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Apostila HIV e AIDS

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Letícia Nano- Medicina Unimes 
 
 
 
 
 APOSTILA 
 DE 
 INFECTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
INFECÇÃO PELO HIV E AIDS 
 
RETROVÍRUS 
 
Os retrovírus convivem com os humanos há milhares de anos. Estima- se que grande parte do genoma humano, 
sobretudo a parte dos íntrons dos genes (não transcritos), provenham do genoma dos retrovírus, que provavelmente 
na época de Homos erectus infectaram os seres humanos e perderam sua capacidade de virulência. 
Características gerais: 
Família: retroviridae 
Existem as subfamílias :oncorivirnae, spumavirinae e lentivirinae 
OS retrovírus de interesses clínicos são os lentivirinae, do gênero lentivirus: o HIV e HTLV. 
 
HTLV 
É o vírus linfotrópico de células T humanas, ou delta retrovírus. Sua evolução e características são semelhantes ao do 
HIV. 
Tem maior incidência no Japão e continente africano. Veio através da migração de pessoas pelo canal de Bering, 
chegando no continente americano. Orientais e afrodescendentes são os mais afetados. No Brasil tem grande 
prevalência na Bahia, e na região sul e sudeste nos orientais. 
Transmissão 
 A transmissão ocorre através do aleitamento materno e transmissão vertical principalmente, e também é considerada 
uma DST, mas a incidência é menor. 
O vírus tem tropismo por linfócitos T. Existem dois tipos: 
HTLV 1: causa na maioria das vezes a forma assintomática da doença 
HTLV 2: nenhum caso clínico evidenciado 
A forma sintomática gera um quadro neurológico importante: 
→ Paraparesia espástica tropical: é uma doença evolutiva, gradativa, que causa alteração motora e sensitiva 
ascendente. O paciente morre pelas consequências/ comorbidades resultantes da doença. A sintomatologia tem início 
nos membros inferiores e ascende, causando principalmente a bexiga neurogênica, que resulta em comorbidades 
como infecções urinárias por sondagem vesical e até sepse. 
Há também a manifestação de leucemia ou linfoma de células T do adulto: tem mau prognóstico, resposta terapêutica 
ruim, e é mais rara comparada a paraparesia. 
 
HIV 
É o vírus da imunodeficiência humana. O vírus possui tropismos pelas células T humanas, e é responsável pela AIDS, 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. 
 
 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
 
Origem 
Tem sua origem no continente africano através dos macacos que sofreram processos mutagênicos, permitindo a 
transmissão para os humanos, decorrente do contato íntimo entre humanos e macacos. Difusão: através da migração 
de pacientes infectados para demais continentes. 
Vírus da Imunodeficiência Símea (SIV): origem do HIV pelo macaco 
Berço: continente africano, países subsaarianos. 
O Macaco mangabey deu origem à primeira transformação do vírus do macaco para vírus que 
infecta o homem. Esse macaco é presente na África Ocidental, sobretudo em Senegal, Guiné, 
Serra Leoa e Costa do Marfim. O macaco não manifesta doenças decorrente do vírus símios 
SIV. 
O primeiro HIV na escala evolutiva é o HIV tipo 2. É menos virulento, mais lento, comparado ao HIV 1. O HIV 1 é 
proveniente do chimpanzé, que adquiriu o vírus símio mutado. Origem: Uganda. O vírus HIV já foi encontrado em um 
chimpanzé fêmea chamada Merolin, evidenciando a evolução direta do vírus símio, dos primatas humanos. 
Contexto: uma equipe de cientistas concluiu que o Zaire é o local estimado de origem pandêmica do HIV (atualmente 
Kinshasa, da República do Congo), aproximadamente na década de 1920, ainda quando propriedade da Bélgica. Os 
registros sugerem que Kinshasa tinha uma proporção relativamente alta de homens, caçadores e uma consequente 
demanda por profissionais do sexo. 
Teoria mais aceita: SIV mutado foi transferido para os seres humanos como resultado da morte e do consumo de carne 
do macaco ou do seu sangue para cortes ou feridas em pessoas durante a caça. Normalmente, o corpo do caçador 
teria combatido o vírus, mas em algumas ocasiões ele se adaptou dentro de seu novo hospedeiro humano. 
 
Disseminação 
Na década de 1970 foi evidenciada a primeira incidência de pacientes com AIDS. Em 1979, em são Francisco, indivíduos 
morriam por infecções oportunistas raríssimas, como a Pneumocistis jirovesi ou Sarcoma de Kaposi. Esses indivíduos 
apresentavam uma imunodeficiência adquirida. No início da doença, os primeiros pacientes infectados eram 
homossexuais, e, portanto, foram considerados grupo de risco, alvos também de grande discriminação social. Durante 
a evolução da doença, descobriram a incidência dessa doença também em mulheres e outros grupos considerados de 
risco: 
Teoria dos 4 H 
H: Homossexuais – eram considerados promíscuos. 
H: Hemofílicos - recebiam transfusão de sangue frequentemente. 
H: Heroína – indivíduos que administravam drogas endovenosas. 
H: Haitianos - empresas de construção estrangeiras se instalavam no Haiti pois os haitianos ofereciam mão de obra 
barata. Na década de 1980 o Haiti era um país concentração de homossexuais, e o local foi a principal fonte de 
disseminação da doença para as Américas. 
 Acreditava- se que os responsáveis por parte da disseminação da doença eram os homens bissexuais, que mantinham 
relações sexuais com homens e esposas. 
Na África, a disseminação entre as mulheres tomou proporções grandes, infectando maiores quantidades de mulheres 
em relação aos homens. No Brasil a incidência de infecção por HIV em mulheres cresceu gradativamente, chamado de 
“africanização do Brasil “até atingir igualdade de incidências, que persiste até hoje. 
Obs.: o termo “grupos de risco “ não é 
adequado, e sim “comportamento de risco “, 
a fim de evitar discriminações. 
Figura 1- macaco mangabey 
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Além disso, sabe-se que alguns países africanos nessa época também exportavam sangue para outros países a preços 
baixos, que foi uma grande forma de transmissão do vírus. 
Descoberta do HIV 
Em 1979, um cientista chamado Robert Gallo (EUA) conseguiu isolar um vírus que infetava linfócitos T e causava 
leucemia, o chamou de HTLV-1. Ao ter conhecimento de outra doença, transmitida sexualmente, verticalmente e por 
contato sanguíneo (as mesmas formas de transmissão do HTLV-1), que destruía linfócitos T e, aparentemente, tinha 
surgido em África, Gallo pensou tratar-se de uma outra variedade de HTLV e resolveu estuda-lo. Na mesma época, no 
Instituto Pasteur de Paris, Luc Montagnier também estudava a AIDS. Em 1983, a sua aluna Françoise Barré-Sinoussi 
Sinoussi conseguiu detectar nessa amostra, a atividade da enzima transcriptase reversa. Em 1995, Gallo descobriu que 
o VIH precisava de um receptor (CD4) e um co-receptor para entrar nas células, no caso o CCR5. Com as descobertas 
de Robert Gallo e Luc Montagnier, em 1987 foi possível utilizar um primeiro medicamento contra o HIV, o AZT, que 
tinha sido desenvolvido, sem êxito, contra o cancro. Já em 1995, introduziu-se a terapia com três drogas, o HAART 
(Highly Active Anti-Retroviral Therapy), que até hoje possibilita uma boa qualidade de vida aos indivíduos portadores 
de HIV. O prêmio Nobel de 2008 foi concedido ao Luc Montagnier. 
 
