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Direito das Obrigações

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DIREITO DAS 
OBRIGAÇÕES
PROF.ª PAOLA DE ANDRADE PORTO 

○ Doutoranda em Ciências Jurídicas e Ciências Sociais pela Universidade 
Federal Fluminense- UFF. Mestre em Ciências Jurídicas e Ciências Sociais 
pela Universidade Federal Fluminense- UFF; Pós-Graduanda em Direito 
Privado pela Universidade Federal Fluminense (Latus Sensu); Graduada 
em Direito pelo Centro Universitário Plínio Leite. UNIPLI; Assessora 
Jurídica da Fundação de Arte de Niterói - FAN, Professora de Direito 
Administrativo e Direito Empresarial pela Universidade Salgado de 
Oliveira. Pregoeira formada pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de 
Janeiro; Editora de Livros Digitais. Advogada liberal; Atua precipuamente, 
na área de Direito Administrativo, tendo ocupado os cargos de: Secretária 
Municipal da Corregedoria-Geral e Diretora de Material e Licitação e na 
cidade de Armação dos Búzios; Chefe do Departamento Jurídico e Chefe de 
Gabinete de Gabinete da Niterói Transporte e Trânsito S/A - NITtrans. 
Assessora Jurídica da Secretaria Estadual de Trabalho e Renda - SETRAB. 
Aprovada em 1º lugar em concurso de professor substituto em direito 
privado para Universidade Federal Fluminense - UFF. 
○ P.S. Material elaborado com base no livro TARTUCE, Flávio. Direito Civil 2 
– Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil. Editora Método, São 
Paulo, 2015.
A OBRIGAÇÃO 

● Conceito e Elementos Constitutivos 
○ Disciplinado no Código Civil dos artigos 233 à 420. 
○ Teoria Geral das Obrigações: Direito Empresarial, 
Sucessório, Direito de Família, Responsabilidade Civil, 
Direito Administrativo, Tributário etc.. 
○ Conceitos: 
○ “Obrigação é a relação jurídica transitória, de 
natureza econômica, pela qual o devedor fica vinculado 
ao credor, devendo cumprir determinada prestação 
positiva ou negativa, cujo inadimplemento enseja a 
este executar o patrimônio daquele para a satisfação 
de seu interesse.” Álvaro Villaça Azevedo
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO 

A. elementos subjetivos: credor (sujeito 
ativo) e o devedor (sujeito passivo); 
B. elemento objetivo imediato: a 
prestação 
C. elemento imaterial, virtual ou 
espiritual: o vínculo existente entre as 
partes.
○ O direito obrigacional será influenciado pelos 
seguintes princípios e institutos: 
i. Princípio da eticidade; 
ii. Princípio da Sociabilidade; 
iii. Função social das obrigações; 
○ Obrigações negociais; 
○ Responsabilidade civil; 
○ Enriquecimento sem causa; 
○ Justiça social. 
iv. Função social dos contratos; 
v. Boa-fé objetiva; 
vi. Concepção social da obrigação;
vii. Conduta leal do sujeitos obrigacionais 
  
○ “ A obrigação deve ser vista como uma relação complexa, 
formada por um conjunto de direitos, obrigações e situações 
jurídicas, compreendendo uma série de deveres de prestação, 
direitos formativos e outras situações jurídicas. A obrigação é 
tida como um processo – uma série de atos relacionados entre 
si -, que desde o inicio se encaminha a uma finalidade: a 
satisfação do interessa na prestação. Hodiernamente, não mais 
prevalece o status formal das partes, mas a finalidade à qual 
se dirige a relação dinâmica. Para além da perspectiva 
tradicional de subordinação do devedor ao credor existe o bem 
comum da relação obrigacional, voltado para o adimplemento , 
da forma mais satisfativa ao credor e menos onerosa ao 
devedor. O bem comum na relação obrigacional traduz a 
solidariedade mediante a cooperação dos indivíduos para a 
satisfação dos interesses patrimoniais recíprocos, sem 
comprometimento dos direitos da personalidade e da dignidade 
do credor e devedor.” Nelson Rosenvald 
○ à Doutrina alemã: obrigação como um processo; a obrigação 
deve ser encarada como um processo de colaboração contínua e 
efetiva entre as partes. (Clóvis do Couto e Silva) 
BOA-FÉ OBJETIVA 
Modelo ético de conduta social de acordo com 
determinados padrões de lisura, honestidade, que 
não frustre legítima expectativa e confiança da 
outra parte. 
• Pressupostos 
a) Relação jurídica que ligue duas ou mais pessoas, 
com especiais deveres mútuos de conduta; 
b) Padrões de comportamento exigíveis 
socialmente; 
c) Estado de confiança no negócio celebrado. 
ELEMENTO SUBJETIVO DA 
OBRIGAÇÃO 
○ sujeito ativo àbeneficiário da obrigação, podendo ser 
uma pessoa natural ou jurídica ou, ainda, um ente 
despersonalizado a quem a prestação é devida. É 
denominado credor. Aquele que tem o direito de exigir 
o cumprimento da obrigação. 
○ Sujeito passivo àassume o dever, na ótica civil, de 
cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de 
responder com seu patrimônio. É denominado devedor. 
○ Parte 
1
○ Direitos 
○ Parte 
2
○ Deveres 
Ambos possuem direitos e deveres 
à proporcionalidade de prestações: sinalagma 
àRelação jurídica complexa: 
à Sinalagma obrigacional 
ELEMENTO OBJETIVO OU MATERIAL DA 
OBRIGAÇÃO 
○ Objeto imediato da obrigação à prestação 
à Positiva: 
○ entregar coisa certa ou incerta (obrigação de dar) 
○ cumprir determinada tarefa (obrigação de fazer) 
à Negativa 
○ abstenção (obrigação de não fazer) 
○ Objeto mediato da obrigação: bem jurídico tutelado ou o 
próprio bem da vida posto em circulação. 
○ Objeto à regra geral: CC, 2002, art. 104 
○ Não observado essa regra: 
○ CC, 2002, Art. 166. 
QUATRO CARACTERÍSTICAS DA 
OBRIGAÇÃO 
I. “A patrimonialidade – pois a obrigação deve ser 
avaliável em dinheiro ou em valor (conteúdo 
econômico); 
II. A mediação ou colaboração devida –uma vez “que o 
credor não pode exercer directa e imediamente o seu 
direito, necessitando da colaboração do devedor para 
obter a satisfação do seu interesse; 
III. A relatividade – eis que a relação jurídica é 
estabelecida e gera efeitos entre os seus 
participantes; 
IV. A autonomia – pela existência de uma disciplina 
própria dentro do Direito Civil” 
○ (MENEZES LEITAO, 2006. p. 94)
ELEMENTO IMATERIAL, VIRTUAL OU 
ESPIRITUAL DA OBRIGAÇÃO
  
○ É o Vínculo jurídico da relação obrigacional. 
○ CC, 2002, Art. 391. 
à Princípio da responsabilidade patrimonial do devedor 
à Prisão civil (exceção) 
○ CF/88. art. 5º, LXVII 
○ P.S. Emenda Constitucional 45 inclui § 3º do art. 5º da CF/
88. 
○ Informativo 531 STF 
○ Prisão Civil e Depositário Infiel -   
○ Súmula Vinculante 25 STF (reeditada) É ilícita a prisão 
civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito.
○ Analisar os três artigos em conjunto, que consagrará 
a responsabilidade civil contratual ou negocial, 
quando ocorre a inadimplência. 
○ CC, 2002, art. 389, 390 e 391. 
○ Para Flávio Tartuce, os artigos 186 e 927 não devem 
ser utilizados como fundamentação jurídica de 
responsabilidade contratual, tendo em vista, tratar-se 
de dispositivos que se referem a responsabilidade 
extracontratual. 
○ Quanto ao artigo 391 do Código Civil, que 
estabelece que os bens do devedor responde pelas 
obrigações inadimplidas, há que se fazer uma leitura 
sistêmica com os artigos 591 e 649 do CPC, artigos 
1.711 a 1.722 do Código Civil e a lei nº. 8.009/1990, 
que vai tratar dos bens impenhoráveis. 
ESTATUTO JURÍDICO DO PATRIMÔNIO 
MÍNIMO
○ Teoria criada por Luiz Edson Fachin. Ex.: CPC, art. 649, inciso X. 
○ RECURSO ESPECIAL No 1.330.567 - RS (2012/0129214-0) (...) O art. 649, X, do CPC, não 
admite intepretação extensiva, de modo a abarcar outras modalidades de aplicação 
financeira, de maior risco e rentabilidade, que não detêm o caráter alimentício da caderneta 
de poupança, sendo voltados para valores mais expressivos e/ou menos comprometidos, 
destacados daqueles vinculados à subsistência mensal do titular e sua família. Essas 
aplicações visam necessidades e interesses de menor preeminência (ainda que de elevada 
importância), como aquisição de bens duráveis, inclusive imóveis, ou uma previdência 
informal (não oficial) de longo prazo. Mesmo aplicações em poupança em valor mais elevado 
perdem o caráter alimentício, tanto que o benefício da impenhorabilidade foi limitado a 40 
salários mínimos e o próprio Fundo Garantidorde Crédito assegura proteção apenas até o 
limite de R$70.000,00 por pessoa. (...) 
○ Valores mais expressivos, superiores aos 40 salários mínimos, não foram contemplados pela 
impenhorabilidade fixada pelo legislador, até para que possam, efetivamente, vir a ser objeto 
de constrição, impedindo que o devedor abuse do benefício legal, escudando-se na proteção 
conferida às verbas de natureza alimentar para se esquivar do cumprimento de suas 
obrigações, a despeito de possuir condição financeira para tanto. O que se quis assegurar com 
a impenhorabilidade de verbas alimentares foi a sobrevivência digna do devedor e não a 
manutenção de um padrão de vida acima das suas condições, às custas do devedor. 
○ 7. Recurso especial a que se nega provimento. 
Débito (schuld) e responsabilidade 
(haftung) 
à Há débito sem obrigação: dívida 
prescrita. Ex.: CC, art. 882. 
à Há obrigação sem débito: Fiador. Ex.: 
CC, art. 820. 
1. Teoria Monista ou unitária da obrigação 
(superada): consubstanciada num único elemento 
à o vínculo jurídico que une a prestação e os 
elementos subjetivos. 
2. Teoria Dualista ou binária da obrigação (atual): do 
direito alemão, é concebida pela relação de débito/
crédito. 
DEVER, OBRIGAÇÃO, RESPONSABILIDADE, 
ÔNUS E ESTADO DE SUJEIÇÃO
a) Dever jurídico: está inserido (em regra) dentro do 
conceito de obrigação. 
○ “situação passiva que se caracteriza pela necessidade e 
do devedor observar um certo comportamento, 
compatível com o interesse do titular do direito 
subjetivo” (Francisco Amaral, 2004, p. 194) 
○ “o comando imposto, pelo direito objetivo, a todas as 
pessoas para observarem certa conduta, sob pena de 
receberem uma sanção pelo não cumprimento do 
comportamento prescrito pela norma jurídica” (Maria 
Helena Diniz. p. 27) 
  
