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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES PROF.ª PAOLA DE ANDRADE PORTO ○ Doutoranda em Ciências Jurídicas e Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense- UFF. Mestre em Ciências Jurídicas e Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense- UFF; Pós-Graduanda em Direito Privado pela Universidade Federal Fluminense (Latus Sensu); Graduada em Direito pelo Centro Universitário Plínio Leite. UNIPLI; Assessora Jurídica da Fundação de Arte de Niterói - FAN, Professora de Direito Administrativo e Direito Empresarial pela Universidade Salgado de Oliveira. Pregoeira formada pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro; Editora de Livros Digitais. Advogada liberal; Atua precipuamente, na área de Direito Administrativo, tendo ocupado os cargos de: Secretária Municipal da Corregedoria-Geral e Diretora de Material e Licitação e na cidade de Armação dos Búzios; Chefe do Departamento Jurídico e Chefe de Gabinete de Gabinete da Niterói Transporte e Trânsito S/A - NITtrans. Assessora Jurídica da Secretaria Estadual de Trabalho e Renda - SETRAB. Aprovada em 1º lugar em concurso de professor substituto em direito privado para Universidade Federal Fluminense - UFF. ○ P.S. Material elaborado com base no livro TARTUCE, Flávio. Direito Civil 2 – Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil. Editora Método, São Paulo, 2015. A OBRIGAÇÃO ● Conceito e Elementos Constitutivos ○ Disciplinado no Código Civil dos artigos 233 à 420. ○ Teoria Geral das Obrigações: Direito Empresarial, Sucessório, Direito de Família, Responsabilidade Civil, Direito Administrativo, Tributário etc.. ○ Conceitos: ○ “Obrigação é a relação jurídica transitória, de natureza econômica, pela qual o devedor fica vinculado ao credor, devendo cumprir determinada prestação positiva ou negativa, cujo inadimplemento enseja a este executar o patrimônio daquele para a satisfação de seu interesse.” Álvaro Villaça Azevedo ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO A. elementos subjetivos: credor (sujeito ativo) e o devedor (sujeito passivo); B. elemento objetivo imediato: a prestação C. elemento imaterial, virtual ou espiritual: o vínculo existente entre as partes. ○ O direito obrigacional será influenciado pelos seguintes princípios e institutos: i. Princípio da eticidade; ii. Princípio da Sociabilidade; iii. Função social das obrigações; ○ Obrigações negociais; ○ Responsabilidade civil; ○ Enriquecimento sem causa; ○ Justiça social. iv. Função social dos contratos; v. Boa-fé objetiva; vi. Concepção social da obrigação; vii. Conduta leal do sujeitos obrigacionais ○ “ A obrigação deve ser vista como uma relação complexa, formada por um conjunto de direitos, obrigações e situações jurídicas, compreendendo uma série de deveres de prestação, direitos formativos e outras situações jurídicas. A obrigação é tida como um processo – uma série de atos relacionados entre si -, que desde o inicio se encaminha a uma finalidade: a satisfação do interessa na prestação. Hodiernamente, não mais prevalece o status formal das partes, mas a finalidade à qual se dirige a relação dinâmica. Para além da perspectiva tradicional de subordinação do devedor ao credor existe o bem comum da relação obrigacional, voltado para o adimplemento , da forma mais satisfativa ao credor e menos onerosa ao devedor. O bem comum na relação obrigacional traduz a solidariedade mediante a cooperação dos indivíduos para a satisfação dos interesses patrimoniais recíprocos, sem comprometimento dos direitos da personalidade e da dignidade do credor e devedor.” Nelson Rosenvald ○ à Doutrina alemã: obrigação como um processo; a obrigação deve ser encarada como um processo de colaboração contínua e efetiva entre as partes. (Clóvis do Couto e Silva) BOA-FÉ OBJETIVA Modelo ético de conduta social de acordo com determinados padrões de lisura, honestidade, que não frustre legítima expectativa e confiança da outra parte. • Pressupostos a) Relação jurídica que ligue duas ou mais pessoas, com especiais deveres mútuos de conduta; b) Padrões de comportamento exigíveis socialmente; c) Estado de confiança no negócio celebrado. ELEMENTO SUBJETIVO DA OBRIGAÇÃO ○ sujeito ativo àbeneficiário da obrigação, podendo ser uma pessoa natural ou jurídica ou, ainda, um ente despersonalizado a quem a prestação é devida. É denominado credor. Aquele que tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação. ○ Sujeito passivo àassume o dever, na ótica civil, de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de responder com seu patrimônio. É denominado devedor. ○ Parte 1 ○ Direitos ○ Parte 2 ○ Deveres Ambos possuem direitos e deveres à proporcionalidade de prestações: sinalagma àRelação jurídica complexa: à Sinalagma obrigacional ELEMENTO OBJETIVO OU MATERIAL DA OBRIGAÇÃO ○ Objeto imediato da obrigação à prestação à Positiva: ○ entregar coisa certa ou incerta (obrigação de dar) ○ cumprir determinada tarefa (obrigação de fazer) à Negativa ○ abstenção (obrigação de não fazer) ○ Objeto mediato da obrigação: bem jurídico tutelado ou o próprio bem da vida posto em circulação. ○ Objeto à regra geral: CC, 2002, art. 104 ○ Não observado essa regra: ○ CC, 2002, Art. 166. QUATRO CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO I. “A patrimonialidade – pois a obrigação deve ser avaliável em dinheiro ou em valor (conteúdo econômico); II. A mediação ou colaboração devida –uma vez “que o credor não pode exercer directa e imediamente o seu direito, necessitando da colaboração do devedor para obter a satisfação do seu interesse; III. A relatividade – eis que a relação jurídica é estabelecida e gera efeitos entre os seus participantes; IV. A autonomia – pela existência de uma disciplina própria dentro do Direito Civil” ○ (MENEZES LEITAO, 2006. p. 94) ELEMENTO IMATERIAL, VIRTUAL OU ESPIRITUAL DA OBRIGAÇÃO ○ É o Vínculo jurídico da relação obrigacional. ○ CC, 2002, Art. 391. à Princípio da responsabilidade patrimonial do devedor à Prisão civil (exceção) ○ CF/88. art. 5º, LXVII ○ P.S. Emenda Constitucional 45 inclui § 3º do art. 5º da CF/ 88. ○ Informativo 531 STF ○ Prisão Civil e Depositário Infiel - ○ Súmula Vinculante 25 STF (reeditada) É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. ○ Analisar os três artigos em conjunto, que consagrará a responsabilidade civil contratual ou negocial, quando ocorre a inadimplência. ○ CC, 2002, art. 389, 390 e 391. ○ Para Flávio Tartuce, os artigos 186 e 927 não devem ser utilizados como fundamentação jurídica de responsabilidade contratual, tendo em vista, tratar-se de dispositivos que se referem a responsabilidade extracontratual. ○ Quanto ao artigo 391 do Código Civil, que estabelece que os bens do devedor responde pelas obrigações inadimplidas, há que se fazer uma leitura sistêmica com os artigos 591 e 649 do CPC, artigos 1.711 a 1.722 do Código Civil e a lei nº. 8.009/1990, que vai tratar dos bens impenhoráveis. ESTATUTO JURÍDICO DO PATRIMÔNIO MÍNIMO ○ Teoria criada por Luiz Edson Fachin. Ex.: CPC, art. 649, inciso X. ○ RECURSO ESPECIAL No 1.330.567 - RS (2012/0129214-0) (...) O art. 649, X, do CPC, não admite intepretação extensiva, de modo a abarcar outras modalidades de aplicação financeira, de maior risco e rentabilidade, que não detêm o caráter alimentício da caderneta de poupança, sendo voltados para valores mais expressivos e/ou menos comprometidos, destacados daqueles vinculados à subsistência mensal do titular e sua família. Essas aplicações visam necessidades e interesses de menor preeminência (ainda que de elevada importância), como aquisição de bens duráveis, inclusive imóveis, ou uma previdência informal (não oficial) de longo prazo. Mesmo aplicações em poupança em valor mais elevado perdem o caráter alimentício, tanto que o benefício da impenhorabilidade foi limitado a 40 salários mínimos e o próprio Fundo Garantidorde Crédito assegura proteção apenas até o limite de R$70.000,00 por pessoa. (...) ○ Valores mais expressivos, superiores aos 40 salários mínimos, não foram contemplados pela impenhorabilidade fixada pelo legislador, até para que possam, efetivamente, vir a ser objeto de constrição, impedindo que o devedor abuse do benefício legal, escudando-se na proteção conferida às verbas de natureza alimentar para se esquivar do cumprimento de suas obrigações, a despeito de possuir condição financeira para tanto. O que se quis assegurar com a impenhorabilidade de verbas alimentares foi a sobrevivência digna do devedor e não a manutenção de um padrão de vida acima das suas condições, às custas do devedor. ○ 7. Recurso especial a que se nega provimento. Débito (schuld) e responsabilidade (haftung) à Há débito sem obrigação: dívida prescrita. Ex.: CC, art. 882. à Há obrigação sem débito: Fiador. Ex.: CC, art. 820. 