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O Essencial De SOF’s I 2 SOF’s I Introdução Organização Geral Apresentamos aqui, para cada módulo, de forma organizada e actualizada, a matéria essencial de cada uma das componentes essenciais de SOF’s, pela seguinte ordem: - Anatomia de Nomenclatura - Anatomia Clínica - Fisiologia - Bioquímica Teórica - Bioquímica Prática - Histologia Teórica - Histologia Prática1 - Embriologia Dentro de cada um dos capítulos, apresentaremos depois da matéria uma série de sugestões de perguntas, para que possam testar a aprendizagem e preparar o exame. O suporte digital O esforço por nós feito de apresentar estes resumos passados a computador, prende- se com a necessidade de permitir aos alunos de anos seguintes actualizarem a informação aqui disposta, e manter este texto como guia de estudo sempre actualizado (não esqueçam de actualizar o Índice!). Esperamos portanto que os alunos dos anos seguintes cumpram esse papel, completando ainda o que acharem não estar suficientemente completo ao longo dos capítulos. Avisos aos novos alunos Escusado será dizer que para que este texto não se torne inútil, é fundamental manter o secretismo à sua volta (não aconselhamos que se deixe disponível na CopyScan), por forma a evitar que ao cair nas mãos erradas, aconteçam certas coisas, tais como: não ser perguntado em exame o seu conteúdo, não serem feitas perguntas semelhantes às que apresentamos, ou outras coisas piores. Isto porque, relembramos, o objectivo aqui é a auto-aprendizagem pelos livros e artigos, e este tipo de auxílio ao estudo dos alunos não é bem aceite. Lembrem-se, tudo isto é para o bem de vós próprios, actuais alunos de SOF’s I. 1 Disponível online, no blog ”Coisas de Medicina” 3 SOF’s I Autores/Contactos Este texto foi compilado pelos alunos do 1º ano do curso de Medicina do ano 2010/2011. Em caso de dúvida quanto ao conteúdo, questões sobre como ter acesso ao seu suporte digital, ou algum comentário extra, falem com alguém desse ano, que saberá indicar-vos quem são os responsáveis pela elaboração dos resumos para que possam com eles contactar. Notas (Módulo 1.1) Deste módulo, tentem nos resumos desenvolver melhor a parte de Anatomia (Músculos da face e Ossos de costas e pelve). Para o exame, tenham muita atenção à Anatomia (Clínica e Nomenclatura), tenham atenção aos conceitos de Agonista/Antagonista na Fisiologia (tentem perceber o funcionamento das coisas!), a Embriologia tenham atenção às imagens. Na Bioquímica e na Histologia não descurem a parte prática, porque são muito importantes. Boa sorte a todos ;) 4 SOF’s I Índice Módulo 1.1 Anatomia de Nomenclatura . . . . . . . 6 Crânio Ósseo . . . . . . . . 7 Músculos Cervicais . . . . . . . 18 Músculos do Dorso . . . . . . . 27 Anatomia Clínica . . . . . . . . 32 Conceitos Base . . . . . . . 33 Tórax . . . . . . . . . 35 Abdómen . . . . . . . . 38 Pelve e Perínio . . . . . . . 43 Costas . . . . . . . . . 48 Cabeça . . . . . . . . 55 Pescoço . . . . . . . . 59 Fisiologia . . . . . . . . . 64 Excitabilidade eléctrica e potenciais de acção . . . 65 Mecanismos de transmissão sináptica e junção neuromuscular . 70 Bioquímica Teórica . . . . . . . . 79 Composição do Osso e da Cartilagem . . . . 80 Remodelação Óssea . . . . . . . 84 Metabolismo Fosfo-Cálcico . . . . . . 88 Princípios da Radiação . . . . . . 99 Bioquímica Prática . . . . . . . . 103 ELISA . . . . . . . . . 104 IRMA . . . . . . . . . 106 Histologia Teórica . . . . . . . . 109 5 SOF’s I Tecido Epitelial . . . . . . . 110 Tecido Conjuntivo . . . . . . . 120 Embriologia . . . . . . . . . 144 6 SOF’s I Anatomia de Nomenclatura Módulo 1.1 7 SOF’s I Crânio Ósseo As partes do Crânio Parte superior do corpo, ligada ao pescoço. É o centro de controlo e comunicação e consiste no cérebro e as suas camadas protectoras, as orelhas e a cara. Problemas nesta zona estão na base de muitas especialidades, incluindo neurologia, oftalmologia, psiquiatria, etc. Divide-se em: - Neurocrânio: Contém o cérebro e as suas camadas protectoras, as meninges, e é constituído por 8 ossos: 4 centrais (frontal, etmóide, esfenóide e occipital) e 2 pares bilaterais (temporal e parietal). A sua parte superior, em forma de domo, chama-se calvária e a parte inferior basecrânio. - Viscerocrânio: Composto por 15 ossos irregulares: 3 centrais e singulares (mandíbula, etmóide e vómer) e 6 pares bilaterais (maxila, corneto nasal inferior, zigomático, palatino, nasal e lacrimal), é a parte de crânio que forma a face. Posição anatómica Orientado de forma a que a margem inferior da órbita e a margem superior do meato acústico externo de ambos os lados estejam no mesmo plano, plano orbitomeatal. Descrição dos acidentes ósseos do crânio Frontal Parte escamosa: Constitui a maior parte do osso e dá forma à testa. (Netter pag.4) Glabela: Protuberância entre os arcos supraciliares. (Netter pag.6) Arco supraciliar: Crista aguçada de osso acima da margem orbital superior. (Moore pag.825) Incisura (buraco) supraorbital: Incisura na margem orbital superior, onde passam o nervo e vasos supra-orbitais. (Netter pag.4) Placa orbital: Porção horizontal do frontal que forma o tecto da órbita, muito fina. Suporta os lobos frontais do cérebro. (Netter pag.4) 8 SOF’s I Seio frontal: Espaço pneumatizado no interior do osso frontal. Geralmente são dois, que abrem na parte anterosuperior do hiato semilunar. (Netter pag.8) Crista frontal: Extensão óssea mediana do frontal. Na sua base encontra-se o buraco cego e no seu topo o início do sulco sagital superior (Netter pag.9) Buraco cego: Abertura na linha média, entre a crista frontal e a crista galli. Dá passagem a vasos durante o período fetal, é insignificante após esse período. (Netter pag.11) Sutura coronal: Sutura que une os bordos anteriores dos parietais à margem posterior do osso frontal. (Netter pag.9) Parietal Linha temporal superior: Pequena crista arqueada na face externa do parietal, acima da linha temporal inferior. Nela se insere o músculo temporal e a fáscia temporal. (Netter pag.6) Linha temporal inferior: Pequena crista arqueada na face externa do parietal, abaixo da linha temporal superior. Nela se insere o músculo temporal. (Netter pag.6) Buraco Parietal: Abertura pequena e inconstante perto da sutura sagital. Transmite veias emissárias para os seios venosos da dura mater. (Netter pag.9) Fossetas granulares: Pequenas depressões na face interna do parietal causadas por granulações aracnóideias. (Netter pag.9) Sutura sagital: Junção mediana entre os bordos justapostos dos parietais. (Netter pag.9) Bregma: Ponto de encontro das suturas sagital e coronal. No crânio fetal é ocupado pela fontanela anterior que ossifica cerca dos 18 meses de idade. (Netter pag.9 e 14) Occipital Protuberância occipital externa (ou Ínion): Protuberância na face externa da parte escamosa do occipital, localizada na linha média. É o local de inserção do ligamento nucal e do músculo trapézio. (Netter pag.8,10 / Moore pag.829) Parte escamosa: Porção plana e delgada do occipital. (Moore pag.829) 9 SOF’s I Linha nucal superior: Crista transversa que se estende lateralmente de cada lado da protuberância occipital externa. É o local de inserção dos músculos esplénio da cabeça e trapézio. (Netter pag.10) Crista occipital externa: Crista que descende do Ínion em direcção ao buraco magno. (Netter pag.10) Linha nucal inferior: Crista transversa abaixo da linha nucal superior. É o local de inserção dos músculos profundos do pescoço. (Netter pag.10) Buraco magno: Grande abertura do osso occipital, anterior à parte escamosa. Por ele passa a medula espinhosa, as meninges do cérebro e damedula, as artérias vertebrais, as artérias espinhosas anterior e posterior e o nervo espinhal acessório. (Netter pag.10-11) Tubérculo faríngeo: Pequena proeminência localizada anteriormente ao buraco magno. É o local de inserção do músculo constritor superior da faringe. (Netter pag.10) Côndilo occipital: Proeminência robusta lateral ao buraco magno. Existe um de cada lado. Articula com as massas laterais do atlas. (Netter pag.10) Canal do hipoglosso: Um de cada lado, localizado anterolateralmente ao côndilo occipital. Por ele passa o nervo do hipoglosso. (Netter pag.10) Canal condilar: Localizados posteriormente a cada côndilo occipital. Permitem a passagem de veias emissárias. (Netter pag.10) Incisura jugular: Abertura entre o occipital e a parte petrosa do temporal. Por ela passa a veia jugular interna e vários nervos cranianos. (Netter pag.10) Crista occipital interna: Divide a fossa occipital em fossas cerebelares. (Netter pag.11) Protuberância occipital interna: Junção dos seios venosos durais. (Netter pag.11) Sutura lambdóide: Une o bordo posterior dos ossos parietais à margem superior do osso occipital. Lambda: Ponto de união da sutura lambdóide com a sutura sagital. Astérion: Ponto de união das suturas lambdóide, occipitomastoideia e parieto- mastoideia. Temporal Parte escamosa: Parte achatada e fina do temporal, externa e acima da orelha. (Netter pag.6) 10 SOF’s I Parte timpânica: Parte do temporal constituída pelo meato acústico externo e pelo anel timpânico. (Netter pag.6) Parte petrosa: Parte mais resistente do temporal, forma o pavimento da fossa média. (Netter pag.7-8) Meato acústico externo: Abertura na face lateral do temporal, leva à membrana timpânica. (Netter pag.6) Anel timpânico: Margem de osso que rodeia a zona medial do canal auditivo externo, onde a membrana do tímpano se insere. (Netter Pag.92) Meato acústico interno: Abertura