b) Obrigação: “é uma relação jurídica, do lado passivo 
do direito subjetivo, consistindo no dever jurídico de 
observar certo comportamento exigível pelo titular 
deste” (Orlando Gomes, 1997, p. 6)
d) Direito potestativo: “é o poder que a pessoa tem de 
influir na esfera jurídica de outrem, sem que este 
possa fazer algo que não se sujeitar. (...) Opera na 
esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum 
dever a cumprir” (Francisco Amaral, 2004, p. 196) 
c) Ônus jurídico:“consiste na necessidade 
de observar determinado comportamento 
pra obtenção ou conservação de uma 
vantagem para o próprio sujeito e não para 
a satisfação de interesses alheios.” (Maria 
Helena Diniz, 2004, p. 28). 
“E necessidade de agir de certo modo para a 
tutela de interesses próprios” (...), “levar o 
contrato ao registro de títulos e documentos 
para ter validade perante terceiros”. (Orlando 
Gomes, 1997, p. 6). Ex.: CPC, art. 333, inciso I. 
○ Estado de Sujeição: “Não há 
saída, pois a pessoa tem que se 
sujeitar àquela situação, como 
indica a sua própria 
denominação” (Flavio Tartuce) 
○ Ex.: CC, arts. 1.521, 1.550, 
1.647 e 1.649) 
Direitos 
Subjetivos Dever 
Direitos 
Potestativos 
Estado de 
Sujeição
AS FONTES 
OBRIGACIONAIS 
○ Meios pelos quais se forma ou se estabelecem as 
normas jurídicas. 
à Fontes diretas: lei, costumes etc.. 
à Fontes indiretas: analogia, jurisprudência, 
princípios gerais do direito, doutrina, equidade. 
a) lei – é a fonte primária ou imediata de obrigações, 
como constitui fonte principal de nosso Direito 
(Maria Helena Diniz, 2002 p.44). Orlando Gomes 
entende que a lei deve vir acompanhada de um 
fato jurídico para ser considerada como fonte 
obrigacional. 
d) Atos unilaterais – declarações unilaterais de vontade. Previsto no 
Código Civil, ex.: promessa de recompensa, gestão de negócios, 
pagamento indevido e enriquecimento sem causa. 
e) Títulos de crédito –documentos que trazem em seu bojo, com 
caráter autônomo, a existência de uma relação obrigacional de 
natureza privada. 
b) Contratos – são tidos como fonte 
principal do direito obrigacional.(Flávio 
Tartuce) 
Ex.: Compra e venda, locação, mutuo, 
comodato, depósito, etc. Conceito de 
contrato: negócio jurídico bilateral ou 
plurilateral que visa a criação, 
modificação e extinção de direitos e 
deveres com conteúdo patrimonial. 
c) Os atos ilícitos e o abuso de direito –
importantes como fonte de direito 
obrigacional e aplicação prática. Gera o 
dever de indenizar, conforme CC, art. 
187. 
ATOS UNILATERAIS COMO FONTE DE 
DIREITO OBRIGACIONAL
○  Promessa de 
recompensa (CC, arts. 
854 a 860) 
○ Requisitos: 
a) a capacidade da pessoa que 
emite a declaração de vontade; 
b) a licitude e possibilidade do 
objeto; 
c) o ato de publicidade; 
Gestão de Negócios (CC, 
arts. 861 a 875) 
“Entende-se por gestão de 
negócios a atuação de um 
indivíduo, sem autorização 
d o i n t e r e s s a d o , n a 
administração de negócio 
alheio, segundo o interesse e 
a vontade presumível de seu 
d o n o , a s s u m i n d o a 
r e s p o n s a b i l i d a d e c i v i l 
perante este e as pessoas com 
que contratar” (Pablo Stolze 
e Rodolfo Pamplona) 
○ “ O gestor, que age sem mandato fica diretamente responsável 
perante o dono do negócio e terceiros com quem contratou” (Tartuce) 
○ A gestão é um ato jurídico informal. CC, 2002, art. 107. 
○ O gestor não tem direito a qualquer remuneração pela atuação 
(negócio jurídico benévolo), sob pena de responsabilização civil. CC, 
2002, art. 861. 
○ Alimentos: CC, art. 871. Boa-fé objetiva e dignidade da pessoa 
humana. 
○ Despesas de enterro: CC, art. 872.
☯Quando o dono do negócio retorna: 
☯ 1ª Opção: Concordando com a atuação do gestor, o dono 
deverá ratifica a gestão, convertendo-se a atuação em 
mandato (CC, art. 869). A ratificação do dono do negócio 
retroage ao dia do começo da gestão (extunc) art. 873. 
☯ 2ª Opção: Desaprovando a atuação do gestor, o dono 
poderá pleitear perda e danos, havendo, em regra, 
responsabilidade subjetiva do primeiro (CC, art. 874), o 
gestor poderá responder por caso fortuito quando fizer 
manobras arriscadas (CC, art. 868). Só pode haver recusa 
se provar que a atuação não foi realizada de acordo com os 
seus interesses diretos. 
PAGAMENTO INDEVIDO (ARTS. 876 A 883)
○ Silvio Rodrigues: enriquecimento sem 
causa é gênero, pagamento indevido é 
espécie. 
○ Quem paga indevidamente pode pedir 
restituição, desde que prove o erro. CC, 
art. 877 
○ Exceção: o consumidor não tem contra ele 
o ônus de provar o suposto erro. 
○ Súmula STJ nº. 322 Para a repetição de 
indébito, nos contratos de abertura de 
crédito em conta-corrente, não se exige 
prova do erro.
○ Frutos, acessões, 
benfeitorias e deteriorações: 
CC, art. 879, aplicando a regra 
do possuidor de boa e má-fé (CC, 
arts. 1.214 e 1.222) 
 
○ Imóvel recebido e alienado a 
título oneroso: CC, art. 879. 
Mesma forma, aplica-se regra da 
boa e má-fé só que nos moldes 
dos arts. 402 a 404 do CC. 
Presunção da boa-fé objetiva do 
consumidor: 
Art. 4º III CDC, Lei nº 8.078/90 
Princípio do Protecionismo: 
Art. 1º CDC, Lei nº 8.078/90 
à Ação reivindicatória 
será julgada procedente: 
○ Se o bem ainda se 
encontra em poder do 
alienante; 
○ Se o alienante transferiu 
o bem a título gratuito; 
○ Se o alienante transferiu 
o bem a título oneroso a 
terceiro adquirente de 
má-fé.
Em relação ao alienante, os 
efeitos jurídico serão: 
Se agiu 
de boa-fé
Deve entregar apenas o 
valor recebido ao 
proprietário 
Se agiu de 
má-fé
Deve entregar o valor 
recebido e pagar as perdas 
e danos ao proprietário
Isenção de pagamento: CC, 2002. Art. 880. 
  
Indenização pelo lucro obtido: CC,2002 Art. 881. 
DUAS MODALIDADE DE PAGAMENTO INDEVIDO
○ ( P a b l o S t o l z e e R o d o l f o 
Pamplona) 
○ Pagamento objetivamente 
indevido: feito quando nada é 
devido, havendo erro quanto à 
ex i s t ênc ia ou ex t inção da 
obrigação. São exemplos os casos 
envolvendo débito inexistente ou 
débito inferior ao valor pago; 
○ Pagamento subjetivamente 
indevido: feito à pessoa errada, a 
alguém que não é credor. Em tais 
casos, a máxima quem paga mal 
paga duas vezes não impedea 
propositura de ação de indébito, 
d i a n t e d a v e d a ç ã o d o 
enriquecimento sem causa. 
✓não cabe repetição em dobro 
do valor pago indevido (regra 
geral); 
✓pode pedir juros, custas, 
honorários e despesas 
processuais; 
✓presente má-fé cabe perdas 
e danos; 
✓artigo 940 do CC permite 
repetição em dobro do valor 
pago no casos de cobrança 
indevida; 
✓artigo 42, § único do CDC, 
também permite pleitear em 
dobro o valor pago. 
OBRIGAÇÃO 
INCOMPLETA
➔ não se pode pleitear repetição de indébito: 
○ Pagamento de dívida prescrita (CC, art. 882) 
○ Dívida judicialmente inexigível (CC, art. 883) 
○ Empréstimo para jogo ou aposta feito no ato de se 
apostar (CC, art. 815) 
○ Mútuo feito à pessoa menor (CC, art. 588) 
○ Juros não estipulados (CC, art. 591)
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA 

ARTS. 884 A 886
○ Baseado no princípio da eticidade, visando o equilíbrio patrimonial e 
a pacificação social. 
○ “Referiu-se já que a proibição do enriquecimento injustificado 
constitui um dos princípios constitutivos do nosso Direito Civil. Com 
base nele, podem-se justificar inúmeros institutos, como o 
cumprimento dos contratos, a garantia contra vícios da coisa, a 
resolução por incumprimento, a alteração das circunstâncias e a 
excepção de não cumprimento do contrato.” (Luiz Manuel Telles de 
Menezes Leitão, 2006, p. 401) 
○ O Direito civil contemporâneo, baseado especialmente na boa-fé, da 
função social das relações obrigacionais, ditames sociais e éticos, não 
admite conduta baseada na especulação, no locupletamento sem 
razão, dai que o enriquecimento sem causa é fonte do direito 
obrigacional. 
○ Pressuposto da ação para afastar o 
enriquecimento sem causa: 
○ o enriquecimento do accipiens (de quem recebe); 
○ o empobrecimento do solvens(de quem paga); 
○ a relação de causalidade entre o enriquecimento e 
o empobrecimento; 
○ a inexistência de causa jurídica prevista por 
convecção das parte ou pela lei; e 
○ inexistência de ação específica.
○ I Jornada de Direito Civil 
 Enunciado 35- Art. 884: A expressão “se enriquecer à 
custa de outrem” do art. 886 do novo Código Civil não 
significa, necessariamente, que deverá haver 
empobrecimento. 
○ II Jornada de Direito Civil 
 Enunciado 36 – “ O art. 886 do novo CC não exclui o 
direito à restituição do que foi objeto de enriquecimento 
sem causa nos casos em que meios alternativos 
conferidos ao lesado encontram-se obstáculos de fato.” 
○ III Jornada de Direito Civil 
 Enunciado 188 - Art. 884: A existência de negócio 
jurídico válido e eficaz é, em regra, uma justa causa 
para o enriquecimento.
Enriquecimento sem causa Enriquecimento ilícito
Falta uma causa jurídica para o 
enriquecimento 
O enriquecimento está fundado num 
ato ilícito 
àTodo enriquecimento ilícito é sem causa, mas nem todo 
enriquecimento sem causa é ilícito. CC/2002, art. 886. 
Enunciado 36 –O art. 886 do novo Código Civil não exclui o direito 
à restituição do que foi objeto de enriquecimento sem causa nos 
casos em que os meios alternativos conferidos ao lesado encontram 
obstáculos de fato. 
  
