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ESU - Estudo Sistematizado da Umbanda Roteiro

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E.S.U. 
Estudo Sistematizado da Umbanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2014 
 
 
 
 
Programa Básico 
 
 SARAVÁ A QUEM CHEGA 
 
 Hoje quero compartilhar com você, amigo e irmão de muitas lutas, 
que adentra a nossa tenda em busca do lenitivo que diminua sua dor, da 
palavra amiga do Preto Velho que lhe ajude a superar momentos de crise 
ou que preencha o vazio que carregas no peito. 
 Talvez esta seja a ultima porta, após tantas outras tentativas de 
encontrar a paz e o sentido da vida. Seu coração oscila entre esperança e 
temores. Afinal, são tantas as andanças e frustrações, inúmeras as 
desilusões... Mas, que bom que resolveste entrar. Não existe caminho 
fácil, entretanto caminhando juntos aprenderemos a solidariedade 
ensejando em nós o despertar do amor. 
 
 A Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, 
baseada no culto aos Orixás, nossos templos são espaços fraternos de 
vivencia do evangelho de Jesus, uma espécie de oficina do bem, onde se 
busca, em conjunto, aprender e exercitar esse tão decantado amor ao 
próximo. Então, por favor, não nos idealize. Não espere uma bondade e 
elevação que ainda não possuímos. 
 
 Na Umbanda professamos uma fé raciocinada que facilita a 
compreensão dos porquês da existência, assim aumenta a nossa 
responsabilidade proporcionando uma mudança de atitude para melhor 
diante dos desafios da vida. Nossa Umbanda almeja demonstrar a justiça 
das leis cósmicas, onde a semeadura sendo livre a colheita é obrigatória no 
terreno do espírito, que deve ser arduamente arado para o embelezamento 
do jardim da vida imortal. O ciclo das reencarnações entre o plano físico e 
o astral é abençoado educandário das consciências, em que a Umbanda 
conforta e instrui com sua simplicidade e sabedoria milenar; e traz as curas 
e o alento através da magia dos Orixás. Porem, não nos enganamos, nem 
queremos lhe enganar a respeito de quem somos. Somos exatamente como 
você. Sentimos as mesmas dificuldades afetivas, emocionais, sexuais, 
espirituais e tantas outras, inerentes a nossa condição humana de seres em 
evolução. Por isso amigo irmão, ao entrar por aquela porta, não espere 
encontrar pessoas infalíveis investidas de superioridade e poderes mágicos, 
encontrarás apenas pessoas comuns, com muitas certezas e convicções sim, 
mas também com crises e inseguranças, tais como as suas. 
 Trabalhamos em regime de cooperação fraterna e voluntaria, 
conforme as aptidões e disponibilidades de cada um, em beneficio de todos 
os que aqui chegam. Somos todos aprendizes na arte de servir, gente que se 
sente feliz em contribuir para a felicidade alheia. Encontraremos nos Pretos 
Velhos a humildade e a sabedoria, sempre prontos para acolher, ouvir e 
amparar aqueles que lhes procuram. Não suponha porem que estejamos 
isentos de provas e problemas, assim como você, lutamos e sofremos. 
Assim como você não vivemos alheio às dificuldades do mundo, porem 
optamos pela a ação no bem como forma de contribuir na construção de 
uma sociedade melhor e mais justa, assim encontramos respostas e 
coragem necessárias para enfrentar nossas próprias batalhas na arena da 
vida. 
 Se dentro da Umbanda conseguimos nos religar com Deus, 
conseguimos tirar o véu que cobre nossa ignorância da presença de Deus 
em nosso íntimo, então podemos chamar nossa fé de Religião. Como mais 
uma das formas de sentir Deus em nossa vida, a Umbanda cumpre a função 
religiosa se nos levar à reflexão sobre nossos atos, sobre a urgência de 
reformularmos nosso comportamento aproximando-o da prática do Amor 
de Deus. 
 Mas a Umbanda Sagrada é uma religião de tamanha grandeza e tão 
cristalina que quando bem estruturada, dentro de seu propósito, tendo em 
seu alicerce a Espiritualidade Maior que nos orienta e nos conduz e a 
proteção de nosso Pai Olorum, nos dedicamos com muito amor, formamos 
um exército forte e guerreiro em direção a Luz. 
 Sabemos que nossa trajetória aqui na terra é muito passageira por 
tanto, muito temos que fazer em um todo, alem de muito estudo 
doutrinário, tem de expressar na conduta, no respeito aos princípios e a sua 
colocação em prática, requer moral, disciplina doutrinaria e individual, 
partilharmos conhecimentos verdadeiros, formando assim um conjunto de 
aprendizado e irmandade, pois somos irmãos e uma grande família. 
 
 Nossa Umbanda é reflexo do Universo, onde bilhões de aglomerados 
gravitam numa espiral de diversidades rumo ao Criador. Ela trás a beleza e 
a simplicidade das misturas étnicas e sociais, Na verdade a Umbanda é bela 
exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso é uma 
religião totalmente brasileira. 
 O amigo que busca esta escola, estranha as formas diferentes de 
manifestações, se espanta com a ritualística as vezes exagerada, e julga 
apressadamente sua diversidade. Entretanto, por trás da realidade que se 
expressa no universo de vossos sentidos, há uma unidade subjacente que 
vos tange qual iceberg submerso no oceano cósmico, incentivando vossas 
potencialidades divinas ainda latentes. O conjunto da vida e das formas não 
passa de pequenas expressões de uma realidade maior, que não está ligada 
diretamente com nenhuma das religiões, filosofias ou doutrinas da Terra, 
mas em todas ao mesmo tempo, pela fragmentação transitória desse Todo. 
 
 Irmão que agora chega, seja sempre bem vindo e acredite que mais 
importante que identificar diferenças em nossos cultos, é identificar o elo 
que nos uni. Tal elo é a caridade! Não importa se o atabaque toca, ou se o 
 
ritmo é de palmas, nem mesmo se não há som. Importante mesmo é o amor 
com que nos entregamos a nossa Religião. 
 Rogamos a Oxalá que, embora nada haja de novo ou que se 
acrescente aos compêndios disponíveis, os conhecimentos contidos nesta 
humilde apostila, não vos aumentem o distanciamento intelectual e o 
desdém que muitos eruditos das coisas espiritualistas alimentam pelas 
massas ignorantes.Que o Cristo interno desperte em vós, superando os 
automatismos da alma milenar em prol da união, do altruísmo e da 
fraternidade, que estão acima de todas as nossas diferenças, e reforçam a 
igualdade do sentimento amoroso sem preocupação de credo, raça, cor,sexo 
ou condição econômica,tão comum em vossa sociedade e no inconsciente 
coletivo. 
 
 Conhecedor que sou das grandes imperfeições que possuo, fico 
imensamente feliz ao vê-lo chegar. Obrigado por partilhar conosco esta 
caminhada... 
 
 
 
 
 
 
 Caminhemos juntos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 MODULO I – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA UMBANDA 
Rot. 1 – Origem da Umbanda 
 2 – Origens da Umbanda no Brasil 
 3 – Pontos principais da Umbanda 
 4 – Diversidades nos cultos 
 5 – Fundamentos: Africano, indígena, Europeu, 
 Oriental. 
 6 – Diferenças Metodológicas, Ritualísticas e Culturais. 
 Espiritismo, Umbanda, Candomblé. 
 7 – Objetivo da Umbanda no contexto religioso. 
 
 MODULO II – DEUS 
Rot. 1 – Existência de Deus 
 2 – Provas da existência de Deus 
 3 – Atributos da divindade 
 4 – Deus e deuses nas crenças mitológicas 
 5 – A Providência divina 
 
 
 
 
 MODULO III – UNIVERSO 
ROT. 1 – Fluido Cósmico 
 2 – Elementos gerais do universo: Espírito e Matéria 
 3 – Formação dos mundos e dos seres vivos 
 4 – Os reinos da natureza: mineral, vegetal, animal e 
 Hominal. 
 5 – Os sete reinos na umbanda 
 6 – Diferentes categorias de mundos habitados 
 7 – Encarnação nos diferentes mundos8 – A terra: mundo de provas e expiações 
 MODULO IV – O ESPÍRITO 
ROT. 1 – Origem e natureza do Espírito 
 2 – Provas da existência e da sobrevivência do Espírito 
 3 – Perispírito: conceito 
 4 – Progressão dos Espíritos 
 5 – Orixás 
 MODULO V – COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS 
 ROT. 1 – Influência dos espíritos em nossos pensamentos e atos. 
ROT. 2 – Mediunidade e médiuns. 
 3 – Médium umbandista 
 4 – Mediunidade com JESUS 
 
 
 MODULO VI – ENTIDADES ESPIRITUAIS NA UMBANDA 
ROT. 1 – Pais de terreiro e Preto Velho 
 2 – Índios, caboclos, crianças. 
 3 – Exus 
 
 MODULO VII – FONTES ENERGETICAS NA UMBANDA 
ROT. 1 – Sons e mantras 
 2 – Grafia e cor 
 3 – Conga, guias, imagens, o cruzeiro, a tronqueira, 
 O rosário, a pemba, velas, cristais de sal, fumo, 
 Álcool, ervas, azeite, pólvora, carvão mineral. 
 4 – O passe: energização, banhos e defumações. 
 
