a. Objetivista
b. Aristotelico-tomista
c. Ontologia (Estudo do ser)
d. Crença numa essência (physis)
e. Atitude do espanto
Com o Renascimento, “Deus’ sai do centro (contribuição de Copérnico[footnoteRef:2]) e o homem passa a ser o centro (antropocentrismo), passando-se a foca nesse homem. [2: Copérnico foi responsável por uma mudança de eixo. A Igreja católica, detentora do conhecimento na idade média se viu contrariada com as ideias revolucionárias de Copérnico que afirmou que o centro do universo não era a Terra, mas sim o Sol e com isso ele derrubou toda uma construção da Igreja Católica, que defendia que o centro do universo era a Terra, pois era na Terra que o homem habitava e como o home era imagem de Deus e Deus era o centro de tudo (teocentrismo), logo a Terra era o centro do Universo.] 
Com a revolução científica do século XVII, surge a figura de René Descartes com a máxima: “Penso, logo existo”. Deste modo, Descartes instalou a dúvida metódica e colocou todo o conhecimento construído antes dele à prova.
Essa forma de conhecer, que criou o paradigma cartesiano que vigora até hoje, acredita que o método transforma o conhecimento em algo seguro, certo, absoluto e científico.
Quando Descartes chega a conclusão: “Penso, logo existo”, ele quer dizer que a única certeza que o ser humano tem é de que ele é um ser racional e com essa razão, ele pode conhecer e inclusive perceber a sua própria existência.
Quando ele conclui que é um ser racional, ele traz um conceito importante: o “Cogito”.
A partir daí o olhar se volta ao sujeito que conhece. Aqui o foco não está mais no objeto que se deseja conhecer, mas sim no sujeito que quer conhecer o objeto: Relação sujeito X Objeto.
A partir daqui, se se desejar conhecer as coisas, ou seja, se se desejar fazer ontologia, é preciso fazer também gnosiologia, ou seja, é preciso saber como é que esse ser (cognoscente) conhece o seu objeto de estudo (ser cognoscível), porque aqui acredita-se que não há mais essa objetividade preconizada pelo paradigma anterior (de que a cadeira vai ser entendida da mesma forma por todo e qualquer sujeito). Por se compreender que cada indivíduo entende e interpreta um dado objeto de forma particular (subjetiva) é que se faz necessário que essa subjetividade intrínseca da consciência humana, não venha a interferir na conclusão do estudo, para que essa conclusão tenha ainda algum grau de objetividade.
O meio para garantir a inoculação da subjetividade é o método. Aqui então, começa a crença no método e esse paradigma vigora até hoje. Pois acreditamos que fazendo o uso de um método será possível combater o ativismo judicial, através da uniformização da jurisprudência, por exemplo, evitando-se assim que o juiz seja discricionário.
Descartes trouxe o “cogito” (trouxe a dúvida metódica), começou a olhar para esse ser que pensa, que conhece, que é racional, deu o ponta pé inicial para essa grande revolução paradigmática, trouxe o método, trouxe essa nova atitude de conhecimento (eu não só me espanto com as coisas, mas duvido do que está posto como verdade e coloco a prova essas mesmas verdades, fazendo testes). 
Mas foi Kant quem desenvolveu e contribuiu para a consolidação do paradigma da consciência. Então, esse novo paradigma, ele se assemelha ao paradigma cartesiano em alguns pontos, em especial na separação entre sujeito e objeto (essa é a característica do paradigma da consciência é essa separação). Então, tenho um objeto que precisa ser conhecido e um sujeito que conhece e vou estudar como se dá esse processo. 
Essa crença no método de Descartes, contudo, não vai permanecer da mesma maneira, porque kant vai começar a tentar entender como é que se dá essa consciência; esse uso da razão, ele vai estudar a razão (pura e pratica) e se debruçando sobre o uso da razão ele vai perceber que é uma coisa mis complexa. Kant então não cria um método, mas uma forma de utilizar a razão (por isso aqui se fala na crença de um fundamentum). Porque esse fundamentum é uma forma de se construir o conhecimento sobre um dado objeto que não necessariamente pelo uso de um método específico. Por isso é que se fala que houve uma transição interna dentro desse paradigma.
O grande problema desse paradigma é que a própria escolha do método é influenciada pelo sujeito (tipo, por quem é o sujeito) e devido a isso é que se diz que a uma falsa crença na possibilidade de se separar totalmente o conhecimento construído por mim e quem eu sou. Daí depreende-se que quem eu sou vai influenciar na forma como eu construo o conhecimento. Então, essa separação sujeito x objeto é uma ilusão. Este segundo paradigma é conhecido como paradigma subjetivista.
Aqui nesse paradigma surge a ideia do juíz solipisista, esse é um dos produtos da filosofia da consciência que importa muito para a disciplina de hermenêutica. 
O juiz solipsista é aquele que constrói o sentido sozinho. Ou seja, acreditava-se que com o bom uso da razão seria possível conhecer os objetos e construir algo sobre ele.
O problema do juiz solipsista é que ele pode ser muito bem intencionado, pode ser um grande conhecedor do direito, pode ter sido o melhor aluno da turma, mas a visão da realidade dele é limitada e se ele usar demais essa crença de usar a razão a partir de um método, ele pode estar se enganando, pois a sua subjetividade vai minar todo o seu conhecimento. Pois o método não garante uma resposta correta. 
Para melhorar a memorizar, segue esquema do 2º paradigma denominado filosofia da consciência:
 Casinha do juiz solipsista
Foi Wittingenstein quem percebeu que o método não garantia a resposta certa. Através da filosofia analítica da linguagem ele buscouentender os limites da linguagem, analisando os signos, porém o próprio Wittingenstein, mais maduro, percebeu que a linguagem não só significa as coisas ou representa as coisas, mas a própria linguagem permite compreender o que as coisas são.
Então, se Descartes deu esse ponta pé inicial para o primeiro giro copernicano da filosofia, Wittigenstein deu o segundo pontapé para o segundo giro copernicano da filosofia, que é o giro linguístico (do Inglês: linguist turn) ou diôntico-ontológico. Diz Diôntico-ontológico porque se Wittigenstein deu o pontapé inicial, foi Heidegger que ao apontar a dobra da linguagem consolidou esse giro e um aluno de Heidegger chamado Gadamer, trouxe isso para o direito e consolidou os estudos hermenêuticos que a gente faz até hoje.
A dobra da linguagem trouxe uma segunda revolução para a filosofia e também contribuiu para o surgimento de um terceiro paradigma. Do primeiro para o segundo paradigma há uma mudança do eixo do objeto para o sujeito, no terceiro paradigma, embora eu tenha o mesmo sujeito buscando entender o objeto, aqui, ao contrário do segundo paradigma, vou concluir que o objeto que desejo conhecer na realidade não existe (sim, não existe).
Como assim o objeto não existe? Porque o objeto, tal qual conhecemos, não existe. Como o compreendemos então? A partir da relação intersubjetiva. Por isso esse terceiro paradigma é conhecido como intersubjetivista. Aqui neste paradigma, o conhecimento começa a ser construído a partir da sua existência no mundo enquanto “dasein” , da práxis (vivência, é preciso vivenciar) e intersubjetividade (relação com outros sujeitos). É uma experiencia compartilhada na prática entre sujeitos. É por isso que cadeira não tem existência própria. É por isso que Ariel no filme A pequena sereia, encontra um garfo e o utiliza como se fosse pente, pois da sua relação com seus semelhantes ela aprendeu que aquele utensílio seria para esse fim. Se aquele garfo tivesse uma essência de garfo, ela e os demais semelhantes dela, saberiam que era um garfo.
Quando ela foi para o mundo dos humanos, através da interação com os humanos, ou seja, através da práxis, aprendeu que o garfo era garfo e que era utilizado para comer, com isso ela mudou o seu entendimento, ela construiu um novo entendimento.
Os três elementos essenciais desse paradigma da filosofia da linguagem:
Então cadeira não existe. A cadeira tal como conhecemos é um ente que nada mais é se não a manifestação do ser.
Mas, a partir da nossa experiência (práxis) com nossos semelhantes (dasein) e da intersubjetividade existente a partir dessa relação, a gente construiu um sentido que nos fez perceber o que é uma cadeira e isso nos permite distinguir diversas formas de “ser” da cadeira. O sentido “cadeira” faz parte do mundo do “ser”. O “ente” nos provoca a entender o que ele é.
Então se existe uma diferença entre “ente” e “ser”, tudo perpassa pela linguagem porque é a partir da linguagem que que eu compreendo e significo como é que eu acesso o “ente” e o “ser”, através dos dois tipos de linguagem (linguagem apofântica e linguagem hermenêutica).
 Ente 
Tipo de linguagem:
· Linguagem apofântica
· Linguagem Hermenêutica
A linguagem apofântica é a linguagem que eu uso para me comunicar, a aula é linguagem apofântica, os cadernos digitados é linguagem apofântica, o quadro onde a professora escreve é linguagem apofântica, porque é uma forma de tentar estabelecer uma comunicação. 
