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Resumo de Empresarial I 1

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No Brasil foi adotada a teoria do empresário, assim para que possa ser caracterizado como empresário precisará efetivamente agir de acordo com a forma empresarial, ou seja, agir com profissionalismo.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. –> Profissionalismo – tendo requisitos como: habitualidade, pessoalidade (não só dele, mas também de todos envolvidos na atividade).
Atividade Econômica – em tudo vemos uma atividade econômica sendo exercida, como exemplo, ao utilizar energia em casa, água, gás etc.
Organizada – capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia. 
Produção, circulação de bens e serviços – o empresário irá utilizar todos esses elementos acima para produzir bens, já o comércio circula o bem, ou seja, como exemplo, compra um carro da indústria e repassa ao mercado.
A produção de serviços, exemplo: a lavanderia citada pelo professor, já no caso da circulação de serviços, como o Groupon, este será o intermediário entre o prestador de serviços e o consumidor, no mesmo sentido vemos uma agência de viagens. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
TIPOS DE EMPRESÁRIO:
PESSOA FÍSICA – Empresário Individual é a pessoa física que explora a empresa exercendo sua atividade de acordo com o art.966 CC/02, não possui personalidade jurídica.
O nome empresarial do empresário individual é chamado de FIRMA (nome civil mais atividade), sendo adotado quando do seu registro.
Não poderá adotar a forma sociedade de pessoas e sociedade limitada, tendo assim uma responsabilidade ilimitada. Além disso, apesar de ter um CNPJ, que neste caso só servirá para efeitos fiscais, não tem personalidade jurídica, havendo uma confusão patrimonial entre os bens pessoais e da empresa.
OBS: Não possui personalidade jurídica e sua responsabilidade será ilimitada.
OBRIGAÇÕES DOS EMPRESÁRIOS:
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. –> em primeiro lugar vemos que o empresário deverá registrar-se perante a Junta Comercial.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. –> observamos as 2 exceções, onde o empresário rural e o pequeno empresário só precisarão se dirigir à RFB para obter o CNPJ e exercer assim a atividade empresária.
Em 2º lugar, conforme art.1179 CC, o empresário deverá realizar o levantamento de balanço patrimonial e de resultados, ou seja, ao final de todo exercício fará o levantamento de seu balanço patrimonial na data final do seu exercício fiscal, via de regra,01/01 e 31/12, no final do ano deverá demonstrar quais eram seus ativos e passivos e, por fim, seu patrimônio líquido no seu exercício, já no levantamento do patrimônio de resultados o empresário levantará quais as receitas obtidas e as despesas, chegando ao seu lucro líquido.
Em terceiro, fará a escrituração dos livros empresariais, ou seja, escrituração contábil de como sua atividade está sendo exercida, essa escrituração possui livros obrigatórios e facultativos, sendo:
Obrigatórios em comum – todo empresário deverá ter o livro diário, conforme art.1180 do CC, esse livro irá escriturar toda a atividade desenvolvida pelo empresário, com as entradas e saídas do exercício financeiro do empresário. Caso não o faça, não poderá utilizar este livro como meio de prova, a falta de escrituração ou falta de autenticação do livro caracteriza o crime falimentar.
Obrigatórios específicos – dependerão da área empresarial em que atuar, ex: livros tributários, trabalhistas etc.
JUNTA COMERCIAL – LEI DE REGISTRO DE EMPRESAS (LEI 8934/94): é um órgão de vinculação híbrida, haja vista que tem vínculo estadual e federal. A junta comercial é vinculada à DREI, assim em matéria empresarial, esse departamento pertence ao ministério da indústria e comércio, órgão federal, sendo assim o Estado está também vinculado em matéria empresarial ao âmbito federal.
Já no que tange à matéria administrativa e financeira, está vinculada ao Estado. Essa questão será relevante no caso de necessidade em impetrar um MS em face da autoridade administrativa da Junta Comercial, em sendo matéria financeira, a competência será do governo do Estado.