à não caberá restituição por enriquecimento sem causa, sempre 
que existir no ordenamento jurídico norma específica que respalde 
a obrigação de indenizar. 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
● Como fonte das obrigações civis. Pequena 
abordagem 
○ CC/2002, art. 887 
  
○ Títulos de Créditos: matéria de Direito Empresarial 
○ Títulos de Créditos atípicos, inominados ou 
impróprios: não regulados em lei específica, segue 
art. 903 do CC. 
○ Duplicata: Lei nº. 5.474/1968 
○ Cheque: Lei nº. 7.357/1985 
○ Código Civil nos artigos 887 a 926 fixou requisitos 
mínimos para os títulos de créditos inominados. 
TABELA COMPARATIVA 
Direitos Reais Direitos obrigacionais 
Absoluto (eficácia erga omnes) Relativo (eficácia inter partes) 
Atributivo (um só sujeito) Cooperativo (conjunto de sujeitos) 
Imediatividade Mediatividade 
Permanente Transitório 
Direito de sequela Apenas tem o patrimônio do 
devedor como garantia 
Numerus Clausus Numerus Apertus
Jus in re (direito à coisa) Jus ad rem (direito a uma coisa)
Objeto: a coisa Objeto: a prestação 
PRINCIPAIS 
CLASSIFICAÇÕES 
DAS OBRIGAÇÕES 
○ Quanto ao conteúdo do objeto 
principal: 
○ Quanto à presença de 
elementos obrigacionais: 
○ Quanto à divisibilidade (ou 
indivisibilidade) do objeto 
obrigacional: 
○ Quanto ao conteúdo; 
○ Quanto à liquidez: 
○ Quanto à presença ou não de 
elemento incidental: 
○ Quanto à dependência: 
○ Quanto ao local para 
cumprimento; 
○ Quanto ao momento para 
cumprimento; 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO 
DO OBJETO OBRIGACIONAL 
○ Positiva 
○ Ação 
○ Comissão 
○ Dar/entregar ou fazer 
○ Negativa 
○ Abstenção 
○ Omissão 
○ Não fazer 
OBRIGAÇÃO POSITIVA DE DAR
○ Obligatio ad dandum 
○ O sujeito obriga-se a entregar coisa certa ou incerta. 
○ Intenção de transmissão de propriedade de uma 
coisa móvel ou imóvel; 
○ Obrigação específica: obrigação de dar coisa 
certa; 
○ Obrigação genérica: obrigação de dar coisa 
incerta;
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA 
CERTA 
○ Arts. 233 a 242 do CC/02 
○ Obrigação específica 
○ Art. 313, CC/02 à Nemo aliud pro alio invito creditore 
solvere potest - “Ninguém pode pagar uma coisa por outra 
contra a vontade do credor.” 
○ Informativo nº 465 do STJ – mesmo sentido 
○ art. 233 do CC/02 à accessorium sequitur principale – 
principio da gravitação jurídica (art.92 a 97) 
○ Art. 234 - Res perit domino – a coisa perece para o 
dono. 
Resolver = voltar a situação primitiva sem 
conseqüências jurídicas; 
1) Sem culpa à caso fortuito ou força maior. 
2) Com culpa à dolo (lato sensu) e sem dolo 
(stricto sensu) imprudência, negligência ou 
imperícia. 
○ Hipótese de responsabilização pela perda do objeto 
mesmo na hipótese de caso fortuito ou força maior . 
a) devedor em mora (art. 399); 
b) previsão contratual (art. 393) 
○ Art. 234 CC/02 
Com culpa + perda da coisa = resolução + perdas e 
danos 
Perdas e danos = danos emergentes (ou positivos) + 
lucros cessantes (ou danos negativos) – art. 402 CC/02 
Danos morais = art. 5º, V e X da CF/88 
○ Art. 235 CC/02 
Sem culpa - Coisa deteriorada ou desvalorizada 
Resolver a obrigação – sem perdas e danos 
Ficar com a coisa com desconto (valor do perecimento)
○ Art. 236 CC/02 - Com culpa – perecimento da coisa; 
1) pagar valor da coisa + perdas e danos (materiais e 
morais) 
2) aceitar a coisa deteriorada + perdas e danos 
o Art. 237 CC/02 – até a tradição, pertence ao devedor o 
melhoramento (frutos e acessórios) da coisa: 
1) Poderá exigir seu aumento de valor; 
2) Poderá resolver a obrigação. 
Cômodos obrigacionais – veda o enriquecimento sem 
causa – sinalagma obrigacional 
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA 
CERTA 

ARTS. 238 A 242
O devedor deve restituir coisa que não lhe 
pertence - perda da coisa antes da tradição 
Art. 238 
Sem culpa –à res perit domino – a coisa perece 
para o dono + resolver. 
Art. 239 
Com culpa à valor da coisa + perdas e danos 
○ Art. 240 - deteriorações da coisa a restituir: 
Sem culpa à o credor recebe a coisa no estado 
sem indenização (art. 1.217); 
Com culpa à valor da coisa + perdas e danos 
(art. 239) 
Enunciado 15 do CJF “as disposições do art. 236 do 
CC/02 também são aplicáveis à hipótese do art. 
240, in fine”. 
 Art. 241 – melhoramento da coisa a restituir – se a 
coisa perece para o dono, o melhoramento também. 
Art. 242 – regras das benfeitorias (art. 1.219)
OBRIGAÇÃO DE DAR 
COISA INCERTA 

ART. 243 A 246 
✓ Art. 243 - Obrigação genérica à gênero e quantidade; 
✓ Objeto determinável à art. 104, II CC/02 
✓ Art. 244 leia-se com arts. 884 a 886 do CC/02 
✓ Função social dos contratos – art. 2.035 do CC
✓ Princípio da equivalência das 
prestações; 
✓ Art. 245 - Após a escolha vira 
obrigação específica. 
✓ Art. 246 – genus nunquam perit – 
o gênero nunca perece – a coisa 
incerta nunca perece
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA 

ART. 243 A 246 
OBRIGAÇÃO POSITIVADE 
FAZER

ART. 247 A 249
Obligatio ad faciendum 
Dar vs Fazer – “o dar não é um fazer, pois caso 
contrário não haveria nunca a obrigação de dar.” 
Tartuce 
Obrigação de fazer fungível à pode ser cumprida 
por outra pessoa (art. 633 e 634 do CPC) 
Obrigação de fazer infungível à personalíssima 
ou intuitu personae
○ Antes da indenização o credor poderá requerer a 
obrigação de fazer por meio (art. 461 e 645 do CPC 
e art. 84 do CDC): 
1) Ação específica com fixação de multa; 
2) Astreintes 
Art. 247 – obrigação de fazer 
converte-se em obrigação de dar + 
perdas e danos = materiais (arts. 402 
a 404 do CC/02) e morais (art. 5º. V e 
X da CF/88);
○ Art. 248 – sem culpa – resolve a obrigação 
 - com culpa – perdas e danos 
○ Exceção – devedor em mora – art. 399 
○ Art. 249 - obrigação fungível substituível e cumprida por terceiro 
às custas do devedor originário. 
○ Parágrafo único art. 249 - autotutela civil – ou justiça com as 
próprias mãos. (controvertido) 
OBRIGAÇÃO NEGATIVA DE NÃO FAZER 
○ Arts. 250 e 251 do CC/02 
○ Única obrigação negativa do direito; 
 
○ Objeto: abstenção de uma conduta; 
○ Inadimplemento, regra: art. 390 do CC/02 
○ Maioria das vezes é: 
○ infungível – personalíssima; 
○ indivisível por sua natureza - art. 258 do CC/02;
○ Art. 250, CC/02. – sem culpa – extingue 
a obrigação; 
○ A origem da obrigação de não fazer 
pode ser 
à Legal - ex.: art. 1.301 e 1.303 do CC/
02; 
à Convencional - ex.: contrato de sigilo 
 industrial (secret agreement) 
○ Art. 251, CC/02. 
○ Irreversíveis – só cabe perdas e danos 
○ Reversíveis – desfazimento do ato mais 
perdas e danos 
§ único art. 251 CC/02 
Autotutela civil 
* c/c art. 187 CC/02 
* c/c Enunciado 37 do CJF/STJ 
* Súmula 410 do STJ 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO 
À PRESENÇA DE 
ELEMENTOS 
OBRIGACIONAIS 
Simples
Singularidade de objetos – um credor, um devedor, uma 
prestação
• Facultativa 
Possui somente uma prestação, acompanhada pela faculdade a 
ser cumprida pelo devedor 
Composta
Pela Multiplicidade de 
objetos 
• Cumulativas ou conjuntivas 
• Alternativas ou disjuntivas
Pela multiplicidade do 
sujeitos
Solidárias (ativa, passiva e 
mista) 
DAS OBRIGAÇÕES COMPOSTAS 
OBJETIVAS 
○ Obrigação Composta Objetiva 
Cumulativa ou Conjuntiva 
à O sujeito passivo deve cumprir todas 
as prestações previstas, sob pena de 
inadimplemento total ou parcial. 
à Identificada pela conjunção à e 
à Ex.: arts. 22 e 23 da Lei 8.245/91 
(Locação) 
DAS OBRIGAÇÕES COMPOSTAS 
OBJETIVAS 
○ Obrigação Composta Objetiva 
Alternativa ou Disjuntiva 
à Arts. 252 a 256 CC/02 
à Possui mais de um conteúdo ou 
prestação; 
à Identificada pela conjunção à ou 
 