Tipos de HIV 
Atualmente, são conhecidos vários grupos diferentes de HIV. O HIV 1 é 
dividido em M (major), N (new) e O. Na África há todos os tipos. O subtipo 
O é presente nos Camarões, e em poucas quantidades no Brasil. Tipo N só 
presente no continente africano. Europa: predomínio do grupo C sobre os 
demais.No Brasil há os subtipos B e F, e também C, do grupo M. Antigamente só 
havia o grupo B e F, até que o grupo C surgiu na região sul do país e sua 
incidência tem aumentado até hoje, ultrapassando os outros dois 
subtipos. Felizmente, o grupo C é menos virulento e menos citolítico. Obs.: o subtipo B é extremamente virulento. 
Quando um indivíduo adquire dois tipos diferentes do vírus, pode haver recombinação gênica, ou seja, há possibilidade 
de a todo momento serem fabricados novos tipos do vírus. Esse novo vírus adquire novas características que podem 
ofertar resistência ao tratamento ou adquirir maior virulência. O vírus HIV é altamente mutagênico, ainda mais que o 
vírus influenza. 
Forma recombinante circulante: 
 CRF-1 é recombinante A – E 
CRF-2 é recombinante A – G 
Quando os testes sorológicos surgiram, só havia o teste para o grupo M, gerando resultados falsos negativos. Todo 
teste sorológico para HIV realizado atualmente é mandatório investigar HIV 1 e 2 e todos os subtipos conhecidos 
até hoje. 
Acredita -se que a origem da AIDS foi em 1930, somente em 1979 foi a evidência da doença. O primeiro caso 
confirmado foi na África, no Congo belga em 1959, através da sorologia positiva, no sangue de indivíduos já mortos. 
 
 
Sobre o vírus 
Apresenta genoma de RNA de fita dupla, polaridade positiva, capsídeo, camada externa proteica e envelope. No 
envelope se localizam as espículas, as quais interagem com as células hospedeiras. É um vírus simples, de 
aproximadamente 100 nm de tamanho. Na escala evolutiva, o HIV2 é o primeiro que surge, portanto, o genoma é mais 
parecido com o do vírus do macaco mangabey. 
Figura 2- subtipos do HIV 
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O genoma possui as regiões: GAG, PAL e ENV 
GAG: codifica as proteínas que formarão o capsídeo viral (p7, p24 e p17). 
PAL: responsável pela produção e síntese das enzimas virais, responsáveis pelo 
ciclo viral. 
ENV: responsável pelas espículas do envelope viral (Gp 120, gp 41... ). 
*Gp é a sigla de glicoproteínas, e o número é referente ao peso molecular dessa 
proteína, em kilodaltons (kDa). 
Outros elementos importantes no ciclo viral, replicação e transcrição do vírus: VIF, NEF, TAT e VPR. 
 
Transmissão 
O HIV pode estar presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno. A infecção pode ser transmitida por 
meio de: 
- Sexo sem preservativos (vaginal, anal ou oral). 
- Transmissão da mãe portadora ao filho durante a gestação (intrauterina transplacentária), parto (exposição ao 
sangue materno e secreções vaginais durante o trabalho de parto e o parto) ou na amamentação. 
- Compartilhamento de agulha ou seringa com portadores de HIV. 
- Transfusão de sangue com presença do vírus HIV. 
- Instrumentos diversos (hospitalares, piercing, manicure) não esterilizados. 
 
Ciclo viral 
Adesão: o vírus se liga na superfície da célula através do CD4 e CCR5 principalmente. Outros receptores: integrinas 
como a alfa4b7 (a ligação ocorre, mas é fraca e não tem a função de fusionar). 
→ Antigamente se acreditava que o ligante era apenas o CD4, presente em macrófagos, células dendríticas e linfócitos 
T, até que foi descoberto que alguns indivíduos expostos ao vírus não desenvolviam a doença, pois possuíam certa 
resistência. Além disso, na África, foi observado que algumas profissionais de sexo expostas ao vírus também não eram 
infectadas. Estudos a nível molecular chegaram à conclusão de que o HIV além de precisar do receptor CD4 para 
realizar a adesão à célula hospedeira, precisavam também de um co-receptor, o CCR5, principalmente, e o CXCR4. 
O CCR5 é extremamente importante. É um receptor natural de substâncias quimiotáticas para macrófagos e citocinas. 
O vírus utiliza desse receptor para se ligar à célula hospedeira 
(principalmente linfócito T) e iniciar a infecção. Indivíduos expostos e 
não infectados são os que não possuem a capacidade de expressar esse 
receptor, e sem ele, o vírus não tem competência para aderir à célula. 
Esses indivíduos são homozigotos recessivos para a mutação da 
expressão do receptor, e constituem aproximadamente 1 % da 
população mundial. São comumente de origem nórdica, caucasianos, 
chamados de vikings. Já nos indivíduos heterozigotos, há infecção pelo 
vírus, mas a evolução é benigna e menos cruel. 
Ligação: o Gp120 possui duas regiões, uma região constante, C4, e uma variável, V3. O C4 se liga ao CD4, enquanto o 
V3 se liga no CCR5. O gp120 possui formato semelhante a uma laranja, cujas metades corresponderiam a essas duas 
regiões. À medida que as duas regiões se ligam aos seus receptores, mudam sua conformação “abrindo espaço” para 
o gp 41 se ligar e penetrar a membrana celular. 
*Fusão: é realizada pelo gp41, e é um fenômeno irreversível. 
Figura 3- estrutura do HIV 
Figura 4- ligação do HIV à célula hospedeira 
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Replicação viral 
Após a fusão, o capsídeo e a camada externa proteica entram no citoplasma, onde é realizado o descapeamento 
(desintegração do capsídeo) pelas enzimas da célula hospedeira. O RNA no citoplasma, utiliza de suas próprias enzimas 
para a replicação do genoma: 
RNA dependente de DNA polimerase (transcriptase reversa): transforma o RNA 
viral em um DNA, através da substituição da uracila pela timina no DNA, e 
duplica a fita. (A) 
RNAse H: libera o DNA e desintegra o RNA restante, que foi utilizado para molde. 
(B) 
O DNA, por sua vez, através dos poros da carioteca, entra no núcleo, onde outra 
enzima viral age, a integrase. 
(C) A integrase corta o DNA cromossomial e integra o genoma viral no 
cromossomo celular, em que pode ser considerado um pró vírus. 
 