 MODULO VIII – ASPECTOS DA RITUALISTICA UMBANDISTA 
ROT. 1 – Diversidade nos rituais 
 2 – Hierarquia 
 3 – Uniformes e guias 
 4 – As giras: conceito, objetivo, modalidades. 
 5 – Vestuários das entidades 
 6 – Oferendas: definição, natureza e objetivo. 
 
 
 
 MODULO IX – VIDA E SAUDE 
 ROT. 1 – Cuidar do corpo e do Espírito 
 2 – Vida social 
 3 – Livre arbítrio 
 4 – O equilíbrio da vida 
 5 – Provas e expiações 
 6 – Lei de justiça e amor 
 7 – Magia de redenção: pensamento e vontade 
 8 – Vigia e ora 
 
 MODULO X – LEI DIVINA OU NATURAL E LEI DE ADORAÇÃO 
 
ROT. 1 – Lei natural: definição e caracteres 
 2 – O bem e o mal 
 3 – Adoração: significado e objetivo 
 4 – A prece: importância, eficácia e ação. 
 5 – Evangelho no lar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA BÁSICO 
______________________________________ 
 
M Ó D U L O I 
 
Introdução ao Estudo da Umbanda 
 
 
 
 
OBJETIVO GERAL 
 
Propiciar conhecimentos gerais sobre a 
Umbanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA BÁSICO MÓDULO I – Introdução ao Estudo da Umbanda 
 
 
 
ROTEIRO 1 A ORIGEM DA UMBANDA 
 
 
 
Objetivo Específico 
 
Entender que a origem do vocábulo Umbanda tem sua 
etimologia nos mantras AUM BANDHÃ ambos do Sânscrito, 
que representa a “Lei Maior Divina” regida pelo ritmo 
septenário e que abrange em sua formação a Ciência, 
Filosofia, Religião e as Artes. Identificar a ocasião do seu 
surgimento, quando da sua vinda através das migrações 
planetárias nos grandes expurgos siderais. 
 
 
 
Conteúdo Básico 
. 
 ■ Aum-Bandhã em essência são dois mantras de altíssima 
potencialidade, cuja ação é a transformação dos elementos que compõe o universo. 
Os iniciados orientais imprimem sua vontade dinamizada pela força espiritual nesses 
mantras e os transformam em detonadores psíquicos para lhes proporcionar maior 
amplitude na auscultação dos atributos da Divindade. Assim a palavra Aum-Bandhã era 
pronunciada insistentemente pelos iniciados durante suas meditações, predispondo 
seu espírito a uma modificação vibratória conduzindo-o a Deus. 
 
 ■ Esses conhecimentos, apesar do véu que os mantinha ocultos, 
espalharam-se pelos Continentes, Europeu, Asiático e Africano, e no intercambio 
cultural destes povos o vocábulo AUM penetrou nas florestas africanas anexando-se 
a um termo radical de origem Banto, “mbanda” que não passa de uma corruptela do 
nome Umbanda de procedência linguística Sânscrita. 
 
 
 ■ Diante de tudo que a história nos mostra, concluímos que as 
praticas, ritos, dogmas da atual Umbanda, não representam o espírito intrínseco ou 
iniciático do vocábulo AUM-BANDHÃ, no simbolismo de representar o aspecto 
trinário do Universo . Assim sendo todo movimento mediúnico doutrinário e a relação 
com os pretos velhos, índios , caboclos e etc., bem como toda sua ritualística nos 
terreiros de todo Brasil é totalmente derivada e fundamentada no culto religioso 
da raça negra proveniente da velha África. 
 
 ■ “ Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a 
árvore do meu Evangelho de piedade e de amor...” 
 
“... todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal...” 
 
“... Instalaremos aqui uma tenda de trabalho para a nação...” 
 
“Aproveitaremos o elemento simples de bondade, o coração fraternal dos 
habitantes destas terras novas, e, mais tarde, ordenarei a reencarnação de muitos 
Espíritos já purificados no sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças 
oprimidas e sofredoras das regiões africanas, para formarmos o pedestal de 
solidariedade do povo fraterno que aqui florescerá, no futuro, a fim de exaltar o meu 
Evangelho, nos séculos gloriosos do porvir.” 
 
 ■ Esses milhões de ádvenas para aqui transferidos, em época 
impossível de ser agora determinada, eram detentores de conhecimentos mais 
amplos e de entendimentos mais dilatados, em relação aos habitantes da Terra, e 
foram o elemento novo que arrastou a humanidade animalizada daqueles tempos 
para novos campos de atividade construtiva, para a prática da vida social e, 
sobretudo, deu-lhe as primeiras noções de espiritualidade e do conhecimento de 
uma divindade criadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Subsídios ORIGEM DA UMBANDA 
 