na face interna da parte petrosa do temporal, que leva ao canal facial. Por ele passam os nervos facial, vestibulococlear e intermédio, além da artéria labiríntica. (Netter pag.8, 123) Canal do facial: Canal no interior do temporal, na parte petrosa, que liga o hiato petrosal maior e os meatos acústicos interno e externo e o buraco estilomastóideu. Conduz o nervo facial. (Netter pag.123) Tecto do tímpano: Lâmina de osso fino acima da cavidade timpânica. (Netter pag.92) Fossa jugular: Depressão na face exterior do temporal que leva à incisura jugular. (Netter pag.10) Canal carotídeo: Canal na região anterior petrosa do temporal, anterior à fossa jugular. Dá passagem à artéria carótida interna e ao plexo carotideo. (Netter pag.10) Apófise estilóide: Projecção fina semelhante a uma agulha a partir da parte petrosa do temporal. É o local de inserção dos músculos estilohióideu, estiloglosso e estilofaríngeo e dos ligamentos estilomandibular e estilohióideu. (Netter pag.10) Apófise mastóide: Localizada posteroinferiormente ao meato acústico externo. Contém células aéreas mastóides. Nela se insere o esternocleidomastoideu. (Netter pag.6) Chanfradura mastóideia: Depressão posterior ao estiloide para inserção do músculo digástrico. (Netter pag.10) Sulco occipital: Depressão posterior à chanfradura mastóideia para a artéria occipital. (Netter pag.10) Fossa mandibular: Depressão localizada medialmente à apófise zigomática, onde se articula a apófise condilar da mandibula. (Netter pag.10) 11 SOF’s I Apófise zigomática: Proeminência óssea horizontal e lateral que articula com a apófise temporal do osso zigomático, formando o arco zigomático. (Netter pag.6) Buraco estilomastóideu: Abertura entre o estiloide e o mastóide, dá passagem ao nervo facial e à artéria estilomastoideia. (Netter pág. 10) Tubérculo Articular: Proeminência óssea localizada na apófise zigomática. Caso o côndilo da mandibula se desloque para uma posição anterior a este tubérculo, ocorre uma luxação da articulação temperomandibular.(Netter pág.6) Esfenóide Corpo – Parte central que contém os seios esfenóides e onde se inserem as suas 3 apófises características (asas maiores e menores, pterigóide). (Netter pág 8,11) Asa maior do esfenóide – Lâmina larga que se estende lateralmente a partir do corpo, curvando lateralmente antes do arco zigomático. Forma parte da parede lateral da órbita. (Netter pag.6,10,11) Asa menor do esfenóide – Cilindro comprido e fino que se estende lateralmente a partir da apófise clinoide anterior. (Netter pag. 4,11) Apófise pterigóide: Apófise que se estende inferiormente a partir do corpo do esfenóide. (Netter pag.8,10) Seio esfenóide – Espaço pneumatizado no interior do corpo do esfenóide que abre para a fossa nasal. (Netter pag.8) Jugo esfenoidal – Porção mais anterior do corpo do esfenóide que se articula com a lâmina crivosa do etmóide. (Netter pag.11) Sulco quiasmático - Sulco posterior ao jugo, que acomoda o quiasma óptico. (Netter pag.11) Canal óptico – Canal lateral ao sulco quiasmático por onde passam o nervo óptico e a artéria oftálmica. (Netter pag.4,11) Tubérculo da sela – Proeminência anterior à sela turca, sendo limite anterior dessa e limite posterior do sulco quiasmático. (Netter pag.11) 12 SOF’s I Fossa hipofisiária – Depressão mediana no corpo do esfenóide que acomoda a glândula pituitária. (Netter pag.11) Sela turca -Depressão profunda na parte superior do corpo do esfenóide, composta pelo tubérculo da sela, fossa hipofisiária, dorso da sela e apófises clinóides posteriores. (Netter pag.8,11) Apófise clinóide anterior – Proeminência no limite medial da asa menor do esfenóide, por onde passa medialmente a artéria carótida interna. (Netter pag.11) Apófise clinóide média – Proeminência nos limites laterais do tubérculo da sela. (Netter pag.11-não descrito) Apófise clinóide posterior – Proeminência nos limites laterais do dorso da sela. (Netter pag.11) Dorso da sela - Proeminência posterior à sela turca que forma o seu limite posterior. (Netter pag.11) Fissura orbital superior – Fenda entre as asas maior e menor do esfenóide, dá passagem aos nervos oculomotor, troclear, abducente e a ramos da divisão oftálmica do trigémio, à veia oftálmica e a vasos linfáticos. (Netter pag. 4,11) Buraco redondo – Abertura ínferoposterior à fissura orbital superior. Abre-se para a fossa pterigopalatina e dá passagem à divisão maxilar do nervo trigémio. (Netter pag.10-11) Buraco oval – Abertura grande posterolateral ao buraco redondo que abre para a fossa infratemporal. Por ele passa a divisão mandibular do nervo trigémio. (Netter pag.10- 11) Buraco espinhoso – Abertura posterolateral ao buraco oval que também abre para a fossa infratemporal. Passa lá a artéria meníngea média e parte da divisão mandibular do trigémio. (Netter pag.10-11) Buraco Lácero – Abertura posterolateral à fossa hipofisiária que é fechada por uma placa cartilagénea. (Netter pag.10-11) Espinha do esfenóide – Pequena apófise posterolateral ao buraco espinhoso, onde se insere o ligamento esfenomandibular. (Netter pag.10-11) Sulco para o tubo faringeotimpánico – Depressão onde se insere o tubo auditivo. (Netter pag.10) 13 SOF’s I Lâmina pterigóide lateral – Lâmina fina que se dirige posterolateralmente a partir da apófise pterigóide, onde se inserem os músculos pterigóides lateral e medial. (Netter pag.8- 10) Lâmina pterigóide medial – Lâmina fina que se dirige posteriormente a partir da apófise pterigóide. Aí se inserem o músculo constrictor superior da faringe e a fáscia faringobasilar. (Netter pag.8-10) Fossa escafóide – Depressão oval no limite superior da lâmina pterigóide lateral. Insere-se aqui o tensor do véu do paladar. Gancho pterigoideu – Proeminência curva no limite inferior da lâmina pterigóide medial eactua como roldana para o tensor do véu do paladar. (Netter pag.8) Canal pterigoideu – Localiza-se inferiormente ao seio esfenoide, com abertura para os buracos lacero e jugular (posteriormente) e para os buracos infraorbital e palatinos maior e menor(anteriormente). (Netter pag.46, não descrito) Etmóide Lâmina crivosa – Porção horizontal de osso perfurada, de cada lado da crista galli. Os inúmeros pequenos buracos servem para a passagem dos nervos olfactivos. (Netter pag.8) Crista galli – Projecção de osso densa do etmóide, a partir da linha média, posterior ao buraco cego. É o local de inserção anterior da “foice do cérebro”. (Netter pag. 8-11) Lâmina perpendicular – Lâmina vertical na linha média, projectando-se da lâmina crivosa em direcção à cavidade nasal, constituindo a parte superior do septo. (Netter pag.8) Corneto nasal superior – Projecção medial do etmóide a partir da parede superolateral da fossa nasal, que separa o meato nasal superior (inferiormente) e o recesso esfenoetmoidal (superiormente). (Netter pag. 8,36) Corneto nasal médio – Projecção inferomedial do etmóide a partir da parede lateral da fossa nasal, separando o meato nasal superior (superiormente) e o meato nasal médio (inferiormente). (Nettter pag.8,36) Bolha etmoidal – Elevação arredondada na parede lateral da fossa nasal. Lateral ao corneto nasal médio. Inferiormente a esta encontra-se a entrada do seio maxilar. (Netter pag.36,37) 14 SOF’s I Hiato semilunar – Sulco lateral em forma de “banana” entre a bolha etmoidal (superiormente) e a apófise unciforme (inferiormente). Recebe anterosuperiormente o ducto frontonasal, posteroinferiormente a abertura do seio maxilar e, entre ambos, as aberturas das células etmoidais anteriores. (Netter pag.36,37) Apófise unciforme – Apófise inferoanterior à bolha etmoidal, superior ao corneto nasal superior. (Netter pag. 36,37) Buraco etmoidal anterior – Abertura na parede medial da órbita entre o frontal e o etmóide, para passagem dos vasos e nervos etmóidais anteriores. (Netter pag.4) Buraco etmoidal posterior – Abertura na parede medial da órbita entre o frontal e o etmóide. Dá passagem aos vasos e nervos etmóidais posteriores. (Netter pag.4) Maxila Apófise frontal – Apófise medial à órbita que se projecta para cima. Forma a parte anterior do canal nasolacrimal. (Netter pag.4,6) Apófise zigomática – Projecção lateral, em direcção ao zigomático, com o qual se articula. (Netter pag.4) Buraco infra-orbitário – Abertura inferior à órbita que dá passagem ao feixe vasculonervoso infra-orbitário. Fissura orbital inferior – Fenda entre as superfícies orbitais da maxila e do esfenóide. Dá passagem à veia oftálmica inferior. (Netter pag.4) Seio maxilar – Parte pneumatizada central do corpo da maxila, ligada ao hiato semilunar. (Netter pag.5) Apófise alveolar – Apófise em forma de U na qual estão inseridos os dentes. (Netter pag.4,6) Apófise palatina – Lâmina horizontal que forma o tecto da cavidade oral e o pavimento da fossa nasal. (Netter pag.8) Buraco incisivo – Abertura medial, posterior aos incisivos, conectada aos canais incisivos e que dá passagem aos nervos palatinos e artérias esfenopalatinas. (Netter pag.10) 15 SOF’s I Palatino Lâmina perpendicular – Porção vertical que constitui a parede lateral posterior da fossa nasal. (Netter pag.8) Incisura esfenopalatina – Abertura entre o esfenóide e o palatino que dá passagem ao nervo nasopalatino e vasos esfenopalatinos. (Netter pag.8) Apófise orbitária – Pequena projecção superior da lâmina perpendicular. (Netter pag.4) Lâmina horizontal – Porção horizontal que articula com a apófise palatina formando o tecto posterior da cavidade oral. (Netter pag.8) Apófise piramidal – Projecção posterolateral inferior do palatino onde se insere parte do músculo pterigoideu medial. (Netter pag.10) Buraco palatino maior – Abertura medial ao 3.