 
 
O genoma viral possui dois caminhos: 
 
1-Em menos de 1% das células infectadas, ocorre a latência do vírus dentro da célula hospedeira. Ocorre nos linfócitos 
T de memória, cuja duração da célula é de mais de 10 anos, e que podem albergar o vírus de forma quiescente, na 
forma de pró vírus. Nesse período de 10 anos, o vírus pode permanecer quiescente, ou se ativar, quando a célula for 
ativada, reproduzindo milhões de vírus novos. Esse é o motivo pelo qual não se pode afirmar existir a cura completa 
da AIDS, mesmo que na vigência de níveis indetectáveis de carga viral sanguínea. O objetivo principal dos estudos 
científicos acerca do tratamento da infecção pelo HIV é a possibilidade de ” cortar’ o pró-vírus, em uma cirurgia gênica. 
2- No 99% restante das células, o DNA viral continuará seu ciclo viral, se replicando e formando milhões de novos vírus. 
O DNA viral vai produzir RNA, uma parte do RNA vai realizar a síntese proteica, e montar o capsídeo e espículas virais. 
Outras partes do RNA produzidas serão genômicas, em que suas duas fitas irão incorporar no local de formação do 
capsídeo viral. As espículas formadas migram então para a membrana da célula hospedeira. O capsídeo em formação 
se move em direção à membrana da célula, empurrando-a. Nessa etapa, a última enzima viral entra em ação: a 
protease. (D) A protease finaliza a formação do capsídeo viral. E finalmente, o vírus sai da célula a partir do brotamento 
(por isso o nome lentivírus, lentamente sai da célula). Um bilhão de linfócitos são produzidos por dia. *Se inibida a 
ação da protease, o vírus fica avirulento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5- transformação do RNA em DNA 
e duplicação das fitas 
Figura 6- ciclo viral do HIV 
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Mecanismo antiviral 
Existe um mecanismo natural de impedimento da formaçãodo HIV.A APOPEC inibe a replicação do vírus. A LEDGF/P75 
é uma proteína da célula que bloqueia a integrase. No entanto, a velocidade de replicação e o número de vírus novos 
formados excede a função do mecanismo natural de retenção do vírus. Cada vírus produz no mínimo 2 pró vírus, e a 
célula infectada produz 10 bilhões de vírus por dia. Essa célula futuramente morre, devido à alteração metabólica 
importante.VIF + APOPEC agem impedindo a desintegração do vírus dentro da célula. 
 
Alterações imunológicas 
→ O HIV é altamente mutagênico, então a cada combate da infecção, a resposta pelo sistema imunológico, deve ser 
diferente. Com a intensa replicação no GALT, há destruição maciça dos linfócitos CD4, diminuindo os níveis de 
linfócitos CD4 circulantes (uma imunodeficiência precoce), e resultando também na involução do linfonodo. As células 
dendríticas foliculares (responsáveis por ativar o linfócito B) e linfócitos B também sofrem involução, e a arquitetura 
do linfonodo é alterada através do depósito de colágeno na região paracortical. Uma vez os tecidos linfoides alterados 
e destruídos, a capacidade de resposta imunológica é diminuída. 
Alterações no linfonodo: 1- Hiperplasia do linfonodo 2- Involução e depósito de colágeno 
→ Outro tecido linfoide destruído é o timo, é destruído na fase tardia da infecção, e fica com aspecto semelhante ao 
timo de um indivíduo idoso. Mais tardiamente o timo sofre deposito de colágeno e fibrose, e sua destruição resulta 
na ausência de hormônios tímicos, e, portanto, a formação de novos linfócitos T é prejudicada. 
→ Os macrófagos do sistema fagocitário mononuclear quando infectados pelo HIV se tornam células incompetentes, 
pois sua capacidade fagocítica diminui. Isso ocorre pois, os macrófagos infectados têm a ligação de anticorpos em sua 
superfície impedida, então o processo de opsonização é prejudicado. Além disso seus pseudópodes também 
diminuem de tamanho, prejudicando a fagocitose. Macrófagos disfuncionais facilitam os processos infecciosos, 
sobretudos bacterianos. 
→ As células dendríticas plasmocitóides tem importância na infecção viral, pois produzem o interferon que possui 
ação antiviral. O HIV no interior dessas células impede a produção do interferon alfa por elas, dificultando a reação 
contra infecções virais oportunistas, e pelo próprio HIV. 
→´O vírus HIV possui em seu genoma os genes NET, TAT E VPV. Esses genes codificam as 
proteínas NET, TAT e VPV, que agem no MHC classe I, bloqueando sua expressão na 
superfície da membrana celular das células infectadas. 
Sem a expressão de epítopos virais via MHC classe I dessas células, os linfócitos CD8 
(citotóxicos) não conseguem agir e estabelecer suas ações 
antivirais, fazendo a manutenção da replicação do vírus. 
→O gp 120 pode ser liberado pelo vírus, de forma solúvel e este, 
se ligar ao CD4 do linfócito T infectado, impedindo sua 
ancoragem com o MHC classe 2 das células apresentadoras de 
antígenos (APC), e, portanto, impedindo a apresentação do 
antígeno ao linfócito T e sua consequente ativação. 
 
**Revisão da ativação linfócito T: 
A ativação de células T requer dois sinais. O primeiro sinal é específico, exigindo o 
reconhecimento e a ligação do receptor de células T ao epítopo apresentado através do 
MHC classe II de uma APC. O segundo sinal é inespecífico, resultante da ligação do B7 das APC com seu receptor, o 
CD28 das célula T. No entanto, para isso que isso ocorra, é necessário a ligação, concomitantemente, do CD40, 
presente nas APC, com o CD40L das células T. Se ambos os sinais forem fornecidos, a célula T irá proliferar e secretar 
citocinas. 
Figura 7- inibição do MHC 
classe I 
Figura 8- inibição do MHC 
classe II 
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→ O HIV impede a expressão do B7 pelos 
macrófagos. Estimula também a expressão de 
elementos bloqueadores da expressão CD28 e do 
CD40L. 
→ O vírus induz expressão dos antígenos CTLA e P1, 
que induz a tolerância do linfócito T e sua ineficiência 
e inativação do sistema imunológico. 
→ O vírus além de induzir a apoptose, interfere na 
ativação do sistema imunológico. O vírus interfere na 
produção anticórpica e proliferação dos linfócitos B. 
Além de diminuir a eficiência da resposta celular, 
diminui a da resposta humoral, através da diminuição da concentração anticórpica, e menor capacidade de 
neutralização desses anticorpos. 
A imunossupressão realizada pelo HIV é altamente complexa, não comparável a nenhum outro vírus. 
 
Resumo mecanismos de escape do sistema imune do HIV: 
1- Destruição do tecido linfoide do linfonodo e timo 
2- Indução da apoptose dos linfócitos T, B e NK 
3- Bloqueio da opsonização e fagocitose pelos macrófagos 
4- Bloqueio da produção de interferon alfa pelas células dendríticas plasmocitárias 
5- Bloqueio da expressão do MHC classe I em células infectadas 
6- Bloqueio da apresentação do antígeno pela APC ao linfócito T 
7- Bloqueio da expressão do B7 nos macrófagos 
8- Bloqueio da expressão do CD28 e CD40L pelo linfócito T 
9- Indução à expressão de co-receptores de imunossupressão- P1 e CTLA 
10- Diminuição da concentração anticórpica e baixa resposta humoral 
 
Esses mecanismos não são obrigatoriamente concomitantes e existentes em todas as células. 
O linfócito T pode morrer de duas formas: 
1- Através da ação direta do linfócito CD8 citotóxico, que reconhece a célula infectada através de sua expressão do 
epítopo viral em seu MHC classe I, liberando substâncias citotóxicas, as granzinas e perfurinas, que alteram a 
membrana da célula, induzindo sua apoptose. 
2- Algumas proteínas virais são capazes de ativar diretamente a apoptose das células infectadas. É a principal forma 
de morte celular do linfócito T. 
Durante a progressão da doença, o vírus desvia a resposta imunológica celular para humoral, e, portanto, na fase 
terminal da doença, a resposta é predominantemente humoral, e inadequada. 
 