 Ao iniciarmos o estudo da Umbanda devemos ter em mente que a 
forma de sua manifestação no Brasil difere e muito do seu conjunto 
inicial citada nos escritos de civilizações passadas. A Umbanda praticada 
no Brasil carece de uma teologia doutrinaria que aproxime os seus adeptos 
de uma unidade funcional calcada na essência primordial do Amor,fazendo 
uma ponte de seus ritos com a filosofia e ciência, resgatando na existência 
humana a ligação com seu Criador. 
 Sabemos que o vocábulo trinário UMBANDA em sua vibração original 
sinaliza a própria “LEI MAIOR DIVINA” que regida pelo ritmo septenário 
reúne em seus compêndios Filosofia, Ciência, Religião e a Existência 
humana pela atividade da magia, leis atuantes e reguladoras em todas as 
latitudes do Universo. Conhecida desde os Vedas e incrustada nas diversas 
escolas iniciáticas do passado, sua síntese vibratória e Divina abrange o 
conjunto de Leis que disciplinam o intercambio do Espírito e a Forma 
definindo as dimensões astrais em seus diversos reinos. 
 Etimologicamente, o vocábulo Umbanda provem do prefixo AUM e do 
sufixo BANDHÃ ambos do sânscrito, cuja raiz encontra-se nos famosos 
livros da Índia, nos Upanishads e nos Vedas, há vários milênios . 
 A palavra AUM é de alta significação espiritual , consagrada pelos 
mestres do Oriente, sua frequência sonora propaga-se pelo Universo 
conforme o impulso mental que o emite. Os monges Tibetanos e as próprias 
confrarias iniciáticas dos Franciscanos, só a pronunciavam com excessiva 
reverencia e veneração, dando-lhe o máximo de entonação mística em suas 
orações. O AUM é o símbolo trino do Universo, representando o Espírito, 
Energia e Matéria. BANDHÃ é a força ativa do Criador, o despertar da 
consciência angélica, Lei Divina emanada do absoluto. 
 Aum-Bandhã em essência são dois mantras de altíssima 
potencialidade, cuja ação é a transformação dos elementos que compõe o 
universo. Os iniciados orientais imprimem sua vontade dinamizada pela 
força espiritual nesse mantras e os transformam em detonadores psíquicos 
para lhes proporcionar maior amplitude na auscultação dos atributos daDivindade. Assim a palavra Aum-Bandhã era pronunciada insistentemente 
pelos iniciados durante suas meditações, predispondo seu espírito a uma 
modificação vibratória conduzindo-o a Deus. 
 Diversas foram as raças que habitaram nosso planeta, positivamente 
oriundas de outros orbes aqui se instalaram e durante milênios 
peregrinaram sobre a terra fundando reinos criando crenças , formando as 
civilizações que se perderam no tempo.Hoje a Arqueologia, a Geologia, 
a Paleontologia removem a terra em busca destas civilizações, 
traçando a linha de tempo de nossos ancestrais e resgatando a nossa 
identidade perdida nas ruínas do passado. 
 A herança desses habitantes preenche todas as escolas do 
conhecimento humano, seja nos utensílios, nas invenções , nas ciências 
exatas ou deixadas nos escritos e nas artes a inteligência avançada 
desses habitantes abalam as teses de muitos doutores do assunto. 
Mas é na questão religiosa que mais se intensificam essas heranças. A 
nossa crença, nossa adoração remontam essas civilizações e 
para entender hoje a umbanda é preciso viajar ao passado e beber na 
fonte desses iniciados que sorveram seus conhecimentos a base de 
muita renuncia e difíceis testes de coragem e desprendimento. A 
disciplina, a obediência, a devoção formavam as bases rígidas dessas 
crenças e poucos chegavam ao grau de sacerdotes. 
 Os sacerdotes eram os zeladores dos conhecimentos, toda pratica 
religiosa e cientifica estava velada ao sacerdote. Toda liturgia, todo saber 
mágico ficava trancado nos templos e só os iniciados tinham acesso e 
assim mesmo limitado ao seu grau de elevação dentro da ordem que se 
vinculavam. Os grandes Magos dessas confrarias, formavam seus discípulo 
em regime de rígida disciplina aonde poucos chegavam a uma consagração 
intermediaria. Após identificarem os dons mediúnicos de seus iniciados, 
ainda na infância, tomavam a guarda deste, onde passariam a morar no 
templo, ali estudavam todas as ciências, passavam por diversos graus 
e testes onde somente os melhores chegavam a realizar seus 
juramentos sagrados . Estudavam todas as ciências, humanas e exatas, 
alem das de metafísica e astrologia. Naquela ocasião não havia 
diversificação na ciência, tudo estava ligado, todas juntas formavam a 
sabedoria mágica do sacerdote. Estudavam o corpo humano, apesar de 
considerarem sagrados, dessecavam cadáveres e animais para lhes 
identificar os órgãos e diagnosticar as doenças da época, analisavam o 
comportamento dos homens e sua variação de humor, assim avaliavam 
as de caráter fisiológicos e as mentais como também as perturbações 
espirituais. Praticavam a meditação, a yoga e treinavam a projeção 
astral, treinavam as variadas potencias anímicas e mediúnicas. 
Estudavam os astros e sua influencias nos fenômenos climáticos, nas 
plantações, nas águas. Sabiam da existência do magnetismo, das 
correntes magnéticas em torno do planeta e dos seres. Manipulavam os 
elementos naturais. Alem de todo conhecimento estudado, exercitavam a 
disciplina e a vontade como forma de controle em todos os fenômenos da 
natureza. 
 Esses conhecimentos, apesar do véu que os mantinha ocultos, 
espalharam-se pelos Continentes, Europeu, Asiático e Africano, e no 
intercambio cultural destes povos o vocábulo AUM penetrou nas florestas 
africanas anexando-se a um termo radical de origem Banto, “mbanda” 
que não passa de uma corruptela do nome Umbanda de procedência 
linguística Sânscrita. 
 Em consequência, por um fenômeno de generalização, mais tarde 
fundiram-se numa só qualificação, tanto o poder incondicional do sacerdote 
negro sobre os elementos da natureza, como as ritualísticas dos templos 
iniciáticos das escolas Hindus e Egípcios, formando a Umbanda. Esse termo 
mbanda já existia dominante nos cultos africanos e foi posteriormente 
adjudicado o prefixo Aum ou Om e que apesar da deturpação na essência 
semântica da palavra AUM-BANDHÃ , os negros Bantos, Angolenses e 
nagôs familiarizados com o termo mbanda , praticavam suas atividades 
mediúnicas , usando seus conhecimentos de feitiçaria e curandeirismo 
enfeixavam seu culto na mesma sonância vocabular da palavra Umbanda . 
 Para os negros africanos, praticar a Umbanda era dançar ao som 
da macumba, curar com ervas, consultar o futuro da tribo, usar a magia 
através dos elementos da natureza, evocar os mortos, comungar com os 
espíritos da floresta, invoca-los para proteção nas guerras, preparar 
objetos, animais e metais com sacrifícios sangrentos, invocar os deuses de 
sua tribo representado pelos seus Orixás fixando assim sua relação com o 
mundo oculto. 
 Embora tendo uma ritualística aproximada, a verdade é que 
entre os africanos a sonância do vocábulo “ombanda” nada tinha de 
iniciática ou significação cósmica, abrangia somente as praticas 
mediúnicas, o intercambio ritualístico com espíritos primários, elementais 
da natureza e suas lendas, crenças e sortilégios de culto aos mortos. 
 Diante de tudo que a história nos mostra, concluímos que as 
praticas, ritos, dogmas da atual Umbanda, não representam o espírito 
intrínseco ou iniciático do vocábulo AUM-BANDHÃ, no simbolismo de 
representar o aspecto trinário do Universo. Assim sendo todo movimento 
mediúnico doutrinário e a relação com os pretos velhos, índios, caboclos e 
etc., bem como toda sua ritualística nos terreiros de todo Brasil é 
totalmente derivada e fundamentada no culto religioso da raça negra 
proveniente da velha África. 
Da criação do Universo, as coisas mais elementares da vida, permeia o 
pensamento criador de Deus, que presente em tudo, direciona a nossa 
evolução. Na elaboração dos mundos perdidos nos bilhões de bilhões de 
anos, movimenta seu pensamento aos engenheiros siderais que são os 
executores de sua vontade, deliberando através do Fluido Cósmico a 
criação de moradas a todos os seus filhos. 
 Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os 
fenômenos do nosso sistema existe uma Comunidade de Espíritos Puros e 
Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as 
rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa 
Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos 
membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas 
proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da 
organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos 
milênios conhecidos.A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se 
desprendia da nebulosa solar, afim de que se lançassem, no Tempo e no 
Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida 
na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda 
do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do 
seu Evangelho de amor e redenção. 
 Há mais ou menos 5 bilhões de anos desprendia-se um fragmento 
rochoso do Sol, estrela que alberga a Hierarquia Crística ou Engenheiros 
Galácticos, e , obedecendo as leis imutáveis da Mecânica Celeste, iniciou 
naquele instante sua peregrinação na galáxia que lhe serve de suporte. 
Esse corpo rochoso de nome terra seria preparada para albergar grandes 
migrações de Espíritos oriundos de Planetas mais velhos e evoluídos, 
como também presidir o progresso de sua própria humanidade. 
 Tal fragmento solar era uma pira em movimento, um bólido ígneo 
que gravitava a determinada distancia, dependendo inclusive suamassa 
do próprio Sol. 
 Através de longos períodos de tempo, devido a vários processos 
climáticos os elementos foram se acomodando e a alternância de 
temperaturas favoreceu a formação de uma atmosfera propicia ao advento 
da vida orgânica. Naturalmente sua temperatura extremamente quente 
saturava-se de elementos que deveriam retornar à superfície plena de forças 
propulsoras imantadas pelo poder vibratório dos prepostos do Cristo. 
 Nesse imenso Laboratório de matérias ignescentes, o conflito das 
forças telúricas e das energias físico químicas opera as grandiosas 
construções do teatro da vida, no imenso cadinho onde a temperatura se 
eleva, por vezes, a 2.000 graus de calor, como se a matéria colocada num 
forno, incandescente, estivesse sendo submetidos aos mais diversos 
ensaios, para examinar se a sua qualidade e possibilidades na edificação da 
nova escola dos seres. As descargas elétricas, em proporções jamais vistas 
da Humanidade, despertam estranhas comoções no grande organismo 
planetário, cuja formação se processa nas oficinas do Infinito. 
 Nesses fenômenos cósmicos que presidiram a gênese e formação do 
nosso planeta, acharam por bem os Seres Espirituais Superiores promover a 
formação de um satélite pra equilibrar toda a massa da terra em seu 
movimento de translação em torno do Sol, trazendo e conferindo estabilidade 
vibratória ao planeta, a essa altura já quase formado. 
 Após breve período de serenidade, o planeta chamado Terra aguardava 
novas diretrizes do Comando Sideral. E assim sob a direção do próprio Cristo 
os Engenheiros e Arquitetos do reino Angelical iniciaram os projetos básicos 
onde se desenvolveria a vida. Edificaram o mundo celular, sendo essas 
precursoras das formas organizadas e inteligentes que viriam a se 
consubstanciar no futuro como vida complexa propriamente dita ate chegar 
na idealização e realização mais trabalhosa das Formas-Vida. 
O HOMEM. 
 
 Os trabalhadores do Cristo, como os alquimistas que estudam a 
combinação das substâncias, na retorta de acuradas observações, 
analisavam, igualmente, a combinação prodigiosa dos complexos celulares, 
cuja formação eles próprios haviam delineado, executando, com as suas 
experiências, uma justa aferição de valores, prevendo todas as 
possibilidades e necessidades do porvir. 
 Todas as arestas foram eliminadas. Aplainaram-se dificuldades e 
realizaram-se novas conquistas. A máquina celular foi aperfeiçoada, no 
limite do possível, em face das leis físicas do globo. Os tipos adequados 
à Terra foram consumados em todos os reinos da Natureza, eliminando-se 
os frutos teratológicos e estranhos, do laboratório de suas 
perseverantes experiências. 
 
