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02 - ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

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Profª.Rauliette Diana Lima e Silva 
1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 
CURSO: LETRAS∕PORTUGUÊS-EAD 
PROFESSORA: RAULIETTE DIANA LIMA E SILVA 
DATA: ____/___/____ 
 
Mafalda, personagem dos quadrinhos do cartunista argentino Quino (1932), é uma menina bem informada e contestadora, que faz 
constantemente perguntas difíceis sobre ética, política e cultura para seus pais. 
 
ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA 
SER HUMANO 
Entre dois mundos (Natureza e Cultura) 
 
“O que é o ser humano? Assim pode ser sintetizada a reflexão de Blaise Pascal, filósofo e cientista francês 
(1623-1662). Qual o lugar do homem no Universo? E o que é o Universo para o ser humano?” 
 
 Não podemos falar do ser humano sem mencionar o mundo no qual os homens e mulheres estão 
inseridos, como também não podemos nos referir ao mundo sem falar da presença do ser humano que o 
transforma e lhe confere significação. O mundo marca e condiciona o ser humano, mas, também, sofre a sua 
intervenção. 
 
A Ação Instintiva 
 O comportamento de grande parte dos animais é basicamente determinado por reflexos e instintos 
vinculados a estruturas biológicas hereditárias. Isso faz com que o comportamento de um inseto seja 
praticamente igual ao de outro de sua espécie, hoje e sempre. Comprova-se isso observando, por exemplo, a 
atividade das abelhas nas colméias ou das aranhas tecendo as teias. 
 Os animais que se situam nos níveis mais baixos da escala zoológica de desenvolvimento como, por 
exemplo, as aranhas, agem, sobretudo por reflexos e instintos. A ação instintiva é regida por leis biológicas, 
idênticas na espécie e invariáveis de indivíduo para indivíduo. Essa rigidez dá a ilusão de perfeição, pois o 
animal, especializado em determinados atos, os executa com extrema habilidade. Não há quem não tenha 
ainda observado com atenção e pasmo o "trabalho" paciente da aranha tecendo a teia. Todavia, esses atos 
animais não têm história, não se renovam e permanecem os mesmos ao longe do tempo, salvo no que se 
refere às modificações determinadas pela evolução das espécies e às decorrentes de mutações genéticas. 
Mas, ainda que ocorram essas alterações, elas continuam valendo para todos os indivíduos da espécie, 
passando a ser transmitidas hereditariamente. 
 O psicólogo Paul Guillaume explica que um ato inato às vezes não surge logo no início da vida, podendo 
aparecer apenas mais tarde, no decorrer do desenvolvimento. Por exemplo, andorinhas novas, incapazes de 
voar até certa idade, realizam o primeiro vôo sem grande hesitação: gatinhos não esboçam qualquer reação 
diante de um rato, mas após o segundo mês de vida apresentam reações típicas da espécie, como 
perseguição, captura, brincadeira com a presa, ronco, matança etc. 
 Os atos instintivos são "cegos", ou seja, os animais ignoram a finalidade da própria ação. A vespa 
"fabrica" a célula onde deposita o ovo junto ao qual coloca aranhas, para que a larva, ao nascer, encontre 
alimento suficiente. Se retirarmos as aranhas e o ovo, mesmo assim o inseto continuará realizando todas as 
 
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2 
operações, terminando pelo fechamento adequado da célula, ainda que vazia. Esse comportamento é "cego" 
porque não leva em conta o sentido principal que deveria determinar a "fabricação" da célula, ou seja, a 
preservação 'do ovo e da futura larva. 
 Há animais, contudo, mais livres do que outros da dependência dos instintos ou reflexos automáticos. 
Nesse caso, seu comportamento será mais flexível, mais imprevisível, mais maleável às circunstâncias 
ambientais. Dependendo do animal, podemos encontrar atos inteligentes e uma capacidade elementar de 
raciocínio. É o caso, por exemplo, de chimpanzés e gorilas. 
 Entretanto, há grande abismo entre o comportamento dos animais e dos seres humanos. Mesmo o chim-
panzé mais evoluído apresenta apenas rudimentos do raciocínio e de tudo que dele resulta: aprender, 
reelaborar o conteúdo o aprendido e fazer surgir o novo (inventar). A vida de cada animal é, em grande 
medida, uma repetição do padrão básico vivido pela sua espécie. Já o ser humano, individualmente, é capaz 
de romper e criar a novidade futura. Ele não nasce pronto pelas “mãos da natureza”. Sua vida depende do 
parto de sim mesmo, num processo de “nascer sem parar”. 
 O ato humano voluntário, em contrapartida é consciente da finalidade, isto é, o ato existe antes como 
pensamento, como possibilidade, e a execução resulta da escolha de meios necessários para atingir os fins 
propostos. Quando há interferências externas no processo, os planos também são modificados para se 
adequarem à nova situação. 
 