º molar que dá passagem ao feixe vasculonervoso palatino maior. Local importante para anestesia oral. (Netter pag.10) Buraco palatino menor – Abertura posterior ao buraco palatino maior que dá passagem ao feixe vasculonervoso palatino menor. (Netter pag.10) Zigomático Apófise temporal – Projecção posterior que articula com o processo zigomático do temporal formando o arco zigomático. (Netter pag.6) Apófise frontal – Projecção anterosuperior que articula com o frontal e com o esfenóide. Forma a parede lateral da órbita, mais resistente devido a maior exposição a impactos. (Netter pag.4) Apófise maxilar – Apófise anteroinferior que articula com a apófise zigomática da maxila. (Netter pag.4) Mandíbula Corpo – Parte anterior da mandíbula. (Netter pag.17) Ramo – Parte posterior ao corpo, projectada superiormente. Local de inserção dos músculos pterigoideu medial e masséter. (Netter pag.17) 16 SOF’s I Protuberância mentoniana – Proeminência medial triangular na face externa da mandíbula. .(Netter pag.17) Espinhas mentonianas – Protuberâncias posteriores à mentoniana, na face interna da mandíbula, às quais se ligam os músculos genioglosso e geniohióideu. (Netter pag.17) Buraco mentoniano – Abertura inferior aos pré-molares, na face externa. Dá passagem ao nervo e vasos mentonianos. (Netter pag.17) Linha milohióide – Linha oblíqua na face interna que vai do 3.º molar ao canino, onde se insere o músculo milohióideu. A glândula submandibular localiza-se inferiormente a esta linha e a glândula sublingual superiormente. (Netter pag.17) Buraco da mandíbula – Abertura na superfície medial do ramo por onde passa o feixe vasculonervoso alveolar inferior. (Netter pag.17) Língula – Projecção medial ao buraco medial da mandíbula onde se insere a extremidade inferior do ligamento esferomandibular. (Netter pag.17) Apófise coronária- Projecção anterosuperior do ramo, semelhante às pontas de uma coroa. Lá se insere o músculo temporal. (Netter pag.17) Apófise condilar – Apófise arredondada posterosuperior do ramo que se articula com a fossa mandibular do temporal. Parte do músculo pterigoideu lateral insere-se na sua parte lateral. (Netter pag.17) Hióide Corpo – Porção medial que articula com os cornos maior e menor. (Netter pag.17) Corno menor – Projecção pequena que se articula com o corno maior parte da junção deste com o corpo. Local de inserção do estilohioideu. (Netter pag.17) Corno maior – Projecções dirigidas posteriormente a partir do corpo, onde se inserem os músculos constritores médio da laringe e hioglosso. (Netter pag.17) Nasal Pequeno osso que forma parte da base do nariz. (Netter pag.4) 17 SOF’s I Lacrimal Pequeno osso que forma parte da parede medial da órbita que forma a parte posterior do canal nasolacrimal. (Netter pag.4) Corneto nasal inferior Osso singular, inferior ao corneto nasal médio, na parede lateral da fossa nasal. (Netter pag.8) Vómer Pequeno osso posteroinferior ao etmóide, articulando-se superiormente com o etmóide e esfenóide e inferiormente com a maxila e o palatino. (Netter pag.8) Questões Sugeridas Que estruturas passam no Buraco Espinhoso? E nos outros buracos do crânio? Que espaços são definidos pelos Cornetos Nasais? O que desemboca nesses espaços? Qual o nome da estrutura de contacto entre os Ossos Parietais? Qual posição do Osso Zigomático em relação ao Osso Temporal? E à Maxila? O que se insere nas espinhas mentonianas? Onde se encontra o tubérculo faríngeo? 18 SOF’s I Músculos cervicais Grupo superficial O único músculo deste grupo é o platisma. Trata- se de uma larga e fina lâmina muscular que envolve toda a superfície anterolateral do pescoço. Deriva do desenvolvimento do mesênquima do 2º arco faríngeo embrionário. O platisma sofre a actuaçãodos nervos faciais (XII) e profundamente a ele podemos encontrar quer a veia jugular externa, quer alguns dos nervos do pescoço. A sua origem encontra-se na fáscia muscular que envolve superiormente os músculos deltóide e grande peitoral, evoluindo para regiões mais superiores (supero-medialmente pela clavícula e margem inferior da mandíbula). Na região anterior, as fibras do platisma cruzam-se sobre o mento, fundindo-se com os músculos faciais. Inferiormente, as fibras do platisma divergem, dando espaço à laringe e à traqueia. Na região posterior deste músculo, as suas fibras podem seguir diferentes rumos. Umas prolongam-se, cruzando a mandíbula e indo-se inserir na linha oblíqua. Outras, por seu lado, poderão inserir-se na pele, ou até juntar-se aos músculos faciais sobre o ângulo mandibular. Grupo lateral Nesta região encontram-se, principalmente, dois grandes músculos: esternocleidomastoideu e trapézio. Esternocleidomastoideu (ECM) divide cada lado do pescoço em duas regiões: triângulo cervical anterior e lateral. O ECM possui duas cabeças, uma cabeça esternal (tendão redondo que se origina no manúbrio do esterno) e uma cabeça clavicular (primeiro terço medial da superfície superior da clavícula), separadas pelo hiato supraclavicular menor. Superiormente, ambas as cabeças unem-se enquanto seguem em direcção ao crânio. O trapézio encontra-se na região cervical posterior (região suboccipital é profunda à parte superior desta região). É um músculo de grandes dimensões, triangular e plano que cobre as regiões do pescoço e tórax postero-lateralmente. Para além de ser cervical, é também um músculo superficial do dorso e da cintura escapular. 19 SOF’s I Trapézio Terço medial da linha nucal superior, protuberância occipital externa, ligamento nucal e apófises espinhosas de C7- T12 Terço lateral da clavícula, acrómio e espinha da omoplata Nervo acessório (NC XI) e nervos C2 e C3 Elevação, retração e rotação da omoplata Músculos supra e infrahiodeus O osso hióde garante na região anterolateral inserções na sua face superior (suprahiodeus) ou inferior (infrahiodeus). Estes músculos movimentam e estabilizam os movimento do hióde e da faringe. Suprahioideus são responsáveis pela união do hióide ao crânio, este grupo é formado por 4 músculos (digástrico anterior e posterior, estilohiodeu, milohiodeu e geniohioideu). Todos estes músculos garantem uma “base” a partir da qual a língua irá actuar, intervindo em processos como a deglutição e a produção de som. Inserção superior Inserção inferior Inervação Acções ECM Face lateral da apófise mastóide e metade lateral da linha nucal superior Cebeça esternal: face anterior do manúbrio do esterno Cabeça clavicular: face superior do terço médio da clavícula Nervo acessório (NC XI) e nervos C2 e C3 Contracção unilateral: flexão lateral do pescoço e rotação da cabeça para que a face se volte para cima em direcção ao lado oposto Contracção bilateral: extensão do pescoço nas articulações antlantoccipitais, aproximação do queixo do manúbrio (por flexão vertebral) e protrusão do queixo e da cabeça 20 SOF’s I Infrahioideus são o conjunto de 4 músculos filiformes (esternohioideu, omohiodeu, tireohioideu e esternotiroideu) que fixam o hióide, esterno, clavícula e omoplata e deprimem o hióide e a laringe durante a fonação e a deglutição. Também actuam como músculos suprahioideus fornecendo uma base firma para a língua. Estão dispostos segundo dois planos: superior (omohiodeu e esternohioideu) e inferior (tireohiodeu e esternotiroideu). Origem Inserção Inervação Acção Digástrico Anterior: fossa digástrica da mandíbula Posterior: chanfradura mastoideia do temporal Através do tendão intermédio com o corpo e corno maior do hióde Anterior: ramo milohioideu do nervo alveolar inferior (VII) Depressão da mandíbula, elevação do hióide e fixação do mesmo durante fonação e deglutição Estilohiodeu Apófise estilóide do temporal Corpo do hióide Ramo cervical do nervo facial (VII) Elevação, retracção do hióide e alongamento do pavimento bucal Milohiodeu Linha milhohioideia da mandíbula Rafe milohioideia e corpo do hióide Ramo milhioideu do nervo alveolar infeior (V3) Eleva o hióide, a língua e o pavimento da boca na fonação e deglutição Geniohiodeu Espinha geniana/mentonia na inferior da mandíbula Corpo do hióide Ramo do nervo do hipoglosso (XII) e ramos de C1 Elevação anterosuperior do hióide; encurtamento do pavimento bucal e alargamento da faringe 21 SOF’s I Origem Inserção Inervação Acção Esternohioideu Manúbrio do esterno e extremidade medial da clavícula Corpo do hióide C1-C3 por ramo da alça vertical Depressão do hióide após a sua elevação durante a deglutição Omohioideu Bordo superior da omoplata junto da chanfradura supra-escapular Bordo inferior do corpo do hióide Depressão, retracão e depressão do hióide Esternotiroideu Superfície posterior do manúbrio do esterno Linha oblíqua da cartilagem tiroideia C2 e C3 por ramo da alça vertical Depressão do hióide e da laringe Tireohioideu Linha oblíqua da cartilagem tiroideia Bordo inferior do corpo e corno maior do hióide C1 pelo nervo do hipoglosso (XII) Depressão do hióide e elevação da laringe Grupo profundo/Pré-vertebrais Estes músculos situam-se profundamente em relação à lâmina pré-vertebral da fáscia cervical. Os músculos vertebrais anteriores (músculos longos da cabeça e pescoço e recto anterior e lateral da cabeça) e os músculos vertebrais laterais (esplénio da cabeça, elevador da omoplata e escaleno- anterior, médio e posterior) formam o pavimento do s triângulos anterior e posterior cervicais, respectivamente. Todos estes músculos, em conjunto, actuam como flexores da cabeça e pescoço, com ajuda do ECM. Origem Inserção