Quando a professora está explicando os paradigmas, ela está usando a linguagem apofântica e nós estamos tentando acessar o ente, porque quando ela fala o conceito é só uma forma de dizer o que é o assunto. Então a linguagem que dá acesso direito ao ente é uma linguagem apofântica. Mas aquilo que acontece na sua mente para que você comece a construir um sentido para que o que estou escrevendo faça sentido, para que a aula ministrada pela professora faça sentido, essa atitude reflexiva e compreensiva para atribuir um sentido a tudo isso que está sendo dito, é linguagem hermenêutica. Quando você tenta entender o que está sendo dito por alguém (a pessoa está fazendo uso do apofântico) quer seja escrito ou falado implica em linguagem hermenêutica.
O apofântico tem limitações (muito importante lembrar). Quais são as limitações do apofântico?
Para entender o apofântico, é preciso experienciar de modo a poder, hermeneuticamente, capturar o sentido (construir um sentido).
Isso tudo é para construir, como diria Wittigenstein, um “jogo de linguagem”. O jogo de linguagem é uma linguagem comum a um determinado grupo de indivíduos por intermédio da qual se vai construir um conhecimento específico. O Direito tem um jogo de linguagem próprio, a medicina tem um jogo de linguagem próprio, a hermenêutica tem um jogo de linguagem próprio e assim por diante.
Quando o sujeito domina o jogo de linguagem ele consegue ter desenvoltura para conversas hermenêuticas e começar a se debruçar sobre o que é interpretar e como se interpreta.
3º Paradigma da filosofia da linguagem, esquema:
Como se nota, houve uma invasão da filosofia pela linguagem. Aqui a compreensão hermenêutica se dá através da denominada circularidade hermenêutica. A circularidade hermenêutica é entendida significa:
· Ter consciência das suas pré-compreensões (adquirida no seu convívio social com seus semelhantes - você precisa conhecer e reconhecer seus preconceitos e se despir deles);
· Interpretar (todo o material ao seu alcance); 
· Compreender (essa compreensão vai se tornar pré-compreensão. Obs.: Cada compreensão se transforma em pré-compreensão, mas essa nova pré-compreensão não é como a primeira, levando outra vez a necessidade de interpretar. O círculo hermenêutico é uma espiral ascendente, porque cada compreensão vira pré-compreensão...e eu vou melhorando a cada círculo hermenêutico, pois melhoro a minha bagagem)
Círculo hermenêutico:
Método Literal:
A escola da exegese teve influência do racionalismo, iluminismo e da revolução francesa. Pois a crença em uma razão trouxe também a crença em um legislador universal. Ou seja, a partir da razão eu posso acessar direitos universais. Tinha-se a crença em um direito simples e unitário. Ou seja, há aqui um legislador universal que consegue a partir da razão captar esses direitos naturais que podem ser universalizados, um direito que é simples porque qualquer um pode ter acesso/conhecer fazendo uso da razão, unitário, pois vai haver uma compilação codificada e por fim, como resultado disso a crença na possibilidade de uma vez codificado e simplificado o direito tornar-se claro e acessível a todos.
O projeto de código de Napoleão (tanto o código civil quanto o código comercial), no início do século XIX, vem como produto desse anseio de codificar de modo a simplificar. O projeto do código de Napoleão vem de um ambiente jusnaturalista.
Como é que o projeto jusnaturalista desemboca na Escola da Exegese que é adepta a uma corrente positivista?
Quando se fala no projeto do Código, esse projeto era inspirado no jusnaturalismo.
Segue abaixo um trecho do discurso de Jean Jacques Cambacérès[footnoteRef:3]: [3: Ele é importante, pois vai se tornar o ícone dessa ideologia jusnaturalista que vai se consolidar no código napoleônico] 
“Existe uma lei superior às outras, uma lei eterna, inalterável, própria a todos os povos, convenientes, que nem os séculos puderam alterar, nem os comentadores desfigurar, é a eles que apenas é necessário consultar”.
Ou seja, para ele existe uma lei que está acima da lei posta (jusnaturalismo).
O primeiro projeto do Código de Napoleão tinha o seguinte artigo:
Art. 1º: “Existe um direito universal e imutável, fonte de todas as leis positivas; não é outro se não a razão natural, visto essa governar os homens”.
O artigo primeiro do projeto do Código napoleônico institucionalizava, positivava o recurso último ao direito natural. Então, o projeto era jusnaturalista. Como surgiu então a escola da exegese? A escola da exegese que é juspositivista?
De que forma saímos de uma proposta jusnaturalistaque teve influência iluminista e criou a ideia de codifição?
A codificação foi o meio encontrado para simplificar o direito. Antes recorria-se ao direito consuetudinário que é muito esparso e isso não garantia segurança jurídica, pois cada lugar teria os seus próprios costumes. Então, a proposta de codificar é simplificar na medida que a partir dessa codificação os indivíduos saberiam quais eram seus direitos. Então se essa proposta era jusnaturalista, como ela foi parar na criação de uma escola da exegese que é positivista?
Na verdade, o Código Napoleônico tinha em seu artigo 4º a proibição ao Non liquet (proibição de não julgar). Então, se esse mesmo código em seu artigo primeiro tutelava o direito a se recorrer ao direito natural (artigo esse que foi suprimido do código) porque os redatores do código eram jusnaturalistas, o artigo 4º vetava ao juiz “o direito de não julgar” diante do pretexto do silêncio, da obscuridade, da insuficiência da lei. Então, como o juiz devia resolver esses problemas? 
Havia duas correntes para esse tipo de situação:
1ª corrente – Corrente dos redatores :
2ª corrente – a Escola da Exegese.
Então, a escola da exegese surge como doutrina, como proposta de hermenêutica para o Código Napoleônico. Então, o código era jusnaturalista, mas a forma como os doutrinadores receberam o código e a maneira como decidiram lidar com esse artigo 4º é que resultou nessa escola da exegese.
Os redatores defendiam que o juiz tivesse liberdade para em caso de obscuridade (silêncio da lei), recorrer ao direito natural para preencher as lacunas (só que isso daria um poder criativo aos juízes). Ou seja, defendiam a heterointegração. 
A doutrina optou por não permitir que se recorresse ao direto natural, de modo que não desse espaço para essa criatividade para o juiz, que ao recorrer ao direito natural fariam heterointegração (integração do código com algo fora dele. Ex.: os costumes, o direito natural). A solução dada pela escola da exegese foi a autointegração (diante de lacuna o juiz precisaria se ater as palavras do código. Ou seja, buscaria a resposta no próprio código). Foi daí que surgiu a expressão “juiz boca da lei”. Não caberia ao juiz criar direito, fazendo o papel do legislador e isso é um traço da divisão de poderes proposta por Montesquieu. Cabe ao juiz apenas dizer o direito; declarar o direito.
Os exegetas acreditavam em dois dogmas, tendo esses dois dogmas se tornado os dogmas principais do positivismo jurídico:
· Onipotência do legislador
· Completude do ordenamento jurídico
Fala-se em onipotência do legislador por acreditar que o legislador tinha previsto todas as possibilidades, inclusive o que não estava posto, pois parte-se da ideia de que: “O que não está juridicamente proibido, está juridicamente permitido”.
E como esse ordenamento jurídico foi arquitetado por esse legislador onipotente, ele não precisa ser integrado, pois já é completo (completude jurídica) e isso reforça a proposta da autointegração. Assim sendo, o juiz deve buscar as respostas no próprio ordenamento.
As 5 causas históricas do advento da escola da exegese:
· Codificação – Essa codificação cria um produto que dá uma diretriz as pessoas, completa e suficiente, logo tudo o que a pessoa precisa saber, está no código. A pessoa vai ter de fazer uma exegese do código. 
· A mentalidade dos juristas – A mentalidade dos juristas significa que aqueles que aceitaram a escola da exegese e aceitaram o método gramatical e aceitaram o papel do juiz como boca da lei, faz reverência à reparação dos poderes e acredita na onipotência do legislador (tudo que era necessário para garantir a segurança jurídica foi previsto pelo legislador) e da completude.
· Separação dos poderes – Havia um trauma do absolutismo, uma vez que no contexto do absolutismo o monarca detinha todos os poderes, então a separação dos poderes foi uma grande conquista. Havia muito pouco tempo da implementação do regime de separação dos poderes e por isso mesmo tinha-se o receio de que o juiz (se tivesse a liberdade de interpretar) viesse a invadir a competência do legislador. Então, por isso a doutrina defendia essa separação.
· Princípio da certeza do direito – O positivismo jurídico que surge e se consolida com a escola da exegese, é um filho do positivismo sociológico de Comté. A marca do positivismo é essa necessidade de certeza, de segurança no conhecimento produzido e no direito afirmado. Então, a forma de garantir é haver uma lei clara e a certeza de que o juiz vai se ater ao que está escrito.
Obs.: “A exigência de segurança jurídica faz com que o jurista renuncie a toda contribuição criativa na interpretação da lei, limitando-se simplesmente a tornar explicito, através do procedimento lógico (silogismo), aquilo que está implicitamente estabelecido em lei”.
· Pressões exercidas pelo regime Napoleônico – Porque Napoleão criou o código para que o seu direito fosse seguido e que fosse o único ensinado. Ele começa a pressionar as escolas para ensinarem apenas o direito posto; o direito positivo. E assim, o jusnaturalismo (o direito natural) começa a ser relegado até chegar ao esquecimento. E foi assim que se consolidou o positivismo.
Qual é a característica principal do positivismo jurídico (Roberto lira filho – o que é o direito?): 
A palavra-chave do positivismo jurídico é ordem. Porque positivismo jurídico significa respeitar e instaurar uma dada ordem. Respeitar o direito posto; positivado. Assim, a fonte formal do direito será o direito posto pelo Estado; a lei, a jurisprudência, o costume (desde que reconhecido e validado pelo Estado). Aqui tem-se o monismo jurídico porque esse Estado é o único produtor de normas. 