 
 
Imunossupressão 
Figura 9- expressão do MHC classe II e CD40 inibida pelo HIV, resultando na 
não ativação do linfócito T 
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Curso clínico da infecção pelo HIV 
Existem 3 formas de evolução da infecção por HIV sem tratamento: progressores típicos, progressores rápidos e não 
progressores a longo prazo. 
 
1- Progressores típicos 
É a forma mais comum (80 a 90 % dos pacientes). Sem tratamento, morrem 15 anos após o início da infecção. No 
gráfico abaixo é possível observar que nos momentos que precede a infecção, o indivíduo era imunocompetente. No 
instante zero da infecção, a contagem de linfócitos CD4 no sangue ainda é normal. Após a infecção, o paciente 
progressor típico enfrentará 3 fases da doença. 
A fase 1 é a infecção aguda, a fase 2 é a forma crônica assintomática da doença, e fase 3 é AIDS propriamente dita. 
 
Fases 
É chamada de Fase 1 a infecção aguda, a fase 
precoce do processo infeccioso. Na maioria das 
vezes a clínica é assintomática. É caracterizada 
pela replicação intensa do vírus, em 
quantidades de milhões de vírus. 
A infecção primária ocorre através das mucosas 
(oral, anal e vaginal) e vasos sanguíneos (EV). As 
primeiras células a albergarem o vírus são as 
células dendríticas mieloides, que ficam nas 
mucosas, parede dos vasos etc. São células 
fagocíticas, que fagocitam o HIV. A mucosa anal 
é rica em células dendríticas mieloides pois 
possui quantidade 10x maior que qualquer 
outra mucosa. No entanto a célula dendrítica é utilizada pelo vírus como transporte até seualvo, o tecido linfoide. A 
célula dendrítica normal migra até os linfonodos próximos, processo esse de duração somente de algumas horas. Na 
mucosa anal, as células dendríticas migram para o GALT, local de maior concentração de linfócitos CD4, onde o vírus 
os invade. Ao invadir os linfonodos, será o momento de maior replicação de vírus, estimando milhões. A partir do 
tecido linfoide, os novos vírus formados atingem a circulação sanguínea, migrando para outros órgãos e afetando 
sistemicamente o organismo do indivíduo. 
No início, quando o sistema imunológico ainda não é ativado, e somente a resposta inata predomina, os níveis de 
linfócitos CD4 diminuem, devido à morte dos linfócitos, principalmente por indução à apoptose. Já quando o sistema 
imunológico do hospedeiro é ativado, a carga viral diminui, devido a uma resposta efetiva no controle da infecção, e 
então os níveis de linfócitos CD4 aumentam, no entanto em valores inferiores àqueles prévios à infecção. A resposta 
imunológica que ocorre nessa fase é celular! A resposta humoral ocorre tardiamente, com a formação de anticorpos 
antivirais somente após meses da infecção. 
*Janela sorológica: o indivíduo é infectado, mas não há presença de anticorpos contra o vírus detectáveis. Pode 
ocorrer em até 6 meses após o momento de infecção. 
As principais células infectadas nessa fase são linfócitos CD4, macrófagos e sistema fagocítico mononuclear (células 
da glia, mesângio). A manutenção da infecção ocorre no sistema fagocítico mononuclear. 
 Nesse momento o receptor utilizado é o CD4 e CCR5 obrigatoriamente. 
 
Gráfico 1- gráfico correlacionando a contagem de linfócitos CD4 circulantes 
e a carga viral presente do HIV nos progressores típicos 
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A fase 2 é um período longo, com duração de anos, em que o paciente continua assintomático, no entanto a carga 
viral aumenta em áreas específicas, chamadas de nichos do HIV. 
O principal nicho é o GALT, local de maior concentração do vírus (e não no sangue). Outros nichos do HIV: SNC, 
linfonodos e próstata. De tempos em tempos, os novos vírus saem dos nichos e atingem a circulação sanguínea, e 
então o sistema imunológicos os combate. 
→ No final da fase 2 o paciente começa a expressar características da infecção: febre de origem indeterminada, 
enfartamento ganglionar, infecções de repetição, diarreias, pneumonias e tuberculose pulmonar. Esse momento 
demonstra a evolução para imunossupressão. Do momento da infecção até a fase 3 demora cerca de 10 anos. 
Na fase 3, conhecida como fase AIDS, a carga viral aumenta devido a uma viremia intensa. A AIDS- Síndrome da 
Imunodeficiência Humana Adquirida é caracterizada por contagem de linfócitos CD4 ≤ 200/m³ (normal - 600 a 100 
CD4/mm³ ) e/ou presença de infecções oportunistas características e susceptibilidade às neoplasias. 
Mau prognóstico: numa fase tardia, o indicativo de mau prognóstico é a ligação do HIV no CXCR4, presente na 
superfície do linfócito T (em vez do CCR5) evidenciando uma rápida progressão para a morte. A ligação com CXCR4 
promove a formação de um agregado de células, que facilitam a destruição pelo vírus. 
 
2-Progressores rápidos 
Representam de 5 a 10 % dos pacientes infectados pelo HIV. 
Inicialmente, esses pacientes infectados têm replicação viral 
intensa, com elevação na carga viral e diminuição nos níveis de 
linfócitos CD4 circulantes rapidamente. Após a ativação do sistema 
imunológico, os níveis de CD4 sobem, no entanto em 
concentrações menores àquelas em níveis de normalidade, e a 
carga viral diminui. O sistema imunológico não consegue combater 
a replicação viral intensa e então a concentração de linfócitos CD4 
diminui drasticamente. A morte do paciente ocorre em 
aproximadamente 5 anos após a infecção. 
 
3- Não progressores a longo prazo 
Representam 5% dos pacientes infectados pelo HIV, possuem 
replicação viral presente, no entanto, a infecção é controlada, 
mesmo na ausência de tratamento, e a duração da doença é longa. 
Inicialmente há queda nos níveis de linfócito CD4, mas com rápida 
recuperação, e concentrações baixas de vírus circulante, 
evidenciando uma infecção controlada. 
**Controladores de elite: são pacientes infectados pelo vírus, no 
entanto o vírus não é detectável no soro, mas a transmissibilidade 
ainda é possível, ainda que em menor quantidade. Nesses 
pacientes, o tratamento é realizado somente de acordo com o 
critério do médico. 
 