A inteligência concreta 
 Nos níveis mais altos da escala zoológica, onde estão situados os mamíferos, por exemplo, as ações 
deixam de ser exclusivamente instintivas e adquirem maior plasticidade, característica dos atos inteligentes. 
Ao contrário da rigidez dos reflexos e instintos, a resposta ao problema ou à situação nova, para os quais não 
há programação biológica, é uma resposta inteligente, e, como tal improvisada e criativa. 
 Experiências interessantes foram realizadas pelo psicólogo gestaltista Wolfgang Kohler, quando instalou 
nas ilhas Canárias uma colônia de chimpanzés, na década de 1910. Em um dos experimentos, o animal faminto 
não conseguia alcançar as bananas penduradas no alto da jaula. Depois de um tempo, o chimpanzé resolveu o 
problema puxando um caixote para colocá-lo abaixo da fruta a fim de pegá-la. Segundo Kohler, a solução 
encontrada pelo chimpanzé não é imediata, mas ocorre no momento em que o animal tem um insight 
(discernimento, "iluminação súbita"), isto é, quando a visão global do campo lhe permite estabelecer a relação 
entre o caixote e a fruta: esses dois elementos, antes separados e independentes, passam a fazer parte de 
uma totalidade. É como se o animal percebesse uma realidade nova que lhe possibilita a ação não-planejada 
pela espécie. Portanto, não se trata mais de resposta instintiva, de simples reflexo, mas de ato de inteligência. 
 A inteligência distingue-se do instinto por sua flexibilidade, já que as respostas variam de acordo com a 
situação e também de animal para animal. Tanto é que Sultão, um dos chimpanzés mais inteligentes no 
experimento de Kohler, foi o único a realizar a proeza de encaixar um bambu em outro para alcançar o 
alimento. 
 Esse, porém, é um tipo de inteligência concreta, porque depende da experiência vivida "aqui e agora". 
Mesmo quando o animal repete mais rapidamente o gesto já aprendido, seu ato não domina o tempo, pois, a 
cada momento em que é executado, esgota-se nesse movimento. Em outras palavras, o animal não inventa o, 
instrumento, não o aperfeiçoa, nem o conserva para uso posterior. Portanto, o gesto útil não tem seqüência e 
não adquire o significado de uma experiência propriamente dita. Ainda que alguns animais organizem 
"sociedades" mais complexas, e até aprendam formas de sobrevivência e as ensinem a suas crias, nada se 
compara às transformações realizadas pelo ser humano como criador de cultura. 
 
A linguagem humana 
 Vejamos agora o que fundamentalmente nos distingue dos animais. Somos seres que falam: a palavra se 
encontra no limiar do universo humano. Se criássemos juntos um bebê humano e um macaquinho, não 
veríamos muitas diferenças nas reações de cada um nos primeiros contatos com o mundo e com as pessoas. O 
desenvolvimento da percepção, da preensão dos objetos, do jogo com os adultos se dá de forma similar nos 
dois. Em dado momento, contudo, por volta dos dezoito meses, o progresso apresentado pelo bebê humano 
torna impossível prosseguirmos comparando-o ao macaco, em razão da capacidade que o ser humano tem de 
 
