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LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorrida uma hora do início da aplicação e poderá levar das provas. EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1º DIA CADERNO 1 A minha voz ainda ecoa versos perplexos. ATENÇÃO 23/06/2019 VESTIBULAR MEDICINA 3 LC - 1º dia LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) 9 QUESTÃO 01 The record industry The record industry is undoubtedly in crisis, with labels laying off employees in continuation. This is because CD sales are plummeting as youngsters prefer to download their music from the Internet, usually free of charge. And yet it´s not all gloom and doom. Some labels are in fact thriving. Putumayo World Music, for example, is growing, thanks to its catalogue of ethnic compilation albums, featuring work by largely unknown artists from around the planet. Putumayo, which takes its name from a valley in Colombia, was founded in New York in 1993. It began life as an alternative clothing company, but soon decided to concentrate on music. Indeed its growth appears to have coincided with that of world music as a genre. Speak Up. Ano XXIII, nº 275 (fragmento). A indústria fonográfica passou por várias mudanças no século XX e, como consequência, as empresas enfrentaram crises. Entre as causas, o texto da revista Speak Up aponta A o baixo interesse dos jovens por alguns gêneros musicais. B o acesso a músicas, geralmente sem custo, pela Internet. C a compilação de álbuns com diferentes estilos musicais. D a ausência de artistas populares entre as pessoas mais jovens. E o aumento do número de cantores desconhecidos. QUESTÃO 02 New riot-control technology THE SOUND AND THE FURY Quelling unrest is a lucrative trade praetorian guard 2.0 MOBS are bad for businesses – unless you are selling riot-control gear, that is. Even before this week’s riots in Britain governments were bracing themselves against protests stoked by the economic downturn. Firms such as Israel’s Hagor Industries are doing a roaring trade in antiriot shields, batons and helmets. David Frenkel, the firm’s production manager, says demand is growing from police and military services in Europe, South America and Africa, bolstered by “war, unrest and natural disasters”. Ochlocracy – mob rule – was a term coined in ancient times, when grain prices or a celebrity murder could spark a riot. The Roman emperors’ Praetorian Guard used cavalry and swords against stone-throwers. Their latter-day counterparts (human and equine) are better protected, with goggles, shields and other kit made of lightweight, flameresistant, unshatterable and stab-proof materials. They also have more ways of disrupting the rioters. Police in India spray unruly crowds with coloured water: stained and sodden agitators are easier to identify. America’s forces have developed (but not used) a “heat ray” designed to clear crowds by painfully zapping the skin. The unfamiliar tones of classical music can disperse loiterers, while big sound-blasters, known as “long-range acoustic devices” (LRADS), have been deployed against protesters in some American states. At a cost of up to $30,000 they can emit sound at 150-plus decibels (like a roaring jet engine at close range). Israel has a fancier version known as the “Scream” that affects the inner ear and induces nausea. When ochlophonics fail, authorities there have been known to douse Palestinian protesters with “skunk bombs” of smelly liquid. Eyes are as vulnerable as ears and noses. A firm called Intelligent Optical Systems, based in California, is developing, with government backing, a strobe torch that makes targets dizzy and disoriented (at least within a range of 15 metres). Laser Energetics, in New Jersey, sells “Dazer Lasers” that emit a green beam capable of dazzling people up to 2.4 km away. (Aug 13th 2011 | www.economist.com) De acordo com o texto é correto afirmar que sua ideia central é: A há uma grande variedade de formar de se dispersar a população. B a polícia e as forças militares estão incrementando a demanda por. C investir no negócio de controle de protestos pode ser lucrativo. D armas letais foram desenvolvidas para controlar mobilizações. E a insatisfação pública trouxe benefício para a venda de armas. QUESTÃO 03 Old Mama Dot Born on a sunday In the kingdom of Asante Sold on a monday Into slavery Ran away on tuesday Cause she born free Lost a foot on wednesday When they catch she Worked all thursday Till her head grey Dropped on friday Where they burn she Freed on saturday In a new century (D’AGUIAR, F. Old Mama Dot. In: BERRY, J. (ed.) News for Babylon: The Chatto book of West Indian- British Poetry, London: Chatto & Windus, 1984, p.26.) 4 LC - 1º dia 9 Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o tema central do poema. A A brevidade da vida. B A escravidão. C A morte. D A vida no reino de Asante. E O feminismo. QUESTÃO 04 Examine o quadrinho. O garoto: A está atrasado para a escola pois está lendo todo o jornal. B surpreendeu-se ao saber que o papel é mais barato que a internet. C está lendo um artigo sobre tecnologia e meio ambiente. D entende que a preocupação ambiental levou à criação de jornais depois da internet. E crê que a internet é melhor que livros e jornais. QUESTÃO 05 Oxfam study finds richest is likely to control half of global wealth by 2016 By Patricia Cohen January 19, 2015 The richest 1 percent is likely to control more than half of the globe’s total wealth by next year, the anti-poverty charity Oxfam reported in a study released on Monday. The warning about deepening global inequality comes just as the world’s business elite prepare to meet this week at the annual World Economic Forum in Davos, Switzerland. The 80 wealthiest people in the world altogether own the report found, nearly the same amount shared by the people who occupy the bottom half of the world’s income scale. (Last year, it took 85 billionaires to equal that figure.) And the richest 1 percent of the population controls nearly half of the world’s total wealth, a share that is also increasing. The type of inequality that currently characterizes the world’s economies is unlike anything seen in recent years, the report explained. “Between 2002 and 2010 the total wealth of the poorest half of the world in current U.S. dollars had been increasing more or less at the same rate as that of billionaires,” it said. “However since 2010, it has been decreasing over that time.” Winnie Byanyima, the charity’s executive director, noted in a statement that more than a billion people lived on less than a day. “Do we really want to live in a world where the 1 percent own more thanthe rest of us combined?” Ms. Byanyima said. “The scale of global inequality is quite simply staggering.” Investors with interests in finance, insurance and health saw the biggest windfalls, Oxfam said. Using data from Forbes magazine’s list of billionaires, it said those listed as having interests in the pharmaceutical and health care industries saw their net worth jump by 47 percent. The charity credited those individuals’ rapidly growing fortunes in part to multimillion-dollar lobbying campaigns to protect and enhance their interests. (www.nytimes.com. Adaptado.) De acordo com o texto, A a desigualdade entre ricos e pobres no mundo aumentou a partir de 2010. B a diferença entre a renda dos 50% mais pobres e a dos 50% mais ricos está diminuindo desde 2010. C desde 2010 a crise mundial vem atingindo tanto os pobres como os ricos. D o número de bilionários no mundo ficou estável entre 2002 e 2010. E em 2010, a renda dos mais pobres foi igual à do ano de 2002. 5 LC - 1º dia Questões de 01 a 05 (opção Espanhol) 9 QUESTÃO 01 Emotivo encuentro en la universidad pública El entonces mandatario uruguayo recibió el cariño de sus compatriotas residentes en Nueva York e informó sobre la evolución del país, las políticas de gobierno, los avances y cuentas pendientes. Como en ocasiones similares, se multiplicaron las muestras de respeto y emoción. “Una na- ción es un formidable sentimiento de un ‘nosotros’ ”, dijo. Mujica comenzó su discurso relatando lo recogido de otras experiencias de comunidades en el exilio. “Muchos de us- tedes echaron raíces, tienen hijos y no pueden cometer la agresión de descuajarle la vida. Tienen que cargar con esa nostalgia de ser de allá, pero estar acá”, dijo. “Estamos metidos en la lucha por mejorar las circunstancias, con el sueño de que las generaciones que vengan, puedan venir con más soltura, con más apoyo”, dijo el Presidente. Mujica se refirió a algunas críticas que reciben algunas políticas sociales. “Nos acusan de que damos sin contra- partida. Nos dicen ‘a la gente no hay que darle pesca- do, sino enseñarle a pescar’. Sí – razonó el Presidente –, pero cuando le afanaste la caña, le afanaste el bote, ¿qué le vas pedir? Para atrás no arreglamos, arreglamos para adelante.” Disponível em: www.republica.com.uy. Acesso em: 26 set. 2013 (adaptado). No discurso dirigido aos compatriotas radicados em Nova York, o então presidente Mujica expressa o desejo de que os cidadãos que vivem no Uruguai A ofereçam resistência política aos E.U.A. B tenham melhores condições de vida. C cultivem o sentimento nacionalista. D ofereçam uma contrapartida à nação. E integrem-se ao processo de