○ § 3º do art. 252, CC/02 
○ Princípio da Operabilidade e Efetividade 
○ Miguel Reale – ontognoseologia jurídica à “a lei 
determina que o aplicador do direito estranho a 
relação se pronuncie” 
○ Crítica à tendência: desjudicialização dos 
conflitos 
○ §4º do Art. 252, CC/02 à opção de terceiro 
○ Art. 253, CC/02 à Culpa do devedor + impossibilidade de todas as 
prestações + escolha não cabe ao credor = valor das prestação que 
último se impossibilitou + perdas e danos 
○ Art. 255, CC/02 à Opção de escolha do credor 
 
a) Exigir a prestação restante ou subsistente mais perdas e danos;
b) Exigir o valor da prestação que se perdeu sem prejuízo da 
reparação material e moral (perdas e danos);
a) Exigir a prestação restante ou subsistente mais perdas e 
danos, ou;
b) Exigir o valor da prestação que se perdeu, sem prejuízo da 
reparação material e moral (perdas e danos) 
○ Culpa do devedor + Impossibilidade de uma das 
prestações + Escolha cabe ao credor = Prestação 
subsistente ou o valor das prestações que se perdeu + 
perdas e danos 
○ Culpa do devedor + Impossibilidade de todas das 
prestação + Escolha cabe ao credor = Valor de 
qualquer uma das prestações + Perdas e danos 
 Art. 256, CC/02 à sem 
culpa do devedor = 
extinção da obrigação 
DAS OBRIGAÇÕES COMPOSTAS 
SUBJETIVAS: OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS 
☞ Arts. 264 a 266, CC/02 à Regras Gerais 
☞ Arts. 267 a 274, CC/02 à Solidariedade 
Subjetiva Ativa – vários credores 
☞ Arts. 275 a 285, CC/02 à Solidariedade 
Subjetiva Passiva – Vários devedores
☞ Solidariedade Subjetiva 
Mista – vários devedores e 
credores 
○ Art. 265, CC/02 à solidariedade legal ou convencional, 
voluntária – natureza obrigacional e relacionada com a 
responsabilidade civil contratual. 
☠Art. 942 caput e § único, CC/02 à responsabilidade civil 
extracontratual ou aquiliana 
• Art. 7º do CDC à Regra do CDC X art. 265, CC/02 
Exceção da codificação civil 
• Art. 827 e 828, CC/02 à Benefício da ordem - Fiador e 
devedor não são, em regra, devedores solidários 
• Conta bancária conjunta à informativo STJ nº 539 
Obrigação 
solidária pura ou 
simples
É aquela que não contém condição, 
termo ou encargo
Obrigação solidária 
condicional 
É aquela cujos efeitos estão subordinados a 
um evento futuro e incerto (condição)
Obrigação solidária 
a termo
É aquela cujos efeitos estão subordinados a 
evento futuro e certo (termo) 
Art. 266, CC/02 à numerus apertus 
Enunciado nº 347 – Art. 266. A solidariedade admite 
outras disposições de conteúdo particular além do rol 
previsto no art. 266 do Código Civil
DA OBRIGAÇÃO 
SOLIDÁRIA ATIVA 
○ Art. 267, CC/02 à qualquer dos credores (cocredores) 
pode exigir do devedor, ou dos devedores, o cumprimento 
da obrigação por inteiro, como se fosse um só credor. 
○ Origem Legal à art. 2º da Lei 8.245/91 
○ Origem Convencional à maiorias das vezes 
○ Art. 268, CC/02 à Prevenção judicial 
○ Art. 270, CC/02 à cessação da solidariedade – herdeiros 
do credor solidário 
☠Fracionável = termo p/ fins didáticos, pois obrigação 
solidária não se confunde com obrigação indivisível. 
✋Art. 273, CC/02 à exceções pessoais: erro, dolo, 
coação, estado de perigo e lesão, e as incapacidades 
em geral – o devedor não poderá opor essas defesas 
c o n t r a o s d e m a i s c r e d o r e s – n a t u r e z a 
personalíssima.
Art. 272, CC/02 
àr e l ação ex te rna : en t re 
credores e devedor(es) à 
não fracionável e, 
àRelação in te rna : en t re 
credores à fracionável 
○ Art. 274, CC/02 – Alterado CPC 
MArt. 201, CC/02 à suspensa a prescrição em favor 
de um dos credores solidários, só gerará efeitos aos 
demais se a obrigação for indivisível 
MArt. 204, §1º CC/02 à interrupção efetivada por 
um credor não aproveita os demais, salvo se a 
obrigação for solidária ativa 
DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA PASSIVA 
○ Arts. 275 a 285, CC/02 
○ O credor tem o direito de exigir e receber de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dívida em comum. 
○ Se o pagamento ocorrer de forma parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto do valor devido. 
✓ Opção de demanda – 
cobrar de um, vários ou 
todos 
✓ Enunciado 348 CJF/STJ 
✓ Origem legal (art. 2º Lei 
8.245/91 e art. 585, CC/02) 
ou convencional 
○ Art. 275, § único, CC/02 – afasta a tese da suppressio. 
○ Teoria dos Atos Próprios – Aldemiro Rezende Dantas 
Junior 
○ Venire contra factum proprium - elementos constitutivos: 
Violação da boa-fé objetiva - sujeito, comportando-se em 
contradição com o seu próprio comportamento anterior, 
frustrar a confiança que havia feito surgir no outro envolvido 
no negócio 
○ a) tu quoque: “até tu”, indicando a surpresa pelo fato de que 
alguém tente se beneficiar de sua própria irregularidade no 
agir 
○ b) suppressio - “inadmissibilidade de exercício de um direito 
por seu retardamento desleal. 
○ * http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp011983.pdf
○ Art. 276 – Morte do devedor, cessa a solidariedade 
(desde que divisível) 
○ Art. 277 –Pagamento parcial e remissão da dívida 
○ Art. 278 – Princípio da Relatividade dos efeitos 
contratuais – efeitos inter partes 
○ Art. 279 – Descumprimento da obrigação por culpa 
de um dos devedores – somente o culpado responde 
porperdas e danos; 
○ Art. 280 – Juros de mora 
○ Art. 281 – Exceções Pessoais – personalíssima 
○ Art. 283 – co-devedores e quotas 
○ Art. 284 – rateio entre os co-devedores 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DIVISIBILIDADE 
OU NÃO DO OBJETO OBRIGACIONAL 
○ Arts. 257 a 263 CC/02 
○ Classificação que só interessa se houver 
pluralidade de credores ou de devedores. 
☑ Obrigação Divisível: é aquela que pode ser 
cumprida de forma fracionada, ou seja, em partes. 
☑ Obrigação Indivisível: é aquela que não admite 
fracionamento quanto ao cumprimento. 
○ Art. 257 à presunção iuris tantum, admite prova 
em contrário; e concursu partes fiunt - os sujeito 
obrigacionais não terão direitos ou serão obrigados 
além da parte material da prestação assumida;
art. 258 à indivisibilidade, que pode ser: 
✓Natural: decorrente da natureza da prestação; 
✓Legal: decorrente de imposição de uma norma; 
✓Convencional: pela vontade das partes; 
Obrigação Solidária Obrigação Indivisível -
A solidariedade tem 
origem pessoal/subjetiva 
e decorre da lei ou de 
acordo das parte 
A indivisibilidade tem 
origem objetiva, da 
natureza do objeto da 
prestação 
Diferença aplicável tanto 
para a solidariedade 
ativa quanto passiva
Convertida em perdas e 
danos, é mantida a 
solidariedade 
Convertida em perdas e 
danos, é extinta a 
indivisibilidade
Diferença aplicável tanto 
para a solidariedade 
ativa quanto passiva 
Com a referida 
conversão, havendo culpa 
de apenas um dos 
devedores, todos 
continuam responsáveis 
pela dívida. Pelas perdas 
e danos, somente 
responde o culpado (ar. 
279 CC)
Com a conversão em 
perdas e danos, havendo 
culpa de apenas um dos 
devedores, ficarão 
exonerados totalmente os 
demais (art. 263, §2º do 
CC) Gustavo Tepedino e 
Anderson Scheiber 
Diferença relacionada 
apenas com a 
solidariedade passiva 
OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES 
○ Das obrigações civis e naturais 
○ Diferença entre as duas: exigibilidade de cumprimento 
– por meio de ação judicial 
Obrigação civil Obrigação natural 
Perfeita Imperfeita 
Elementos constitutivos: sujeito, 
objeto e vínculo jurídico 
Sem garantia, sem sanção, sem ação 
para fazer-se exigível 
Se cumprida: extinguem-se 
Se não cumprida: dá origem a 
responsabilidade patrimonial 
Se o devedor paga (voluntariamente) 
não pode pedir restituição - Soluti 
Retentio
Para exigir seu cumprimento o credor 
vale-se do Poder Judiciário 
Adquire eficácia jurídica através do 
seu adimplemento 
Constitui relação de direito Constitui relação de fato 
OBRIGAÇÃO NATURAL 
○ Constitui uma relação de fato sui generis – com o 
pagamento – será atraída para órbita jurídica sob 
um único efeito – soluti retentio 
○ Natureza jurídica: obrigação imperfeita. "A 
obrigação natural é um tertium genus , entidade 
intermediária entre o mero dever de consciência e 
a obrigação juridicamente exigível (...) a meio 
caminho entre moral e direito. É mais do que um 