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3 
ultrapassar os limites da vida animal ao entrar no mundo do símbolo. 
 Poderíamos dizer, porém, que os animais também têm linguagem. A natureza dessa comunicação,entretanto, não se compara à revolução que a linguagem humana provoca na relação do ser humano com o 
mundo. É interessante o estudo da "linguagem" das abelhas, ao apontar que, dançando, umas "comunicam" 
às outras onde acharam pólen. Ninguém pode negar que o cachorro expressa emoção por sons que nos 
permitem identificar medo, dor, prazer. Quando abana o rabo ou rosna, o cão nos diz coisas; e, quando lhe 
dizemos "vamos passear", ele nos aguarda: alegremente junto à porta. 
 No exemplo das abelhas, estamos diante de uma linguagem programada biologicamente, idêntica em 
todos os indivíduos da espécie. No segundo exemplo, a reação do cachorro não se separa da experiência 
vivida; ao contrário, esgota-se nela mesma, não havendo uso dos "gestos vocais" independentemente daquela 
situação. Quanto a entender o que o dono diz isso se deve ao adestramento, e os resultados são sempre 
medíocres, porque mecânicos, rígidos, geralmente obtidos mediante aprendizagem por reflexo condicionado. 
 A linguagem animal não conhece o símbolo, mas somente o índice. O índice está relacionado de forma 
fixa e única com a coisa a que se refere. Por exemplo, as frases com que adestramos o cachorro devem ser 
sempre as mesmas, pois são índices, isto é, indicam alguma coisa muito específica. Por outro lado, a 
linguagem humana se utiliza do símbolo, que é universal, convencional, versátil e flexível. 
 A linguagem animal visa à adaptação à situação concreta, enquanto a linguagem humana intervém como 
forma abstrata que nos distancia da experiência vivida e nos torna capazes de reorganizá-la em outro 
contexto, dando-lhe novo sentido. É pela palavra que somos capazes de nos situar no tempo, para lembrar o 
que ocorreu no passado e antecipar o futuro pelo pensamento. 
 É certo que muitos animais, a maioria, possuem um sistema para se comunicar, mas nenhum é 
comparável com os seres humanos. Este, para começar, não é possuído por instinto. É transmitido por 
aprendizagem dentro de uma determinada cultura. Além disso, não está limitado a servir em situações 
importantes, mas em qualquer circunstância. Permite o dialogo, quando a maioria dos animais responde a 
uma mensagem por uma ação e não por outra mensagem. E, sobretudo, só o ser humano pode construir 
frases novas para se referir a situações novas e entender discursos ouvidos pela primeira vez. 
 A linguagem é o que une os membros de uma mesma comunidade. Costuma-se dizer de duas pessoas que 
se entendem, inclusive sem se falar, que “falam o mesmo idioma”. Saber que se compartilha um mesmo 
idioma com as pessoas com quem cruzamos todos os dias nos dá a sensação de que compartilhamos algumas 
idéias, ou talvez não, mas sempre haverá solução, porque “falando a gente se entende”. Às vezes essa 
cumplicidade com os outros se manifesta até quando não se quer comunicar nenhuma mensagem, no 
entanto, se fala, por simpatia ou para consolidar a relação que nos une com as pessoas de nosso meio. 
 Se a linguagem, por meio da representação simbólica e abstrata, permite que nos distanciemos do 
mundo, também é o que nos possibilitará o retorno a ele para transformá-lo. Portanto, se não tivermos 
oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, enfraqueceremos a capacidade de compreender e 
agir sobre o mundo que nos cerca. Na literatura, é singela, e triste, a história de Fabiano, que Graciliano Ra-
mos nos conta em Vidas secas. A pobreza de vocabulário do protagonista prejudica a tomada de consciência 
da exploração a que é submetido, e a intuição da situação vivida não é suficiente para ajudá-lo a reagir de 
outro modo. 
 Sempre se considerou que a palavra podia chegar a ter um poder de fascínio. Com uma palavra 
dominamos um objeto, podemos manipulá-lo de mil maneiras em nossos pensamentos. Podemos simular sua 
presença somente pronunciando uma palavra. Ela pode até nos fazer sentir a presença de algo ou de alguém 
que sabemos já está desaparecido. A força da poesia ou de uma canção pode ter alguma coisa a ver com esse 
poder da palavra. Com a palavra podemos também causar dano ou seduzir, assustar ou tranqüilizar. Aquele 
que sabe falar possui um grande poder. 
 
O trabalho 
 O trabalho constitui uma dimensão essencialmente humana e primordial para o homem. Uma das 
características diferenciadoras do ser humano em relação aos animais é justamente o trabalho. Foi pelo 
trabalho que o homem se distanciou da natureza e do mundo selvagem, e fundamentou a vida cultural e a 
 
