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Inteligencia Empresarial

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AULA 1 
INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E 
ESTRATÉGIA DE CROSS SELLING 
Prof. Alexandre Ercoli Moreira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Falar em Inteligência Empresarial é falar de gestão eficaz e 
contemporânea, inovação, mercados dinâmicos, entre outros temas que remetem 
à eficiência do mundo corporativo. 
Neste módulo falaremos de alguns temas relacionados à inteligência 
empresarial, assunto tão importante para a gestão de um modo geral. Sendo você 
um empresário ou empreendedor ou sendo você um colaborador de uma empresa 
almejando postos mais altos dentro da companhia, este assunto é importante para 
sua formação, pois tratará de estratégias, planejamentos, inteligência 
comercial e muito mais. 
Falaremos de vantagens competitivas, pensamentos e cenários 
estratégicos, inteligência em vendas, tomadas de decisões gerenciais, 
planejamento gerencial, estratégico e estabelecimento de metas. E, por fim, 
exploraremos estratégias de cross selling, que é uma ferramenta de marketing e 
vendas com objetivo de melhorar a experiência do consumidor. Essa estratégia 
passa pelo oferecimento de produtos complementares antes ou após a finalização 
da compra pelo consumidor. 
Não dá para falar de cross selling sem falar de upselling, que objetiva 
oferecer uma melhor aquisição ao cliente, agregando versões mais completas ou 
mais adequadas ao consumidor. 
Convido vocês a acompanharem e aproveitarem este módulo da melhor 
forma possível para conhecer um pouco das estratégias utilizadas no mundo dos 
negócios. 
CONTEXTUALIZANDO 
É cada vez mais presente a atuação tecnológica nos negócios para 
obtenção e geração de informações. Crescentes também são as fontes para 
coleta de informações geradas sobre empresas, concorrência e consumidores, 
muitas delas gratuitas e por vezes encomendadas pelas próprias empresas com 
objetivos específicos. Moraes e Escrivão Filho (2007) apontam o custo cada vez 
menor para a obtenção, geração, processamento e transmissão de informações 
voltadas a suportar a estratégia de negócios das empresas em geral. 
É nesse ponto que a Inteligência Empresarial está inserida, fazendo a 
gestão do conhecimento corporativo para gerar vantagem competitiva. 
 
 
3 
Este primeiro módulo contextualizará Inteligência Empresarial e explorará 
a maneira como esta se relaciona com a Gestão do Conhecimento, gerando assim 
Vantagem Competitiva. 
TEMA 1 – INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL 
Não é demais reforçar que a Inteligência Empresarial vem acompanhada 
por uma necessidade das empresas de se sobressaírem no mercado. A 
tecnologia cada vez mais popular, por muitas vezes, coloca empresas 
multinacionais, grandes e pequenas no mesmo patamar no que diz respeito a 
obtenção e gestão da informação. 
As fontes de informações cada vez mais vastas e qualificadas fazem com 
que o acesso a elas esteja ao alcance de todos no mundo corporativo. O 
importante é saber se essas informações selecionadas são de qualidade e como 
fazer a gestão dos dados coletados para utilizá-los de forma que a vantagem 
competitiva conseguida gere resultados à companhia. A obtenção de informações 
com custos cada vez menores e muitas vezes até disponibilizada gratuitamente 
na internet ajuda nessa popularização do acesso a essas informações. Quando 
falamos em informação, falamos também em ferramentas de gestão, tanto de 
negócios como de processamento de dados. 
Mudanças constantes na forma de fazer negócios pelas empresas estão 
cada vez mais orientadas pelo mercado no sentido de oferecer a melhor solução 
para o cliente, bem como uma melhor experiência, com o menor custo possível e 
maior lucratividade. As empresas buscam intensamente informações que 
aumentem a sua competitividade, com a redução do tempo de reação a um 
estímulo do mercado e consequente aumento da capacidade do seu portfólio de 
soluções. Esses estímulos são provenientes da concorrência, da economia e dos 
clientes que apresentam mudanças no comportamento de consumo, além de 
novas necessidades, anteriormente inexistentes ou por vezes diferentes. 
Freitas e Lesca (1992) falam sobre a “busca da perenidade das condições 
de competitividade” das empresas, que nada mais é que a busca constante por 
atualizações, informações, modos diferentes e inovadores dentro do mesmo 
negócio ou mercado, assim inovando em gestão, produtos, serviços prestados e 
processos, aproveitando oportunidades oferecidas pelo mercado. 
 A Inteligência Empresarial empregada nas empresas promove uma 
mudança no escopo de atuação dos trabalhadores ou do segmento – se não em 
 