dever moral, e menos que uma obrigação civil" 
Caio Mário 
CASOS DE OBRIGAÇÕES NATURAIS 
NO DIREITO BRASILEIRO 
○ Art. 814 CC/02 – dívidas de jogo 
○ Art. 882 CC/02 – proibição de repetição do 
indébito de dívida prescrita. 
○ Art. 564, III CC/02 – irrevogabilidade da doação 
○ “Ninguém deve por perder em jogo proibido, ou em 
aposta proibida. Quem perdeu em jogo não 
proibido, ou em aposta não proibida, deve, porém, 
contra essa pessoa não há pretensão nem ação.” 
Pontes de Miranda 
○ Obrigações Naturais atípicas 
○ Gorjetas e propinas 
○ Doações remuneratórias por serviços prestados. 
○ “O que move o solvens a dá-las não é um princípio de 
justiça, senão um sentimento de gratidão para com o 
accipiens pela atenção e esmero com que os serviços 
foram prestados” Sergio Carlos Covello 
EFEITOS DA OBRIGAÇÃO NATURAL 
☠ Controvertido 
☠ 1) “A obrigação natural produz todos os efeitos 
que a obrigação civil” 
☠ 2) “O único efeito que a obrigação natural 
produz é a irrepetibilidade do pagamento”. Art. 
2.035 CC/02 
➔Validade no seu pagamento 
➔Irrepetibilidade (soluti retentio) 
➔Obrigação natural pode ser cumprida mediante 
dação em pagamento (art. 356 CC/02) 
M Controvertido 
MNão comportam novação – pois seu pagamento não pode ser 
exigido compulsoriamente (Washington de Barros Monteiro, 
Maria Helena Diniz) Art. 360 
M Comportam novação, pois a obrigação natural ganha 
substrato jurídico no momento do seu cumprimento (Silvio 
Venosa, Sergio Carlos Covello) – pacta sunt servanda 
M Não controvertido 
☠Execução parcial da obrigação natural não autoriza o credor 
a reclamar o pagamento restante. 
☠ Obrigação Natural não comporta fiança – de natureza 
acessória e segue o destino da principal. 
☠ Obrigação Natural não se constitui penhor 
ou outro direito real. 
✋ Compensação de obrigação natural com obrigação civil 
– não é admitida pela doutrina!!! Art. 368 CC/02 
justificativa (art. 369 CC/02) Necessidade da 
exigibilidade 
✋ “O crédito compensado pela parte que requer a 
compensação há de ser plenamente válido e exigível” 
Karl Larenz 
✋ A dívida deve estar vencida. “Não se compensação as 
dívidas se uma delas ainda não se venceu ou não é, por 
qualquer razão exigível” Silvio Rodrigues 
✓ Compensação Convencional à resulta de acordo de 
vontade (quando não incidem nas compensações legais) 
– pela convenção celebrada, dívida ilíquida e não 
vencida (inexigível) passa a compensar-se com dívida 
líquida ou vencida. 
OBRIGAÇÃO DE MEIO E DE RESULTADO 
Quanto ao fim a que se destina. 
○ Obrigação de meio: devedor promete empregar seus 
conhecimentos, meios e técnicas para obtenção de 
determinado resultado, sem se responsabilizar por ele 
(advogado e médicos). 
○ Obrigação de resultado: o devedor dela se exonera 
quando o fim prometido é alcançado (estética, 
transporte e empreiteiro). 
MObrigação de meio: agindo com culpa (negligência 
ou imperícia) 
MObrigação de resultado: ônus de demonstrar força 
maior, caso fortuito, culpa exclusiva da vítima ou 
fato exclusivo de terceiro. 
MArt. 735 CC/02 
MSúmula 187 STF 
Não cumprimento 
responsabilidade
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA
○ “Visa a eliminar um risco que pesa sobre o credor, 
ou as suas consequências.” Carlos Roberto 
Gonçalves 
○ Ex.: Segurador e fiador 
○ Ex.: Contratante: vícios redibitórios dos contratos 
comutativos (art. 441 CC/02) 
○ Ex.: Alienante: evicção nos contratos onerosos de 
transferência de propriedade ou posse (art. 447 CC/
02) 
○ ..”É aquela que se destina a propiciar maior segurança ao credor, ou 
eliminar o risco existente em sua posição, mesmo na hipótese de 
fortuito ou força maior, dada sua natureza”. Carlos Alberto Bittar 
OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, 
DIFERIDA OU CONTINUADA 
Quanto ao momento em que devem 
ser cumpridas 
○ De execução instantânea ou momentânea: se 
consuma num só ato, é cumprida logo após sua 
constituição. Ex.: compra e venda à vista. 
○ De execução diferida: o cumprimento realizado 
num só ato, só que em momento futuro. Ex.: entrega 
em data posterior a compra. 
○ De execução continuada, periódica, ou de trato 
sucessivo: se cumpre por meio de atos reiterados 
DAS OBRIGAÇÕES PURA E SIMPLES 
☯ Elementos essenciais (essentialia negotii): estruturais, 
indispensáveis à existência do ato e que lhe forma a 
substância: declaração de vontade, a coisa, o preço e o 
consentimento (res, pretium et consensus) 
☯ Elementos naturais (naturalia negotii): consequências 
ou efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, 
sem necessidade de expressa menção (art. 441, 447 e 327 
CC/02) 
☯ Elementos acidentais (accidentalia negotii): 
estipulações acessórias, facultativamente firmados pelas 
partes, que alteram as consequências naturais do ato: 
Condição, termo e encargo ou modo. 
Quantos aos elementos 
incidentais, as obrigações se 
dividem em:
○ Puras e simples, 
○ Condicionais, 
○ A Termo 
○ Modais ou com encargo 
○ Elementos acidentais 
alteram os efeitos dos 
negóciosjurídicos. São 
cláusulas, declarações 
unilaterais, ou pela 
vontade das partes que 
modificam a eficácia ou sua 
abrangência. 
○ “Obrigações Pura e 
Simples são as não 
sujeitas a condição, termo 
ou encargo. São as que logo 
que contraídas, como 
sucede normalmente nos 
negócios inter vivos e pode 
ocorrer também nos 
negócios causa mortis” 
Carlos Roberto Gonçalves
OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS 
★ São condicionais as obrigações cujo efeito 
está subordinado a um evento futuro e 
incerto.
★ Condição é o acontecimento futuro e incerto 
que depende a eficácia do negócio jurídico 
(art. 121)
★ Requisitos:
i) cláusula voluntária; ii) acontecimento futuro; 
iii) seja incerto.
★Se classificam quanto a sua: 
a) Licitude (art. 122) 
b) Possibilidade (art. 124)
c) Fonte de onde promanam: Causais (dependem 
do acaso, fortuito. Ex.: chuva), simplesmente 
potestativas (dependem da vontade de uma das 
partes) e mistas (dependem simultaneamente 
da vontade de uma das partes e de um terceiro). 
d) Modo de atuação: suspensivas (impedem que 
o ato produza efeitos até a realização do evento 
futuro e incerto) e resolutiva (extingue, resolve o 
direito transferido pelo negócio, ocorrido o evento 
futuro e incerto. 
○ As Condições podem ser consideradas:
○ Pendente: enquanto não se verídica ou não se 
frustra o evento futuro e incerto.
○ Implemento: verificação da condição.
○ Frustração: quando não ocorre a condição. 
○ Condição resolutiva: pode ser expressa ou tácita 
(art. 474 e 475).
○ Outros exemplos:
○ Art. 106 – impossibilidade inicial do objeto por 
condição
○ art. 199 – não corre prescrição pendente condição
○ Art. 234 – perda da coisa, obrigação de dar coisa 
certa
○ Art. 266 – obrigação solidária 
OBRIGAÇÕES A TERMO (OU A PRAZO) 
○ É aquela em que as partes subordinam os efeitos do 
negócio jurídico a um evento futuro e certo. 
○ Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia 
do negócio jurídico. 
○ Termo convencional – cláusula contratual que subordina 
a eficácia do negócio a evento futuro e certo. 
○ Termo de direito - decorre da lei 
○ Termo de graça – dilação de prazo concedida ao devedor 
○ Termo inicial ou suspensivo (dies a quo); Termo final ou 
resolutivo (dies ad quem) 
OBRIGAÇÕES MODAIS OU COM ENCARGO
○ É a que se encontra onerada por cláusula acessória, 
que impõe um ônus ao beneficiário de determinada 
relação jurídica. 
○ Exemplos no Código Civil ... 
○ Art. 136 – o encargo não suspende a aquisição 
○ Art. 553 – o donatário é obrigado a cumprir os 
encargos da doação 
○ Art. 1.939 – aos legatário, no legado com encargo 
○ Art. 562 – revogação da doação onerosa por 
inexecução do encargo 
DAS OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS 
○ "Considera-se líquida a obrigação certa, quanto à 
sua existência, e determinada, quanto ao seu 
objeto (...). A obrigação é ilíquida quando, ao 
contrário, o seu objeto depende de prévia 
apuração, pois seu valor ou montante apresenta-
se incerto." Carlos Roberto Gonçalves 
○ Deve ser convertida em obrigação líquida pelo 
juízo em processo de liquidação. (Art. 586 CPC) 
○ Quantum debeatur 
O ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 