 O grande problema enfrentado pelos pacientes infectados pelo HIV é a inflamação crônica, a SIRS – Síndrome da 
Resposta Inflamatória Sistêmica, pois o paciente produz constantemente radicais livres, evidenciados no 
envelhecimento precoce importante na AIDS. O processo inflamatório pode ser a causa da morte do paciente. 
Obs.: pacientes não progressores a longo prazo são diferentes daqueles indivíduos com deficiência de CCR5 que não 
são infectados. 
Gráfico 2- gráfico correlacionando a contagem de linfócitos CD4 
circulantes e a carga viral presente do HIV nos progressores rápidos 
Gráfico 3- gráfico correlacionando a contagem de linfócitos 
CD4 circulantes e a carga viral presente do HIV nos 
progressores rápidos 
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Linha de tempo do quadro clínico 
Na fase 1, a maioria dos pacientes é assintomático, no entanto, alguns pacientes na infecção aguda podem manifestar 
uma meningite por vírus, a meningite asséptica, cuja evolução é benigna. Em pacientes adultos com comportamento 
de risco, “promíscuos” ou usuários de drogas injetáveis, com quadro clínico de meningite é importante investigar a 
possibilidade de infecção por HIV. Outra infecção possível na fase 1 é a síndrome monolike, decorrente da infecção 
por HIV. Da mesma forma, um adulto com comportamento de risco, que apresenta essa síndrome é mais provável da 
manifestação ser proveniente da infecção pelo HIV, do que mononucleose infecciosa (que é mais frequente em 
crianças). 
Na fase 2, o paciente pode manifestar neuropatias periféricas, como formigamentos e dolorimento dos membros 
inferiores e miopatias. Essas neuropatias são decorrentes da própria infecção pelo HIV. Entre a fase 2 e fase 3 da 
evolução clínica, o paciente pode manifestar sintomas constitucionais (fase pré- doenças oportunistas), como febre 
(>1 mês) de origem indeterminada, perda de peso (> 10% do peso), diarreias crônicas (>1 mês), linfadenopatias, 
candidíase oral ou vaginal recorrente, pneumonias de repetição, tuberculose pulmonar atípica, infecções recorrentes 
do trato respiratório superior e herpes zoster, evidenciando uma imunossupressão moderada. 
Já na fase 3, a AIDS propriamente dita, o paciente manifesta doenças oportunistas características da síndrome 
(doenças definidoras/ indicativas de AIDS), as doenças de notificação do HIV: neurotoxoplasmose, 
neurocriptococcose, neurotuberculose, candidíase oral, criptosporíase, pneumocistose, histoplasmose disseminada, 
LEMP, isosporíase intestinal, herpes simplex sem resolução, sarcoma de Kaposi e linfoma (principalmente o não 
Hodgkin, de células T ). 
São manifestações que evidenciam alto nível de imunossupressão, doenças essas definidoras da AIDS. Se o paciente 
possuir contagem de linfócitos CD4 sanguíneos ≤ 500/mm³ é mandatório investigar infecção pelo citomegalovírus, e 
solicitar o exame de fundo de olho (devido à possibilidade de coriorretinite pelo CMV, e evolução para amaurose), e 
também investigar a presença de micobactérias atípicas. Atualmente, estima-se que 30% dos pacientes infectados por 
HIV tenham conhecimento sobre seu diagnóstico apenas na manifestação dasdoenças oportunistas (já na fase AIDS). 
 
 
 
Gráfico 4- quadro clínico e evolução da infecção por HIV 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
AIDS 
É a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Humana causa pelo vírus HIV, sendo a evolução da infecção viral não 
tratada. 
 
Definição 
Infecção HIV- Estágio 1: Confirmação laboratorial (HIV+) + CD4 ≥ 500 
Infecção HIV- Estágio 2: Confirmação laboratorial (HIV+) + CD4 200-499 
AIDS – Estágio 3: Confirmação laboratorial (HIV+) + CD4 ≤ 200 OU ocorrência de uma condição definidora de AIDS 
(doenças oportunistas) 
 
Manifestações clínicas da AIDS 
Envelhecimento precoce- lipoatrofia 
O envelhecimento nos pacientes com AIDS é extremamente acelerado. O 
envelhecimento é consequência do processo inflamatório da doença. A 
lipoatrofia era um efeito colateral dos primeiros retrovirais 
lançados no mercado. 
 
Caquexia e xerodermia 
A AIDS resulta na síndrome consumptiva, caracterizada pelo emagrecimento importante do paciente. 
A xerodermia é o ressecamento excessivo da pele. 
Empiemas 
Comum nas infecções bacterianas, estreptocócicas e stafilocócicas. A cicatrização da lesão fica pigmentada. 
Molusco contagioso 
É uma infecção causada pelo ortopoxvírus, caracterizada pela presença de lesões apiculadas, 
uma demonstração de um processo imunossupressor. Pode causar deformação da pele. 
Herpes vírus tipo I e II 
Resulta em ulcerações importantes na mucosa esofágica e intestinal, região do períneo, genital e perianal. Quadro 
persistente, atípico, agressivo e de diagnóstico difícil. 
Condiloma acuminado 
É uma DST causada pelo HPV, com lesões grandes, verrucosas, em formato de couve flor. A retirada é cirúrgica. 
Leucoplasia pilosa 
É uma lesão patognomônica da AIDS, caracterizada por lesão em chanfradura. É causada pelo 
vírus Epstein Barr (EBV). 
 
Figura 10-lipoatrofia 
Figura 11- caquexia e 
xerodermia 
Figura 12- molusco contagioso 
Figura 13- leucoplasia pilosa 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
Candidíase oral ou monelíase 
Caracterizada por placas esbranquiçadas no dorso da língua, mucosa jugal e até esôfago. É causada 
pela Candida albicans. 
 
Pneumocistose 
Foi uma das doenças que permitiu o conhecimento sobre o surgimento da AIDS. É causado 
pelo fungo Pneumocistis jirovesi. A doença pode evoluir para insuficiência respiratória aguda, 
e é grande causadora de mortes nesses pacientes. Na radiografia de tórax se evidencia 
presença de infiltrado inflamatório nos lobos pulmonares, e na histologia é possível observar 
os alvéolos preenchidos pelo fungo. 
 
Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP ) 
É causado pelo papovavírus, o vírus JC, que vive de modo comensal no trato genitourinário. Na imunossupressão pode 
atingir o sistema nervoso central e causar desmielinização dos neurônios. A doença é progressiva e ascendente. A 
lesão é subcortical, e em aspecto de dedo de luva. A doença evolui para a morte, pois ainda não há tratamento. 
Histoplasmose disseminada 
É uma infecção fúngica sistêmica. Os achados mais importantes são: astenia, perda de peso e 
lesões cutâneas e/ou mucosas. As lesões mucosas são observadas em cerca de 90% dos casos, 
polimorfas, ulceradas ou úlcerovegetantes, que situam na língua, mucosa oral, faringe, 
septo/nasal e laringe. As lesões cutâneas são menos frequentes que as mucosas, aparecendo em 
10% dos casos. 
 
Toxoplasmose e neurotoxoplasmose 
A toxoplasmose causa lesões principalmente no SNC e retina. A lesão no 
SNC é anelar, característica da neurotoxoplasmose. A 
neurotoxoplasmose é geralmente de apresentação subaguda, com 
sintomas como cefaleia, febre, alterações neurológicas focais, 
convulsões e confusão mental. No exame de fundo de olho é possível 
ver a retinite em “pizza de muçarela “. 
Citomegalovírus 
Pode comprometer diferentes topografias do corpo humano, principalmente boca, 
garganta, faringe, esôfago, estômago, intestino grosso e intestino delgado. As lesões 
frequentemente são ulceradas e muito dolorosas. No entanto, a complicação mais comum 
provocada pelo CMV nos pacientes com AIDS é a coriorretinite, que pode levar à amaurose 
se não houver tratamento. Na biópsia é possível observar a inclusão nuclear em olho de 
coruja. 
Sarcoma de Kaposi 
São tumores que acometem o endotélio dos vasos, mais frequentemente aparecem como 
feridas vermelho-azuladas ou roxas na pele. 
 