 
4 
toda a cadeia, pelo menos em uma boa parte dela, ao menos nas funções que 
estão ligadas diretamente à estratégia da companhia. Essa transformação se dá 
tirando o foco dos trabalhadores com atividades manuais e transferindo-o para os 
trabalhadores com funções intelectuais, ou seja, não focando na produção e sim 
na inteligência produtiva. Em outras palavras, trata-se de não focar a prestação 
de serviços única e exclusivamente, mas sim a prestação de serviços com 
excelência e valor agregados. Esses serviços são aqueles que o cliente precisa 
ou até mesmo não imagina precisar, que o tornarão fiel a sua empresa e 
consequentemente porta-voz da sua maneira de atuação, muitas vezes blindando 
as ações dos concorrentes. 
 As informações em relação a mercado, clientes, concorrentes, processos 
ou cadeia produtiva acompanham um fluxo que passa por pela coleta, posterior 
análise e por fim transformação em conhecimento, aumentando assim o nível de 
competividade das empresas. 
 Importante destacar que, para muitos autores, o conceito de informação é 
diferente do conceito de conhecimento. 
 Nas diversas bibliografias sobre o assunto gestão e que abordam 
informações e conhecimentos, é comum encontrar autores defendendo que são 
conceitos semelhantes, e outros defendendo que são conceitos distintos. 
TEMA 2 – INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA 
Para Jermol e Lavrac (2003), Inteligência Empresarial é diferente de 
Inteligência Competitiva. Os autores descrevem como conceitos semelhantes a 
Inteligência Competitiva e a Inteligência Comercial. Esses conceitos serão 
descritos nos próximos capítulos. 
Como veremos a seguir, a inteligência empresarial é a inteligência que a 
empresa tem ou pretende ter; já a inteligência competitiva faz parte da inteligência 
empresarial. 
2.1 Inteligência Empresarial 
 São direcionados aos Sistemas Internos. Trazem informações de dentro 
da empresa, sendo elas produtivas, de produtos ou serviços prestados, de 
desempenho do processo, entre outras. 
 Amplas categorias de aplicações e tecnologias para: 
 
 
5 
 Capturar dados: como buscar informações, onde buscar informações, 
análise de qualificação dos dados. 
 Armazenar dados: modelo de armazenamento dos dados, como serão 
classificados para facilitar a análise. 
 Analisar informações: momento que, após a análise dos dados 
coletados, gerará conhecimento para a empresa. 
Todo esse processo de coleta e análise de informações gera conhecimento 
e é acrescida de informações de mercado, como dados de tendências externas 
(do segmento em que a empresa atua, por exemplo), dados dos concorrentes, 
dados políticos (que possam afetar direta ou indiretamente a empresa) e dados 
socioeconômicos. Informações combinadas, processadas e analisadas geram 
dados que servirão para a elaboração da estratégia da empresa, e como 
consequência, vantagem competitiva. 
 A inteligência e a gestão do conhecimento servem como suporte na tomada 
de decisões estratégicas. Por isso as informações que serão utilizadas para esse 
processo devem ser conseguidas de forma ética e legal. 
2.2 Gestão do Conhecimento 
Outro conceito que faz parte da composição de conceitos que envolvem a 
inteligência empresarial é a Gestão do Conhecimento. É um conceito mais amplo, 
pois se trata de um processo sistêmico que identifica os dados eas informações 
coletadas. Os dados e as informações são colocados em um sistema de gestão 
de informações e classificados de forma a amparar uma análise mais precisa para 
se poder trabalhar com essas informações de forma mais dinâmica. Em seguida, 
passam por análises e são apresentados de forma clara e de fácil disseminação, 
já em forma de conhecimento. Assim, cria-se um conceito útil para obtenção da 
vantagem competitiva, seja ela de um produto, de um concorrente, ou até mesmo 
em relação ao mercado, com pioneirismo no nicho que se propõe a entender. 
Esse processo de visão sistêmica cria um conhecimento organizacional 
que serve para desenvolver competências específicas e capacidades inovadoras 
capazes de gerar novos produtos, novos processos ou amadurecimento nos 
processos já existentes, assim como novos sistemas de gestão capazes de elevar 
o nível das companhias. 
Pereira (2002) cita cinco áreas da gestão do conhecimento: 
 
