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MOVIMENTO SINDICAL E MEMÓRIA: CRIAÇÃO DA RESERVA EXTRATIVISTA DO RIO CAJARI (AP) A PARTIR DA MEMÓRIA DE SR. PEDRO RAMOS Priscyla Araujo Esquerdo Acadêmica do curso de Licenciatura em Geografia e aluna de iniciação científica pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP priscyla.araujo@gmail.com Kátia Souza Rangel Mestra em Ciências (Geografia Humana) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), Docente do Colegiado de Geografia na Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. katia.amis@gmail.com INTRODUÇÃO A partir da metodologia proposta, levantamento bibliográfico e, principalmente, a história oral, este artigo tem como objetivo interpretar os fatos históricos a partir dos sujeitos que os vivenciaram, confrontando com a história oficial, de modo que compreendemos que: (...) a história oral se insere como técnica que visa dar voz a quem não se faria ouvir, os mudos da história, os subalternos da sociedade dominante, fazendo com que se reconheçam como sujeitos e possibilitando o conhecimento de diferentes versões sobre o mesmo fato. (RANGEL, MARCOS DA SILVA, SUZUKI, 2009:03). Por isso, a história oral e a geografia, ao buscar compreender conceitos e o modo de vida tradicional dos camponeses, valoriza o resgate da memória destes sujeitos sociais. Afinal a memória social muda os fatos oficiais? Não reconstrói o tempo, não o anula tampouco. Ao fazer cair a barreira que separa o presente do passado, lança uma ponte na memória dos vivos e dos além (...) Hoje a função da memória e o reconhecimento do passado que se organiza, ordena o tempo localiza cronologicamente. (BOSI, 2003:89) Os fatos históricos que aqui buscamos interpretar a partir da memória social remontam à década de 1960, quando os movimentos sociais e sindicais emergiam com certa expressão popular, iniciando uma luta de buscas pelo seu espaço na sociedade e, assim difundindo um novo modelo de desenvolvimento a partir de relações sociais sustentáveis. Estes movimentos não criticaram apenas o modo de produção capitalista, mas, prioritariamente, as relações sociais reproduzidas sob este modo de produção. Dentre estes movimentos sociais e, no bojo do movimento ambiental, as discussões sobre a conservação da biodiversidade se iniciaram na Conferência de Estocolmo, em 1972, que foi considerada um divisor no despertar da consciência ecológica. No Brasil, em 1992, houve a Conferência Mundial Sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, a Eco 92, realizada na cidade do Rio de Janeiro. Como demonstra Diegues (2000), em seu livro os Saberes tradicionais e a biodiversidade no Brasil: (...) diversidade biológica, no entanto, não é simplesmente um conceito pertencente ao mundo natural. É também uma construção cultural e social. As espécies são objetos de conhecimento, de domesticação e uso, fonte de inspiração para mitos e rituais das sociedades tradicionais e, finalmente, mercadoria nas sociedades modernas (DIEGUES, 2000, p 01) A partir do exposto pelo autor, a ‘diversidade ecológica’ passava a ser interpretada, naquele contexto, para além da ‘natureza intocada’ (DIEGUES, 2001) incorporando as possibilidades de uso sustentável dos recursos naturais, de modo que o movimento ambiental passou a reivindicar, dentre suas bandeiras de luta, questões como crítica ao desmatamento, extinção de espécies, uso desenfreado de agrotóxicos, formas de uso da terra, entre outros. No Brasil, os temas criticados ocorreram de forma bem específica: em 1964, a ditadura militar não só mudou o jeito de governar o país, como estabeleceu um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil e para a Amazônia, com o objetivo de dispersar os trabalhadores rurais que reivindicavam a reforma agrária, fragmentando os movimentos concentrados nas regiões sul e no sudeste do país. O governo militar tinha a intensão de povoar a Amazônia, que era conhecida como um grande vazio humano e, assim, distribuir suas terras, resolvendo o problema da reforma agrária e da estrutura fundiária concentrada nas regiões nordeste, sul e sudeste. No entanto, os amazônidas tinham uma outra forma de economia e de vida, baseada no extrativismo e, de acordo com Diegues e Arruda (2001), essas populações “têm uma visão do mundo natural