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APOSTILA NOVAS TECNOLOGIAS (1)

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Carlos Eduardo Cayres
Novas Tecnologias da Educação
A Faculdade Efi caz nasceu com o objetivo de promover a formação consciente 
dos cidadãos de seus direitos e deveres sociais, primando pela cidadania e soli-
dariedade humana.
Nossa tarefa é trabalhar em nossos alunos habilidades e capacidades, para que 
sejam cidadãos capazes de enfrentar as difi culdades cotidianas. Em nossos cursos 
buscamos a excelência educacional, seja por sua preocupação perante o avanço da 
ciência, da tecnologia, ou perante os anseios da sociedade moderna e democrática.
A Faculdade Efi caz se propõe a ser uma mediadora na transmissão dos conheci-
mentos já produzidos pela humanidade; ponte na articulação destes conhecimentos 
com os novos, produzidos a partir das experiências vivenciadas pelos discentes que 
é a construção do seu próprio saber e ainda: promover a integração destes conheci-
mentos pela mobilização de competências já construídas, por sua ampliação e pela 
construção de novas competências.
Portanto, entendemos que a nossa fi nalidade é formar profi ssionais com com-
petências e habilidades para atuar no contexto complexo e contraditório da eco-
nomia global, das políticas e das mudanças sociais, que afetam diretamente a vida 
cotidiana, o trabalho e as formas de organização e qualifi cação profi ssional.
Ao ingressar na Faculdade Efi caz, os alunos terão a chance não apenas de 
estudar uma nova profi ssão, ou aprimorá-la, mas também de ampliar sua visão de 
mundo a partir do acesso à cultura e ao conhecimento. Isto, com certeza, tornando
-os cidadãos mais ativos e mais plurais neste mundo globalizado em que vivemos, 
assim como os torna mais bem preparados para o mercado de trabalho.
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Novas 
Tecnologias da 
Educação
Carlos Eduardo Cayres
Olá caro(a) aluno(a),
Sou Carlos Eduardo Cayres, graduado em Ciência da Computação pela UNIDERP 
– Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da região do Pantanal, 
Especialista em Desenvolvimento de Aplicações para Internet pela mesma IES. 
Atuo como professor universitário desde 1998 na área de teoria da computação, 
desenvolvimento web e programação de computadores. Atualmente sou 
coordenador do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas 
da Universidade Anhanguera-Uniderp e trabalho na área de desenvolvimento de 
Sistemas para Internet.
A disciplina de Redes Sociais e Tecnologia da Informação e Comunicação terá 
seu conteúdo dividido em 3 unidades. Na unidade I serão abordadas as mudanças 
na sociedade e no trabalho, provocadas pelas novas tecnologias. Na unidade II 
trabalharemos com a aplicação das novas tecnologias na EaD e suas formas de 
mediação. Já na unidade III, vamos debater a organização e construção da ação 
educativa em ambientes virtuais. 
Bons estudos!
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UNIDADE 1: AS MUDANÇAS NA SOCIEDADE E NO TRABALHO, 
PROVOCADAS PELAS NOVAS TECNOLOGIAS 9
INTRODUÇÃO .......................................................................................11
NOVAS TECNOLOGIAS NA CULTURA E NO TRABALHO ......................11
CONCEITO DE TECNOLOGIA ...............................................................14
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E O TRABALHO ................................15
A INSERÇÃO DAS TIC NO TRABALHO ..................................................17
A INTERNET ..........................................................................................19
A ESTRUTURA ESTRATÉGICA DAS TIC .................................................20
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL ..............................................................23
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO ...........................................................25
UNIDADE 2: NOVAS TECNOLOGIAS NA EAD 
E SUAS FORMAS DE MEDIAÇÃO 43
INTRODUÇÃO ......................................................................................45
NOVAS POSTURAS FRENTE À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .....................45
A INTERATIVIDADE NA EAD ..................................................................47
POSSÍVEIS CAMINHOS DA INTERATIVIDADE .........................................51
REDES SOCIAIS COMO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM NA WEB ........53
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UNIDADE 3: ORGANIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA AÇÃO EDUCATIVA 
EM AMBIENTES VIRTUAIS 77
INTRODUÇÃO ......................................................................................79
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ....................................................................79
NOVOS MODELOS PEDAGÓGICOS MEDIADOS PELAS NOVAS 
TECNOLOGIAS .....................................................................................82
TECNOLOGIAS, MÍDIAS E RECURSOS DE UM AMBIENTE VIRTUAL ......89
Análise das Ferramentas do Sistema Quantum de Educação Online .............. 108
CONCLUSÃO 120
As mudanças na sociedade e 
no trabalho, provocadas pelas 
novas tecnologias 
UNIDADE 1
ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm
•	 Apresentar as novas formas de relações pessoais e de trabalho 
medianas pela Tecnologia da Informação e da Comunicação, seus 
recursos e ferramentas..
plANO DE EstUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
•	 Novas tecnologias na cultura e no trabalho
•	 Conceito de tecnologia
•	 A sociedade da informação e o trabalho
•	 A inserção das TIC no trabalho
•	 A internet
•	 A estrutura estratégica das TIC
•	 A formação profissional
•	 As condições de trabalho
Carlos Eduardo Cayres
11
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
INTRODUÇÃO
O trabalho colaborativo tem sido potencializado pelo uso das tecnologias, possibilitando 
também que se estenda a questões teóricas e práticas. A ênfase em torno do trabalho 
agora é criar possibilidades de cooperações e produções coletivas. 
É preciso tomar cuidado ao examinar tudo isso. Serão apresentadas especulações em 
torno do trabalho e sua organização a partir das novas técnicas em rede, sem a pre-
tensão de fechar esteponto ainda em pleno desenvolvimento, introduzindo um diálogo 
sobre a cultura tecnológica e suas implicações nas mudanças no trabalho. 
NOVAS TECNOLOGIAS NA CULTURA E NO TRABALHO 
Grande parte dos trabalhos relacionados à Cibercultura tem deixado de lado um aspecto 
importante que é seu lado sociológico, definindo-se três aspectos em uma forma nova 
de trabalho social: 
• Uma mudança cultural, estabelecendo uma nova relação mais horizontal e intera-
tiva que as mídias anteriores.
• Tendo aspecto de trabalho, ainda de forma não muito clara, pode ser classificado 
como imaterial.
12
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
• Como principal aspecto é que este produto é socializado e existe a tendência de 
ser produto livre de código aberto. 
Como se deu o surgimento do primeiro instrumento de trabalho, um pedaço de pau para 
atingir um animal ou pegar uma fruta em uma árvore, isso não importa. Foi com o uso do 
fogo com elemento transformador do alimento que o homem introduziu a subjetividade no 
trabalho e na sobrevivência, para transformar o alimento produzido em um novo alimento 
ou para seu aquecimento.
Provavelmente, a escrita surgiu nesta fase, ainda que expressa na forma de desenho de 
animais, também é provável que os chifres de animais abatidos fossem um dos primeiros 
instrumentos de trabalho deste homem. 
Este foi certamente, um dos elementos acelerador da formação da comunidade e de 
transformação da simples coleta do alimento na natureza, para a formação de comuni-
dades sedentárias com o início de cultivo. Os rios tiveram grande influência na formação 
das primeiras grandes civilizações do ocidente. 
Surgem neste período os primeiros códigos e as primeiras escritas, os escribas passam 
a ocupar papel de destaque nas cortes, dando um impulso no desenvolvimento da sub-
jetividade humana. 
13
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
A forma de expressão deste período é tradicionalmente oral, ou seja, fundamentada nos 
ensinamentos passados às pessoas de forma “falada”, pois os escritos em papirus ti-
nham alto custo e muitas vezes estes eram lavados destruindo as informações ali conti-
das, para escrita de novas informações. 
A indústria moderna organizou os aspectos objetivos do trabalho, como conjunto de ati-
vidades, recursos, instrumentos e técnicas de que o homem se serve para produzir, em 
uma velocidade não conhecida antes. 
O desenvolvimento das técnicas químicas e mecânicas inicialmente, e as elétricas e 
eletrônicas em uma segunda fase, apresentaram um progresso material jamais experi-
mentado pela humanidade em tão curto espaço de tempo, porém os aspectos subjetivos 
necessários ao desenvolvimento humano foram deixados em segundo plano, quando 
não ignorados. 
A subjetividade agora não implica apenas na distribuição dos bens materiais e culturais, 
mas na aceitação destes bens entre diversas formas de bens da cultura, incluindo a es-
piritualidade e a religião. 
É sensível que os povos desejam esta autonomia e ao mesmo tempo desejam a coparti-
cipação no desenvolvimento global, porém a gestão de bens e de sua distribuição sofre 
ainda os antagonismos que precipitaram duas grandes guerras mundiais. 
14
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
CONCEITO DE TECNOLOGIA
Tecnologia é um termo que abrange o conhecimento técnico e científico e a aplicação 
destes conhecimentos por meio de sua transformação no uso de ferramentas, processos 
e materiais elaborados ou empregados a partir de tal conhecimento.
A tecnologia tem ganhado cada vez mais espaço na vida social dos indivíduos. As atuais 
inovações tecnológicas têm como principal ferramenta os computadores, que são utiliza-
dos em atividades práticas no dia a dia das pessoas. Nas últimas décadas o crescimento 
do uso dos computadores tem sido apontado como uma das principais causas do desen-
volvimento tecnológico, como pode ser observado na Figura 1.