 A prova da intervenção das forças espirituais, nesse vasto campo de 
operações, é que, enquanto o escorpião, gêmeo dos crustáceos marinhos, 
conserva até hoje, de modo geral, a forma primitiva, os animais monstruosos 
das épocas remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram para 
sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo as 
interessantes reminiscências de suas formas atormentadas. 
 O reino animal experimenta as mais estranhas transições no período 
terciário, sob as influências do meio e em face dos imperativos da lei de 
seleção. 
 Mas, o nosso raciocínio ansioso procura os legítimos antepassados das 
criaturas humanas, nessa imensa vastidão do proscênio da evolução 
anímica. 
 Onde está Adão com a sua queda do paraíso ? Debalde nossos 
olhos procuram, aflitos, essas figuras legendárias, com o propósito de 
localizá-las no Espaço e no tempo. 
 Compreendemos, afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança dos 
Espíritos degredados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel são 
dois símbolos para a personalidade das criaturas. 
 Examinada, porém, a questão nos seus prismas reais, vamos encontrar 
os primeiros antepassados do homem sofrendo os processos de 
aperfeiçoamento da Natureza. No período terciário a que nos reportamos, 
sob a orientação das esferas espirituais notavam–se algumas raças de 
antropoides, no Plioceno inferior. Esses antropoides, antepassados do 
homem terrestre, e os ascendentes dos símios que ainda existem no mundo, 
tiveram a sua evolução em pontos convergentes e daí os parentescos 
sorológicos entre o organismo do homem moderno e o do chimpanzé da 
atualidade. Reportando-nos, todavia, aos eminentes naturalistas dos últimos 
tempos, que examinaram meticulosamente os transcendentes assuntos do 
evolucionismo, somos compelidos a esclarecer que não houve propriamente 
uma “descida da árvore”, no início da evolução humana. As forças espirituais 
que dirigem os fenômenos terrestres, sob a orientação do Cristo, 
estabeleceram, na época da grande maleabilidade dos elementos materiais, 
uma linhagem definitiva para todas as espécies, dentro das quais o princípio 
espiritual encontraria o processo de seu acrisolamento, em marcha para a 
racionalidade. Os peixes, os répteis, os mamíferos, tiveram suas linhagens 
fixas de desenvolvimento e o homem não escaparia a essa regra geral. 
 Os antropoides das cavernas espalharam-se, então, aos grupos, pela 
superfície do globo, no curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências 
do meio e formando os pródromos das raças futuras em seus tipos 
diversificados; a realidade, porém, é que as entidades espirituais auxiliaram 
o homem do sílex, imprimindo-lhe novas expressões biológicas. 
Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do 
invisível. As pesquisas recentes da Ciência sobre o tipo de Neandertal, 
reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado, e outras 
descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um 
atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de 
Jesus, até fixarem no primata os característicos aproximados do homem 
futuro. Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a 
fronte dessas criaturas de braços alongados e de pelos densos, até que um 
dia as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo 
perispiritual preexistente, dos homens primitivos, nas regiões siderais e em 
certos intervalos de suas reencarnações. Surgem os primeiros selvagens de 
compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir. Uma 
transformação visceral verificara-se na estrutura dos antepassados das 
raças humanas. Como poderia operar-se semelhante transição? Perguntará o 
vosso critério científico. Muito naturalmente. Também as crianças têm os 
defeitos da infância corrigidos pelos pais, que as preparam em face da vida, 
sem que, na maioridade, elas se lembrem disso. 
 Devido à complexidade deste assunto, e não ser o objetivo da 
apostila, deixamos de lado as intrincadas fases da evolução do principio 
espiritual nos diversos reinos da natureza, para nos ater no Espírito Imortal, 
já consciente , que após sair das mãos do Criador simples e ignorante vive a 
roda das reencarnações sucessivas em marcha ascensional ate chegar a 
categoria dos Espíritos puros não necessitando mais de reencarnar salvo em 
casos de missões excepcionais. Neste roteiro evolutivo, os planetas onde 
os Espíritos são chamados a reencarnar também evoluem mudando sua 
categoria numa escala sempre ascendente. Didaticamente Alan Kardec, no 
Evangelho segundo o Espiritismo definiu essa escala da seguinte maneira: 
Mundos Primitivos, Provas e expiação, Regeneração, Felizes ou Ditosos, 
Celestes ou Divinos. O progresso é uma das leis da Natureza; todos os seres 
da Criação, animados e inanimados, a ele estão submetidos pela bondade de 
Deus que quer que tudo se engrandeça e prospere. Ao mesmo tempo em quetodos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os 
mundos em que eles habitam. 
 Marcha assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, 
seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a 
Natureza permanece estacionário. 
 A evolução dos espíritos em seus orbes, obedece a duas fases, uma 
moral outra intelectual, a medida que as sociedades espirituais avançam em 
sabedoria e tecnologia devem também modificar-se interiormente, tornando-
se mais éticos, mais puros em sentimentos e hábitos. Notadamente as 
dificuldades de aliar essas duas fases é muito grande e infelizmente uma 
esmagadora maioria não tem êxito. Não obstante a intensiva ajuda dos 
Espíritos Superiores e vários apelos pela mudança de comportamento e 
ajustes no mundo intimo. O ser consumido pelo egoísmo e o orgulho 
despreza as oportunidades chafurdando-se cada vez mais nos charcos 
pestilências olvidando as sabias advertências de seus tutores. 
 No ápice dessas transições, onde os mundos adentram outra 
categoria mais avançada, acontece uma seleção natural, aqueles que são 
pedra de tropeço a evolução de seus irmãos, aqueles que sintonizam com as 
energias degradantes do astral inferior dando vazão a todo tipo de torpezas, 
esses são excluídos e remanejados a outros mundos de acordo com sua 
condição moral. Essa seleção nada tem a ver com castigos ou parcialidades, 
não; são ajustes necessários para que as comunidades que já se definiram 
para o bem possam usufruir de influencias melhores e gozem de uma paz 
mais duradoura. 
 O planeta terra, tendo sua humanidade experimentado suas primeiras 
encarnações como Espíritos individualizados, habitando em corpos 
primitivos tinha um progresso muito lento, foi necessário que os Emissários 
da Luz colocassem em pratica os projetos que já estavam em andamento, 
visto que nas dimensões espirituais milhões de espíritos degredados dos 
inúmeros orbes do Universo aguardavam ansiosos suas lutas no mundo novo 
que os albergaria. Dessa forma a terra foi sendo o novo lar desses exilados 
oriundos das diversas casas Planetárias espalhadas nas mais variadas 
Galáxias deste vasto Cosmo. 
 Esses milhões de ádvenas para aqui transferidos, em época 
impossível de ser agora determinada, eram detentores de conhecimentos 
mais amplos e de entendimentos mais dilatados, em relação aos habitantes 
da Terra, e foram o elemento novo que arrastou a humanidade animalizada 
daqueles tempos para novos campos de atividade construtiva, para a prática 
da vida social e, sobretudo, deu-lhe as primeiras noções de espiritualidade e 
do conhecimento de uma divindade criadora. 
 Mestres, condutores, líderes, que então se tornaram das tribos 
humanas primitivas foram eles, os Exilados, que definiram os novos rumos 
que a civilização tomou, conquanto sem completo êxito. Diante dos variados 
agrupamentos espirituais que para cá vieram um deles ficou registrado em 
vários livros espíritas, que por muito contribuir pra nossa evolução, deles 
faremos um breve relato. 
 Logo após a grande transição dos Planetas onde deveria se seguir o 
expurgo dos refratários, as grandes comunidades espirituais, diretoras do 
Cosmos, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram 
pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na 
dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do 
coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos 
inferiores. Então em um dos orbes de Capela, que guarda muitas afinidades 
com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários 
ciclos evolutivos. As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam 
delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições 
esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização. Alguns milhões de 
Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a 
consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e 
virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela 
humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus 
elevados trabalhos. 
 
 Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, 
aquela turba de seres sofredores e infelizes. Com a sua palavra sábia e 
compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da 
consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no 
esforço regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de 
luta que se desdobravam na Terra, envolvendo –as no halo bendito da sua 
misericórdia e da sua caridade sem limites. Abençoou-lhes as lágrimas 
santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e 
prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir. 
Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um 
mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do 
mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam 
desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam 
no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem do paraíso perdido 
nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz da 
Capela, mas trabalhariam na terra acariciados por Jesus e confortados na 
sua imensa misericórdia. 
 Assim, sabemos agora que esta humanidade atual foi constituída, em 
seus primórdios, por duas categorias de homens, a saber: uma retardada, 
que veio evoluindo lentamente, através das formas rudimentares da vida 
terrena, pela seleção natural das espécies, ascendendo trabalhosamente da 
Inconsciência para o Instinto e deste para a Razão; homens vamos dizer 
autóctones, componentes das raças primitivas das quais os "primatas" 
foram o tipo anterior mais bem definido; e outra categoria, composta de 
seres mais evoluídos e dominantes, que constituíram as levas exiladas da 
Capela o belo orbe da constelação do Cocheiro, além dos inumeráveis 
sistemas planetários que formam a portentosa, inconcebível e infinita 
criação universal. 
 