1. Teoria Monista ou unitária da obrigação (superada): consubstanciada num único elemento à o vínculo jurídico que une a prestação e os elementos subjetivos. 2. Teoria Dualista ou binária da obrigação (atual): do direito alemão, é concebida pela relação de débito/ crédito. DEVER, OBRIGAÇÃO, RESPONSABILIDADE, ÔNUS E ESTADO DE SUJEIÇÃO a) Dever jurídico: está inserido (em regra) dentro do conceito de obrigação. ○ “situação passiva que se caracteriza pela necessidade e do devedor observar um certo comportamento, compatível com o interesse do titular do direito subjetivo” (Francisco Amaral, 2004, p. 194) ○ “o comando imposto, pelo direito objetivo, a todas as pessoas para observarem certa conduta, sob pena de receberem uma sanção pelo não cumprimento do comportamento prescrito pela norma jurídica” (Maria Helena Diniz. p. 27) b) Obrigação: “é uma relação jurídica, do lado passivo do direito subjetivo, consistindo no dever jurídico de observar certo comportamento exigível pelo titular deste” (Orlando Gomes, 1997, p. 6) d) Direito potestativo: “é o poder que a pessoa tem de influir na esfera jurídica de outrem, sem que este possa fazer algo que não se sujeitar. (...) Opera na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir” (Francisco Amaral, 2004, p. 196) c) Ônus jurídico:“consiste na necessidade de observar determinado comportamento pra obtenção ou conservação de uma vantagem para o próprio sujeito e não para a satisfação de interesses alheios.” (Maria Helena Diniz, 2004, p. 28). “E necessidade de agir de certo modo para a tutela de interesses próprios” (...), “levar o contrato ao registro de títulos e documentos para ter validade perante terceiros”. (Orlando Gomes, 1997, p. 6). Ex.: CPC, art. 333, inciso I. ○ Estado de Sujeição: “Não há saída, pois a pessoa tem que se sujeitar àquela situação, como indica a sua própria denominação” (Flavio Tartuce) ○ Ex.: CC, arts. 1.521, 1.550, 1.647 e 1.649) Direitos Subjetivos Dever Direitos Potestativos Estado de Sujeição AS FONTES OBRIGACIONAIS ○ Meios pelos quais se forma ou se estabelecem as normas jurídicas. à Fontes diretas: lei, costumes etc.. à Fontes indiretas: analogia, jurisprudência, princípios gerais do direito, doutrina, equidade. a) lei – é a fonte primária ou imediata de obrigações, como constitui fonte principal de nosso Direito (Maria Helena Diniz, 2002 p.44). Orlando Gomes entende que a lei deve vir acompanhada de um fato jurídico para ser considerada como fonte obrigacional. d) Atos unilaterais – declarações unilaterais de vontade. Previsto no Código Civil, ex.: promessa de recompensa, gestão de negócios, pagamento indevido e enriquecimento sem causa. e) Títulos de crédito –documentos que trazem em seu bojo, com caráter autônomo, a existência de uma relação obrigacional de natureza privada. b) Contratos – são tidos como fonte principal do direito obrigacional.(Flávio Tartuce) Ex.: Compra e venda, locação, mutuo, comodato, depósito, etc. Conceito de contrato: negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa a criação, modificação e extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial. c) Os atos ilícitos e o abuso de direito – importantes como fonte de direito obrigacional e aplicação prática. Gera o dever de indenizar, conforme CC, art. 187. ATOS UNILATERAIS COMO FONTE DE DIREITO OBRIGACIONAL ○ Promessa de recompensa (CC, arts. 854 a 860) ○ Requisitos: a) a capacidade da pessoa que emite a declaração de vontade; b) a licitude e possibilidade do objeto; c) o ato de publicidade; Gestão de Negócios (CC, arts. 861 a 875) “Entende-se por gestão de negócios a atuação de um indivíduo, sem autorização d o i n t e r e s s a d o , n a administração de negócio alheio, segundo o interesse e a vontade presumível de seu d o n o , a s s u m i n d o a r e s p o n s a b i l i d a d e c i v i l perante este e as pessoas com que contratar” (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona) ○ “ O gestor, que age sem mandato fica diretamente responsável perante o dono do negócio e terceiros com quem contratou” (Tartuce) ○ A gestão é um ato jurídico informal. CC, 2002, art. 107. ○ O gestor não tem direito a qualquer remuneração pela atuação (negócio jurídico benévolo), sob pena de responsabilização civil. CC, 2002, art. 861. ○ Alimentos: CC, art. 871. Boa-fé objetiva e dignidade da pessoa humana. ○ Despesas de enterro: CC, art. 872. ☯Quando o dono do negócio retorna: ☯ 1ª Opção: Concordando com a atuação do gestor, o dono deverá ratifica a gestão, convertendo-se a atuação em mandato (CC, art. 869). A ratificação do dono do negócio retroage ao dia do começo da gestão (extunc) art. 873. ☯ 2ª Opção: Desaprovando a atuação do gestor, o dono poderá pleitear perda e danos, havendo, em regra, responsabilidade subjetiva do primeiro (CC, art. 874), o gestor poderá responder por caso fortuito quando fizer manobras arriscadas (CC, art. 868). Só pode haver recusa se provar que a atuação não foi realizada de acordo com os seus interesses diretos. PAGAMENTO INDEVIDO (ARTS. 876 A 883) ○ Silvio Rodrigues: enriquecimento sem causa é gênero, pagamento indevido é espécie. ○ Quem paga indevidamente pode pedir restituição, desde que prove o erro. CC, art. 877 ○ Exceção: o consumidor não tem contra ele o ônus de provar o suposto erro. ○ Súmula STJ nº. 322 Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta-corrente, não se exige prova do erro. ○ Frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações: CC, art. 879, aplicando a regra do possuidor de boa e má-fé (CC, arts. 1.214 e 1.222) ○ Imóvel recebido e alienado a título oneroso: CC, art. 879. Mesma forma, aplica-se regra da boa e má-fé só que nos moldes dos arts. 402 a 404 do CC. Presunção da boa-fé objetiva do consumidor: Art. 4º III CDC, Lei nº 8.078/90 Princípio do Protecionismo: Art. 1º CDC, Lei nº 8.078/90 à Ação reivindicatória será julgada procedente: ○ Se o bem ainda se encontra em poder do alienante; ○ Se o alienante transferiu o bem a título gratuito; ○ Se o alienante transferiu o bem a título oneroso a terceiro adquirente de má-fé. Em relação ao alienante, os efeitos jurídico serão: Se agiu de boa-fé Deve entregar apenas o valor recebido ao proprietário Se agiu de má-fé Deve entregar o valor recebido e pagar as perdas e danos ao proprietário Isenção de pagamento: CC, 2002. Art. 880. Indenização pelo lucro obtido: CC,2002 Art. 881. DUAS MODALIDADE DE PAGAMENTO INDEVIDO ○ ( P a b l o S t o l z e e R o d o l f o Pamplona) ○ Pagamento objetivamente indevido: feito quando nada é devido, havendo erro quanto à ex i s t ênc ia ou ex t inção da obrigação. São exemplos os casos envolvendo débito inexistente ou débito inferior ao valor pago; ○ Pagamento subjetivamente indevido: feito à pessoa errada, a alguém que não é credor. Em tais casos, a máxima quem paga mal paga duas vezes não impedea propositura de ação de indébito, d i a n t e d a v e d a ç ã o d o enriquecimento sem causa. ✓não cabe repetição em dobro do valor pago indevido (regra geral); ✓pode pedir juros, custas, honorários e despesas processuais; ✓presente má-fé cabe perdas e danos; ✓artigo 940 do CC permite repetição em dobro do valor pago no casos de cobrança indevida; ✓artigo 42, § único do CDC, também permite pleitear em dobro o valor pago. OBRIGAÇÃO INCOMPLETA ➔ não se pode pleitear repetição de indébito: ○ Pagamento de dívida prescrita (CC, art. 882) ○ Dívida judicialmente inexigível (CC, art. 883) ○ Empréstimo para jogo ou aposta feito no ato de se apostar (CC, art. 815) ○ Mútuo feito à pessoa menor (CC, art. 588) ○ Juros não estipulados (CC, art. 591) ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA ARTS. 884 A 886 ○ Baseado no princípio da eticidade, visando o equilíbrio patrimonial e a pacificação social. ○ “Referiu-se já que a proibição do enriquecimento injustificado constitui um dos princípios constitutivos do nosso Direito Civil. Com base nele, podem-se justificar inúmeros institutos, como o cumprimento dos contratos, a garantia contra vícios da coisa, a resolução por incumprimento, a alteração das circunstâncias e a excepção de não cumprimento do contrato.” (Luiz Manuel Telles de Menezes Leitão, 2006, p. 401) ○ O Direito civil contemporâneo, baseado especialmente na boa-fé, da função social das relações obrigacionais, ditames sociais e éticos, não admite conduta baseada na especulação, no locupletamento sem razão, dai que o enriquecimento sem causa