Figura 1 - Recursos tecnológicos.
15
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E O TRABALHO
Segundo Bonilla (2005), o termo “sociedade da informação” vem sendo utilizado para 
caracterizar a época atual em que vivemos referenciando as mudanças relacionadas às 
TICs, à economia, estilo de vida e outros aspectos. A autora destaca algumas definições 
de sociedade da informação:
• Definição tecnológica: a ênfase reside no espetacular avanço das tecnologias e 
das notáveis transformações nos processos de armazenamento e transmissão da 
informação.
• Definição econômica: relacionada à mensuração do tamanho e crescimento da 
indústria da informação.
• Definição ocupacional: baseada nas transformações que vêm ocorrendo no setor 
do trabalho.
• Definição espacial: sustentada pelas ideias de velocidade e compreensão do es-
paço-tempo global.
• Definição cultural: referente ao crescente volume de informações que circu-
lam diariamente pelos meios de comunicação e formam um novo ambiente 
informacional.
16
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
As definições citadas ainda não tornam o conceito de sociedade da informação preciso. 
Tais conceitos atribuem destaque as TICs no cotidiano da sociedade moderna, mas são 
insuficientes para defini-las por completo.
Muitas são as interpretações sobre as inovações tecnológicas, criando-se diversos con-
ceitos a respeito. Segundo Schaff (1993), as mudanças sociais que estão ocorrendo são 
definidas como “revolução técnico-científica”, tendo como um de seus desdobramentos 
a “segunda revolução técnico-industrial”, trazendo a microeletrônica com eixo principal. 
Para o autor o desemprego foi uma das maiores consequências de tal “revolução”, as 
pessoas perderam seus empregos para a automatização industrial. Isso provocou um 
incremento da produtividade e da riqueza social e ao mesmo tempo a redução da de-
manda de trabalho humano.
Realmente, ao se incorporar novas tecnológicas ao processo produtivo, tende-se a gerar uma 
maior valorização do capital, reduzindo o uso de material humano. Não quer dizer que a mão 
de obra humana seja substituída pelas máquinas, mesmo porque, as máquinas são conside-
radas instrumentos de trabalho. Desprezar o trabalho humano faz com que o entendimento 
das mudanças históricas da época se tornem sem sentido. 
É fato que as novas tecnologias estão cada vez mais presentes na sociedade atual, mas 
isto não quer dizer que ela seja o centro das relações sociais, mesmo que exerçam um 
forte impacto nestas relações.
17
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
A INSERÇÃO DAS TIC NO TRABALHO
As Tecnologias da Informação e da Comunicação são a definição de ferramentas cria-
das para satisfazer necessidades do homem, tendo como principal criador a sociedade 
capitalista.
Algumas formas de regulação social foram criadas para se manter as bases da socie-
dade capitalista. Segundo Gerra (2000), destaca-se a “racionalidade instrumental”, que 
encontra-se dependente do alcance de fins particulares e resultados imediatos. Isso a 
torna útil às estruturas da sociedade capitalista, reduzindo a reflexão crítica humana a 
meras técnicas.
A tecnologia tem grande expansão com o surgimento da computação eletrônica e 
da informática. Na cultura moderna faz parte do cotidiano dos indivíduos em todas as 
áreas de conhecimento e atuação, até mesmo no convívio humano através das redes 
sociais.
18
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Figura 2 - Tecnológicos no trabalho.
A utilização desta tecnologia não passa apenas pelo saber as técnicas e ferramentas, mas 
deve passar pelo verdadeiro por que da sua utilização pelo indivíduo agente. 
As novas tecnologias da informação e da comunicação trazem muitas consequências 
e pode-se observar seu poder multiplicador em praticamente todos os meios de convi-
vência dos indivíduos. Em várias áreas as TIC têm trazido novas formas de expressão, 
conhecimentos, possibilidades, pensamentos e por consequência, novos desafios e 
perspectivas. 
19
UnidadeI - Novas tecnologias da Educação
Diante da importância de se reconhecer o verdadeiro papel da tecnologia na sociedade 
atual, não sendo apenas caracterizado como conhecimento dos meios e ferramentas dispo-
níveis, mas sim como algo que modifica, produz e reproduz métodos inovadores e diferen-
ciados de viver e de se inserir nas relações sociais (VELOSO, 2012).
A INTERNET
A internet em seus vários desdobramentos quanto a disponibilização de recursos de 
interação entre indivíduos, tem apresentado um potencial significativo. Seus recursos 
facilitam a interação e comunicação entre grupos heterogêneos, possibilitando em tese, 
a manutenção das identidades culturais e dos valores éticos.
Atualmente a Internet se configura não apenas como uma questão tecnológica, ela pode 
ser entendida como um importante fator cultural que influencia nas mudanças das formas 
de se relacionar e viver em sociedade.
Os meios de comunicação instantâneos, por exemplo, as redes sociais, blogs, Skype, 
e-mails e outros (Figura 3), a Internet tem modificado significativamente os meios de 
comunicação entre os indivíduos. Da mesma forma, a Internet tem sido utilizada como 
meio de produção e disseminação de grandes quantidades de informação, por exem-
plo, bibliotecas digitais, livros disponíveis em rede, e a própria Wikipédia uma grande 
20
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
enciclopédia virtual. Utilizada de forma correta, a Internet pode-se configurar como uma 
importante ferramenta para o desenvolvimento pessoal e coletivo, proporcionando inúme-
ras contribuições para o trabalho, o ensino, o laser e a cultura (VELOSO, 2012).
Figura 3 - Ferramentas de comunicação.
A ESTRUTURA ESTRATÉGICA DAS TIC
A possibilidade de produzir mudanças na qualidade referentes ao contexto social aponta 
para a importância da tecnologia. É um potencial que pode servir tanto ao interesse das 
classes dominantes da sociedade, e também contribuir para elaboração de um projeto 
21
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
voltado a população de massa (VELOSO, 2012).
Para que todo o potencial das TIC seja realmente sedimentado, faz-se necessário um 
processo adequação deste recurso, valorizando outras competências e não somente a 
tecnologia (VELOSO, 2012).
Utilizar de forma crítica e rígida os recursos tecnológicos pode trazer alterações na reali-
zação de muitas atribuições e competências. Isso tende a gerar efeitos positivos no de-
senvolvimento das diversas profissões. A utilização dos recursos das TIC pode contribuir 
para que os profissionais potencializem competências e habilidades no contexto de sua 
atuação em diversas políticas sociais públicas (VELOSO, 2012).
As TIC podem nos ajudar a identificar as desigualdades e potencializá-las, ao mesmo 
tempo estipular as relações entre diferentes dados e informações, estimulando espaços 
para o diálogo, aprendizagem e compartilhamento (VELOSO, 2012).
Segundo Veloso (2012), no que se refere às profissões quanto ao uso das TIC aponta-se 
para algumas condições fundamentais, sendo três elementos básicos que possibilitam a 
integração das TIC ao trabalho: vontade e interesse dos profissionais em utilizar as tecnolo-
gias; existência de condições de trabalho adequadas; existência de formação profissional 
voltada para o tratamento deste tema (VELOSO, 2012).
22
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Um dos fatores importantes para uma melhor absorção das TIC ao trabalho é a forma-
ção profissional, que deve contribuir para operacionalizar os recursos técnicos e também, 
quebrar o paradigma da resistência do seu uso, demonstrando as diversas alternativas e 
efeitos positivos da utilização correta da tecnologia (VELOSO, 2012).
Uma das alternativas para tentar quebrar a resistência ao uso das TIC por parte dos 
profissionais das diversas áreas é a reflexão que pode ser realizada nos meios de capa-
citação, como cursos de graduação, pós-graduação, capacitações e demais espaços 
de debate (VELOSO, 2012).
No que se refere à formação profissional, não se pode pensar em um simples ensino da 
informática básica, mas uma formação que direcione os profissionais para o entendimen-
to e absorção dos potenciais das TIC, possibilitando a inserção dos benefícios da tecno-
logia no ambiente de trabalho. Não se pode esquecer que para uma adequação das TIC 
ao ambiente de trabalho é preciso verificar as condições e disponibilidade de recursos 
físicos, materiais e humano em quantidade e qualidade necessárias para realização das 
atividades tecnológicas.
Outro fator relevante quanto à absorção das TIC no ambiente de trabalho, está relacio-
nada ao interesse dos profissionais no seu uso. A resistência dos profissionais em inserir 
no seu trabalho os recursos oferecidos pelas tecnologias pode estar relacionada à falta 
23
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
de interesse no seu uso, ou seja, não há interesse, mas na verdade, há uma resistência 
quanto à incorporação das TIC no ambiente de trabalho.
Tal resistência está relacionada às mudanças e melhorias que as TIC podem introduzir 
na realização das tarefas do cotidiano do profissional. Isso implica em atualização profis-
sional, mudança de perfil, que traz melhorias na execução dos trabalhos, direcionando o 
profissional para as novas tendências inovadoras e firmando sua presença no mercado 
de trabalho cada vez mais tecnológico.
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Uma abordagem mais aprofundada da importância da inserção das TIC no trabalho du-
rante a formação profissional é um fator que pode contribuir muito para a quebra da bar-
reira que ainda existe a tal inserção.