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civilização. O homem elevou-se acima do reino animal pela capacidade de produzir bens materiais por meio 
da transformação da natureza. É um animal que produz, o que o torna diferente de todos os outros animais. 
 Não podemos negar que também os animais "trabalham", porém, esse tipo de trabalho é diferente, pois 
visa satisfazer exclusivamente as necessidades básicas imediatas de si ou de seus filhotes. O trabalho animal é 
determinado pelas necessidades instintivas de sobrevivência. Nesse sentido, o trabalho animal nunca evolui, 
permanece sempre o mesmo. Os animais não aprendem com a experiência; não desenvolvem novas técnicas 
de trabalho, não acumulam conhecimento que vise a um melhor aproveitamento do trabalho. 
 O trabalho desenvolvido pelo homem é radicalmente diferente se comparado com o dos animais, pois se 
para os animais o trabalho é fator de integração indissolúvel com a natureza, para o homem o trabalho é o 
meio pelo qual ele se liberta da natureza, afastando-se dela. No processo de trabalho, o homem não se limita 
às condições que a natureza oferece, transforma-a e molda-a conforme as suas exigências, ou seja, é pelo 
trabalho que o homem transforma a natureza de acordo com suas necessidades e capacidades. 
 O trabalho humano é uma ação transformadora da realidade, dirigida por finalidades conscientes. Ao 
reproduzir técnicas já usadas e ao inventar outras novas, a ação humana se torna fonte de idéias e, portanto, 
experiência propriamente dita. Por isso dizemos que o animal não trabalha - mesmo quando cria resultados 
materiais com essa atividade -, pois sua ação não é deliberada, intencional. Dessa forma, o animal não produz 
propriamente sua existência, apenas a conserva agindo instintivamente ou, quando se trata de animal de 
maior complexidade orgânica, resolvendo problemas por meio da inteligência concreta. Esses atos visam à 
defesa, a procura de alimentos e de abrigo. Assim, não devemos pensar que o castor, ao construir o dique, e o 
joão-de-barro, a sua casinha, estejam “trabalhando”. 
 Nesse processo de transformação da natureza, o ser humano modifica a si mesmo, no sentido de estar 
sempre descobrindo e transpondo suas limitações. O trabalho transforma o homem, pois exige dele raciocínio, 
planejamento, previsão das possíveis dificuldades e, o que é mais importante, exige que o homem acumule 
todo o conhecimento já adquirido. O processo civilizatório só vingou em virtude dessa acumulação de 
conhecimento. Foi pela transformação da natureza pelo trabalho e pela acumulação de conhecimento que a 
vida social tornou-se possível. 
 Basta observarmos ao nosso redor para constatar que tudo o que existe e que compõe nossa vida 
cotidiana não surgiu por acaso, como num passe de mágica, como sugerem as histórias em quadrinhos do 
professor Pardal (personagem de Walt Disney); tudo é fruto de um processo evolutivo, possível graças à 
acumulação de conhecimento pelo homem. Por exemplo, o papel que compõe este livro é conseqüência de 
um desenvolvimento que durou milhares de anos desde os pergaminhos egípcios. 
 Se o trabalho animal não exige acumulação de conhecimento, no trabalho humano essa acumulação 
constitui uma característica fundamental. É pela acumulação de conhecimento que o homem inventa e 
desenvolve instrumentos (ferramentas) que facilitam o seu próprio trabalho e que a transformação da 
natureza se torna mais rápida e efetiva. Asferramentas assumem a forma de extensão do corpo humano, 
resolvendo as suas limitações físicas. 
 Por fim, podemos afirmar que o trabalho estabelece uma ponte de mão dupla entre a teoria e a prática, 
ou seja, entre o conhecimento acumulado e a ação transformadora da natureza. A teoria orienta a prática, 
que altera a teoria, que, refeita, aprimorará a prática, num processo infinito. 
 Ao mesmo tempo em que transforma a natureza adaptando-a as necessidades humanas, o trabalho 
altera o próprio indivíduo, desenvolvendo suas faculdades. Enquanto o animal permanece sempre o mesmo 
na sua essência, já que repete os gestos comuns à espécie, nós mudamos as maneiras pelas quais agimos 
sobre o mundo, estabelecendo relações também mutáveis, que por sua vez alteram nossa maneira de 
perceber, de pensar e de sentir. Ou seja, pelo trabalho, nós nos autoproduzimos. 
 Por ser atividade relacional, além de desenvolver habilidades, o trabalho favorece a convivência que, por 
sua vez, não só facilita a aprendizagem e o aperfeiçoamento dos instrumentos, mas também enriquece a 
afetividade: experimentando emoções de expectativa, desejo, prazer, medo, inveja, aprendemos a conhecer a 
natureza, as pessoas e a nós mesmos. O trabalho é, portanto, condição de transcendência e, como tal, 
expressão da liberdade. 
 Se o trabalho é a atividade pela qual o homem se faz plenamente homem, transformando a natureza e 
produzindo sua própria vida, ele é a condição de realização do ser humano. Mas como falar em trabalho que 
 
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5 
realize o homem diante das situações existentes atualmente, como desemprego, mecanização da mão-de-
obra, informatização das fábricas, falência de empresas, expulsão do homem do campo, crescimento da 
economia informal e desrespeito para com os avanços conquistados com a organização das classes 
trabalhadoras? 
 Atingir por meio do trabalho esse patamar superior de condição de liberdade, no entanto, não depende 
apenas da vontade de cada um. Ao contrário, inserido no contexto social que o torna possível, o trabalho é 
muitas vezes instrumento de alienação e de desumanização, sobretudo nos sistemas em que as divisões 
sociais privilegiam alguns e submetem a maioria ao trabalho imposto, rotineiro e nada criativo. Em vez de 
contribuir para a realização do ser humano, esse trabalho destrói sua liberdade. 
 