A Junta Comercial do Estado exercerá, em regra, 4 atividades principais (art.32 desta Lei): matrículas (matricular o leiloeiro, o tradutor juramentado, os agentes auxiliares do empresário, como administradores dos armazéns gerais etc), os arquivamentos (os atos de constituição, alteração e distrato do contrato social deverão estar arquivados na junta) as autenticações e a proteção ao nome empresarial.
REGRA DA RETROABILIDADE - O ato de arquivamento retroagirá à data em que ocorreu se o ato for levado a arquivamento dentro de 30 dias, ou seja, ato assinado em 20/10/15, alterando o contrato social, quando chega o dia 12/11/15 (23 dias após a assinatura) a Junta Comercial deverá analisar o ato em sua formalidade e não a essência deste. Deste modo, aparecerá no registro que o ato ocorreu em 20/10/15, retroagindo à data de sua assinatura.
No entanto, se for assinado em 20/10/15 e só levado à Junta Comercial em 10/12/16, a alteração só produzirá efeitos a partir desta data, não retroagindo, conforme art.36 da Lei 8934/94.
Art. 36. Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, as cujas datas retroagirão os efeitos do arquivamento; / fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder.
Quando um ato tiver um vício sanável no arquivamento, será aberto um prazo de 30 dias, para que seja sanado, no caso de um ato insanável, a Junta irá indeferir o pedido de arquivamento. 
Os livros deverão estar devidamente autenticados pela Junta do Estado, não bastando escriturar.
No art.33 da Lei 8934/94, há a atividade da proteção do nome empresarial pela Junta Comercial do Estado, sendo somente no âmbito estadual (o empresário poderá requerer a proteção em todo território nacional), diferentemente de marca, registrada no INPI, órgão federal, que assim concederá a proteção nacional.
CAPACIDADE EMPRESARIAL:
Primeiramente, deverá ter capacidade civil (art.972 CC) e não estar impedido por Lei (ex: juiz de direito etc)
Principais impedidos ao exercício da atividade empresária:
Funcionários públicos da União, Estados e Municípios
Militares que estejam na ativa (ex: membro da marinha, exército e aeronáutica)
Falido não reabilitado
Estrangeiro sem residência no País
Cônsul remunerado
Médicos cujo impedimento será para industrialização e comercialização de medicamentos
No caso de um destes impedidos exercer, ao se inscrever na junta, o impedido deverá dar uma declaração dizendo que não tem nenhum impedimento.
Todos os atos que o impedido praticar como empresário, sem poder sê-lo, serão considerados válidos, respondendo pela obrigação contraída.
OBS: O impedido de ser empresário caso exerça tal atividade, responderá pelas obrigações contraídas, conforme art.973 CC/02.
Observaremos as exceções à Capacidade Civil, conforme art.974 CC/02:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. –>
1º Exceção: menor emancipado, poderá exercer a atividade na condição de empresário.
2º Exceção: menor absolutamente incapaz que recebe quotas por herança, poderá continuar a atividade, desde que exista autorização judicial e nomeação de tutor.
3º Exceção: Incapacidade Superveniente, ou seja, o sujeito tinha plena capacidade, porém por uma doença, moléstia, acabou perdendo sua capacidade, devendohaver uma autorização judicial e a nomeação de um curador.
O que ocorrerá se o tutor ou curador nomeados tiverem impedimentos para ser empresário?
R: Deverão indicar um ou mais gerentes por este tutor ou curador, deste modo, com autorização judicial tais gerentes exercerão as atividades.
PESSOA JURÍDICA – EIRELI e Sociedade Empresária
EIRELI -> criada em 2011, vigorando em 2012, conforme art.980 CC/02, Pessoa Jurídica de Direito Privado, tendo um titular que será responsável por integralizar (o capital tem que existir no momento da constituição da sociedade, porém não é exigida comprovação) o capital, tendo que ter um capital igual ou maior que 100x o salário-mínimo.
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA:
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. 
5º poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. 
6º aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. –> por isso o administrador da EIRELI, não terá que ser necessariamente seu titular.