 
 
Figura 14- candidíase oral 
Figura 15- pulmão com 
pneumocistose no raio x 
Figura 16- lesões faciais da 
histoplasmose 
Figura 17- lesão cerebral e de retina na toxoplasmose 
Figura 18- inclusão viral 
em " olho de coruja " 
Figura 19- lesões do sarcoma de Kaposi 
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Linfoma Hodgkin e não Hodgkin 
São tumores que acometem os leucócitos. Na clínica é possível observar aumento no tamanho dos linfonodos. É 
tratável, e responde bem à quimioterapia. 
 
Infecções 
neurológicas na AIDS 
Neurotoxoplasmose Neurocriptococcose Neurotuberculose 
Agente Toxoplasma gondii 
(protozoário) 
Cryptococcus neoformans 
(fungo) 
Mycobacterium 
tuberculosis (bactéria) 
Quadro clínico Subagudo; cefaleia, 
confusão mental, letargia, 
febre, convulsão COM 
sintomas focais (ex: 
paresia) 
Subagudo; cefaleia, confusão 
mental, letargia, febre, 
convulsão SEM sintomas 
focais. Pode ocorrer sinais de 
irritação meníngea. HIC (até 
70% casos) 
Aguda ou subaguda; 
cefaleia, febre, 
meningismo (40% casos), 
hemiparesia e lesão pares 
cranianos 
Líquor ↑ celularidade com 
predomínio mononuclear 
↓ glicorraquia ´ 
↑discreto de proteínas 
Pressão de abertura alta, 
↑celularidade: pleiocitose 
mononuclear ↑proteínas↓ 
glicorraquia 
↑celularidade: pleiocitose 
mononuclear 
↑proteínas↓ glicorraquia 
Diagnostico Sorologia não confirma. 
 TC ou RNM: lesões com 
captação periférica de 
contraste + edema 
pericortical 
Laboratorial: cultura positiva 
para o cryptococo no LCR OU 
tinta da china positiva no LCR 
OU pesquisa positiva no LCR 
(látex ou ELISA) 
TC ou RNM: normal ou 
hidrocefalia ou criptococoma 
Laboratorial: identificação 
dos BAAR OU cultura 
positiva OU PCR positivo 
no LCR OU quadro clínico e 
liquórico compatíveis+ 
isolamento da bactéria em 
locais extracerebrais 
TC: realce meníngeo, 
áreas isquêmicas ou 
hidrocefalia 
Tratamento Sulfodiazina ou 
Pirimetamina +ácido 
folínico 
Anfotericina B deoxicolato; 
fluconazol 
Rifampicina, Isoniazida e 
Etambutol 
 
 
Diagnóstico 
Teste rápido: Os testes rápidos apresentam resultado com rapidez (até 30 minutos), não necessitam de estruturas 
laboratoriais ou de profissionais graduados para sua execução, assim como dispensam o transporte de amostras e a 
necessidade de coleta de sangue venoso, utilizados comumente em pronto socorros. Possuem baixa sensibilidade e 
especificidade, no entanto, a positividade desse teste requer investigação por demais métodos. Podem ser usados 
para pesquisar antígenos ou anticorpos contra os agentes infecciosos para os quais foram projetados. Caso o teste 
seja para pesquisa de anticorpos, haverá antígenos (usualmente proteínas sintéticas) imobilizados, na membrana de 
nitrocelulose, para a captura dos anticorpos presentes na amostra. Caso a pesquisa seja para antígenos, haverá 
anticorpos imobilizados para a captura dos antígenos presentes na amostra. 
Existem vários formatos de TR. Os mais frequentemente utilizados são: 
imunocromatografia de fluxo lateral; imunocromatografia de dupla migração (ou de 
duplo percurso – DPP); dispositivos de imunoconcentração;fase sólida. Os testes 
rápidos podem ser realizados com amostras de sangue, soro, plasma ou fluido 
crevicular gengival. Os resultados podem ser: positivo, negativo ou inválido. O 
resultado positivo é definido por 2 resultados reagentes em testes rápidos (TR1 e TR2) 
contendo antígenos diferentes, usados sequencialmente. 
Figura 20- teste rápido HIV 
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ELISA (ensaio de imunoabsorção enzimática): É um teste de 
triagem, que permite a detecção de anticorpos séricos 
específicos contra o HIV. É realizado o ensaio de 
imunoabsorção enzimática, através da fixação do antígeno a 
uma superfície sólida, e então ligação do antígeno a um 
anticorpo ligado a um marcador enzimático. A detecção se 
completa ao analisar a presença do marcador depois de lavar 
os poços, que - no caso da detecção enzimática - vai mudar a 
coloração do substrato cromogênico adicionado a placa de 
teste. Os resultados podem ser: positivo, negativo ou 
indeterminado. Possui alta sensibilidade e baixa 
especificidade, devido a ocorrência de falsos negativos nos 
primeiros dias ou semanas após a infecção. Se o resultado for 
positivo, não é dado o diagnóstico, o ELISA deverá ser 
repetido após 15-30 dias. Se ainda positivo, a confirmação do diagnóstico deverá ser realizada pelo exame Western 
Blot, mais específico. 
 
 WESTERN-BLOT: É um método em biologia molecular e bioquímica para detectar antígenos virais /epítopos (como 
p17, p24, p7, p66, gp120, gp 32, gp41) numa amostra de homogenato de tecidos biológicos ou estratos. Essa técnica 
usa eletroforese em gel para separar as proteínas nativas pela sua estrutura tridimensional ou proteínas 
desnaturalizadas pelo comprimento da sua cadeia polipeptídica. As proteínas são 
então transferidas do gel para uma membrana onde são usados como sonda 
anticorpos específicos para a proteína alvo (os antígenos do vírus). É um teste de 
baixa sensibilidade e alta especificidade, pois a passagem de electroforese em gel 
resolve o problema da reatividade cruzada dos anticorpos. 
Para concluir o diagnóstico de infecção por HIV é necessário a positividade de pelo 
menos uma gp (do envelope), e também alguma proteína do capsídeo. (presença 
de bandas em pelo menos duas das seguintes proteínas: p24, gp41 e/ou 
gp120/gp160.) Os resultados podem ser: positivo, não reagente e indeterminado. 
Se o resultado é indeterminado, e deve- se realizá-lo novamente. 
 