Características fundamentais do positivismo (exegético):
Inversão das relações tradicionais entre o direito natural e do direito positivo; porque antes o direito natural era mais importante do que o direito positivo. Com a Escola da Exegese o que importa é o direito positivo (o direito natural em último caso e preferencialmente não se recorre a ele).
Concepção rigidamente estatal do direito (monismo jurídico); Só será direito o que for posto pelo Estado.
A interpretação da lei deve ser fundada na intenção do legislador. Intenção do legislador aqui é a intenção objetiva e não subjetiva. Ou seja, a intenção do legislador que foi consagrada na norma. Então o juiz é boca da lei porque o que ele sabe da vontade do legislador é o que está posto na lei. Então para se respeitar o legislador, o juiz se atém a letra fria da lei. Note que não é o que o legislador quis dizer, mas o que ele disse. Pois a intenção do legislador foi traduzida na norma. 
O culto do texto da lei (fetichismo da lei)
O respeito pelo princípio de autoridade; quem tem competência para quê. O juiz se atém a aplicar e o legislador a legislar.
Atenção: Positivismo exegético ≠ Positivismo normativista (de Hans Kelsen)
Qual a diferença entre o positivismo jurídico e o positivismo exegético?
O juspositivismo se assenta na ideia de que o direito é o que o Estado positivou, direito é o direto posto pelo Estado, a partir de uma ideia de monismo jurídico, ou seja, a lei posta pelo Estado seria a única fonte do direito. O positivismo exegético é parte do jurídico, mas guarda algumas diferenças em relação ao positivismo jurídico. No positivismo exegético o juiz é a “boca da lei”, ou seja, ele, ao aplicar o direito não vai poder valorar o que está posto. 
No positivismo normativista kelseniano, não existe essa proibição, pois para Kelsen não há essa necessidade. No positivismo exegético, por se pautar na razão, acreditava-se que o legislador previu todas as possibilidades, então a lei era completa. Kelsen, por sua vez, entendia que na existência de ausência de norma no caso concreto, bastaria recorrer-se a analogia para supressão da lacuna.
Qual a diferença da escola da exegese para a teoria pura do direito?
Na escola da exegese o juiz desempenhava a função de mero aplicador da lei e nega completamente o pluralismo jurídico. A lei era a única fonte do direito. A teoria pura dodireito, por sua vez, admite o pluralismo uma vez que a norma não era a única fonte, permitindo inclusive ao juiz agir como legislador em casos de lacuna e permitia também o uso da analogia
o costume diante da ausência de norma, abrindo espaço para o pluralismo. 
Método histórico /Escola histórica/ Savigny
A escola da Exegese surgiu na França no final do século XVIII e início d século XIX, fruto da revolução francesa e sob influência do iluminismo e racionalismo, tendo a escola surgido devido as pressões exercidas por napoleão que ordenou que se ensinasse nas escolas o direito posto (positivado).
Então, havia em um primeiro momento a crença na racionalidade e no direito universal. Com o tempo, a visão passa a ser acerca de um direito que é compreendido a partir das contingências históricas e culturais de cada povo. O direito não é mais universal, mas sim cultural.
Paralelo a escola da exegese, surge na Alemanha a escola histórica de Savigny no início do século XIX. Nessa escola de pensamento há dois momentos (savigny I e Savigny II). Esta Escola está pautada na crença da mutabilidade do direito. O Estado colocará como direito posto aquilo necessário para regular a sociedade em determinado momento histórico. A percepção da mutabilidade teve consequências importantes do saber jurídico. Surgia uma nova concepção de Direito não como um fenômeno que ocorre na história, mas que é histórico em sua essência, o que permitiria a possibilidade do conhecimento jurídico como metodicamente histórico.
O primeiro Savigny:
O método histórico significa estudar a vontade do legislador, que é idealizada a partir de três métodos de interpretação: Gramatical, lógico e histórico.
Ele recorre ao critério genético que vai buscar a gênese da vontade do legislador. Nesta fase, Savigny está muito próximo da escola da exegese, pois é ainda muito apegado a lei.
Para ele a ciência da legislação, é primeiro uma ciência histórica e depois também filosófica, sendo que ambas as facetas devem-se unificar porque a ciência do direito tem de ser integralmente filosófica (como sinônimo de sistemático) e histórica. 
Savigny diferencia a elaboração interpretativa da elaboração histórica e de uma elaboração filosófica (sistemática) do direito. Como objeto da interpretação aponta ele a reconstrução do pensamento que é expresso na lei, na medida em que seja cognoscível a partir da própria lei.
O intérprete precisa se colocar na posição do legislador e deixar que se formem, por esse artifício, os respectivos ditames. Para esse fim, a interpretação precisa de três elementos: “um elemento lógico, um gramatical e um histórico”. O elemento histórico impulsiona a análise gramatical lógica, tendo em vista a compreensão da intenção do legislador. Não se pode dizer que Savigny é um positivista clássico, pois ele transcende o juspositivismo, mesmo que não alcançando o jusnaturalismo.
O caráter positivista-legalista de Savigny aparece diante da sua rejeição ao que ele chama de interpretação extensiva e restritiva, por entender que essa interpretação é ampliadora e a outra é limitadora da letra da lei, de acordo, naturalmente, com o fim ou com a razão da lei – a razão de ser da lei encontra-se no próprio sistema, Ele nega a interpretação extensiva ou restritiva enquanto meio de criação de normas. Para ele o juiz não deve aperfeiçoar a lei de modo criativo (criador de direito), tem apenas que executá-la. Um aperfeiçoamento da lei é possível desde que parta do legislador.
Não obstante, Savigny admite a analogia (analogia legis), pois vai se buscar na própria lei a norma que melhor se ajuste ao caso que se deseja resolver e para o qual não há uma regra.
No segundo Savigny, por sua vez, vamos falar do método histórico, ele traz também a ideia de espírito do povo que é depreendida pela doutrina (viés elitista) e ele vai se preocupar com o caráter histórico dos institutos, falando-se aqui de um critério orgânico e não mais genético.
A lei surge como uma representação do “costume” pautado na vontade do povo, vontade essa que será respeitada por intermédio do legislador (vontade do legislador tendo em atenção ao espírito do povo – Volksgeinst).
A interpretação aqui permite valoração, ao contrário do que acontecia na exegese, uma vez que aqui leva-se em conta os aspectos históricos e culturais.
Na escola histórica temos o pluralismo jurídico, podendo ser usadas outras fontes para além da lei.
Temos então Savigny I (já tratado) e II. O que há de semelhante em ambos é o aspecto histórico. O savigny I está afeto a lei, estando ele ainda próximo da exegese, mas já em savigny II, um savigny mais maduro, vem com a ideia de Volksgeinst (espírito do povo). O Espírito do povo é o entendimento da doutrina, por isso se diz que há uma perspectiva elitista, porque quem percebe as transformações das relações da vida é a doutrina. A doutrina que vai traduzir o espírito do povo, não são as massas (não é o povão). Então há o reconhecimento da existência de uma mutabilidade das leis. Aí surge o instituto jurídico que é orgânico que muda, que se transforma de acordo com a história.
Ou seja, no savigny I, fala-se de método genético (como uma metáfora) quando começa esse olhar histórico. Diz-se que essa investigação é genética porque vai buscar a origem da construção daquele direito e isso está muito preso a vontade do legislador. Então esse histórico é no sentido de gênese, origem, como se constrói.
Já no savigny II, ao invés de se buscar essa origem histórica pontual de como se construiu, vai-se tentar entender como se construiu organicamente, como é que as relações humanas funcionam, como, por exemplo, como a família funciona, para poder entender como surge o direito de família. 
Savigny II faz essa distinção entre instituição e instituto. E isso implica em buscar entender o Histórico da família (instituto) para entender como funciona a instituição. 
A interpretação histórica stricto sensu em savigny II que vai distinguir do chamado método genético presente em savigny I. Não vai se buscar entender só a origem da norma baseado na vontade do legislador, vai-se buscar entender a evolução dela ao longo do tempo. 
Síntese feita pela professora:
A escola histórica recebe esse nome devido ao fato de desde o renascimento ocorre um processo de dessacralização do direito, reconstruindo esse direito pela razão. E aí tem-se o direito como um regulador racional, supranacional, e aí vem toda essa perspectiva jusnaturalista. Porém, a forma como savigny entende essa racionalidade não é nessa perspectiva jusnaturalista que traz uma ideia universal, absoluta, essencialista. 
A crise dessa racionalidade jusnaturalista leva a compreensão do direito como um fenômeno histórico, sujeito as contingências culturais de cada povo. Logo, se durante séculos o direito foi percebido como algo estável que resistia as mudança do mundo, seja por conta dessa relação divina na idade média, seja por conta desse racionalismo jusnaturalista da idade moderna, a gente começa a perceber, desde a escola da exegese, desde as codificações, a mutabilidade desse direito. Então a gente tinha primeiro uma reconstrução racional desse direito que nos levou ao jusnaturalismo, só que essa mesma razão nos fez perceber que o direito é um produto da história; é um direito que muda. E a escola da exegese com a codificação trouxe isso (essa mutabilidade do direito). Então se esse direito muda e o positivismo enfoca bastante essa questão da mudança, por que o positivismo foca no direito posto e o direito posto pode ser: posto, deposto, posto novamente, reposto (vai acontecendo uma mudança, o direito muda, logo existe um caráter histórico que vai mudando). O juspositivismo abre possibilidade para se perceber isso, mas o juspositivismo na escola da exegese não dava valor a essa perspectiva histórica como possibilidade de entender o direito. 