 
6 
 aprendizagem organizacional; 
 educação corporativa; 
 gestão da capacidade intelectual; 
 gestão de competências; 
 inteligência empresarial. 
Nessa abordagem, a inteligência empresarial atua como uma prática 
gerencial e tem como objetivo tratar as informações e posteriormente transformá-
las em conhecimento. 
Segundo Cardoso, Cameira e Proença (2001, p. 5), “a gestão do 
conhecimento deve contribuir para a evolução da inteligência da firma, 
propiciando uma abordagem estruturada para o desenvolvimento sistemático dos 
seus componentes de conhecimento explícito e estrito”. Isso nada mais é do que 
a gestão do conhecimento sendo um processo da captura seletiva de informações 
que são trabalhadas pela inteligência comercial. 
Os administradores tinham atribuições diferentes das vistas atualmente. 
Antes da Segunda Guerra Mundial, a análise da gestão dos administradores 
referia-se à relação entre patrão e subordinados, e o seu papel era menos 
relacional. Atualmente, essa gestão passa muito mais pela responsabilidade de 
aplicação e desempenho do conhecimento. 
2.3 Inteligência Competitiva 
Inteligência Competitiva está ligada a dados externos da companhia, como 
dados de pessoas (clientes/consumidores) e todos os demais stakeholders 
externos (como bancos e fornecedores) que estão ligados ao negócio e que 
podem influenciar o plano estratégico da empresa. 
A inteligência competitiva é processo e produto ao mesmo tempo. É 
processo é quando está disposta como sistema de aquisição, coleta, análise e 
avaliação para alavancar vantagem competitiva, que é o diferencial que a 
empresa em sobre seus concorrentes; é produto quando ligada à informação 
resultante do processo, como base para ação específica. Nesse caso, os dados 
já estão processados e analisados, e servirão para tomada de decisão, seja ela 
direcionada para a montagem da estratégia da empresa ou voltada para o 
mercado diretamente, como por exemplo uma ação de redução ou aumento de 
preços, promoção, lançamento de produtos ou mesmo uma ação contra 
 
 
7 
concorrência, como por exemplo uma promoção de um produto específico que 
atingirá o concorrente. 
A gestão gera conhecimento e o conhecimento proporciona possibilidade 
de apresentação de melhores resultados que finalmente apresentem ganhos de 
produtividade, que é um fator que as empresas buscam incessantemente. 
Uma empresa mais produtiva é uma empresa com maior lucratividade. A 
lucratividade dá possibilidade financeira para que as empresas sejam mais 
competitivas e, consequentemente, promovam um crescimento exponencial. 
A nova economia exige das empresas muito mais do que em tempos 
passados. Essa exigência passa por conhecer mais os concorrentes e estar 
sempre à frente, exigindo inovação constante, busca de novos negócios e novas 
soluções para os mesmos problemas, e muito mais. 
O triângulo de competências que as empresas devem apresentar, descritas 
na figura abaixo, mostra um círculo virtuoso que está ligado à inteligência 
empresarial e nela inserido. 
Figura 1 – Triângulo de competências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sucesso das empresas passa por aplicar na prática o modelo de 
inteligência empresarial. 
EMPREENDEDORISMO 
 
 
8 
TEMA 3 – VANTAGEM COMPETITIVA 
A vantagem competitiva pode ser considerada, naturalmente, como um 
produto da estratégia da empresa (planejamento estratégico) quando esse 
planejamento é colocado em prática e tem resultados positivos. 
Barney e Hesterly (2011) descrevem o conceito de vantagem competitiva 
como sendo 
quando a empresa é capaz de gerar maior valor econômico do que suas 
concorrentes. O valor econômico é simplesmente a diferença entre os 
benefícios percebidos por um cliente que compra produtos ou serviços 
de uma empresa e o custo econômico total desses produtos ou serviços. 
Portanto, o tamanho da vantagem competitiva de uma empresa é a 
diferença entre o valor econômico que ela consegue criar e aquele de 
suas rivais. 
A vantagem competitiva pode ser atrelada não somente ao valor 
econômico, mas também ao custo total do produto ou serviço. 
O exemplo a seguir pode mostrar melhor esse conceito. Vamos imaginar 
duas empresas, Empresa A e Empresa B. Na Figura 2, a vantagem competitiva 
está pautada no valor econômico apresentado pelas empresas. A Empresa A 
apresenta um benefício total percebido pelo cliente (R$ 180,00) maior do que a 
Empresa B (R$ 150,00). O valor econômico da Empresa A é de R$ 150,00 contra 
R$ 120,00 da Empresa B. Nesse exemplo, os custos totais foram apresentados 
de forma igual para as duas empresas. 
Outra forma de apresentar a vantagem competitiva é pelo benefício total 
percebido pelo cliente. Nesse modelo, a Empresa A continua tendo uma vantagem 
competitiva em relação à Empresa B. 
Figura 2 – Representação do exemplo 
 