Para fixar a inserção das TIC no ambiente de trabalho subtende-se que no processo de 
formação profissional sejam abordando tanto os aspectos gerais do uso da tecnologia, 
quanto os benefícios que as TIC podem agregar às profissões.
Alguns profissionais buscam qualificação por meio de cursos de informática básica volta-
da para os editores de texto, planilhas eletrônicas e outros aplicativos mais utilizados no 
24
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
cotidiano do trabalho. Em alguns casos a qualificação se dá dentro da própria empresa, 
até mesmo por necessidade de aperfeiçoamento em virtude de mudanças nos sistemas 
operados pelos profissionais.
A grande demanda das atividades desenvolvidas no dia a dia dos profissionais fomenta a 
necessidade da inserção das TIC. É importante identificar as necessidades nos proces-
sos do trabalho para adequação das tecnologias apropriadas.
A importância da abordagem das TIC na formação profissional não quer dizer que tal con-
teúdo deva ter prioridade sobre os demais conteúdos que contemplam a formação pro-
fissional nas diversas áreas. A tecnologia deve ser trabalhada em igualdade de relevância 
com as demais competências e habilidades que fazem parte do trabalho profissional, 
deixando bem claro que a tecnologia não é prioridade na autonomia do trabalho, mas se-
gundo Veloso (2012) no projeto profissional, nos valores e nas referências fundamentais 
das profissões.
Sendo assim, a formação profissional preocupada com a abordagem das TIC pode con-
tribui para que seja tratada como conteúdo complementar na formação profissional, útil 
partindo do princípio que possibilita uma articulação das competências profissionais, não 
sendo no processo de formação, o principal item.
25
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Conforme Veloso (2102), a presença das TIC na formação profissional é uma condição 
de grande importância, embora não seja a única para que o processo de introdução das 
tecnologias ao trabalho aconteça de forma rica e consistente. A abordagem das TIC na 
formação profissional pode tornar-se fundamental para que os profissionais possam de-
senvolver uma percepção criteriosa de tais tecnologias.
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Com as discussões anteriores é possível verificar que informatizar não leva naturalmente 
a introdução das TICno trabalho. Tal introdução precisa de condições para que os pro-
fissionais entendam o verdadeiro potencial que os recursos da tecnologia podem agregar 
ao trabalho.
Segundo Veloso (2012), isso demanda um série de esforços que envolvem a existência 
de condições adequadas de trabalhos, bem como envolvimento com o trabalho, vontade 
política, formação e qualificação profissional contínuas, dentre outros fatores. Muitas ve-
zes as condições necessárias para a incorporação das TIC não estão disponíveis para os 
profissionais, dificultando tal incorporação. Portanto, conhecer as condições de trabalho 
dos profissionais é vital para que a incorporação das TIC seja possível.
Embora condições para incorporação não seja o único pré-requisito, considera-se aspecto 
26
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
básico, sendo condição a presença de materiais e objetos necessários à incorporação.
Em muitas organizações a falta de condições adequadas de trabalho, até mesmo a falta 
de requisitos mínimos necessários para o desenvolvimento profissional sobrecarregando 
o trabalhador, gerando um ambiente tenso e estressante.
Mesmo com tantas dificuldades muito profissionais sonham com a inserção com a intro-
dução das TIC nas rotinas do trabalho, tentando eliminar as barreiras reais presentes no 
dia a dia. Pode-se apontar a dificuldade de acesso a equipamentos básicos para a práti-
ca das TIC, como computadores, impressoras, suprimentos de informática, e também, a 
falta de espaços para qualificação na área.
Para uma efetiva introdução das TIC no ambiente profissional é relevante que as condições 
de trabalho sejam favoráveis. Ma maioria dos casos a frequência da tecnologia se dá em am-
bientes de trabalho que existam condições que os profissionais acreditam ser adequadas. 
Incentivar a introdução das TIC à rotina do trabalho deve passar por uma reflexão da im-
portância que as condições de trabalho exercem em tal processo. A simples existência 
de condições não garante a introdução das TIC, é preciso articulação entre condições 
e potencialidades que as TIC poderão agregar ao trabalho, aí sim, processos de for-
mação profissional que atenda as demandas e especificidades de cada profissão se 
fazem necessário, ajudando no processo de introdução da TIC no trabalho.
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Unidade I - Novas tecnologias da Educação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As tecnologias possibilitam que o trabalho colaborativo também se estenda a questões 
teóricas e práticas. A ênfase em torno do trabalho agora é criar possibilidades de coope-
rações e produções coletivas. 
É preciso tomar cuidado ao examinar tudo isso, foi apresentada uma deliberada especu-
lação em torno do trabalho e sua organização a partir das novas técnicas em rede, sem 
a pretensão de fechar este ponto ainda em pleno desenvolvimento, mas de introduzir o 
diálogo sobre Cibercultura. 
FIQUE POR DENTRO
No link a seguir há um vídeo sobre TIC – Tecnologia da Informação 
e da Comunicação:
<http://www.youtube.com/watch?v=cl1291SqSow>.
REFLITA
É apresentado abaixo um artigo da professora Martorelli Dantas debatendo EaD, 
ambiente corporativo e formação continuada. Aproveite a leitura e reflita sobre os 
assuntos brilhantemente debatidos pela professora.
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Unidade I - Novas tecnologias da Educação
O ENSINO A DISTÂNCIA NO AMBIENTE CORPORATIVO, UMA 
FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
Martorelli Dantas(*)
Não é de hoje que se diz que é preciso estudar sempre. É necessário que os 
profissionais, sejam quais forem as suas áreas de atuação, estejam em contínuo 
processo de desenvolvimento e aprendizado. Esta realidade tem feito profissio-
nais já estabelecidos no mercado de trabalho retornarem aos bancos escolares, 
para fazerem MBA’s e cursos de especialização. Refletir, repensar e trocar experi-
ências com outras pessoas igualmente envolvidas no mundo produtivo tornou-se 
compulsório.
Mas nem todas as pessoas têm oportunidade de tempo e condições financeiras 
para estes cursos, que em geral são caros e demandam o deslocamento do 
profissional, freqüentemente, para outros países, e quando não, para outros esta-
dos. Há profissionais que estão em um momento tal de suas vidas que a retirada 
do “front” de trabalho neste instante não seria estratégica. As razões são várias: 
dificilmente conseguiriam retornar para ocupar a mesma posição depois do perío-
do de estudos, não têm reservas financeiras para bancarem tal afastamento, não 
contam com um projeto de estímulo à educação continuada em suas empresas. 
É para esses profissionais, inclusive, que o modelo corporativo de EaD (Ensino a 
Distância) parece-me especialmente apropriado.
Disse “inclusive” porque EaD não é uma forma de estudar para quem não tem 
tempo ou dinheiro. Quem não tem tempo para estudar e não tem recursos para 
financiar este estudo, nem conta com quem possa fazê-lo, simplesmente não 
pode estudar. É urgente que desfaçamos o engano de que é possível fazer bons 
cursos, ter bons professores e ter um crescimento profissional real sem investi-
mento. Isso não é possível, e acredito que nunca foi nem nunca será.
29
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Mas voltando à questão da utilização do Ensino a Distância no ambiente corpora-
tivo, devo afirmar que esta tem sido uma tendência dos nossos dias.
Primeiro foram as grandes universidades do mundo que começaram a utilizar 
com seus alunos de MBA, já na década de 80, meios como apostilas, fitas de 
vídeo e áudio, para instruírem aqueles com maior dificuldade de deslocamento. 
Com o advento da Internet parece que todos esses recursos encontraram um só 
caminho para ligarem alunos, professores e a própria instituição de ensino. Isso 
com a facilidade de que a comunicação pode ser feita não apenas de um para 
muitos, mas de forma completamente interativa, constituindo uma verdadeira co-
munidade de aprendizado.
Mais recentemente as empresas de grande porte como a Accor Brasil, BankBoston, 
DataSul e Visa perceberam o potencial e a necessidade de manter suas estrelas 
dentro de suas próprias portas e criaram as Universidades Corporativas. Elas, 
nada mais são, que a criação, intramurus, de comunidades de aprendizado cola-
borativo, que oferecem a oportunidade aos funcionários da empresa de trocarem 
suas experiências e aprenderem com especialistas convidados. E nenhum canal 
se mostrou mais eficaz para isso que a Internet, com seus recursos multimídia e 
infindas possibilidades de interação.
Se a escola entrou na empresa, e não mais para alfabetizar, é preciso também 
que a pedagogia faça o mesmo. Não há formação, crescimento e transforma-
ção sem educação, e o ensino corporativo não é exceção à regra. É preciso 
formar educadores capazes de dimensionar modelos e estratégias próprias para 
a implantação de sistemas de educação continuada através do EaD dentro das 
empresas, sob risco de despendermos inutilmente esforços, tempo e recursos.
A Aquifolium é uma empresa, entre outras, que tem se dedicado a preparar es-
ses educadores para agirem dentro de universidades, escolas, corporações e 
30
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
iniciativas independentes.
Já passaram por nossos cursos, eventos e palestras mais de mil alunos, os quais 
estão engajados em um mercado de trabalho crescente e exigente. Acredito que 
muitas empresas que já possuem toda uma estrutura de comunicação interna 
através da Internet, poderiam usar os equipamentos e o pessoal treinado, sob a 
supervisão e orientação de educadores, para desenvolver seus próprios cursos 
de aperfeiçoamento profissional. Para implementá-los não precisa ser rico, basta 
ser grande.