globalização. QUESTÃO 02 El virus del papiloma humano (HPV) tambiém es un problema de hombres Para algunos hombres, el virus del papiloma humano (HPV) es algo muy lejano. Se olvidan de que ellos tambi- én se infectan y de que, al contagiarmos, nos están rega- lando un pasaporte mágico para el cáncer cérvico-uterino – segunda causa de muerte entre las mujeres de México –; incluso me ha tocado escuchar en boca de algunos de ellos que “sólo se trata de una infeccioncita”. Pues bien, el HPV tambén es un problema de hombres, no sólo por- que propaga la infección entre la población femenina, sino también porque este virus produce otros problemas de salud tanto en hombres como en mujeres, incluyendo ver- rugas genitales y cáncer de boca y garganta que, si bien no son tan conocidos o alarmantes por su cantidad, como otros tipos de cáncer, también constituyen un riesgo. Por lo anterior, la Academia Americana de Pediatría decidió enfrentarse al HPV mediante vacunas que se ponen tanto a mujeres como hombres. Los especialistas afirman que la vacuna es más efectiva si se administra antes de que el niño se vuelva sexualmente activo, y responde mejor en el organismo de varones entre 9 y 15 años. Albiter, K. Disponível em: http://vivirmexico. com. Acesso em: 10 jul 1012 (adaptado). O texto aborda a temática do HPV. Ao discorrer sobre o contágio e a prevenção do papiloma humano, a autora informa aos leitores que esse vírus é A estudado pela Academia Americana de Pediatria por seus efeitos em crianças. B responsável pelo aumento de casos de câncer na po- pulação jovem mexicana. C combatido por vacinas que devem ser aplicadas tanto em mulheres quanto em homens. D ignorado pelos homens por se restringir à população feminina. E classificado como um problema superável pela facili- dade com que se enfrenta a infecção. QUESTÃO 03 El eclipse Cuando Fray Bartolomé Arrazola se sentió perdido aceptó que ya nada podría salvarlo. La selva poderosa de Gua- temala lo había apresado, implacable y definitiva. Ante su ignorancia topográfica se sentó con tranquilidad a espe- rar la muerte. Al despertar se encontró rodeado por un grupo de indígenas de rostro impasible que se disponía a sacrificarlo ante un altar, un altar que a Bartolomé le pareció como el lecho en que descansaría, al fin, de sus temores, de su destino, de sí mismo. Tres años en el país le habían conferido un mediano dominio de las lenguas nativas. Intentó algo. Dijo algunas palabras que fueron comprendidas. Entonces floreció en él una idea que tuvo por digna de su talento y de su cultura universal y de su arduo conocimiento de Aristóteles. Recordó que para ese día se esperaba un eclipse total de sol. Y dispuso, en lo más íntimo, valerse de aquel conocimiento para engañar a sus opresores y salvar la vida. – Si me matáis – les dijo – puedo hacer que el sol se oscurezca en su altura. Los indígenas lo miraron fijamente y Bartolomé sorpren- dió la incredulidad en sus ojos. Vio que se produjo un pe- queño consejo, y esperó confiado, no sin cierto desdén. Dos horas después el corazón de Fray Bartolomé Arrazola chorreaba su sangre vehemente sobre la piedra de los sacrifícios (brillante bajo la opaca luz de un sol eclipsa- do), mientras uno de los indígenas recitaba sin ninguna inflexión de voz, sin prisa, una por una las infinitas fechas en que se producirían eclipses solares y lunares, que los atrónomos de la comunidad maya habían previsto y ano- tado en sus códices sin la valiosa ayuda de Aristóteles. Monterroso, A. Obras completas y otros cuentos. Bogotá: Norma, 1994 (adaptado). No texto, confrontam-se duas visões de mundo: a da cul- tura ocidental, representada por Frei Bartolomé Arrazola, e a da mítica pré-hispânica, representada pela comunida- de indígena maia. Segundo a narrativa, A os catequizadores espanhóis avaliam os saberes produ- zidos pelas comunidades indígenas hispanoamericanas. B os conhecimentos acadêmicos de Arrazola são insufi- cientes para salvá-lo da morte, ante a sabedoria astro- nômica da cultura maia. C o catequizador espanhol Arrazola apresenta-se adap- tado às culturas autóctones, ao promover a interlocu- ção entre os conhecimentos aristotélicos e indígena. D o episódio representa, de forma neutra, o significado do conhecimento ancestral indígena, quando compa- rado ao conhecimento ocidental. E os indígenas da comunidade maia, mostram-se perple- xos diante da superioridade do conhecimento aristoté- lico do frei espanhol. 6 LC - 1º dia 9 QUESTÃO 04 Aquí estoy establecido, En los Estados Unidos, Diez años pasaron ya, En que crucé de mojado, Papeles no he arreglado, Sigo siendo un ilegal. Tengo mi esposa y mis hijos, Que me los traje muy chicos, Y se han olividado ya, De mi México querido, Del que yo nunca me olvido, Y no puedo regresar. [...] Mis hijos no hablan conmigo, Otro idioma han aprendido, Y olvidado el español, Piensan como americanos, Niegan que son mexicanos, Aunque tengan mi color. Los Tigres del Norte. Jaula de oro. Woodland Hills, Califórnia: Fonovisa, 1986 (fragmento). A letra de canção coloca em cena um dilema por vezes vivenciado por imigrantes. Esse dilema se configura no sentimento do pai em relação ao(à) A diluição de sua identidade latino-americana, advinda do contatocotidiano com o outro. B desejo de se integrar à nova cultura e de se comunicar na outra língua. C preconceito étnico-racial sofrido pelos imigrantes mexi- canos no novo país. D distanciamento dos filhos, gerado pela apropriação da língua e da cultura do outro. E vergonha perante os filhos de viver ilegalmente em ou- tro país. QUESTÃO 05 El carpintero Orlando Goicoechea reconoce las maderas por el olor; de qué árboles vienen, qué edad tienen, y oliéndolas sabe si fueron cortadas a tiempo o a destiempo y les adivina los posibles contratiempos. Al cabo de tantos años de trabajo, Orlando se ha dado el lujo de comprarse un video, y ve una película tras otra. No sabía que eras loco por cine le dice el vecino. Y Orlando le explica que no, que a él ni le va ni le viene, pero gracias al video puede detener las películas para es- tudiar los muebles. Galeano, E. Disponível em: http://elcajondesastre. blogcindarrio.com. Acesso em: 18 abr. 2012. No conto de Galeano, a expressão "ni le va ni le viene" encerra uma opinião a respeito de cinema que A evidencia a extrema devoção do carpinteiro ao seu ofício. B contradiz a percepção que o narrador tem em relação à profissão exercida por Orlando. C revela o descaso do narrador com relação ao ofício de- sempenhado por Orlando. D reforça a impressão do vizinho de que Orlando gostava de filmes. E desconstrói a ideia central do conto sobre a importân- cia das atividades de lazer. Questões de 06 a 45 QUESTÃO 06 Como psicanalista, estou destinado a me interessar mais pelos processos emocionais que pelos intelectuais, mais pela vida mental inconsciente que pela consciente. Minha emoção ao encontrar meu velho mestre-escola leva-me a admitir uma coisa: é difícil dizer se o que exerceu mais influência sobre nós foi o interesse pelas ciências que nos eram ensinadas, ou pela personalidade de nossos mes- tres. Nós os cortejávamos ou lhes virávamos as costas; imaginávamos neles simpatias e antipatias que prova- velmente não existiam; estudávamos seu caráter e sobre este formávamos ou deformávamos o nosso; bisbilhotá- vamos suas pequenas fraquezas e orgulhávamo-nos de sua excelência, seu conhecimento e seu senso de justiça. A psicanálise deu o nome de “ambivalência” a essa faci- lidade para atitudes contraditórias. É na segunda metade da infância – quando se dá uma mudança na relação do menino com o pai, e aquele descobre que este não é o mais poderoso e sábio dos seres – que esse menino en- tra em contato com os professores. Estes homens, nem todos pais de verdade, tornam-se nossos pais substitu- tos, e transferimos para eles o respeito e as expectativas ligadas ao pai onisciente da infância, e logo se manifesta a ambivalência que desenvolvemos em nossa família, e lutamos com eles como lutáramos com nossos pais de carne e osso. FREUD, Sigmund. Obras completas. Rio: Imago, 1976. v.13 (adaptado). Pela leitura do texto, é correto concluir que Freud A afirma como motivo de apreensão de conhecimento o afeto pelo professor. B rejeita a complexidade do aprendizado, uma vez que a “ambivalência” permite a construção de um conheci- mento unilateral. C defende a sobreposição dos processos emocionais so- bre os processos intelectuais na construção do conhe- cimento. D pontua a tendência do jovem na segunda metade da infância de transferir para o professor a expectativa que tem sobre o pai. E conceitua “ambivalência” como as contradições espe- cíficas que se passam ao longo da infância. QUESTÃO 07 PRONOMES Antes de apresentar o Carlinhos para a turma, Carolina pediu: — Me faz um favor? —O quê? — Você não vai ficar chateado? —O que é? — Não fala tão certo? — Como assim? — Você fala certo demais. Fica esquisito. —Por quê? — É que a turma repara. Sei lá, parece… — Soberba? — Olha aí, ‘soberba’. Se você falar ‘soberba’ ninguém vai saber o que é. Não fala ‘soberba’. Nem ‘todavia’. Nem ‘ou- trossim’. E cuidado com os pronomes. 