 
9 
 
 
Na Figura 3, a vantagem competitiva está sobre o custo total. Nesse 
exemplo, o benefício total percebido pelo cliente é o mesmo (R$ 180,00). O valor 
econômico da Empresa A é de R$ 150,00, e o da Empresa B é de R$ 120,00. 
Nesse comparativo também podemos afirmar que há vantagem competitiva da 
Empresa A em relação à B. 
Comparando os custos totais, a vantagem competitiva é da Empresa A. 
Nesse exemplo (Figura 3), mesmo com as duas empresas criando 
benefícios percebidos pelo cliente como sendo iguais, pode-se gerar vantagens 
competitivas, o que mostra a efetividade operacional da Empresa A em relação à 
B. 
Figura 3 – Representação do exemplo 
 
 
10 
 
TEMA 4 – MEDINDO VANTAGEM COMPETITIVA 
A vantagem competitiva é parte de um processo de administração 
estratégica que passa pela elaboração de uma missão que norteará a empresa 
no seu objetivo principal, sua razão de existir. Um objetivo dará mensuração à 
missão da empresa. A análise de ambientes externos e internos da companhia 
mostrará ameaças, oportunidades, forças e fraquezas. Escolha estratégica é o 
desenho da estratégia a ser adotada pela empresa. Implementação estratégica 
é o modus operandi da estratégia desenhada. Por fim, a vantagem competitiva 
é o resultado de um processo estratégico geral. 
O esquema abaixo mostra o processo citado: 
Figura 4 – Processos da Administração Estratégica 
 
Fonte: Barney; Hesterly, 2011. 
A Vantagem Competitiva pode ser caracterizada de algumas formas: 
 Vantagem Competitiva Temporária: em que a vantagem perdura pouco 
tempo e é pontual mediante alguma ação feita pela empresa. 
 
 
11 
 Vantagem Competitiva Sustentável: em que a vantagem é prolongada, 
sendo proveniente de uma reestruturação, programa de pesquisa e 
desenvolvimento, sucesso na implantação estratégica, entre outros. 
 Paridade Competitiva: quando a empresa está nivelada igualitariamente 
aos seus concorrentes. A vantagem competitiva, neste caso, é 
praticamente inexistente. 
 Desvantagem Competitiva Temporária: quando a empresa apresenta um 
valor econômico menor do que a sua concorrente e por um tempo menor,não perene. 
 Desvantagem Competitiva Sustentável: quando a empresa apresenta, por 
um tempo mais longo, desvantagem em relação a sua concorrente. 
Há algumas formas de se medir a vantagem competitiva. Uma delas é a 
medida do desempenho financeiro contábil, que se reflete em números de 
relatórios oficiais, como balanço patrimonial, demonstrativos de resultados, 
demonstrativos de lucros e perdas, entre outros. 
Essa forma de medida de desempenho financeiro contábil possibilita o 
comparativo com outras empresas, sejam elas do mesmo segmento ou de 
segmentos diferentes. Estamos falando de relatórios padronizados para o 
mercado, que atendem a normas e regulamentações contábeis. Empresas de 
capital aberto, que têm ações na Bolsa de Valores, têm por obrigação a publicação 
do seu balanço patrimonial ao público, para atender uma norma da CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários) e do Banco Central. Geralmente esses 
números são publicados no site oficial da empresa e/ou nos veículos de mídia. 
Sozinhos, sem análise alguma, os índices financeiros contábeis dizem 
pouco. Para qualquer tomada de decisão, os números apresentados devem ter 
base de comparação com períodos anteriores. Mediante as análises em relação 
a empresas do mesmo segmento ou períodos anteriores, entre outros 
comparativos, é possível tirar conclusões mais concretas sobre os números 
divulgados pela empresa. 
Alguns índices financeiros contábeis podem ser utilizados para analisar 
vantagens competitivas: 
 Índices de Lucratividades (IL): números que analisam os lucros da 
empresa (numerador do balanço patrimonial) e que mostram o porte da 
 