(*) A autora é professora da Escola Superior de Marketing do Recife, da 
Universidade de Pernambuco e membro da Equipe Pedagógica da Aquifolium 
Educacional.
Fonte : <http://www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/martorelli.html.> 
Acessado em 23/09/2013.
REFLITA
É apresentada abaixo uma entrevista do professor Wilson Azevedodebatendo a 
tecnologia na educação. Aproveite a leitura e reflita sobre os assuntos brilhante-
mente debatidos pelo professor.
TEC NOLOGIA EM FAVOR DA EDUCAÇÃO
Entrevista concedida ao portal WWWork
Wilson Azevedo
wwwork: Quais são os serviços oferecidos pela Aquifolium?
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Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Wilson Azevedo: A Aquifolium é uma empresa que desenvolve projetos para 
a internet, com forte ênfase no aspecto humano e comunicacional da rede, sem 
negligenciar o tratamento adequado da tecnologia. Nossa unidade de negócios 
educacionais, a Aquifolium Educacional, dedica-se especificamente à educação 
on line, isto é, ao desenvolvimento de projetos de educação utilizando redes infor-
matizadas, sendo a educação à distância o principal campo que vem demandando 
nossa atuação.
wwwork: Na sua opinião, como está sendo o desenvolvimento do ensino à 
distância no Brasil?
Wilson Azevedo: Primeiramente, creio que deve-se destacar que o Brasil ocupa 
posição de destaque em nível mundial no que diz respeito à educação à distân-
cia. Aqui foram desenvolvidos os mais bem-sucedidos programas com uso de 
rádio e TV. Um exemplo deles é o TeleCurso 2000, caso de sucesso, destacado 
mundialmente. Mas, ainda estamos num processo embrionário. Temos algumas 
iniciativas que deveriam ser corretamente classificadas no campo editorial e no 
mercado de publicações, embora esteja muito claro para a maioria das pessoas 
que o fato de se ler um livro que tem o título “curso de alguma coisa” não significa 
que se esteja efetivamente fazendo um curso. Ainda não se tem a mesma clareza 
quando se trata de publicações eletrônicas em páginas na web.
wwwork: A educação à distância existe desde fins do século XVIII. A evolução 
da tecnologia é um dos principais motivos para a popularização do ensino à dis-
tância? Você acha que é uma tendência a utilização cada vez mais frequente e 
usual da internet no ensino?
Wilson Azevedo: Não diria que estejamos assistindo a uma popularização da 
EaD no Brasil. Pelo contrário, estamos assistindo a um processo compreensível 
de elitização da educação à distância. A EaD no Brasil sempre foi vista como uma 
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Unidade I - Novas tecnologias da Educação
modalidade popular, ou voltada para os andares inferiores do edifício social, uma 
maneira de, supletivamente, atender aos que iam ficando excluídos do sistema 
educacional presencial. Nossos principais programas à distância sempre estive-
ram voltados à alfabetização e à formação básica da população de baixa renda.
O advento das redes corporativas e da internet conferiu um novo status a educa-
ção à distância. A educação online vem sendo vista por empresas e instituições 
de ensino como uma forma nova de atender a outro tipo de excluído, não o exclu-
ído social, mas o excluído pela falta de disponibilidade de tempo ou pela distância 
em relação aos centros de excelência, uma elite gerencial, executiva, profissional 
que vem se dirigindo os mais recentes esforços em educação online.
wwwork: Quais são as vantagens e desvantagens da educação à distância 
para os alunos e professores?
Wilson Azevedo: As principais vantagens, mas também os maiores perigos, 
se encontram na flexibilidade em relação ao tempo. Alunos e professores não 
ficam mais presos às grades de horários que definem uma hora para começar e 
outra para encerrar uma aula. Alunos e professores precisam de maior disciplina 
para estabelecer os horários que lhes são mais convenientes - e efetivamente 
dedicar-se ao estudo nestes horários. Isto requer um perfil mais autônomo e 
independente para o aluno, coisa que nosso sistema educacional não incentiva 
nem desenvolve.
Além disto, no caso específico da educação on line, o aluno - e também o pro-
fessor - precisa adaptar-se a uma outra ecologia pedagógica, um outro ambiente 
caracterizado por uma temporalidade multissincrona, uma espacialidade virtual 
e uma sociabilidade comunitária. Esta adaptação é um processo delicado que 
precisa ser bem trabalhado para evitar-se o fracasso, a angústia e a frustração.
wwwork: E a relação entre estudante e professor, não fica prejudicada?
33
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Wilson Azevedo: Na EaD convencional, baseada em módulos auto-instrucio-
nais, com uso de servico postal, rádio ou TV, este sempre foi um problema. Mais 
ainda do que a relação estudante-professor, a fecunda experiência de relaciona-
mento interpessoal e comunitário em turmas de alunos era totalmente impossível 
com uso destas tecnologias. Mas justamente uma das maiores contribuições das 
novas tecnologias da informação e da comunicação, notadamente da internet, 
reside na possibilidade de interação coletiva à distância - que pode ser intensa, 
de altíssima qualidade e elevado grau de profundidade, quando bem incentivada 
e trabalhada. A maior contribuição está nesta possibilidade de envolver alunos e 
professores em comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa.
wwwork: A motivação do estudante não diminui com o ensino à distância? Esse 
tipo de ensino não estimula uma individualização dos estudantes por não estarem 
reunidos em grupos?
Wilson Azevedo: No modelo baseado na chamada auto-instrução isto é um 
fato. Mas este foi um modelo desenvolvido diante dos limites impostos pelas 
tecnologias classificadas como da primeira (rádio, TV) e da segunda geração 
(software educativo, CD-ROM) e pela orientação do contexto econômico e cultu-
ral da sociedade industrial. Com o advento da chamada “sociedade da informa-
ção” e das tecnologias de terceira geração, as das redes de computadores, não 
precisamos ficar presos a este modelo. Aliás, é um desperdício utilizar a internet 
apenas para a auto-instrução, um equívoco de enfoque desenvolver um curso 
on-line como se fosse um CD-ROM educativo. A internet combina as 3 possibi-
lidades de comunicação: de um-para-um, de um-para-muitos e, sobretudo, de 
muitos-para-muitos. Via internet, comunidades virtuais de aprendizagem colabo-
rativa podem envolver o estudante, mantendo sua motivação e estimulando a 
constante e intensa troca e cooperação de todos com todos. Não perceber isto 
34
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
tem sido um equívoco, infelizmente, ainda muito comum em iniciativas educa-
cionais na internet. Mas acho que estamos assistindo a um processo de gradual 
amadurecimento, tanto de instituições, quanto do público, que nos fará perceber 
com mais nitidez que a aprendizagem colaborativa em comunidades virtuais ofe-
rece o modelo mais adequado à educação on-line.
É apresentado abaixo um artigo debatendo EaD e o mercado de trabalho. Aproveite a 
leitura e reflita sobre os assuntos brilhantemente debatidos pela professora.
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O MERCADO DE TRABALHO 
Ana Carolina Garcez Bueno Carneiro 
César Augusto Garcez Bueno Carneiro
Mariana Mayrink Giardini 
RESUMO
A revolução tecnológica mudou costumes, hábitos e valores na sociedade contem-
porânea e trouxe facilidades para a área da educação, que é uma das que mais faz uso 
dos recursos tecnológicos. A competição e exigência do mercado de trabalho levam cada 
vez mais pessoas a buscarem conhecimento e uma formação (graduação, pós-gradução, 
mestrado, doutorado) e o EAD tem proporcionado essa facilidade a muita gente, que por 
35
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
motivo de distancia, financeiro e outros, não pode estar presente em uma faculdade, mas 
também surge a preocupação da aceitação do mercado com relação ao profissional 
na área da Aquacultura/Engenharia de Pesca/Aquicultura, Técnico em Piscicultura, for-
mado pelo ensino a distância. 
PALAVRAS-CHAVE: EAD, Tecnologia, Profissional. 
INTRODUÇÃO 
As novas tecnologias já fazem parte da vida cotidiana da sociedade, e as mudanças 
comportamentais já são bem evidentes. A internet facilita a vida das pessoas, principal-
mente com relação a informações e pesquisas e agilidade em alguns tiposde serviço, a 
exemplo compras. A quantidade de informações também é grande, então é necessário 
filtrar as informações de seu interesse. 
As pessoas que pela correria do cotidiano, problemas financeiros, e outros de cunho 
pessoal que estão à procura de estudo para ingressar no mercado de trabalho, que está 
cada vez mais exigente, têm a necessidade de fazer uma faculdade, e hoje em dia temos 
o método EaD (EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA), que permite acesso a educação de forma 
mais fácil, inclusive em menos tempo que uma faculdade com ensino presencial. 
36
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
EDU CAÇÃO A DISTÂNCIA 
É um ensino na qual o aluno não precisa esta fisicamente presente em um ambiente 
de ensino como escola, universidade. A didática deste ensino depende da tecnologia, 
a exemplo, a internet, via mais utilizada hoje como estudos a distância por outro lado o 
aluno tem que se esforçar porque se torna um estudo mais autônomo que é empregado 
nos horários em que o aluno despose para dedicar-se ao estudo. 