 
 Assinalamos aqui que a informação citada pelo Espírito Emmanuel no 
livro “A Caminho da Luz” quando se refere aos encontros do Mestre Jesus 
com seres Angélicos e Perfeitos, para deliberarem sobre as soluções de 
problemas e organização da Terra foram no total de apenas duas, contudo, 
retificamos a informação supra baseado na opinião de outros Espíritos, em 
outras obras mediúnicas, que informam um numero maior de vezes, como 
estamos constatando no decorrer desta apostila. Para que não venhamos a 
nos perder quanto a sequencia dessas reuniões faremos novo edito, a saber: 
a primeira quando a Terra se desprendia da nebulosa Solar; a segunda quando 
o Cristo recepcionou os degradados acolhendo-os na Terra; a terceira, quando 
preparava-se a reencarnação do Senhor Jesus no Planeta; a quarta, quando 
transplantava-se a arvore do Cristianismo para a pátria do cruzeiro. 
 Acreditamos que O Mestre Jesus como Governador do Planeta nunca 
se distanciou dos problemas pertinentes a nossa humanidade, sempre 
presente em todos os eventos tal qual um pai que nunca abandona seus 
filhos, assim o que anotamos como visitas ou reuniões d’Ele e de seus 
Prepostos não representa se quer 0,001% das inúmeras vezes que aqui 
esteve. 
. O Cristo Jesus, após sua jornada terrena, reuniu-se com seus 
prepostos para avaliarem os resultados de sua obra Messiânica, discutirem o 
rumo da Boa Nova plantada na terra as custa da renuncia e dos sacrifícios 
por Ele vivenciados. Na ocasião do degredo, Jesus prometeu aos exilados que 
estaria com eles no planeta, que nunca os abandonaria e que encarnaria no 
futuro para sedimentar as bases do Amore da Fraternidade, sustentáculos da 
evolução e passaporte para retorno aos seus mundos. 
 As determinações dos Engenheiros e Arquitetos Siderais 
avalizadas pelo Cristo Cósmico, não foram entendidas nem aceitas por todos, 
um pequeno grupo de rebeldes, acharam que Deus estava punindo e agindo 
com desprezo e crueldade, lançando-os em um mundo inferior, forçando-os a 
viver no meio de uma raça primitiva e horrenda. Esses exilados de outros 
orbes, que, enquistados na rebeldia contra a Lei da Evolução, tornaram-se 
líderes das trevas, montaram suas bases nos planos densos da subcrosta 
umbralina, renegaram as benesses do Cristo Jesus, cegos pelo egoísmo e 
orgulho fundaram um reino de amargura e terror opondo-se sempre contra 
todas as Leis de Amor,Justiça e Progresso, auto denominando-se de 
AnteCristos. Todos eles eram filhos da revolta, gênios do mal, insubmissos da 
própria deidade, sendo pois os “filhos do Dragão”. A Augusta Justiça Divina 
com a finalidade de ajusta-los aos ditames da Lei de Progresso limitou suas 
zonas de acesso ao Planeta, ficando eles restritos as zonas internas da Terra. 
Muitos deles quando libertos das zonas de condenação e gozando de uma 
liberdade relativa e sempre supervisionada pelos Guardiões da Luz, passam 
a orbitar à costa terrena aliciando as mentes que se lhes afinam por sintonia 
do mal que lhes caracteriza, formando com esse tipo de seres, conluios nos 
desejos de ações nefastas, engrossando as fileiras dos revoltos, as falanges 
negras do ódio e insubmissão. Assim arrastam centenas de milhares de 
espíritos ignorantes e empedernidos no mal aumentando consideravelmente 
as hostes dos Dragões. 
 Via o Senhor Jesus que as investidas dos Senhores das sombras ganhava 
adesão em grande parte da terra, tinha noticia das praticas e alianças dos 
magos negros com as falanges das trevas, sabia dos pactos e da proliferação 
da magia negra exercida pelos sacerdotes do mal. 
 Nas disputas pelo poder, os Dominadores do mundo pressionados 
pela crescente religiosidade dos seguidores do Nazareno, apesar das 
perseguições, da truculência dos Imperadores Romanos, que levou ao circo 
dos horrores milhares de Cristãos a morte, resolveram após quatro séculos 
de luta, oficializar o Cristianismo como Religião do Império. Dessa mistura 
de crenças, Judaísmo, Paganismo e o Cristianismo nascia o Catolicismo com 
um corpo eclesiástico e uma hierarquia recheada do poder mundano. Erguia-
se um castelo ao Cristo e hasteava-se a bandeira do antecristo. Trocaram o 
cajado de Pedro pelo cetro de ouro ostentando o poder, a riqueza e o apego 
aos bens terrenos, verdadeiro flagrante ante a mensagem de Jesus de Nazaré. 
 Foram 1.260 anos de obscuridade, a Igreja Romana era culpada de 
semelhantes desvios. Dominando a ferro e fogo, conchegada aos príncipes do 
mundo, não tratara de fundar o império espiritual dos corações à sua sombra 
acolhedora. Longe da exemplificação do Nazareno, amontoara todos os 
tesouros inúteis, intensificando as necessidades das massas sofredoras. 
Extorquia, antes de dar, conservando a ignorância em vez de espalhar a luz do 
conhecimento. A Santa Madre Igreja, que deveria levar o Amor, a consolação 
e a Fraternidade entre os povos, esqueceu as doces palavras de Jesus 
quando aqui esteve, tornou-se a mão de ferro contra quem lhe opusesse as 
normas.Fez todo tipo de torpezas, perseguições, guerra santas, inquisição, 
corrupção e assassinatos. Homens de Ciência, Sábios e ate homens da 
própria igreja foram vitimas da súcia que comandava os bastidores da nova 
religião. E tudo isso feito em nome Daquele que É a Bondade o Amor e a 
Misericórdia infinita. 
 Todas as aberrações deste negro período chamou a atenção do Cristo 
Jesus que sem nunca perder a esperança na mudança deste cenário tão 
horripilante, enviava constantemente obreiros dedicados e servos fieis a 
reencarnarem dentro e fora das linhas da Igreja. Debalde as pétalas 
luminosas que desceram a terra no seio da igreja,flores luminosas, do Jardim 
do próprio Cristo, Espíritos da mais pura bondade, nasceram para aplainar as 
estradas abertas pelo Senhor da Vida, perfumar sua mensagem de Amor ,tão 
esquecida naqueles dias. Contudo suas palavras, renuncia e exemplos, pouco 
foram seguidos. Os lobos devoradores com suas tramas diabólicas burlavam a 
mensagem de Jesus,manipulando-as ao seu favor e confundindo o povo cada 
vez mais oprimido. Foi exatamente neste cenário que os Emissários da Luz 
juntamente com o Cristo Cósmico reuniram-se mais uma vez as portas do 
Planeta delineando novos rumos a nossa evolução. 
 Passam-se os séculos e os milênios! 
 E os acontecimentos da vida humana esfumam-se como as derradeiras 
cenas de um filme cinematográfico. Entretanto, no âmago do Espírito ainda 
vibra o eco apagado das carruagens de esplendores, os gemidos dos vencidos 
e dos escravos, na esteira dos guerreiros, entre o delírio das multidões 
entusiastas e inconstantes! 
 
Passam-se os séculos e os milênios! 
 
 Outra vez, a reminiscência da fúria e da insanidade afogueia a alma 
impetuosa e rude dos conquistadores. E então, novamente, ginete s velozes, 
montados por homens loucos, de faces duras e queimadas pelo sol, estouram 
em doida disparada pelos desertos, lanças em riste e flâmulas rubras como 
sangue, agitadas no ar e os mantos soltos ao vento como águias esvoaçando 
em busca da presa. Os gritos selvagens e de triunfo sonorizam a mortífera 
cavalgada, enquanto caem os corpos dos vencidos pagando o tributo de 
resistirem à morte! 
 
 O texto que segue abaixo é da obra “Brasil Coração do Mundo Pátria do 
Evangelho” nela encontraremos a narração de uma dessas visitas de Jesus e 
seus Prepostos aqui no Planeta. O inundo político e social do Ocidente 
encontra-se exausto. 
 Desde as pregações de Pedro, o eremita, até a morte do Rei Luís X, 
diante de Túnis, acontecimento que colocara um dos derradeiro marco nas 
guerras das Cruzadas, as sombras da idade medieval confundiram as lições 
do Evangelho, ensanguentando todas as bandeiras do mundo cristão. Foi após 
essa época, no último quartel do século XIV, que o Senhor desejou realizar 
uma de suas visitas periódicas à Terra, a fim de observar os progressos de 
sua doutrina e de seus exemplos no coração dos homens. 
 Anjos e Tronos lhe formavam a corte maravilhosa. Dos céus à Terra, foi 
colocado outro símbolo da escada infinita de Jacó, formado de flores e de 
estrelas cariciosas, por onde o Cordeiro de Deus transpôs as imensas 
distâncias, clarificando os caminhos cheios de treva. 
 
 Mas, se Jesus vinha do coração luminoso das esferas superiores, 
trazendo nos olhos misericordiosos a visão dos seus impérios 
resplandecentes e na alma profunda o ritmo harmonioso dos astros, o planeta 
terreno lhe apresentava ainda aquelas mesmas veredas escuras, cheias da 
lama da impenitência e do orgulho das criaturas humanas, e repletas dos 
espinhos da ingratidão e do egoísmo. Embalde seus olhos compassivos 
procuraram o ninho doce do seu Evangelho; em vão procurou o Senhor os 
remanescentes da obra de um de seus últimos enviados à face do orbe 
terrestre. No coração da Úmbria haviam cessado os cânticos de amor e de 
fraternidade cristã. De Francisco de Assis só haviam ficado as tradições de 
carinho e de bondade; os pecados do mundo como novos lobos de Gúbio, 
haviam descido outra vez das selvas misteriosas das iniquidades humanas, 
roubando às criaturas a paz e aniquilando-lhes a vida. 
 A amargura divina empolgara toda a formosa assembleia de querubins e 
arcanjos. Foi quando Helil, para renovar a impressão ambiente, dirigiu-se a 
Jesus com brandura e humildade: 
— Senhor, se esses povos infelizes, que procuram na grandeza material uma 
felicidadeimpossível, marcham irremediavelmente para os grandes 
infortúnios coletivos, visitemos os continentes ignorados, onde espíritos 
jovens e simples aguardam a semente de uma vida nova. Nessas terras, para 
além dos grandes oceanos, poderíeis instalar o pensamento cristão, dentro 
das doutrinas do amor e da liberdade. 
 E a caravana fulgurante, deixando um rastro de luz na imensidade dos 
espaços, encaminhou-se ao continente que seria, mais tarde, o mundo 
americano. O Senhor abençoou aquelas matas virgens e misteriosas. 
Enquanto as aves lhes homenageavam a inefável presença com seus 
cantares harmoniosos, as flores se inclinavam nas árvores ciclópicas, 
aromatizando-lhe as pegadas, Cheio de esperanças, emociona-se o coração 
do Mestre, contemplando a beleza do sublimado espetáculo. 
— Helil — pergunta ele —, onde fica, nestas terras novas, o recanto Planetário 
do qual se enxerga, no infinito, o símbolo da redenção humana? 
— Esse lugar de doces encantos, Mestre, de onde se veem, no mundo, as 
homenagens dos céus aos vossos martírios na Terra, fica mais para o sul. E, 
quando no seio da paisagem repleta de aromas e de melodias, contemplavam 
as almas santificadas dos orbes felizes, na presença do Cordeiro, as 
maravilhas daquela terra nova, que seria mais tarde o Brasil, desenhou-se no 
firmamento, formado de estrelas rutilantes, no jardim das constelações de 
Deus, o mais imponente de todos os símbolos. Mãos erguidas para o Alto, 
como se invocasse a bênção de seu Pai para todos os elementos daquele solo 
extraordinário e opulento, exclama então Jesus: 
 
 Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do 
meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, 
todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes 
céus serão entoados os hosanas mais ternos à misericórdia do Pai Celestial. 
Tu, Helil, te corporificarás na Terra, no seio do povo mais pobre e mais 
trabalhador do Ocidente; instituirás um roteiro de coragem, para que sejam 
transpostas as imensidades desses oceanos perigosos e solitários, que 
separam o velho do novo mundo. Instalaremos aqui uma tenda de trabalho 
para a nação mais humilde da Europa, glorificando os seus esforços na 
oficina de Deus. Aproveitaremos o elemento simples de bondade, o coração 
fraternal dos habitantes destas terras novas, e, mais tarde, ordenarei a 
reencarnação de muitos Espíritos já purificados no sentimento da humildade 
e da mansidão, entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões africanas, 
para formarmos o pedestal de solidariedade do povo fraterno que aqui 
florescerá, no futuro, a fim de exaltar o meu Evangelho, nos séculos 
gloriosos do porvir. Aqui, Helil, sob a luz misericordiosa das estrelas da cruz, 
ficará localizado o coração do mundo! 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA BÁSICO MÓDULO I – Introdução ao Estudo da Umbanda 
 
 
 
ROTEIRO 2 A ORIGEM DA UMBANDA NO BRASIL 
 
 
 
Objetivo Específico 
 
 Identificar no contexto histórico do 
final do século XIX e inicio do século XX o 
surgimento da umbanda em solo brasileiro. 
Compreender a importância do negro nesse 
processo que alia sua crença nos orixás com as 
tradições do catolicismo, e posteriormente a 
participação do Caboclo das Sete Encruzilhadas 
através do médium Zélio de Morais fundando a 1ª 
tenda de umbanda no Brasil. 
 
 
Conteúdo Básico 
 
 ...ordenarei a reencarnação de muitos Espíritos já 
purificados no sentimento da humildade e da mansidão, 
entre as raças oprimidas e sofredoras das regiões 
africanas... 
 ...aqui florescerá, no futuro, o pedestal de solidariedade 
do povo fraterno..., a fim de exaltar o meu Evangelho, 
nos séculos gloriosos do porvir. 
 “Mais uma vez desceram ao proscênio na ribalta da vida 
para encenar uma fase bastante dolorosa da nossa 
história. Essas almas bem-aventuradas pelas suas 
renuncias se corporificaram nas costas da África 
flagelada e oprimida e, juntas a outros Espíritos em 
prova, formaram a falange abnegada que veio escrever 
na Terra de Santa Cruz, com os seus sacrifícios e com 
os seus sofrimentos, um dos mais belos poemas da raça 
negra em favor da humanidade”. 
 Devido as perseguições do clero, os negros, apesar 
das tentativas de manterem seus costumes na cultura e 
religião, onde cultuavam as forças da natureza deificadas e 
personificadas em divindades, que eram uma espécie de 
deuses, tiveram que associa-los ao panteão de santos 
católico, identificando as similaridades da historia destes 
santos com a de seus orixás adotando as imagens em seus 
ritos afim de passarem despercebidos e evitar essas 
perseguições. 
 Logo nos primeiros anos, os recém-libertos 
formaram em seus assentamentos barracões de culto 
religioso onde seus sacerdotes evocavam os orixás e 
praticavam sua religião nos moldes antigos, cantavam, 
dançavam e faziam seus sacrifícios aos deuses de suas 
tribos. 
 Gerara-se na Terra um crepúsculo, ao qual sucederá 
profunda noite e a moça da Luz Velada compete a missão 
do desfecho desses acontecimentos espantosos. Todavia, 
operários humildes do Cristo, transmutados em pretos 
velhos, índios e caboclos debruçados sobre seus cavalos 
cantarão os louvores a Deus Todo Poderoso, gritarão a 
mensagem de Jesus em todos os terreiros desse imenso 
Brasil ampliando o verbo Divino para que ouçamos a sua 
voz no âmago de nossa alma: “Bem-aventurados os pobres, 
porque o reino de Deus lhes pertence! Bem-aventurados os 
que têm fome de justiça, porque serão saciados! Bem-
aventurados os aflitos, porque chegará o dia da consolação! 
Bem-aventurados os pacíficos, porque irão a Deus!” 
 “... vemos em uma seção espírita surgir então a 
UMBANDA, anunciada em 15 de novembro de 1908, em 
Neves, subúrbio de Niterói, no Rio de Janeiro, pelo espírito 
que se identificou como “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, 
através do médium Zélio Fernandino de Moraes, então com 
dezessete anos de idade, usando pela primeira vez o 
vocábulo “Umbanda” como designação de culto e religião, 
definindo assim o novo movimento religioso como uma 
manifestação do espírito para Caridade”. 
 
 
 