 
12 
empresa e seus ativos (denominador). IL = Valor Presente das Entrada de 
Caixa/investimento inicial. 
 Índices de Liquidez: números demonstrados nesses índices mostram a 
capacidade da empresa de saldar dívidas de curto prazo. 
 Índice de Liquidez Corrente: Ativo Circulante/Passivo Circulante 
(capacidade da empresa de saldar dívidas de curto prazo com ativos que 
podem ser convertidos em moeda corrente). 
 Índice de Liquidez Seca: Ativo Circulante – Estoque/Passivo Circulante 
(capacidade da empresa em saldar dívidas de curto prazo sem utilizar 
seus estoques atuais). 
 Índices de Alavancagem: mostra o nível de flexibilidade financeira da 
empresa e o quanto ela pode se comprometer com dívidas. Mede 
endividamento total, endividamento líquido e cobertura de juros. 
 Índices de Atividades: mede o nível de atividades do negócio, como o giro 
do estoque, giro das contas que a empresa tem a receber e o prazo médio 
de recebimento de seus recebíveis. 
Esses índices analisados e comparados podem dizer se a empresa 
apresenta desempenho acima da média de mercado, mostrando se a empresa 
tem vantagem competitiva sobre seus concorrentes, desempenho na média de 
mercado, denotando que a vantagem competitiva inexiste ou não é perceptível 
em relação aos seus concorrentes, ou desempenho abaixo da média de mercado, 
que sinaliza que a empresa tem desvantagem competitiva em relação aos seus 
concorrentes. 
Outra forma de medir as vantagens competitivas de uma empresa é 
analisando o seu desempenho econômico. Nas medidas financeiras de vantagens 
competitivas não se considera um fator importante para analisar a empresa, que 
é o Custo de Capital que a empresa gasta para entregar os serviços ou produzir 
e vender seus produtos. 
O Custo de Capital é a taxa de retorno que uma empresa promete pagar 
aos seus investidores para que continuem o investimento. 
Os medidores econômicos de vantagem competitiva irão comparar o nível 
de retorno de uma empresa ao seu custo de capital em vez de medir um nível 
médio de retorno da empresa em um segmento específico. 
É verdade que há correlação entre os dois modelos de análises – financeiro 
e econômico. Em geral a empresa que apresenta bons índices financeiros 
 
 
13 
apresenta também bons índices de análises econômicas e vice-versa. No entanto, 
não podemos adotar isso como regra, pois é possível encontrar empresas que 
têm índices financeiros bons e índices econômicos abaixo da média de mercado, 
e o oposto também é verdadeiro. 
TEMA 5 – AVALIAÇÃO DO AMBIENTE EXTERNO 
Um ponto importante para a montagem da estratégia da empresa a fim de 
que ela gere vantagem competitiva é conhecer o seu ambiente interno, o que 
passa por conhecer sua estrutura, sua capacidade produtiva, suas limitações, sua 
capacidade financeira, entre outros aspectos. 
Outra análise importante a ser feita é em relação ao ambiente externo em 
que a empresa está inserida. 
Essas análises de ambiente externo são feitas sob algumas óticas 
importantes. Barney e Hesterly (2011) citam que 
o ambiente em geral influencia na construção da estratégia da empresa 
para conseguir vantagem competitiva. Seis elementos estão 
relacionados entre si e com o ambiente da empresa, são eles: mudanças 
tecnológicas, tendências demográficas, tendências culturais, clima 
econômico, condições legais e políticas, acontecimentos internacionais 
específicos. 
Mudança Tecnológica dá à empresa a oportunidade de oferecer melhores 
produtos e serviços, otimização de processos, criação de novos produtos e 
serviços provenientes dos avanços tecnológicos. A redução nos custos, tanto de 
processos e operações como do processo produtivo, é outro benefício trazido pelo 
avanço tecnológico de que a empresa pode se beneficiar. Em contrapartida, se a 
empresa não estiver atenta a essa onda contínua e sem volta e não a 
acompanhar, pode comprometer o seu futuro e perder competitividade – e pode 
ser tarde demais para reagir. 
Figura 5 – Avaliação do ambiente externo 
 