EAD NO BRASIL 
Segundo a enciclopédia Wikipédia, no Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio 
Técnico Monitor, em 1939, o hoje Instituto Monitor, iniciaram várias experiências de 
educação a distância com relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamen-
tais e privadas, foram muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de 
grandes contingentes de recursos. No passado, os resultados não foram suficientes 
para ter aceitação governamental e social da modalidade de educação a distância no 
país. Porém, a realidade brasileira já mudou e o governo brasileiro criou leis e estabe-
leceu normas para a modalidade de educação a distância no país. 
As bases legais para essa modalidade foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases 
na Educação Nacional n°9.394, de 20 de dezembro de 1996, regulamentada pelo decreto 
n°5.622 de 20 de dezembro de 2005, que revogou os decretos n°2.494 de 10/02/98, e 
37
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
n°2.561 de 27/04/98, com normatização definida na Portaria Ministerial n°4.361 de 2004. No 
decreto n°5.622 dita que, ficam obrigatórios os momentos presenciais para avaliação, está-
gios, defesas de trabalhos e conclusão de curso.Classifica os níveis de modalidades educa-
cionais em educação básica, de jovens e adultos, especial, profissional e superior. Os cursos 
deverão ter a mesma duração definida para os cursos na modalidade presencial e ainda, po-
derão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados em cursos presenciais, da mesma 
forma que cursos presenciais poderão aproveitar estudos realizados em cursos a distância.
Regulariza o credenciamento de instituições para oferta de cursos e programas 
na modalidade a distância (básica, de jovens e adultos, especial, profissional e 
superior). 
A SPECTO IDEOLÓGICO 
A EaD caracteriza-se por estabelecer uma comunicação de diversas maneiras, suas pos-
sibilidades ampliaram-se em meio às mudanças tecnológicas como uma modalidade 
alternativa para superar limites de tempo e espaço. Seus referenciais são fundamenta-
dos nos quatro pilares da Educação do Século XXI publicados pela UNESCO, que são: 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.
38
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
Desta forma, a Educação deixa de ser concebida como apenas transferência de informa-
ções e passa a ser norteada pela contextualização de conhecimentos úteis ao aluno. Na 
educação a distância, o aluno é desafiado a pesquisar e entender o conteúdo, de forma 
a participar da disciplina. 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O MERCADO DE TRABALHO 
Apesar de a educação a distância ser um modelo sério, legalizado e com respaldo e 
amparo do MEC, e de ser adotado hoje em quase todas as faculdades e universidades 
do Brasil, algumas pessoas que pretendem fazer uma faculdade à distância têm se pre-
ocupado com sua aceitação ou não pelo mercado de trabalho. Uns usam a expressão 
reconhecimento pelo mercado de trabalho, outros apenas aceitação, mas no fundo a 
preocupação é a mesma. O mercado de trabalho formal vai sempre optar pelo que é 
mais formal. O mercado menos formal tende a observar a capacidade do indivíduo e 
não apenas a sua formação. Então, diante disso é evidente que a preocupação com o 
mercado de trabalho poderá se justificar ou não. 
OS ALUNOS DE HOJE E PROFISSIONAIS DE AMANHÃ 
A grande preocupação não é o que o mercado e trabalho acha ou deixa de achar da 
educação a distância e sim o tipo de profissional que as faculdades EAD vão enviar 
39
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
para o mercado. O receio maior é que muitas pessoas estejam despreparadas para 
enfrentar um curso a distância e conseqüentemente para ingressar no mercado de tra-
balho em que se pretende formar, dependendo da área, a exemplo a saúde, por irres-
ponsabilidade de um mau profissional, vidas podem estar em jogo. Diante do estudo 
feito, foi possível perceber que alg uns alunos têm dificuldade de compreensão de um 
simples texto, prova disso são as dúvidas, comentários em chats, rodapés, posts, sem 
contar nos erros de português (ortografia), grafia errada, a faculdade não corrige esses 
erros e provavelmente irão parar no mercado de trabalho. As baixas mensalidades de 
EAD e comodidade de horário e local despertam o interesse de muita gente, isso é 
bom, pois a faculdade é uma extensão e não o básico, logo os alunos devem fazer 
estudos por conta própria, seja em cursinho ou através de conteúdo gratuito disponível 
na internet, criar o hábito de leitura e informação, adquirindo mais conhecimento e ex-
periência sobre a área de estudo desejada. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
É indiscutível que a educação a distância é a modalidade de ensino que mais cresce no 
país. O mercado de trabalho passa a reconhecer o valor e a importância que a EAD pro-
porciona aos novos profissionais formados por um sistema que inibe a atitude passiva e 
40
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
capacita trabalhadores com perfis de autonomia e independência. “Os que se formaram 
mostram que têm bastante disciplina, empenho, são organizados e cumprem prazos”, 
acredita Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação. “No processo seletivo, a 
empresa não avalia a modalidade de ensino, mas a instituição. Se é de renome, é aceita. 
O que conta é a reputação da escola. E mais importante que o certificado é o conheci-
mento do aluno e sua capacidade de apresentar resultado.” 
Foram observados os crescentes índices de empresas que tanto acreditam na edu-
cação a distância como também usufruem dela como eficiente método de treinamen-
to para a capacitação de seus colaboradores. “Em 2007, pela primeira vez desde a 
criação do Enade (2004), o Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) comparou o 
desempenho dos alunos dos mesmos cursos nas modalidades a distância e presen-
cial. Em sete das 13 áreas onde essa comparação é possível, alunos da modalidade a 
distância se saíram melhores do que os demais.” (Fonte: Folha de São Paulo) 
A realidade é que haverá sim empresas que irão torcer o nariz para quem fez uma faculdade 
a distância, mas isto não é regra no mercado. O importante é se preocupar com a sua for-
mação e fazer a diferença, procurar uma instituição confiável, usufruir de todos os recursos 
disponíveis para sanar as possíveis duvidas de conteúdo, para ser um bom profissional , 
enfim, assim terá aceitação do mercado sem nenhum problema. 
Fonte: www.abed.org.br/congresso2013/cd/380.doc
41
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
INDICAÇÕES DE LEITURA
VELOSO, Renato. Tecnologias da informação e comunica-
ção. São Paulo: Saraiva, 2011.
LAURINDO, Fernando José Barbin; ROTONDARO, Roberto 
Gilioli. Gestão Integrada de Processos e da Tecnologia da 
Informação. São Paulo: Atlas, 2006.
42
Unidade I - Novas tecnologias da Educação
ATIVIDADES
1) Reflita sobre o que você entende por Tecnologia daInformação.
2) Continuando as reflexões. Agora que você já tem a percepção do que é Tecnologia da 
Informação, o que você entende por Tecnologia da Informação e da Comunicação?
3) Faça uma pesquisa sobre a utilização de recursos tecnológicos no cotidiano das 
pessoas quanto às relações sociais. O objetivo é identificar que tipos de recursos 
da TIC as pessoas têm utilizado nas relações pessoais de trabalho mediadas pela 
tecnologia.
Novas tecnologias na EAD e 
suas formas de mediação 
UNIDADE 2
ObjEtIvOs DE AprENDIzAgEm
•	 Debater as mudanças que as novas Tecnologias de Informação 
e da Comunicação têm provocado nas relações socioculturais e 
na forma de promover a aprendizagem por meio dos recursos 
disponibilizados pelas novas ferramentas tecnológicas..
plANO DE EstUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
•	 Novas posturas frente à Educação a Distância
•	 Redes sociais como espaços de aprendizagem na web
•	 Possíveis caminhos da interatividade
•	 A interatividade na EAD
Carlos Eduardo Cayres
45
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
INTRODUÇÃO 
Uma das principais ferramentas das TIC favorável à democratização do saber é sem dúvida 
a internet. O conhecimento não se restringe somente a um grupo, é compartilhado por um 
amplo número de indivíduos, independente do local em que é produzido. 
Os ambientes em rede minimizam as distâncias, promovendo trocas colaborativas, cria-
tivas e autônomas. A escola e a família tem que estar atentas a essas mudanças inevi-
táveis, nunca deixando de lado os valores humanos e éticos, indispensáveis a um bom 
convívio social. 
NOVAS POSTURAS FRENTE À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As novas tecnologias de informação tendem a provocar mudanças socioculturais que a 
sociedade atual ainda não tem condições de assimilar. Ao se modificar aspectos sociais, 
resistências surgirão, principalmente por que, não se sabe o impacto que estas transfor-
mações provocarão. 
As redes sociais, como Facebook, Orkut, Skype (Figura 4), entre outras, apresentam formas 
de interação que atraem pela diversidade de informações com recursos variados: sons, 
imagens, tudo muito interativo. A escola tradicional não traz novos desafios e isso causa 
46
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
desconfiança nas metodologias tradicionais de ensino. Isso gera um descaso diante das 
formas de aplicação de conteúdos e formas de avaliação que fogem ao cotidiano do jovem 
do século XXI. É preciso incorporar os meios audiovisuais em suas práticas estudantis e a 
gama de riquezas que as TICs podem proporcionar.
Figura 4 - Facebook e Skype.
Os jovens do século XXI querem dialogar, discutir, diversificar e não apenas participar de 
um modelo de assimilação de conteúdo. O conceito de “nativos digitais” segundo Belloni 
(1999) define estes jovens com muita propriedade, pois, frente à geração dos “imigrantes 
digitais”, eles possuem habilidades e competências para o uso das novas tecnologias 
principalmente porque interagem no ambiente em rede com extrema naturalidade. 