** O nome empresarial poderá ser a FIRMA ou DENOMINAÇÃO (nome fantasia + atividade + EIRELI), sendo que em ambos os casos a expressão EIRELI deverá estar inserida ao final.
A EIRELI poderá utilizar nome fantasia por ser PJ, diferentemente do empresário individual.
A EIRELI individual de Responsabilidade Limitada terá personalidade jurídica e a sua titular responsabilidade limitada ao capital integralizado.
O capital não poderá ser inferior à 100x o valor do salário-mínimo e deverá estar integralizado no momento da constituição.
Aplica-se na EIRELI as regras da Sociedade Limitada, naquilo que for possível.
As regras de Sociedade Limitada em relação à deliberação de sócios, assembleia etc, não se aplicam à EIRELI, justamente pelo fato de ser constituída por uma única pessoa.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL – Art.1.142 / 1.149 CC/02.
Compreende um complexo de bens corpóreos e incorpóreos que o empresário organiza para o exercício de sua atividade empresarial. Esse complexo de bens é considerado uma universalidade de fato, pois existe, bem como uma universalidade de direito, pois poderá ser objeto unitário de negócio jurídico.
Ex: Padaria, que tem bens corpóreos geladeira, freezer, forno etc, bem como bens incorpóreos, receitas do estabelecimento conhecidas, patente de modelos, certificados, direitos sobre obra literária, software de computador etc, estes elementos juntos compreendem o estabelecimento.
Ponto empresarial – compreende o espaço físico onde a atividade empresarial será exercida, o local onde será exercida.
Esse ponto recebe proteção legal, conferida através do instituto da Ação Renovatória de Aluguel (lei 8245/91, art.51 e ss) só caberá para contratos comerciais de aluguéis, ou seja, o contrato de locação será automaticamente, compulsoriamente renovado entre locador e locatário.
Este contrato de locação empresarial ou comercial fará jus ao locatário quando preencher os 3 requisitos seguintes: contrato escrito ou determinado, este contrato ou a soma de todos os contratos seja de pelo menos 5 anos e que esteja exercendo a mesma atividade por 3 anos.
O Locador poderá apresentar exceção de retomada de imóvel para uso próprio. A Ação Renovatória deverá ser proposta em um interregno de 1 ano no máximo até 6 meses no mínimo do término do contrato, se for proposta depois ocorrerá a Decadência.
OBS1: contrato de locação em shopping centers caberá esta Ação Renovatória, desde que preencha os requisitos supramencionados, não cabendo à administradora do shopping center alegar a exceção de retomada para uso próprio
Trespasse: compreende o contrato de venda e compra (adquirente e alienante) do estabelecimento empresarial. Este contrato deverá ser averbado à margem do registro do empresário na junta comercial (art.1144 CC).
O contrato deverá prever a manutenção de patrimônio do alienante podendo, alternativamente, existir o pagamento antecipado de dívidas e a obtenção de anuência junto aos credores. 
As regras de Sucessão: o adquirente do estabelecimento será o responsável pelo pagamento de todas as dívidas contabilizadas permanecendo o alienante responsável de forma solidária pelo prazo de 1 ano (art.1.146 CC)
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. –> vemos a universalidade de fato e de direito. Ex: uma padaria que poderá ser negociada por uma empresa com um terceiro, este contrato será chamado de Trespasse Empresarial.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. –-> O contrato de Trespasse Empresarial deverá ser averbado à margem da inscrição do registro do empresário perante a Junta Comercial do Estado.
Conforme já vimos, o arquivamento será importante para que produza efeitos em face de todos.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.–> o adquirente comprou o estabelecimento com obrigações vincendas, desta maneira deverá o alienante permanecer com o patrimônio no mesmo valor dessas obrigações vincendas ou o alienante poderá obter autorização dos credores ou quitar essas obrigação com antecedência.
Caso o alienante não cumpra estas obrigações, estará praticando um ato de falência, devido à inobservância dos requisitos corretos.