7 LC - 1º dia 9 — Os pronomes? Não posso usá-los corretamente? — Está vendo? Usar eles. Usar eles! O Carlinhos ficou tão chateado que, junto com a turma, não falou nem certo nem errado. Não falou nada. Até co- mentaram: — O Carol, teu namorado é mudo? Ele ia dizer ‘Não, é que, falando, sentir-me-ia vexado’, mas se conteve a tempo. Depois, quando estavam sozinhos, a Carolina agradeceu, com aquela voz que ele gostava: — Comigo você pode botar os pronomes onde quiser, Carlinhos. Aquela voz de cobertura de caramelo. (VERÍSSIMO, Luis Fernando. Contos de verão. O Estado de S. Paulo, 16 jan. 2000.) A crônica acima tem como tema o uso da modalidade pa- drão na língua portuguesa no dia a dia, sobretudo o uso dos pronomes. Seu uso, de acordo com o texto A deve obedecer às convenções tradicionais da gramática. B depende do grau de formalidade da situação de comu- nicação. C precisa ser atualizado nas gramáticas escolares. D deve ser exclusivo das situações mais informais de co- municação. E deve ser restrito às camadas acadêmicas da sociedade. QUESTÃO 08 Uma reflexão sobre o ensino de todo e qualquer conteú- do pode e deve ser feita de várias e diferentes perspecti- vas: a perspectiva da própria ciência de que se recortou o conteúdo para constituir uma disciplina curricular; uma perspectiva psicológica, que considera os processos de aprendizagem de um conteúdo específico; uma perspecti- va política, que busca identificar os pressupostos ideológi- cos que levam a instituir um certo conteúdo em disciplina curricular e que subjazem aos objetivos e procedimentos de ensino dessa disciplina; uma perspectiva social, que considera as condições sociais de produção de um de- terminado conhecimento, as condições sociais daqueles a quem se destina o ensino e daqueles encarregados de ensinar, o papel e função atribuídos pela sociedade à ins- tituição em que ensino e aprendizagem ocorrem, isto é, a escola; uma perspectiva cultural, que relaciona a disci- plina e seu conteúdo com as características, as expecta- tivas, as necessidades do grupo cultural a que se destina seu ensino; uma perspectiva histórica, que reconstrói os processos por meio dos quais um certo conhecimento vai- -se configurando como saber escolar e, consequentemen- te, vai se constituindo em disciplina curricular, ao longo do tempo. SOARES, Magda. Concepções de linguagem e o ensino da língua portuguesa. In: BASTOS, Neusa (org.). Língua portuguesa: história, perspectivas, ensino. S.Paulo: Educ, 1998, p. 53. 9) Sobre os mecanismos de articulação do texto para a cons- trução do sentido, é correto afirmar que A o texto é construído em diversos períodos, que fazem, cada um deles, referência a um tipo de perspectiva de ensino, partindo de um olhar mais individual, para um olhar mais universal. B o fato de a autora ter mencionado primeiro a perspec- tiva da ciência, e, sucessivamente, as outras perspec- tivas, faz com que esses elementos procedentes se- jam colocados em maior grau de importância. C a composição do texto é feita por meio de um único período, que se subdivide através de pontos e vírgulas (;), estes utilizados pela autora para uma organização textual que a vírgula não satisfaria. D o sintagma “diferentes perspectivas” é especificado nos períodos seguintes como “perspectiva científica”, “psicológica”, “política”, “social”, “cultural” e “histórica”. E “ensino” e “aprendizagem”, sendo sinônimos, já que participam do mesmo campo semântico, foram termos utilizados pela autora para enfatizar a necessidade de adotar perspectivas diferentes quando da reflexão so- bre o ensino. QUESTÃO 09 Meu sonho EU Cavaleiro das armas escuras, Onde vais pelas trevas impuras Com a espada sanguenta na mão? Por que brilham teus olhos ardentes E gemidos nos lábios frementes Vertem fogo do teu coração? Cavaleiro, quem és? — O remorso? Do corcel te debruças no dorso… E galopas do vale através… Oh! da estrada acordando as poeiras Não escutas gritar as caveiras E morder-te o fantasma nos pés?Onde vais pelas trevas impuras, Cavaleiro das armas escuras, Macilento qual morto na tumba?… Tu escutas… Na longa montanha Um tropel teu galope acompanha? E um clamor de vingança retumba? Cavaleiro, quem és? que mistério… Quem te força da morte no império Pela noite assombrada a vagar? O FANTASMA Sou o sonho de tua esperança, Tua febre que nunca descansa, O delírio que te há de matar!… Álvares de Azevedo O poema acima pertence ao Romantismo, escola literária que pregava, dentre outras características, a subjetivida- de. Essa característica pode ser observada no texto A pelo diálogo do eu lírico com um “fantasma”, sendo este revelado como sendo seu sonho e seus sentimentos. B pelo tratamento em segunda pessoa dado pelo eu líri- co ao seu interlocutor (o fantasma). C pela estrutura teatral do poema, incomum em textos do romantismo. D pelo fato do interlocutor ser um fantasma, e não um ser ainda vivo. E pela presença de vocativos, como em “Cavaleiros, quem és?” 8 LC - 1º dia 9 QUESTÃO 10 Bom conselho Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio o vento Na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade (Chico Buarque de Hollanda) A letra da canção acima usa vários ditados populares. Ao modificá-los, o eu lírico pretende A reafirmar seu sentido e incentivar seu uso pelas pessoas. B contrariar o costume do povo de centrar as ações ape- nas em provérbios. C enfatizar a poesia presente no saber popular de um povo. D questionar a validade dos provérbios, que são toma- dos como verdade universal. E exagerar o sentido de frases populares considerado brando e pouco claro. QUESTÃO 11 Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. Sobre os versos de Os Lusíadas, de Camões, podemos inferir que A ao dizer que “outro valor mais alto se alevanta”, o poe- ta está desconsiderando os preceitos lusitanos, privile- giando os feitos gregos, dinâmica própria do Renasci- mento. B a voz desses versos do poema é a de Vasco da Gama, herói da obra. C a “Musa antiga” presente no poema é uma referência às filhas de Mnemosine, deusa da memória, a quem os poetas da Grécia invocavam para lhes auxiliar na nar- ração da epopeia, que se dava originariamente de ma- neira oral. D “sábio Grego” e “Troiano” são, respectivamente, refe- rências a Odisseu, rei de Ítaca, e a Eneias, rei de Troia. E Neptuno e Marte são os deuses romanos que corres- pondem, respectivamente, a Zeus e Ares, na cultura grega. QUESTÃO 12 Língua: patrimônio cultural de um povo A população brasileira foi formada por pessoas oriundas de diversos países e continentes, mas as normas grama- ticais não contemplaram as modificações que ocorreram na linguagem oral, informal, provenientes dessa mistura de culturas tão diferentes. Entretanto, não há como negar que a Língua Portuguesa é sem dúvida um dos mais belos idiomas do mundo. Sendo um país de proporção conti- nental, cada estado conservou algumas particularidades do povo que primeiro o ocupou. Por isso, muitas vezes se fala em língua regional. Muitas palavras têm uma signifi- cação própria, única, em cada estado. Cada qual possui também expressões peculiares. Dessa forma, existe uma grande dificuldade em se ter um padrão de língua nacio- nal. Além disso, a linguagem verbal difere-se por classes sociais e por nível de instrução. Pessoas com pouco estu- do normalmente utilizam uma linguagem que é transmiti- da por meios orais; essa linguagem quase sempre contém desvios da norma padrão. (Monteiro, José Ricardo Supérbi. Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/ redacoes/974713, acesso em 13/06/ O texto acima aborda noções ligadas ao conceito de lín- gua. Com base em sua leitura, pode-se deduzir que A pessoas com maior nível de conhecimento procuram utilizar o vernáculo em sua forma correta, normativa. B pessoas com pouco estudo apenas se adequam à es- trutura linguística da comunidade em que vivem. C pessoas com maior nível de conhecimento são estimula- das a usar níveis cada vez mais coloquiais de linguagem. D pessoas com pouco estudo são estimuladas a se adaptar ao nível formal da linguagem, independente do meio em que vivem. E pessoas com nível intermediário de instrução costu- mam adquirir um nível intermediário de aquisição da linguagem formal. QUESTÃO 13 "A Escola de Atenas" ("Scuola di Atenas" no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Raffaello e representa a Academia de Platão. Foi pintada entre 1509 e 1510 na "Stanza della Segnatura" sob enco- menda do Vaticano. A obra é um afresco em que apare- cem ao centro Platão e Aristóteles. Platão segura o Timeu e aponta para o alto, sendo assim identificado com o ideal, o mundo inteligível. Aristóteles segura a Ética e tem a mão na horizontal, representando o terreste, o mundo sensível. (Disponível em http://www.sabercultural. com/template/obrasCelebres/A-Escola-de- Atenas.html, acesso em 15/03/2019) 9 LC - 1º dia 9 As obras de arte geralmente são compostas por diversos elementos e se relacionam ao contexto em que foram fei- tas. Do texto, pode-se depreender que A os gregos compunham obras que faziam referência a seu contexto histórico-cultural, o que não ocorreu na Itália. B o período renascentista prescindia da influência de outras culturas em suas obras, reafirmando seu valor artístico. C as artes plásticas na Itália eram plágios das obras gre- co-latinas, enquanto as obras gregas baseavam-se na originalidade. D as obras de arte baseiam-se na originalidade e em pensadores contemporâneos em sua composição. E as obras de arte apresentam elementos que fazem re- ferência