47
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Com isso, o compartilhamento de informações se tornou uma marca da nova web, em 
que os jovens procuram e desejam criar juntos, muito próximos do que Pierre Lévy (1999) 
definiu como inteligência coletiva. No entanto, existem desafios a serem desvendados na 
rede de informações, pois, se por um lado, ela pode ser fascinante, por outro, pode ser 
igualmente obscura, percorrendo caminhos perigosos. 
A INTERATIVIDADE NA EAD 
Mudar a postura passiva do telespectador, aproximando-os das novas TICs, é um grande 
desafio para os indivíduos do século XXI. Pesquisas indicam um crescimento na moda-
lidade em educação a distância e o ensino presencial não pode ser apenas transferido 
para o ensino a distância, por meio das novas ferramentas tecnológicas. É preciso ter 
cuidado com a preparação dos materiais, atentando para as especificidades dos edu-
candos, contextualizando os conhecimentos na região onde o aluno está inserido. 
O governo, a partir de 2007, estabeleceu políticas de referências de qualidade para re-
gulamentação dos cursos a distância, com a finalidade de minimizar os efeitos muitas 
vezes insatisfatórios desta modalidade de ensino, preocupado com a grande expansão 
da EAD no Brasil. 
48
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Um dos objetivos é garantir que uma proposta de projeto de curso superior a distância 
precisa estar atento a um forte compromisso institucional visando garantir uma formação 
técnico-científica para o trabalho, considerando também, a dimensão política para a for-
mação do cidadão. Além do mais, a educação superior presencial ou a distância, nas 
suas diversas formas de combinações entre presencial, presencial virtual e a distância, 
precisa evidenciar o desenvolvimento humano, diante do comprometimento da concep-
ção de uma sociedade mais justa. 
Outro fato importante no documento é que a educação deve superar a visão fragmentada do 
conhecimento, elaborando uma estrutura de interdisciplinaridade e contextualização. 
A educação encontra nesse panorama um ambiente desafiador e diferente dos meios 
de comunicação de massa. Por exemplo, a televisão apresenta um material voltado ao 
consumo e à padronização do pensamento, a estrutura teórico/prática dos cursos de 
EAD percorre um caminho contrário, pois deve basear-se nos questionamentos, práticas 
e discursos inovadores para que consiga despertar a autonomia, criatividade e cidadania 
no seu público-alvo. 
Atentado para o problema, a EAD deve promover a interação entre alunos e entre alu-
nos e professores, utilizando-se de ambientes que propiciem ferramentas como fóruns 
e chats, disponibilizando o conhecimento de forma autônoma. Assim sendo, é preciso 
49
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
diferenciar interação e interatividade, que, muitas vezes são colocadas de forma prolixa. 
Para Belloni (1999), o conceito sociológico de interação é a ação recíproca entre dois ou 
mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é, encontro entre dois sujeitos, que pode 
ser mediada por algum veículo técnico de comunicação (telefone ou carta). 
Em contrapartida, interatividade é o recurso técnico disponibilizado por um determinado 
meio, como hipertextos em geral ou jogos eletrônicos. Existe também o conceito de in-
teratividade como a atividade humana que age sobre a máquina e recebe em troca uma 
resposta. 
Torna-se inevitável a mudança no papel do professor diante dos novos modelos de in-
teratividade. O novo paradigma exige que o professor se transforme em mediador do 
conhecimento rompendo a barreira dos encontros clássicos em sala de aula. No modelo 
tradicional a aprendizagem acontecia, muitas vezes, mediante trocas teóricas por meio 
dos diálogos. Educadores atentos aos objetivos propostos pela disciplina devem recorrer 
a diferentes linguagens, diversificando a compreensão dos diferentes conteúdos, indo ao 
encontro do mundo sociocultural dos educandos. O professor torna-se também é um 
aprendiz das linguagens visuais e sonoras na atual quebra de paradigmas hierárquicos e 
cabe também a ele a autoaprendizagem diante do novo contexto educacional. É um a 
caminho sem volta.
50
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
O uso das redes sociais, como prática de interação social, tem arrebanhado inúme-
ros adeptos, entretanto a mudança da prática para o ambiente de aprendizagem, não 
consegue obter a mesma aceitação. Estudos apontam que os alunos de educação a 
distância ainda não conseguem dominar as diferentes formas interativas disponíveis. Os 
ambientes virtuais de aprendizagem, como fóruns, salas de bate-papo, emails ainda não 
são bem utilizados pelos estudantes, isso faz com ele não se sinta integrado ao curso do 
qual faz parte. Segundo Serra (2005), este fator é um dos determinantes para a evasão 
dos cursos na modalidade a distância. Talvez por esta razão que a nova regulamentação(2007) tenha definido que os cursos precisam estimular as trocas de saberes por meio de 
fóruns, salas de bate-papo, chats, pois são estas formas de convivência que permitem 
que o aluno avance nas etapas de compreensão dos conteúdos. 
A dificuldade de se expressar por meio da escrita é outro aspecto a considerar como 
obstáculo à interatividade, em especial ao eixo comunicativo (SERRA, 2005). Os textos 
podem apresentar duplo sentido ou ser escrito de forma confusa, dificultando a compre-
ensão por parte do professor/tutor na aprendizagem. Na rede a quantidade de informa-
ções encontradas é muito diversificada e os alunos têm dificuldade em filtrar, pois não 
conseguem distinguir a relevância de um texto para outro, bem como a confiabilidade 
dos links das pesquisas. A habilidade de filtrar o que realmente é relevante torna-se uma 
das competências indispensáveis ao saber e que se desenvolvem ao longo da prática de 
aprendizagem, tanto no ensino a distância quanto no ensino presencial.
51
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
É preciso considerar também o acesso aos meios tecnológicos dos educandos: biblio-
tecas, laboratórios, videoteca, entre outros. Além disso, a educação, sobretudo, na mo-
dalidade a distância, precisa disponibilizar cursos introdutórios sobre alfabetização digital, 
a fim de sanar dúvidas, para que os estudantes tenham condições de produzir bons 
resultados. 
Enfim, é indispensável que o material a ser disponibilizado deve ser pensado e articulado 
por uma equipe multidisciplinar para que o ambiente de ensino-aprendizagem seja atrativo, 
diminuindo o crescente abismo que separa a escola da sociedade. 
POSSÍVEIS CAMINHOS DA INTERATIVIDADE
Pesquisas apontam que, a não interação provoca ausência de laços de comunicação, 
como consequência, um distanciamento do ambiente de aprendizagem em rede. A mu-
dança de comportamento, porém, vem sendo exercitada de forma espontânea por meio 
das redes sociais ou pelas buscas de informação mediante matérias jornalísticas, músi-
cas, blogs, entre outros. 
Pode-se perceber que os usuários em rede gostam de ler notícias em rede e expor o seu 
pensamento aos demais, tecendo seus próprios comentários sobre o assunto. Esta práti-
ca tem se tornado frequente, mas ela nem sempre contribui para um debate democrático; 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
pode-se criar um ambiente muitas vezes constrangedor, pois a divergência de opiniões acaba 
cirando uma atmosfera de hostilidade entre alguns indivíduos. 
As dificuldades em criar um ambiente de trocas de ideias verdadeiramente efetivas em 
rede, por meio do debate, são as mesmas que se vê em sala de aula. 
Apesar disso, ferramentas tecnológicas como o Orkut e o Facebook, enquanto redes 
sociais, têm demonstrado um envolvimento promissor no que diz respeito às comunida-
des associadas por um determinado assunto. Ainda assim, o fato de os participantes 
de comunidades estabelecerem trocas a partir de um interesse comum, muitas vezes, 
expressa um aprendizado que vai a além do ambiente em rede. 
A colaboração é surpreendente neste aspecto, seja pela disposição no esclarecimento 
de dúvidas ou pela troca de material entre os membros. Com a mesma proposta sur-
gem os ambientes nos quais os usuários têm espaço para expor sua criação individual 
por meio de expressões literárias, musicais. Por sua vez, o ambiente escolar do ensino 
presencial, também tem utilizado tais formas de interação fazendo a articulação entre os 
conteúdos curriculares. 
As mudanças que norteiam as boas práticas sociais e que vem ocorrendo em meio ao 
ambiente em rede, ainda são novidade para grande parte da população. Faz-se necessá-
rio, um debate mais amplo em torno de políticas públicas, no contexto brasileiro, buscando 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
uma democratização no acesso à rede, pois a falta de recursos que possibilitem o acesso 
às redes pela massa da população ainda é realidade no Brasil. 
Não podemos deixar de lado a má qualidade técnica da internet que dificulta a operacio-
nalização do seu uso. Da mesma forma, encontram-se os estímulos legais que permitirão 
que a ampla população tenha acesso à TV digital, dinamizando assim, recursos interati-
vos a favor destas mudanças. 
O acesso às tecnologias de informação e comunicação tende a fortalecer os laços entre 
gerações, visto que, percebe-se uma diversidade entre os que vivenciam estas ferramen-
tas desde o início do processo da aprendizagem, os chamados “nativos digitais”, e os 
que não contaram com tal condição. 
REDES SOCIAIS COMO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM NA 
WEB 
As redes sociais têm atraído cada vez mais um número maior de participantes, buscan-
do interagir com pessoas conhecidas, estabelecer interação com outras pessoas e até 
mesmo interagir com grupos afins. 