é fonte do direito obrigacional. ○ Pressuposto da ação para afastar o enriquecimento sem causa: ○ o enriquecimento do accipiens (de quem recebe); ○ o empobrecimento do solvens(de quem paga); ○ a relação de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento; ○ a inexistência de causa jurídica prevista por convecção das parte ou pela lei; e ○ inexistência de ação específica. ○ I Jornada de Direito Civil Enunciado 35- Art. 884: A expressão “se enriquecer à custa de outrem” do art. 886 do novo Código Civil não significa, necessariamente, que deverá haver empobrecimento. ○ II Jornada de Direito Civil Enunciado 36 – “ O art. 886 do novo CC não exclui o direito à restituição do que foi objeto de enriquecimento sem causa nos casos em que meios alternativos conferidos ao lesado encontram-se obstáculos de fato.” ○ III Jornada de Direito Civil Enunciado 188 - Art. 884: A existência de negócio jurídico válido e eficaz é, em regra, uma justa causa para o enriquecimento. Enriquecimento sem causa Enriquecimento ilícito Falta uma causa jurídica para o enriquecimento O enriquecimento está fundado num ato ilícito àTodo enriquecimento ilícito é sem causa, mas nem todo enriquecimento sem causa é ilícito. CC/2002, art. 886. Enunciado 36 –O art. 886 do novo Código Civil não exclui o direito à restituição do que foi objeto de enriquecimento sem causa nos casos em que os meios alternativos conferidos ao lesado encontram obstáculos de fato. à não caberá restituição por enriquecimento sem causa, sempre que existir no ordenamento jurídico norma específica que respalde a obrigação de indenizar. TÍTULOS DE CRÉDITO ● Como fonte das obrigações civis. Pequena abordagem ○ CC/2002, art. 887 ○ Títulos de Créditos: matéria de Direito Empresarial ○ Títulos de Créditos atípicos, inominados ou impróprios: não regulados em lei específica, segue art. 903 do CC. ○ Duplicata: Lei nº. 5.474/1968 ○ Cheque: Lei nº. 7.357/1985 ○ Código Civil nos artigos 887 a 926 fixou requisitos mínimos para os títulos de créditos inominados. TABELA COMPARATIVA Direitos Reais Direitos obrigacionais Absoluto (eficácia erga omnes) Relativo (eficácia inter partes) Atributivo (um só sujeito) Cooperativo (conjunto de sujeitos) Imediatividade Mediatividade Permanente Transitório Direito de sequela Apenas tem o patrimônio do devedor como garantia Numerus Clausus Numerus Apertus Jus in re (direito à coisa) Jus ad rem (direito a uma coisa) Objeto: a coisa Objeto: a prestação PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES ○ Quanto ao conteúdo do objeto principal: ○ Quanto à presença de elementos obrigacionais: ○ Quanto à divisibilidade (ou indivisibilidade) do objeto obrigacional: ○ Quanto ao conteúdo; ○ Quanto à liquidez: ○ Quanto à presença ou não de elemento incidental: ○ Quanto à dependência: ○ Quanto ao local para cumprimento; ○ Quanto ao momento para cumprimento; CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO DO OBJETO OBRIGACIONAL ○ Positiva ○ Ação ○ Comissão ○ Dar/entregar ou fazer ○ Negativa ○ Abstenção ○ Omissão ○ Não fazer OBRIGAÇÃO POSITIVA DE DAR ○ Obligatio ad dandum ○ O sujeito obriga-se a entregar coisa certa ou incerta. ○ Intenção de transmissão de propriedade de uma coisa móvel ou imóvel; ○ Obrigação específica: obrigação de dar coisa certa; ○ Obrigação genérica: obrigação de dar coisa incerta; OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA ○ Arts. 233 a 242 do CC/02 ○ Obrigação específica ○ Art. 313, CC/02 à Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest - “Ninguém pode pagar uma coisa por outra contra a vontade do credor.” ○ Informativo nº 465 do STJ – mesmo sentido ○ art. 233 do CC/02 à accessorium sequitur principale – principio da gravitação jurídica (art.92 a 97) ○ Art. 234 - Res perit domino – a coisa perece para o dono. Resolver = voltar a situação primitiva sem conseqüências jurídicas; 1) Sem culpa à caso fortuito ou força maior. 2) Com culpa à dolo (lato sensu) e sem dolo (stricto sensu) imprudência, negligência ou imperícia. ○ Hipótese de responsabilização pela perda do objeto mesmo na hipótese de caso fortuito ou força maior . a) devedor em mora (art. 399); b) previsão contratual (art. 393) ○ Art. 234 CC/02 Com culpa + perda da coisa = resolução + perdas e danos Perdas e danos = danos emergentes (ou positivos) + lucros cessantes (ou danos negativos) – art. 402 CC/02 Danos morais = art. 5º, V e X da CF/88 ○ Art. 235 CC/02 Sem culpa - Coisa deteriorada ou desvalorizada Resolver a obrigação – sem perdas e danos Ficar com a coisa com desconto (valor do perecimento) ○ Art. 236 CC/02 - Com culpa – perecimento da coisa; 1) pagar valor da coisa + perdas e danos (materiais e morais) 2) aceitar a coisa deteriorada + perdas e danos o Art. 237 CC/02 – até a tradição, pertence ao devedor o melhoramento (frutos e acessórios) da coisa: 1) Poderá exigir seu aumento de valor; 2) Poderá resolver a obrigação. Cômodos obrigacionais – veda o enriquecimento sem causa – sinalagma obrigacional OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA ARTS. 238 A 242 O devedor deve restituir coisa que não lhe pertence - perda da coisa antes da tradição Art. 238 Sem culpa –à res perit domino – a coisa perece para o dono + resolver. Art. 239 Com culpa à valor da coisa + perdas e danos ○ Art. 240 - deteriorações da coisa a restituir: Sem culpa à o credor recebe a coisa no estado sem indenização (art. 1.217); Com culpa à valor da coisa + perdas e danos (art. 239) Enunciado 15 do CJF “as disposições do art. 236 do CC/02 também são aplicáveis à hipótese do art. 240, in fine”. Art. 241 – melhoramento da coisa a restituir – se a coisa perece para o dono, o melhoramento também. Art. 242 – regras das benfeitorias (art. 1.219) OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA ART. 243 A 246 ✓ Art. 243 - Obrigação genérica à gênero e quantidade; ✓ Objeto determinável à art. 104, II CC/02 ✓ Art. 244 leia-se com arts. 884 a 886 do CC/02 ✓ Função social dos contratos – art. 2.035 do CC ✓ Princípio da equivalência das prestações; ✓ Art. 245 - Após a escolha vira obrigação específica. ✓ Art. 246 – genus nunquam perit – o gênero nunca perece – a coisa incerta nunca perece OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA ART. 243 A 246 OBRIGAÇÃO POSITIVADE FAZER ART. 247 A 249 Obligatio ad faciendum Dar vs Fazer – “o dar não é um fazer, pois caso contrário não haveria nunca a obrigação de dar.” Tartuce Obrigação de fazer fungível à pode ser cumprida por outra pessoa (art. 633 e 634 do CPC) Obrigação de fazer infungível à personalíssima ou intuitu personae ○ Antes da indenização o credor poderá requerer a obrigação de fazer por meio (art. 461 e 645 do CPC e art. 84 do CDC): 1) Ação específica com fixação de multa; 2) Astreintes Art. 247 – obrigação de fazer converte-se em obrigação de dar + perdas e danos = materiais (arts. 402 a 404 do CC/02) e morais (art. 5º. V e X da CF/88); ○ Art. 248 – sem culpa – resolve a obrigação - com culpa – perdas e danos ○ Exceção – devedor em mora – art. 399 ○ Art. 249 - obrigação fungível substituível e cumprida por terceiro às custas do devedor originário. ○ Parágrafo único art. 249 - autotutela civil – ou justiça com as próprias mãos. (controvertido) OBRIGAÇÃO NEGATIVA DE NÃO FAZER ○ Arts. 250 e 251 do CC/02 ○ Única obrigação negativa do direito; ○ Objeto: abstenção de uma conduta; ○ Inadimplemento, regra: art. 390 do CC/02 ○ Maioria das vezes é: ○ infungível – personalíssima; ○ indivisível por sua natureza - art. 258 do CC/02; ○ Art. 250, CC/02. – sem culpa – extingue a obrigação; ○ A origem da obrigação de não fazer pode ser à Legal - ex.: art. 1.301 e 1.303 do CC/ 02; à Convencional - ex.: contrato de sigilo industrial (secret agreement) ○ Art. 251, CC/02. ○ Irreversíveis – só cabe perdas e danos ○ Reversíveis – desfazimento do ato mais perdas e danos § único art. 251 CC/02 Autotutela civil * c/c art. 187 CC/02 * c/c Enunciado 37 do CJF/STJ * Súmula 410 do STJ CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PRESENÇA DE ELEMENTOS OBRIGACIONAIS Simples Singularidade de objetos – um credor, um devedor, uma prestação • Facultativa Possui somente uma prestação, acompanhada pela faculdade a ser cumprida pelo devedor Composta Pela Multiplicidade de objetos • Cumulativas ou conjuntivas • Alternativas ou disjuntivas Pela multiplicidade do sujeitos Solidárias (ativa, passiva e mista) DAS OBRIGAÇÕES COMPOSTAS OBJETIVAS ○ Obrigação Composta Objetiva Cumulativa ou Conjuntiva à O sujeito passivo deve cumprir todas as prestações previstas, sob pena de inadimplemento total ou parcial. à Identificada pela conjunção à e à Ex.: arts. 22 e 23 da