Inervaçao Função Esplénio da cabeça tanto pode ser nas apófises espinhosas(C7- T12) como no ligamento nucal (protuberância occipital externa) Supero lateral à apófise mastóide e lateralmente à linha nucal superior Ramos posteriores dos nervos cervicais intermédios Isoladamente: flexão lateral do pescoço e rotação da cabeça para o mesmo lado Em conjunto: estendem a cabeça e o pescoço Elevador da omoplata Parte superior profunda ao m. Esternocleidomastoideu. Região inferior profunda em relação ao m. Tubérculos posteriores das apófises transversas de C1 a C4 Parte superior do bordo medial da omoplata Elevação da omoplata; pela rotação da omoplata inclina a cavidade glenóide inferiormente 22 SOF’s I trapézio Escaleno anterior Tubérculos anteriores das apófises transversas de C4-C6 Tubérculo escaleno da 1ª costela Ramos directos do plexo braquial C5-C7 Elevação da 1ª costela e flexão lateral da cabeça Escaleno médio Tubérculos posteriores das apófises transversas de C1-C7 Superfície superior da 1ª costela, posterior ao sulco da artéria subclávia Ramos directos do pelxo braquial e cervical C3- C7 Escaleno posterior Tubérculos posteriores das apófises transversas de C5-C7 Bordo externo da 2ª costela Ramos directos do plexo braquial C7-T1 (?) Elevação da 2ª costela e flexão lateral do pescoço Longo do pescoço Tubérculos e faces anteriores dos corpos vertebrais de C3-T3 Arco anterior do atlas, tubérculos anteriores de C5- C6 e faces anteriores dos corpos vertebrais de C2-C4 ramos ventrais dos nervos espinhais de C2- C7 Flexão do pescoço com rotação contralateral se agir unilateralmente Longo da cabeça Tubérculosanteriores das vértebras C3-C6 Parte basilar do osso occipital Ramos ventrais dos nervos espinhais C1-C4 Flexão da cabeça e pescoço Recto anterior da cabeça Massa lateral anterior do atlas Base do crânio anterior ao côndilo occipital Recto ventral principal do nervo espinhal C1 Flexão da cabeça 23 SOF’s I Recto lateral da cabeça Apófise transversa do atlas Apófise jugular occipital Ramo ventral do nervo espinhal C1 Flexão da cabeça e inclinação lateral do pescoço Triângulos do pescoço Os principais triângulos do pescoço são 2 (anterior e posterior) que se subdividem noutros de menores dimensões e que neles estão contidos. Triângulo anterior apresenta vários limites: .anterior (linha média do pescoço) .posterior (parte anterior do ECM) .superior (parte inferior da mandíbula) .vértice (chanfradura jugular do manúbrio) .pavimento (faringe, laringe e glândula tireoideia) .tecto (tecido subcutâneo incluindo o músculo platisma) 24 SOF’s I Este triângulo pode-se subdividir , graças aos músculos digástrico e omohiodeu, em três triângulos (submandibular/digástrico, carotídeo e muscular/omotraqueal). Triângulo posterior apresenta vários limites: .anterior (parte posterior do ECM) .posterior (parte anterior trapézio) .inferior (terço médio da clavícula entre o trapézio e o ECM) .vértice (ponto onde ECM e trapézio se encontram na linha nucal superior) .pavimento (músculos profundos do pescoço e folheto pévertebral da fáscia cervical profunda) .tecto (folheto superficial da fáscia cervical profunda) Este triângulo pode-se subdividir, devido aoramo inferior do músculo omohiodeu, em dois triângulos (occipital e supraclavicular/subclávio). Fáscias cervicais A fáscia cervical possui dois folhetos (superficial e profundo) que permite que as estruturas nela contidas deslizem entre si sem problemas de atrito e os feixes vásculo- nervosos estejam orientados. Criam cavidades/compartimentos que podem determinar o sentido com que uma infecção nesta região se difunde. A fáscia/aponevrose cervical superficial é uma fina camada de células subcutâneas entre a derme e a fáscia cervical profunda (alberga nervos subcutâneos, vasos linfáticos - e também nódulos - e sanguíneos, assim como tecido adiposo e o músculo platisma). A fáscia cervical profunda apresenta três lâminas (superficial, pré-traqueal e pré- vertebral), envolvendo as artérias carótidas, veias jugulares e nervos vagos, formando a bainha carotídea. Pode-se dividir em: . fáscia superficial → possui uma região superficial e outra profunda para envolver os músculos ECM e trapézio (inervados pelo mesmo nervo, XI, e derivados da mesma lâmina embrionária). Para além disso, cobre a glândula submandibular e forma a cápsula fibrosa da glândula tireóide, superiormente, e, inferiormente, o triângulo cervical anterior, assim como os músculos infrahioideus. As suas fixações são contínuas 25 SOF’s I à base do crânio (superiormente) e à espinha da omoplata, acrómio e clavícula (inferiormente). A nível superior, esta lâmina superficial insere-se: . linha nucal superior do osso occipital . apófises mastóides do temporal . arcos zigomáticos . bordo inferior da mandíbula . osso hióide . apófises espinhosas das vértebras cervicais Inferiormente: . manúbrio do esterno (acima deste divide-se em dois folhetos , um para a face anterior e outro para a posterior do manúbrio; cria-se um espaço supraesternal/ de Burns que contém as cabeças esternais dos ECM’s e o arco jugular) . clavículas . acrómios e espinhas das omoplatas. .fáscia pré-traqueal/média → encontra-se na parte anterior do pescoço, estendendo- se, inferiormente, do hióide até ao tórax, onde se funde ao pericárdio que cobre o coração. Possui dois folhetos: um muscular que envolve os músculos infrahioideus e outro visceral, que reveste a glândula tireóide, a traqueia e o esófago, sendo contínua postero-superiormente com a fáscia bucofaríngea. Lateralmente funde-se com a fáscia carotídea. Ao nével do hióide ajuda na formação a tróclea por onde passa o tendão intermédio do músculo digástrico. .fáscia pré vertebral → a sua lâmina forma uma bainha tubular para a coluna vertebral e os músculos associados a ela (pré-vertebrais, escalenos e dorsais profundos). Esta lâmina fixa-se, superiormente, à base do crânio e, inferiormente, funde-se com a fáscia endotorácica e o ligamento longitudinal anterior (em T3). Lateralmente estendem-se com a fáscia axilar, envolvendo todo o plexo braquial. A sua lâmina anterior apelida-se de fáscia alar, indo da base do crânio até C7. Pode-se dividir em: . fáscia carotídea → revestimento fascial tubular que se prolonga da base do crânio até à raiz do pescoço que se funde, anteriormente, com a fáscia superficial e, 26 SOF’s I posteriormente com a pré-vertebral. No seu interior contém: a artéria carótida comum e interna; a veia jugular interna; o nervo vago; nódulos linfáticos e outras estruturas nervosas. Esta fáscia comunica com a pré-traqueal ao nível do mediastino, local de possívei disseminações de infecções e de sangue extravasado. . fáscia bucofaríngea → parte posterior do folheto visceral da fáscia pré-traqueal, que cobre os músculos constritores da faringe e o bucinador, e se encontra entre a faringe e o esófago. . espaço retrofaríngeo → maior e mais importante espaço inter-aponevrónitico do pescoço. Espaço virtual/potencial entre a fáscia bucofaríngea (anterior) e fáscia pré- vertebral (posterior) que se prolonga da base do crânio até à cavidade mediastínica posterior, estendendo-se lateralmente até à fáscia carótica. Permite a movimentação da faringe, traqueia, esófago e laringe em relação à coluna vertebral durante a deglutição. 27 SOF’s I Músculos do Dorso Músculos extrínsecos → músculos superiores e intermédios que controlam os movimentos respiratórios e dos membros. Músculos intrínsecos → actuam sobre a coluna vertebral, produzindo os seus movimentos e mantendo a sua postura. Os músculos extrínsecos superficiais (trapézio, grande dorsal, elevador da omoplata e rombóides) ligam os membros superiores ao tronco, controlando os seus movimentos. A sua inervação provém dos ramos anteriores dos nervos cervicais (por exemplo, trapézio → nervo craniano XI). Localização Origem Inserção Acção Trapézio Músculo triangular e plano que cobre a face posterior do pescoço, assim como a metade superior do tronco Protuberância occipital externa, região medial da linha nucal superior, ligamento da nuca e apófises espinhosas cervicais e torácicas Região lateral da clavícula, acrómio e espinha da omoplata Elevação, rotação e retração da omoplata Grande dorsal Cobre a metade inferior do tronco Apófises espinhosas das vértebras torácicas inferiores, costelas inferiores, crista ilíaca e fáscia toracolombar Pavimento do sulco intertubercular do úmero Extensão, adução e rotação medial do úmero Elevador da omoplata Parte superior profunda ao m. Esternocleidomastoideu. Região inferior profunda em relação ao m. trapézio Tubérculos posteriores das apófises transversas de C1 a C4 Parte superior do bordo medial da omoplata Elevação da omoplata; pela rotação da omoplata inclina a cavidade glenóide inferiormente Rombóide menor e maior São profundos ao trapézio. Espécie de faixas que se estendem das vértebras até às omoplatas Maior – apófises espinhosas de T2 a T5 Menor – ligamento da Bordo medial da omoplata a partir do nível da espinha até ao ângulo inferior Retrai e roda a omoplata para inclinar inferiormente a cavidade glenóide, fixando 28 SOF’s I nuca e apófises espinhosas de C7 a T1 a omoplata à parede torácicaOs músculos extrínsecos intermediários do dorso (serreados posteriores, superior e inferior) são bastante mais finos. O serreado posterior superior encontra-se profundamente em relação aos rombóides maior e menor, e o serreado posterior profundamente face ao músculo grande do dorso, sendo que ambos (os serreados) são enervados pelos nervos intercostais. Os músculos