É savigny que focando nessa mutabilidade vai trazer esse olhar para essa perspectiva histórica, desenvolvendo assim o seu método histórico de interpretação do direito. 
Savigny I:
Vai desenvolvero método histórico, mas nessa primeira fase ele está muito associado a vontade do legislador idealizada.
Ou seja, vai-se tentar entender essa “vontade do legislador” que não é só a vontade escrita (que está positivada), por isso não é método gramatical da exegese. Ele busca entender essa vontade a partir do que está escrito (ou seja, a partir do uso do método gramatical), mas ele vai mais além a partir de uma perspectiva lógica, de modo a entender o corpo da lei e, histórica de modo a tentar recriar a vontade desse legislador. Esse recriar da vontade do legislador é o que se denomina, metaforicamente, de critério genético (pois visa investigar a gênesis dessa vontade). Não coloque isso na prova, mas em savigny I é como se tivesse tirado uma fotografia do momento histórico que foi criada a lei e se tentasse entender essa fotografia. 
No savigny II é como se houvesse um vídeo (algo mais orgânico) aí já dá para entender melhor. 
Savigny I vai pensar uma abordagem filosófica, filosófica no sentido de sistemático, de global. Por isso que quando se encontra nos livros dizendo que a ciência do direito é uma ciência histórica, é uma ciência filosófica. A ideia de filosófica quando posto desta forma é a ideia de unidade, do todo. 
Então esse elemento filosófico trazia uma unidade imanente ao direito. 
Com isso, ele vai equiparar o direito positivo ao direito legislado, vai entender que a legislação acontece no tempo e é por isso que há necessidade de se entender essa história do direito que é a história do Estado e dos povos..
Savigny vai distinguir então uma elaboração interpretativa, uma elaboração histórica, uma elaboração filosófica para poder construir e o seu objeto de interpretação (em savigny I) é reconstrução do pensamento expresso na lei, na medida que seja cognoscível a partir da lei (ele estava muito próximo da exegese). Então o que se percebe é a reconstrução do pensamento de forma idealizada do que o legislador quis dizer. Por que idealizada? Porque na exegese pretendia-se respeitar a vontade literal do legislador e por isso se atinha a letra fria da lei. Aqui em Savigny não é assim, aqui é a vontade idealizada do legislador, porque começa pelo que está escrito, sem ignorar o que a lei está dizendo (então tem esse aspecto que o aproxima da exegese), mas vai trabalhar a partir da lei conseguindo ir além, reconstruindo essa vontade utilizando-se do método histórico e método sistemático. Elemento lógico-sistemático aparecendo aqui para além do elemento gramatical e do elemento histórico, é na medida que: Parte-se da lei (elemento gramatical), buscando entender o direito como um todo (elemento sistemático) e busca os fatores/os elementos históricos presentes no momento que a lei foi gestada.
Savigny I é legalista, é positivista, pois ele rejeita a interpretação extensiva da lei. Deve-se sim buscar entender o elemento histórico por de trás da criação da norma, porém atendo-se ao texto, sem mudar o que está escrito. Já em Savigny II, há a possibilidade de se fazer a interpretação extensiva, pois ele se desapega da lei.
Ele vai ser contra essa coisa de se tentar entender o fim ou a razão da lei por entender que isso seria algo aposto artificialmente pelo intérprete, então para ele, não se deve fazer isso. Então ele rejeita (savigny I) a interpretação teleológica. O juiz deve atender não ao que o legislador busca atingir, mas sim o que o legislador preceituou na lei (deve-se respeitar as palavras da lei). Porém, embora não admita a interpretação extensiva e restritiva, savigny admite a analogia. Ele admite a analogia porque ele vai dizer que é possível identificar uma regra superior. 
Esquema da exegese:
Savigny I:
Legalista
Positivista
Trabalha com o método gramatical, sistemático e histórico. Isso muda em Savigny II.
Savigny II representa os escritos de Savigny na maturidade. Ele continua trabalhando com o método histórico e agora o método histórico é o mais importante, então o gramatical e o sistemático perdem força. Nessa fase ele traz o conceito do “espírito do povo” (Volksgeist). Ele vai focar em uma tradição doutrinária e é aqui que se fala do seu viés elitista. Porque são os doutrinadores que não captar e entender esse “espírito do povo”, ou seja, o espírito do povo não é o que as “massas” acham ou desejam, mas sim o que os doutrinadores, vão dizer que é.
Vai trabalhar com a história dos institutos de acordo com a visão majoritária do tempo. O critério não é mais genético é orgânico e não é mais uma “foto” é um “vídeo” porque tenta captar a situação como um todo.
Esse método histórico é mais um sentimento ou uma intuição imediata e este é o seu calcanhar de aquiles. Porque Savigny vai falar de “intuição”, de “sentimento” o que fez com que a sua doutrina não se consolidasse diante da necessidade de objetividade, neutralidade presente no paradigma da ciência no século XIX. 
O que é o instituto? O instituto é por exemplo: o matrimônio, a família, a propriedade. Ou seja, os institutos jurídicos se perfazem a partir da leitura das relações no convívio social. É algo orgânico e nunca a norma vai conseguir trazer essa coisa orgânica e complexa para dentro de uma norma simplificada. Então o legislador deve compreender o instituto (a família, por exemplo), para colocar na norma. Aí é isso que chega para o juiz e o juiz deve fazer o caminho de volta para tentar entender esse instituto de modo a dar uma interpretação compatível e savigny diz que a forma de se chegar a isso é via intuição. 
Importante referir que diante de uma lacuna, deverá o intérprete buscar na lei um arquétipo do instituto jurídico relacionado ao caso concreto em análise. Quando diante de uma situação concreta se concluir que não existe o instituto jurídico, deve ser criado um de modo a se aproximar ao máximo do dos arquétipos já preexistentes.
Jurisprudência dos conceitos – Puchta – Método sistemático
Núcleo: Conceitos
Puchta foi discípulo de Savigny, ele se empolgou com a parte lógica, abstrata e conceitual e acabou negligenciando a parte fática, histórica e social e sem ter a intenção, acaba abrindo espaço para o surgimento de uma vertente conhecida como positivista, denominada jurisprudência dos conceitos. Jurisprudência aqui é como sinônimo de ciência do direito.
Ele parte da ideia de uma genealogia de conceitos, também conhecida como pirâmide de conceitos. No topo da pirâmide está o conceito.Conceito
É como uma espécie de escada onde no topo da escada está um conceito mais abrangente e no final, os conceitos mais específicos. Ou seja, diante de um conceito mais específico a gente buscará um conceito mais abrangente de modo a encaixá-lo.
Alguns autores defendem que a jurisprudência dos conceitos é irmã da exegese. No entanto, pelo fato de a jurisprudência dos conceitos não ser “tão positivista”, há quem não concorde com essa afirmação.
Larenz vai dizer que Puchta não é positivista, pois ele usa como fundamento do direito o conceito Kantiano de liberdade, implicando isso em dizer que Puchta está dizendo que o fundamento do direito é ético, e assim sendo, não se pode dizer que é positivista.
Ser positivista implica que o direto é o fundamentado na existência da força, na imposição, na facticidade do poder. O que Puchta faz na visão de Larenz é uma espécie de idealismo. Vale mencionar que na segunda fase a jurisprudência dos conceitos já começa a ganhar feições mais positivistas uma vez que deixa-se de lado a fundamentação ética do direito e se assume uma espécie e convencionalismo, ou seja: Direito é o que a autoridade competente disser que é direito.
Assim temos:
Numa segunda fase, temos Windscheid como figura importante no desenrolar dessa teoria. Ele vai falar em vontade do legislador, mas de uma forma diferente da escola da exegese e de Savigny. Lá na exegese é o que a lei está dizendo. Em Savigny essa vontade é alcançada projetando-se para o momento histórico em que a ei foi criada, mas em Windscheid a vontade do legislador está muito mais próxima daquilo que depois ficou conhecido como “vontade da lei”. Windscheidreconhece que o sistema jurídico tem uma espécie de vontade autônoma, ou seja, dentro do sistema como um todo é possível encontrar uma lógica própria e é nessa lógica que o intérprete tem que se referir diante da aplicação concreta. 
Quando ele fala em vontade do legislador é no sentido de utilizar a lei porque ela foi criada pelo legislador (autoridade competente para legislar). Porém ele reconhece que como a lei foi gestada pelo legislador e depois “nasceu”, cortou-se o cordão umbilical e ela passou a ter existência autônoma. Para ele tem que se extrair do todo do sistema a lógica presente nesse todo.
Larenz vai entender que Windscheid é positivista por ele assumir essa postura convencionalista na medida que defende que a lei deve ser respeitada por ter sido criada por uma autoridade competente. No entanto, embora positivista, ele vai admitir uma certa autonomia do texto. Esse autor é importante para compreendermos como a jurisprudência dos conceitos foi se tornando positivista. Note que o legislador vai voltando a ter importância a partir dessa segunda fase. Porém a versão mais bem acabada deve-se aos objetivistas.