Lei 8.245/91 (Locação) DAS OBRIGAÇÕES COMPOSTAS OBJETIVAS ○ Obrigação Composta Objetiva Alternativa ou Disjuntiva à Arts. 252 a 256 CC/02 à Possui mais de um conteúdo ou prestação; à Identificada pela conjunção à ou ○ § 3º do art. 252, CC/02 ○ Princípio da Operabilidade e Efetividade ○ Miguel Reale – ontognoseologia jurídica à “a lei determina que o aplicador do direito estranho a relação se pronuncie” ○ Crítica à tendência: desjudicialização dos conflitos ○ §4º do Art. 252, CC/02 à opção de terceiro ○ Art. 253, CC/02 à Culpa do devedor + impossibilidade de todas as prestações + escolha não cabe ao credor = valor das prestação que último se impossibilitou + perdas e danos ○ Art. 255, CC/02 à Opção de escolha do credor a) Exigir a prestação restante ou subsistente mais perdas e danos; b) Exigir o valor da prestação que se perdeu sem prejuízo da reparação material e moral (perdas e danos); a) Exigir a prestação restante ou subsistente mais perdas e danos, ou; b) Exigir o valor da prestação que se perdeu, sem prejuízo da reparação material e moral (perdas e danos) ○ Culpa do devedor + Impossibilidade de uma das prestações + Escolha cabe ao credor = Prestação subsistente ou o valor das prestações que se perdeu + perdas e danos ○ Culpa do devedor + Impossibilidade de todas das prestação + Escolha cabe ao credor = Valor de qualquer uma das prestações + Perdas e danos Art. 256, CC/02 à sem culpa do devedor = extinção da obrigação DAS OBRIGAÇÕES COMPOSTAS SUBJETIVAS: OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ☞ Arts. 264 a 266, CC/02 à Regras Gerais ☞ Arts. 267 a 274, CC/02 à Solidariedade Subjetiva Ativa – vários credores ☞ Arts. 275 a 285, CC/02 à Solidariedade Subjetiva Passiva – Vários devedores ☞ Solidariedade Subjetiva Mista – vários devedores e credores ○ Art. 265, CC/02 à solidariedade legal ou convencional, voluntária – natureza obrigacional e relacionada com a responsabilidade civil contratual. ☠Art. 942 caput e § único, CC/02 à responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana • Art. 7º do CDC à Regra do CDC X art. 265, CC/02 Exceção da codificação civil • Art. 827 e 828, CC/02 à Benefício da ordem - Fiador e devedor não são, em regra, devedores solidários • Conta bancária conjunta à informativo STJ nº 539 Obrigação solidária pura ou simples É aquela que não contém condição, termo ou encargo Obrigação solidária condicional É aquela cujos efeitos estão subordinados a um evento futuro e incerto (condição) Obrigação solidária a termo É aquela cujos efeitos estão subordinados a evento futuro e certo (termo) Art. 266, CC/02 à numerus apertus Enunciado nº 347 – Art. 266. A solidariedade admite outras disposições de conteúdo particular além do rol previsto no art. 266 do Código Civil DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA ○ Art. 267, CC/02 à qualquer dos credores (cocredores) pode exigir do devedor, ou dos devedores, o cumprimento da obrigação por inteiro, como se fosse um só credor. ○ Origem Legal à art. 2º da Lei 8.245/91 ○ Origem Convencional à maiorias das vezes ○ Art. 268, CC/02 à Prevenção judicial ○ Art. 270, CC/02 à cessação da solidariedade – herdeiros do credor solidário ☠Fracionável = termo p/ fins didáticos, pois obrigação solidária não se confunde com obrigação indivisível. ✋Art. 273, CC/02 à exceções pessoais: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão, e as incapacidades em geral – o devedor não poderá opor essas defesas c o n t r a o s d e m a i s c r e d o r e s – n a t u r e z a personalíssima. Art. 272, CC/02 àr e l ação ex te rna : en t re credores e devedor(es) à não fracionável e, àRelação in te rna : en t re credores à fracionável ○ Art. 274, CC/02 – Alterado CPC MArt. 201, CC/02 à suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só gerará efeitos aos demais se a obrigação for indivisível MArt. 204, §1º CC/02 à interrupção efetivada por um credor não aproveita os demais, salvo se a obrigação for solidária ativa DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA PASSIVA ○ Arts. 275 a 285, CC/02 ○ O credor tem o direito de exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida em comum. ○ Se o pagamento ocorrer de forma parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto do valor devido. ✓ Opção de demanda – cobrar de um, vários ou todos ✓ Enunciado 348 CJF/STJ ✓ Origem legal (art. 2º Lei 8.245/91 e art. 585, CC/02) ou convencional ○ Art. 275, § único, CC/02 – afasta a tese da suppressio. ○ Teoria dos Atos Próprios – Aldemiro Rezende Dantas Junior ○ Venire contra factum proprium - elementos constitutivos: Violação da boa-fé objetiva - sujeito, comportando-se em contradição com o seu próprio comportamento anterior, frustrar a confiança que havia feito surgir no outro envolvido no negócio ○ a) tu quoque: “até tu”, indicando a surpresa pelo fato de que alguém tente se beneficiar de sua própria irregularidade no agir ○ b) suppressio - “inadmissibilidade de exercício de um direito por seu retardamento desleal. ○ * http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp011983.pdf ○ Art. 276 – Morte do devedor, cessa a solidariedade (desde que divisível) ○ Art. 277 –Pagamento parcial e remissão da dívida ○ Art. 278 – Princípio da Relatividade dos efeitos contratuais – efeitos inter partes ○ Art. 279 – Descumprimento da obrigação por culpa de um dos devedores – somente o culpado responde porperdas e danos; ○ Art. 280 – Juros de mora ○ Art. 281 – Exceções Pessoais – personalíssima ○ Art. 283 – co-devedores e quotas ○ Art. 284 – rateio entre os co-devedores CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DIVISIBILIDADE OU NÃO DO OBJETO OBRIGACIONAL ○ Arts. 257 a 263 CC/02 ○ Classificação que só interessa se houver pluralidade de credores ou de devedores. ☑ Obrigação Divisível: é aquela que pode ser cumprida de forma fracionada, ou seja, em partes. ☑ Obrigação Indivisível: é aquela que não admite fracionamento quanto ao cumprimento. ○ Art. 257 à presunção iuris tantum, admite prova em contrário; e concursu partes fiunt - os sujeito obrigacionais não terão direitos ou serão obrigados além da parte material da prestação assumida; art. 258 à indivisibilidade, que pode ser: ✓Natural: decorrente da natureza da prestação; ✓Legal: decorrente de imposição de uma norma; ✓Convencional: pela vontade das partes; Obrigação Solidária Obrigação Indivisível - A solidariedade tem origem pessoal/subjetiva e decorre da lei ou de acordo das parte A indivisibilidade tem origem objetiva, da natureza do objeto da prestação Diferença aplicável tanto para a solidariedade ativa quanto passiva Convertida em perdas e danos, é mantida a solidariedade Convertida em perdas e danos, é extinta a indivisibilidade Diferença aplicável tanto para a solidariedade ativa quanto passiva Com a referida conversão, havendo culpa de apenas um dos devedores, todos continuam responsáveis pela dívida. Pelas perdas e danos, somente responde o culpado (ar. 279 CC) Com a conversão em perdas e danos, havendo culpa de apenas um dos devedores, ficarão exonerados totalmente os demais (art. 263, §2º do CC) Gustavo Tepedino e Anderson Scheiber Diferença relacionada apenas com a solidariedade passiva OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES ○ Das obrigações civis e naturais ○ Diferença entre as duas: exigibilidade de cumprimento – por meio de ação judicial Obrigação civil Obrigação natural Perfeita Imperfeita Elementos constitutivos: sujeito, objeto e vínculo jurídico Sem garantia, sem sanção, sem ação para fazer-se exigível Se cumprida: extinguem-se Se não cumprida: dá origem a responsabilidade patrimonial Se o devedor paga (voluntariamente) não pode pedir restituição - Soluti Retentio Para exigir seu cumprimento o credor vale-se do Poder Judiciário Adquire eficácia jurídica através do seu adimplemento Constitui relação de direito Constitui relação de fato OBRIGAÇÃO NATURAL ○ Constitui uma relação de fato sui generis – com o pagamento – será atraída para órbita jurídica sob um único efeito – soluti retentio ○ Natureza jurídica: obrigação imperfeita. "A obrigação natural é um tertium genus , entidade intermediária entre o mero dever de consciência e a obrigação juridicamente exigível (...) a meio caminho entre moral e direito. É mais do que um dever moral, e menos que uma obrigação civil" Caio Mário CASOS DE OBRIGAÇÕES NATURAIS NO DIREITO BRASILEIRO ○ Art. 814 CC/02 – dívidas de jogo ○ Art. 882 CC/02 – proibição de repetição do indébito de dívida prescrita. ○ Art. 564, III CC/02 – irrevogabilidade da doação ○ “Ninguém deve por perder em jogo proibido, ou em aposta proibida. Quem perdeu em