construída com base em princípios e representações simbólicas". Em 1985, após o 1° Encontro Nacional dos Seringueiros, houve uma pressão a favor da criação das reservas extrativistas, a partir de diálogos criados na Conferência da Diversidade Biológica – CDB, cujos princípios básicos eram proteger a biodiversidade, expandir modalidades de desenvolvimento sustentáveis e favorecer o acesso de benefícios associados ao conhecimento tradicional. Surgiu, assim, novos desafios aos povos tradicionais da Amazônia: articular estratégias que fossem eficazes para alcançar a conservação das florestas. Houveram importantes contribuições científicas e filosóficas como, Olindo Gansa, Geraldo Pastana, Osmarino Amâncio, Antônio Sérgio Monteiro Filocreão, Mary Allegretti, entre outros, dos quais dois agentes sociais ganharam destaque: Chico Mendes, que iniciou suas lutas no município de Xapuri, no estado do Acre, como presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e, Pedro Ramos, então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Território Federal do Amapá. Neste período havia uma discussão em todo o país para a criação da Central Única dos Trabalhadores – CUT, onde ideias eram debatidas através da Articulação Nacional dos Movimentos Populares e dos Movimentos Sindicais – ANAMPOS, que se caracteriza pelo encontro de ideias populares e sindicais, com o intuito de criar estruturas que dessem suporte aos movimentos populares e sindicais, servindo da base para a CUT – Central Única dos Trabalhadores. DA EFERVESCÊNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS A CRIAÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DOS SERINGUEIROS, NA DÉCADA DE 1980 Nas décadas de 1970 e 1980, surgiram no país novas reivindicações sobre os modelos adotados pelo Estado. Duas expressões tomaram forças nas discussões pelo Brasil: a primeira fazia referência ao “movimento” que se trata de simultâneas mobilizações da sociedade, como a formação de cooperativas, sindicatos, os empates dos seringueiros, greves, manifestando a inquietude e insatisfação do povo e, a segunda dizia respeito aos “projetos” de desenvolvimento, que tinham outras simbologias, expressas pelos direitos sociais, educação e saúde, entre outros. Dentre estas reivindicações, as primeiras discussões para criação do Conselho Nacional dos Seringueiros – CNS, surgiram nos eventos da Conferência Nacional dos Trabalhadores da Agricultura – CONTAG. Nessa época, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais estavam mais voltados para os problemas da agricultura familiar, e não davam conta de reunir toda a mobilização social que acontecia entorno dos seringueiros; não que o sindicato não quisesse incorporar tais demandas, mas os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais fora criado era para atuar junto aos problemas da agricultura familiar e, não as reivindicações dos povos da floresta. Simultaneamente, dentro do movimento extrativista, aconteciam encontros para a criação da Central Única dos Trabalhadores – CUT, que combatiam radicalmente a forma sindical estava sendo conduzida pela burguesia e, após intensas lutas, aprovaram em assembléia geral, o estatuto da CUT, em 28 de agosto de 1983, marcando a sua fundação. Fora criado também, pouco depois, o Conselho Nacional dos Seringueiros – CNS, em 1985, que criticava o modelo adotado de reforma agrária, luta pela posse da terra e conservação do modo de vida tradicional (DIEGUES, 2001, p 147) e, após o conselho, fora criado o grupo de trabalho para discutir os conceitos de assentamentos extrativistas, formados por Chico Mendes, Pedro Ramos. Mary Alegretti, Raimundode Barros, Carlos Walter Porto Gonçalves, Antonio Sergio Monteiro Filocreão, Osmarino Amâncio, Calixto Pinto de Souza, Manoel Domingo Lopes, José Guerra entre outros. O primeiro movimento articulado desse grupo foi organizar estratégias para a criação dos assentamentos extrativistas no estado do Acre e Amapá e, assim, foram criados os Assentamentos Extrativistas Maracá I, II, III, com área total de 700 mil hectares. A partir destes assentamentos foi que surgiu a primeira legislação extrativistas do Brasil: a portaria n° 627, que assegura os direitos dos extrativistas, inserindo os estados do Acre e Amapá nos projetos de criação dos