Esquema para memorizar:
A terceira fase é a dos objetivistas. Eles, ao contrário de Windscheid, vão dizer abertamente que deve-se buscar a vontade da lei, ou seja, o sentido próprio do que está no sistema. Vale mencionar que eles não estão defendendo que devemos ignorar o legislador, afinal foi ele quem criou a lei. Porém, para eles, o que importa não é o que o legislador quis dizer. O importante era encontrar a Ratio legis, ou seja, encontrar o princípio que está por trás, o princípio que rege a existência da lei.
Obs.: Princípio aqui não é no sentido jurídico de norma princípio não. Princípio aqui é no sentido de lógica, do propósito.
Para eles, o propósito não tinha que ser investigado empiricamente e nem na vontade do legislador, mas sim no proposito inserido no próprio sistema, através de uma interpretação teleológica (uma interpretação voltada para a finalidade).
Diante disso, é mister diferenciar dois tipos de interpretação teleológica:
A técnica de interpretação utilizada pelos objetivistas de modo a encontrar essas finalidades que estão embutidas no próprio sistema é a redução teleológica e a analogia. Vale frisar que na exegese era admitido recorrer-se à analogia, mas não a redução teleológica, pois isso implicaria em violar a vontade do legislador, pois essa ferramenta implica em criar uma exceção.
Os objetivistas aceitem a analogia e a criação da exceção (redução teleológica- para casos de lacuna latente) desde que a razão esteja implícita no sistema (que é o que o sistema demanda).
Exemplo: Em determinado momento, na Holanda, não existia uma regra específica para os casos em que filho matava o pai para ficar com a herança. Então, o sujeito matava o pai, ia preso pelo homicídio, mas quando cumprisse a pena teria direito à herança. Como não havia uma regra específica (caso de lacuna latente) para o caso e essa situação se configurava injusta, concluiu-se que olhando para o sistema como um todo e pautando-se na premissa de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (implícito no ordenamento), reconheceu-se a existência dessa exceção através da redução teleológica de modo que o sistema fizesse sentido. Então, escreveu-se uma exceção.
Posto isto, há uma outra ferramenta que os objetivistas aceitavam: Analogias Iuris ou indução amplificadora (termo utilizado por Tércio Sampaio). Essa técnica é utilizada quando não encontramos uma norma que resolva o caso concreto, fazendo-se necessário recorrer-se aos princípios gerais do direito.
Só para relembrar:
Temos:
analogia legis: norma X é usada para o caso Y por ser semelhante e se adequar ao caso.
Analogia Iuris: usada quando não há uma norma com a qual se possa fazer analogia legis, necessitando assim recorrer-se dos princípios gerais do direito.
Princípios gerais do direito não são aqueles princípios criados pelo direito romano de cunho jusnaturalista (Dar a cada um o que é seu – sun cuique; viver honestamente – honest vivere; não causar dano a outrem).
Os objetivistas eram positivistas e não jusnaturalistas, logo, para eles os princípios gerais do direito são os princípios implícitos no sistema jurídico, ou seja, na ordem positiva. São ideias gerais que iluminam a interpretação de cada regra do direito positivo. Eles são instrumento de integração de lacunas por meio de autointegração, já que se buscam as respostas dentro do próprio ordenamento.
Esquema:
Jherig e heck:
Contexto: 
Segunda metade do séc XIX:
2ª revolução industrial
Máquinas substituindo homens
Surgimento da eletricidade – teve como consequência o aumento da carga horaria de trabalho, pois com energia elétrica as fabricas poderiam funcionar até mais tarde de modo a gerar mais lucro.
Situação precária de trabalho
Redução de direitos 
Revoltas
Surgimento de demandas sociais
Necessidade de surgimento formal do direito do trabalho para salvaguardar os direitos dos trabalhadores.
Desse contexto, vão surgir teóricos mais preocupados com um direito mais prático, um direito mais conectado com a realidade social; um direito que contribua para resolver os problemas emanados dessa sociedade de modo simples e célere.
Enquanto lá no século XVIII, após a queda do absolutismo, houve a necessidade de se codificar o direito de modo que ele se tornasse mais simples e acessível a todos, aqui no século XIX a sociedade mudou e com isso, novas demandas foram surgindo, pelo que ficar preso a letra da lei (exegese) ou à perspectiva conceitual (jurisprudência dos conceitos), não ajudaria a resolver os problemas que foram eclodindo das novas relações sociais.
Todo esse contexto deu espaço para o desenvolvimento da teoria de Jhering que depois viria a servir de inspiração à Heck. 
Jhering que ao largar o conceitualismo da jurisprudência dos conceitos, assumiu o modelo que ficou conhecido como: Jurisprudência pragmática de Jhering. Pragmático aqui é no sentido de “prático”, ou seja, voltado para resultados. Ele notou a insuficiência da pandectística e chamou a atenção para os problemas do seu tempo. Seu problema foi ter se mantido na crítica e na negação e ter construído sua fundamentação justeorética, em um terreno inadequado, no terreno do positivismo sociológico.
Em 1861 ele escreveu uma carta anônima criticando a jurisprudência dos conceitos e depois levou, numa primeiro momento (Jhering I) a perspectiva histórica de direito às ultimas consequências, explicando o problema através de uma espécie de “química jurídica” que não nos interessa para a prova, mas quem tiver interesse encontra-se no livro de Larenz: metodologia da ciência do direito a partir da página 58.
Mas vale trazer a frase de Ihering contra o “culto da lógica” dada ao positivismo:
“A vida não é o conceito; os conceitos é que existem por causa da vida. Não é o que a lógica postula que tem de acontecer; o que a vida, o comércio, o sentimento jurídico postulam é que tem de acontecer, seja isso logicamente necessário ou logicamente impossível”.
Aos poucos ele foi construindo a teoria que ficou conhecida como jurisprudência pragmática de Jhering.
Em sua obra “O fim do direito” de 1877, ele traz que: “A ideia-base da presente obra é a de que o fim é o criador de todo o direito, de que não existe nenhuma proposição jurídica que não deva a sua origem a um fim, ou seja, a um motivo prático”. Ele não pensa tanto em um fim próprio do direito, mas em fins práticos das proposições jurídicas singulares.
O fim não cria automaticamente o direito, mas sim os sujeitos que estabelecem a esses fins e que prosseguem esses fins pela imposição do direito. Com isso, nota-se que p eixo de sua obra reside na questão do sujeito dos fins, do sujeito que está por detrás das proposições jurídicas e que, através delas, consegue prevalecer. Esse sujeito é o legislador que vai criar a norma, não como um ato de vontade seu, mas como fruto dos interesses presentes em conflito nas relações da sociedade. Para ele a norma é válida por serfruto do trabalho do legislador. Ou seja, é norma aquilo que surgir do Estado e a finalidade disso é a segurança das condições de existência da sociedade e que a sociedade é o sujeito do fim de todas as proposições jurídicas (p. 60), essa regra é o Direito.
“todas as proposições jurídicas têm por fim a segurança das condições de existência da sociedade e a sociedade é o sujeito do fim de todas as proposições jurídicas”.
Jhering desloca o eixo do problema do legislador – como pessoa- para a sociedade como sendo o verdadeiro ator (antes, lá na exegese e em savigny o legislador era a figura importante e a lei surgia coo ato de vontade, aqui é diferente, a lei que o legislador vai criar emana dos interesses da sociedade), mas ele não abdica do legalismo uma vez que ele defende que é Direito apenas a norma coerciva posta pelo Estado.
Ele defende que o Direito é a norma coerciva do Estado posta ao serviço de um fim social, ou seja, o conteúdo da norma visa o fim benéfico para a sociedade, demonstrando aí um abandono da jurisprudência do conceito formal.
Em terceiro lugar, Jhering não reconhece qualquer hierarquização dos fins da sociedade. Para ele só o que uma certa sociedade vê coo útil e vitalmente relevante para o seu bem-estar é que decide da sua própria e historicamente mutável “exigência de felicidade”, é por isso que ele é um utilitarista social. Com isso ele nega o valor específico do Direito, fazendo deste o joguete dos interesses que em casa caso são dominantes na sociedade.
Para ele o direito surgiu para resolver problemas relacionados a conflitos de interesses. Assim, o Direito era a luta pela tutela de interesse e que esses interesses vão provocar o sistema político de modo que ele crie normas para tutelar esses interesses.
Mas como ele vai fazer para alcançar isso (qual o método)? Através do método teleológico-social, onde, o aplicador do direito sai do texto jurídico, da ordem normativa e vai olhar para o social de modo a perceber quais são os conflitos de interesse existentes no problema que esse mesmo interprete está buscando resolver, voltando (após essa volta no social) para o Direito de modo a resolver o problema com base em alguma norma existente no sistema.
Ou seja, diferentemente da escola anterior (jurisprudência dos conceitos), aqui existe uma abertura para o empírico (social), mas ainda é feito de uma forma tímida, pois, embora se permita essa “volta” ao social, eles não defendem que se ignore o texto de lei, como no caso dos sociologistas mais radicais (como a escola do direito livre).
Então, a referência continua sendo o texto de lei, permitindo uma leitura social desse mesmo texto – a finalidade da norma vai ser procurada olhando-se para o social. Com isso, pode-se afirmar que essa corrente vai ser a favor de uma atualização do direito. Mas como essa atualização seria alcançada? Explorando-se criativamente o texto da lei, mas sem violá-lo, de modo a satisfazer as demandas sociais.