jogo não proibido, ou em aposta não proibida, deve, porém, contra essa pessoa não há pretensão nem ação.” Pontes de Miranda ○ Obrigações Naturais atípicas ○ Gorjetas e propinas ○ Doações remuneratórias por serviços prestados. ○ “O que move o solvens a dá-las não é um princípio de justiça, senão um sentimento de gratidão para com o accipiens pela atenção e esmero com que os serviços foram prestados” Sergio Carlos Covello EFEITOS DA OBRIGAÇÃO NATURAL ☠ Controvertido ☠ 1) “A obrigação natural produz todos os efeitos que a obrigação civil” ☠ 2) “O único efeito que a obrigação natural produz é a irrepetibilidade do pagamento”. Art. 2.035 CC/02 ➔Validade no seu pagamento ➔Irrepetibilidade (soluti retentio) ➔Obrigação natural pode ser cumprida mediante dação em pagamento (art. 356 CC/02) M Controvertido MNão comportam novação – pois seu pagamento não pode ser exigido compulsoriamente (Washington de Barros Monteiro, Maria Helena Diniz) Art. 360 M Comportam novação, pois a obrigação natural ganha substrato jurídico no momento do seu cumprimento (Silvio Venosa, Sergio Carlos Covello) – pacta sunt servanda M Não controvertido ☠Execução parcial da obrigação natural não autoriza o credor a reclamar o pagamento restante. ☠ Obrigação Natural não comporta fiança – de natureza acessória e segue o destino da principal. ☠ Obrigação Natural não se constitui penhor ou outro direito real. ✋ Compensação de obrigação natural com obrigação civil – não é admitida pela doutrina!!! Art. 368 CC/02 justificativa (art. 369 CC/02) Necessidade da exigibilidade ✋ “O crédito compensado pela parte que requer a compensação há de ser plenamente válido e exigível” Karl Larenz ✋ A dívida deve estar vencida. “Não se compensação as dívidas se uma delas ainda não se venceu ou não é, por qualquer razão exigível” Silvio Rodrigues ✓ Compensação Convencional à resulta de acordo de vontade (quando não incidem nas compensações legais) – pela convenção celebrada, dívida ilíquida e não vencida (inexigível) passa a compensar-se com dívida líquida ou vencida. OBRIGAÇÃO DE MEIO E DE RESULTADO Quanto ao fim a que se destina. ○ Obrigação de meio: devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para obtenção de determinado resultado, sem se responsabilizar por ele (advogado e médicos). ○ Obrigação de resultado: o devedor dela se exonera quando o fim prometido é alcançado (estética, transporte e empreiteiro). MObrigação de meio: agindo com culpa (negligência ou imperícia) MObrigação de resultado: ônus de demonstrar força maior, caso fortuito, culpa exclusiva da vítima ou fato exclusivo de terceiro. MArt. 735 CC/02 MSúmula 187 STF Não cumprimento responsabilidade OBRIGAÇÃO DE GARANTIA ○ “Visa a eliminar um risco que pesa sobre o credor, ou as suas consequências.” Carlos Roberto Gonçalves ○ Ex.: Segurador e fiador ○ Ex.: Contratante: vícios redibitórios dos contratos comutativos (art. 441 CC/02) ○ Ex.: Alienante: evicção nos contratos onerosos de transferência de propriedade ou posse (art. 447 CC/ 02) ○ ..”É aquela que se destina a propiciar maior segurança ao credor, ou eliminar o risco existente em sua posição, mesmo na hipótese de fortuito ou força maior, dada sua natureza”. Carlos Alberto Bittar OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA OU CONTINUADA Quanto ao momento em que devem ser cumpridas ○ De execução instantânea ou momentânea: se consuma num só ato, é cumprida logo após sua constituição. Ex.: compra e venda à vista. ○ De execução diferida: o cumprimento realizado num só ato, só que em momento futuro. Ex.: entrega em data posterior a compra. ○ De execução continuada, periódica, ou de trato sucessivo: se cumpre por meio de atos reiterados DAS OBRIGAÇÕES PURA E SIMPLES ☯ Elementos essenciais (essentialia negotii): estruturais, indispensáveis à existência do ato e que lhe forma a substância: declaração de vontade, a coisa, o preço e o consentimento (res, pretium et consensus) ☯ Elementos naturais (naturalia negotii): consequências ou efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção (art. 441, 447 e 327 CC/02) ☯ Elementos acidentais (accidentalia negotii): estipulações acessórias, facultativamente firmados pelas partes, que alteram as consequências naturais do ato: Condição, termo e encargo ou modo. Quantos aos elementos incidentais, as obrigações se dividem em: ○ Puras e simples, ○ Condicionais, ○ A Termo ○ Modais ou com encargo ○ Elementos acidentais alteram os efeitos dos negóciosjurídicos. São cláusulas, declarações unilaterais, ou pela vontade das partes que modificam a eficácia ou sua abrangência. ○ “Obrigações Pura e Simples são as não sujeitas a condição, termo ou encargo. São as que logo que contraídas, como sucede normalmente nos negócios inter vivos e pode ocorrer também nos negócios causa mortis” Carlos Roberto Gonçalves OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS ★ São condicionais as obrigações cujo efeito está subordinado a um evento futuro e incerto. ★ Condição é o acontecimento futuro e incerto que depende a eficácia do negócio jurídico (art. 121) ★ Requisitos: i) cláusula voluntária; ii) acontecimento futuro; iii) seja incerto. ★Se classificam quanto a sua: a) Licitude (art. 122) b) Possibilidade (art. 124) c) Fonte de onde promanam: Causais (dependem do acaso, fortuito. Ex.: chuva), simplesmente potestativas (dependem da vontade de uma das partes) e mistas (dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e de um terceiro). d) Modo de atuação: suspensivas (impedem que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto) e resolutiva (extingue, resolve o direito transferido pelo negócio, ocorrido o evento futuro e incerto. ○ As Condições podem ser consideradas: ○ Pendente: enquanto não se verídica ou não se frustra o evento futuro e incerto. ○ Implemento: verificação da condição. ○ Frustração: quando não ocorre a condição. ○ Condição resolutiva: pode ser expressa ou tácita (art. 474 e 475). ○ Outros exemplos: ○ Art. 106 – impossibilidade inicial do objeto por condição ○ art. 199 – não corre prescrição pendente condição ○ Art. 234 – perda da coisa, obrigação de dar coisa certa ○ Art. 266 – obrigação solidária OBRIGAÇÕES A TERMO (OU A PRAZO) ○ É aquela em que as partes subordinam os efeitos do negócio jurídico a um evento futuro e certo. ○ Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. ○ Termo convencional – cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo. ○ Termo de direito - decorre da lei ○ Termo de graça – dilação de prazo concedida ao devedor ○ Termo inicial ou suspensivo (dies a quo); Termo final ou resolutivo (dies ad quem) OBRIGAÇÕES MODAIS OU COM ENCARGO ○ É a que se encontra onerada por cláusula acessória, que impõe um ônus ao beneficiário de determinada relação jurídica. ○ Exemplos no Código Civil ... ○ Art. 136 – o encargo não suspende a aquisição ○ Art. 553 – o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação ○ Art. 1.939 – aos legatário, no legado com encargo ○ Art. 562 – revogação da doação onerosa por inexecução do encargo DAS OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS ○ "Considera-se líquida a obrigação certa, quanto à sua existência, e determinada, quanto ao seu objeto (...). A obrigação é ilíquida quando, ao contrário, o seu objeto depende de prévia apuração, pois seu valor ou montante apresenta- se incerto." Carlos Roberto Gonçalves ○ Deve ser convertida em obrigação líquida pelo juízo em processo de liquidação. (Art. 586 CPC) ○ Quantum debeatur O ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES TEORIA DO PAGAMENTO DO PAGAMENTO DIRETO ○ “ Pagamento, cumprimento ou adimplemento obrigacional tem-se a liberação total do devedor em relação ao vínculo obrigacional”. Flávio Tartuce ○ Teoria do Pagamento I. Pagamento Direto - Elementos subjetivos – Quem paga e quem recebe? - Elementos objetivos – O que se paga e como paga? - Lugar do Pagamento – Onde se paga? - Tempo do Pagamento – Quando se paga? II. Regras especiais de pagamento – atos unilaterais - Pagamento em consignação - Imputação do pagamento - Sub-rogação legal III. Formas de pagamento indireto – atos bilaterais ou negócios jurídicos: - Sub-rogação convencional - Dação em Pagamento - Novação - Compensação - Confusão - Remissão PAGAMENTO DIRETO ○ Elementos Subjetivos do pagamento direito. ○ Solvens à quem deve pagar ○ Accipiens à a quem se deve pagar ○ Não utilizar os termos devedor e credor (outras pessoas que não o devedor podem pagar e outras que não o credor podem receber. DO SOLVENS OU “QUEM DEVE PAGAR” ○ Arts. 304 a 307 do CC/02 ○ Regra geral: quem deve pagar é o devedor. ○ Oposição do credor em receber: art. 334, CC/02 c/c art. 890, CPC - consignação em pagamento. ○ Terceiro interessado na dívida: fiador, avalista, herdeiro. Sub-roga-se automaticamente nos direitos do credor, ações, exceções e garantias que detinha o credor originário. ○ Art. 346, III, CC/02: sub-rogação legal ou automática ○ Interesse patrimonial X interesse afetivo (pai que paga a dívida do filho) ○ Terceiro não interessado paga em seu próprio nome: direito a reembolso, porém, não sub-roga-se aos direitos; art. 305 ○ Terceiro não interessado paga em nome e conta do devedor, sem oposição deste, não terá direito a nada. Art. 304 DO ACCIPIENS OU “A QUEM SE DEVE PAGAR” ○ Arts. 308 a 312 CC/02 ○ Regra geral: o accipiens será o credor, pode ser representante com poderes (ou sucessores) – art. 308 ○ Lei fala em “validade” mas o pagamento se resolve no plano da eficácia. ○ Enunciado 425 CJF: “O pagamento repercute no plano da eficácia, e não no plano da validade como preveem os arts. 308, 309 e 310 do Código Civil.” ○ Art. 309 à credor putativo – teoria da aparência ○ Quem paga mal, paga duas vezes – art. 310 e 312 CC Repetição de indébito (actio in rem verso) aquele que pagou ingressa contra aquele que recebeu indevidamente (regras do pagamento indevido e enriquecimento sem causa – socialidade e eticidade). DO OBJETO E DA PROVA DE PAGAMENTO O QUE SE PAGA E COMO SE PAGA ○ Arts. 313 a 326 do CC/02 ○ Objeto do pagamento: prestação. ○ Art. 314 à Princípio da identidade física da prestação (exceção: moratória legal à art. 745 A do CPC) . ○ Art. 315 à Princípio do nominalismo (dívidas em dinheiro – obrigação pecuniária) ○ Art. 316 à cláusula de escala móvel ou cláusula de escalonamento MImportante: Decreto 22.626/1933 – Lei de Usura em vigor, consagra: função social do contrato, boa- fé objetiva e vedação ao enriquecimento sem causa, juros abusivos e anatocismo. MArt. 2º, §1º da Lei 10.192/2001 - É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de periodicidade inferior a um ano. oArt. 317 à Teoria da Imprevisão – revisão contratual por fato superveniente, imprevisível somado a uma onerosidade excessiva. ○ Art. 318 à Cláusula-ouro e obrigação valutária ○ Exceção: - Art. 1º da Lei 10.192/2001; - Art. 2º do Decreto Lei nº 857/69; - Art. 6º da Lei 8.880/94 ○ Antinomia jurídicas: lex specialis derogat legi generali ○ PROVA DO PAGAMENTO ○ à RECIBO ○ Art. 320 - Valor expresso da obrigação - Especificidade da dívida quitada - Identificação do devedor ou de quem paga no seu lugar - Tempo e lugar de pagamento - Assinatura do credor ou o seu representante, dando quitação total ou parcial ○ Presunção de pagamento - (iuris tantum) Art. 322 a 326 ○ Se a obrigação for de trato sucessivo, por meio de quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores; ○ a quitação do capital sem a reserva dos juros, estes se presumem pagos. Como se sabe, os juros são bens acessórios (princípio da gravitação jurídica). ○ A entrega do título ao devedor firma a presunção relativa do pagamento. Mas ficará sem efeito a quitação operada pela entrega do título, se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento ○ Por regra, presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação ○ Se houver o pagamento por medida ou peso, deve-se entender, no silêncio das partes, que aceitaram os critérios do lugar da execução da obrigação (alqueire e hectare) LUGAR DO PAGAMENTO "É o lugar do cumprimento da obrigação, em regra estipuladono título constitutivo do negócio jurídico, ante ao princípio de liberdade de eleição". Maria Helena Diniz CLASSIFICAÇÃO DO LUGAR DO PAGAMENTO ○ Obrigação Quesível ou Quérable: o pagamento deve ocorrer no domicílio do devedor. Regra geral – art. 327 CC/02 ○ Obrigação Portável ou Portable: é a situação em que se estipula, por força do instrumento negociar ou pela natureza da obrigação, que o local do cumprimento da obrigação será o domicílio do credor, ou de terceiros. ○ Designado dois ou mais lugares, caberá ao credor escolher entre eles (art. 327, parágrafo único) ○ Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações a ele relativas, far-se- á onde está situado o bem (art. 328 do CC) ○ Art. 329 do CC – Mitiga a força obrigatória dos da convenção – pacto sunt servanda (eficácia interna da função social) – princípio da socialidade e da operacionalidade (motivo grave). ○ Art. 330 do CC – Princípio da boa-fé objetiva e eticidade. ○ Supressio (Verwirkung) – supressão, renúncia tácita, de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos. Perda de um direito do credor. ○ Surrectio (Erwirkung) – Surgimento de um direito ao devedor (surreição), direito que não existia até então, com a efetividade social ou costumes passa a existir. ○ Interação simbiótica – boa-fé objetiva e função social – art. 113 do CC (Miguel Reale – "artigo chave do Código Civil) "DESDOBRANDO-SE ESSA NORMA EM SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS, VERIFICA-SE QUE ELA CONSAGRA A ELEIÇÃO ESPECÍFICA DOS NEGÓCIOS J U R Í D I C O S C O M O D I S C I P L I N A PREFERIDA PARA A REGULAÇÃO GENÉRICA DOS FATOS JURÍDICOS, SENDO FIXADAS DESDE LOGO, A ETICIDADE DE SUA HERMENÊUTICA, EM FUNÇÃO DA BOA-FÉ, BEM COMO A SUA SOCIALIDADE, AO FAZER ALUSÃO A O S ' U S O S D O L U G A R D E S U A CELEBRAÇÃO'". MIGUEL REALE DO TEMPO DO PAGAMENTO ○ "O vencimento é o momento em que a obrigação deve ser satisfeita, cabendo ao credor a faculdade de cobrá-la". ○ Obrigação instantânea ou de execução imediata (pagamento à vista); ○ Obrigação diferida (pagamento feito de uma vez, só que no futuro); ○ Obrigação de execução periódica (pagamento de trato sucessivo no tempo) ○ O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento; ○ O devedor não pode pagar após o vencimento (mora ou inadimplência = responsabilidade contratual do sujeito passivo 'Haftung'. ○ Art. 331 – presunção de obrigação instantânea. ○ Art. 332 – obrigações condicionais – efeitos estão subordinados a evento futuro e incerto (diferente da obrigação diferida – evento futuro e certo). ○ Art. 333 – vencimento antecipado do débito ○ Art. 1.425 – vencimento antecipado da dívida garantida na hipoteca. ○ DO ADIMPLEMENTO OBRIGACIONAL TEORIA DO PAGAMENTO – 2ª PARTE ○ Regras especiais de pagamento; ○ Pagamento indireto ○ Extinção Obrigacional sem pagamento ○ Atos unilaterais – Consignação em Pagamento, da Imputação e Sub-rogação Legal. ○ Negócios Jurídicos ou Atos Bilaterais – Sub- Rogação Convencional, Dação em Pagamento, Novação, Compensação, Remissão e na Confusão Obrigacional. DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO " . . . ins t i tuto jur íd ico co locado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo c r e d o r o u q u a i s q u e r o u t r a s c i r c u n s t â n c i a s i m p e d i t i v a s o pagamento, exerça, por depósito da coisa, o direito de adimplir a prestação, liberando-se do liame obrigacional". (Gagliano, Pablo Stolze e Pamplona, Rodolfo) ○ Direito Material – art. 334 a 345 do CC/02 ○ Direito Processual – art. 890 a 900 do CPC ○ Devedor – consignante ○ Credor – consignatário ○ Objeto – consignado ○ Natureza Jurídica: pagamento indireto da prestação – forma de extinção da obrigação HIPÓTESES DE OCORRÊNCIA Art. 335. A consignação tem lugar: ○ I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; ○ II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; ○ III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; ○ IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; ○ V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. POSSIBILIDADE DE LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO PELO DEVEDOR ○ Antes da aceitação ou impugnação do depósito – art. 338/CC e art. 977/CPC – pode levantar, com o ônus de pagar as despesas. ○ Depois da aceitação ou impugnação do depósito pelo credor. O depósito de ser levantado somente com a anuência do credor – art. 340/CC ○ Julgado procedente o depósito: pode levantar somente com a anuência do credor e demais devedores. Art. 339/CC ○ Consignação de coisa certa e incerta. ○ A maioria das vezes o que se verifica e a consignação de obrigações pecuniárias.art. 341/CC e art. 891 parágrafo único do CPC ○ Coisa indeterminada (leia-se, incerta) art. 342/CC faz-se – concentração do débito ou concentração da prestação devida ○ Escolha cabe ao devedor – (ele quem oferta a consignação) ○ Escolha do credor – deve ser citado para escolher, sob pena de perder o direito de escolha. Art. 894 do CPC ○ Despesas processuais: art. 343/CC e art. 897/CPC ○ Prestações Periódicas: art. 892/CPC (verificar o art. 290/CPC) ○ Consignação Extrajudicial: art. 890/CPC (parágrafos incluídos em 1994) ○ Aplicabilidade da consignação em pagamento extrajudicial nas relações trabalhistas ○ Consignação judicial em pagamento: art. 891/CPC ○ Alugueres: lei própria – art. 45, II lei. 8.245/91 DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO "Juridicamente, imputar significa indicar, apontar. Como se sabe, não há qualquer óbice para que uma pessoa contraia com outrem várias obrigações." Art. 352/CC "A imputação do pagamento visa a favorecer o devedor ao lhe possibilitar a escolha do débito que pretende extinguir." Art. 354 e 355 ambos do CC trazem uma de escolha de ordem de pagamento DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO “substituição de uma coisa por outra, com os mesmos ônus e atributos ou de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos e ações daquela, hipótese em que se configura a sub-rogação pessoal de que trata o Código Civil no capítulo referente ao pagamento com sub-rogação” (DINIZ, Maria Helena, Curso..., 2002, p. 254). ○ Sub-rogação legal (art. 346 do CC) – são as hipóteses de pagamentos efetivados por terceiros interessados na dívida (interesse patrimonial, conforme aduzimos). São casos de sub-rogação legal, automática, ou de pleno direito (pleno iure). ○ Sub-rogação convencional (art. 347 do CC) – são os pagamentos efetivados por terceiros não interessados na dívida. São situações típicas previstas no Código Civil: ○ Na sub-rogação legal existem atos unilaterais, o que a caracteriza como regra especial de pagamento. Por outro lado, na sub-rogação convencional existe um negócio jurídico celebrado (ato bilateral) com um terceiro não interessado que realiza o pagamento. Dessa forma a sub- rogação convencional é forma de pagamento indireto Pagamento com su-rogação (art. 346 a 351) Cessão de crédito (art. 286 a 298) Regra especial de pagamento ou forma de pagamento indireto, pela mera substituição do credor, mantendo-se os demais elementos obrigacionais. Forma de transmissão das obrigações Não há necessidade de notificação do devedor, a não ser na hipótese do art. 347, I, do CC (art. 348). Há necessidade e notificação do devedor para que o mesmo saiba a quem pagar (art. 290 do CC). Caráter gratuito, tão somente Caráter gratuito ou oneroso DA DAÇÃO EM PAGAMENTO “A dação em cumprimento (datio in solutum), vulgarmente chamada pelos autores dação em pagamento, consiste na real ização de uma prestação diferente do que é devida, comofim de, mediante acordo do credor, extinguir imediatamente a obrigação” (ANTUNES V A R E L A , J o ã o d e M a t o s . D a s obrigações..., 2004, v. II, p. 171). ○ A dação em pagamento pode ter como objeto uma prestação qualquer, não sendo necessariamente dinheiro. ○ “Isto é assim porque se for dinheiro a coisa dada em pagamento, ou se, não sendo dinheiro, se lhe taxar o preço, a dação em pagamento será, ensina-nos Clóvis Beviláqua, uma compra e venda” (DINIZ, Maria Helena. Curso..., 2002, p. 269). ○ Compra e venda ((arts. 481 a 504 do CC). ○ a dação em pagamento não se confunde com a doação, que constitui contrato pelo qual se institui uma liberalidade patrimonial a favor de outrem (art. 538 do CC) ○ a substituição pode ser de dinheiro por bem móvel ou imóvel (datio rem pro pecuni), de uma coisa por outra (datio rem pro re), de dinheiro por título, de coisa por fato, entre outros, desde que o seu conteúdo seja lícito, possível, determinado ou determinável (art. 104, II, do CC). DA NOVAÇÃO "Forma de pagamento indireto em que ocorre a substituição de uma obrigação anterior por uma obrigação nova, diversa da primeira criada pelas partes. Seu principal efeito é a extinção da d ív ida pr imit iva , com todos os acessórios e garantias, sempre que não houver estipulação em contrário (art. 364 do CC)" ○ Arts. 360 a 367/CC ○ Novação parcial e total ○ "São elementos essenciais da novação a existência de uma obrigação anterior (obrigação antiga) e de uma nova obrigação, ambas válidas e lícitas, bem como a intenção de novar (animus novandi)." ○ Novação deve ser válida (nula obrigação nova, anula abrigarão antiga) ○ No caso de novação subjetiva passiva (por substituição do devedor), a insolvência do novo devedor não confere ao credor o direito regresso contra o antigo, salvo se este obteve por má-fé a substituição (art. 363 do CC). Isso porque a obrigação antiga, da qual o antigo devedor fazia parte, foi totalmente liquidada. DA COMPENSAÇÃO "Ocorre a compensação quando duas ou mais pessoas forem ao mesmo tempo credoras e devedoras umas das outras, extinguindo-se as obrigações até o ponto em que se encontrarem, onde se equivalerem (art. 368 do CC)." ○ Arts. 368 a 380/CC ○ Art. 368 - a compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Trata-se de requisito para a compensação legal. ○ a) certas quanto à existência, e determinadas quanto ao valor (líquidas); ○ b) vencidas ou atuais, podendo ser cobradas; ○ c) constituídas por coisas substituíveis (ou consumíveis, ou fungíveis), como, por exemplo, o dinheiro. ○ Art. 370 – tese de fungibilidade ou uniformidade total. ○ O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado (art. 371 do CC), o comando legal em questão não adota a teoria dualista da obrigação. Isso porque enuncia a lei que o fiador tem uma dívida com o credor, pela tese dualista o fiador apenas assume uma responsabilidade em relação ao credor, sem ter contraído a dívida (Haftung sem Schuld). ○ Os prazos de favor à são aqueles concedidos graciosamente pelo credor (art. 372 do CC) ○ art. 373 CC à Fundamento na ordem pública, moral, irrepetibilidade alimentar ○ Art. 375 CC à Cláusula excludente de compensação - autonomia privada, liberdade contratual (possibilidade de renúncia) ○ Posições/correntes: 1. Compensação legal, no âmbito judicial, envolve matéria de ordem pública, pelo princípio da economia processual afasta a possibilidade de renúncia ou exclusão 2. Cláusula excludente ou de renúncia têm validade nos contratos com igualdade de envolvidos. 3. Sendo a compensação matéria de ordem privada, tal dispositivo é aplicável a qualquer contrato – pacto sunt servanda ○ Classificações: ○ 1) quanto a origem: ○ Compensação legal à decorre da lei. Requisitos: reciprocidade de débitos, liquidez das dívidas, que devem ser certas quanto a existência e determinadas quanto ao objeto e valor. Exigibilidade (vencida), fungibilidade dos débitos, haver identidade entre as natureza das obrigações. ○ Compensação Convencional à sem requisitos mínimos, aceita o art. 375, desde que tenham partes iguais e contrato civil. ○ Compensação judicial à Decisão judicial (em casos de reconvenção). ○ Classificações: ○ 1) Quanto à extensão: ○ Compensação plena ou extintiva: envolve a totalidade das dívidas. ○ Compensação restrita, parcial ou propriamente dita: envolve uma parte da dívida e a totalidade da outra. DA CONFUSÃO Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. ○ Código Civil possui 3 conceitos de Confusão: ① Art. 1.274/CC à modo derivado de aquisição de propriedade – confusão real; ② Art. 1.410, I /CC à uma pessoa tem diversos direitos sobre o mesmo bem, que antes eram de pessoas distintas. Usufrutuário que sucede nos direitos do nu-proprietário – consolidação; ③ Art. 381 a 384/CC à Ninguém pode ser credor e devedor de si mesmo. REMISSÃO DE DÍVIDAS A remissão é o perdão de uma dívida, constituindo um direito exclusivo do credor de exonerar o devedor, estando tratada entre os art. 385 a 388 do CC Não se confunde com remição, com ç, que para o Direito Civil, significa resgate. EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM PAGAMENTO ① Prescrição (art. 189 CC) ② Impossibilidade de execução sem culpa do devedor (Caso fortuito e força maior) sem responsabilidade; ③ Haverá responsabilidade quando: a) Sendo devedor em mora, salvo comprovado ausência total de culpa – art. 399 b) Havendo previsão contratual – cláusula de assunção convencional (art. 393 CC); c) Casos previstos na lei – Ex.: art. 583 CC ④ Pelo advento de condição resolutiva ou termo extintivo. DO INADIMPLEMENTO OBRIGACIONAL DA RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL Quando a obrigação (binômio: Schuld débito e haftung – responsabilidade) não é satisfeita conforme pactuado surge a r e s p o n s a b i l i d a d e ( h a f t u n g ) , inadimplemento da obrigação (art. 389 a 391 CC) e sua consequência jurídica será a responsabilidade civil contratual, com o respectivo dever de indenizar (art. 402 a 404 CC) ○ Inadimplemento genérico: ① Inadimplemento relativo, parcial, mora ou atraso – é a hipótese de descumprimento parcial da obrigação mas que ainda pode ser cumprida. ② Inadimplemento total, ou absoluto: é a hipótese