Cultura e Humanização 
 O mundo que resulta do pensar e do agir humanos não pode ser chamado de natural, pois se encontra 
transformado e ampliado por nós. Portanto, as diferenças entre pessoa e animal não são apenas de grau, 
porque, enquanto o animal permanece mergulhado na natureza, nós somos capazes de transformá-la, 
tornando possível a cultura. 
 “A palavra cultura tem vários significados, tais como cultura da terra ou cultura de uma pessoa letrada,” 
"culta”. Em antropologia, cultura significa tudo que o ser humano produz ao construir sua existência: as 
práticas, as teorias, as instituições, os valores materiais e espirituais. Se o contato com o mundo é 
intermediado pelo símbolo, a cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo. Dada à infinita 
possibilidade humana de simbolizar, as culturas são múltiplas e variadas: são inúmeras as maneiras de pensar, 
de agir, de expressar anseios, temores e sentimentos em geral. Por isso mudam as formas de trabalhar, de se 
ocupar com o tempo livre, mudam as expressões artísticas e as maneiras de interpretar o mundo, tais como o 
mito, a filosofia ou a ciência. Em Antropologia, cultura significa tudo que o homem produz ao construir sua 
existência. Já para Paulo Freire, é tudo o que o homem cria e recria. Nesse sentido, abrangem conhecimentos, 
crenças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras capacidades adquiridas socialmente pelos homens. 
 A cultura pode ser considerada, portanto, como amplo conjunto de conceitos, de símbolos, de valores e 
atitudes que modelam uma sociedade. Se o contato com o mundo é intermediado pelo símbolo, a cultura é o 
conjunto de símbolos elaborados por um povo. Dada à infinita possibilidade humana de simbolizar, as culturas 
são múltiplas e variadas: são inúmeras as maneiras de pensar, de agir, de expressar anseios, temores e 
sentimentos em geral. Ou seja, a cultura engloba o que pensamos, fazemos e temos como membros de um 
grupo social. 
 Mediante a cultura, o ser humano criou para si um "mundo novo", diferente do cenário natural 
originalmente encontrado. Em outras palavras, dentro da biosfera (a parte do planeta que reúne condições 
para o desenvolvimento da vida), os humanos foram construindo a antroposfera (a parte do mundo que 
resulta do ajustamento da natureza às necessidades humanas). Essa antroposfera, criada pelas diferentes 
culturas, é a morada do ser humano no mundo. Ela constitui o cosmo humano, um espaço construído pelos 
conhecimentos e realizações desenvolvidos e compartilhados pelos diferentes grupos sociais. 
 O que se pode afirmar com segurança, com base nos estudos antropológicos, é que os homens têm uma 
tendência "espontânea" a "descobrir" o que é o mundo que os circunda, a conhecer, a compreender esse 
mundo e a si mesmo nesse mundo, a Natureza e a sociedade. 
 Ora, o que as ciências antropológicas nos revelam? Que o primeiro dado humano perceptível é a 
existência de seres humanos vivos, corpos orgânicos, fisicamente constituídos, inseridos num ambiente 
natural, com uma necessidade intrínseca fundamental, primordial: a de manter essa existência material, 
necessidade que compartilham originariamente com todos os seres vivos. Todo ser vivo tende a se manter 
vivo, a se conservar, já que a primeira finalidade da vida é exatamente esta: viver. Mas também se perceberá 
que nesse esforço de manutenção da própria vida, os homens revelam uma diferença significativa: eles, ao 
contrário dos demais seres vivos, passam a produzir os meios de sua própria existência... Viver, para os 
homens, identifica-se com conservar sua existência material individual, produzindo-a ao produzir os meios de 
sua conservação e ao garantir a sua reprodução enquanto espécie. A diferenciação do mundo propriamente 
 