intrínsecos do dorso são inervados pelos ramos posteriores dos nervos espinais, mantendo a postura e controlo sobre os movimentos da coluna vertebral. Estes estendem-se da pelve até ao crânio e são revestidos por fáscias com pontos de fixação medial (ligamento nucal, extremidades das apófises espinhosas das vértebras, ligamentos supra-espinhosos e crista mediana do sacro) e lateral (apófises transversas cervicais e lombares e ângulos das costelas), sendo apelidada de fáscia toracolombar nas regiões torácica e lombar. Estes músculos podem ser divididos em várias camadas: . superficial → músculos esplénios (da cabeça e do pescoço), situados nas faces posteriores e laterais do pescoço, originam-se medialmente (no plano das apófises espinhosas) e estendem-se súpero-lateralmente, quer para o pescoço (esplénio do pescoço), quer para a cabeça (esplénio da cabeça). Origem Inserção Acção Esplénio da cabeça tanto pode ser nas apófises espinhosas como no ligamento nucal Supero lateral à apófise mastóide e lateralmente à linha Isoladamente: flexão lateral do pescoço e rotação da cabeça e do 29 SOF’s I (protuberância occipital externa) nucal superior pescoço para o mesmo lado Em conjunto: estendem a cabeça e o pescoço Esplénio do pescoço Tubérculos das apófises transversas de C1 a C3/C4 . intermédia → músculos erectores da espinha de cada lado da coluna, entre as apófises espinhosas e os ângulos das costelas, lateralmente. Podem ser divididos em: . iliocostal (lateral) . longuíssimo (intermédio) . espinhoso (medial) Todos estes músculos possuem regiões lombares, torácicas e no pescoço. Erectores da espinha Origem Inserção Acção Iliocostal Tendão largo, inferiormente, que se fixa às partes posteriores da crista ilíaca, sacro, ligamentos sacroilíacos e às apófises espinhosas sacrais e lombares As fibras seguem superiormente até aos ângulos das costelas inferiores e apófises transversas cervicais Unilateral: flexão lateral da coluna vertebral Bilateral: extensão da coluna vertebral e cabeça; quando há flexão dorsal, estes músculos controlam o movimento por alongamento gradual das fibras Longuíssimo As fibras seguem até às costelas (entre os ângulos e os tubérculos), apófises transversas nas regiões torácicas e cervicais e apófises mastóides do osso temporal Espinhoso As fibras seguem até às apófises espinhosas torácicas e até ao crânio . profunda → profundamente aos músculos erectores da espinha temos um grupo oblíquo de músculos muito mais curtos, os transverso espinhosos (semi-espinhosos, multífidos e rotadores). Estes originam-se nas apófises transversas vertebrais e 30 SOF’s I inserem-se nas apófises espinhosas das superiores, ocupando assim os espaços entre as mesmas. O semi-espinhoso é o mais superficial, dividindo-se em três partes, segundo as suas inserções superiores (cabeça, pescoço e tórax). O multífido forma a camada média e possui feixes curtos e triangulares (é mais espesso na região lombar). Os rotadores são os mais profundos, estando mais desenvolvidos na região torácica. Transverso espinhosos Origem Inserção Acção Semi-espinhoso Apófises transeversas de C7-T12 Apófises espinhosas das vértebras superiores Estende a cabeça e as regiões torácicas e cervicais da coluna vertebral; gira-as para lados opostos Multífidos Sacro e apófises espinhosas de C3- L5 Apófises espinhosas das vértebras superiores Estabilizam as vértebras entre os movimentos Rotadores (curto e longo) Apófises transversas das vértebras Apófises espinhosas da vértebras superior (rotador curto) ou duas vértebras acima (rotador longo) Estabilizam as vértebras, ajudando na extensão e movimentos giratórios da coluna vertebral Para além destes, existem mais três grupos de músculos na região profunda: . interespinais, localizados entre as apófises espinhosas de vértebras adjacentes, que ajudam na extensão e rotação da coluna vertebral; . intertransversários, situados entre as apófiseses transversas de vértebras consecutivas, ajudam na flexão lateral da coluna vertebral, mas que a estabilizam por acção bilateral; . elevadores das costelas, que partem das apófises transversas das vértebras e se inserem (infero-lateralmente) na costela, entre o ângulo e o tubérculo da mesma. Estes garantem a flexão lateral da coluna vertebral, bem como elevam es costelas, auxiliando na respiração. 31 SOF’s I Região suboccipital Área triangular inferior à região occipital (triângulo suboccipital) que inclui as faces posteriores de C1 e C2. Os músculos desta região são profundos em relação ao músculo trapézio e semi-espinhoso da cabeça. É o nervo suboccipital (ramo posterior de C1) que enerva os quatro músculos desta região: oblíquos superior e inferior; rectos posteriores maior e menor. Origem Inserção Recto posterior maior da cabeça Apófise espinhosa de C2 Parte lateral da linha nucal inferior Recto posterior menor da cabeça Tubérculo posterior do arco posterior de C1 Parte medial da linha nucal inferior Oblíquo superior da cabeça Apófise transversa de C1 Osso occipital entre as linhas nucais superior e inferior Oblíquo inferior da cabeça Tubérculo posterior do arco posterior de C1 Apófise transversa de C1 Questões Sugeridas Qual o músculo fundamental da rotação da cabeça? Qual o músculo mais superficial do pescoço? Quais as inserções do músculo trapézio? Por onde desenvolver Moore Netter ou Sobotta Gray For Students 32 SOF’s I Anatomia Clínica Módulo 1.1 33 SOF’s I As páginas indicadas a azul dizem respeito à 6ªed do Moore. CONCEITOS BASE P 23 - 25 Traumatismos e mudanças ósseas Os ossos são semelhantes a todos os outros órgãos que podemos encontrar no nosso organismo. Também são vascularizados, possuem vasos linfáticos e nervos, podendo também sofrer lesões e danos. São estruturas dinâmicas: exemplo disso é o facto de atrofiarem, quando localizados em área paralisadas. Certas lesões podem levar à fractura que, para que seja resolvida/recuperada, necessita que as porções quebradas se voltem a unir (chamada redução da fractura). Para que tal ocorra os fibroblastos da mesma região proliferam e secretam colagénio, formando uma espécie de cintura em torno da região fracturada. Esta cintura calcifica, sendo posteriormente reabsorvida e substituída por osso. As fracturas são recuperadas mais facilmente em ossos que se encontram em crescimento. Osteoporose Com o envelhecimento, os componentes ósseos diminuem, resultando em osteoporose (redução de quantidade de osso ou atrofia do tecido esquelético), o que torna os ossos frágeis, pouco elásticos e facilmente fracturáveis. Para detectar esta patologia são utilizados os chamados “bone scannings”. Punção do esterno A análise da matriz óssea fornece-nos dados importantes sobre doenças hematológicas. Pelo facto de ser facilmente acessível, o esterno é um ponto de fácil recolha de medula óssea. Para tal, insere-se uma larga agulha nesta estrutura, atravessando o osso cortical até atingir o osso esponjoso. Assim, uma amostra de matriz é recolhida e analisada laboratorialmente. Esta técnica pode ser utilizada nos transplantes de medula, muitas vezes utilizados no tratamento da leucemia. Idade óssea O conhecimento de centros de ossificação, a taxa de crescimento ósseo e outros,são factores importantes tanto na prática clínica como nas ciências forenses, etc. As taxas de crescimento ósseo durante o desenvolvimento de um indivíduo dão- nos a sua idade óssea, através de radiografias. Por exemplo, a idade de uma pessoa 34 SOF’s I pode ser determinada pela análise dos seus centros de ossificação, através da aparência do material calcificado e a presença ou não da cartilagem/ placa epifisária (se não se encontrar presente, o crescimento ósseo já terminou). A fusão das epífises com as diáfises ocorre mais precocemente nas raparigas. A idade óssea é bastante importante no que toca a determinar a altura em adolescentes, ou até para estabelecer a idade de um esqueleto humano. Efeitos da alimentação e doença no crescimento ósseo Algumas patologias causam a uma fusão epifisial precoce e, noutros casos, pode ocorrer uma fusão tardia. Sobretudo o esqueleto ósseo em crescimento está mais sujeito a patologias e períodos de alimentação deficiente. Durante estes períodos a proliferação das cartilagens metafisárias abranda, mas a degeneração das células da cartilagem continua, produzindo-se uma linha densa (estas linhas formam posteriormente osso com trabéculas, ou linhas de “crescimento bloqueado”) de calcificação de carácter provisório. Separação das epífises Na análise de imagens de diagnóstico, sem conhecimento, uma placa epifisária facilmente pode ser confundida com uma fractura. O conhecimento da idade do paciente e a localização das epífises elimina tais erros (nesta região, os bordos das epífises e diáfises são curvos). Uma lesão que cause fractura num adulto, numa criança poderá “descentrar”/ deslocar a epífise numa criança. Necrose avascular A falta de vascularização da epífise ou outras partes do osso resulta na morte do tecido ósseo (necrose avascular). Tal pode acontecer em algumas regiões ósseas após uma fractura. Muitas das doenças na região epifisária de crianças resultam de necrose avascular de origem desconhecidas. São as chamadas osteocondroses. Articulações dos ossos do crânio de recém-nascidos Os ossos da calvaria de um recém-nascido não se encontram em completo contacto, uns com os outros. Nas regiões em que não há contacto existe tecido fibroso apelidado de fontanela (a anterior é mais proeminente). As fontanelas de recém-nascidos são ligeiramente achatadas, permitindo