 
Subsídios ORIGEM DA UMBANDA NO BRASIL 
 
 O ultimo texto do capitulo anterior analisado cuidadosamente 
veremos nas entrelinhas que Jesus sinaliza para a implantação de uma 
modalidade religiosa ampla e miscigenada com a pureza do Cristianismo, 
quando dos seus primeiros passos aqui no planeta. Uma, de característica 
humilde, fraterna e de caridade intensa, destinada a receber povos 
diferenciados em suas variadas classes sociais. 
 Destacaremos algumas frases para reforçar o nosso raciocínio e 
assim entender a contextualização da mensagem. 
 Transferência da Arvore do Evangelho... Todos aprenderão a 
fraternidade Universal 
 Serão entoados cânticos e louvores ao Pai Celestial... 
 ...Instalaremos aqui uma tenda de trabalho... 
 Aproveitaremos o elemento simples de bondade, o coração fraternal 
dos habitantes destas terras novas... 
 ...ordenarei a reencarnação de muitos Espíritos já purificados no 
sentimento da humildade e da mansidão, entre as raças oprimidas e 
sofredoras das regiões africanas... 
 ...aqui florescerá, no futuro, o pedestal de solidariedade do povo 
fraterno..., a fim de exaltar o meu Evangelho, nos séculos gloriosos 
do porvir. 
 É sabido que o planejamento dos obreiros do Cristo é elaborado 
com muita antecedência, assim os acontecimentos vão se concretizando na 
esteira do tempo conforme a Lei de Progresso determina. Então os prepostos 
de Jesus sabiam da implantação da Umbanda em solo brasileiro para servir 
de saneadora das cargas negativas adidas nos campos psíquicos dos 
Espíritos que haveriam de reencarnar aqui. Portanto, para cumprirem a 
agenda delineada pelo Cristo, chamaram milhares de Espíritos já 
amadurecidos no amore na tolerância, para cooperarem nesta grande obra 
de resgate. Muitos destes Espíritos vinham de grandes experiências no 
campo religioso, valorosos sacerdotes de outras paragens que chegaram à 
terra com as primeiras levas de degredados, alistados como voluntários por 
puro entusiasmo as obras do Criador. Aqui chegando, reencanaram entre as 
raças negra e amarela, bem como entre os grandes agrupamentos primitivos 
da Lemúria, da Atlântida e de outras regiões que ficaram imprecisas no 
acervo de conhecimentos dos povos. Esses abnegados irmãos criaram uma 
imensa afinidade com os terráqueos, e agradecidos ao Senhor do Universo 
solicitaram ao Conselho Divino a permissão de aqui permanecerem e 
trabalharem pelo crescimento da nova humanidade. Ante a renuncia de seus 
mundos de luz e a dedicação empenhada em prol de sua obra, O Cristo 
autorizou. E ainda hoje encontramos esses luminares escondidos na humilde 
casca de um Pai de Terreiro, no toco singelo das casas de Umbanda de todo 
Brasil. 
 “Mais uma vez desceram ao proscênio na ribalta da vida para encenar 
uma fase bastante dolorosa da nossa história. Essas almas bem-aventuradas 
pelas suas renuncias se corporificaram nas costas da África flagelada e 
oprimida e, juntas a outros Espíritos em prova, formaram a falange abnegada 
que veio escrever na Terra de Santa Cruz, com os seus sacrifícios e com os 
seus sofrimentos, um dos mais belos poemas da raça negra em favor da 
humanidade”. Encarnados em tribos africanas, estes heróis caçados como 
animais, arrastado e presos aportaram aqui em solo brasileiro como 
promessa de mão de obra escrava para alavancar o comercio e o poder dos 
grandes latifundiários da cana de açúcar. 
 Os navios negreiros aportavam aqui no Brasil trazendo um 
contingente variado oriundo de varias regiões da África, tribos de diversas 
nações misturavam-se umas as outras e ao desembarcarem, eram levados 
aos mercados, e vendidos aos Senhores de engenho. Nascia então uma nova 
nação para os negros, que aqui chegando, perdiam suas identidades, 
famílias, amigos, títulos de nobreza e a liberdade. Quase tudo perdiam. 
Somente a crença fortemente arraigada em suas almas fazia resistir os mais 
brutais castigos. A manutenção de suas crenças nativas africanas 
apresentou-se como uma maneira de sobrevivência inglória. Na verdade, era 
uma expressão de revolta contra a nova condição imposta pelo dominador 
branco. O relho nas costas e as repetidas chibatadas faziam curvar o corpo 
físico sob o guante doloroso das muitas horas de trabalho ao sol, mas não 
curvavam o espírito dos sacerdotes iorubas, angolanos e jejes. Os rituais e 
cultos de harmonização com as forças vivas da natureza, praticados no 
interior da África, onde os negros podiam conviver com as forças dos orixás 
e senti-las, encontraram forte similitude com a geografia brasileira, rodeada 
de matas, lagos, cachoeiras, rios e mares. Assim, movidos pela fé, o negro 
apegou-se interiormente as suas lembranças, como forma de adquirir animo 
para suportar os males, o que o fez ser radicalmente fiel as suas origens. 
Dentro das senzalas imundas as diversas nações africanas se conectavam 
com os orixás, por meio dos cânticos velados e transes mediúnicos, servindo 
como verdadeiros exaustores psicoemocionais da negritude e que, junto com 
a utilização milenar das ervas, mantinham a saúde dos seus membros. 
Voltados para o culto de seus Orixás, unindo-se em torno de suas crenças 
sentiam a nostalgia de épocas felizes da convivência com suas tribos . 
 É oportuno registrar que os costumes africanistas tribais de 
religiosidade ancestral aportaram no Brasil com acentuadas distorções de 
suas práticas originais. Já eram atacados pela Inquisição antes de as levas 
de escravos capturados serem jogadas nos fétidos porões das naus 
portuguesas. Via de regra, isso foi intensificado aqui pela continuidade da 
opressão do clero, que redundou em várias outras adaptações, com raras 
exceções que conseguiram manter os ritos primários incólumes. 
 Devido as perseguições do clero, os negros, apesar das tentativas de 
manterem seus costumes na cultura e religião, onde cultuavam as forças da 
natureza deificadas e personificadas em divindades, que eram uma espécie 
de deuses, tiveram que associa-los ao panteão de santos católico, 
identificando as similaridades da historia destes santos com a de seus 
orixás adotando as imagens em seus ritos afim de passarem despercebidos e 
evitar essas perseguições. 
 Com o tempo aprenderam a se vingar de seus senhores e 
déspotas através de pactos com entidades trevosas e da magia negra, que 
não era outra coisa se não as energias magnéticas da natureza empregadas 
de forma equivocada. Dessa maneira o culto inicial as divindades da 
natureza foi se transformando em métodos de vingança e em pactos com 
essas entidades que assumiam a forma dessas mesmas divindades. 
 Um mistério envolvia de tal forma essas manifestações religiosas, que 
se tornava difícil para um leigo saber sua origem e seu significado. Seus 
rituais eram tão misteriosos, que o povo com seu misticismo natural eram 
constantemente explorados por aqueles que nenhum escrúpulo tinha em 
relação à fé alheia. Esses cultos acabaram se tornando, na verdade, num 
disfarce para uma série de atividades menos dignas no campo da magia, o 
que com o tempo acabou gerando uma atmosfera psíquica indesejável no 
campo áureo do Brasil. 
 O século XIX desenrolava uma torrente de claridades na face do 
mundo, encaminhando todos os países para as reformas úteis e preciosas. 
As lições sagradas do Espiritismo iam ser ouvidas pela Humanidade 
sofredora. Jesus, na sua magnanimidade, repartiria o pão sagrado da 
esperança e da crença com todos os corações. Allan Kardec, todavia, na sua 
missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma 
plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se 
manifestaria tão somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos 
os departamentos da atividade intelectual do século XIX. A Ciência, essa 
época, desfere os voos soberanos que a conduziriam às culminâncias do 
século XX. O progresso da arte tipográfica consegue interessar todos os 
núcleos de trabalho humano, fundando-se bibliotecas circulantes, revistas e 
jornais numerosos. A facilidade de comunicações, com o telégrafo e as vias 
férreas, estabelece o intercâmbio direto dos povos. A literatura enche-se de 
expressões notáveis e imorredouras. O laboratório afasta-se definitivamente 
da sacristia, intensificando as comodidades da civilização. Constrói-se a 
pilha de coluna, descobre-se a indução magnética, surgem o telefone e o 
fonógrafo. Aparecem os primeiros sulcos no campo da radiotelegrafia, 
encontra-se a análise espectral e a unidade das energias físicas da 
Natureza. Estuda-se a teoria atômica e a fisiologia assenta bases definitivas 
com a anatomia comparada. As artes atestam uma vida nova. A pintura e a 
música denunciam elevado sabor de espiritualidade avançada. 
 A dádiva celestial do intercâmbio entre o mundo visível e o invisível 
chegou ao planeta nessa onda de claridades inexprimíveis. Consolador da 
Humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha 
esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito 
aproveitamento de tantas riquezas do Céu. 
 