Profª.Rauliette Diana Lima e Silva 
6 
humano em relação ao mundo puramente animal se caracteriza inicialmente por essa capacidade que os 
humanos têm de prover os meios de sua existência, relacionando-se então diferenciadamente com a natureza. 
Os homens desencadeiam uma forma diversa de agir para sobreviver, criando ou recriando novos meios de 
existência, pela reorganização ou modificação dos recursos naturais disponíveis. Essa capacidade é o dado 
novo, essa disponibilidade de um equipamento que lhes permite modificar, de acordo com uma intenção 
subjetivada, a ordem instrumental mecânica do mundo natural. 
 Nesse processo de transformação, vale lembrar que a ação humana é coletiva, por ser exercida como 
tarefa social, pela qual a palavra toma sentido pelo diálogo. Ninguém pode ser considerado verdadeiramente 
solitário, nem mesmo o ermitão, porque sua escolha de se afastar faz permanecer a cada momento, em cada 
ato seu, a negação e, portanto, a consciência e a lembrança da sociedade rejeitada. Seus valores, erigidos 
contra os da sociedade, se situam também a partir dela. A recusa de se comunicar é ainda um modo de 
comunicação. 
 Assim, a consciência humana se inaugura como impulso vital originário, como uma espécie diferenciada 
de instinto, sem rigidez de um puro mecanismo. E, nesse nível, a consciência faz corpo com o agir dos homens 
que assumem então um papel de sujeitos dessa ação, subjetividade até então puramente vivenciada, que não 
se dava ainda conta de si mesma. 
 É interessante observar que ao atuar através de sua atividade produtiva sobre a natureza, pelo trabalho, 
cuidando de prover sua existência mediante a apropriação e incorporação dos recursos naturais 
transformados, os homens não estabelecemapenas relações individuais com a natureza: ao mesmo tempo em 
que vão estabelecendo essas relações técnicas de produção, vão instaurando outras tantas relações 
interindividuais, eles criam a estrutura social. Só que essas relações sociais encontram-se numa determinada 
correspondência com as relações que uniam os homens à natureza. 
 É certo que o ser humano faz parte da natureza, pois tem um corpo sujeito às leis físicas e biológicas, mas 
graças ao desenvolvimento de seu psiquismo pode observar a natureza, criar uma linguagem e, assim, 
analisar, julgar o mundo em que vive. 
 Nesse sentido, o comportamento humano é fundamentalmente diferente do dos animais. Graças ao 
desenvolvimento de seu psiquismo, o homem tornou-se, simultaneamente, um ser biológico e cultural. Nele 
ocorre uma síntese, isto é, uma integração de características hereditárias e adquiridas, aspectos individuais e 
sociais, elementos do estado de natureza e de cultura. 
 Por isso, o ser humano é contraditório, ambíguo, instável e dinâmico. Um produto da natureza e da 
cultura. Criatura e criador do mundo em que vive. Um ser capaz de, em muitos aspectos, dominar a natureza 
mesmo fazendo parte dela. Capaz não só de criar coisas extraordinárias, mas também de destruir de modo 
devastador. Capaz de acumular um saber imenso e, no entanto, permanecer angustiado por dúvidas 
profundas que o fazem sempre propor novas perguntas e novos problemas a si próprio. 
 O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por outros, de modo que, ao nascer, a 
criança encontra o mundo de valores já dados, aonde ela vai se situar. A língua que aprende, a maneira de se 
alimentar, o jeito de se sentar, andar, correr, brincar, o tom da voz nas conversas, as relações familiares; tudo, 
enfim, se acha codificado. Até na emoção, que nos parece uma manifestação tão espontânea, ficamos à mercê 
de regras que educam desde a infância a nossa expressão. 
 O corpo humano nunca é apresentado como mera anatomia, a ponto de não se poder pensar em "nu 
natural": toda pessoa já se percebe envolta em panos e, portanto em interdições, pelas quais é levada a 
ocultar sua nudez em nome de valores (sexuais, amorosos, estéticos) que lhe são ensinados. Portanto, quando 
se desnuda, o faz a partir de valores, transgredindo aqueles estabelecidos ou propondo outros novos. 
 Todas as diferenças existentes no comportamento modelado em sociedade resultam da maneira pela 
qual são organizadas as relações entre os indivíduos. É por meio delas que se estabelecem os valores e as 
regras de conduta que nortearão a construção da vida social, econômica e política. . 
 Como fica, então, a individualidade diante do peso da herança social? Haveria sempre o risco de o 
indivíduo perder sua liberdade e autenticidade? Martin Heidegger, filósofo alemão contemporâneo, alerta 
para o que chama de "mundo do man": man equivale em português ao pronome reflexivo se ou ao impessoal 
a gente. Veste-se, come-se, pensa-se, não como cada um gostaria de se vestir, comer ou pensar, mas como a 
 