à ideologia e à cultura da época em que foram compostas. QUESTÃO 14 Em 1837, após longa viagem a bordo do navio britânico H.M.S. Beagle, com o objetivo de fazer um levantamento dos recursos e da cartografia das costas setentrionais da América do Sul, Darwin passou a escrever suas primeiras notas sobre a origem das espécies. (…) Considerando a variação de cada indivíduo de uma população, Darwin chegou à conclusão de que alguns estariam mais aptos que outros e assim venceriam a competição pela sobrevi- vência. Os indivíduos mais adaptados ao meio possuiriam variações vantajosas em relação aos demais. A esse pro- cesso Darwin denominou seleção natural. (…) Durante a década de 1840, consciente das implicações de seu tra- balho sobre a tese da imutabilidade das espécies e sobre os preceitos religiosos, Darwin estudou minuciosamente os mecanismos da evolução, baseando-se na teoria da seleção natural, sem publicar suas ideias. (…) Seu livro A origem das espécies foi finalmente lançado em 1859, sen- do o mais vendido daquele ano, com uma tiragem de 1250 exemplares. Apesar das provas detalhadas apresentadas nessa publicação, as ideias de Darwin encontraram fortes oponentes, tanto na comunidade científica quanto na reli- giosa. (…) Sua teoria passou a ser totalmente aceita pelo meio científico apenas no século 20, quando pesquisa- dores encontraram as publicações do monge e botânico austríaco Johann Gregor Mendel (1822-1884), o qual des- cobrira a transmissão hereditária dos caracteres. (ABRÃO, Maria Sílvia. Navegando pelo mundo, Darwin revolucionou a ciência. Disponível em: http//: educaçãouol.com.br/ciências/ Acesso em: 04/05/2009 (fragmento adaptado)). O texto acima descreve parte da história de Charles Da- rwin e sua trajetória para tornar aceitassuas descobertas pela comunidade científica. O trecho que melhor explicita, no contexto, que houve resistência às ideias de Darwin é A “Darwin passou a escrever suas primeiras notas sobre a origem das espécies” B “Darwin chegou à conclusão de que alguns estariam mais aptos que outros” C “Darwin estudou minuciosamente os mecanismos da evolução” D “A origem das espécies foi finalmente lançado em 1859, sendo o mais vendido daquele ano” E “Apesar das provas detalhadas apresentadas nessa publicação” QUESTÃO 15 Sem condições para higiene na lavoura de cana, trabalhador será indenizado Publicado por: A falta de locais adequados para alimentação e higiene numa lavoura de cana acarretou à Cooperativa Agroin- dustrial (Cofercatu) o pagamento de uma indenização de R$ 5 mil a um trabalhador rural. A cooperativa recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho contestando a condenação que lhe foi imposta, mas a Oitava Turma rejeitou o apelo, mantendo, inclusive, o valor a ser pago pelos danos mo- rais causados ao empregado. Segundo relatos de trabalhadores que atuaram em lavou- ras da Cofercatu em diversos municípios paranaenses, entre eles Centenário do Sul, Florestópolis e Iepê, havia apenas um sanitário para ser usado indistintamente por homens e mulheres, por cerca de 60 pessoas. Era, de acordo com a descrição, uma lona montada em uma es- trutura de metal, com um buraco no chão, sem bacia e vaso sanitário. Contam, ainda, que a Cooperativa nunca forneceu marmita e garrafão térmicos, e que os próprios trabalhadores tiveram que adquiri-los. O que eles rece- biam da cooperativa era soro hidratante, pão e leite. www.servicopastoraldosmigrantes.org Essa reportagem impressa trata de um problema muito comum no campo brasileiro. Considerando o gênero tex- tual, pode-se dizer que o intuito do texto é A denunciar empresas que infringem os direitos do traba- lhador e informar a população sobre essa prática. B informar violações do trabalho à população e incentivá- -la a lutar contra empresas que tenham essas práticas. C promover o debate sobre os direitos do trabalhador e propor novas leis no congresso nacional. D relativizar os embates jurídico-trabalhistas envolvendo trabalhadores do campo e empresas agroindustriais. E expor os arbítrios que envolvem decisões jurídico-traba- lhistas nos casos de exploração do trabalho no campo. QUESTÃO 16 SOCORRO Socorro, não estou sentindo nada. Nem medo, nem calor, nem fogo, Não vai dar mais pra chorar Nem pra rir. Socorro, alguma alma, mesmo que penada, Me empreste suas penas. Já não sinto amor nem dor, Já não sinto nada. Socorro, alguém me dê um coração, Que esse já não bate nem apanha. Por favor, uma emoção pequena, Qualquer coisa. Qualquer coisa que se sinta, Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva. Qualquer coisa que se sinta, Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva. Socorro, alguma rua que me dê sentido, em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada, Socorro, eu já não sinto nada. Socorro, não estou sentindo nada. Compositores: Alice Ruiz Schneronk / Arnaldo Filho 10 LC - 1º dia 9 O teor semântico da canção retrata um apelo de função emotiva, referenciando as emoções a partir do emissor. Podemos notar um teor subentendido de função apelativa no verso A Nem medo, nem calor, nem fogo. B Não vai dar mais pra chorar. C Que esse já não bate nem apanha. D Por favor, uma emoção pequena. E Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva. QUESTÃO 17 Não sei como se chamaria o medo de não ter o que ler. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares fe- chados), agorafobia (medo de espaços abertos), acrofo- bia (medo de altura), collorfobia (medo do que ele vai nos aprontar agora) e as menos conhecidas ailurofobia (medo de gatos), iatrofobia (medo de médicos) e até treiskai- dekafobia (medo do número treze), mas o pânico de es- tar, por exemplo, num quarto de hotel, com insônia, sem nada para ler não sei que nome tem. É uma das minhas neuroses. O vício que lhe dá origem é a gutembergoma- nia, uma dependência patológica na palavra impressa. Na falta dela, qualquer palavra serve. Já saí de cama de hotel no meio da noite e entrei no banheiro para ver se as tor- neiras tinham “Frio” e “Quente” escritos por extenso, para saciar minha sede de letras. (...) Alguns hotéis brasileiros imitam os americanos e deixam uma Bíblia no quarto, e ela tem sido a minha salvação, embora não no modo pretendido. (...) Mas, e quando não tem nem a Bíblia? Uma vez liguei para a telefonista de madrugada e pedi uma Amiga. - Desculpe, cavalheiro, mas o hotel não fornece compa- nhia feminina... - Você não entendeu! Eu quero uma revista Amiga, Capri- cho, Vida Rotariana, qualquer coisa. - Infelizmente, não tenho nenhuma revista. - Não é possível! O que você faz durante a noite? - Tricô. Uma esperança! - Com manual? - Não. Danação. - Você não tem nada para ler? - Bem ... Tem uma carta da mamãe. - Manda! (VERÍSSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2001.) O texto acima é uma crônica, texto que narra com humor e estilo um episódio cotidiano. Ao solicitar uma companhia impressa à telefonista, houve uma confusão entre os in- terlocutores, pois A a telefonista não reconheceu a variedade linguística utilizada pelo narrador. B o narrador usou de referências culturais desconheci- das pela telefonista. C o narrador não soube estabelecer um diálogo adequa- do com a telefonista. D a telefonista interpretou de maneira distinta o pedido feito pelo narrador. E o meio utilizado para a conversa (o telefone) não era adequado para a situação de comunicação. QUESTÃO 18 ABAURRE, M. L. M. et alii. Portguês: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2008, p. 236.) Para alcançar seu objetivo, o anúncio acima utiliza recur- sos verbais, visuais e gráficos. A intencionalidade que es- trutura o texto é A anunciar qualidades de um produto, procurando persu- adir o leitor a comprá-lo. B destacar a beleza de uma nova linha de papel, utiliza- do em empresas e gráficas. C fazer uma crítica ao excessivo desmatamento para transformar o verde em papel. D sensibilizar o consumidor a comprar um novo produto: papel hidrográfico. E despertar interesse de pessoas poliglotas a utilizar ma- terial próprio para impressoras, copiadoras de multiuso. QUESTÃO 19 A imagem acima, retirada de um site da internet sobre ali- mentação saudável, utiliza o humor para captar a simpatia do interlocutor. Esse objetivo é alcançado devido A ao uso de vocábulos homônimos, ou seja, iguais na escrita, mas diferentes na pronúncia. B ao emprego de parônimos, que possuem escrita e pro- núncia semelhantes, mas sentidos distintos. C à exploração da polissemia das palavras, ou seja, no emprego de termos com mais de um sentido. D à utilização de paráfrase para reafirmar as mensagens passadas na parte não verbal. E à escolha de palavras sinônimas, que possuem senti- dos aproximados. 11 LC - 1º dia 9 QUESTÃO 20 [...] Vai o navio navegando e o marinheiro dormindo, e o voador toca na vela, ou na corda, e cai palpitando. Aos ou- tros peixes mata-os a fome e engana-os a isca, ao voador mata-o a vaidade de voar, e a sua isca é o vento. Quanto melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha e viver, que voar por cima das antenas e cair morto! [...] O voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deus que tenha os perigos de ave e mais os de peixe. Todas as velas para ele são redes, como peixe, e todas as cordas laços, como ave. Vê, voador, como correu pela posta o teu castigo. Pouco há, nadavas vivo no mar com as barbata- nas, e agora jazes em um convés, amor-talhado nas asas. Não contente com ser peixe, quiseste ser ave, e já não és ave nem peixe: nem voar poderás já, nem nadar.