 
 
Pesquisa viral por testes moleculares: 
Os testes moleculares destinam-se a detectar e quantificar as cópias virais presentes na amostra e definir a resistência 
genotípica aos principais antirretrovirais. Devido ao elevado custo, são utilizados preferencialmente em casos 
específicos, como recém-nascidos de mães portadoras ou testes prévios com resultados indeterminados. 
PCR (reação em cadeia polimerase): é uma técnica utilizada na biologia molecular para amplificar uma única cópia ou 
algumas cópias de um segmento de DNA em várias ordens de grandeza, gerando milhares a milhões de cópias de uma 
determinada sequência de DNA. A PCR qualitativa é utilizada para diagnóstico em janela sorológica ou em casos específicos 
já mencionados. É positivo a partir de 3 semanas da infecção. Já a PCR quantitativa determina a carga viral sanguínea do 
HIV, destinada a monitorar a infecção pelo HIV, orientar o tratamento e prever a evolução futura da doença. 
NAT (Teste de Amplificação de Ácidos Nucléicos): O teste NAT busca a presença do RNA ou DNA viral. São amplificados 
de forma que uma partícula viral dá origem a milhões de outras exatamente iguais; É possível detectar a partícula viral 
com antecedência de muitos dias (cerca de 1 semana após a infecção), quando comparados aos testes que pesquisam 
a presença de anticorpos. Resultado em 11 dias, no entanto, é observado muitos falsos-positivos, sendo utilizado 
principalmente em bancos de sangue. 
Figura 21- Método ELISA 
Figura 22- Fitas Western-Blot 
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Resumo: 
 
Figura 23-fluxograma diagnóstico infecção pelo HIV 
 
 Tratamento 
Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, direcionados a praticamente todas as etapas do ciclo 
viral, para impedir a multiplicação do vírus no organismo e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Desde 
1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS o coquetel anti-AIDS para todos que necessitam do tratamento. O 
Ministério da Saúde iniciou em 2014 a oferta da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos medicamentos 
Tenofovir (300mg), Lamivudina (300mg) e Efavirenz (600mg). 
Objetivo do tratamento 
Impedir a progressão da imunodeficiência, estabilizando a queda e elevando a concentração de CD4 e aparecimento 
de doenças oportunistas. Ocorre através da supressão da replicação viral, diminuindo a carga viral, que irá “estacionar” 
a infecção. O objetivo final é reintegrar o paciente na sociedade (trabalho e social) e reestabelecer sua qualidade de 
vida. 
Indicação de tratamento 
Parâmetro antigo: 
 - Pacientes assintomáticos 
• Sem contagem de CD4+ disponível 
• Com contagem de CD4+ ≤ 500 células/mm³ (depois mudou-se para 350) 
• Com contagem de CD4+ ≥ 500 células/mm³ e co-infecção pelo HBV ou outras situações: neoplasias não 
definidoras de AIDS, co-infecção HCV, doença cardiovascular estabelecida ou risco cardiovascular 
 -Pacientes sintomáticos 
 -Gestantes 
Atualmente, vigente na rede SUS: iniciar terapia antirretroviral imediatamente após confirmação de positividade à 
infecção pelo HIV, independente da contagem de linfócitos CD4. Tal mudança na indicação é, na verdade, uma 
conduta epidemiológica, para evitar a transmissão do vírus para demais indivíduos. 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
Mecanismo de ação das drogas antirretroviral (ARV) 
ITRN- Inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeos: atuam como terminadores da cadeia de DNA 
(imitando um nucleosídeo), impedindo a ação da transcriptase reversa (pois a sequência do DNA estará alterada) e, 
portanto, impedindo a transcrição do genoma viral (RNA em DNA). 
ITRNt - Inibidor transcriptase reversa análogo nucleotídeo (tenofovir): atuam como terminador da cadeia de DNA 
(imitando um nucleotídeo), impedindo a ação da transcriptase reversa (pois a sequência do DNA estará alterada) e, 
portanto, impedindo a transcrição do genoma viral (RNA em DNA). 
ITRnN- Inibidores de transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos: ligam-se diretamente à enzima 
transcriptase reversa, impedindo a transcrição do genoma viral (RNA em DNA). 
ITRnN2- Inibidor de transcriptase reversa de 2ª geração (etravirina): liga-se diretamente à transcriptase reversa (TR) 
e bloqueia as atividades da transcriptase reversa através da quebra do sítio catalítico da enzima. 
IP- Inibidores de protease (Atazanavir, Lopinavir e Darunavir): inibem a enzima protease, cuja função é ativar partes 
do RNA mensageiro produzido (a partir das proteínas gag e gag-pol), necessário para formação das demais estruturas 
do vírus, portanto, impedindo a maturação do vírus. 
II- Inibidores de integrase ( Raltegravir e Dolutegravir): impedem a inserção covalente, ou integração, do pró-vírus no 
genoma da célula do hospedeiro. A classe é nova no mercado. * Dolutegravir: muito importante 
IF-Inibidores de fusão (T-20, enfuvirtide, Fuzeon®): impedem a entrada do vírus na célula do hospedeiro. O T-20 inibe 
a gp41 do vírus (responsável pela fusão). 
Antagonista do co-receptor CCR5 (Maraviroc): se liga seletivamenteao receptor de quimiocina CCR5, impedindo a 
entrada dos vírus CCR5-trópicos nas células (obs.: não age no CXCR4). 
Obs.: drogas ARV com novos mecanismos de ação 
Inibidores de fusão (T-20, enfuvirtida, Fuzeon®) – injetáveis 
Inibidores de integrase ( Raltegravir e Dolutegravir) 
Antagonista do co-receptor CCR5 (Maraviroc) 
Resumo mecanismo de ação drogas ART: 
Figura 24- Mecanismo de ação das drogas ARV 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
Drogas ARV disponíveis 
ITRN: AZT-Zidovudina; 3TC-Lamivudina; Tenofovir; DDI-Didanosina; ABC-Abacavir 
ITRnN: Efavirenz; Nevirapina; Etravirina (2ª geração) 
IP*: Atazanavir*; Darunavir*; Lopinavir*; Saquinavir; Tipranavir; Amprenavir; Fosamprenavir; Ritonavir 
II: Raltegravir e Dolutegravir 
 
 Os IPs* e Raltegravir devem estar combinados com Ritonavir: Atazanavir/ritonavir OU Darunavir/ritonavir OU 
Raltegravir/ritonavir 
O Ritonavir é um “adjuvante farmacológico”: aumenta e prolonga o efeito do atazanavir e de outros fármacos no 
organismo e, consequentemente, exige um número maior de mutações provenientes do vírus para que ocorra a 
resistência viral ao medicamento. 
 
Esquemas terapêuticos 
1.Nunca usar monoterapia 
2.Combinações com 2 drogas: não eram mais usadas, mas atualmente existem novos protocolos com 2 drogas mais 
potentes 
3.Combinações com 3 drogas 
- ITRN + ITRN + ITRnN (2 inibidores de transcriptase reversa análogos e 1 não análogo) 
- ITRN + ITRN + IIntegrase (2 inibidores de transcriptase reversa análogos e 1 inibidor integrase) 
- ITRN + ITRN + IP/R (2 inibidores de transcriptase reversa análogos e 1 inibidor protease +ritonavir) 
- ITRN + ITRN + IP (2 inibidores de transcriptase reversa análogos e 1 inibidor protease) 
*Anteriormente: AZT + Lamivudina + Efavirenz. AZT está em desuso, devido aos efeitos colaterais. 
4.Combinações com 3 ITRN, incluindo abacavir 
5.Esquemas de resgate: são utilizados quando há falha terapêutica, observada através da elevação da carga viral 
sanguínea e/ou diminuição da contagem de CD4. 
 - Empíricos ou com genotipagem: As terapias de resgate podem ser feitas empiricamente ou através da 
genotipagem do vírus, identificando resistências aos fármacos e indicando qual a terapêutica mais adequada 
(sensibilidade à droga), introduzindo novos fármacos ARV. 
* Genotipagem: Indicada no pré-tratamento e diante de falha terapêutica. Indica resistência ou sensibilidade do vírus 
aos ARV -> sequenciamento de DNA e detecção de mutações virais 
 
Resumo terapia de escolha ART no Brasil 
Para início de tratamento: 
 Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir 
Para continuação de tratamento: 
 Tenofovir + Lamivudina + Efavirenz 
 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
Efeitos adversos 
1. Cada droga tem determinados efeitos adversos potenciais. 
2. Lipodistrofia: acúmulo de gordura nos flancos e no pescoço. Pode ocorrer com todos os medicamentos, 
sobretudo com os inibidores de protease. 
3. Elevação potencial de glicemia, colesterol e triglicérides. 
4. Outros, relacionados especificamente à droga: tenofovir- dano renal (necessário acompanhamento com 
dosagem de creatinina e ureia). 
5. Risco de desenvolvimento de resistência viral. 
 