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.–> Esse prazo iniciará dependendo de quando vencerá a dívida, pois quem comprou será responsável por todas as dívidas vencidas, já o alienante, também será responsável observando o prazo de 1 ano, contado a partir do Trespasse Empresarial quanto às dívidas vencidas e da data de vencimento das vincendas. 
A cláusula de restabelecimento estipulará normas de concorrência para as partes, porém se as partes não estabelecerem nada, durante 5 anos o alienante estará proibido de fazer concorrência ao adquirente.
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa,o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.
SOCIEDADES:
O contrato de constituição de uma sociedade é considerado um contrato plurilateral pois gera direitos para sócios entre si e para a sociedade, gerando efeitos sobre toda coletividade.
Conforme art.981 CC/02.
Existem sociedades personificadas (detém personalidade jurídica) e não-personificadas.
Personificadas: Tem titularidade negocial (contratar e ser contratada), processual (figurar no polo ativo e passivo de demandas) e patrimonial (patrimônio distinto dos seus sócios). Subdivididas em Simples e
Empresária:
Sociedade Simples -> A lei diz que o registro deverá ser realizado no cartório de registro civil de pessoas jurídicas e não na Junta Comercial do Estado, tendo a faculdade de adotar um tipo societário (a cooperativa será sempre uma sociedade simples, no entanto, a lei das cooperativas determina que o registro desta, por Lei Especial, será realizada na Junta Comercial do Estado), já no caso do advogado, o registro será realizado na seccional da OAB, conforme EOAB. (Art.997 a 1038 CC).
É aquela que explora atividade que a Lei não considera atividade empresarial, sendo as atividades de natureza intelectual, científica, artística ou literária, conforme art.966, parágrafo único CC/02. 
art.966, Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
A sociedade simples deverá ter o seu contrato social arquivado no cartório de registro civil das pessoas jurídicas, conforme art.998 CC.
OBS: A sociedade simples de advogados deverá ter registro na seccional da OAB.
A sociedade simples poderá (faculdade) adotar um tipo societário, porém se não o fizer não haverá prejuízo, sendo assim uma faculdade esta adoção. 
Quanto à responsabilidade, na Sociedade Simples Pura (não adota tipo societário), exemplificando, o capital da sociedade de R$ 1.000.000,00, tendo 3 sócios, contribuindo da seguinte maneira: A (500.000,00), B (300.000,00) e C (200.000,00), desta forma a responsabilidade será proporcional, ou seja, havendo uma dívida, A responderá por metade da dívida, B responderá por 30% e C por 20%.
Cabe neste tipo de sociedade a contribuição mediante a prestação de serviços para compor o capital social, o que é vedado em sociedade limitada, ações, anônima.
Quórum Deliberativo na Sociedade Simples: Qualquer matéria que exija a alteração do contrato social na sociedade simples, precisará de um quórum unânime para aprovar tal medida, já para outras alterações precisará do quórum de 50% +1 para aprovação, conforme art.999 CC.
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime.
§ único. Qualquer modificação do contrato social será averbada, cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente.
A sociedade simples acaba sendo uma fonte subsidiária para todos os outros tipos societários.
Sociedade Empresária -> É a PJ que explora a atividade empresarial, o seu contrato social deverá ser arquivado, registrado na Junta Comercial do Estado, devendo obrigatoriamente estabelecer qual tipo societário será adotado.
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
§ único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo.
Não-Personificadas: não possuem personalidade jurídica.
Sociedade em Comum -> Também chamada de Sociedade de Fato, pois não possui registro do seu ato constitutivo no órgão competente, existindo assim de fato e não de direito, vemos que há uma irregularidade.
Previsão legal conforme art.987 CC, a sociedade só poderá utilizar a seu favor as provas escritas, porém contra esta valerá qualquer meio probatório. Tanto o patrimônio ativo como passivo serão comum a essa sociedade.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. –> vemos que o legislador prevê as consequências em adotar este tipo societário.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. –> patrimônio comum aos sócios.
Quanto à responsabilidade.