[...] (VIEIRA, Pe. Antônio. Os voadores. Vieira: trechos escolhidos (por Eugênio Gomes). Rio de Janeiro: Agir, 1971. p. 64. (Coleção Nossos Clássicos)). O texto acimaé um sermão escrito durante o período bar- roco em Portugal. Por meio de uma linguagem metafóri- ca, o autor, Padre Antônio Vieira, faz uma reflexão crítica acerca A da imortalidade, pois critica aqueles que buscam a vida eterna incessantemente. B da hipocrisia, pois reflete sobre as pessoas que co- bram virtudes mesmo não as tendo. C do egoísmo, pois trata a necessidade de compartilhar como uma obrigação sagrada. D da ambição, com o uso de metáforas para refletir sobre aqueles que não contentam em ser o que são. E da injustiça, pois revela um juízo de valor acerca do fim a que levam aqueles que se contrapõem à ordem vi- gente. QUESTÃO 21 UÉ COMO O ENTROU PROMETI AO CAPELÃO QUE FALARIA ALGUMA COISA GENTIL PRA VOCÊ HOJE!NA FRASE? SEU A linguagem das tirinhas muitas vezes utiliza recursos gráficos para a contextualização plena do humor. No caso dos símbolos expostos pelo sargento, nota-se uma estra- tégia relacionada à (ao): A grafismo, expressão do pensamento em símbolos visuais. B fonética, estudo das unidades sonoras da língua fa- lada. C personificação, atribuição de caracteres humanos a seres inanimados. D aliteração, repetição de sons consonantais ao longo e um contexto. E conotação, utilização do sentido figurado das palavras e expressões. QUESTÃO 22 Poema Brasileiro No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade No Piauí de cada 100 crianças que nascem 78 morrem antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade antes de completar 8 anos de idade (1962) Ferreira Gullar Os poetas concretistas utilizavam da estrutura e disposi- ção das sentenças, em seus poemas, para explorar no- vas formas de se passar a mensagem poética. No poema acima, observa-se que a disposição e fragmentação das sentenças A têm o intuito de ratificar a importância da conscientiza- ção política sobre a desigualdade social. B reafirma o que é dito no primeiro período do texto, po- rém usando uma linguagem figurada. C pretende sugerir o efeito que deveria ser causado no lei- tor ao ler notícias sobre mortalidade infantil no nordeste. D indica a necessidade de repetição de temas sociais para que os leitores reflitam sobre mudanças na sociedade. E tenta mimetizar a leitura feita por sociedades que pos- suem problemas com a mortalidade infantil em regiões mais pobres. QUESTÃO 23 Placas: má conservação traz perigo nas estradas As placas foram alvo da pesquisa sobre sinalização, orga- nizada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária. A ideia do estudo foi mostrar como o conjunto de sinais é percebido pelo motorista, tanto à noite como de dia, e também sob condições climáticas diversas. Itens como visualização, estado de conservação e localização foram observados pelos pesquisadores, de acordo com as re- gras do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). E os resultados não foram nada bons, apontando graves per- das na acuidade visual dos condutores. Neste estudo, a investigação nas vias expressas mostrou que a maior par- te das placas sofre com os efeitos do tempo, além da falta de manutenção adequada e depredações. O resultado é o alarmante aumento nas estatísticas de acidentes. Os prin- cipais problemas incluem a falta de letras e símbolos, oxi- dação e deteriorização, remoção do local de origem e pla- cas encobertas e amassadas. Em alguns casos, também foi observada a falta da sinalização, que não foi instalada, desrespeitando a legislação. [...] Uma das dificuldades da implantação da correta sinalização nas rodovias é a falta 12 LC - 1º dia 9 de fiscalização na produção das placas. [...] O motorista precisa ter em mãos um bom conjunto de sinais, para que possa, em tempo hábil, tomar decisões que impeçam os acidentes. A segurança é a prioridade. (Revista ProTeste 129. Outubro 2013) O texto disserta sobre problemas na sinalização das vias urbanas, usando da articulação entre suas partes para o seu caráter argumentativo. Ao analisar a relação entre suas partes, pode-se inferir do texto que A Placas com defeitos causam problemas na visão dos motoristas, podendo levar à perda da vista e, conse- quentemente, a acidentes. B Os problemas das placas dificultam a decodificação dos avisos, mas sua ausência seria pior para os motoristas. C O objetivo da pesquisa é solucionar o problema das placas que causam acidentes, apresentando ações de educação no trânsito. D Como há problemas com a fiscalização na produção das placas, os motoristas precisam ter um manual com os sinais de trânsito. E O maior problema de todos em relação às placas é a sua destruição, sendo menor a falta de sinalização nas vias. QUESTÃO 24 Informação é um mero meio para a ins- trução, diz Schopenhauer Leitura, cursos, diplomas. A maioria busca o “conhecimen- to”, segundo Arthur Schopenhauer, por um desejo de re- conhecimento social. "Em geral, estudantes e estudiosos de todos os tipos e de qualquer idade têm em mira apenas a informação, não a instrução", escreve o filósofo. Frases decoradas, opiniões prontas e citações infindáveis são os sintomas mais perceptíveis desse comportamento. Para Schopenhauer, "a cada 30 anos, desponta no mundo uma nova geração, pessoas que não sabem nada e ago- ra devoram os resultados do saber humano acumulado durante milênios, de modo sumário e apressado, depois querem ser mais espertas do que todo o passado". “A peruca é o símbolo mais apropriado para o erudito puro. Trata-se de homens que adornam a cabeça com uma rica massa de cabelo alheio porque carecem de cabelos pró- prios. Da mesma maneira, a erudição consiste num ador- no com uma grande quantidade de pensamentos alheios, que evidentemente, em comparação com os fios prove- nientes do fundo e do solo mais próprios, não assentam de modo tão natural, nem se aplicam a todos os casos ou se adaptam de modo tão apropriado a todos os objetivos, nem se enraízam com firmeza, tampouco são substituídos de imediato, depois de utilizados, por outros pensamentos provenientes da mesma fonte.” (Folha de São Paulo, on line, 03/10/2013) Os sentidos de uma palavra dependem de seu emprego num contexto, o que ocorre com “conhecimento” e “ins- trução” no trecho acima. A partir do texto, podemos inferir que: A Para Schopenhauer, o mais importante é a instrução, a educação, e que é, ao mesmo tempo, um processo ao longo da existência, não apenas um conhecimento com repetições de frases e conceitos decorados sem objetivar a novos descobrimentos. B A cada 30 anos, a nova geração despreza os mais ve- lhos, julgando-se mais esperta por terem descoberto novas tecnologias. C Schopenhauer é contra a transmissão do conhecimen- to trazido pelos antepassados e por pensamentos alheios porque não se enraízam com firmeza, entre outras razões. D A peruca citada pelo filósofo, ao encobrir a falta de ca- belos originais, faz com que os homens tenham mais confiança em si próprios, facilitando a aprendizagem dos conhecimentos já existentes. E Para o autor das afirmativas do texto, todas as pesso- as decoram frases e pensamentos alheios, conheci- mentos acumulados ao longo da humanidade, visando a novas descobertas, fazendo-se passar pelo que não são, podendo-se aplicar a elas o provérbio “O hábito não faz o monge”. QUESTÃO 25 Como uma história de conquistas e muita ousadia, eles chegam há mais de cem anos para conquistar o mundo. Com seu jeito único de ser, Chaplin fez o que fez nas telas, emocionando a todos com sua criatividade, talento e seu profundo espírito de liberdade. Liberdade que só uma Harley-Davidson pode ofecer sobre duas rodas. Mais que uma moto, um mito que, por onde passa, deixa seus espectadores sem palavras. A palavra no anúncio que expressa, gramaticalmente pela natureza, a noção de possibilidade é: A semelhançaB gritante C Mesmo D esse E estivesse QUESTÃO 26 APELO Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa da esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o pra- to na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A no- tícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda. E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero da salada – meu jeito de querer bem. Aca- so é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Se- nhora, por favor. TREVISAN, Dalton, Mistérios de Curitiba, 1979 13 LC - 1º dia 9 O texto tem como narrador um homem que demonstra sentimentos contraditórios em relação ao fato de ter sido abandonado pela esposa. Esses sentimentos podem ser expressos como: A liberdade e alívio; B indiferença e tranquilidade; C solidão e saudade; D preocupação e dor; E conforto e saudade. QUESTÃO 27 Este também é um sinal de trânsito. Os sinais de transito servem para nos orientar ou alertar sobre condutas que devemos ter nas suas, avenidas e rodovias. Hoje, as marcas deixadas por acidentes, sejam eles fatais ou não, são assustadoras e estão por toda a parte. Elas também são úteis para nos alertar de que a vida sempre está por um fio Fique atento. Em relação à estratégia textual utilizada pela campanha acima, é possível observar que: A “Este” faz referência à imagem que se segue, demons- trando as consequências do desrespeito às leis de si- nalizações. B “Este” refere-se a campanhas recorrentes na mídia a respeito da prudência dos motoristas nas estradas. C “Este” é um pronome que se refere a substantivo “trân- sito”, indicando a atenção necessária dos motoristas em relação às vias. D “Este” é um adjetivo que modifica o substantivo “sinal”, dando-lhe um sentido amplo e genérico. E “Este” um pronome com sentido indefinido no texto, indi- cando a incerteza da segurança dos motoristas nas vias. QUESTÃO 28 Erro de português Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Oswald de Andrade Alguns poetas do século XX tomaram como referência a famosa carta de “Achamento do Brasil”, de Pero Vaz de Caminha. No poema acima, o eu lírico, ao descrever a relação entre os portugueses e os índios brasileiros A argumenta que a relação entre eles fora de proteção e ajuda, como vemos em “chuva” e “manhã e sol” B utiliza o verbo “vestir” como metáfora para imposição da cultura de um povo sobre outro. C lamenta que os portugueses não tiveram chance de conhecer a cultura indígena como eles queriam, como vemos em “”Que pena!”