Enquanto na jurisprudência dos conceitos o juiz tinha que se limitar à subsunção lógica do caso concreto aos conceitos jurídicos, na jurisprudência dos interesses vai permitir uma indagação da vida, uma valoração da vida: “ O objetivo judicial e da resolução pelo juiz dos casos concretos é, por seu turno, ‘a satisfação das necessidades da vida, a satisfação das apetências e das tendências apetitivas, quer materiais quer ideias, presentes na comunidade jurídica’”. Essas apetências e tendências apetitivas são os interesses.
Deste modo, Heck reconhece como ciência do direito apenas a ciência prática do direito e não a teorética, isso se a ciência prática do direito é mesmo uma ciência (quer dizer, utiliza um método científico).
A jurisprudência dos interesses – e esta é a sua afirmação justeorética fundamental – considera o direito como ‘tutela de interesses’. Ou seja, as normas não visam apenas delimitar interesses, elas são fruto dos interesses.
As leis “são as resultantes dos interesses de ordem material, nacional, religiosa e ética, que, em cada comunidade jurídica, se contrapõem uns aos outros e lutam pelo seu reconhecimento”.
Tanto para Jhering quanto para Heck o legislador é substituído pelas forças sociais, os interesses. Então essa lei é criada não por um ato de vontade do legislador, mas dos motivos e depois para os “fatores causais” motivantes. A interpretação deve ter em atenção os interesses que o legislador quis tutelar nas leis, os interesses que causaram a criação da lei. O legislador é a “designação englobante dos interesses causais”.
Heck vai pegar essa ideia de “interesse” e em cima desse conceito vai construir a sua teoria. Ele atribuiu ao interesse 3 funções:
· Causa
· Critério 
· Objeto
O interesse como causa, pois, é ele que vai provocar a criação da norma. A sociedade tem suas demandas que provoca o sistema político a criar normas para responder a essas mesmas demandas, tutelando-se assim os interesses.
O interesse como critério: O legislador cria a norma para responder determinada demanda e o julgador a utiliza como critério para resolver os conflitos. Dessa forma o interesse é tanto objeto quanto critério de valoração, como ainda fator causal.
Na jurisprudência dos interesses de Heck fala-se em vontade do legislador, sendo esse legislador entendido como o elo entre a causa (interesse) e a consequência (a lei). A lei aqui não é um ato de vontade do legislador, sendo ele um núncio dos interesses.
Já o interesse como objeto implica que o interesse é o objeto utilizado pelo juiz quando for aplicar determinada norma ao caso concreto, tendo o legislador previamente valorado ao criar essa mesma norma.
“O legislador quer ordenar os interesses da vida que lutam entre si. Para isso, precisa de um juízo de valor sobre os mesmos, juízo que se reconduz, por seu lado, à concepção de uma ordem a promover, ou seja, de um ideal social”.
Stoll afirma que: “mesmo as gerais e abstratas ideias de fim, como segurança jurídica, equidade etc, mais não são do que ‘interesses”, a saber, interesses ideais, que o legislador, ao construir a norma, também submete à sua valoração”.
Outro ponto a referir é a questão da valoração. Heck não admitia abertamente que o juiz poderia valorar, então mantinha ainda os limites do positivismo em certa medida, uma vez que o juiz poderia valorar, desde que sejam em cima dos valores embutidos na norma.
Excerto do livro de Larenz:
“Ao exortar o juiz a aplicar os juízos de valor contidos na lei como vista ao caso judicando, a jurisprudência dos interesses teve a atuação libertadora e fecunda sobre uma geração de juristas educada num pensamento formalista e no estrito positivismo legalista. E isto em medida tanto maior quanto aconselhou idêntico processo para preenchimento de lacunas das leis, abrindo desta sorte ao juiz a possibilidade de desenvolver o direito não apenas ‘na fidelidade da lei’, mas de harmonia com as exigências da vida”.
Note que para Heck o sistema não é completo (isento de lacunas) como era para os exegetas, pelo que ele rejeita a ideia de que a lei dispõe de soluções para todo e qualquer caso, através da subsunção. Ele também não concorda com o ‘método de inversão’ (nome dado por heck) típico da jurisprudência dos conceitos que extraia por meio de inferência lógica, dos conceitos jurídicos novas preposições não expressas em lei. 
Heck exige que em face de uma lacuna da leu, que se proceda a uma ‘formação valorativa do preceito’. Ele elucida ainda que o próprio conceito de lacuna tem por si ‘um significado normativo e, portanto, crítico’, pois depreende-se do termo que ‘falta alguma coisa’. Pelo que, para ele, a verificação da existência de uma lacuna se configura como uma consideração valorante. 
Então, no preenchimento de uma lacuna, defende Heck, o juiz tem que ter em consideração os interesses em jogo e , embora de harmonia com os princípios de valoração contidos na lei, que os avalie de maneira autônoma. A analogia justifica-se por causa ‘da identidade da situação dos interesses, a qual requer uma idêntica valoração à luz dos interesses da comunidadejurídica’.
Não sendo idêntica a situação dos interesses, impõe-se, ao invés, uma interpretação restritiva ou argumentum a contrário. 
Então, o juiz não tem apenas que subsumir o fato à norma, mas sempre que esse caminho não alcançar os objetivos esperados, tem de ‘ampliar’ as disposições da lei ‘de harmonia com os juízos de valor’.
O juiz encontra-se vinculado aos juízos de valor do legislador quando for possível conhecer, mas quando não for possível, poderá fazer uma valoração pessoal. Note que Heck não fala em juízo de valor por ter cunho mais subjetivo. Ele e Stoll utilizam e preferem mais o termo “valor” e “critério de valor” por implicar em algo mais objetivo.
Resumo do resumo:
Papel do Legislador:
O Legislador é a Designação englobante dos interesses causais – os interesses são a causa e a lei a consequência. Heck tem uma visão típica do tempo dele. No tempo dele o ceticismo estava na moda nas ciências sociais. Quem faz a lei surgir é o legislador. É como se ele fosse o vínculo entre a causa (interesse) e a consequência (lei). Ele vai ver o legislador como um “transformador”, pois ele não escolheu criar, não vai tratar a lei como um ato de vontade do legislador. O legislador aqui será o núncio dos interesses da sociedade. Porém o legislador não é um fantasma, ele é importante, uma vez que para Heck e Jhering a lei devia ser respeitada porque surgiu a partir do legislador, mas o legislador aqui é apena um núncio do interesse. 
O interesse para Heck desempenha tripla função:
Valoração:
Ele chamou de espaço de interpretação livre, mas não se engane, não era tão livre assim não, como vocês viram. O juiz valorava em cima dos valores que o legislador tutelou na norma. Mas isso já significou um grande avanço em relação às escolas anteriores.
Kelsen:
Alexy:
Recapitulando Kelsen:
Kelsen é um exímio representante da escola positivista, mas a Escola positivista de Kelsen é diferente da escola positivista da Exegese, pois esta tinha um apego excessivo à lei (fetichismo da lei). Kelsen vai trazer a diferenciação entre texto e norma. A perspectiva positivista de Kelsen está relacionada a sua visão formalista do direito. Ele tinha a pretensão de criar uma ciência do direito autônoma e para isso, ele precisou se adequar ao paradigma de ciência da época que pretendia uma neutralidade cientifica.
Então ele separa o direito da moral para o estudo do direito (não é que o direito se torna neutro, mas sim seu estudo). Essa compreensão formalista do direito e essa redução do direto à norma levou a sérias consequências, pois essa perspectiva favorecia que qualquer conteúdo fosse Direito, dando legitimidade a regimes como o regime nazista.
Então nasce uma preocupação, que vai estar inserida na cláusula Radbruch, com o conteúdo do direito. Então, quando Alexy vai criar a sua teoria do direito, que vai se redundar na teoria dos direitos fundamentais e na máxima da proporcionalidade, ele já pega um cenário que pressupõe uma união necessária entre o direito e a moral. Então a gente olha para essa teoria de Robert Alexy já entendendo que ele toma como pressuposto essa união entre direito e moral que vão corresponder a associação de uma dimensão real e fática e uma dimensão ideal e discursiva.
A dimensão real e fática e a dimensão ideal e discursiva:
O direito tem a ver com a ordem posta e a ordem posta tem o poder de realização de concretização. Então quando eu olho para a dimensão jurídica, eu percebo que existe uma força concretizadora, real, fática, capaz de trazer para o mundo dos fatos e concretizar algo. Só que esse algo importa, por isso que para além de uma dimensão real e fática da ordem posta que vai gerar consequências e resultados na realidade fática, que vai produzir efeitos e modificar essa realidade, há uma dimensão ideal e discursiva que traz uma preocupação com o conteúdo. Então, a moral traz uma correção para o direito. Não é qualquer coisa que pode ser tornada real, que pode ser levada para a produção de efeitos. É preciso que esse conteúdo seja antes corrigido. Então a preocupação moral leva-nos a questionar “o que é o justo”? A partir de Larenz, existe uma preocupação com a presença de valores no direito. E essa preocupação se torna maior depois da segunda guerra mundial porque chega-se a conclusão de que não é qualquer conteúdo que pode ser reconhecido como direito. Por isso, fez-se necessário esse resgate dos valores de modo a conseguir dar resposta à questão: “O que é o justo”.