a adaptação do crânio durante todo o parto. Uma fontanela saliente é sinal de uma elevada pressão intra- craniana, podendo isto também acontecer durante o 35 SOF’s I choro da criança. Por seu lado, se esta se encontrar deprimida/ afundada, isto é sinal de desidratação. A própria pulsação da fontanela deve-se às artérias cerebrais. P 28 - 29 Doença degenerativa das articulações Um desgaste intensivo das articulações sinoviais pode levar à sua degeneração (degradação degradação de cartilagens articulares e superfícies ósseas). O envelhecimento destas cartilagens inicia-se cedo nas extremidades dos ossos articulares (joelho, coluna, …). Isto leva a que as cartilagens absorvam muito menos os choques e lubrifiquem pouco as extremidades ósseas. Assim, a articulação torna-se mais vulnerável ao “atrito” entre os ossos (em algumas pessoas causa bastantes dores). A doença degenerativa das articulações, conhecida como osteoartrite, tem como sintomas o desconforto, dor, sendo comum entre pessoas mais idosas (afecta as regiões mais expostas ao suporte de peso do corpo). As substâncias da corrente sanguínea facilmente entram para a cápsula articular, podendo causar contaminação sanguínea (septicémia) ou uma infecção traumática, a que se segue atrite. Artroscopia A cavidade sinovial pode ser examinada, inserindo um artroscópio (pequeno telescópio) no seu interior. Este exame pode ser requerido para tentar encontrar anomalias nas cavidades articulares (um menisco fragmentado, por exemplo), podendo ser realizado durante intervenções cirúrgicas. Pelo facto de a abertura produzida na cápsula articular ser pequena, a cicatrização torna-se muito rápida, em comparação com a cirurgia articular tradicional. TÓRAX P 83 - 85 Dor no peito A dor no peito pode surgir de inúmeras formas, mas a principal causa são as doenças pulmonares. Quando se avalia um paciente o principal intuito será perceber se a dor advém de uma dita doença mais séria, ou de um leque de doenças menos problemáticas. No caso das doenças menos problemáticas temos: Fracturas de Costelas: As costelas mais prováveis de estarem fracturadas são as costelas médias. A 1ª costela raramente é fracturada por causa da sua posição (não consegue ser palpada). As fracturas advém, normalmente de impactos bruscos, e, apesar da zona mais frágil da costela ser logo anterior ao ângulo desta mesma, um choque físico pode lesionar uma costela em qualquer lugar. A parte fracturada da 36 SOF’s I costela pode romper órgãos internos como por exemplo os pulmões e o baço. A dor é constante porque as partes partidas mexem-se ao respirar, rir e espirrar. Tórax Instável: Quando há múltiplas fracturas de costelas pode ocorrer a libertação de um pedaço da caixa torácica. Esse segmento livre move-se paradoxalmente (para dentro na inspiração e para fora na expiração). É uma lesão dolorosa e prejudica a oxigenação do sangue. Durante o tratamento une-se o pedaço solto ao resto da caixa por ganchos ou fios. Toractomia Criação de uma abertura pela parede do tórax para entrar na cavidade que circunda os pulmões. A melhor forma para entrar na cavidade torácica é pelas paredes laterais. Costelas “a mais” Cada pessoa tem 12 pares de costelas, mas por vezes pode-se formar mais um par ao nível das vértebras cervicais (0.5 – 2%) ou menos comummente nas lombares. É relevante saber se um paciente é portador de costelas supranumerárias pois pode confundir na identificação aquando a visualização de uma radiografia e outros diagnósticos. Função Protectora e o Envelhecimento das Cartilagens Costais Previnem que muitos embates fracturem o esterno ou as costelas. Nas crianças, a extrema elasticidade pode provocar danos internos sem o fracturar de uma costela. Nas pessoas mais idosas pode ocorrer calcificação tornando-as visíveis nas radiografias. Apófise Xifóide Ossificada Cartilagem que ossifica com a idade e que quando é notado pelas pessoas, estas pensam que se trata de um cancro. Fracturas do Esterno Apesar da localização do esterno, fracturas do mesmo são consideradas raras, e advém de choques brutos, como em acidentes de viação. O corpo do esterno fractura- se normalmente em fracturas múltiplas (comminuted fracture). O deslocamento dos pedaços é ainda mais raro visto que o esterno está revestido pela fáscia profunda e pelos ligamentos dos músculos peitorais maiores. O sítio mais comum de fractura nas pessoas mais idosas é no ângulo esternal onde houve a fusão da articulação 37 SOF’s I manubrioesternal. O problema mais preocupante que advém destas fracturas trata-se do dano dos órgãos internos, como o coração e o pulmão que podem levar à morte (25-45%). Esternotomia Cirurgia em que o esterno é dividido a meio para se ganhar acesso à caixa torácica. Biopsia do Esterno Usada com o fim de se retirar medula óssea para se averiguar se há compatibilidade para transplantes e para detectar cancros metastisados. Anomalias do Esterno Não junção das duas partes do esterno do feto - Fenda esternal total Presença de um buraco no corpo do esterno. Não é clinicamente preocupante, mas pode ser interpretado como outra coisa nas radiografias. Peito Escavatum e Peito Carinatum: Depressão e Protrusão do esterno, respectivamente. Apófise Xifóide pode ser perfurada nas pessoas mais velhas e mais saliente nas crianças. Deslocações das Costelas Saída da cartilagem costal do esterno ou das articulações intercondrais. Pode causar danosinternos. Separação das Costelas Deslocação das costelas da junção costocondral (costelas e a cartilagem costal). Normalmente ocorre o rompimento do pericondrio e do periosteo. Paralisação do Diafragma Metade do diafragma pode estar paralisado e a outra metade não pois são enervados por diferentes nervos. É possível detectar a paralisação do diafragma radiograficamente através do movimento paradoxal. 38 SOF’s I P 96 - 97 Dispneia (Dificuldade em respirar) Quando pessoas com dificuldades respiratórias ou insuficiência cardíaca lutam para respirar, usam os músculos acessórios da respiração para assistir a respiração. Fazem-no encostando os joelhos ao peito ou encostando o peito a uma cadeira, assim esses músculos podem participar na respiração. Bloqueio dos nervos intercostais A anestesia de um espaço intercostal é produzida injectando um agente anestésico à volta dos nervos intercostais, entre a linha paravertebral e a área da anestesia. Envolve a infiltração de um agente anestésico entre o nervo intercostal e o ramo colateral. No entanto como geralmente uma área particular da pele é inervada por dois nervos adjacentes o efeito só ocorrerá depois de dois nervos intercostais estiverem bloqueados. P 104 - 106 Mamas acessórias (Polymastia) ou Mamilos acessórios (Polythelia) Podem aparecer ao longo da linha que se estende desde a axila até à virilha. Pode apenas aparecer um mamilo e uma aréola com ou sem tecido glandular. ABDÓMEN P 197 - 200 Lipossucção Método cirúrgico de remoção de tecido subcutâneo indesejado (gordura) através de um sistema de tubos, inseridos subcutaneamente por pequenas incisões, que criam uma elevada pressão e vácuo. Quando fecham as incisões abdominais inferiores ao umbigo, os cirurgiões incluem as camadas membranosas do tecido subcutâneo na sutura, devido à sua resistência. Entre esta camada e a fáscia profunda que cobre o músculo recto abdominal e obliquo externo, encontra-se um espaço onde poderá ocorrer a acumulação de fluidos. Apesar de não existirem barreiras a nível superior, estes fluidos não se poderão difundir a nível inferior, para a perna, uma vez que a camada de tecido subcutâneo profundo se funde com a fáscia lata, abaixo do ligamento inguinal. 39 SOF’s I A fáscia endoabdominal tem especial importância em cirurgia, uma vez que fornece um plano que pode ser aberto, dando acesso a regiões da parte anterior da parede abdominal posterior (rins, vértebras lombares, …) sem entrar no peritoneu, que alberga as vísceras e, por isso, evitando a contaminação das mesmas. Um espaço anterolateral entre a fáscia transversalis e fáscia extra-peritonial é utilizado para a colocação de próteses na resolução de hérnias inguinais. Protuberância do abdómen Um abdómen proeminente é bastante comum em crianças devido às grandes quantidades de ar que os seus tractos gastrointestinais contêm, ao fígado de grandes dimensões, entre outros. Os músculos abdominais têm uma maior capacidade protectora quando estão bem desenvolvidos (apresentam uma forma côncava). A protrusão abdominal pode ter várias causas (gravidez, gordura, …), muitas delas devidas a pressões intra-abdominais elevadas. A eversão do umbigo pode ser um sinal dessas pressões, muitas vezes causadas pela acumulação de líquido seroso na cavidade peritoneal, ou até tumefacção. Quando os músculos da cavidade abdominal anterior estão subdesenvolvidos ou atrofiados, eles não fornecem resistência suficiente para suportarem o peso de um abdómen proeminente. Como consequência, a pelve desce e o sacro ascende, resultando numa lordose da região lombar. Hérnias abdominais Situam-se na parede antero-lateral do abdómen. A maioria das hérnias ocorre nas regiões epigástrica, umbilical e inguinal. As segundas são muito comuns em recém-nascidos uma vez que a parede abdominal da região umbilical é bastante frágil (devido ao aumento da pressão intra-abdominal causado pelo fecho incompleto da cavidade umbilical). As hérnias umbilicais adquiridas afectam mais as mulheres e pessoas obesas (a gordura extraperitoneal ou o peritoneu protrudem). Os locais onde as fibras aponevróticas se entrelaçam também são focos potenciais de herniação. Uma hérnia epigástrica ocorre entre a apófise xifóide do esterno e o umbigo. Este tipo de hérnias tendem a ocorrer em pessoas acima dos 40 anos, sendo associadas a casos de obesidade. O saco hernial é composto pelo peritoneu, sendo coberto com pele e tecido gordo. 