. D argumenta que os índios queriam impor sua cultura aos portugueses, como vemos em “O índio teria despi- do o português”. E Utiliza de vocábulos homônimos (“vestir” e “vestir”) para indicar relações distintas entre a cultura indígena e a dos portugueses. QUESTÃO 29 Fora de órbita Hoje, qualquer pessoa bem informada sabe que a Terra é um planeta que gira em torno do sol. Mas nem sempre foi assim. Durante séculos a humanidade pensou que ha- bitava o centro do universo. Uma visão antiga concebida por Ptolomeu em Alexandria, no Egito, no 2º século da nossa era, propunha que a Terra se encontraria no centro do universo e girariam, em torno dela, os demais astros. Somente em 1543 o astrônomo polonês Copérnico pro- pôs um novo sistema cosmológico, com o nosso planeta girando em torno do sol. Em um paralelo entre ciências, é curioso perceber que a grande maioria das pessoas ainda hoje concebe a língua segundo uma visão que é anterior ao ultrapassado siste- ma astronômico. Os fundamentos das atuais gramáticas normativas co- meçaram a ser formulados também em Alexandria – sem sombra de dúvidas, um dos grandes centros do conheci- mento na Antiguidade –, mais de 300 anos antes de Ptolo- meu. A gramática seria, então, o paradigma do saber mais resistente da história do mundo ocidental, pois atualmente as mais reconhecidas autoridades da língua – os gramá- ticos normativos – reproduzem uma visão de língua que foi criada há mais de 2 mil anos. Para os filólogos de Ale- xandria, a língua grega havia atingido a sua perfeição na forma em que foram escritos os poemas homéricos. Daí em diante ela teria se corrompido na boca dos povos que falavam os diversos dialetos gregos. Ainda hoje as nossas gramáticas divulgam a ideia de que só existe uma forma correta de língua, aquela em que os grandes autores escreveram as suas obras. Não é à toa que, para atestar as suas prescrições, recorrem a exem- plos extraídos dos escritores clássicos. E, como esses gramáticos gozam de um imenso prestígio social, a gran- de maioria das pessoas segue pensando que não sabe escrever em Português e – o que é pior – que nem sabe falar a língua. [...] Dante Lucchesi. Revista: Discutindo a Língua Portuguesa, n°4. p.42 No trecho “Não é à toa que, para atestar as suas pres- crições, recorrem a exemplos extraídos dos escritores clássicos”, a palavra prescrições refere-se a qual das al- ternativas? A Normas gramaticais. B Textos dos escritores clássicos. C Poemas de Homero. D Dialetos gregos. E Obras dos cânones da literatura moderna. 14 LC - 1º dia 9 QUESTÃO 30 Armadilhas vocabulares As palavras parônimas às vezes confundem até bons redatores. Isso embora a diferença entre elas em geral passe despercebida ( não “desapercebida”) na fala, mes- mo de pessoas de boa formação. Semelhantes na pro- núncia e na grafia, mas com outro significado, costumam ser identificáveis por discretas diferenças que convêm apreender ( não só “aprender”). Pois podem desfear ( não “desfiar”) até o texto mais sofisticado. Josué Machado, Revista Língua Portuguesa, n° 67, maio de 2011, p. 18 O texto acima discorre sobre o uso de parônimos e suas consequências nos falantes e leitores. Quanto à justificati- va dada pelo texto de que até os bons redatores às vezes se confundem com as palavras parônimas A Pelo fato de serem semelhantes na oralidade e na es- crita. B Pelos redatores desconhecerem os seus significados. C As diferenças semânticas não são apreendidas pelos redatores. D Os redatores reconhecem que na fala não há diferen- ça, só na escrita. E Apenas as pessoas de boa formação reconhecem os parônimos. QUESTÃO 31 QUE TIPO DE ANIMAL É VOCÊ, AFINAL? NÃO SEI EU DEVO SER “FREE-LANCER” TODOS NÓS PERTENCEMOS A UMA ESPÉCIE, A UMA RAÇA, A UMA COMO, NÃO SABE? CATEGORIA! O humor da tirinha concentra-se em uma metáfora que está baseada em: A livre associação; B falta de vínculo; C possibilidades múltiplas; D referência inadequada; E capacidade de mutação. QUESTÃO 32 Arte pode ser entendida como uma atividade humana li- gada a manifestações de ordem estética, tendo cada obra de arte uma função única. As esculturas de gelo nas ruas de Berlim têm como função: A alertar sobre as altas temperaturas do planeta nos dias de hoje e o aquecimento global. B criticar a sociedade atual e ser ferramenta de doutrina- ção política e ideológica. C reivindicar mudanças no horário de verão que vigora na Europa Central. D trazer indícios sobre a efemeridade da humanidade, fadada à destruição. E enfatizar as mudanças nas manifestações artísticas da humanidade através dos séculos. QUESTÃO 33 A ERADAS INCERTEZAS Fiz um belo texto sobre cultura e educação. Vou botar na internet, assinado pelo Saramago. Ótimo este texto do Saramago. Vou repassá-lo assinado com meu nome. w w w . m al va do s. co m .b r Em relação aos usos sociais da internet e a questão de produção de ideias e materiais, os quadrinhos acima criti- cam mais especificamente: A o compartilhamento de informações. B a propagação de fake news na grande rede C a divulgação de textos de autoria alheia. D a perda de credibilidade de valores autorais. E a publicação de texto sem autoria expressa. QUESTÃO 34 Entrei numa lida muito dificultosa. Martírio sem fim o não entender nadinha do que vinha nos livros e do que o mes- tre Frederico falava. Estranheza colosso me cegava e me punha tonto. Acho bem que foi desse tempo o mal que me acompanha até hoje de ser recanteado e meio mocorongo. Com os meus em casa, conversava por trinta, tinha ladine- za e entendimento. Na rua e na escola – nada; era comple- tamente afrásico. As pessoas eram bichos do outro mundo que temperavam um palavreado grego de tudo. Já sabia ajuntar as sílabas e ler por cima toda coisa, mas descrencei e perdi a influência de ir à escola, porque diante dos escri- tos que o mestre me passava e das lições marcadas nos livros, fiquei sendo um quarta-feira de marca maior. Alívio bom era quando chegava em casa. Os meninos que arrumei para meus companheiros eram todos filhos de baiano. Conversavam muito diferente do que estava escrito nos livros e mais diferente ainda da gente de mi- nha parentalha. Custei a danar a aprender a linguagem deles e aqueles trancas não quiseram aprender a minha. Faziam era caçoar. Nestes casos, por exemplo: eu falava “sungar”, os meninos da rua falavam “arribar”, e mestre Frederico dizia “erguer”. Em tudo o mais era um angu-de- -caroço que avemaria. Carmo Bernardes. Rememórias Dois. Goiânia: Leal, 1969, p.18. 15 LC - 1º dia 9 Na afirmação “… mas descrencei e perdi a influência de ir à escola”, sabendo que “descrencei” vem do verbo “des- crer” e que “influência” é o mesmo que “entusiasmo” o autor quis dizer que: A Desaprendeu o que havia aprendido na escola. B Perdeu a fluência no uso da língua e da escola. C Perdeu o interesse e o entusiasmo pela escola. D Não acreditava que a influência do professor o faria permanecer na escola. E Não acreditava que a escola poderia influenciá-lo. QUESTÃO 35 As propagandas modernas utilizam o conjunto de lingua- gem verbal e não-verbal para conseguir causar efeitos no espectador. Dentre os recursos verbais, destaca-se, no caso acima: A intertextualidade, referência a contextos já existentes. B associação, ação de conectar elementos ou ideias. C analogia, comparação entre elementos distintos. D argumentação, defesa de um posicionamento. E comparação, aproximação de elementos por caracte- rísticas semelhantes. QUESTÃO 36 O site americano TechCrunch, especializado em web, faz em agosto do ano passado uma constatação que, sempre que feita, ainda espanta a gringaiada: é preciso falar português para entender parte importante do universo on-line atual. É na América Latina, constata o site, que a web mais cresce no planeta: a região já responde hoje por metade da população de internet da América do Norte e continua crescendo mais que a média mundial e usuários em ou- tros continentes. O Brasil, nesse bolo, está na ponta, com- pondo 35% dos internautas latino-americanos. (Luiz Costa Pereira Junior, editor da Revista Língua – março 2011) As relações entre os parágrafos do texto, são determina- das, respectivamente, por: A solução – problema; B causa – consequência; C fato – solução; D consequência – causa; E problema – solução. QUESTÃO 37 HORA DA DIETA DROGA http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/page/2 O humor muitas vezes é obtido através de um processo de exploração de recursos verbais e não-verbais, além das ferramentas de linguagem. No caso dos quadrinhos acima, nota-se um recurso fundamental na construção do humor, que é: A sarcasmo B deboche C metalinguagem D aforismo E ironia QUESTÃO 38 Canto de Ossanha O homem que diz: Dou (Não dá!) Porque quem dá mesmo (Não diz!) O homem que diz: Vou (Não vai!) Porque quando foi Já não quis! O homem que diz sou (Não é!) Porque quem é mesmo é (Não sou!) O homem que diz: Tô (Não tá!) Porque ninguém tá Quando quer Coitado do homem que cai No canto de Ossanha, traidor! Coitado do homem que vai Atrás de mandinga de amor Vai! Vai! Vai! Vai! (Não Vou!) Vai! Vai! Vai! Vai! (Não Vou!) Vai! Vai! Vai! Vai! (Não Vou!) Vai! Vai! Vai! Vai! (Não Vou!) Que eu não sou ninguém de ir Em conversa de esquecer A tristeza de um amor Que passou Não! Eu só vou se for pra ver Uma estrela aparecer Na manhã de um novo amor Amigo sinhô, Saravá Xangô me mandou lhe dizer Se é canto de Ossanha Não vá! Que muito vai se arrepender Pergunte pro seu Orixá 16 LC - 1º dia 9 O amor só é bom se doer Pergunte pro seu Orixá O amor só é bom se doer Vai! Vai! Vai! Vai! (Amar!) Vai! Vai! Vai! Vai! (Sofrer!) Vai! Vai! Vai! Vai! (Chorar!) Vai! Vai! Vai! Vai! (Dizer!) (Vinicius de Moraes) Ao longo do texto da canção de Vinícius de Moraes, se estabelece uma conexão com o metafísico figurado a par- tir de duas figuras míticas religiosas. Nesse contexto fica claro um sinal de alerta em relação A à irrealização do amor; B à vivência do amor; C à idealização do amor; D à frustração do amor; E à infidelidade do amor. QUESTÃO 39 O EGOÍSMO GREGÁRIO COMO PRINCÍPIO DO REBANHO PÓS-MODERNO Estamos numa época de promoção do egoísmo, de pro- dução de egos tanto mais cegos ou cegados que não per- cebem o quanto podem hoje ser recrutados em conjuntos massificados. Em outras palavras, vemos egos, isto é, pessoas que se creem iguais e que, na realidade, passa- ram a ficar sob o controle do que se deve bem chamar “o rebanho”. Viver em rebanho fingindo ser livre nada mais mostra que uma relação consigo catastroficamente alie- nada, uma vez que supõe ter erigido como regra de vida uma relação mentirosa consigo mesmo. E, a partir daí, com os outros. Assim, mentimos despudoradamente aos outros, àqueles que vivem fora das democracias liberais, quando lhes dizemos que acabamos – com algumas ma- quininhas à guisa de presentes ou de armas nas mãos em caso de recusa – de lhes trazer a liberdade individual; na realidade, visamos, antes de tudo, fazer com que entrem no grande rebanho dos consumidores. Mas qual é, perguntarão, a necessidade dessa mentira? Por que precisamos fazer crer que somos livres quando vivemos em rebanho? E por que precisamos fazer ou- tros crerem que são livres quando vamos colocá-los em rebanho? A resposta é simples. É preciso que cada um vá livremente na direção das mercadorias que o bom sis- tema de produção capitalista fabrica para ele. Digo bem “livremente” pois, forçado, resistiria. Ao passo que livre, pode consentir em querer o que lhe dizem que deve que- rer enquanto cidadão livre. A obrigação permanente de consumir deve, portanto, ser redobrada por um discurso incessante de liberdade, de uma falsa liberdade, é cla- ro, entendida como permissão para fazer “tudo o que se quer”. Esse duplo discurso é exatamente o das democra- cias liberais, descambem para a direita ou para a esquer- da. É pelo egoísmo que se deve agarrar os indivíduos para arrebanhá-los, pois é o meio mais econômico e ra- cional de ampliar sempre mais as bases do consumo de um conjunto de pessoas permanentemente levadas para necessidades reais ou, quase sempre, supostas. DUFOUR, Dany-Robert. O divino mercado: a revolução cultural liberal. Rio de Janeiro: Cia de Freud, 2008. p. 23-24. (Adaptado). A tese central do texto repousa sobre um paradoxo, que consiste no seguinte: A se por um lado as pessoas são efetivamente iguais em direitos e deveres, característica das democracias libe- rais, por outro são estimuladas a entender o que isso de fato significa e a buscar meios eficazes para exer-cer a liberdade de pensamento e de ação. B existe nas democracias liberais um discurso de valori- zação e promoção da liberdade, segundo o qual se pode fazer tudo que se quer, mas na verdade as pes- soas são conduzidas a fazer parte de um rebanho, que consente em querer o que lhe dizem que deve querer. C as democracias liberais visam à promoção efetiva da liberdade individual, por meio da conscientização das pessoas quanto aos modos de existência pessoal, e ao mesmo tempo estimulam os indivíduos a viverem de modo mais altruísta e menos egoísta. D a sociedade atual se caracteriza pela valorização da consciência individual e pela busca da liberdade, ao mesmo tempo em que o indivíduo é estimulado a não aceitar que lhe digam o que deve pensar ou fazer, já que isso fere sua liberdade individual. E o rebanho é a representatividade real de uma demo- cracia na qual as pessoas realmente possuem a liber- dade de escolha, sendo assim, formadora de uma so- ciedade que valoriza o livre-arbítrio e a formação de novos indivíduos com escolhas. QUESTÃO 40 Conjugação Eu falo tu ouves ele cala. Eu procuro tu indagas ele esconde. Eu planto tu adubas ele colhe. Eu ajunto tu conservas ele rouba. Eu defendo tu combates ele entrega. Eu canto tu calas ele vaia. Eu escrevo tu me lês ele apaga. SANT’ANNA, Affonso Romano de. Poesia reunida: 1965-1999. Porto Alegre: L&PM, 2004. p. 157-158 Tradicionalmente são consideradas antônimas palavras cujos significados estão em oposição entre si. Conside- rando-se isso, verifica-se no poema “Conjugação”, de Af- fonso Romano de Sant’Anna, que A o fato de usar versos curtos, com apenas duas ou três palavras, dificulta a compreensão das oposições lexi- cais e enfraquece a estética do poema. B as oposições de sentido são apresentadas de forma dicotômica no poema, já que as oposições ocorrem apenas em agrupamentos bipolares. C as palavras apresentam oposição de sentido de vários modos distintos, de acordo com o contexto, indicando ações consequentes em vínculos de relacionamento. D o uso de três verbos diferentes em cada estrofe do po- ema tem como meta semântica a construção de um significado econômico. E A oposição semântica ocorre em desarmonia com a oposição de conjugações e flexões, daí se justificando o título do poema. 17 LC - 1º dia 9 QUESTÃO 41 Eu não vou me adaptar (Arnaldo Antunes) Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia Eu não encho mais a casa de alegria Os anos se passaram enquanto eu dormia E quem eu queria bem me esquecia Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém dizia? Eu não vou me adaptar, me adaptar Eu não tenho mais a cara que eu tinha No espelho essa cara já não é minha É que quando eu me toquei achei tão estranho A minha barba estava deste tamanho Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém dizia? Eu não vou me adaptar, me adaptar Não vou me adaptar! Me adaptar! A letra da canção de Arnaldo Antunes é composta por diversas metonímias, que expressam uma realidade de tempo e um juízo de circunstância de pouca adaptação. Um verso que demonstra plenamente a metonímia refle- tindo tal sentimento é: A Eu não encho mais a casa de alegria B E quem eu queria bem me esquecia C Eu não vou me adaptar, me adaptar D A minha barba estava deste tamanho E Será que eu escutei o que ninguém dizia QUESTÃO 42 SER O filho que não fiz hoje seria homem. Ele corre na brisa, sem carne, sem nome. Às vezes o encontro num encontro de nuvem. Apoia em meu ombro seu ombro nenhum. Interrogo meu filho, objeto de ar: em que gruta ou concha quedas abstrato? Lá onde eu jazia, responde-me o hálito, não me percebeste, contudo chamava-te como ainda te chamo (além, além do amor) onde nada, tudo aspira a criar-se. O filho que não fiz faz-se por si mesmo. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE In: Claro enigma, 1951 e ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia Completa. São Paulo: Nova Aguilar, 2002 A construção semântica do poema nos revela uma íntima construção da suposição do irreal, ainda que os verbos re- ferentes à criatura estejam harmonizados no tempo real. A dicotomia entre a ação verbal e a fenomenologia do po- ema, celebra que A as interpretações inequívocas da criação do mundo ja- zem no filho morto e inexistente do eu-lírico. B a relação base do poema não é o encontro do pai com o filho que não vingou, mas a apropriação desse símbolo como as coisas que se perderam ou não vingaram. C a utilização do verbo em tempo presente revela o pro- fundo desejo do eu-lírico de viver a realidade suposta da paternidade e todas as alterações que tal fato acar- retaria. D o filho existe além da própria existência, como uma fi- gura espiritual com base na credulidade do eu-lírico em uma existência anímica dessa figura. E a inexistência do filho revela a frustração maior do eu lírico, expondo as fragilidades emocionais que se mis- turam com ilusões do momento presente. QUESTÃO 43 LIRA I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! (Marília de Dirceu, por Tomás Antônio Gonzaga) Para chamar a atenção de sua musa, o eu lírico, na lira acima, usa de alguns artifícios poéticos e estilísticos. Po- de-se citar, entre eles, o (a) A descrição de um ambiente aprazível e bucólico, ideal para ser o idílio dos amantes. B comparação de campo com a um ambiente luxuoso dos velhos casarões urbanos. C ironia em relação à cidade e a sua dinâmica conturba- da e confusa. D ostentação, pela descrição de seus bens materiais, ne- gando uma vida simples no campo. E exaltação de elementos criados pelo homem, negando o que é meramente natural. QUESTÃO 44 Disponível em https://blogdoenem.com.br/conotacao-e- denotacao-simulado-enem-online/. Acesso em 17/06/2019. A imagem acima pretende expressar com humor uma in- terpretação sobre provérbios do português. Para tanto, ela utiliza 18 LC - 1º dia 9 A a relação entre o material e o abstrato para exprimir di- versos pontos de vista sobre os ditados populares. B a relação entre o real e o surreal para figurar ditados que não poderiam acontecer no mundo material. C a relação entre o popular e o erudito para reafirmar o caráter popular dos provérbios. D a relação entre o conotativo e o denotativo para ex- pressar humor na figuração de expressões populares do português. E a relação entre o literário e o informativo para abstrair, com humor, uma visão mais ampla dos ditados populares. QUESTÃO 45 Disponível em https://revistagalileu.globo.com/ Cultura/Livros/noticia/2016/01/20-tirinhas-sobre- paixao-por-livros.html Acesso em 17/06/2019 A tirinha acima tem como tema a exaltação das sensa- ções trazidas pela literatura para o leitor. Na passagem dos quadrinhos, podemos dizer que esse enaltecimento A é expressado por um aposentado apreciar a leitura de livros com temáticas fantásticas, típicos de leitores mais jovens. B é ironizado pela mulher que parece não gostar de lite- ratura e estranha o gosto homem que lê. C é expressado pela imaginação da personagem que lê e enxerga em seu contexto elementos da sua leitura. D é satirizado pelo fato de serem temáticas “baixas” em relação aos grandes clássicos da literatura. E é criticado pela mulher, mas ainda assim ela admira o fato do homem gostar de literatura. 19 LC - 1º dia 9 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO § O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. § O texto definitivo deve ser escrito a tinta, na folha própria, em 30 linhas. § A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copia- das desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, emqualquer das situações expressas a seguir, a redação que: § tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. § fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. § apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. § apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. Texto I Em 2016, mais de 29 milhões de toneladas de lixo urbano foram parar em lixões irregulares ou aterros controlados – locais que não possuem medidas seguras para impedir a poluição e contaminação, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Além da grande geração de lixo, o índice de reciclagem ainda é muito baixo e se encontra estagnado há muitos anos. Segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), o levantamento de 2016 apontava que apenas 31 milhões de brasileiros (15% da população) tinha acesso a programas municipais de coleta seletiva. https://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/gestao-de-lixo-revolucao-4-0-e- criatividade-empurram-sociedade-para-um-modelo-circular/ (14.08.2018) Texto II A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada em 2010. Ela contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas am- bientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sus- tentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). Além disso, ela institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo. http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/a3p/eixos-tematicos/ gest%C3%A3o-adequada-dos-res%C3%ADduos (Acessado em 31.05.2019) Texto III https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1951986-descarte-de-lixo-ainda-e- inadequado-em-mais-da-metade-das-cidades-do-pais.shtml (20.01.2018) 20 LC - 1º dia 9 Texto IV https://desenvolvimentoambiental.wordpress.com/2011/05/30/kkchargeskk/(Acessado em 31.05.2018) A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema OS PROBLE- MAS DA GESTÃO DO LIXO NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 21 CH - 1º dia CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 9 QUESTÃO 46 O instituto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos Inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração de glória. Mere- cem, decerto, a nossa estima aqueles outros; eram patrio- tas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecadores de Israel, o que chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado, o de- capitado, esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos. ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892. No processo de transição para a República, a narrativa de Machado de Assis sobre a Inconfidência Mineira associa: A apologia aos calvinistas e culto nacionalista. B adoração aos santos e partidarismo militar. C redenção cristã e cultura cívica. D prática messiânica e atividade republicana. E ortodoxia cristã e autoritarismo ideológico. QUESTÃO 47 A Tarifa Alves Branco foi um momento importante para o desenvolvimento da economia brasileira. Desde a Inde- pendência do Brasil, as taxas alfandegárias baixas para os produtos importados (reflexo dos tratados de 1810) beneficiavam muitas vezes a Inglaterra e Portugal. Este liberalismo alfandegário foi extinto em 1844 com a entrada em vigor da Tarifa Alves Branco que A elevava as taxas alfandegárias para 15% aos produtos sem produção no Brasil estabelecia valores escalona- dos de acordo com o conceito de “necessidade básica” da população, de modo que cada produto passava a ter uma taxa de acordo com a necessidade. B elevava todas as taxas alfandegárias para 40% de modo que incentivava a produção das indústrias nacio- nais que passavam a ter um incentivo extraordinário na competição do mercado interno. C elevava as taxas alfandegárias para 60% aos países que não possuíam comércio de importação do Brasil como produtos produzidos em larga escala, como o café, e reduzia para 15% aos parceiros econômicos que importavam nosso café. D elevava as taxas alfandegárias brasileiras a dois pata- mares: 20% e 30% sobre valor dos produtos importa- dos não produzidos no Brasil e 60% para os importa- dos que houvesse produção nacional. E elevava as taxas alfandegárias de Portugal e Inglaterra para os mesmos patamares anteriores estabelecidos aos outros países parceiros de mercado, como a Fran- ça, Holanda e Espanha, estabelecendo assim o mes- mo valor comum anterior e extinguindo o benefício aos ingleses e portugueses. QUESTÃO 48 Disponível em http://clickdigitalsj.com. br. Acesso em: 9 jul. 2009. Disponível em: http://conexaoambiental.zip.net/ imagns/charge.jpg. Acesso em: 9 jul. 2009. Reunindo-se as informações contidas nas duas charges, infere-se que A os regimes climáticos da Terra são desprovidos de pa- drões que os caracterizem. B as intervenções humanas nas regiões polares são mais intensas que em outras partes do globo. C o processo de aquecimento global será detido com a eliminação das queimadas. D a destruição das florestas tropicais não é uma das cau- sas do aumento da temperatura em locais distantes como os polos. E os parâmetros climáticos modificados pelo homem, atra- vés da destruição das florestas, afetam todo o planeta. 22 CH - 1º dia 9 QUESTÃO 49 Penso realmente que (...) a paixão pelos gladiadores e cavalos é, por assim dizer, concebida no ventre materno (...). Poucos são os que falam de qualquer outro assun- to em suas casas, ao entrar numa sala de aula, de que mais trata a conversa dos jovens a não ser de combates e corridas? (Tácito, historiador romano, 55 d.C – 117 d.C) Eu consertei aquedutos e oitenta e dois templos. Eu or- ganizei três combates de dez mil gladiadores. Eu trouxe a paz para a Gália, para a Hispânia, a Germânia e muitos outros lugares. Eu anexei o Egito ao Império. O Povo me deu o título de Pai da pátria. (Trabalhos do Divino Augusto, inscrição feita sob ordem de Augusto.) A Pax Romana é um grande período de paz e prosperi- dade que existiu no Império Romano de 27 a.C até o ano 180 d.C e foi: A Caracterizado pelo fim da expansão territorial. B Importante na manutenção do poder romano sobre as regiões que havia conquistado. C Marcado pela continuidade dos conflitos sociais dentro território romana. D Marcado pelo abandono das cidades devido às inva- sões bárbaras. E Pouco significativo na ampliação e consolidação do exército romano. QUESTÃO 50 Pároco: Que é um milagre? Garoto: Num sei. Pároco: Bem, se o Sol estivesse a brilhar no meio da noi- te, você diria que se trata do quê? Garoto: Da Lua. Pároco: Mas se tivessem-lhe dito que era o Sol, o que você diria que é? Garoto: Uma mentira. Pároco: Eu não conto mentiras. Suponha que eu tivesse- -lhe dito que era o Sol; o que você diria então? Garoto: Que você não estava sóbrio! Charge publicada na revista Punch, Londres,
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