Na sociedade em comum os sócios terão responsabilidade solidária e ilimitada, sendo que o administrador terá responsabilidade direta enquanto o investidor terá responsabilidade subsidiária.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. -->
A responsabilidade dos sócios será ilimitada e, consequentemente, solidária, excluindo-se o benefício de ordem àquele que contratou pela sociedade, ou seja, não se aplica ao sócio administrador que terá responsabilidade direta, enquanto o sócio investidor terá responsabilidade subsidiária
Ex: Sociedade entre Carlos (investidor) e Márcio (administrador), assim Carlos será investidor, porém não administrador, que no caso será Márcio, sócio e administrador. Desta forma, ambos têm responsabilidade ilimitada e solidária, entretanto, no caso de uma contratação, com prova documental, demonstrando que Carlos não contratou outro, sua responsabilidade será subsidiária, já no caso do administrador (Márcio) terá responsabilidade direta.
O pacto limitativo cria Lei entre os sócios que adotam, assinam e produzirá efeitos a terceiros se este souber da existência do pacto, só valendo se este terceiro souber deste, ou se já estiver averbado junto aos atos societários.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. –-> se o terceiro não sabia, não haverá aplicação deste pacto limitativo de responsabilidade.
Sociedade em Conta de Participação (arts.991 a 996 CC/02) -> Trata-se de sociedade que não possui personalidade jurídica, caracterizada pela união entre um sócio ostensivo e outro denominado participante ou sócio oculto.
O ostensivo deverá exercer as atividades em seu próprio nome e sob sua exclusiva responsabilidade, enquanto o Oculto terá direitos e obrigações nos termos de contrato social existente e válido somente entre este o sócio ostensivo.
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se peranteterceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.
OBS: Ainda que o contrato seja registrado, esta sociedade não terá personalidade jurídica, pois será por essência uma sociedade não-personificada.
Ex: O Ostensivo (Juventus da Moca) e oculto (Corinthians) celebram um contrato, onde o sócio ostensivo é que terá de cumprir com suas obrigações, permanecendo o sócio oculto fora desta relação.
No caso do sócio oculto dar causa, será responsabilizado pelo ostensivo, entretanto através de uma ação de regresso, não podendo o sócio ostensivo utilizar-se da modalidade de intervenção de terceiros (chamamento ao processo).
No caso de o sócio ostensivo contratar um novo sócio oculto, precisará da anuência do oculto que já está na sociedade, bem como se o sócio oculto o fizer.
Havendo a falência do sócio ostensivo, a sociedade deixará de existir, devendo ser dissolvida, já no caso da falência do sócio oculto, o administrador judicial verificará a possibilidade de cumprimento ou a rescisão do contrato, ficando a critério do administrador judicial essa análise.
A resolução de conflitos entre os sócios, via de regra é feita pelo procedimento de dissolução de sociedade, no entanto, neste tipo societário, conforme art.996 CC/02, deverá ser resolvido pela Ação de Prestação de Contas.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
Os sócios serão pessoas físicas, sendo os responsáveis pela administração desta sociedade, todos terão uma responsabilidade ilimitada pelas obrigações
Sociedade em Comandita Simples
Haverá 2 sócios: sócio comanditado (responsável pela administração da sociedade, tem responsabilidade ilimitada) e sócio comanditário (tem responsabilidade limitada ao valor das suas quotas, será apenas investidor, porém ao praticar atos de gestão passará a ter responsabilidade ilimitada pelas obrigações)
Sociedade em Comandita por Ações (arts. 1090 a 1092)
Tendo 2 sócios, podendo ser pessoa física ou jurídica: acionista-diretor (responsável pela gestão, responsabilidade ilimitada) e acionista-comum (apenas investidor, responsabilidade limitada ao valor das suas ações, ao valor da sua participação)
SOCIEDADE LIMITADA – Arts. 1052 a 1087 CC/02:
É o tipo societário mais utilizado pelo empresário brasileiro, todos os sócios terão responsabilidade limitada ao valor das quotas que efetivamente tiverem, ou seja, limitada ao que contribuíram para formação do capital, entretanto tem responsabilidade solidária pela integralização do capital, veremos a seguir a responsabilidade.