Assentamento Extrativista – PAE, como relata o Sr° Pedro Ramos em entrevista: Priscyla – Seu Pedro houve conflitos durante a criação dos assentamentos? Pedro Ramos – Sim. Mas de fato só conseguiram criar os 3 do Rio Maracá que foi uma área muito conflituosa com pessoas do Paraná e, em cima, disso foram criando conflitos com os extrativistas. Eles faziam o saque da produção e afundavam a embarcação das pessoas. (Sr. Pedro Ramos entrevistado por Priscyla Esquerdo em 06/06/2014) Logo após esses fatos, o então presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, na época, Eduardo Raduan, e o então Ministro da Reforma Agrária, Marcos Freire, morreram em um acidente de avião, nas cabeceiras da pista do Carajás e um grande obstáculo ressurge na vida dos extrativistas, como relata Sr° Pedro em entrevista: Pedro Ramos - Quando eles morreram, assumiu Leopoldo Peçonha no Ministério da Reforma Agrária e o presidente do INCRA era um nome esquisito, e que também não gostava dele. O presidente do INCRA criou o assentamento extrativista no mês de outubro e, quando foi em 1º de dezembro, ele retirou o assentamento do Plano Nacional de Reforma Agrária. Vocês sabem o que acontece com isso? Vocês conhecem bem esse movimento da reforma agrária no Brasil? (...) Quando o governo reconhece um assentamento, ele financia, em longo prazo, quase a fundo perdido, moradia, os primeiros plantios, alimentação e, como eles tiraram o assentamento do Plano Nacional, era como se não tivesse direito a nada (...) (...) Quando estamos no barco e ouvimos pelo rádio da Voz do Brasil que o Leopoldo Peçanha tinha destituído o grupo de trabalho que tinha criado, e tinha retirados os assentamentos extrativistas, que eram três aqui no Amapá e seis no Acre, do Plano Nacional de reforma agrária, isso causou um mal estar, uma agonia dentro da gente. Tínhamos aqueles assentamentos como uma vida de conquista e, de repente, tiram. Aquilo se tornou algo muito ruim. Isso foi pior que uma derrota! Uma ressaca daquelas que você não levanta, foi horrível! (Roda de conversa Pedro Ramos e a turma de Geografia na UNIFAP em 02/07/2014) Este episódio seria o primeiro passo para a construção das reservas extrativistas. Juntamente com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF, que após se tornaria o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, os extrativistas, universitários e professores, que formavam o grupo de trabalho, adaptaram o conceito de que haviam criado para os assentamentos e, assim, surgiram as ideias que fundamentariam as primeiras reservas extrativistas no Brasil. Uma análise instigante, com a criação dos assentamentos, era a proteção ambiental pegando carona da reforma agrária, com a Reserva Extrativista já é a proteção ambiental dando carona para a reforma agrária. CRIAÇÃO DA RESERVA EXTRATIVISTA DO RIO CAJARI E UM NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL As reservas extrativistas fornecem diferentes elementos para discutir temas como a reforma agrária, a posse da terra, povos tradicionais, sustentabilidade, e vem tomando espaço no cenário nacional e internacional desde o início das décadas de 1960, 1970 e 1980. Após a criação da portaria n° 627 e instituídos os primeiros assentamentos, começam a articular estratégias para a criação da Reserva Extrativista do Rio Cajari - RESEX Cajari, sendo que o primeiro passo seria entender o processo que estava em torno das populações tradicionais. Um dos principais pontos de análise dos movimentos sociais é a grande destruição da floresta amazônica, seja pela destruição e usurpação de espaços que correspondem aos seringais, seja pela construção de grandes projetos de energia e agricultura que deram ao que havia sido anteriormente denominado de “ecologismo social – ambientalismo camponês", (Diegues 2001 apud Viola, 1991), que luta por manter acesso aos recursos naturais de seus territórios, valoriza o extrativismo e os sistemas de produção baseados em tecnologias alternativas. De acordo com Diegues (2001, p. 146), o movimento seringueiro tomou força com os primeiros “empates”, pelos quais os seringueiros organizados se antepunham às máquinas que derrubavam a floresta e ameaçavam seu modo de vida e, assim, entendiam que a luta não era simplesmente por um pedaço de terra, mas sim, uma luta