TEORIA DO PAGAMENTO 
DO PAGAMENTO DIRETO
○ “ Pagamento, cumprimento ou adimplemento 
obrigacional tem-se a liberação total do devedor em 
relação ao vínculo obrigacional”. Flávio Tartuce 
○ Teoria do Pagamento 
I. Pagamento Direto 
- Elementos subjetivos – Quem paga e quem recebe? 
- Elementos objetivos – O que se paga e como paga? 
- Lugar do Pagamento – Onde se paga? 
- Tempo do Pagamento – Quando se paga? 
II. Regras especiais de pagamento – atos unilaterais 
- Pagamento em consignação 
- Imputação do pagamento 
- Sub-rogação legal 
III. Formas de pagamento indireto – atos bilaterais ou 
negócios jurídicos: 
- Sub-rogação convencional 
- Dação em Pagamento 
- Novação 
- Compensação 
- Confusão 
- Remissão 
 
PAGAMENTO DIRETO 
○ Elementos Subjetivos do pagamento direito. 
○ Solvens à quem deve pagar 
○ Accipiens à a quem se deve pagar 
○ Não utilizar os termos devedor e credor (outras 
pessoas que não o devedor podem pagar e outras 
que não o credor podem receber. 
DO SOLVENS OU “QUEM DEVE PAGAR” 
○ Arts. 304 a 307 do CC/02 
○ Regra geral: quem deve pagar é o devedor. 
○ Oposição do credor em receber: art. 334, CC/02 c/c 
art. 890, CPC - consignação em pagamento. 
○ Terceiro interessado na dívida: fiador, avalista, 
herdeiro. Sub-roga-se automaticamente nos 
direitos do credor, ações, exceções e garantias que 
detinha o credor originário. 
○ Art. 346, III, CC/02: sub-rogação legal ou 
automática 
○ Interesse patrimonial X interesse afetivo (pai que paga a 
dívida do filho) 
○ Terceiro não interessado paga em seu próprio nome: 
direito a reembolso, porém, não sub-roga-se aos 
direitos; art. 305 
○ Terceiro não interessado paga em nome e conta do 
devedor, sem oposição deste, não terá direito a nada. 
Art. 304 
DO ACCIPIENS OU “A QUEM SE DEVE 
PAGAR”
○ Arts. 308 a 312 CC/02 
○ Regra geral: o accipiens será o credor, pode ser 
representante com poderes (ou sucessores) – art. 
308 
○ Lei fala em “validade” mas o pagamento se resolve 
no plano da eficácia. 
○ Enunciado 425 CJF: “O pagamento repercute no 
plano da eficácia, e não no plano da validade como 
preveem os arts. 308, 309 e 310 do Código Civil.”
○ Art. 309 à credor putativo – teoria da 
aparência 
○ Quem paga mal, paga duas vezes – art. 310 e 
312 CC
Repetição de indébito 
(actio in rem verso) aquele que 
pagou ingressa contra aquele 
que recebeu indevidamente 
 (regras do pagamento 
indevido e 
enriquecimento sem causa – 
socialidade e eticidade). 
DO OBJETO E DA PROVA DE PAGAMENTO 

O QUE SE PAGA E COMO SE PAGA 
○ Arts. 313 a 326 do CC/02 
○ Objeto do pagamento: prestação. 
○ Art. 314 à Princípio da identidade física da 
prestação (exceção: moratória legal à art. 745 A 
do CPC) . 
○ Art. 315 à Princípio do nominalismo (dívidas 
em dinheiro – obrigação pecuniária) 
○ Art. 316 à cláusula de escala móvel ou cláusula 
de escalonamento 
MImportante: Decreto 22.626/1933 – Lei de Usura 
em vigor, consagra: função social do contrato, boa-
fé objetiva e vedação ao enriquecimento sem 
causa, juros abusivos e anatocismo. 
MArt. 2º, §1º da Lei 10.192/2001 - É nula de pleno 
direito qualquer estipulação de reajuste ou correção 
monetária de periodicidade inferior a um ano. 
oArt. 317 à Teoria da Imprevisão – revisão 
contratual por fato superveniente, imprevisível 
somado a uma onerosidade excessiva. 
○ Art. 318 à Cláusula-ouro e obrigação valutária 
○ Exceção: 
- Art. 1º da Lei 10.192/2001; 
- Art. 2º do Decreto Lei nº 857/69; 
- Art. 6º da Lei 8.880/94 
○ Antinomia jurídicas: lex specialis derogat legi generali 
○ PROVA DO PAGAMENTO 
○ à RECIBO 
○ Art. 320 
- Valor expresso da obrigação 
- Especificidade da dívida quitada 
- Identificação do devedor ou de quem paga no seu lugar 
- Tempo e lugar de pagamento 
- Assinatura do credor ou o seu representante, dando 
quitação total ou parcial 
○ Presunção de pagamento - (iuris 
tantum) Art. 322 a 326 
 
○ Se a obrigação for de trato 
sucessivo, por meio de quotas 
periódicas, a quitação da última 
estabelece, até prova em contrário, 
a presunção de estarem solvidas 
as anteriores; 
○ a quitação do capital sem a 
reserva dos juros, estes se 
presumem pagos. Como se sabe, os 
juros são bens acessórios (princípio 
da gravitação jurídica). 
○ A entrega do título ao devedor 
firma a presunção relativa do 
pagamento. Mas ficará sem efeito 
a quitação operada pela entrega do 
título, se o credor provar, em 
sessenta dias, a falta do 
pagamento 
○ Por regra, presumem-se a cargo do 
devedor as despesas com o 
pagamento e a quitação 
○ Se houver o pagamento por 
medida ou peso, deve-se entender, 
no silêncio das partes, que 
aceitaram os critérios do lugar da 
execução da obrigação (alqueire e 
hectare) 
LUGAR DO PAGAMENTO 
"É o lugar do cumprimento da 
obrigação, em regra estipuladono 
título constitutivo do negócio 
jurídico, ante ao princípio de 
liberdade de eleição". Maria Helena 
Diniz 
CLASSIFICAÇÃO DO LUGAR DO 
PAGAMENTO 
○ Obrigação Quesível ou Quérable: o 
pagamento deve ocorrer no domicílio do 
devedor. Regra geral – art. 327 CC/02 
○ Obrigação Portável ou Portable: é a 
situação em que se estipula, por força do 
instrumento negociar ou pela natureza da 
obrigação, que o local do cumprimento da 
obrigação será o domicílio do credor, ou de 
terceiros. 
○ Designado dois ou mais lugares, caberá ao 
credor escolher entre eles (art. 327, parágrafo 
único) 
○ Se o pagamento consistir na tradição de um 
imóvel, ou em prestações a ele relativas, far-se-
á onde está situado o bem (art. 328 do CC) 
○ Art. 329 do CC – Mitiga a força obrigatória dos 
da convenção – pacto sunt servanda (eficácia 
interna da função social) – princípio da 
socialidade e da operacionalidade (motivo 
grave). 
○ Art. 330 do CC – Princípio da boa-fé objetiva e 
eticidade. 
○ Supressio (Verwirkung) – supressão, renúncia tácita, 
de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não 
exercício com o passar dos tempos. Perda de um 
direito do credor. 
○ Surrectio (Erwirkung) – Surgimento de um direito ao 
devedor (surreição), direito que não existia até então, 
com a efetividade social ou costumes passa a existir. 
○ Interação simbiótica – boa-fé objetiva e função social – 
art. 113 do CC (Miguel Reale – "artigo chave do 
Código Civil) 
"DESDOBRANDO-SE ESSA NORMA EM 
SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS, 
VERIFICA-SE QUE ELA CONSAGRA A 
ELEIÇÃO ESPECÍFICA DOS NEGÓCIOS 
J U R Í D I C O S C O M O D I S C I P L I N A 
PREFERIDA PARA A REGULAÇÃO 
GENÉRICA DOS FATOS JURÍDICOS, 
SENDO FIXADAS DESDE LOGO, A 
ETICIDADE DE SUA HERMENÊUTICA, 
EM FUNÇÃO DA BOA-FÉ, BEM COMO A 
SUA SOCIALIDADE, AO FAZER ALUSÃO 
A O S ' U S O S D O L U G A R D E S U A 
CELEBRAÇÃO'". MIGUEL REALE 
DO TEMPO DO PAGAMENTO 
○ "O vencimento é o momento em que a obrigação 
deve ser satisfeita, cabendo ao credor a faculdade 
de cobrá-la". 
○ Obrigação instantânea ou de execução imediata 
(pagamento à vista); 
○ Obrigação diferida (pagamento feito de uma vez, 
só que no futuro); 
○ Obrigação de execução periódica (pagamento de 
trato sucessivo no tempo) 
○ O credor não pode exigir o pagamento antes do vencimento; 
○ O devedor não pode pagar após o vencimento (mora ou 
inadimplência = responsabilidade contratual do sujeito 
passivo 'Haftung'. 
○ Art. 331 – presunção de obrigação instantânea. 
○ Art. 332 – obrigações condicionais – efeitos estão 
subordinados a evento futuro e incerto (diferente da 
obrigação diferida – evento futuro e certo). 
○ Art. 333 – vencimento antecipado do débito 
○ Art. 1.425 – vencimento antecipado da dívida 
garantida na hipoteca. 
○ 
DO ADIMPLEMENTO OBRIGACIONAL 
TEORIA DO PAGAMENTO – 2ª PARTE
○ Regras especiais de pagamento; 
○ Pagamento indireto 
○ Extinção Obrigacional sem pagamento 
○ Atos unilaterais – Consignação em Pagamento, da 
Imputação e Sub-rogação Legal. 
○ Negócios Jurídicos ou Atos Bilaterais – Sub-
Rogação Convencional, Dação em Pagamento, 
Novação, Compensação, Remissão e na Confusão 
Obrigacional. 
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO 
DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
" . . . ins t i tuto jur íd ico co locado à 
disposição do devedor para que, ante o 
obstáculo ao recebimento criado pelo 
c r e d o r o u q u a i s q u e r o u t r a s 
c i r c u n s t â n c i a s i m p e d i t i v a s o 
pagamento, exerça, por depósito da 
coisa, o direito de adimplir a prestação, 
liberando-se do liame obrigacional". 
(Gagliano, Pablo Stolze e Pamplona, 
Rodolfo) 
○ Direito Material – art. 334 a 345 do CC/02 
○ Direito Processual – art. 890 a 900 do CPC 
○ Devedor – consignante 
○ Credor – consignatário 
○ Objeto – consignado 
○ Natureza Jurídica: pagamento indireto da 
prestação – forma de extinção da obrigação 
HIPÓTESES DE OCORRÊNCIA 
Art. 335. A consignação tem lugar: 
○ I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, 
ou dar quitação na devida forma; 
○ II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e 
condição devidos; 
○ III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, 
ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
○ IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do 
pagamento; 
○ V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
POSSIBILIDADE DE LEVANTAMENTO DO 
DEPÓSITO PELO DEVEDOR 
○ Antes da aceitação ou impugnação do depósito – 
art. 338/CC e art. 977/CPC – pode levantar, com o 
ônus de pagar as despesas. 
○ Depois da aceitação ou impugnação do depósito 
pelo credor. O depósito de ser levantado somente 
com a anuência do credor – art. 340/CC 
○ Julgado procedente o depósito: pode levantar 
somente com a anuência do credor e demais 
devedores. Art. 339/CC
○ Consignação de coisa certa e incerta. 
○ A maioria das vezes o que se verifica e a consignação de 
obrigações pecuniárias.art. 341/CC e art. 891 parágrafo 
único do CPC 
○ Coisa indeterminada (leia-se, incerta) art. 342/CC faz-se – 
concentração do débito ou concentração da prestação 
devida 
○ Escolha cabe ao devedor – (ele quem oferta a consignação) 
○ Escolha do credor – deve ser citado para escolher, sob 
pena de perder o direito de escolha. Art. 894 do CPC 
○ Despesas processuais: art. 343/CC e art. 897/CPC 
○ Prestações Periódicas: art. 892/CPC (verificar o art. 
290/CPC) 
○ Consignação Extrajudicial: art. 890/CPC (parágrafos 
incluídos em 1994) 
○ Aplicabilidade da consignação em pagamento 
extrajudicial nas relações trabalhistas 
○ Consignação judicial em pagamento: art. 891/CPC 
○ Alugueres: lei própria – art. 45, II lei. 8.245/91 
DA IMPUTAÇÃO DO 
PAGAMENTO
"Juridicamente, imputar significa indicar, apontar. Como se sabe, não há qualquer 
óbice para que uma pessoa contraia com outrem várias obrigações." Art. 352/CC 
"A imputação do pagamento visa a favorecer o devedor ao lhe possibilitar a escolha do 
débito que pretende extinguir." 
Art. 354 e 355 ambos do CC trazem uma de escolha de ordem de pagamento 
DO PAGAMENTO COM 