Tendo em vista este quadro de interação, a forma e a frequência de utilização das redes 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
sociais pelos alunos do ensino superior, será possível criar um meio para diagnosticar 
novas técnicas pedagógicas para a educação e formação.
As redes sociais na Web emergem das práticas de interação orientadas para a parti-
lha e formação de grupos de interesse que estão na origem das narrativas digitais da 
Sociedade do Conhecimento. A construção coletiva e colaborativa na Web representa 
uma das principais características destas organizações. 
As formas e contextos de interação na rede são realizados por meio da mediação digital. 
Entretanto, o processo se estende além da visão tecnológica da mediação e incide igual-
mente, nas práticas de mediação social e cognitiva entre os indivíduos que fazem parte 
da rede. Sendo assim, o conhecimento construído no contexto da rede torna-se uma 
representação coletiva. 
O conceito da rede no sentido de abertura nos remete para a flexibilidade de um mode-
lo organizacional com tendência não hierárquica, n ão centralizada e horizontal, descrito 
ainda pela interação nos meios digitais e pelas experiências sociais e colaborativas. 
Tal flexibilidade integra a capacidade de reconfiguração do sentido e objetivos da rede 
social no seu processo de desenvolvimento. Novos desafios surgem para a reflexão 
educacional, ao nível da inovação nos contextos e práticas de aprendizagem para a 
Sociedade do Conhecimento. 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Atualmente as redes sociais na Internet representam uma nova forma de relaciona-
mento na sociedade atual. Cada vez mais as redes sociais têm assumido um papel 
central na Web 2.0, sendo vislumbrada como uma plataforma que aproveita a finali-
dade da rede, considerando que se utilizar as aplicações, mais ricas elas se tornam. 
As novas tecnologias têm causado profundas mudanças na compreensão dos proces-
sos de interação social, afetando igualmente o processo de aprendizagem e conheci-
mento. Pode-se citar a percepção de rede para a interação social em um cenário globa-
lizado, isso acarreta um novo pensamento sobre os modos de organização dos grupos 
e comunidades. 
O conceito de Web 2.0, referindo-se a rede de produção individual, coletiva e colabo-
rativa, introduz aos alunos novas formas e possibilidades de criação de conteúdos e de 
utilização desses, definidos como blogues, redes sociais, atividades em mundos virtuais 
e wikis, como mostra a Figura 5. 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Figura 5 - Interatividade através das redes de computadores.
Os recursos da Web 2.0 como as redes sociais e os wikis, como diferencial para acres-
centar novas metodologias de ensino e aprendizagem, permite desenvolver formas inte-
rativas e colaborativas para os estudantes, fazendo uso de recursos com os quais estão 
familiarizados. 
A preparação de novos conteúdos baseados na Web. A criação de conteúdos nas 
plataformas baseadas na Web acarreta o envolvimento dos alunos no desenvolvimento 
57
Unidade II - Novas tecnologiasda Educação
das suas competências, bu scando aumentar a capacidade crítica e criativa. 
A utilização de blogues, wikis e redes sociais transformou a Internet com o aumento das 
suas potencialidade, dando ênfase a grande quantidade de informação relacionadas en-
tre si, e sempre disponível para os indivíduos conectados.
As redes sociais tornaram-se frequentes em ambientes de aprendizagem, permitindo a 
exploração de novas formas de ensino e aprendizagem, salientando-se, como exemplo, 
o Facebook, que foca o espírito de comunidade colaborativa.
O paradigma do estudo centrado no estudante está em conformidade com a utilização 
que eles fazem das redes sociais, criando assim, de acordo com o seu perfil, uma rede 
de contatos e de partilha de informação e de conhecimento. 
Como exemplos de redes sociais, destacamos: Facebook, Youtube e Twitter.
O Facebook (Figura 6) surgiu em fevereiro de 2004, começou por ser uma rede usada 
apenas por estudantes, mas foi ganhando espaço, tornando-se a rede social mais utilizada 
em todo o mundo. É uma rede social que permite a partilha de informação e mensagens, 
proporcionando aos utilizadores aderir a grupos organizados de trabalho, de ensino ou de 
região, para interagirem com outras pessoas com interesses comuns. 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Figura 6 - Facebook.
O YouTube (Figura 7) é uma rede, essencialmente orientada para a partilha de vídeo. Tem 
vindo a ser dotada de características mais sociais, nomeadamente, ao nível da inserção 
de comentários de vídeos e de partilha de opiniões. Surgiu em 2005 e é atualmente um 
dos sítios mais populares devido à diversidade e quantidade de conteúdos disponibiliza-
dos que variam desde vídeos de entretenimento até vídeos educativos e de promoção 
empresarial. A revista Time elegeu o YouTube, em 2006, como a maior invenção do 
ano, por constituir uma plataforma educativa e de entretenimento utilizada por milhões 
de pessoas. 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Figura 7 - Youtube.
O Twitter ou Tweeter (Figura 8) é uma rede social livre que apareceu em 2006 e des-
de então tem crescido em todo o mundo. É muitas vezes descrito como o “SMS da 
Internet”. O Twitter pode ser caracterizado por possuir uma interface que permite aos 
seus utilizadores enviar e ler “tweets” ou mensagens de outros utilizadores conhecidos. 
Os tweets são baseados em textos que não ultrapassam 140 caracteres, sendo atua-
lizados pelo próprio utilizador. É necessária a criação de uma conta para poder aceder 
a esta interface, na qual se partilha conhecimento sobre diversos assuntos, tais como 
músicas, fotos e filmes. 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Figura 8 - Twitter.
Mesmo sendo possível caracterizar com as redes sociais mais utilizadas atualmente, tal ca-
racterização tende a ser imperfeita. Isso se justifica pelo dinamismo das suas potencialidades 
e objetivos de utilização tornando difíceis tais caracterizações, bem como a diversidade de 
indivíduos e interesses por trás da utilização das redes sociais. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso das TICs, principalmente a internet, permite um espaço favorável para a de-
mocratização do saber. O conhecimento não se restringe somente a um grupo, é 
compartilhado por um amplo número de indivíduos, independente do local em que é 
produzido. 
61
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
As distâncias são minimizadas pelo ambiente em rede, promovendo trocas colaborativas, 
criativas e autônomas. A escola e a família têm que estar atentas a essas mudanças 
inevitáveis, nunca deixando de lado os valores humanos e éticos, indispensáveis a um 
convívio social mais harmônico. 
Não basta apenas ter acesso às tecnologias, é preciso preparar os indivíduos, tanto na 
sua formação cultural, principalmente no domínio do código escrito, quanto no exercício 
de uma postura ética e responsável em relação aos ambientes em rede. 
Por fim, as bases para uma democratização do ensino, seja presencial ou a distância, 
ainda vem sendo estruturadas, pois são inúmeros os fatores que envolvem a aprendiza-
gem nos dias atuais.
FIQUE POR DENTRO
Vídeos da entrevista com o Prof. Dr. Gilberto Lacerda – Redes Sociais e EaD 
Parte 1:
<http://www.youtube.com/watch?v=RMIWsxFumFo>.
Parte 2:
<http://www.youtube.com/watch?v=lHzKgcjajIM>.
Parte 3:
<http://www.youtube.com/watch?v=XQYu-yh64I0>.
Parte 4:<http://www.youtube.com/watch?v=PcmZHbNfK_M>.
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
REFLITA
É apresentado abaixo um artigo de uma personalidade importante da educação 
brasileira, o professor Fredric M. Litto. Aproveite a leitura e reflita sobre os assun-
tos brilhantemente debatidos pelo professor.
EDUCAÇ ÃO A DISTANCIA NO BRASIL: INFLEXÍVEL E TUTELADA
Apesar da mão pesada e da visão estreita dos que controlam os freios da edu-
cação no país, a educação a distância é realidade consolidada e oportuna para 
o nosso desenvolvimento.
Fredric M. Litto
A confrontação de experiências e pesquisas entre instituições públicas e priva-
das de todo o país e do exterior discutidas no VIII Congresso Internacional de 
Educação a Distância, de 6 a 8 deste mês em Brasília, deixou como resultado a 
perplexidade sobre como essa abordagem pedagógica está crescendo qualitati-
vamente apesar dos ‘‘freios’’ colocados pelas entidades encarregadas de fiscalizar 
o andamento do ensino superior no Brasil.
As universidades corporativas virtuais de instituições respeitáveis como Petrobras, 
Caixa Econômica Federal, Xerox, Brahma, Algar, Accor, e Banco Boston, que 
podem operar livremente, sem tutela governamental, estão ampliando cada vez 
mais as atividades. E o ensino fundamental e o básico, por meio de renomados 
e bem-sucedidos projetos como Telecurso 2000 (da Fundação Roberto Marinho 
em parceria com a Fiesp), Klick Educação e Biblioteca Virtual do Estudante 
Brasileiro, revelam um celeiro de capacitação a distância de centenas de milha-
res de brasileiros.
63
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
O gargalo segurando o desenvolvimento pleno de aprendizagem a distância 
ocorre no ensino superior, onde a cultura secular brasileira de centralização, 
credencialismo e tutelagem está criando situação paradoxal em que o próprio 
governo força os cidadãos e instituições do país a caminhar na direção de de-
sobediência civil. Embora a Constituição garanta às universidades do país auto-
nomia no tocante a seus currículos e auto-organização, de fato isso não ocorre, 
e instituições autorizadas para ministrar cursos presenciais são obrigadas a so-
licitar nova autorização quando querem oferecer os mesmos cursos a distância. 