com dimensões sociais, econômica, ambiental e agrária. O primeiro passo seria a organização das comunidades dentro da RESEX Cajari pois, primeiro, as reservas forneceram elementos para discutir uma modalidade de reforma agrária diferente e, dentro da reserva, se trabalhou o conceito de “colocação”, onde os extrativistas constroem suas casas e têm suas estradas de seringa, fazem suas roças, coletam frutos e põem em prática suas atividades (RODRIGUES, 2003). No Amapá, existia o Projeto Jari com extração de celulose, exploração mineral e agropecuária – arroz e gado, nos anos de 1967 e 1970, o referido projeto ameaçou implementar 20 km cada margem da estrada, para plantação de pinhos (RANGEL 2013, 2012). De onde houveram grandes conflitos com os extrativistas pela posse da terra. Por esse motivo, houve repressões com a venda e coleta das castanhas, como relata Sr° Pedro Ramos em entrevista: As pessoas para ter acesso aos castanhais tinham que ter autorização da Jari Celulose, se não tivesse autorização, não poderia fazer a sua roça e nem coletar nada da floresta. E quando ele dava autorização era com as seguintes restrição, de que o extrativista tinha que reconhecer que as terras são da Jari celulose (...)a gente roubava castanha para vender. E tinha que junta a castanha a noite e trazer para o porto de casa, esconder e iria encontrar com o marreteiro a noite e tudo isso era escondido. A castanha e vendida em lata. (...)E quando fosse medir, tinha que mergulhar a lata da castanha no rio, para não fazer barulho na lata. Isso era feito por causa da vigilância da Jari Celulose que eram paramilitares, se eles percebessem, batiam, prendiam os castanheiros. (Sr° Pedro Ramos entrevistado por Priscyla Esquerdo em 06/06/2014). Assim compreendemos que a luta pela criação não foi um momento individual, mas sim coletivo, onde houveram articulações importantes entre o estado do Acre e o estado do Amapá, pois não se aceitava o modelo que estava sendo imposto pelo Estado, buscando manter assim sua territorialidade e seu modo de vida. Como afirma Marques (2004). O modo de vida tradicional se caracteriza por uma sociabilidade territorializada, preferencialmente na escala do local, informada por um sentimento de pertencimento ao lugar. Porém, na realidade brasileira, a territorialidade camponesa também pode se projetar sobre um espaço mais amplo, a partir da constituição de uma rede familiar extensa (RANGEL,2012, apud MARQUES, 2004a:153). Dentro de cada comunidade havia um delegado sindical, onde procurava articular com os extrativistas da melhor forma possível e que o sigilo lhes fosse garantido, pois se vazassem as informações, todo os esforços para a criação da reserva seriam em vão. Priscyla – Dentro do Cajari quem era o seu parceiro? Pedro Ramos – Eram vários. Domingos nunes conhecido como Sidney,Ovídio, Malaquias e em cada comunidade tinha um delegado sindical e que são essas pessoas e eles que faziam a seleção das pessoas que iriamos conversar. E quando criamos a reserva nós fomos muito questionados, porque nem todas as pessoas sabiam o que era o reserva e eu dizia : claro, se elas não faziam parte de uma conjuntura para discutir com todos. Eu perguntava queria ver você lá e quando fosse discutir o que você iria fazer! E além de discutir na área de reservar, nós tínhamos toda uma articulação com o Acre e com as pessoas que eram das Universidades que nós apoiavam, porque nós sabíamos que sozinhos o Amapá não iria construir nada, assim como o Acre também e tinha que ser um movimento da Amazônia. (Sr° Pedro Ramos entrevistado por Priscyla Esquerdo em 06/06/2014). Assim a reserva extrativista foi criada pelo decreto federal 99.145 em 12 de março de 1990, pelo então presidente José Sarney, com uma área de 501 mil hectares, localizada entre Laranjal do Jari, Mazagão e Vitoria do Jari. Onde existem ecossistemas diferentes na região do baixo, médio e alto Cajari. Hoje existe a coleta e beneficiamento de castanhas, coleta e produção de açaí, através das associações como a Associação de Mulheres do Alto Cajari – Amac, e a cooperativas como a Cooperativa do Alto Cajari – Cooperalca, que são importantes para o fortalecimento da reserva e buscar trabalhar com o desenvolvimento sustentável, de maneira sistêmica. O desafio é trabalhar o