**Quanto à responsabilidade: Neste tipo societário, os sócios terão responsabilidade subsidiária, ou seja, somente após o exaurimento do patrimônio da sociedade será atingido seu patrimônio, o sócio tem responsabilidade limitada ao valor do seu capital, das quotas e no que tange à solidariedade haverá uma responsabilidade não-solidária quando o capital estiver integralizado, no entanto, se restarem parcelas para integralização, a quantia restante será de responsabilidade solidária de todos.
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Ex: Luiz irá subscrever em 180 dias, os demais sócios, Bruna e Carlos já subscreveram, deste modo, todos serão responsáveis solidariamente por esta integralização de Luiz.
Aplicação supletiva de Regras.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. –> como regra, será pelas normas da sociedade simples
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. –> poderão ser aplicadas das S/A se o contrato prever, caso contrário permaneceremos na regra.
Quanto à Cessão de Quotas (art.1057 CC): Aplica-se na sociedade limitada a cessão de quotas entre sócios de forma livre, já a cessão de quotas para terceiros será livre, desde que não ocorra oposição daquele sócio que detenha pelo menos 1/4 (25%) do capital da sociedade ou no caso de o contrato social permitir a cláusula de preferência, podendo assim ser exercido por qualquer um dos sócios.
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social.
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios anuentes.
Assembleia de Sócios: Ao menos 1 vez por ano, os sócios de uma limitada deverão ser reunir, obrigatoriamente, para deliberar sobre qualquer assunto de interesse da sociedade, conforme art.1074 CC/02. Para ser convocada deverão realizar a inclusão de 3 anúncios na imprensa oficial e 3 anúncios em jornal de grande circulação, somente para convocação desta Assembleia (art.1152, parágrafo 3º)
Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos deste artigo.
3º O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores.
Como este conclave será muito oneroso, algumas exceções estão previstas na Lei, conforme art.1072 CC/02, permitindo que seja dispensada a convocação ou substituída nas seguintes hipóteses:
Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em assembleia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato.
1º A deliberação em assembleias será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez. –> A assembleia de sócios poderá ser substituída por uma reunião se o contrato social prever e desde que a sociedade tenha um número inferior à 10 sócios.
2º dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3º do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia. –> será estando todos os sócios presentes ou declararem cientes da Assembleia.
3º A reunião ou a assembleias tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas. –> poderão substituir a Assembleia, no caso de todos deliberarem por escrito sobre o objeto desta.
4º no caso do inciso VIII do artigo antecedente, os administradores, se houver urgência e com autorização de titulares de mais da metade do capital social, podem requerer concordata preventiva.
5º as deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes.
6º aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no contrato, o disposto na presente Seção sobre a assembleia.
ADMINISTRADOR:
Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado. –> ou seja, sócios ou não, residentes no país e eleitas pelo contrato social ou por ato separado.
§ único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.
Responsabilidade civil: Os administradores que durante a gestão causarem prejuízos serão civilmente responsabilizados, nas hipóteses dos arts. 1009, 1013, § 2º, 1016 e 1017 CC/02.DISSOLUÇÃO PARCIAL:
Hipóteses em que há a resolução da sociedade em relação ao sócio (ex: quando um dos sócios vem a falecer, sendo realizado um balanço, conforme art.1031 CC)
1º Hipótese: Morte (arts.1028 até 1030 CC/02)
OBS: O montante referente a quota do sócio será apurado em balanço levantado para esta finalidade (art.1031 CC/02)
2º Hipótese: Exercício do direito de retirada
3º Hipótese: Exclusão
DISSOLUÇÃO TOTAL: Hipóteses:
1º: término do prazo de duração,
2º: consenso ou deliberação dos sócios,
3º: falta de pluralidade por mais de 180 dias,
4º: extinção de autorização para funcionar,
5º: falência,
6º: exaurimento do objeto (encerra o objeto da sociedade, ex: construção de um prédio), inexequibilidade do objeto (quebra do Affectio Societatis)

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