SUB-ROGAÇÃO
“substituição de uma coisa por outra, com 
os mesmos ônus e atributos ou de uma 
pessoa por outra, que terá os mesmos 
direitos e ações daquela, hipótese em que 
se configura a sub-rogação pessoal de que 
trata o Código Civil no capítulo referente 
ao pagamento com sub-rogação” (DINIZ, 
Maria Helena, Curso..., 2002, p. 254). 
○ Sub-rogação legal (art. 346 do CC) – são as hipóteses de 
pagamentos efetivados por terceiros interessados na 
dívida (interesse patrimonial, conforme aduzimos). São 
casos de sub-rogação legal, automática, ou de pleno 
direito (pleno iure). 
○ Sub-rogação convencional (art. 347 do CC) – são os 
pagamentos efetivados por terceiros não interessados na 
dívida. São situações típicas previstas no Código Civil: 
○ Na sub-rogação legal existem atos unilaterais, o que a 
caracteriza como regra especial de pagamento. Por outro 
lado, na sub-rogação convencional existe um negócio 
jurídico celebrado (ato bilateral) com um terceiro não 
interessado que realiza o pagamento. Dessa forma a sub-
rogação convencional é forma de pagamento indireto
Pagamento com su-rogação 
(art. 346 a 351) 
Cessão de crédito (art. 286 a 
298) 
Regra especial de pagamento ou 
forma de pagamento indireto, pela 
mera substituição do credor, 
mantendo-se os demais elementos 
obrigacionais.
Forma de transmissão das 
obrigações
Não há necessidade de notificação 
do devedor, a não ser na hipótese 
do art. 347, I, do CC (art. 348).
Há necessidade e notificação do 
devedor para que o mesmo saiba a 
quem pagar (art. 290 do CC).
Caráter gratuito, tão somente Caráter gratuito ou oneroso
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
“A dação em cumprimento (datio in 
solutum), vulgarmente chamada pelos 
autores dação em pagamento, consiste 
na real ização de uma prestação 
diferente do que é devida, comofim de, 
mediante acordo do credor, extinguir 
imediatamente a obrigação” (ANTUNES 
V A R E L A , J o ã o d e M a t o s . D a s 
obrigações..., 2004, v. II, p. 171).
○ A dação em pagamento pode ter como objeto uma prestação 
qualquer, não sendo necessariamente dinheiro. 
○ “Isto é assim porque se for dinheiro a coisa dada em 
pagamento, ou se, não sendo dinheiro, se lhe taxar o preço, a 
dação em pagamento será, ensina-nos Clóvis Beviláqua, uma 
compra e venda” (DINIZ, Maria Helena. Curso..., 2002, p. 269). 
○ Compra e venda ((arts. 481 a 504 do CC). 
○ a dação em pagamento não se confunde com a doação, que 
constitui contrato pelo qual se institui uma liberalidade 
patrimonial a favor de outrem (art. 538 do CC) 
○ a substituição pode ser de dinheiro por bem móvel ou imóvel 
(datio rem pro pecuni), de uma coisa por outra (datio rem pro 
re), de dinheiro por título, de coisa por fato, entre outros, desde 
que o seu conteúdo seja lícito, possível, determinado ou 
determinável (art. 104, II, do CC).
DA NOVAÇÃO
"Forma de pagamento indireto em que 
ocorre a substituição de uma obrigação 
anterior por uma obrigação nova, 
diversa da primeira criada pelas partes. 
Seu principal efeito é a extinção da 
d ív ida pr imit iva , com todos os 
acessórios e garantias, sempre que não 
houver estipulação em contrário (art. 
364 do CC)"
○ Arts. 360 a 367/CC 
○ Novação parcial e total 
○ "São elementos essenciais da novação a existência de 
uma obrigação anterior (obrigação antiga) e de uma 
nova obrigação, ambas válidas e lícitas, bem como a 
intenção de novar (animus novandi)." 
○ Novação deve ser válida (nula obrigação nova, anula 
abrigarão antiga) 
○ No caso de novação subjetiva passiva (por 
substituição do devedor), a insolvência do novo 
devedor não confere ao credor o direito regresso 
contra o antigo, salvo se este obteve por má-fé a 
substituição (art. 363 do CC). Isso porque a obrigação 
antiga, da qual o antigo devedor fazia parte, foi 
totalmente liquidada.
DA COMPENSAÇÃO
"Ocorre a compensação quando duas 
ou mais pessoas forem ao mesmo 
tempo credoras e devedoras umas 
das outras, extinguindo-se as 
obrigações até o ponto em que se 
encontrarem, onde se equivalerem 
(art. 368 do CC)."
○ Arts. 368 a 380/CC 
○ Art. 368 - a compensação efetua-se entre dívidas 
líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Trata-se de 
requisito para a compensação legal. 
○ a) certas quanto à existência, e determinadas 
quanto ao valor (líquidas); 
○ b) vencidas ou atuais, podendo ser cobradas; 
○ c) constituídas por coisas substituíveis (ou 
consumíveis, ou fungíveis), como, por exemplo, o 
dinheiro. 
○ Art. 370 – tese de fungibilidade ou uniformidade 
total. 
○ O devedor somente pode compensar com o credor o 
que este lhe dever; mas o fiador pode compensar 
sua dívida com a de seu credor ao afiançado (art. 
371 do CC), o comando legal em questão não adota 
a teoria dualista da obrigação. Isso porque enuncia 
a lei que o fiador tem uma dívida com o credor, pela 
tese dualista o fiador apenas assume uma 
responsabilidade em relação ao credor, sem ter 
contraído a dívida (Haftung sem Schuld). 
○ Os prazos de favor à são aqueles concedidos 
graciosamente pelo credor (art. 372 do CC) 
○ art. 373 CC à Fundamento na ordem pública, 
moral, irrepetibilidade alimentar
○ Art. 375 CC à Cláusula excludente de 
compensação - autonomia privada, liberdade 
contratual (possibilidade de renúncia) 
○ Posições/correntes: 
1. Compensação legal, no âmbito judicial, envolve 
matéria de ordem pública, pelo princípio da 
economia processual afasta a possibilidade de 
renúncia ou exclusão 
2. Cláusula excludente ou de renúncia têm validade 
nos contratos com igualdade de envolvidos. 
3. Sendo a compensação matéria de ordem privada, 
tal dispositivo é aplicável a qualquer contrato – 
pacto sunt servanda 
○ Classificações: 
○ 1) quanto a origem: 
○ Compensação legal à decorre da lei. 
Requisitos: reciprocidade de débitos, liquidez das 
dívidas, que devem ser certas quanto a existência 
e determinadas quanto ao objeto e valor. 
Exigibilidade (vencida), fungibilidade dos débitos, 
haver identidade entre as natureza das 
obrigações. 
○ Compensação Convencional à sem 
requisitos mínimos, aceita o art. 375, desde que 
tenham partes iguais e contrato civil. 
○ Compensação judicial à Decisão judicial (em 
casos de reconvenção). 
○ Classificações: 
○ 1) Quanto à extensão: 
○ Compensação plena ou extintiva: envolve a 
totalidade das dívidas. 
○ Compensação restrita, parcial ou propriamente 
dita: envolve uma parte da dívida e a totalidade 
da outra. 
DA CONFUSÃO 
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde 
que na mesma pessoa se confundam as 
qualidades de credor e devedor.
○ Código Civil possui 3 conceitos de Confusão: 
① Art. 1.274/CC à modo derivado de aquisição de 
propriedade – confusão real; 
② Art. 1.410, I /CC à uma pessoa tem diversos 
direitos sobre o mesmo bem, que antes eram de 
pessoas distintas. Usufrutuário que sucede nos 
direitos do nu-proprietário – consolidação; 
③ Art. 381 a 384/CC à Ninguém pode ser credor 
e devedor de si mesmo. 
REMISSÃO DE 
DÍVIDAS 
A remissão é o perdão de uma dívida, 
constituindo um direito exclusivo do 
credor de exonerar o devedor, estando 
tratada entre os art. 385 a 388 do CC 
Não se confunde com remição, com ç, que 
para o Direito Civil, significa resgate. 
EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO 
SEM PAGAMENTO 
① Prescrição (art. 189 CC) 
② Impossibilidade de execução sem culpa do devedor (Caso 
fortuito e força maior) sem responsabilidade; 
③ Haverá responsabilidade quando: 
a) Sendo devedor em mora, salvo comprovado ausência total 
de culpa – art. 399 
b) Havendo previsão contratual – cláusula de assunção 
convencional (art. 393 CC); 
c) Casos previstos na lei – Ex.: art. 583 CC 
④ Pelo advento de condição resolutiva ou termo extintivo. 
DO INADIMPLEMENTO OBRIGACIONAL 



DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
CONTRATUAL 
Quando a obrigação (binômio: Schuld 
débito e haftung – responsabilidade) não 
é satisfeita conforme pactuado surge a 
r e s p o n s a b i l i d a d e ( h a f t u n g ) , 
inadimplemento da obrigação (art. 389 a 
391 CC) e sua consequência jurídica será 
a responsabilidade civil contratual, com o 
respectivo dever de indenizar (art. 402 a 
404 CC)
○ Inadimplemento genérico: 
① Inadimplemento relativo, parcial, mora ou atraso – 
é a hipótese de descumprimento parcial da 
obrigação mas que ainda pode ser cumprida. 
② Inadimplemento total, ou absoluto: é a hipótese em 
que a obrigação não pode ser mais cumprida, 
tornando-se inútil ao credor. 
➢ Violação positiva do contrato (teoria alemã – 
Hermann Staub) à neste, ao contrário dos dois 
primeiros que representam uma violação negativa 
(retardo ou inércia), significa uma violação positiva, a 
obrigação foi cumprida, só que de modo defeituoso, 
ruim, havendo ofensa na sua qualidade. 
➢ Cumprimento inexato ou defeituoso da obrigação.
○ Mora não é só demora!!! 
○ Tese dos deveres anexos, 
laterais ou secundários – 
processo de colaboração 
entre as partes 
contratantes. Conceito de 
obrigação como processo. 
○ Enunciado 24 da I Jornada 
de Direito Civil do CJF. 
○ Enunciado 363 da IV 
Jornada de Direito Civil do 
CJF 
○ Deveres anexos: 
a) De cuidado em relação à 
outra parte 
b) De respeito 
c) De informar a outra 
parte o conteúdo do 
negócio 
d) De agir conforme a 
confiança depositada 
e) De lealdade e probidade 
f) De colaboração ou 
cooperação 
g) De agir com 
razoabilidade, equidade e 
boa razão
○ Boa-fé objetiva possui 3 funções no Código 
Civil: 
① Função de interpretação do negócio jurídico – 
art. 113 do CC 
② Função de controle – aquele que contraria a 
boa-fé objetiva comete abuso de direito – art. 
187 do CC. Enunciado 24 e 37 do CJF/STJ) 
③ Função de integração – a boa-fé objetiva deve 
ser guardada pelos contratantes em todas as 
fases do contrato: pré-contratual, contratual 
e pós-contratual (Enunciados 25 e 170 do 
CJF/STJ)MORA 
“A mora é o atraso, o retardamento, ou a 
imperfeita satisfação obrigacional”. 
Art. 394 do CC
○ Art. 394 CC- A mora está fundada em três 
critérios, quais sejam, o tempo, o lugar e a forma 
de cumprimento - a mora não é somente temporal. 
○ Mora do devedor - solvendi, debitoris ou debendi. 
○ Art. 396 - Culpa genérica (incluindo o dolo e a 
cu lpa es t r i ta ) é f a to r necessár i o para 
caracterização da mora. (Exceção: obrigações de 
resultado) 
○ O principal efeito da mora do devedor é a 
responsabilização do sujeito passivo da obrigação 
por todos os prejuízos causados ao credor, mais 
juros, atualização monetária – segundo índices 
oficiais – e honorários do advogado, no caso de 
propositura de uma ação específica. 
○ Art. 395 – prestação torna-se inútil – resolução da 
obrigação com perdas e danos. Parágrafo único: a 
mora é convertida em inadimplemento absoluto. 
○ Enunciado 162 do CJF 
○ Teoria do adimplemento substancial – enunciado 
361 do CJF - hipóteses em que a obrigação tiver 
sido quase toda cumprida, não caberá a extinção 
do contrato, mas apenas outros efeitos jurídicos, 
visando sempre a manutenção da avença.
○ Art. 397 caput- mora ex re ou mora automática 
quando a obrigação for positiva (de dar ou fazer), 
líquida (certa quanto à existência e determinada 
quanto ao valor) e com data fixada para o 
adimplemento. "O dia do vencimento interpela a 
pessoa." 
○ Art. 397 parágrafos único - a mora ex persona ou 
mora pendente – não possui termo certo – sendo 
esta positiva e líquida, a mora dependerá de uma 
providência, do credor, por meio de interpelação, 
(notificação ou protesto) que pode ser judicial ou 
extrajudicial. 
○ Art. 398 - mora presumida ou mora irregular - 
Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-
se o devedor em mora, desde que o praticou” .
○ mora do credor - accipiendi, creditoris ou 
credendi. Quando o credor se recusa a aceitar o 
adimplemento da obrigação no tempo, lugar e 
forma pactuados, sem ter justo motivo para tanto. 
Não se discute culpa. A mora do credor gera 
três efeitos, nos termos do art. 400 do CC. 
○ moras simultâneas – mora do devedor e do 
credor em uma mesma situação –, uma elimina a 
outra, como se nenhuma das partes houvesse 
incorrido em mora - compensação dos atrasos- 
DINIZ, Maria Helena. - tratamento doutrinário 
está em total acordo com a regra de direito pela 
qual ninguém poderá beneficiar-se da própria 
torpeza (boa-fé)
DA PURGAÇÃO DA 
MORA
"A expressão purgar a mora significa 
afastar ou neutralizar os efeitos 
decorrentes do inadimplemento 
parcial, principalmente do atraso no 
cumprimento (art. 401 do CC)."
PURGAR A MORA 
○ pelo devedor - se dá pela oferta da prestação, 
com o acréscimo de juros, correção monetária, 
multa e honorários advocatícios, sem prejuízo das 
eventuais perdas e danos. 
○ pelo credor - ocorre quando esse se oferece para 
receber a prestação do devedor, sujeitando-se aos 
efeitos da mora já ocorridos. 
○ Tanto o devedor quanto o credor podem, 
conjuntamente, purgar a mora na hipótese em 
que ambos renunciarem aos prejuízos dela 
decorrentes.
○ purgação da mora - ato espontâneo do 
sujeito obrigacional em atraso, que visa 
remediar a situação a que deu causa, evitando 
os seus efeitos decorrentes e reconduzindo a 
obrigação à situação de normalidade. (ex 
nunc) 
○ cessação da mora - ocorrerá por um fato 
extintivo de efeitos pretéritos e futuros, como 
sucede quando a obrigação se extingue com a 
novação, remissão de dívidas ou renúncia do 
credor”
DO INADIMPLEMENTO 
ABSOLUTO DA OBRIGAÇÃO
"Não cumprindo o sujeito passivo a prestação, passa ele a responder 
pelo valor correspondente ao objeto obrigacional, acrescido das 
demais perdas e danos, mais juros compensatórios, cláusula penal, 
atualização monetária, custas e honorários de advogado. Essa é a 
regra do art. 389 do CC que trata da responsabilidade civil contratual, 
do inadimplemento de uma obrigação positiva, de dar ou de fazer."
○ “Os honorários advocatícios previstos no art. 389 
do Código Civil não se confundem com as verbas 
de sucumbência, que, por força do art. 23 da Lei 
8.906/94, pertencem ao advogado” (Enunciado n. 
426). 
○ Art. 391 CC - princípio da imputação civil dos 
danos, ou princípio da responsabilidade 
patrimonial do devedor. 
○ art. 591 do CPC - “O devedor responde, para o 
cumprimento de suas obrigações, com todos os 
seus bens presentes e futuros, salvo as restrições 
estabelecidas em lei”. 
○ Art. 404 CC e enunciado 161 do CJF 
DOS JUROS 
REMUNERATÓRIOS E 
MORATÓRIOS
"um dos principais efeitos do inadimplemento da 
obrigação é a incidência de juros a serem suportados 
pelo devedor. Os juros podem ser conceituados como 
sendo frutos civis ou rendimentos, devidos pela 
utilização de capital alheio."
○ Juros compensatórios ou remuneratórios – São 
aqueles que decorrem de uma utilização consentida 
do capital alheio, como nos casos de inadimplemento 
total da obrigação ou de financiamentos em geral. 
○ Juros moratórios – Constituem um ressarcimento 
imputado ao devedor pelo descumprimento parcial 
da obrigação. Como regra geral, os juros moratórios 
são devidos desde a constituição em mora e 
independem da alegação e prova do prejuízo 
suportado (art. 407 do CC). 
○ Juros convencionais são aqueles estabelecidos 
pelas partes no instrumento negocial, decorrentes da 
autonomia privada. 
○ Juros legais, caso as partes não convencionarem 
por instrumento obrigacional, a lei estabelece – art. 
406 CC. 
DA CLÁUSULA PENAL
"A cláusula penal é conceituada como sendo 
a penalidade, de natureza civil, imposta 
pela inexecução parcial ou total de um 
dever patrimonial assumido"
○ Arts. 408 a 416 
○ Cláusula Penal - multa contratual ou pena convencional. 
○ obrigação acessória que visa a garantir o cumprimento 
d a o b r i g a ç ã o p r i n c i p a l , b e m c o m o f i x a r , 
antecipadamente, o valor das perdas e danos em caso de 
descumprimento. 
○ obrigação acessória deve seguir a principal (princípio da 
gravitação jurídica), fazendo com que no caso de 
nulidade do contrato principal a multa também seja 
declarada nula. 
○ Funções: 
○ Função coercitiva, intimidar o devedor a cumprir a 
obrigação principal, sob pena de ter que arcar com essa 
obrigação acessória (caráter punitivo). 
○ Função de ressarcimento, prefixando as perdas e danos 
no caso de inadimplemento da obrigação.
DAS ARRAS OU SINAL
"As arras podem ser conceituadas como 
sendo o sinal, o valor dado em dinheiro 
ou o bem móvel entregue por uma parte à 
outra, quando do contrato preliminar, 
visando a trazer a presunção de 
celebração do contrato definitivo. As 
arras são normalmente previstas em 
compromissos de compra e venda de 
imóvel".
○ 1.ª função – tornar definitivo o contrato preliminar. 
○ 2.ª função – funcionar como antecipação das perdas 
e danos, funcionando também como penalidade. A 
função de penalidade está dentro da antecipação 
das perdas e danos, o que aproxima o instituto da 
cláusula penal. 
○ arras confirmatórias, presentes na hipótese em 
que não constar a possibilidade de arrependimento 
quanto à celebração do contrato definitivo, 
tratando-se de regra geral. Art. 418 
○ arras penitenciais possibilidade de 
arrependimento, por meio de uma cláusula 
contratual, para qualquer das partes, as arras ou 
sinal terão função unicamente indenizatória 
(incluída a penalidade), e não a de confirmar o 
contrato definitivo

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