O ideal de justiça passa a fazer parte do estudo da compreensão do direito. Pois é esse ideal de justiça que vai balizar a dimensão fática, pragmática, a aplicação do direito, corrigindo essa aplicação de modo a evitar absurdos. Então, quando se parte de uma união entre direito e moral, ocorre uma associação entre o poder de concretização de dizer o direito, de concretizar o direito na prática; essa dimensão real e fática a uma dimensão ideal e discursiva que traz um ideal de justiça. Esse ideal de justiça será pautado em quê?
É através de um parâmetro discursivo de modo a evitar arbitrariedades. Ele quis construir uma teoria da argumentação pra que se pudesse, via argumentação, racionalizar a presença de valores no direito. É por isso de Alexy vai considerar primeiro uma união entre direito e moral, uma associação de uma dimensão real e fática a uma dimensão ideal e discursiva e vai trabalhar com direitos fundamentais e democracia. Para ele a constituição vai trazer o conteúdo, servindo-a como um parâmetro, pois é a constituição que tutela os principais valores. Por isso ela se configura como sendo o parâmetro valorativo da ordem moral. Só que essa constituição se realiza em uma democracia e a democracia pra Alexy é uma democracia que se constrói argumentativamente, uma vez que Alexy tenta partir de Habermas. Ele se diz em alguma medida um seguidor do pensamento de Habermas e acreditava que conseguiria construir algo em cima das ideias dele. Habermas criticou ferrenhamente Alexy. Não obstante, Alexy tenta incorporar Habermas e Habermas é um dos grandes teóricos da argumentação contemporânea que constrói, em seus argumentos, uma teoria argumentativa, uma democracia argumentativa que se constrói a partir do consenso.
Alexy tenta fazer isso, mas não da mesma forma. Então, quando Alexy fala de uma dimensão ideal é no sentido de incorporar o justo e a preocupação com a justiça e quando ele fala em “discursiva” é porque esse justo é construído argumentativamente. Alexy, vai inclusive tentar justificar a legitimidade do STF (que ele vai chamar de corte constitucional – tribunal constitucional na Alemanha), porque embora não eleito, eles teriam uma legitimidade democrática argumentativa, uma vez que eles construiriam argumentativamente uma determinada compreensão desses valores. 
A essa dimensão ideal e discursiva a gente vai associar uma pretensão de correção. E essa pretensão de correção é justamente esse freio que diz: não é qualquer conteúdo que pode ser direito. É necessário que haja uma preocupação com esse conteúdo e o Norte é a constituição. E esse norte é a construção democrática onde há um debate e discussão a respeito de como efetivar o que está inserido na constituição. Deste modo, a corte constitucional se configura como sendo peça-chave, pois ela vai construir argumentos de como se concretizam esses valores constitucionais.
Então é por isso que há uma incorporação de valores, mas essa incorporação é feita de forma racional e a máxima da proporcionalidade é uma metodologia para racionalizar a presença desses valores no direito. 
A proporcionalidade vai trazer uma estrutura de raciocínio discursivo para que o intérprete possa lidar com esses valores e é por isso que ele, Alexy, vai tratar dos direitos fundamentais como se fossem valores. Pois os direitos fundamentais vão ter uma característica parecida com a dos valores (em importância, em abertura etc.). Então é preciso tratar os direitos fundamentais dessa forma, sendo racional. 
Então é nesse contexto de união entre direito e moral, dimensão real e fáticae dimensão ideal e discursiva, constituição e democracia, teoria da argumentação que aparece a máxima da proporcionalidade. É por isso que o pensamento dele vai ser chamado de: Constitucionalismo discursivo. E esse constitucionalismo é discursivo porque não basta uma preocupação com o conteúdo, com a substância, com os valores constitucionais, é necessário racionalizar isso, e a forma que ele propôs foi a máxima da proporcionalidade.
A Teoria dos Espaços:
Espaços estruturais: São espaços deixados deliberadamente na constituição. A própria estrutura da norma deixa um espaço para que o mesmo seja preenchido pelas autoridades competentes na aplicação dos direitos.
Os espaços epistêmicos ao contrário dos espaços estruturais, estão ali, mas não foram pensados previamente a criação desse espaço, mas no momento que a corte constitucional realiza a interpretação da constituição e a densifica, a concretiza, a torna mais específica nos seus comandos, seriam esses espaços epistêmicos que criam uma compreensão, que dão uma continuidade a lógica do direito constitucional . Então, esses espaços epistêmicos têm a ver com essa compreensão e concretização do direito constitucional realizado na prática. Isso não foi pensado pelo legislador, mas vai aparecer de forma espontânea graças a organicidade do direito a partir do entendimento das cortes constitucionais, pois ela atualiza a constitucional. Então, quando se fala em espaço epistêmico, basta lembrar do que significa “episteme” que significa sistematização do conhecimento. Então esse espaço epistêmico tem a ver com a atualização constante da compreensão que vai se tornar aplicação do direito constitucional.
A sentença do caso Luth e seu contributo para a teoria dos direitos fundamentais:
Outro ponto importante em Alexy é a Ponderação. A ponderação parte da máxima da proporcionalidade. Alexy diferencia dois tipos de norma: Regras e princípios. A norma tipo regra é aquela aplicada através da subsunção e a norma do tipo princípio se aplica recorrendo-se a ponderação, devendo ser aplicado na maior medida do possível (princípio de otimização), vale dizer que não há hierarquia entre os princípios, sendo eles importantes na mesma medida, devendo por isso, ser aplicado ao máximo. 
No que que tange a efetividade dos direitos fundamentais, antes se falava apenas na eficácia vertical, entendida como aquela que visava proteger o indivíduo perante o Estado (cidadão x Estado). Porém, ocorreu um caso na Alemanha, o emblemático caso Lüth (google it), que contribuiu para a solidificação do entendimento de que os valores e princípios jurídicos valem também para a relação Cidadão x Cidadão (ou seja, âmbito privado), falando-se nesse caso da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, implicado dizer que há um efeito de irradiação dos direitos fundamentais sobre todo o ordenamento jurídico.
Obs.: valores e princípios colidem e essa colisão se soluciona através da ponderação. Quer isso dizer que diante da colisão entre dois princípios, você vai aplicar os dois, sem descartar nenhum deles, pois eles dois precisam ser aplicados na maior medida do possível (princípio da otimização). Em Dworkin já vai ser diferente.
Exemplo: Houve um caso onde uma igreja utilizava o som acima dos decibéis permitido. Então a vizinhança da igreja estava se sentindo incomodada e acionou o poder público. Diante da colisão dos princípios envolvidos (liberdade de culto x Direito ao silêncio – não sei se era bem esse o direito em questão) a solução encontrada através da ponderação foi que a igreja poderia colocar o som os decibéis que ele bem quisesse desde que utilizasse abafador de som de modo que não perturbasse os vizinhos). Mas a ideia aqui é: não se descartou nenhum dos princípios em conflito, antes pelo contrário, eles foram aplicados respeitando o princípio da otimização e foram aplicados na maior medida do possível de modo a garantir o exercício do direito de ambas as partes.
Então, resumindo:
Então a lei da ponderação faz parte da proporcionalidade. A proporcionalidade é uma máxima. Pois ela traz uma metodologia para a aplicação dos direitos fundamentais que se comportam como princípios. As três fases da proporcionalidade são: Adequação, proporcionalidade (analisam a parte fática, os meios para resolver os conflitos entre os direitos fundamentais) e proporcionalidade em sentido estrito e é esse terceiro passo (proporcionalidade em sentido estrito) que vai corresponder a lei da ponderação. 
Para Habermas essa ponderação não é tão racional quanto preconizada pelo seu autor, pois ela dá margem à discricionariedade. Ele, Habermas, acredita que essa ponderação enfraquece a norma constitucional.
Dworkin:
Dworkin
Ele trabalha com a questão de solução dos caos difíceis. 
-almejar a melhor luz
-Separação entre a moral e o direito
-Mesmo quando nenhuma regra traz o ponto-chave
Qual é a preocupação central dele?
Quando a gente fala de princípio hoje, quando a gente fala que atualmente há a criação de princípios, isso vai de encontro, é uma afronta ao que pretendia Dworkin quando criou a ideia de princípio. 
Mas ele cria a noção de princípio para dizer que não cabe ao juiz criar direito. O juiz precisa descobrir qual é o direito das partes (um direito preexistente). Então se esse direito não estiver4 claro nas regras postas, deve haver algum princípio preexistente (por isso é importante saber a definição de princípio) que como norma do direito seja capaz de ajudar a decidir, sem se criar direito novo.
Então Dworkin cria a compreensão de normas como regra e princípios para resolver o problema da discricionariedade. Nota-se no contexto atual que o uso dos princípios tem levado a um aumento da discricionariedade, porque se perdeu o propósito. 
O trabalho de Hart é pautado na separação entre direito e moral e a necessidade de identificar as normas pertencentes ao conjunto normativo....
Intervenção da professora:
O positivismo de Hart é considerado por Dworkin, a versão mais bem acabada do positivismo jurídico. Só que o positivismo jurídico por sua própria constituição...
Já vimos três tipos de positivismo:
Exegético
Normativista de Kelsen
E há o positivismo mais avançado que é o de Hart.