Profª.Rauliette Diana Lima e Silva 
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maioria o faz. Os sistemas de controle da sociedade aprisionam o indivíduo numa rede aparentemente sem 
saída. 
 Entretanto, assim como a massificação pode ser decorrente da aceitação sem crítica de valores impostos 
pelo grupo social, também é verdade que a vida autêntica só pode ocorrer na sociedade e a partir dela. 
Justamente aí encontramos o paradoxo de nossa existência social. Como vimos, se o processo de humanização 
se faz por meio das relações pessoais, será dos impasses e confrontos surgidos nessas relações que a 
consciência de si poderá emergir lentamente. Ao mesmo tempo em que nos reconhecemos como seres 
sociais, também somos pessoas, temos uma individualidade que nos distingue dos demais. 
 Portanto, a sociedade é a condição da alienação e da liberdade; nela o ser humano pode se perder, mas 
pode também se encontrar. O sociólogo norte-americano Peter Berger usa a expressão êxtase (ékstasis, em 
grego, significa "estar fora", "sair de si") para explicar o ato possível de o indivíduo "se manter do lado de fora 
ou dar um passo para fora das rotinas normais da sociedade", o que permite o distanciamento crítico do 
próprio mundo em que se vive. 
 A função de "estranhamento" é fundamental para serem desencadeadas forças criativas, e se manifesta 
de múltiplas formas: quando paramos para refletir na vida cotidiana, quando o filósofo se admira com o que 
parece óbvio, quando o artista desperta a sensibilidade já embaçada pelo costume, quando o cientista inventa 
nova hipótese para explicar um fenômeno. 
 O "sair de si" representa um esforço para nos livrarmos de convicções inabaláveis e, portanto 
paralisantes. É a condição para que, ao voltar de sua "viagem", o ser humano se torne melhor, menos 
dogmático ou preconceituoso. 
 
Educação e Cultura 
 Vimos que a cultura é uma criação humana: ao tentar resolver seus problemas, o homem produz os 
meios para a satisfação de suas necessidades e com isso, transforma o mundo natural e a si mesmo. Por meio 
do trabalho instaura relações sociais, cria modelos de comportamento, instituições e saberes. 
 Nada disso, porém, será completo senão enfatizarmos que a ação humana é uma ação coletiva, no 
entanto, só é possível pela transmissão dos conhecimentos adquiridos de uma geração para outra, permitindo 
a assimilação dos modelos de comportamento valorizado. É a educação que mantém viva a memória de um 
povo e dá condições para a sua sobrevivência material e espiritual. 
 Na realidade, o ser social não nasce com o homem, não se apresenta na constituição humana primitiva, 
como também não resulta de nenhum desenvolvimento espontâneo. Espontaneamente, o homem não se 
submeteria à autoridade política, não respeitaria a disciplina moral, não se devotaria, não se sacrificaria. Nada 
há em nossa natureza congênita que nos predisponha a tornar-nos necessariamente, servidores de divindades 
ou de emblemas simbólicos da sociedade, que nos leve a render-lhes culto, a nos privarmos em seu proveito 
ou em sua honra. Foi à própria sociedade, na medida de sua formação e consolidade, que tirou de seu próprio 
seio essa grande força moral, diante das quais o homem sente a sua fraqueza e inferioridade. 
 No homem as múltiplas aptidões que a vida social supõe, não podem organizar-se em nossos tecidos, aí 
se materializando sob a forma de predisposições orgânicas. Segue-se que elas não podem transmitir-se de 
uma geração a outra, por meio da hereditariedade – é pela educação que essa transmissão se dá. 
 Ora, exclusões feitas de vagas e incertas tendências sociais atribuídas à hereditariedade, a criança não 
trás, ao entrar na vida, mais do que sua natureza de indivíduo. A sociedade se encontra a cada nova geração, 
como que em face de uma tabula rasa, sobre a qual é preciso construir quase tudo de novo. É preciso que, 
pelos meios mais rápidos, ela agregue ao ser egoísta e associal, que acaba de nascer, uma natureza de vida 
moral e social. Eis aí a obra da educação. Basta enunciá-la dessa forma para que percebamos toda a grandeza 
que encerra. A educação não se limita a desenvolver o organismo, no sentido indicado pela natureza ou a 
tornar tangíveis os germes, ainda não revelados. Ela cria no homem um ser novo, essa virtude criadora, é, 
aliás, o apanágio da educação humana. 
 O homem não nasce humano, pois precisa da educação para se humanizar. A educação é, portanto, 
fundamental para a socialização do homem e sua humanização. Trata-se de um processo que dura à vida 
 