40 SOF’s I Palpação da parede abdominal anterolateral É importante que as mãos estejam quentes porque, caso contrário, poderão causar contracção e produção de espasmos na parede abdominal. Um órgão inflamado possui uma elevada rigidez, quando palpado (os espasmos que poderão também estar presentes são uma forma de proteger as vísceras das pressões, quando há infecção abdominal). A palpação é efectuada com o paciente com o abdómen e pernas semi-flectidos para que os músculos da parede abdominal se encontrem relaxados. Para além disso, a colocação dos braços lateralmente, assim como a colocação de uma almofada entre os joelhos facilitam a examinação. Reflexos abdominais superficiais A parede abdominal é a única protecção de muitos órgãos que se encontram no seu interior. O reflexo abdominal superficial é sentido quando se dá uma ligeira pancada horizontal, da lateral para o centro, no umbigo. É sentida uma contracção dos músculos abdominais, o que não se verifica em pessoas obesas. Lesão dos nervos da parede abdominal antero-lateral Os nervos espinhais torácicos inferiores (T7-T12) e os nervos iliohipogástricos e ilioinguinais (L1) inervam separadamente os músculos abdominais. Assim, distribuem-se pela parede abdominal antero-lateral, correndo em direcção oblíqua, mas maioritariamente horizontal. São bastante susceptíveis a lesões durante intervenções cirúrgicas, o que pode levar a um enfraquecimento muscular (na região inguinal pode levar ao desenvolvimento de hérnias inguinais). Incisões cirúrgicas abdominais Os cirurgiões usam várias incisões para acederem à cavidade abdominal sendo que, sempre que possível, elas seguem as linhas de clivagem da pele (linhas de Langer). A incisão é escolhida pelo acesso que permite e pelo efeito cosmético que irá deixar, assim como depende do tipo de operação e da localização dos órgãos. Assim, antes de efectuar a incisão, o cirurgião tem em atenção a direcção das fibras musculares e a localização das aponevroses e nervos. Para evitar o seccionamento das fibras musculares, o cirurgião separa os músculos. Porém, o recto abdominal é uma excepção, podendo ser cortado devido ao facto de as suas fibras abrangerem curtos espaços tendinosos, e os seus nervos se localizarem nas suas extremidades, não sendo, por isso, afectados. A grande parte das incisões é feita na parede abdominal antero-lateral que fornece um acesso livre e mais fácil a múltiplas estruturas, sem danificar, por exemplo, feixes nervosos. O corte de um desses feixes causa a paralisia do seu respectivo músculo e o enfraquecimento da 41 SOF’s I parede abdominal. Devido à sobreposição de feixes nervosos, o corte de poucos ramos nervosos, geralmente, não é notado. Retrocesso do fluxo nervoso e vias colaterais das veias abdominais superficiais Quando o fluxo de uma das veias cavas é obstruído, criam-se anastomoses/ junções entre os tributários destas grandes veias. Por exemplo, a veia toracoepigástrica pode promover uma via alternativa a esta obstrução, permitindo o regresso do fluxo sanguíneo para o coração. P 211 - 215 Falha na migração do testículo Este tipo de falhas é maioritariamente unilateral. Se um testículo não estiver descido estamos perante uma criptorquidia. O testículo não descido encontra-se geralmente no canal inguinal, o que o torna não palpável e, por isso,o risco de desenvolver uma neoplasia torna-se acrescido. Hérnia supravesical externa Este tipo de hérnias gera-se a partir da sua projecção para além do peritoneu, pela fossa supravesical, sendo a sua localização medial em relação às hérnias inguinais indirectas. O nervo iliohipogástrico encontra-se ameaçado na resolução destes problemas. Hérnias inguinais São o tipo de hérnias abdominais mais comuns, ocorrendo em ambos os sexos, mas de forma predominantemente no sexo masculino. Este tipo de hérnias resulta da protrusão do peritoneu parietal e de vísceras por uma abertura, para além da cavidade a que pertencem. Há dois tipos de hérnias inguinais: directas e indirectas. Directa Indirecta Factores Fraqueza da parede anterior do abdómen no triângulo inguinal Permeabilidade do processo vaginal em pessoas jovens, maioritariamente homens Frequência Menos comum Mais comum 42 SOF’s I Trajecto Atravessa ou passa ao redor do canal inguinal Atravessa o canal inguinal dentro do processo vaginal Saída da cavidade abdominal Peritoneu e fáscia transversal Peritoneu do processo vaginal e três revestimentos fasciais do canal espermático Saída da parede anterior do abdómen Anel superficial, lateralmente ao cordão Anel superficial, dentro do cordão espermático O anel inguinal superficial é palpável na região supero-lateral ao tubérculo púbico, por invaginação da pele. Se este se encontrar dilatado, o examinador pode colocar o dedo no seu interior sem causar qualquer tipo de dor. Se existir uma hérnia o examinador sente um impulso contra o seu dedo, quando o paciente tosse. Isto não permite distinguir o tipo de hérnia. Porém, o anel profundo pode ser percepcionado como uma depressão superior ao ligamento inguinal. Se for detectado um impulso no anel superficial e uma massa no anel profundo, interiormente, estamos perante uma hérnia indirecta. As hérnias directas são detectadas pela colocação da face do dedo médio ou indicador sobre o triângulo inguinal. Se quando o paciente tossir for percepcionado um impulso forte contra o dedo, então estamos perante uma hérnia directa. Quistos e hérnias do Canal de Nuck As hérnias inguinais, embora menos usuais, também podem ocorrer em mulheres. Se o processo vaginal persistir, forma-se uma pequena bolsa peritoneal no canal inguinal, o Canal de Nuck, que se pode estender até ao lábio, maior. Em lactentes, estas reminiscências podem aumentar, formando quistos. Estes podem formar uma saliência na parte anterior do lábio maior, sendo possível desenvolver-se uma hérnia inguinal indirecta. 43 SOF’s I PELVE E PERÍNEO P 334 – 337 Variações das pelves masculinas e femininas A pélvis andróide é mais comum nos homens, enquanto a ginecoide é mais comum nas mulheres, a platiploide é rara estando por vezes associada a raquitismo. No entanto o interesse caí na medicina forense em identificação de cadáveres, sendo a pelve um osso importante na distinção entre homens e mulheres. Diâmetros da pelve A determinação destes diâmetros numa grávida ganha importância para o nascimento do filho. Estes podem ser determinados manualmente ou através de radiografias. Os diâmetros são: Conjugado Anatómico: Promontório sagrado à sínfise púbica no bordo superior Conjugado obstetrício: Promontório sagrado à sínfise púbica no meio (11,5cm) Conjugado diagonal: Promontório sagrado à sínfise púbica no bordo inferior (13cm) Anteroposterior: Do cóccix à sínfise púbica, bordo inferior, a medida é variável de acordo com o estado hormonal da grávida. Transverso: entre as tuberosidades do ísquio (13cm) Interespinhoso: entre as espinhas do ísquio Obliquo: da articulação sacroilíaca á espinha do ísquio (de importância menor) 44 SOF’s I A medição mais importante é a demonstrada na figura ao lado, no esquema C. Pois as outras variam de acordo com as hormonas libertadas na gravidez. O diâmetro diagonal é medido, inserindo os dois dedos na vagina e com o dedo médio palpar o promontório sagrado. Medir a distância e subtrair por 1,5cm. Fracturas pélvicas A compressão antero-posterior da pelve geralmente produz fracturas do ramo púbico. Fracturas do anel ósseo pélvico são quase sempre múltiplas fracturas ou fractura combinada com uma luxação. Áreas de fragilidade da bacia, onde as fracturas ocorrem com frequência, são os ramos do púbis, o acetábulo (ou a área imediatamente em torno deles), a região das articulações sacroilíacas e da asa do ilíaco. As fracturas pélvicas podem causar lesões aos tecidos moles da pelve, os vasos sanguíneos, nervos e órgãos. Fracturas na área de obturador-pubo são relativamente comuns e muitas vezes complicada por causa de sua relação com a bexiga e a uretra, que pode ser rompida ou rasgada. Queda sobre os pés ou as nádegas de uma escada alta pode conduzir a cabeça do fêmur através do acetábulo para dentro da cavidade pélvica, ferindo vísceras pélvicas, nervos e vasos. Em indivíduos com idade inferior a 17 anos de idade, o acetábulo podem fraturar através da cartilagem trirradiada nas suas três partes do desenvolvimento ou as margens ósseas do acetabulo podem ser arrancadas. Relaxamento dos ligamentos pélvicos e mobilidade aumentada no final da gravidez O aumento dos níveis de hormonas sexuais e pela presença da hormona “relaxin” faz com que os ligamentos pélvicos relaxem durante a segunda metade da gravidez, permitindo maior movimento nas articulações pélvicas. Relaxamento das articulações sacro-ilíacas e sínfise púbica permite um aumento de 10-15% nos diâmetros (principalmente transversal, incluindo a distância interespinhosa), facilitando a passagem do feto através do canal pélvico. O cóccix também é capaz de mover posteriormente. O diâmetro que permanece inalterado é o diâmetro obstétrico. Relaxamento dos ligamentos sacro-ilíacos faz com que o mecanismo de bloqueio da articulação sacroilíaca se torne menos eficaz, permitindo uma maior rotação da pelve e contribuindo para a postura lordótica ("swayback") muitas vezes assumido durante a gravidez com a mudança do centro de gravidade. Relaxamento dos ligamentos não está limitado à pelve, e a possibilidade de luxação no final da gravidez aumenta. 