em que a obrigação não pode ser mais cumprida, tornando-se inútil ao credor. ➢ Violação positiva do contrato (teoria alemã – Hermann Staub) à neste, ao contrário dos dois primeiros que representam uma violação negativa (retardo ou inércia), significa uma violação positiva, a obrigação foi cumprida, só que de modo defeituoso, ruim, havendo ofensa na sua qualidade. ➢ Cumprimento inexato ou defeituoso da obrigação. ○ Mora não é só demora!!! ○ Tese dos deveres anexos, laterais ou secundários – processo de colaboração entre as partes contratantes. Conceito de obrigação como processo. ○ Enunciado 24 da I Jornada de Direito Civil do CJF. ○ Enunciado 363 da IV Jornada de Direito Civil do CJF ○ Deveres anexos: a) De cuidado em relação à outra parte b) De respeito c) De informar a outra parte o conteúdo do negócio d) De agir conforme a confiança depositada e) De lealdade e probidade f) De colaboração ou cooperação g) De agir com razoabilidade, equidade e boa razão ○ Boa-fé objetiva possui 3 funções no Código Civil: ① Função de interpretação do negócio jurídico – art. 113 do CC ② Função de controle – aquele que contraria a boa-fé objetiva comete abuso de direito – art. 187 do CC. Enunciado 24 e 37 do CJF/STJ) ③ Função de integração – a boa-fé objetiva deve ser guardada pelos contratantes em todas as fases do contrato: pré-contratual, contratual e pós-contratual (Enunciados 25 e 170 do CJF/STJ)MORA “A mora é o atraso, o retardamento, ou a imperfeita satisfação obrigacional”. Art. 394 do CC ○ Art. 394 CC- A mora está fundada em três critérios, quais sejam, o tempo, o lugar e a forma de cumprimento - a mora não é somente temporal. ○ Mora do devedor - solvendi, debitoris ou debendi. ○ Art. 396 - Culpa genérica (incluindo o dolo e a cu lpa es t r i ta ) é f a to r necessár i o para caracterização da mora. (Exceção: obrigações de resultado) ○ O principal efeito da mora do devedor é a responsabilização do sujeito passivo da obrigação por todos os prejuízos causados ao credor, mais juros, atualização monetária – segundo índices oficiais – e honorários do advogado, no caso de propositura de uma ação específica. ○ Art. 395 – prestação torna-se inútil – resolução da obrigação com perdas e danos. Parágrafo único: a mora é convertida em inadimplemento absoluto. ○ Enunciado 162 do CJF ○ Teoria do adimplemento substancial – enunciado 361 do CJF - hipóteses em que a obrigação tiver sido quase toda cumprida, não caberá a extinção do contrato, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutenção da avença. ○ Art. 397 caput- mora ex re ou mora automática quando a obrigação for positiva (de dar ou fazer), líquida (certa quanto à existência e determinada quanto ao valor) e com data fixada para o adimplemento. "O dia do vencimento interpela a pessoa." ○ Art. 397 parágrafos único - a mora ex persona ou mora pendente – não possui termo certo – sendo esta positiva e líquida, a mora dependerá de uma providência, do credor, por meio de interpelação, (notificação ou protesto) que pode ser judicial ou extrajudicial. ○ Art. 398 - mora presumida ou mora irregular - Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera- se o devedor em mora, desde que o praticou” . ○ mora do credor - accipiendi, creditoris ou credendi. Quando o credor se recusa a aceitar o adimplemento da obrigação no tempo, lugar e forma pactuados, sem ter justo motivo para tanto. Não se discute culpa. A mora do credor gera três efeitos, nos termos do art. 400 do CC. ○ moras simultâneas – mora do devedor e do credor em uma mesma situação –, uma elimina a outra, como se nenhuma das partes houvesse incorrido em mora - compensação dos atrasos- DINIZ, Maria Helena. - tratamento doutrinário está em total acordo com a regra de direito pela qual ninguém poderá beneficiar-se da própria torpeza (boa-fé) DA PURGAÇÃO DA MORA "A expressão purgar a mora significa afastar ou neutralizar os efeitos decorrentes do inadimplemento parcial, principalmente do atraso no cumprimento (art. 401 do CC)." PURGAR A MORA ○ pelo devedor - se dá pela oferta da prestação, com o acréscimo de juros, correção monetária, multa e honorários advocatícios, sem prejuízo das eventuais perdas e danos. ○ pelo credor - ocorre quando esse se oferece para receber a prestação do devedor, sujeitando-se aos efeitos da mora já ocorridos. ○ Tanto o devedor quanto o credor podem, conjuntamente, purgar a mora na hipótese em que ambos renunciarem aos prejuízos dela decorrentes. ○ purgação da mora - ato espontâneo do sujeito obrigacional em atraso, que visa remediar a situação a que deu causa, evitando os seus efeitos decorrentes e reconduzindo a obrigação à situação de normalidade. (ex nunc) ○ cessação da mora - ocorrerá por um fato extintivo de efeitos pretéritos e futuros, como sucede quando a obrigação se extingue com a novação, remissão de dívidas ou renúncia do credor” DO INADIMPLEMENTO ABSOLUTO DA OBRIGAÇÃO "Não cumprindo o sujeito passivo a prestação, passa ele a responder pelo valor correspondente ao objeto obrigacional, acrescido das demais perdas e danos, mais juros compensatórios, cláusula penal, atualização monetária, custas e honorários de advogado. Essa é a regra do art. 389 do CC que trata da responsabilidade civil contratual, do inadimplemento de uma obrigação positiva, de dar ou de fazer." ○ “Os honorários advocatícios previstos no art. 389 do Código Civil não se confundem com as verbas de sucumbência, que, por força do art. 23 da Lei 8.906/94, pertencem ao advogado” (Enunciado n. 426). ○ Art. 391 CC - princípio da imputação civil dos danos, ou princípio da responsabilidade patrimonial do devedor. ○ art. 591 do CPC - “O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”. ○ Art. 404 CC e enunciado 161 do CJF DOS JUROS REMUNERATÓRIOS E MORATÓRIOS "um dos principais efeitos do inadimplemento da obrigação é a incidência de juros a serem suportados pelo devedor. Os juros podem ser conceituados como sendo frutos civis ou rendimentos, devidos pela utilização de capital alheio." ○ Juros compensatórios ou remuneratórios – São aqueles que decorrem de uma utilização consentida do capital alheio, como nos casos de inadimplemento total da obrigação ou de financiamentos em geral. ○ Juros moratórios – Constituem um ressarcimento imputado ao devedor pelo descumprimento parcial da obrigação. Como regra geral, os juros moratórios são devidos desde a constituição em mora e independem da alegação e prova do prejuízo suportado (art. 407 do CC). ○ Juros convencionais são aqueles estabelecidos pelas partes no instrumento negocial, decorrentes da autonomia privada. ○ Juros legais, caso as partes não convencionarem por instrumento obrigacional, a lei estabelece – art. 406 CC. DA CLÁUSULA PENAL "A cláusula penal é conceituada como sendo a penalidade, de natureza civil, imposta pela inexecução parcial ou total de um dever patrimonial assumido" ○ Arts. 408 a 416 ○ Cláusula Penal - multa contratual ou pena convencional. ○ obrigação acessória que visa a garantir o cumprimento d a o b r i g a ç ã o p r i n c i p a l , b e m c o m o f i x a r , antecipadamente, o valor das perdas e danos em caso de descumprimento. ○ obrigação acessória deve seguir a principal (princípio da gravitação jurídica), fazendo com que no caso de nulidade do contrato principal a multa também seja declarada nula. ○ Funções: ○ Função coercitiva, intimidar o devedor a cumprir a obrigação principal, sob pena de ter que arcar com essa obrigação acessória (caráter punitivo). ○ Função de ressarcimento, prefixando as perdas e danos no caso de inadimplemento da obrigação. DAS ARRAS OU SINAL "As arras podem ser conceituadas como sendo o sinal, o valor dado em dinheiro ou o bem móvel entregue por uma parte à outra, quando do contrato preliminar, visando a trazer a presunção de celebração do contrato definitivo. As arras são normalmente previstas em compromissos de compra e venda de imóvel". ○ 1.ª função – tornar definitivo o contrato preliminar. ○ 2.ª função – funcionar como antecipação das perdas e danos, funcionando também como penalidade. A função de penalidade está dentro da antecipação das perdas e danos, o que aproxima o instituto da cláusula penal. ○ arras confirmatórias, presentes na hipótese em que não constar a possibilidade de arrependimento quanto à celebração do contrato definitivo, tratando-se de regra geral. Art. 418 ○ arras penitenciais possibilidade de arrependimento, por meio de uma cláusula contratual, para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória (incluída a penalidade), e não a de confirmar o contrato definitivo
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