Porém, o positivismo dissocia o direito da moral. O que Dworkin vai dizer é que diante de Hard cases, como o caso da herança, se fosse aplicar a lei “sed lex dura lex”, o neto que matou o avô pra ficar com a herança poderia ficar com a herança, pois não havia uma norma positivada proibindo-o de receber a herança mesmo ele tendo matado com o fim receber a herança.
Mas, buscando-se os princípios basilares do direito que vem da própria construção do direito, pode-se reconhecer que há algo maior que a regra específica que pode ajudar a solucionar o caso. Pois se assim não for, o sistema não fará sentido se permitir que o neto fique com a herança do avô que ele mesmo matou.
Então É por isso que Dworkin vai fazer uma releitura de hart, onde, ao invés de se conceber que haveria um zona de penumbra e de que haveria um espaço para a discricionariedade para o juiz (isso seria normal para hart), se poderia recorrer aos princípios, complementando a teoria da norma e ao invés de criar direito, reconhece-se direitos preexistentes que estão por detrás das normas e dão a elas o fundamento último, trazendo uma associação entre direito e moral que é também racional, mas não é uma racionalidade como pretendia alexy, não é uma racionalidade argumentativa. É por isso que embora dworkin não seja adepto da circularidade hermenêutica de Heidegger e Gademer, quem estuda Dworkin acredita que houve influência desses dois autores no seu pensamento. O pensamento dele é bastante afim com o paradigma da filosofia da linguagem.
Dworkin propõe um balanceamento.
Ver a diferença entre balanceamento de dworkin e ponderação de alexy.
Uma das principais diferenças para dworkin entre regras e princípio é a forma de aplicar. As regras se aplicam na dimensão do tudo ou nada, enquanto os princípios apresentam uma dimensão de peso, quer isso dizer que de acordo comas peculiaridades do caso concreto, um princípio pode se aplicar e o outro não. 
Diante de conflito entre regras, elas serão submetidas a um critério de avaliação de pedigree, onde uma vai ser declarada válida e a outra inválida. Esse critério de pedigree é um critério de avaliação da validade da norma, pois não é admissível que haja no mesmo ordenamento, duas regras em conflito. Então, em se tratando de aplicação de regras, além da aplicação do “tudo ou nada”, quando há o conflito, recorre-se ao critério de pedigree, observando e avaliando a validade de cada regra.
Em dworkin, os princípios, por sua vez, pela sua própria formulação, ao colidirem, não necessariamente implicará a exclusão do outro do sistema, porque é admissível a existência de princípios contrários, devendo nesses casos, fazer-se um balanceamento entre eles, ou seja, deve-se avaliar qual dos princípios tem um peso maior para aquele caso e esse princípio vai ser aplicado.
A diferença desse balanceamento para a ponderação de Alexy, é que o conceito de princípio na ótica de Alexy se configuram como mandamentos de otimização, isto é, devem ser realizados na maior medida possível. Então para Alexy quando dois princípios ou dois direitos fundamentais colidem, eles devem ser aplicados ao máximo (princípio de otimização). É por isso que Habermas vai criticar a teoria dele. Para Habermas isso enfraquece a norma constitucional, pois é como se a aplicação fosse feita “mais ou menos”, por se aplicar um “pouquinho” de um e um “pouquinho” do outro.
Dworkin converge com Alexy na medida que ele também defende que os princípios não se excluem, eles podem colidir e continuam sendo aceitos dentro do ordenamento. Mas no caso, diante da colisão entre eles, apenas um deles prevalecerá e será aplicado (o que tiver mais peso).
Uma outra diferença entre regras e princípios: as regras por terem uma aplicação de tudo ou nada, quando há uma exceção e haja uma colisão e uma tenha de sair, há que se enumerar as exceções. Quando se trata de princípios isso não ocorre, pois ele admite uma maior flexibilidade ao ponto de essa exceção não precisar vir colocada. Então é como se fosse uma flexibilidade dele. A construção da regra é mais rígida e a construção do princípio é um pouco mais flexível. Pois o princípio, por vezes, acaba não sendo positivado, mas apenas transcrito.
O modelo de regras e princípios de dworkin permite tanto encontrar saída jurídica nas situações não solucionáveis por recurso único das regras, como também utilizar as regras com incidência de um princípio exigido. Então, o direito não é constituído apenas por regras, mas também de princípios. Em síntese ele entende que o Direito é um fenômeno complexo bem mais articulado do que o que retrata o positivismo jurídico (que é o que ele critica). Os elementos que compõe o direito são vários (regras e princípios). Os princípios não operam no mesmo canal de verificação que as regras, a exemplo do Pedigree e como os princípios são critérios valorativos de correção, a separação entre direito e moral passa a ser entendido como divisão artificial. Ao passo que ele fala de princípios e regras, Dworkin vai falar dos casos difíceis.
Casos difíceis são aqueles casos que dado as circunstâncias fáticas, possuem dois ou mais entendimentos possíveis, visto ser possível aplicar duas ou mais regras ao mesmo caso.
Nesses casos Dworkin traz os argumentos de política e os argumentos de princípios. Os argumentos de política são aqueles que argumentam a decisão com base em um objetivo de uma coletividade e os argumentos de princípio são argumentos que fundamentam a decisão com base no direito, numa garantia de uma pessoa ou comunidade.
Exemplo> prisão em segunda instância.
Essa diferença conceitual de Dworkin é muito importante, pois mais um vez preocupado com a discricionariedade do juiz e com a impossibilidade dele de criar direito novo ou de dar decisões que não sejam conforme o direito preexistente, ele aponta a diferença entre argumento de política e argumento de princípio no sentido de que o argumento de política coloca o interesse coletivo acima do interesse individual (o executivo e o legislativo devem utilizar esse tipo de argumento pois eles são representantes eleitos do povo) quem não pode usar argumento de política é o juiz pois ele está ali para realizar o direito. 
Romance em cadeira:
Dworkin reconhece a discricionariedade judicial e ele atribui três sentidos para ela:
Primeiro sentido fraco: Dworkin afirma que quando o magistrado está diante de um caso difícil, ele não deve apenas aplicar a norma, ele deve também fundamentar.
Segundo sentido fraco: É quando ele defende que a discricionariedade tem limite. Em algum momento a decisão se mostra irrecorrível.
Sentido forte: É onde ele nega essa discricionariedade. Enquanto Hart defende que num caso de omissão o juiz pode criar um novo direito, Dworkin defende que o juiz não é legislativo (não cria lei), ele tem é que fundamentar a sua decisão. 
Direito Jurídico e Juiz hercules:
Dworkin entende que apenas se fala de direitos ...a alguém quando o juiz dá uma decisão baseado em direitos afirmados. Então, para ele se eu digo que uma pessoa tem um direito e aquele direito surgiu de uma criação judicial, se configuraria uma contradição. Então por isso ele trouxe o “juiz Hércules” para que seja possível ter uma única resposta para um caso jurídico. O juiz Hércules ele entende que a lei pode criar ou extinguir um direito e que a decisão desse juiz hércules vai ser pautada em decisões anteriores do seu tribunal. O juiz hércules não cria direito. Ele encontra os princípios aplicados que façam parte daquele direito. Então, o que seriam os princípios? Para Dworkin basta dizer que os princípios são aquelas normas fundadas na teoria do direito que servem como justificativa das regras da jurisdição. Então os princípios precisam ser a melhor justificativa daquela matéria, a melhor justificativa daquele caso jurídico.
Como os princípios podem ser indeferidos, existem duas dimensões:
Dimensão da adequação
Dimensão da justificação
Na dimensão da adequação analisa-se se o princípio se mostra mais adequado por existir menos material considerados como ele.
E a dimensão da justificação vai analisar se naquele caso, naquela matéria, existe uma justificativa moral e política sólida. 
Dworkin afirma que nenhuma teoria pode ser considerada melhor do que a outra. Pois nenhuma justificativa seria suficiente a menos que se mostre adequada a esse histórico, analisando a visão de ambas vertentes.
Contudo, se ocorrer de existir um princípio que se encaixe melhor, na dimensão da justificação e um princípio melhor na dimensão da adequação, deverá prevalecer o princípio moralmente mais forte.
Isso vai ser importante quando for necessário superar uma jurisprudência. Quando o jurista deseja elaborar uma tese que supere um entendimento forte. Nesses casos há que reconhecer um princípio preexistente, ou seja algo que já faz parte do direito e vai-se observar primeiro: 
Na adequação pode ser que ele perca porque ele vai considerar como erro algo muito forte, um precedente forte. Mas ele tem uma justificativa moral política sólida. Ele tem uma razão para mostrar como esse princípio que é um princípio preexistente e conhecido pela doutrina e você quer mostrar porque esse princípio torna esse caso um caso diferenciado. Então essa justificação jurídica solida, supera que esse princípio não é o mais adequado por estar contrário ao que veio antes. É uma superação com um precedente anterior. 
Características de Hércules: juiz filosofo de sabedoria, paciência, sagacidade sobrehumana.
Falar de romance em cadeia
 Sentidos para ela
Paradigma da filosofia da consciência 
Descartes ("cogito")/ Kant (consciência/cateorias)
Sujeito x objeto
Subjetivista
crença num "fundamentum" (método)
Atitude da dúvida
Intersubjetividade
Praxis
Dasein
Paradigma da filosofia da Linguagem
Intersubjetivista
Invasão da filosofia pela linguagem (Hermenêutica)
Dasein/Praxis/intersubjetividade
Dobra

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