45 SOF’s I Espondilose e Espondilolisteses A espondilose é um defeito que permite que parte do arco vertebral se separe do corpo vertebral. Quando o defeito é na L5, esta pode deslizar sobre o sacro, diminuindo o diâmetro obstétrico podendo interferir com o nascimento da criança e causando dores devido à compressão de nervos espinhais. A espondilolistese é um deslizamento de um corpo vertebral no sentido anterior, posterior ou lateral em relação à vértebra de baixo. P 348 – 349 Dano do Chão Pélvico Durante o parto o chão pélvico suporta a cabeça do feto enquanto o útero dilata para permitir a saída. O pubococcígeo, puborrectal e as partes mais mediais do elevador do ânus são os músculos que se “rompem” mais regularmente. São músculos importante que dão suporte à vagina, útero, recto e bexiga. As implicações do rompimento destes músculos podem levar à libertação de urina ao tossir e levantar (urinary stress incontinence) ou levar ao prolapso de um ou mais órgãos pélvicos. 46 SOF’s I P 414 - 417 Rutura do períneo O corpo perineal é uma estrutura importante, especialmente nas mulheres, porque é o apoio final das vísceras pélvicas, que liga os músculos que se estendem ao longo da saída pélvica (pelvic outlet), como atravessar vigas de apoio do diafragma pélvico sobrejacente. Alongamento ou rutura dos anexos dos músculos do períneo do corpo perineal pode ocorrer durante o parto, removendo o suporte do chão pélvico. Como resultado, o prolapso de vísceras pélvicas, incluindo o prolapso da bexiga (atravésda uretra) e prolapso do útero e / ou vagina (através do orifício vaginal) podem ocorrer. (Ver melhor pag. 392 Moore). O corpo perineal também pode ser rompido por um trauma, doenças inflamatórias, e infecção, que pode resultar na formação de uma fístula (canal anormal) ligados ao vestíbulo (ver melhor pag. 396 Moore). A atenuação do corpo perineal, associada diástase (separação) do puborectal e partes do pubococcigeo do levantador do ânus, também podem resultar na formação de um cistocelo, retocelo e / ou enterocelo, saliências hernianas de uma parte da bexiga, reto ou bolsa retovaginal, respectivamente, na parede vaginal. Episiotomia É uma incisão cirúrgica do períneo e da parede vaginal inferoposterior que pode ser feita para ampliar o orifício vaginal. É geralmente aceite que a episiotomia é indicada quando a descida do feto é preso ou prolongado, quando a instrumentação é necessária (por exemplo, uso de fórceps obstétrico), ou para acelerar o parto, quando há sinais de sofrimento fetal. O corpo perineal é a principal estrutura afectada pela incisão durante uma episiotomia mediana. Episiotomia médio-lateral parece resultar em uma menor incidência de lacerações graves e têm menor probabilidade de estar associados a danos ao esfíncter anal. 47 SOF’s I Ruptura da uretra em homens e extravasamento de urina Fracturas da cintura pélvica, especialmente as decorrentes da separação da sínfise púbica e ligamentos puboprostaticos, muitas vezes, causam uma ruptura da parte intermediária da uretra. A rutura desta parte da uretra leva ao extravasamento de urina e sangue. O líquido pode passar superiormente através do hiato urogenital e distribuir-se ao redor da próstata e bexiga. O local comum de ruptura da uretra esponjosa e extravasamento da urina é no bulbo do pénis. Essa lesão geralmente resulta de um golpe contundente para o períneo. A urina pode passar para o tecido conjuntivo frouxo no escroto, ao redor do pénis, e superiormente, para a camada membranosa do tecido conjuntivo subcutâneo da parede abdominal inferior anterior. A urina não poderia passar para a coxa porque a camada membranosa da fáscia perineal superficial junta-se com a fáscia lata, que envolve os músculos da coxa, exactamente na porção distal do ligamento inguinal. Fome e Prolapso Retal Os corpos de gordura das fossas isquioanal estão entre as últimas reservas de tecido adiposo a desaparecer com a fome. Na ausência do apoio prestado pela gordura ischioanal, prolapso retal é relativamente comum. Incontinência Anorectal Danos no nervo pudendo podem resultar em incontinência anorectal. Estes danos podem resultar de um nascimento traumático. 48 SOF’s I COSTAS P 456 - 463 Osteoporose Resulta da desmineralização dos ossos, consequente de uma alteração do balanço normal de deposição e reabsorção de cálcio. No caso da osteoporose do corpo vertebral esta pode ser detectada durante estudos radiográficos. A osteoporose afecta principalmente o pescoço do fémur, o corpo vertebral e os metacarpos. No caso do corpo vertebral, mais especificamente na trabécula horizontal do osso esponjoso, levando consequentemente à perda de suporte horizontal, num estado tardio pode levar a fracturas de compressão. É mais comum em mulheres após a menopausa. Laminectomia Excisão cirúrgica de uma ou mais lâminas vertebrais. Realizam-se para se ganhar acesso ao canal vertebral, expondo a medula óssea (acima de L2) e/ou para se aceder à raiz de um nervo espinhal. Também pode ser realizada para aliviar a pressão na medula espinhal exercida por um certo tumor ou hérnia. Deslocação das Vértebras Cervicais Com facetas articulares mais horizontais, as vértebras cervicais estão menos presas que as outras vértebras e por isso deslizam mais facilmente do que fracturam. Como o canal vertebral é bastante maior nestas vértebras pode ocorrer deslize sem danificar a medula. Fractura e Deslocação do Atlas Forças verticais pressionam as massas laterais entre os côndilos occipitais e o áxis separa-os fracturando o arco anterior e/ou o posterior. Se a força for suficientemente forte pode também quebrar o ligamento transverso (apesar de ser mais provável com a ruptura do ligamento, nenhum destes acidentes pode lesar a medula). Fractura e Deslocação do Axis Uma das lesões mais comuns (40%). As fracturas ocorrem usualmente na ligação entre as apófises articulares superiores e inferiores (par interarticular). Uma 49 SOF’s I fractura nesta localização (espondilólise traumática da C2) ocorre com a hiperextensão da cabeça no pescoço. Estas lesões podem levar a tetraplégia ou à morte. Fractura do dente do áxis também é comum (40-50%) e pode resultar de um choque horizontal da cabeça ou de osteopenia. Estenose lombar da coluna vertebral A estenose é o estreitamento do canal vertebral, decorrente de factores congénitos ou adquiridos como: desgaste progressivo das estruturas da coluna, associado a pequenos traumas repetidos durante a vida. Levando à compressão mecânica ou vascular. Esse estreitamento poderá dar-se principalmente na coluna cervical e lombar. A estenose lombar é o estreitamento do canal vertebral na região lombar. O canal vertebral contém a medula espinhal desde a porção cervical até a porção lombar alta. A porção média e a inferior do canal lombar contém as raízes nervosas da chamada cauda equina. O canal estreito pode comprimir estas raízes e determinar sinais e sintomas neurológicos. A Laminectomia pode ser uma forma de reduzir a pressão. Costelas cervicais (1-2%) Desenvolvimento de uma ou um par de costelas na C7. Ocorre bilateralmente em 60% dos casos. As costelas supranumerárias criam pressão nas estruturas que saem da abertura torácica superior, como a artéria/veia subclavia e o plexo braquial (nervos) levando a uma síndrome do desfiladeiro torácico. Anestesia Epidural O hiato sagrado é revestido pelo ligamento sacrococcígeo. O anestésico tem que ser injectado na gordura do canal sagrado entre os dois cornos sacrais. Lesão do Cóccix Resultado de uma queda bruta, podendo causar fractura ou deslocação causando dor. Intervenção cirúrgica é necessária. Fusão Anormal das Vértebras (5%) L5 está incorporada no sacro (sacrilização de L5) ou S1 está separada do sacro e parcial ou completamente fundida com a vértebra L5 (lumbarização da S1). Efeito da idade nas vértebras 50 SOF’s I Vão ficando mais frágeis e as superfícies articulares ficam concavas e os discos IV convexos. Estas mudanças fazem com que apareçam osteófitos que se desenvolvem nas margens dos corpos vertebrais. Podem causar dor ou não. Cada vez mais é considerado “normal” para uma certa faixa etária, e não uma “anormalidade” anatómica. Anomalias nas Vértebras Por vezes a apófise transversa não funde e é preciso estar atento para não confundir com uma fractura nas radiografias. As apófises podem ficar mais ou menos separadas e conforme ficam mais abertas vai saindo mais conteúdo que normalmente ficaria aprisionado no canal vertebral. Uma anomalia congénita da coluna vertebral é a spina bífida occulta (24%): o arco posterior não fecha totalmente mas não sai nada, na superfície há mais pelo. Se saírem apenas meninges com liquido cefaloraquidiano (LCR) dá origem a um meningocelo (quisto), se o buraco for grande saem meninges, LCR e medula, originando mielomeningocelo (quisto maior). A oculta não dá problemas, o meningocelo dá maior susceptibilidade a infecções e o mielomeningocelo pode dar paralisia, perda de sensibilidade, etc. P 474 – 482 O envelhecimento dos discos intervertebrais Com o avançar da idade, os núcleos pulposos desidratam e perdem elastina e proteoglicanos e ganham colagénio. Como resultado, os discos IV, tornam-se mais duros e resistentes à deformação. Como o núcleo desidrata a distinção entre eles torna
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