Esquemas terapêuticos falhos 
➔ Inicial 
- Falha virológica primária (pré-tratamento) ~ 10% casos: o paciente adquiriu o vírus de outro individuo já na forma 
resistente 
- Falha virológica secundária (após 1 ano) ~ 20% casos: a mutação que fornece a resistência ocorre durante a fase de 
tratamento 
Classes de drogas mais atingidas: ITRN e ITRnN 
Classes de drogas menos atingidas: IP e IIntegrase (raltegravir e dolutegravir) 
 
➔ Resgate: após falha terapêutica (primária ou secundária) 
- nos resgates as falhas terapêuticas crescem progressivamente 
 
Perspectiva terapêutica: 
Drogas de ação prolongada: Cabotegravir + Rilpivirina 
Modo de uso: Injeções mensais ou bimensais 
Congresso de Paris (julho/17): 87% de CV negativa após 2 anos 
- Em 04/19 ➔ pedido de aprovação ao FDA (com base nos estudos ATLAS e FLAIR) -> laboratórios Glaxo (ViiV) + Pfizer 
+ Shionogi 
 
Profilaxia 
PrEP (profilaxia pré-exposição) é indicada para pessoas soronegativas e que estejam sob risco considerável e frequente 
de se infectarem, como por exemplo, parceiros de portadores de HIV, múltiplos parceiros ou indivíduos que fazem uso 
regular de drogas injetáveis. Reduz o risco de contágio em até 96%. Está disponível no SUS desde 2018, e a duração é 
indefinida, pode ser administrada por toda vida, ou pelo período em que o individuo se mantenha sob risco. Esquema 
preferencial: - Truvada: tenofovir 200 + emtricitabina 300 
➔ Estudo Partner 1 e 2 avaliou a transmissão viral entre 878 casais sorodiscordantes sem o uso de preservativos 
durante o uso de PrEP utilizando a Truvada. Estimou-se cerca de 58.000 relações sexuais em tal período de 
tempo, e não foi evidenciado nenhum caso de transmissão do vírus. 
 
 Letícia Nano- Medicina Unimes 
PEP (profilaxia pós-exposição) é indicada para indivíduos após exposição a uma situação de risco de infecção pelo HIV. 
O uso da medicação antirretroviral deve ter duração de 28 dias, e evita que o HIV infecte as células e se multiplique 
pelo organismo. Porém, para obter sucesso neste procedimento, é de extrema importância que a PEP seja iniciada até 
72 horas após o contato com o vírus (a rapidez é importante pois a migração da célula dendrítica até o linfonodo mais 
próximo ocorre em horas. No tecido linfoide a replicação demora de 3 a 4 dias para atingir a circulação sanguínea e 
disseminação sistêmica). A PEP é indicada para pessoas que tenham tido um evento único de exposição, o que inclui 
profissionais da área da saúde que tenham sofrido algum acidente no trabalho ou qualquer indivíduo exposto ao HIV 
através de sexo desprotegido ou compartilhamento de seringas. É também indicado em casos de estupro. Esquema 
preferencial: Tenofovir+ Lamivudina + Atazanavir/ritonavir 
 
❖ Atualmente, diante dos estudos clínicos realizados, indivíduos vivendo com infecção pelo HIV com carga viral 
indetectável há pelo menos seis meses e boa adesão ao tratamento tem um risco insignificante de transmitir o 
vírus pela via sexual, considerando- o intransmissível. 
 
Prevenção 
Divulgação e conscientização da população sobre a importância do uso de preservativos, e também dos “check-ups” 
para sorologia contra o vírus (evitar diagnóstico tardio). 
 
 
Meta 2020 UNAIDS (Nações Unidas Contra a AIDS) 
 90% 90% 90% 
Diagnosticados* Em tratamento** Com supressão viral*** 
* Até 2020 ➔ 90% dos HIV+ saberão que têm o vírus 
** Até 2020 ➔ 90% dos HIV+ receberão tratamento ARV 
*** Até 2020 ➔ 90% dos HIV+ com ARV terão supressão viral 
Objetivo para 2030 ➔ Fim da epidemia 
 
 
Referências Bibliográficas: 
FOCACCIA, Roberto; VERONESI, Ricardo - Tratado de Infectologia - Volume 1 – 3ª edição, Editora Atheneu, São Paulo, 
2005. 
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv 
https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/HIV%20-
%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdf 
 
 
 
 
 
https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv
https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/HIV%20-%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdf
https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22168/mod_resource/content/2/HIV%20-%20Manual%20Aula%206%20%281%29.pdfLetícia Nano- Medicina Unimes 
Aplicando o conhecimento: 
 
ENADE 
José, 28 anos, internado em hospital, recebe injeções em que a enfermeira (sic), incompetente, usou a mesma seringa/agulha em 
todos os pacientes de uma enfermaria. O que fazer? 
a. Devo fazer a sorologia de HIV nele? Sim 
b. Devo fazer a sorologia de HIV em todos os pacientes? Sim 
c. Devo administrar profilaxia ARV em todos os pacientes? Sim 
d. Devo fazer anamnese em todos os pacientes sobre o risco de HIV? Sim 
e. Devo esperar 2 meses e fazer a sorologia em todos os pacientes? Sim, devido à janela imunológica 
 
Estudante do 6º ano de Medicina após aplicar uma injeção, espeta-se com a agulha. O paciente, há 1 mês, fez sexo desprotegido 
com prostituta. Ela procura a CCIH do Hospital que vai tomar a seguinte providência: 
a. Pedir uma sorologia para a estudante? Sim 
b. Pedir uma sorologia do paciente que recebeu a injeção? Sim 
c. Por via das dúvidas, fazer profilaxia ARV na estudante? Sim 
d. Pedir Carga Viral para a estudante? Sim 
e. Pedir Carga Viral para o paciente? Sim 
 
Antônio, 34 anos, HIV+ há 5 anos, toma Tenofovir, Lamivudina e Efavirenz. Seus últimos CD4 mostraram valores: 450 ➔ 380 ➔ 
320. Sua carga viral mostra valores: indetectável ➔ indetectável ➔ 2.350 cópias. Devo: 
a. Manter a medicação atual e esperar os próximos exames? Não 
b. Pedir uma genotipagem? Sim 
c. Substituir a medicação para Tenofovir, Lamivudina e Dolutegravir? Depende da genotipagem 
d. Devo avaliar a adesão do paciente, ao tratamento? Sim 
e. Devo repetir os exames, em outro laboratório? Se dúvidas da eficácia ou não

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