Durante o VIII Congresso, o responsável pela área de educação a distância no 
Ministério da Educação informou dados desconcertantes: nos últimos dois anos, 
apenas seis cursos (cinco de graduação e um de pós-graduação latu senso) fo-
ram aprovados; atualmente existem quatro mil pedidos de autorização de cursos 
a distância aguardando averiguação; e, por ora, o Ministério não está aceitando 
novos pedidos.
Está configurada, assim, situação clara de ‘‘freio’’, por meios burocráticos e anti-
democráticos, visando favorecer certos atores que buscam favores particulares 
no cenário educacional brasileiro. Nos anos que restam a esta administração, 
não será possível averiguar a viabilidade pedagógica de quatro mil cursos. Dessa 
forma, fechando a porta para novas solicitações, são beneficiados os poucos 
que estavam na fila. E isso num cenário em que muitas instituições particulares 
estão iniciando atividades de educação a distância, visando a novas fontes fi-
nanceiras que substituam mensalidades inadimplentes nos cursos presenciais, 
enquanto as públicas querem dar acesso mais democrático ao ensino superior.
O mais incrível é que fora do Brasil a educação a distância é considerada ‘‘edu-
cação flexível’’, porque permite que o aluno participe do seu curso virtualmente, 
no dia e horaque quiser, sem interferir em seu horário de trabalho. Parece que 
64
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
as autoridades do Ministério de Educação ignoram o fato de que países como 
Índia, Indonésia, Turquia e China têm megauniversidades, instituições oferecendo 
ensino superior a distância para mais do que quinhentos mil alunos cada uma. No 
mês passado, a nova Universidade Estadual de Amazonas realizou um vestibular 
gratuito; foram 190 mil inscritos, o que representa 10% da população do estado. 
A demanda reprimida para a educação superior no Brasil é vasta e só pode ser 
plenamente atendida mediante opções como educação a distância. Trinta ten-
tativas já foram feitas nos últimos trinta anos para estabelecer uma ‘‘universidade 
aberta a distância‘‘ no país; todas fracassadas devido a forças ocultas que temem 
perder a hegemonia geográfica educacional. Já estão correndo rumores de que 
os proprietários de instituições particulares, capazes de financiar as campanhas 
para as próximas eleições, estão favorecendo quem não favorece a expansão de 
educação a distância. Sem nova atitude, será inevitável repetir os erros do pas-
sado, quando o Brasil era um dos líderes internacionais de educação a distância 
(Telecurso, Projeto Minerva, Telepostos no Maranhão...) e perdeu essa posição 
devido à descontinuidade e ao desinteresse governamental.
Em reuniões recentes na América do Norte e na Espanha, testemunhei a existên-
cia de projetos para a invasão da América Latina de cursos universitários a distân-
cia de boa qualidade. Por um lado, considero isso benéfico porque aumentaria 
para a nossa população a oferta de acesso ao conhecimento; por outro, preo-
cupa-me a evidente ameaça de uma nova colonização, tanto intelectual quanto 
econômica, que isso representa. Temo, também, o efeito que a invasão teria nas 
universidades públicas e privadas. De qualquer forma, trata-se de fenômeno irre-
versível, não controlável por portarias ou tentativas de censurar as redes digitais.
O ministro de Educação não pode continuar desestimulando os interessados 
em ensino superior a distância, como fez numa conferência com o Conselho de 
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Reitores das Universidades Brasileiras, em dezembro passado; como o fez de 
novo no dia 4 de agosto último nas páginas deste jornal; e como o fez para um gru-
po de reitores de universidades católicas que estavam em Brasília recentemente 
para inaugurar sua rede multiinstitucional de educação a distância. Desinformado, 
ele não acredita que as universidades brasileiras tenham capacidade e metodolo-
gia apropriadas para realizar aprendizagem de qualidade a distância. Os sucessos 
no exterior, nesse setor, argumentam contra essa opinião desinformada. A vizinha 
Argentina, por exemplo, apesar da crise econômica que enfrenta, é exemplo de 
expansão na área.
Apesar da mão pesada e da visão estreita dos que controlam os freios da edu-
cação no país, a educação a distância é realidade consolidada e oportuna para 
o nosso desenvolvimento.
(*) Graduação em Rádio-Televisão – University of California, Los Angeles (1960) e 
doutorado em História do Teatro - Indiana University (1969). Desde 1995 é pre-
sidente da Associação Brasileira de Educação a Distância; Membro do Comité 
Executivo do ICDE - International Council of Open and Distance Learning; e mem-
bro do Conselho Editorial das revistas científicas: American Journal of Distance 
Education, - Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, - Advanced 
Technology and Learning, - International Review of Research in Open & Distance 
Learning e - Open Learning. 
Fonte : http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista9/forum%209-5.htm. 
Acessado em 24/09/2013.
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Unidade II - Novas tecnologias da Educação
REFLITA
É apresentada abaixo uma entrevista do professor Wilson Azevedo. Aproveite a 
leitura e reflita sobre os assuntos brilhantemente debatidos pelo professor.
COMUNIDADES VIRTUAIS PRECISAM DE ANIMADORES DA 
INTELIGÊNCIA COLETIVA
Entrevista concedida ao portal da UVB (Universidade Virtual Brasileira)
Wilson Azevedo
Wilson Azevedo é diretor da Aquifolim Educacional e consultor técnico-pe-
dagógico do Senai. Nesta entrevista exclusiva à uvb.br, afirma que comunidades 
virtuais precisam de animadores, não de normas. “O segredo não está nem em 
normas, nem em tecnologia, está em pessoas, educadores capacitados para 
atuarem como animadores da inteligência coletiva em comunidades virtuais.”
UVB.BR - A adaptação de um estudante ao ambiente virtual de estudo 
é fácil? Quais as maiores difi culdades e causas?
Wilson Azevedo - Nenhuma adaptação pode ser caracterizada como “fácil”. 
Qualquer processo de adaptação envolve o ser humano como um todo. Não se 
trata apenas de “saber mexer”, mas de sentir-se à vontade, e isto envolve aspec-
tos sócio-afetivos, além de cognitivos e psico-motores.
A adaptação de estudantes ao ambiente virtual vai além do mero adestramento 
técnico-operacional. O ambiente on-line caracteriza-se por uma experiência com 
o tempo e o espaço diversa daquela que encontramos em ambientes presen-
ciais, uma temporalidade multi-sincrona e um espaço fundamentalmente comu-
nicacional, não-físico.
67
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
Não é uma questão de aprender a navegar na internet ou de aprender a usar 
o e-mail. É uma outra temporalidade dentro da qual o aluno precisa aprender a 
agendar-se e um novo espaço no qual precisa aprender a se movimentar, uma 
sensação de contigüidade sem simultaneidade que a maioria daqueles que ini-
ciam cursos on-line nunca experimentou antes.
Mas é também uma outra experiência em termos de sociabilidade, uma intensa 
troca interpessoal e comunitária sem o contato face a face. Estas coordenadas 
temporais, espaciais e sociais definem uma outra ecologia pedagógica à qual 
o estudante precisará adaptar-se. Sem dúvida, esta adaptação não é fácil, por 
mais familiarizado que o estudante esteja com o software e o hardware.
O maior risco é confundir este processo psico-pedagógico de ambientação on-li-
ne com o mero adestramento técnico-operacional. Considerar apto e ambientado 
um aluno apenas porque sabe clicar nas áreas corretas da tela é não compreen-
der os aspectos que realmente importam num processo de ambientação on-line.
UVB.BR - Quais as soluções possíveis para estes problemas?
Azevedo - A principal solução está em levar a sério a necessidade psico-pedagógi-
ca de ambientação; está em desenvolver um programa de ambientação com alunos 
que ingressam pela primeira vez num curso on-line. Assim como a adaptação de 
crianças em idade pré-escolar deve ser bem encaminhada e quando não o é, cria 
problemas futuros para o aprendizado da criança, um processo mal-sucedido de 
ambientação on-line pode afetar o rendimento de alunos on-line e, por isto, precisa 
ser encaminhado com todo cuidado.
Um bom programa de ambientação deve fazer o aluno sentir o que chamamos 
de “vertigem” virtual, um pouco da tontura que a mudança de referências espaço-
temporais e sociais provoca. Neste processo de adaptação, o aluno precisa ser 
acompanhado com cuidado, pois emoções são despertadas. Em alguns casos 
68
Unidade II - Novas tecnologias da Educação
pode ser senão doloroso, no mínimo desconfortável, e uma equipe pedagógica 
deve estar apta a amparar estudantes neste processo.
O aluno precisa receber orientações que o auxiliem a administrar seu tempo 
numa outra temporalidade, precisa experimentar a interação entre pessoas e 
sentir como ela pode ser intensa, apesar da distância e da falta de contato 
face a face, precisa sentir que a comunicação face a face não representa a 
plenitude comunicacional, mas também é afetada por limitações, que comu-
nicação, seja on-line, seja presencial, sempre importa limitações e potenciali-
dades. É preciso criar condições e oportunidades para que ele vivencie isto e 
adapte-se a esta ecologia pedagógica específica

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