 
14 
 
Tendência Demográfica é importante para que a empresa possa definir 
quais produtos e serviços são mais adequados para indivíduos da região a que a 
empresa atende. A tendência demográfica mostra como aquela sociedade está 
distribuída no que diz respeito a idade, gênero, estado civil, renda, etnia etc. Essas 
informações mapeadas favorecem a empresa com relação a seu público-alvo e 
seus hábitos de consumo. A empresa pode ter um portfólio de produtos variados, 
e alguns desses produtos podem atender a determinadas regiões mas não a 
outras, por essas regiões apresentarem características de consumo diferentes. 
Tendência Cultural é o terceiro elemento a ser analisado. O ambiente 
cultural carrega em si valores, crenças e normas que ditam o comportamento de 
uma sociedade, e esses valores, crenças e normas variam de região para região. 
Clima Econômico diagnostica a saúde geral dos sistemas econômicos em 
que a empresa está operando. O ambiente pode estar inserido em um clima de 
prosperidade ou de estagnação econômica. Consideramos um ambiente próspero 
aquele onde o nível de desemprego é baixo e o poder de compra de produtos e 
serviços é elevado. 
 
 
15 
Nos sistemas econômicos temos momentos de recessão e momentos de 
prosperidade. A essa alternância de situações damos o nome de ciclo 
econômico. 
Condições Legais e Políticas são os conjuntos de leis que abrigam a 
negociação empresarial. É a relação entre empresa e governo. 
Acontecimentos Internacionais Específicos referem-se ao que acontece 
em outros países e impacta as estratégicas da empresa. São guerras civis, golpes 
de Estado, terrorismo e outros acontecimentos que comprometem direta ou 
indiretamente o ambiente de negócios das empresas. 
É preciso também analisar outros elementos externos ligados diretamente 
à empresa, como fornecedores, concorrentes, produtos substitutos, compradores 
e novos entrantes, os quais são de extrema importância para o negócio. 
5.1 Modelo Estrutura – Conduta – Desempenho 
Um grupo de economistas, na década de 1930, sentindo a necessidade de 
um modelo que comparasse o ambiente de uma empresa e seu comportamento 
e desempenho, criou o modelo Estrutura – Conduta – Desempenho (ECD). 
Esse modelo analisa: 
 Estrutura do Setor: número de empresas concorrentes; 
 nível de homogeneidade dos produtos comercializados; 
 custos de entradas e saídas no setor. 
 Conduta da Empresa: 
 a estratégia que a empresa desenha para ganhar vantagem competitiva. 
 Desempenho: 
 em que nível a empresa se encontra – se com vantagem competitiva, 
paridade competitiva ou desvantagem competitiva. 
 eficiência interna de alocação de produtos, processo produtivo, nível de 
emprego e processos. 
FINALIZANDO 
Nesta primeira aula falamos dos conceitos que envolvem a inteligência 
empresarial. Entendemos que os conceitos adicionais fazem parte da sua 
composição, e que a inteligência empresarial é parte de um todo e faz com que 
 
 
16 
as empresas, aplicando esses conceitos, produzam planejamentos e estratégias 
mais concretas que as farão subir de nível e criar vantagens competitivas. 
Nas próximas aulas falaremos de outros pontos importantes que compõem 
o estudo da inteligência empresarial. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem prática 
FERRARESI, A. A.; SANTOS, S. A. dos. Inteligência empresarial e gestão do 
conhecimento como práticas de suporte para a decisão estratégica. Revista de 
Administração e Inovação, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 102-114, 2006. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
BARNEY, J. B; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem 
competitiva. Tradução de Midori Yamamoto e revisão técnica de Pedro Zanni. 3. 
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 
CARDOSO, V. C.; CAMEIRA, R. F.; PROENÇA, A. Inteligência competitiva e a 
gestão do conhecimento. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE 
PRODUÇÃO, 21., 2001, Salvador. Anais... São Paulo: ABEPRO, 2001. 
FREITAS, H.; LESCA, H. Competitividade empresarial na era da informação. 
Revista de Administração, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 92-102, 1992. 
MORAES, G. D. de A.; ESCRIVÃO FILHO, E. A gestão da informação diante das 
especificidades das pequenas empresas. Ciência da Informação, Brasília, v. 35, 
n. 3, p. 124-132, set./dez. 2006. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
19652006000300012>. Acesso em: 8 jun. 2018. 
PEREIRA, H. J. Proposição de um modelo de gestão para organizações baseadas 
em conhecimento. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 
22., 2002, Salvador. Anais... São Paulo: USP/NPGCT, 2002.

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