 O século XIX caracteriza-se por suas numerosas conquistas. A par dos 
grandes fenômenos de evolução científica e industrial que o abalaram, 
observam-se igualmente acontecimentos políticos de suma importância, 
renovando as concepções sociais de todos os povos da raça branca. Um 
desses grandes acontecimentos é a extinção do cativeiro. Cumprindo as 
determinações do Divino Mestre, seus mensageiros do plano invisível 
laboram junto aos gabinetes administrativos, de modo a facilitar a vitóriada 
liberdade. As decisões do Congresso de Viena, reprovando o tráfico de 
homens livres, encontrara funda repercussão em todos os países. Em 1834, o 
parlamento inglês resolve abolir a escravidão em todas as colônias da Grã-
Bretanha. 
 Em 1850, o Brasil suprime o tráfico africano. Na revolta de 1848, a 
França delibera a extinção do cativeiro em seus territórios. Em 1888 a Lei 
Aurea quebra todos os grilhões e abre as portas de todas as senzalas 
libertando o negro em todo território brasileiro. 
 Após a libertação dos escravos, transcorreu para o negro um período 
de difícil adaptação, aqueles que não ficavam nas fazendas de origem, 
partiam levando quase nada, talvez uma peça a mais de roupa. Sem dinheiro 
e sem ocupação buscavam os centros urbanos na esperança de trabalho e 
moradia, nessas migrações subiram os morros instalando-se em barracos 
improvisados dando inicio as primeiras favelas. Impôs-se uma necessidade 
de sobrevivência da população negra explorada "liberta" com a Lei Áurea, 
que ficou excluída do contexto social e entregue à própria sorte, sem 
nenhum apoio do Estado monárquico, que se curvava ao controle de um 
catolicismo arcaico e perseguidor (ambos se beneficiaram da pujança 
econômica oferecida pelo braço escravo). Finalmente livres, os negros se 
viram sem as moedas dos patrões que os alimentavam sem o mínimo para a 
manutenção de suas vidas. Foram, circunstancialmente, "obrigados" a 
cobrar pela magia curativa que faziam gratuitamente aos sinhôs e sinhás no 
recôndito das senzalas de chão batido. Dessa vez, estimulados pelos 
constantes pedidos dos próprios homens brancos que furtivamente saíam 
das missas procuravam as choupanas dos ex-escravo alforriados, os quais 
subitamente se viram transformados em ilustres magistas de aluguel. 
 Logo nos primeiros anos, os recém-libertos formaram em seus 
assentamentos barracões de culto religioso onde seus sacerdotes evocavam 
os orixás e praticavam sua religião nos moldes antigos, cantavam, dançavam 
e faziam seus sacrifícios aos deuses de suas tribos. Os brancos 
acostumados as interferências da magia praticada pelo negro, buscava 
agora nestes redutos os trabalhos espirituais de maneira mais intensa, em 
contra partida o negro sem dinheiro passou a cobrar pelos serviços 
prestados empenhando-se na feitiçaria e estreitando o contato com o mundo 
espiritual inferior. Nessa troca de favores, sem nenhum respeito ao livre 
arbítrio alheio, levando o ódio, a vingança e as desgraças as suas ultimas 
consequências, manipulando energias degradantes acabou por chamar a 
atenção dos magos negros que atraídos pela afinidade de gostos passaram a 
substituir seus guias por entidades inferiores e viciadas no mal. A psicosfera 
no ambiente espiritual da nação estava sendo afetada de tal forma pelas 
energias negativas, que entidades ligadas aos lugares de sofrimento 
encarnavam e desencarnavam conservando assim o ódio em seus corações. 
Dessa forma a magia negra foi se espalhando em forma de culto pelas terras 
brasileiras, de norte a sul do país onde as oferendas eram entregues pelos 
adeptos desses cultos, que se multiplicavam a cada dia, aumentando ainda 
mais a crosta mental negativa que vinha se formando sobre os céus da 
nação. 
 Espíritos abnegados e esclarecidos falam-nos de uma nova reunião da 
comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual é Jesus um 
dos membros divinos. A alta hierarquia espiritual informada da atual situação 
de nossa nação movimentaram-se para neutralizar os ataques das sombras 
de tal modo que reuniram-se novamente na atmosfera terrestre decidindo 
sobre os destinos do nosso mundo. Os ministros do Cristo explanaram sobre 
a ação transformadora do Espiritismo no solo brasileiro, contudo, apesar dos 
esforços de sua divulgação a maioria do povo ainda não havia assimilado as 
grandes verdades do consolador, fazendo-se necessário a urgente 
intervenção da Grande Fraternidade Branca, trazendo como fora previsto o 
seu plano de ação contra a nefasta investida dos dragões. 
 O Espiritismo vinha desse modo, na hora psicológica das grandes 
transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse o 
fruto sagrado de quantos trabalharam e sofreram no esforço penoso da 
civilização. Com as provas da sobrevivência, vinha reabilitar o Cristianismo 
que a Igreja deturpara, semeando, de novo, os eternos ensinamentos do 
Cristo no coração dos homens. Com as verdades da reencarnação, veio 
explicar o absurdo das teorias igualitárias absolutas, cooperando na 
restauração do verdadeiro caminho do progresso humano. Ensinando a lei 
das compensações no caminho da redenção e das provas do indivíduo e da 
coletividade, estabelece o regime da responsabilidade, em que cada Espírito 
deve enriquecer a catalogação dos seus próprios valores. Não se engana 
com as utopias da igualdade absoluta, em vista dos conhecimentos da lei do 
esforço e do trabalho individual, e não se transforma em instrumento de 
opressão dos magnatas da economia e do poder, por consciente dos 
imperativos da solidariedade humana. 
 Despreocupado de todas as revoluções, porque somente a evolução é o 
seu campo de atividade e de experiência, distante de todas as guerras pela 
compreensão dos laços fraternos que reúnem a comunidade universal, 
ensina a fraternidade legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos 
grupos, alargando as concepções da justiça econômica e corrigindo o 
espírito exaltado das ideologias extremistas. 
Nestes tempos dolorosos em que as mais penosas transições se anunciam 
convenhamos em que o esforço do Espiritismo é quase superior às suas 
próprias forças, mas o mundo espiritual tinha certa urgência ante os 
acontecimentos atuais. Jesus é o seu único diretor no plano das realidades 
imortais, e agora que o mundo se entrega a todas as expectativas 
angustiosas, os espaços mais próximos da Terra se movimentam a favor do 
restabelecimento da verdade e da paz, a caminho de uma nova era. 
 O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste 
século de declives da sua História, ainda assim a ação higienizadora nas 
camadas sociais mais embrutecidas teria de ser intensificada exigindo dos 
Administradores Siderais maior flexibilidade na criação de uma nova 
estrutura religiosa. Gerara-se na Terra um crepúsculo, ao qual sucederá 
profunda noite e a moça da Luz Velada compete a missão do desfecho 
desses acontecimentos espantosos. Todavia, operários humildes do Cristo, 
transmutados em pretos velhos, índios e caboclos debruçados sobre seus 
cavalos cantarão os louvores a Deus Todo Poderoso, gritarão a mensagem 
de Jesus em todos os terreiros desse imenso Brasil ampliando o verbo Divino 
para que ouçamos a sua voz no âmago de nossa alma: “Bem-aventurados os 
pobres, porque o reino de Deus lhes pertence! Bem-aventurados os que têm 
fome de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os aflitos, porque 
chegará o dia da consolação! Bem-aventurados os pacíficos, porque irão a 
Deus!” 
 Das explanações sobre o espiritismo, ficou claro que havia uma 
necessidade urgente de se implantar uma força tarefa com Espíritos 
abnegados e experientes em variadas funções de resgates nos infindáveis 
mundos do universo. A magia negra tinha que ser combatida e seus efeitos 
destrutivos haveriam de serem desmanchados, de maneira a transformar 
esses cultos em postos iluminados a irradiarem Caridade e Amor. A Doutrina 
Espírita adentrara no Brasil e lentamente cumpria a sua missão 
esclarecedora, contudo, não alcançava as massas menos favorecidas, na 
verdade, suas reuniões ainda estavam em meio a elite, as classes mais 
esclarecidas e de maior poder aquisitivo. Não obstante os grandes esforços 
dos bandeirantes da Boa Nova que rasgavam as selvas da ignorância e do 
preconceito deflagrado pelo catolicismo e protestantismo.Nessa ocasião 
todo movimento em torno da mediunidade era visto como coisa demoníaca e 
rechaçado como feitiçaria, bruxaria e macumba. Foi nesse ambiente 
conturbado que a Alta Confraria Iniciática fez-se presente modificando o 
astral do Planeta e implantando seu regimento de obreiros do Cristo. 
 A implantação de uma nova religião em solo brasileiro tornara-se uma 
expectativa nos dois planos da vida, apesar das explosões de cultos 
africanistas e outros que mesclados a outras culturas ameríndias e euro-
asiáticas infiltradas em todo país, alguns Espíritos não viam necessidade de 
mais uma indicação religiosa. Na verdade no plano espiritual não temos 
religiões, o único sentimento que move os Espíritos no campo religioso é e 
sempre será o Amor, entretanto na nossa atual conjectura nossa pequenez 
ainda aponta para o sectarismo e o separatismo, de forma que as 
Sociedades do Reino Angelicó não nos poupam exemplos em reencarnações 
de Espíritos de escol nas variadas escolas universalistas, professando em 
seus ensinamentos o Amor incondicional como a verdadeira forma de 
religiosidade e de manifestação de adoração ao Divino. 
 No Supremo conclave, os Prepostos de Jesus foram esclarecidos sobre 
as propostas renovadoras de saneamento do astral brasileiro, e sobre a 
égide do próprio Cristo sete Guardiões foram escalados para servirem de 
pilastras dessa grande obra de transformação, encarnariam Espíritos 
missionários no meio dessas massas para sedimentar o ideal do Amor e 
ainda outros como mensageiros seriam como o fermento levedando a massa 
de dentro para fora, de baixo para cima, modificando os sentimentos e 
quebrando as amarras com o mal. Era um novo movimento religioso, com o 
objetivo inicial de desfazer a carga negativa que se abatia sobre os corações 
dos homens. 
 Havia então a necessidade de que os próprios espíritos, mais evoluídos 
e esclarecidos, se manifestassem para realizar tal cometimento, e assim 
foram se apresentando, uma a uma, aquelas entidades iluminadas 
modificando suas formas perispirituais, assumindo assim, a conformação das 
próprias divindades e de entidades como Preto-velhos e Caboclos, levando a 
mensagem da Caridade, do Amor e da Justiça. 
 Essas entidades seriam o elo com o Alto, penetraria aos poucos nos 
redutos da magia negra, os quais ainda se mantinham enganados quanto as 
Leis do Amor e da Caridade, e iria então transformando, com as palavras e os 
ensinamentos das entidades, os sentimentos das pessoas. Para isso foi 
necessário que elevados companheiros da vida maior renunciassem certos 
métodos de trabalho, considerados por eles mais elevados, para se 
dedicarem às atividades que aqueles cultos se propunham. A essas 
entidades, se juntaram a antigos espíritos de escravos e índios, que em sua 
simplicidade e boa vontade, se propuseram a trabalhar para mostrar aos 
homens suas lições sagradas, auxiliando assim na cura de doenças e na 
transmissão das mensagens de Amor e Caridade. 
Nas sessões espíritas, da época, essas entidades não foram aceitas, pois 
identificadas sob essas conformidades, preto-velhos e caboclos, eram 
considerados espíritos atrasados e suas mensagens não mereciam nem 
mesmo uma análise. Mas com o campo áureo do país mais preparado, 
mesmo não conseguindo muitas alterações nos cultos, vemos em uma seção 
espírita surgir então a UMBANDA, anunciada em 15 de novembro de 1908, 
em Neves, subúrbio de Niterói, no Rio de Janeiro, pelo espírito que se 
identificou como “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, através do médium Zélio 
Fernandino de Moraes, então com dezessete anos de idade, usando pela 
primeira vez o vocábulo “Umbanda” como designação de culto e religião, 
definindo assim o novo movimento religioso como: “uma manifestação do 
espírito para Caridade”. 
Tudo começou quando Zélio Fernandino de Moraes, nascido em 10 de abril 
de 1891, no bairro de Neves, município de Niterói, no Rio de Janeiro, aos 
seus dezessete anos estava se preparando para servir as Forças Armadas, 
através da Marinha, se acometeu um fato curioso: começou a falar em tom 
manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com 
bastante idade. De princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio 
mental e o encaminhou a seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico 
psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de 
observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura 
médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse 
feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse 
possuído pelo demônio. Procuraram então um padre, também da família, que 
após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado. 
Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual 
os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num 
ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei 
curado". No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. 
Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. 
Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura 
conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto 
velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas 
rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar 
com a caridade. 
O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não 
frequentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, 
praticante do hábito da leitura de literatura espírita e no dia 15 de novembro 
de 1908, por sugestão de um amigo, levou Zélio a Federação Espírita de 
Niterói. Chegando à Federação e convidados por José de Souza, dirigente 
daquela Instituição, se sentaram à mesa, onde logo em seguida, 
contrariando as normas do culto realizado, Zélio se levantou e disse que ali 
faltava uma flor, foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no 
centro da mesa onde se realizava o trabalho. Iniciando uma estranha 
confusão no local, pelo fato ocorrido, ele incorporou um espírito e 
simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações 
de caboclos e pretos velhos, sendo advertidas pelo dirigente do trabalho. 
Então a entidade incorporada no rapaz perguntou: 
"- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se 
dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e 
da cor?" 
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou: 
"- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a 
manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando 
encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou 
vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete 
uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?" 
Ele responde: 
"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo lhes dizer que 
amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que 
estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão 
que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos 
humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, 
encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: 
Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para 
mim." 
O vidente ainda pergunta: 
"- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?" 
Novamente ele responde: 
"- Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, 
anunciando o culto que amanhã iniciarei." 
No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, na Rua 
Floriano Peixoto, 30, em Neves, Niterói, aproximando-se 
das 20h00min horas, estavam presentes os membros da 
Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do 
lado de fora uma multidão

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