desenvolvimento com sustentabilidade. No mapa abaixo está a localização da referida reserva. Mapa 1 – Localização da Reserva Extrativista do Rio Cajari Fonte: SEMA/INPE (Coordenadoria de Geoprocessamento e de Tecnologia da Informação Ambiental, SEMA-AP, 2012). CONSIDEAÇÕES FINAIS De acordo com as reflexões apresentadas neste artigo entendemos que o processo histórico de criação das reservas no estado do Acre e o estado do Amapá foram importantes ferramentas na construção da sociedade e na preservação das tradições e seu modo de vida. Inúmeras lutas foram enfrentadas como os empates, criação dos primeiros assentamentos, conflitos pela posse da terras e a criação do Conselho Nacional dos Seringueiros, e pôr fim a efetivação da reserva. E como (DIEGUES, 1992) afirma sobre as reservas e as populações tradicionais. Constata-se também que atualmente, no Brasil, existe somente um tipo de unidade de conservação que contempla e favorece a permanência de populações tradicionais. A reserva extrativista que, como foi afirmado anteriormente, surgiu da luta dos seringueiros da Amazônia (Diegues apud. Alegretti, 1987; Diegues, 1992). Destacamos a importância do Sr° Pedro Ramos como liderança lutou arduamente ao lado de seus companheiros, buscando diálogos, compreensões e propondo um novo modelo de reforma agrária para a Amazônia, colocando o estado do Amapá em destaque no cenário brasileiro. Sabemos que a construção não é individual e sim coletiva, pois o conhecimento ao longo da vida, será enriquecido. Criando um laço familiar muito forte com a floresta e ensinando que devemos respeitar a natureza. Suas memorias devem ser valorizadas e difundidas, pois sua experiência e garra são inspirações aos jovens que pretendem mudar esse mundo. E que os movimentos sociais são importantes agentes na transformação da sociedade. Hoje a história oral possui um papel fundamental na reconstrução de fatos, pois permite uma nova interpretação, valorizando os sujeitos sociais que a história oficial não contou. Essas histórias são feitas por pessoas que viveram o momento e através de suas memorias resgatamos essas novas interpretações imensamente ricas, e preciosas. REFERÊNCIAS: BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. 10° ed. São Paulo, Companhia de letras, 2003. CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES. Nasce a CUT: embates na formação de uma central classista, independente e de luta / Central Única dos Trabalhadores ; [coordenação de] Antonio Jose Marques–São Paulo : CUT, 2007.112p. Disponível em: http://cedoc.cut.org.br/cedoc/livros-e-folhetos/1194. Acessado em: 31/03/2014. DIEGUES, Antonio Carlos Santana. O mito moderno da natureza intocada. 3ªed. São Paulo: Hucitec, 2001. Disponível em: http://nupaub.fflch.usp.br/biblioteca. Acessado em: 21/01/2014 DIEGUES, Antonio Carlos Santana (Org.). Saberes tradicionais e a Biodiversidade no Brasil, São Paulo, MMA, CNPQ, NUPAUB, 2000. Disponível em: http://nupaub.fflch.usp.br/biblioteca. 21/01/2014. GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (des)caminhos do meio ambiente. 2ªed., São Paulo: Contexto, 1990. RANGEL, Kátia Souza. De bairro rural a território quilombola: estudo da comunidade quilombola do mandira. Dissertação de mestrado. FFLCH/USP, 2011. RANGEL, Kátia Souza história oficial e oral e modo de vida das comunidades tradicionais da reserva extrativista rio Cajari. ASSUNÇÃO, Vanessa Lima dos Santos. RANGEL, Kátia Souza. SANTOS, Kelvin Wendel Alfaia. In: Encontro de Geógrafos da América Latina, Peru, 2013. RANGEL, Kátia Souza Reserva Extrativista do Rio Cajari: modo de vida, trabalho familiar e histórico de criação no contexto de organização política do movimento seringueiro. XXI Encontro Nacional de Geografia Agrária, Uberlândia, 2012. RANGEL, Kátia Souza. MARCOS DA SILVA, Antonio. SUZUKI, Júlio Cézar. Comunidade da Poça: dilemas e perspectivas da construção da identidade quilombola. V Encontro Nacional dos Grupos de Pesquisa “Agricultura e desenvolvimento Regional e transformações sócioespaciais. Santa Maria. 2009. RODRIGUES, Gomercindo. A colocação. Caderno: dos povos da floresta. MMA. Acre 2003. Disponível em: www.memoriaoperaria.org.br/revistaeletronica/a-luta-dos seringueiros.pdf. Acessado em: 21/01/2014.
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