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toda e não se restringe à mera continuidade da tradição, pois supõe a possibilidade de rupturas, pelas 
quais a cultura se renova e o homem faz a história. 
 “O que demonstra claramente, apesar das aparências, que aqui, comoalhures, a educação satisfaz, antes 
de tudo, as necessidades sociais“. 
 Na verdade, o homem não é humano se não porque vive em sociedade, por isso se vê a que se reduziria 
o homem, se retirássemos dele tudo quanto à sociedade lhe empresta: retornaria à condição de animal. A 
educação condiciona todas as facetas daquilo que chamamos de existência propriamente humana. O homem 
se torna humano graças à educação. 
 
Conclusão 
Por mais que adestremos os animais superiores e os façamos se aproximarem de comportamentos 
semelhantes aos humanos, jamais eles conseguirão transpor o limite que separa a natureza da cultura. Como 
vimos, esse limiar se encontra na linguagem simbólica, no trabalho criativo e intencional, na imaginação capaz 
de efetuar transformações insuspeitadas. 
 A cultura é, portanto, um processo que caracteriza o ser humano como ser de mutação, de projeto, que 
se faz à medida que transcende que ultrapassa a própria experiência. Quando o filósofo francês 
contemporâneo Gusdorf diz que "o homem não é o que é, mas é o que não é", não está fazendo um jogo de 
palavras, porque o ser humano não se define por um modelo, por uma essência nem é apenas o que as 
circunstâncias fizeram dele. Define-se pelo lançar-se no futuro, antecipando, por meio de projetos, sua ação 
consciente sobre o mundo. Não há caminho feito, mas a fazer, não há modelo de conduta, mas processo 
contínuo de criação de valores. Nada mais se apresenta como absolutamente certo e inquestionável. 
É evidente que essa condição de certa forma fragiliza o ser humano, pois a vida animal, ao contrário, está 
sempre em harmonia com a natureza. Ao mesmo tempo, o que parece ser sua fragilidade é justamente sua 
força, a característica humana mais perfeita e mais nobre: a capacidade de produzir sua própria história e de 
se tornar sujeito de seus atos. 
 A natureza como um aspecto do mundo ganha significado a partir da presença humana. A cultura é o 
resultado da ação efetiva do ser humano no mundo. Por suas ações homens e mulheres convertem a natureza 
em cultura, incorporando-a a história. Transformam não só a natureza, mas modificam continuamente o que 
já foi transformado. 
 O ser humano diante dos problemas que a realidade social apresenta assume uma atitude filosófica. Por 
que existo? Por que há algo em vez de nada? O ser humano diante do mundo começa a interrogar e a 
filosofar. Filosofar pressupõe a consciência de que estamos enraizados em problemas que a condição humana 
apresenta. 
 O Ser humano filosofa também, segundo epíteto, por defrontar-se com situações-limites, situações 
essencialmente idênticas e instransponíveis como morrer, sofrer estar sujeito ao acaso. E a tomada de 
consciência destas situações faz homens e mulheres filosofarem e buscarem soluções através: do domínio da 
natureza (pelo conhecimento e técnica); da colaboração humana (laços de solidariedade) e da fé (busca do 
transcendente). 
 Em conseqüência, na origem da própria humanidade com o desenvolvimento da capacidade perceptiva e 
pensante do ser humano sobre a sua vida em relação com o mundo é que está a origem da filosofia. 
 
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ARANHA, Maria Lúcia de A. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO. 2º edição: Moderna, São Paulo, 1996. 
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Um ser 
livre 
Um ser 
capaz de 
linguagem 
simbólica 
Um ser com 
senso ético e 
consciência 
moral 
É um 
ente 
reflexivo 
Um ser 
pensante 
Um ser 
inventivo e 
criativo 
Um ser com 
características 
físicas únicas 
Um ser 
dotado de 
emoções 
Um ser finito 
e inacabado 
Um ser 
estético 
Um ser 
de práxis 
Um ser 
histórico 
Um ser 
político e 
social 
Um ente 
cultural 
Um ser 
religioso 
É um ser que 
trabalha 
consciente 
É um ser 
material 
É um ser 
racional 
O Homem: 
Peculiaridades 
De sua essência

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